Análise Dialética Do Marxismo

Preview:

DESCRIPTION

aaaaaaaaaaaa

Citation preview

56 MÁRIO FERREIRA DOS SANTOSA

7) Marx recebeu de Sismondi a convicção de que os ca-pitalistas se iriam debilitando pela progressiva concentração

pída riqueza em maos de uns poucos; ç

8) suas ideais acerca da “primitiva sociedade sem clas-ses”, deriva, parece, de sua herança do “mischpat” hebreue de certas teorias sobre os “direitos naturais” -- Morgan

¡íapenas trouxe uma “confirmaçao” posterior;

9) pode ter derivado de Rodbertus a tese de as crisescontinuamente recorrentes constituírem um aspecto necessá-rio da vida econômica sob o capitalismo;

10) sua fé numa futura Idade de Ouro de caracterquase místico pode ter derivado de suas leituras do AntigoTestamento; c

11) por último, embora de modo algum seja o factorde menor importância, suas noções da tática revolucioná-ria derivavam, em parte, de Danton e de outros líderesjacobinos da Revolução Francesa”.

Numa carta que escreveu a Joseph Weydemeyer, em 5de março de 1852, Marx considerava que estas eram apenasas suas contribuições :

dfif“. ._ No que me diz respeito, nao é a mim que mecabe o mérito de haver descoberto nem a existência dasclasses na sociedade moderna, nem a luta que se verificaentre elas. Muito tempo antes de mim, historiadores burgue-ses já haviam estudado o desenvolvimento histórico dessaluta entre as classes e economistas burgueses haviam feitosua anatomia econômica. O que fiz de novo foi apenas isto:

1) -- Demonstrar que a ea:iste`ncia das classes está li-gada a certas fases de desenvolvimento históricro da produ-pao;

2) -- Que a luta de classes conduz necessariamente àditadura do proletariado; l 1

I* vflf'3) -- Que essa mesma ditadura nao constitui senao umafase de transição no sentido da abolição de todas as classes,isto é, a uma sociedade sem classes . ” c

_-\._\`..5-..I`_.iS~É DIALÉCTICA DO MAR-XISMO 57

Para os críticos anti-marxistas, todo esse processo levaa um circulo vicioso.

Se as classes surgem de um desenvolvimento históricoda producao e se a ditadura do proletariado implica a for-mação do Estado, tende a instituir uma casta dirigente, quese separa da procluç-säo. fatalmente parasitária, que ter-mina por tornar-se numa classe, cuja manutenção se pro-cessa a custa da plusvalia, realizada através de impostos,contribuições de toda espécie, etc., provocando, consequen-temente uma nova luta de classes, que levaria a uma novaditadura do proletariado, que instintuindo-se em forma es-tatal, geraria outra classe usufrutuária da plusvalia, pro-vocando outra luta de classes e assim sucessivamente. Oexemplo russo é demasiadamente expressivo e revela, deforma irretorquivel, que a “ditadura do proletariado” seestruturou de modo não previsto nem por Marx, nem porEngels, nem por Lenine, refutando, na prática, o que fôraafirmado em teoria.

E” verdade que os defensores do estatismo russo alegamque as conjunturas históricas, etc., impediram a realizaçãodo que fôra “cientificamente” previsto por Marx.

Mas os adversários do marxismo respondem: e que va-lor cientifico tem essa doutrina que não previu tais conjun-turas? Marx, Engels e Lenine acreditaram sempre no de-_perecimento do Estado, e, no entanto, este aumentou de po-der constantemente, fortaleceu-se cada vez mais, em vez dedefinhar. .

Que maior refutação às afirmativas que os factos?

Na verdade os marxistas fazem malabarismos espantosospara justificar a imprevisão de Marx e de Lenine. Masessas justificativas não destroem as afirmativas que aquelesfizeram. Nunca admitiram a possibilidade do que aconteceudepois. Portanto, exclamam os anti-marxistas, Marx eLenine foram legítimos utopistas. Os factos vieram com-provar, de maneira irrefutável, que os chamados utopistasque os combatiam eram muito mais realistas que os realis-tas Marx e Lenine. e

Recommended