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ANALISE E TOMADA DE DECISÃO DE
CERTIFICAÇÕES DA CONSTRUÇÃO
SUSTENTÁVEL NO BRASIL
Itayna Monica Cardoso Liborio (Urca )
monicaliborio10@yahoo.com.br
Cassia Taisy Alencar de Andrade (Urca )
taisyalencar@gmail.com
Fernanda Dias da Silva (Urca )
nanda_diaz_@hotmail.com
Rodolfo Jose Sabia (Urca )
rodolfo.sabia@urca.br
Rosa Maria de Medeiros Marinho (Urca )
rosa-medeiros@hotmail.com
As questões ambientais vêm ocupando cada vez mais espaço no
mercado econômico e tem sido motivos de debates em todos os países.
O crescente desenvolvimento do setor da construção civil é um desses
assuntos, devido à quantidade de resíduos ssólidos deixados, assim
como a melhor utilização dos recursos naturais, e para isso foi criado
os selos ambientais. Os mais conhecidos no Brasil são os LEED,
AQUA e Casa Azul. O presente artigo tem como objetivo identificar a
certificação de melhor desempenho a ser utilizado para edificações
residenciais no Brasil, portanto, foi realizada uma análise comparativa
através das ferramentas AHP e ANP. Após a estrutura montada,
iniciou-se uma fixação de pesos para definir a importância dos
critérios e subcritérios alocados ao programa. Os pesos foram
colocados de acordo com as informações coletadas no trabalho,
combinando com uma pesquisa feita com pessoas que já teriam
estudado sobre os selos de certificação abordados. Assim obtivemos
das analises que o Modelo de Certificado mais adequado é o Selo Casa
Azul, com 44,4099%, seguido do selo LEED com 33,8607%, e por
último o selo AQUA com 21,7294%.
Palavras-chave: Sustentabilidade, Construção Civil, Selos Verdes,
AHP,ANP
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.
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João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .
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1. Introdução
Fala-se cada vez mais em sustentabilidade, em ser sustentável e em criar formas e ferramentas
que se permita isso, pois nossos recursos estão ficando escassos, e com o crescimento das
cidades e populações tão acelerados é de fundamental importância à sustentabilidade na
Construção Civil. Considerada uma atividade econômica importante para o país a construção
civil absorve em torno de 50% de todos os recursos extraídos da crosta terrestre e consome
entre 40% e 50% da energia consumida em cada país. Dados da Unep relatam que os edifícios
são responsáveis por 25% a 40% do consumo de energia e 30% a 40% das emissões de CO2,
além da utilização de significativas quantidades de recursos naturais, como materiais e
minerais extraídos de jazidas (30%), água (20%) e espaço (10%). No Brasil, tem-se no
mínimo uma quarta parte da parcela de emissão de CO2, excetuando-se a parcela relativa às
queimadas (Paula Mendes et al, 2014). As implicações e impactos gerados pelos edifícios no
mundo todo são muitos, e com uma preocupação cada vez mais crescente em ser sustentável
surgiu à ideia da Construção Sustentável que tem como objetivo minimizar esses impactos
ambientais. Atualmente essa ideia vem sendo difundida aos poucos, mas futuramente a
certificação verde será necessária, pois as pessoas irão preferir optar por uma construção onde
terão vantagens econômicas, sociais e ambientais. Diante então dessa preocupação, este artigo
tem como objetivo identificar qual o selo é mais eficientemente aplicado às construções
sustentáveis no Brasil dentre três pré-selecionados, o Leed, o Aqua, e o Selo Casa Azul.
2. Objetivos
A pesquisa tem como objetivo selecionar o selo que é mais eficientemente aplicado a
construção sustentável no Brasil, ou seja, considerando para essas qualificações a realidade de
nosso país, através da utilização do programa Superdecisions.
3. Metodologia
A princípio foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre os selos de sustentabilidade na
construção civil e certificação ambiental. Por se tratar de um assunto recente e de grande
repercussão atual, a investigação foi feita através de livros, revistas científicas especializadas,
artigos e trabalhos científicos.
