View
220
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
ANALISE DA APLICAÇÃO DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA SOB A
PERSPECTIVA DOS BENEFICIÁRIOS NO MUNICÍPIO DE POMBAL/PB
Cristiane Queiroz Reis
Especialista em Gestão Pública Municipal - UFPB
Lucimeiry Batista da Silva
Profª MSc. do Centro de Ciências Jurídicas e Sociais - UFCG
Colaboradora do CEGPM
RESUMO
O Programa Bolsa Família é um Programa de transferência de renda, criado em 2004, a partir
da unificação dos programas, Bolsa Escola, Programa Nacional de Acesso a Alimentação,
Bolsa Alimentação e o Auxilio Gás, com o propósito de minimizar a pobreza com a
transferência de renda direta as famílias em situação de pobreza e extrema pobreza. Desta
forma, a pesquisa teve como objetivo analisar a visão dos beneficiários do Programa Bolsa
Família no município de Pombal/PB acerca de sua aplicação. Para atingir o objetivo proposto
foi realizado um estudo fundamentado em uma pesquisa descritiva, exploratória, quantitativa
que utilizou como instrumento de coleta de dados um questionário adaptado de Rodrigues
(2011), que possibilitou a abordagem quantitativa. Os dados que deram base para a
abordagem qualitativa foram obtidos por meio de entrevista com o gestor municipal. A
análise dos resultados identificou que após sete anos de existência do Programa, em Pombal, e
com o cumprimento das condicionalidades as famílias tiveram uma melhora na sua qualidade
de vida, com a frequência da maioria das crianças na escola e vacinação em dia, bem como as
mulheres grávidas que estão tendo acompanhamento médico pré-natal. Mas também foram
encontrados alguns resultados que podem ser considerados preocupantes, como a baixa média
de famílias com casa própria, o alto índice de desemprego e a pouca informação que os
beneficiários têm sobre o Programa, já que o conhecimento do PBF praticamente foi obtido
informalmente. Um destaque para o aumento da sensibilização das famílias com relação à
quantidade de filhos, onde a maioria possui de um a três filhos. Esta pesquisa pode contribuir
com dados locais do Programa Bolsa Família, que podem ser utilizados como comparativo
com a realidade nacional e auxiliar na identificação dos problemas locais.
Palavras-chave: Programa Bolsa Família, Condicionalidades, Transferência de Renda.
1 INTRODUÇÃO
O Programa Bolsa Família (PBF) é um programa de transferência de renda que foi
criado para apoiar as famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, garantindo a elas o
direito e o acesso aos serviços básicos e essenciais como a alimentação, educação e saúde.
2
Este programa atende todo o Brasil. Segundo dados do Ministério de Desenvolvimento Social
e Combate a Fome, em 2010, mais de 12 milhões de famílias (MDS, 2011).
As famílias para serem beneficiadas, devem estar cadastradas no Cadastro Único
(CadÚnico), para isso, devem procurar os gestores municipais do Programa para realizarem
seu cadastro no sistema. Os benefícios estão divididos em dois tipos: básico e variável. Para
ter acesso ao beneficio básico a família deve ter uma renda per capta de até R$ 70,00. Já para
ter acesso ao benefício variável a renda per capta deve ser entre R$ 70,01 e R$ 140,00. Para
isso as famílias podem incluir até 05 (cinco) filhos de até 15(quinze) anos. A inclusão de até
05 (cinco) filhos passou a vigorar a partir de novembro de 2011, pois antes só era possível
incluir até 03 (três) filhos (MDS, 2011).
O programa impõe condicionalidades a serem cumpridas pelas famílias beneficiadas,
para que as mesmas se mantenham como beneficiária. Estas condicionalidades são: (a) na
educação, a manutenção das crianças na escola, com uma frequência mínima de 85% para a
idade de 6 (seis) a 15(quinze) anos e de 75% para jovens de 16 (dezesseis) e 17 (dezessete)
anos; (b) na saúde, o acompanhamento do calendário de vacinação de crianças até 7 (sete)
anos e de gestantes durante o pré-natal; (c) na assistência social, é exigida uma frequência de
85% em ações sócio educativas, para crianças e jovens de ate 15 (quinze) anos ou retiradas de
trabalho infantil. O descumprimento dessas condicionalidades pode acarretar bloqueio e até
mesmo o cancelamento do benefício (MDS, 2011).
Diante deste contexto, a presente pesquisa teve como objetivo realizar uma análise
sobre a visão dos beneficiários do Programa Bolsa Família no município de Pombal/PB
acerca de sua aplicação.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Programa Bolsa Família: Histórico, conceitos e Características
No Brasil, a economia tem como característica uma concentração de renda e de
riqueza, e com isso está entre os países que possui os mais altos índices de desigualdade social
do mundo. Neste cenário, o Governo Federal para tentar minimizar os problemas sociais e
combater a miséria do país, criou os programas de transferência de recursos em dinheiro para
garantir uma renda mínima para as pessoas ou famílias que não alcançam determinado
patamar de renda.
Um dos primeiros foi o Programa Nacional de Renda Mínima vinculada à educação,
3
mais conhecido como "Bolsa Escola" criado pela Lei Nº 10.219 de 11 de abril de 2001 por
meio de uma parceria entre os municípios e o Governo Federal na busca de respeitar o
preceito constitucional – a educação é um direito de todos – e garantir não só o acesso das
crianças a escola, como também sua permanência. O Programa Bolsa Escola era um programa
de complementação de renda, com o objetivo de contribuir para o bem estar de famílias
carentes e incentivar a escolarização de seus filhos ou dependentes (BRASIL, 2001)
Outro programa de transferência de renda foi o Programa Nacional de Acesso a
Alimentação – PNAA denominado de “Cartão Alimentação” criado pela Lei Nº 10.689 de 13
de junho de 2003, vinculado às ações dirigidas ao combate à fome e à promoção da segurança
alimentar e nutricional da sociedade (BRASIL, 2003).
Já o Programa Nacional de Renda Mínima vinculada à saúde – o "Bolsa Alimentação"
foi instituído pela Medida Provisória Nº 2.206-1 de 06 de setembro de 2001, dispondo no art.
2º que “o Programa destina-se à promoção das condições de saúde e nutrição de gestantes,
nutrizes e crianças de seis meses a seis anos e onze meses de idade, mediante a
complementação da renda familiar para melhoria da alimentação” (BRASIL, 2001).
Em 24 de janeiro de 2002 foi criado mais um programa por meio do Decreto Nº.
4.102. Este programa era coordenado pelo Ministério de Minas e Energia e teve a
denominação de “Auxilio Gás”, visando ajudar as pessoas carentes a comprar um botijão de
gás para cozinhar (BRASIL, 2002).
Todos estes programas foram criados para tentar sanar a dívida social do país,
utilizando-se da transferência de renda direta, e com isso minimizar também a pobreza.
A criação do Programa Bolsa Família - PBF foi determinada essencialmente por dois
aspectos básicos: o primeiro foi de ordem política relacionado a criação do Programa Fome
Zero, criado em 2003, que após um ano não apresentou resultados concretos e o segundo de
ordem técnica-gerencial, decorrente de uma avaliação realizada no período de transição de
governos em 2002, onde registrava-se a fragmentação administrativa de programas de
transferência condicionadas de renda (MESQUITA, 2007).
Diante deste cenário foi criado o Programa Bolsa Família (PBF) pela Lei nº. 10.836,
de 09 de janeiro de 2004, e teve sua origem decorrente da unificação dos programas Bolsa
Escola, Bolsa Alimentação, Programa Auxílio Gás, e Programa Nacional de Acesso à
Alimentação – PNAA (Cartão Alimentação) (BRASIL, 2004).
O PBF é um programa de transferência de renda condicionada, criado pelo Ministério
do Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS) para melhorar a vida das famílias
pobres e extremamente pobres do Brasil (CGU, 2010) e que ao longo destes sete anos de
4
existência já beneficiou milhares de famílias em todo o país.
De acordo com o art. 4º da Lei Nº. 10.836/2004 são objetivos básicos do PB F com
relação aos seus beneficiários:
I - Promover o acesso das famílias mais pobres à rede de serviços públicos, em
especial os de saúde, educação e assistência social;
II - Combater a fome e incentivar a segurança alimentar e nutricional;
III- Estimular a emancipação sustentada das famílias que vivem em situação de
pobreza e extrema pobreza;
IV- Combater a pobreza; e
V- Promover a intersetorialidade, a complementaridade e a sinergia das ações
sociais do poder público (BRASIL, 2004).
Neste contexto, são beneficiados pelo Programa e recebem o beneficio as famílias
cadastradas no Cadastro Único para Programas Sociais e que possuam renda mensal per
capita (por pessoa) de até R$ 140,00. O valor recebido do programa varia de acordo com a
classificação do beneficiário no PBF, que pode receber o beneficio básico, no valor de R$
68,00 e é concedido às famílias que possuem renda mensal de até R$ 70,00 por pessoa. Já o
benefício variável tem o valor de R$ 32,00, R$ 44,00 ou R$ 66,00 para as famílias que
tenham crianças ou adolescentes com até 15 anos, mulheres grávidas ou amamentando e o
benefício variável jovem – BVJ é de R$ 33,00 ou R$ 66,00 para as famílias que possuem
adolescentes de 16 e 17 anos (MDS, 2010).
O pagamento do beneficio é realizado pela Caixa Econômica Federal – CEF por meio
de cartão magnético ou de deposito na Conta Bancária Caixa Fácil diretamente aos
beneficiários, que de preferência, a mulher é a responsável pelo recebimento do beneficio e
pode ser utilizado pela família de acordo com as suas necessidades, ou seja, da forma que
achar melhor para isso, pois a família beneficiária tem total liberdade.
Neste contexto as mulheres têm um papel crucial, sendo responsável pelo recebimento
e destino deste beneficio e também no cumprimento dos objetivos do Programa, conforme
apresenta Suárez e Libardoni (2007), dizendo que no Brasil:
a presença do cônjuge, na maioria dos grupos domésticos, não influi muito quanto
ao cumprimento das condicionalidades, porque a postura da mãe pesa mais do que a
do pai na tomada de decisões referentes à Educação, Saúde e tudo que tenha a ver
com os filhos (SUÁREZ; LIBARDONI, 2007, p. 124).
Vale salientar que na realidade brasileira, principalmente nos grupos mais pobres, o
papel da mulher como chefe da família vem crescendo significativamente. Portanto, deixando
de ser apenas o homem o chefe da família.
Este cenário começou em 2004 com um investimento inicial de 5,5 bilhões, atingindo,
5
em 2010, mais de 13 bilhões, segundo dados do Ministério de Desenvolvimento Social, o que
demonstra que o volume de investimento no Programa é cada vez maior (MDS, 2010).
No fim de 2009, o Bolsa Família atendia cerca de 12,4 milhões de famílias em todos
os municípios do Brasil, envolvendo recursos de R$ 11,3 bilhões. Esses valores
representam 0,39% do PIB de 2008, o que indica o custo relativamente baixo do
programa, considerando o retorno positivo em termos de combate à pobreza, de
redistribuição de renda e de inclusão social. A estimativa do governo federal é de
que, em 2010, o programa aplique R$ 13,1 bilhões em transferência de renda direta
(WEISSHEIMER, 2010, p.34).
Mas, para que as famílias beneficiadas continuem no Programa, devem cumprir
algumas condicionalidades que são impostas para que as mesmas garantam o recebimento do
beneficio do PBF.
2.2 Condicionalidades do Programa
Segundo a Agenda da Família, documento impresso, que é distribuído gratuitamente
pelo MDS, para dar todas as informações necessárias aos usuários do Programa, as
condicionalidades são compromissos assumidos por ambas as partes, Governo e usuários do
programa, com relação às áreas de educação, saúde e assistência social.
Neste contexto, as condicionalidades foram criadas para que as famílias beneficiadas
também tivessem que fazer a sua parte para merecer o benefício recebido, ou seja, dessem
uma contrapartida ao que estavam recebendo.
De acordo com Schwarzman (2009, p.2) a condicionalidade é questionado pela
contrapartida, ao assegurar que:
com a condiconalidade o Programa estaria livre só do pecado da simples
transferência de recursos a que muitas vezes é criticada como simples esmola. Na
forma original como bolsa-escola, os pais precisariam reciprocar mandando os filhos
para a escola; na forma ampliada além da escola, as crianças precisam ser vacinadas,
as mulheres grávidas precisam fazer o pré-natal e seguir outras orientações do
Ministério da Saúde.
O não cumprimento das condicionalidades do programa pode acarretar para o
beneficiário o bloqueio, suspensão ou cancelamento do beneficio. Divergindo do pensamento
de Santos (2011, p. 1) que afirma que não ser a punição as famílias o objetivo das
condiconalidades, mas “de forma conjunta os beneficiários e o poder público, que deve
identificar os motivos do não-cumprimento das condicionalidades e implementar políticas
públicas de acompanhamento para essas famílias”.
Com isso, as famílias devem estar atentas ao compromisso assumido e acompanhar o
atendimento das condicionalidades que o Programa exige, para que não sejam penalizadas
6
com o não recebimento do beneficio.
Na área da educação, as condicionalidades do programa estão voltadas para que as
famílias que possuem crianças e adolescentes entre 6 e 15, anos obrigatoriamente todas elas
devem estar devidamente matriculados e possuir uma frequência escolar mensal mínima de
85% da carga horária. Já para os estudantes entre 16 e 17 anos a sua frequência escolar deve
ser de, no mínimo, 75% (MDS, 2011).
Com relação à área de saúde, as famílias que recebem o benefício passam a ter o
compromisso fixado com o governo de acompanhar o cartão de vacinação e o crescimento e
desenvolvimento das crianças menores de 7 anos. No que se refere às mulheres na faixa de 14
a 44 anos também devem fazer o acompanhamento e, se gestantes ou nutrizes (lactantes),
devem realizar o pré-natal e o acompanhamento da sua saúde e do bebê (MDS, 2011)
As condicionalidades voltadas para a área de assistência social, dizem respeito às
crianças e adolescentes com até 15 anos em risco ou retiradas do trabalho infantil pelo
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), devem participar dos Serviços de
Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) do PETI e obter frequência mínima de
85% da carga horária mensal (MDS, 2011).
2.3 O Programa Bolsa Família no município de Pombal - Paraíba
De acordo com os dados do IBGE, segundo o censo demográfico de 2010, a Paraíba
possui 223 municípios, entre eles Pombal, que está localizada no Alto sertão da Paraíba
distante da capital, João Pessoa, 380 km. Construída às margens do Rio Piranhas, que
percorre cerca de 50 km dentro do município e sua extensão total é de aproximadamente 500
km, e Piancó que mede 157 km, dos quais 48 km no território deste município se perenizaram
com a construção do açude de Coremas. A cidade possui uma extensão territorial de 888,811
km², conforme resolução de outubro de 2002, com uma população, de acordo com o Censo de
2010, de 32.110 habitantes, que representa 0,85% do total da população do estado. Seus
limites são: ao Norte a Lagoa, Paulista e Santa Cruz; ao Sul: Cajazeirinhas e Coremas; ao
Leste: Condado, São Bentinho e ao Oeste: São Domingos de Pombal, Aparecida, São
Francisco e São José da Lagoa Tapada.
O município de Pombal/PB está inserido no Programa Bolsa Família desde sua
criação, no ano de 2004, e ao longo destes sete anos já atendeu milhares de famílias. Em 2010
o município tinha 4.421 famílias beneficiadas pelo Programa Bolsa Família, de acordo com
informações do Cadastro Único, disponibilizadas na internet na página do MDS, e 759
7
famílias cadastradas e habilitadas ao Programa Bolsa Família, ou seja, Famílias elegíveis ao
Programa que possuem informações cadastrais válidas e atualizadas, conforme consta na
Portaria 341/2008 (MDS, 2011).
Assim, o município assiste um número considerável de beneficiários do PBF. E que
segundo informações obtidas na entrevista realizada com a coordenadora do Programa no
município, Pombal tem atualmente, de acordo com a base da Caixa Econômica Federal, 6.
184 famílias beneficiadas e ao todo junto com estas pessoas que estão recebendo os benefícios
são 6.748 famílias cadastradas. O que representa um aumento significativo no número de
beneficiários assistidos pelo Programa no município.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este estudo, em relação aos objetivos, é classificado como uma pesquisa exploratória e
descritiva. Como trata Gil (1999 apud BEUREN, 2006, p. 80), “a pesquisa exploratória é
desenvolvida no sentido de proporcionar uma visão geral acerca de determinado fato.
Portanto, esse tipo de pesquisa é realizado, sobretudo, quando o tema escolhido é pouco
explorado e torna-se difícil formular hipóteses precisas e operacionalizáveis”.
Gil (2002) diz que as pesquisas descritivas têm a função primordial de descrever as
características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de
relações entre variáveis.
Quanto à abordagem, foi aplicado um estudo de cunho qualitativo e quantitativo. A
pesquisa qualitativa concebe análises mais profundas em relação aos fenômenos que estão
sendo estudados. A abordagem qualitativa, de acordo com Beuren (2006), visa destacar
características não observadas por meio de um estudo quantitativo, haja vista a
superficialidade deste último.
No que se refere à pesquisa quantitativa caracteriza-se pelo emprego de instrumentos
estatísticos, tanto na coleta quanto no tratamento dos dados. Esse procedimento não é tão
profundo na busca do conhecimento da realidade dos fenômenos, uma vez que se preocupa
com o comportamento geral dos acontecimentos.
Quanto aos instrumentos utilizados, para dar suporte à pesquisa quantitativa foi
aplicado um questionário adaptado do instrumento validado por Rodrigues (2011), com
questões de múltipla escolha e para abordar qualitativamente foi aplicada entrevista
semiestruturada também adaptada do instrumento validado por Rodrigues (2011) realizada
8
com a coordenadora municipal do Programa.
Para Marconi e Lakatos (2003, p.201) “o questionário é um instrumento de coleta de
dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por
escrito e sem a presença do entrevistador”. Geralmente é enviado para o respondente e
solicitado o seu preenchimento e devolução dentro de um prazo pré-estabelecido.
Enquanto a entrevista é um procedimento utilizado na investigação social, onde duas
pessoas se encontram, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado
assunto, mediante uma conversação de natureza profissional objetivando do entrevistado
informações sobre determinado assunto ou problema (MARCONI; LAKATOS, 2003).
Desta forma, na pesquisa foram utilizados os dois procedimentos de coleta de dados,
para atingir os objetivos propostos, onde o recorte foi selecionada por acessibilidade, tendo a
pesquisadora, visitado às residências dos beneficiários em bairros diferentes do município,
para aplicar o questionário e também a agência da Caixa Econômica Federal em dia de
pagamento do beneficio. Pode-se observar durante a coleta dos dados um receio por parte de
alguns beneficiários em responder o questionário. Os instrumentos de pesquisa foram
aplicados no mês de novembro, 56 beneficiários do PBF no município de Pombal/PB.
Portanto o estudo trata-se de uma pesquisa de corte que segundo Souza et al(2007)
refere-se a um estudo realizado com um grupo de pessoas que possuem alguma característica
comum, e que passa a ser acompanhada por um determinado intervalo de tempo, constituindo,
desta forma, a amostra da ser estudada.
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Esta seção analisa os resultados obtidos a partir dos questionários aplicados com os
beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF), na cidade de Pombal/PB. O questionário,
adaptado do instrumento validado por Rodrigues (2011), foi composto por 34 questões de
múltipla escolha, subdivididas em aspectos gerais dessa população que foram: dados gerais;
características dos moradores; educação; saúde; trabalho/desemprego e trabalho infantil;
alimentação; realidade atual e natalidade.
4.1 Dados Gerais
As cinco primeiras perguntas do questionário referem-se aos dados gerais dos
entrevistados, que são beneficiários do Programa Bolsa Família no município de Pombal - PB.
A questão 1 indagou sobre quem deu conhecimento ao beneficiário sobre o Programa
9
Bolsa Família, como resultado verificou-se que 29% soube do Programa por parentes e 29%
pelos vizinhos; 18% que souberam por amigos, se somados, estes percentuais indicam que
76% dos entrevistados obtiveram conhecimento do PBF informalmente.
Este resultado indica que em Pombal a divulgação informal foi mais eficiente que as
propagandas veiculadas nos meios formais como a televisão, o rádio e os jornais. Os meios de
comunicação formal foram citados por apenas 4% dos entrevistados. Os órgãos ligados ao
governo municipal foram responsáveis por informar a 22% dos entrevistados, esse percentual
foi distribuído entre a Prefeitura (11%), escola/creche (9%) e os Postos de Saúde (2%).
Quanto ao tempo que levou para os beneficiários passarem a receber o benefício, após
o preenchimento do formulário, identificou-se que um total de 55% começaram a receber
antes de 1 ano (30% levaram de 7 a 12 meses para receber e 25% de 1 a 6 meses), os demais
que totaliza 45% só passaram a receber o benefício depois de um ano no cadastro do
Programa (18% levaram de 19 a 24 meses; 18% acima de 24 meses e 9% de 13 a 18 meses).
Em relação ao tipo de domicilio em que residem as famílias beneficiadas pelo
programa, identificou-se que em Pombal, 90% dos entrevistados moram em casa e apenas
10% moram ou em apartamento (5%) ou em quarto/cômodos (5%).
No que se refere a localidade de domicilio dos beneficiário constatou-se que 89%
residem na zona urbana e apenas 11% está na zona rural, isso pode ter como uma das causas o
êxodo rural que vem ocorrendo no país, desde a década de 1950 com a criação da Capital
Brasília, mas teve o seu apogeu nas décadas de 1960 e 1980, e depois continuou ocorrendo só
que em menor intensidade (FARIAS, 2007).
As condições de ocupação dos domicílios dos beneficiários do PBF, revelam que 50%
vive em casas alugadas enquanto 36% possuem moradias próprias, 10% vivem em condições
de moradia cedida e 4% em outras condições. No que se refere aos dados gerais, a pesquisa
demonstrou que das famílias beneficiadas pelo PBF no município de Pombal – PB, a maioria
(76%) tiveram conhecimento do PBF por meio de parentes, vizinhos e amigos, residem na
zona urbana (89%), em condições de moradia sem serem próprias (64%) e passaram menos de
um ano para receberem a primeira parcela do beneficio, após o credenciamento no Programa
(55%).
4.2 Características dos moradores
No que se refere a este item as famílias foram indagadas com relação a quantidade de
moradores que residem no domicilio e constatou-se que 63% dos domicílios abrigam de 4 a 6
moradores, seguido de 21% que possui de 1 a 3, e de 9% onde moram de 7 a 10 pessoas e
10
ainda 7% de domicílios onde moram mais de 10 pessoas
Uma das questões levantadas era sobre a quantidade de famílias que mora em cada
domicilio, onde se constatou que na maioria dos lares dos beneficiados mora apenas uma
família, representando 77% dos entrevistados, em 21% dos domicílios vivem de 2 a 3 famílias
e em apenas 2% residem conjuntamente de 4 a 5 famílias.
Quando indagados sobre a quantidade de menores que moram no domicilio, 59%
responderam que residem de 1 a 2 crianças, 25% de 3 a 4, 7% acima de quatro e em 9% dos
lares não reside nenhuma criança. Esse dado pode estar relacionado ao fato do município
oferecer Programas na área de saúde para o acompanhamento das crianças.
O Gráfico 1 apresenta os resultados referentes a quantidade de menores que estão
inseridos no PBF, onde constatou-se que na maioria das famílias beneficiadas existem de 1 a
2 crianças, o que corresponde a 61%, seguido de 18% com 3 a 4, 7% possuem acima de 4
crianças no PBF e 14% das famílias participantes não possuem crianças cadastradas no PBF.
Gráfico 1 – Quantidade de menores no PBF
Fonte: dados da pesquisa, 2011.
Quando indagados com relação ao tempo que recebem o beneficio, a maioria, que
corresponde a 80%, já recebe há mais de um ano e 20% recebem a menos de um ano.
O Gráfico 2 refere-se ao último valor recebido pelo Programa Bolsa Família, onde a
maioria com 54% das famílias do município recebem valores de R$ 101,00 a R$ 150,00, 25%
receberam de R$ 51,00 a R$ 100,00, de R$ 151,00 a R$ 200,00 corresponderem 15%, de R$
201,00 a R$ 300,00 com 4% e 2% receberam de até R$ 50,00 e nenhuma família recebe
acima de R$ 300,00.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
14%
61%
18%
7%
0
1 a 2
3 a 4
Acima de 4
11
Gráfico 2 – Valor do último beneficio
Fonte: dados da pesquisa, 2011.
Dos respondentes 11% responderam que nunca teve o seu benefício bloqueado e 89%
já tiverem. Entre os motivos do bloqueio destacam-se que 45% nunca soube o motivo, 23%
foi porque deixaram de cumprir alguma das condicionalidades exigidas pelo Programa, 17%
informaram que a Prefeitura cancelou e dois motivos corresponderam a 2%, o fato das
crianças e adolescentes completarem a idade limite estabelecida pelo PBF e por receberem
mais de um beneficio, como pode ser visto no Gráfico 3.
Gráfico 3 – Motivos de cancelamento do benefício
Fonte: dados da pesquisa, 2011.
No item características dos moradores, verificou-se que em 77% dos lares reside
apenas uma família, e que na maioria delas existem de 1 a 2 crianças (61%) cadastradas no
PBF e que já recebem o beneficio há mais de um ano (80%). No município as famílias
recebem em média valores de R$ 101,00 a R$ 150,00 (54%) e nenhuma família recebe acima
de R$ 300,00. Destaque neste item está para 89% das famílias que já tiveram o beneficio
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
2%
25%
54%
15%
4%
0%
Até R$ 50,00
De R$ 51,00 a R$100,00
De R$101,00 a R$ 150,00
De R$ 151,00 a R$ 200,00
De R$201,00 a R$300,00
Acima de R$ 300,00
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
23%
0% 2%
17%
2%
45% Não cumpriu alguma dascondicionalidades (agenda desaúde e freqüência escolar)
Aumento da renda familiar (percapita)
Crianças/adolescentescompletaram a idade limite
A Prefeitura cancelou obenefício
Recebia mais de um benefício
Não sabe o motivo
12
bloqueado e entre os motivos dos bloqueios, destaca-se que 45% nunca souberam o motivo.
4.3 Educação
A Educação gratuita e de qualidade é um direito de todos os cidadãos brasileiros,
conforme consta no art. 205 da Constituição Federal de 1988, “a educação, direito de todos e
dever do Estado e da família...” e em seu art. 6º a considera como um dos direitos sociais,
“são direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social,
a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição” (BRASIL, 1988).
Os dados da pesquisa referente a quantidade de menores que estavam fora da escola
antes de entrarem para o PBF no município de Pombal/PB, apresentam que nas famílias
beneficiadas pelo Programa, 71% das famílias não tinha nenhum filho fora da escola e 29%
afirmaram que possuíam de 1 a 6 filhos fora da escola.
Com a inserção e permanência no Programa as famílias que possuem filhos em idade
escolar, ou seja, crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos e jovens de 16 e 17 anos, todos
devem estar devidamente matriculados e possuírem frequência mensal mínima de 85% e 75%
respectivamente. Pois se trata de uma das condicionalidades exigida pelo Programa para a
área de educação, e desta forma devem ser cumpridas pelas famílias para não sofrerem
penalizações.
Diante das respostas obtidas sobre esta questão, pode-se constatar que, apesar desta
não ser uma questão para as famílias, onde a maioria mantinha os filhos na escola, ainda
assim é preocupante que quase 1/3 desta população (29%) ainda permanecia fora da escola.
Ainda na área de educação as famílias foram indagadas sobre quanto do valor recebido do
beneficio, é gasto com educação, conforme apresentado no Gráfico 4.
Gráfico 4 – Do valor recebido do Programa, quantidade gasta com educação
Fonte: dados da pesquisa, 2011.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
59%
34%
5% 2% 0% 0%
Nada
Até R$ 50,00
De R$ 51,00 a R$100,00
De R$101,00 a R$ 150,00
De R$ 151,00 a R$ 200,00
Acima de R$200,00
13
Na educação, conclui-se que nas famílias beneficiadas pelo Programa, 71% não tinha
nenhum filho fora da escola e 29% afirmaram que possuíam de 1 a 6 filhos fora da escola,
dado preocupante que representa quase 1/3 desta população. Com relação ao valor recebido
do beneficio, 59% não gastam nada com educação e 34% gastam no máximo até R$ 50,00.
Este dado mostra que a maioria das famílias utiliza este recurso para outras finalidades que
não é a educação de suas crianças e adolescentes.
4.4 Saúde
A saúde também é um direito social garantido pela Carta Magna de 1988, a todos os
cidadãos brasileiros desde 1988. Na área da saúde os beneficiários do PBF foram indagados
sobre a frequência com que recebem a visita dos agentes comunitários de saúde em sua
residência, onde o Gráfico 5 demonstra os resultados obtidos.
Gráfico 5 – Frequência de visitas de agentes de saúde
Fonte: dados da pesquisa, 2011.
Como resultado verifica-se que 41% das famílias recebem a visita mensal do agente de
saúde para acompanhamento das crianças, adolescentes e gestantes, 25% recebem uma visita
a cada 3 meses, 22% a cada 6 meses e 5% apenas uma vez ao ano e ainda existem famílias
(7%) que nunca receberam a visita de um agente comunitário de saúde em sua casa. Este dado
é bastante relevante e até preocupante, pois uma das condicionalidades do Programa é o
acompanhamento na área de saúde, e a sua falta pode acarretar o bloqueio do beneficio.
Nas questões 17 e 18 foram perguntados se existem mulheres grávidas no domicílio e
se as mesmas estão tendo acompanhamento médico. O resultado apontou que em 95% das
famílias participantes não tem nenhuma grávida e as demais 5% responderam que tem de uma
a duas grávidas, e que estas estão fazendo pré-natal, ou seja, com seus exames em dia. Fator
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
7% 5%
22% 25%
41%
Nunca recebeu
1 vez no ano
1 vez a cada 6 meses
1 vez a cada 3 meses
1 vez por mês
14
este positivo, que pode ter sido consequência de uma das condicionalidades do Programa na
área da saúde que é o acompanhamento efetivo das gestantes por meio da realização do pré-
natal ou também pode ser decorrência de uma maior preocupação e sensibilização dessas
mulheres.
Outra condicionalidade exigida na área de saúde está relacionada ao acompanhamento
do cartão de vacinação, 82% das famílias beneficiadas pelo PBF responderam, que estão em
dia, e os outros 18% responderam não esta em dia com este acompanhamento. Este dado é
importante, haja vista que esta condicionalidade tem que ser cumprida pelas famílias para que
as mesmas não tenham o benefício bloqueado ou até cancelado pelo não cumprimento das
condicionalidades exigidas pelo Programa.
Na área da saúde constatou-se que 41% das famílias recebem a visita mensal do agente
de saúde e ainda existem famílias (7%) que nunca receberam a visita de um agente
comunitário de saúde em sua casa. E que nas famílias que tem grávidas (5%), todas estão com
seus exames em dia, e 82% das famílias beneficiadas estão com o cartão de vacinação das
crianças em dia. Este dado é importante, haja vista que esta condicionalidade tem que ser
cumprida pelas famílias para que as mesmas não tenham o beneficio bloqueado ou até
cancelado pelo não cumprimento das condicionalidades exigidas pelo Programa.
4.5 Trabalho
A pesquisa na área de trabalho buscou investigar nas famílias beneficiadas pelo PBF, a
quantidade de moradores maiores de 18 anos que estão trabalhando atualmente e a quantidade
dos que estão desempregados conforme consta nos Gráficos 6 e 7.
Gráfico 6 – Quantidade de maiores de 18 anos trabalhando
Fonte: dados da pesquisa, 2011.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
32%
64%
4% 0% 0%
0
1 a 2
3 a 5
Acima de 5
Todos
15
O Gráfico 6 apresenta que nos domicílios investigados, em 64% deles existem de 1 a 2
moradores com mais de 18 anos trabalhando e em 32% deles não existem nenhum adulto
inserido no mercado de trabalho.
Gráfico 7 – Quantidade de maiores de 18 anos desempregados
Fonte: dados da pesquisa, 2011.
Já o Gráfico 7 mostra que 77% dos lares beneficiados pelo Programa têm de 1 a 2
maiores de 18 anos desempregados, buscando uma colocação no mercado de trabalho, e em
20% dos lares não há nenhum adulto desempregado, esses dados demonstram que a maioria
dos adultos precisam de alguma capacitação/qualificação profissional para poder ter uma
chance de se inserirem no mercado de trabalho. Já com relação à quantidade de menores
trabalhando identificou-se que existem em 11% dos lares de um a dois menores de idade
inseridos no mercado de trabalho informal. Este é outro dado preocupante, pois estes menores
deveriam estar apenas estudando, porém, apesar da família estar inserida no PBF, estes
menores continuam tendo que ajudar na renda da família, o que legalmente é proibido pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente conforme consta em seu art. 60.
Gráfico 8 – Quantidade de aposentados no domicilio
Fonte: dados da pesquisa, 2011.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
20%
77%
4% 0% 0%
0
1 a 2
3 a 5
Acima de 5
Todos
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
78%
18%
4% 0%
0
1 a 2
3 a 5
Acima de 5
16
No Gráfico 8 apresenta-se os dados referentes a quantidade de aposentados que
residem no domicílio, onde constatou-se que 18% das famílias possuem de um a dois
aposentados e 4% de 03 (três) a 05 (cinco) aposentados, os quais com a sua aposentadoria
podem contribuir incrementando a renda da família.
A coordenadora do PBF no município de Pombal/PB, em entrevista, informou que o
PBF no município, através do CRAS, oferece cursos de capacitação profissionalizante. Estes
cursos ajudam as pessoas das famílias beneficiárias a adquirir uma profissão. A contribuição
das prefeituras oferecendo estes cursos é fundamental, uma vez que o beneficio do PBF é
transitório, então quanto mais pessoas se profissionalizarem e tiverem uma profissão mais
rápida será possível devolver o benefício para que surjam novas vagas e outras famílias
possam ser também beneficiadas.
Mesmo o Programa promovendo cursos gratuitos de geração e renda, 70% das
famílias beneficiadas não participam, apenas 30% afirmaram que já participaram de algum
curso oferecido pelo PBF. E quando indagados se estes cursos promovidos pela Prefeitura lhe
deram oportunidade de trabalho, 75% disseram que não, sendo assim um dado preocupante, e
que pode ser levado em consideração na hora de repensar os cursos que serão oferecidos pelo
PBF, buscando oferecer outras atividades que atendam a necessidade do mercado local.
A pesquisa na área de trabalho conclui-se que em 77% dos lares beneficiados pelo
Programa têm de 1 a 2 maiores de 18 anos desempregados, buscando uma colocação no
mercado de trabalho, já com relação à quantidade de menores trabalhando identificou-se que
existem em 11% dos lares de um a dois menores inseridos no mercado de trabalho informal.
Este é outro dado preocupante, pois estes menores deveriam estar apenas estudando, porém,
apesar da família estar inserida no PBF estes menores continuam tendo que ajudar na renda da
família. Para reverter este quadro no município o Programa promove cursos gratuitos de
geração e renda, mas apenas 30% das famílias já participaram de algum curso oferecido pelo
PBF. Dado este que pode ser considerado no momento de planejar e organizar os cursos que
serão oferecidos pelo PBF no futuro.
4.6 Alimentação
O Programa Bolsa família tem como um de seus objetivos garantir a população
carente mais acesso a alimentação. E para verificar se isso está acontecendo a presente
pesquisa indagou sobre a frequência em que os moradores do domicílio faziam três ou mais
17
refeições no dia, antes e depois do Programa. Onde foi demonstrado que 82% das famílias
beneficiadas pelo Programa faziam as três refeições todos os dias, mesmo antes de entrar no
PBF, e 14% mantinham a frequência de 5 a 6 dias na semana, de acordo com o que apresenta
o Gráfico 9.
Gráfico 9 – Frequência que os moradores faziam três refeições antes do Programa
Fonte: dados da pesquisa, 2011.
Verificou-se que a frequência com que as famílias fazem as três refeições nos sete dias
da semana aumentou de 82% antes de entrarem no PBF (ver Gráfico 9) para 94% depois que
estão no Programa (ver Gráfico 10), houve também uma diminuição na quantidade de
famílias que antes do Programa faziam as três refeições durante 5 ou 6 dias da semana de 14%
para 4%, no período de 3 a 4 dias da semana caiu para zero este percentual após o Programa e
se manteve estável em 2% o número de famílias que realizam as três refeições em apenas 2
dias ou menos durante a semana.
Gráfico 10 – Frequência que os moradores fazem três refeições após o Programa
Fonte: dados da pesquisa, 2011.
0%
20%
40%
60%
80%
100% 82%
14% 2% 2%
7 dias
5 ou 6 dias
3 ou 4 dias
2 dias ou menos
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
94%
4% 0% 2%
7 dias
5 ou 6 dias
3 ou 4 dias
2 dias ou menos
18
Na pesquisa, em relação ao item alimentação as famílias foram questionadas acerca do
valor recebido do Programa quanto era destinado a alimentação, os resultados estão
apresentados no Gráfico 11.
Gráfico 11 – Quantidade do valor recebido do Programa gasto com alimentação
Fonte: dados da pesquisa, 2011.
Verifica-se que 38% das famílias responderam que gastam até R$ 50,00, e 30% de R$
101,00 a R$ 150,00, levando-se em consideração o valor do último beneficio recebido (ver
Gráfico 2) onde a maioria das famílias (54%) recebem de R$ 101,00 a R$ 150,00, significa
que o principal destino do valor recebido pelo PBF e gastos com alimentação. Encerrando
este item foi perguntado as famílias se mesmo recebendo do Programa, ela ainda necessitava
de doações para se alimentar, 80% responderam que sim.
No que se refere ao item alimentação identificou-se que nas famílias que fazem as três
refeições os sete dias da semana houve um aumentou de 82% antes de entrarem no PBF para
95% depois que estão no Programa. Acerca do valor recebido do Programa verificou-se com a
pesquisa que 38% das famílias gastam até R$ 50,00, e 30% de R$ 101,00 a R$ 150,00, se
levado em consideração o valor do último beneficio recebido a maioria das famílias (54%)
recebem de R$ 101,00 a R$ 150,00, significa que o principal destino do valor recebido pelo
PBF é gasto com alimentação. Ainda assim, 80% das famílias afirmaram ainda necessitar de
doações para se alimentar.
4.7 Realidade Atual
No que se refere a realidade atual das famílias beneficiadas pelo PBF no município de
Pombal/PB verificou-se que no que concerne a uma avaliação da situação financeira do
domicilio comparada com a situação antes do PBF, um total de 79% dos pesquisados
responderam que agora está de melhor a muito melhor e 19% disseram que continua da
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
7%
13%
38%
30%
11%
2%
Nada
Até R$ 50,00
De R$ 51,00 a R$100,00
De R$101,00 a R$ 150,00
De R$ 151,00 a R$ 200,00
Acima de R$200,00
19
mesma forma, tanto fazia antes como agora depois do Programa e apenas 2% responderam
que agora está pior do que antes, conforme dados do Gráfico 12.
Gráfico 12 – Situação financeira do domicilio comparada com a situação antes do PBF
Fonte: dados da pesquisa, 2011.
Na pesquisa perguntou-se também com relação a utilização de crédito/cardeneta/fiado/
prestação para a compra de alimentos e de roupas, onde 73% das famílias pesquisadas
responderam que sim, que utilizam algumas destas opções quando vão ao mercado comprar
alimentos e 77% quando vão ao comércio comprar roupas. O fato destas famílias serem
beneficiadas pelo Programa melhora a sua auto estima, pois as mesmas passam a ter crédito
frente ao comércio, já que o dinheiro é certo todos os meses, e com isso as famílias poderão
honrar os seus compromissos financeiros.
No que se refere a realidade atual das famílias beneficiadas pelo PBF no município de
Pombal/PB, verificou-se que no que concerne a uma avaliação da situação financeira do
domicílio comparada com a situação antes do PBF, um total de 79% dos pesquisados
afirmaram que agora está de melhor a muito melhor, pois agora possuem crédito frente ao
comércio, já que o dinheiro é certo todos os meses, e com isso as famílias não deixaram de
honrar os seus compromissos financeiros, passando a utilizar o crédito/cardeneta/fiado/
prestação para a compra de alimentos e de roupas.
4.8 Natalidade
O Programa Bolsa Família é criticado por incentivar as famílias a terem mais filhos
pois de acordo com as mudanças que ocorreram a partir de 2011, o número de filhos que
podem ser inseridos no Programa passou de 3 para 5, fato este que de acordo com os dados da
pesquisa no município de Pombal/PB não estimulou tanto as famílias a terem mais filhos,
mesmo estando no Programa conforme verifica-se nos Gráficos 13 e 14.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
20%
59%
19%
2% 0%
Muito melhor
Melhor
A mesma
Pior
Muito pior
20
Gráfico 13 – Quantidade de filhos antes do PBF
Fonte: dados da pesquisa, 2011.
Os resultados mostram que antes do PBF 66% das famílias tinham de 1 a 2 filhos e
após o PBF este percentual passou a ser de 61%, aumentando apenas de 11% para 14% o
número de famílias que passaram a ter 3 filhos, as demais famílias permaneceram atualmente
com a mesma quantidade de filhos que já tinham mesmo antes de serem beneficiadas pelo
Programa Bolsa Família.
Gráfico 14 – Quantidade de filhos atualmente
Fonte: dados da pesquisa, 2011.
Para finalizar o questionário foi perguntado se as famílias se sentiam-se mais
confiantes para terem filhos depois de estarem do PBF. Com relação a esta última pergunta,
75% das famílias entrevistadas responderam que não se sentia segura para terem mais filhos,
dado este que pode revelar um aumento no nível de sensibilização das famílias com relação a
quantidades de filhos.
No que se refere ao item natalidade, os resultados mostraram que ocorreu um aumento
de 11% para 14% no número de famílias que passaram a ter 3 (três) filhos, as demais famílias
permaneceram atualmente com a mesma quantidade de filhos que já tinham antes de serem
beneficiadas pelo Programa Bolsa Família. Dado este confirmado pelos 75% das famílias
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
12%
66%
11% 9%
2%
0
1 a 2
3
4
Acima de 4
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
14%
61%
14% 9%
2% 0%
0
1 a 2
3
4
5
Acima de 5
21
entrevistadas que respondeu não sentir aumentada a segurança para terem mais filhos.
5 CONCLUSÕES
Esta pesquisa objetivou apresentar a visão dos beneficiários do Programa Bolsa
Família no município de Pombal/PB acerca de sua aplicação, evidenciando os resultados
obtidos com relação às famílias beneficiadas pelo Programa, para saber se houve uma
melhoria na qualidade de vida destas famílias.
Como resultado a pesquisa apresentou alguns dados que são preocupantes, e
necessitam de uma maior atenção por parte do poder público, como o alto índice de
desemprego, que deve ter relação com uma ausência de um mercado de trabalho dinâmico e
amplo que tenha condições de absorver e integrar de forma produtiva o grande número de
pessoas que hoje buscam uma colocação profissional, para poder melhorar de vida e
construírem o seu próprio futuro de forma digna através do seu próprio esforço. Outro ponto
negativo identificado na pesquisa é com relação ao grande número de famílias que não
possuem casa própria, e condições financeiras de morar em um lugar digno, e tem muitas
vezes que ir morar em lugares de risco e sem a infraestrutura básica necessária para dar
segurança, garantir a saúde e a dignidade destas famílias.
Por outro lado a pesquisa demonstrou que as famílias beneficiadas pelo programa
tiveram uma melhoria na sua qualidade de vida e passaram a ter perspectivas de futuro, pois
se pode verificar isto através do cumprimento das condicionalidades do programa, onde na
educação a maioria das crianças em idade escolar está frequentando a escola e na saúde, elas
estão com o cartão de vacina em dia, assim como as mulheres grávidas estão tendo
acompanhamento médico pré-natal. E apesar das famílias terem pouca informação com
relação ao Programa, ocorreu um aumento significativo de sensibilização das famílias com
relação à quantidade de filhos, demonstrado na pesquisa pela maioria possuir de 01 (um) a 03
(três) filhos.
Como demonstrou a pesquisa, embora o Programa Bolsa Família que é um Programa
de Transferência de renda possa ajudar as famílias em situação de pobreza e extrema pobreza,
eles não garantem a estas pessoas beneficiadas uma porta de saída efetiva da situação de
pobreza e desemprego em que vivem, portanto não podem substituir as políticas públicas na
área de educação, saúde, emprego e assistência social, que são quem pode reduzir as
desigualdades sociais e produzir resultados positivos a médio e longo prazo.
Na percepção da pesquisadora ao longo destes sete anos de existência do Programa
22
Bolsa Família, no município de Pombal, ocorreu uma melhora significativa na vida das
famílias beneficiadas pelo Programa no município, como um aumento na sensibilização das
famílias com relação a quantidade de filhos, mesmo com a mudança que ocorreu no Programa
em 2011 passando para 05(cinco) o número de crianças que podem ser inseridas no PBF, as
famílias cadastradas na cidade mantiveram a mesma quantidade de filhos. Outro ponto
positivo foi identificado na área da saúde onde as famílias cumprem as condicionalidaes
impostas pelo Programa, mantendo o cartão de vacina das crianças em dia e as grávidas
realizando o pré-natal.
Estes dados positivos são confirmados pela pesquisa, embora mostrando também
deficiências, onde se destaca a situação de menores trabalhando para ajudar na renda familiar,
mesmo sendo proibido por lei, e a quantidade de maiores de 18 anos desempregado, fato que
pode ter relação com a falta de um mercado de trabalho local que atenda a demanda e a falta
de qualificação profissional. Esta falta de qualificação continua existindo, apesar de o
Programa oferecer cursos de capacitação, apenas 30% das famílias confirmaram já ter
participado, o que pode ser levado em consideração no momento de se planejar os cursos que
serão oferecidos para atender a demanda das reais necessidades locais.
Conclui-se com a realização desta pesquisa na cidade de Pombal, que o PBF
proporcionou uma melhoria na auto estima das famílias, nas perspectivas de futuro com a
permanência das crianças na escola, o acompanhamento na área de saúde e assistência social.
Além de ampliar as possibilidades de sustentação destas famílias com a promoção de cursos
de qualificação profissional, preparando as pessoas para o mercado de trabalho, o que pode
favorecer o sentimento de confiança pelas famílias e possibilitar a preparação para enfrentar
as barreiras e obstáculos da vida.
Por fim, recomenda-se que esta pesquisa possa ser estendida a outros municípios ou a
uma amostra maior, para que possa ser feita comparações de resultados e se tenham cada vez
mais informações que apresentem a realidade local, para que medidas para a melhoria de vida
da população possam ser tomadas, a partir de dados concretos.
Mini Currículo
Cristiane Queiroz Reis, graduada em Ciências Contábeis pela Universidade
Estadual da Paraíba (UEPB) com especialização em Gestão Ambiental para o
Semi-Árido Nordestino pela Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG). Especialista em Gestão Pública Municipal, pela Universidade
Federal da Paraíba (UFPB Virtual). Profissionalmente é Professora efetiva da
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) Campus de Sousa-PB.
23
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e
documentação: referências-elaboração. Rio de Janeiro, 2002.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: informação e
documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002.
BEUREN, Ilse Maria et al. (org.). Como Elaborar Trabalhos Monográficos em
Contabilidade: teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
BRASIL. Constituição (1988). Ed. 1999. Brasília: Senado Federal, 1999.
BRASIL. Lei nº 10.836, de 09 de janeiro de 2004. Cria o Programa Bolsa Família e dá outras
providências. Diário Oficial[da] República Federativa do Brasil, Brasilia, DF, 12 jan.
2004. Disponível em:
<http://www.in.gov.br/visualiza/index.jsp?data=12/01/2004&jornal=1&pagina=1&totalArqui
vos=88>. Acesso em: 07 out. 2011.
_______. Lei nº 10.689, de 13 de junho de 2003. Cria o Programa Nacional de Acesso a
Alimentação – PNAA e dá outra providências. Diário Oficial[da] República Federativa do
Brasil, Brasilia, DF, 16 jun. 2003. Disponível em:<
http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=1&data=16/06/2003>.
Acesso em 10 out. 2011.
_______. Medida Provisória nº 2206-1 de 06 de setembro de 2001. Cria o Programa Nacional
de Renda Mínima - "Bolsa Alimentação". Diário Oficial[da] República Federativa do
Brasil, Brasília, DF, 10 set. 2001. Disponível
em:<http://www.in.gov.br/visualiza/index.jsp?data=10/09/2001&jornal=1&pagina=3&totalAr
quivos=193>. Acesso em 10 out. 2011.
_______. Lei nº 10.219, de 11 de abril de 2001. Cria o Programa Nacional de Renda Minima
vinculada à educação- “Bolsa Escola”. Diário Oficial[da] República Federativa do Brasil,
Brasilia, DF, 12 abr. 2001. Disponivel em: <
http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=1&data=12/04/2001>.
Acesso em 10 out. 2011.
_______. Decreto nº 4.102, de 24 de janeiro de 2002. Regulamenta a Medida Provisória nº 18,
de 28 de dezembro de 2001, relativamente ao “Auxilio Gás”. Diário Oficial[da] República
Federativa do Brasil, Brasilia, DF, 25 jan. 2002. Disponivel em: <
http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=2&data=25/01/2002>.
Acesso em 10 out. 2011.
CARVALHO, Ana; JESUS, Dárcio de. Brava Gente Brasileira: No sertão da Paraíba, 211
famílias devolvem o Bolsa Família que lhes garantia R$ 50 por mês após terem conseguido
emprego. Revista ISTO É BRASIL. Ed. 1870 de 17. Ago.05. Disponível em: <http://
www.istoe.com.br/reportagens/8810>. Acesso em: 30ago.2011.
CONTROLADORIA GERAL DA UNIÃO. Programa Bolsa Família: Orientações para
acompanhamento das ações do Programa Bolsa Família. Brasília: Coleção Olho Vivo no
dinheiro público, 2010.
BRASIL, Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília: Ministério da Criança/Projeto
24
Minha Gente, 2001.
FARIA, Caroline. Êxodo Rural. InfoEscola: navegando e aprendendo. 2007. Disponível em:
<http://www.infoescola.com/geografia/exodo-rural/>. Acesso em 15 nov. 2011.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
IBGE. Censo Demográfico 2010. Disponível
em:<http://www.censo2010.ibge.gov.br/dados>. Acesso em 05 out.2011.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia
Cientifica. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MDS, Ministério do Desenvolvimento Social. Relatório de Informações Sociais do Bolsa
Família e do Cadastro Único. Site oficial do governo, 2010. Disponível em:
<http://www.mds.gov.br/bolsafamilia>. Acesso em 04 out.2011.
________. Programa Bolsa Família: Agenda da Família. 2010.
MESQUITA, Camile Sahb. O Programa Bolsa Família: uma analise do seu impacto e
alcance social. 2006. Dissertação de Mestrado do Programa de Pós Graduação em Política
Social. Brasília, mar. 2007. Disponível em: <
http://repositorio.bce.unb.br/bitstream/10482/3144/1/2007_CamileSahbMesquita.pdf > .
Acesso em 12 nov. 2011.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
RODRIGUES, Bruno Sávio Pereira. Programa Bolsa Família: análise da aplicação desta
política pública na cidade de Santa Rita/PB. Monografia de Graduação, UFPB, 2011.
SANTOS, Joelma de Oliveira. Condicionalidades do Programa Federal Bolsa Família.
2011. Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos/condicionalidades-do-programa-
bolsa-familia/56646/> acesso em 13 out. 2011.
SCHWARZMAN, Simon. Bolsa Família: mitos e realidades.Instituto de Estudos do Trabalho
e Sociedade( Publicado na Revista Interesse Nacional, Ano 2, N 7, Dezembro de 2009, pp.
20-28). Disponível em:<http://interessenacional.uol.com.br/artigos-integra.asp?cd_artigo=51>
acesso em 15 nov. 2011.
SILVA, Antônio Carlos Ribeiro. Metodologia da pesquisa aplicada à contabilidade:
orientações de estudos, projetos, artigos, relatórios, monografias, dissertações, teses. 2ª Ed,
São Paulo: Atlas, 2006.
SOUZA, Antonio Carlos de; FIALHO, Francisco Antonio Pereira; OTANI, Nilo. TCC:
Métodos e Técnicas. Florianópolis: Visual Books, 2007.
SUAREZ, Mireya; LIBARDONI, Marlene. Impacto do Programa Bolsa Família: mudanças
e continuidades na condição social das mulheres. In. VAITSMAN, Jeni; PAES-SOUSA,
Romulo (orgs.). Avaliação de Políticas e Programas do MDS – resultados. Brasília:
SAGI/MDS, 2007.
WEISSHEIMER, M.A. Bolsa Família: avanços, limites e possibilidades do programa que
está transformando a vida de milhões de famílias no Brasil. São Paulo: Perseu Abramo, 2010.
Recommended