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Em seguida, foi empregado o programa Superdecisions, que implanta o Analytic Hierarchy
Process (AHP) e o Analytic Network Process (ANP), para a avaliação das alternativas pré-
selecionadas (Selo LEED, Selo AQUA e Selo Casa Azul). Também foram estabelecidos
critérios e subcritérios para melhor aplicação desta ferramenta que tem sido frequentemente
utilizada em muitos campos de práticas e pesquisas.
4. Sustentabilidade na Construção
Construção sustentável é aquela que reduz os impactos com melhor aproveitamento dos
recursos naturais, racionalização do uso de energia, redução do uso de resíduos, aplicações de
materiais alternativos e desenvolvimento de tecnologias que permitam economia de água e
energia (Eliane Cristina et al, 2011). Desde então a construção vem passando por um processo
de transformação que equilibra o tripé da sustentabilidade. Esse processo busca adequar à
construção as metodologias sustentáveis. Vários países levaram a sério e desenvolveram seus
próprios selos. Exemplos de países em desenvolvimento com seus respectivos selos foram:
BREE (Building Reserch Establishment-Inglaterra), USGBC (United States Green Building
Council- Estados Unidos), DGNB (German Sustainable Building Council- Alemanha), HQE
(Haute Qualité Environnementale- França). Esses métodos de certificação têm se mostrado
muito eficiente, de acordo com GBC Brasil eles têm conseguido reduzir em torno de 30% o
consumo de energia dentro da edificação, de 30 a 50% o consumo de água, e conseguem
reduzir também em cerca de 60% a 80% a gestão de resíduos, que são gerados durante todo o
empreendimento. De acordo com Barros (2012), para a potencialização da certificação em
edifícios e promoção das construções sustentáveis são necessárias algumas ações por parte
das autoridades governamentais, como segue:
Valorizar as edificações e projetos sustentáveis nos critérios de apreciação das
propostas apresentadas em obras públicas;
Criar legislações locais que por meio de incentivos (créditos fiscais e consultores
patrocinados pelo governo) e exigências de requisitos mínimos de sustentabilidade
para edificações, insumos e componentes, movimente toda a cadeia produtiva da
construção e torne mais familiar o processo de certificação;
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Criar prêmios que possam promover e divulgar a adoção das certificações e Green
buildings, melhorando a conscientização pública sobre a temática;
Criar Institutos verdes ou redes de cooperação, para dar suporte à disseminação das
edificações sustentáveis e à criação de sinergias organizacionais que objetivam a
criação de redes locais de empresas da construção civil e a criação de programas de
capacitação em escolas técnicas e universidades e programas de geração e difusão de
novos conhecimentos.
Dos certificados mais conhecidos e utilizados no país, foram escolhidos para o estudo o
LEED for Homes, Processo AQUA; primeira metodologia brasileira o Selo Casa Azul. Para
análise comparativa dos três selos verdes citados, utilizou-se O método de análise de decisão,
o Analytic Hierarchy Process (AHP) e o Analytic Network Process (ANP), métodos que
auxiliam no processo decisivo através de uma matriz de decisão, com a determinação de pesos
para os critérios de avaliação.
5. LEED For Homes
O LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é um selo sustentável
desenvolvido pela USGBC (United States Green Building Council) para certificar edificações.
O LEED desenvolveu a categoria LEED for homes que tem por objetivo certificar casas que
atendam aos requisitos sustentáveis como a gestão de água, energia e conforto. Para que um
imóvel receba a certificação LEED pela organização americana USGBC é necessário cumprir
pré-requisitos e créditos comprovando a adoção de práticas de sustentabilidade ambiental,
creditados ao projeto de acordo com as recomendações estabelecidas pelo sistema LEED. O
nível da certificação é definido conforme a quantidade de pontos adquiridos na avaliação nas
oito categorias, podendo variar de nível Certificado, Prata, Ouro ou Platina. A certificação
LEED FOR HOMES apresenta oito categorias com pré-requisitos e créditos. Os Pré-
requisitos são requisitos mínimos obrigatórios, a serem atendidos pelo projeto para que o
mesmo tenha direito a acumulação de pontos para certificação, caso não sejam atendidos o
projeto não poderá ser certificado.
Quadro 1 - Dimensões Avaliadas
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Implantação 25
Uso Racional da Água 12
Energia e Atmosfera 28
Materiais e Recursos 15
Qualidade Ambiental Interna 15
Requisitos Sociais 3
Inovação e Projeto 10
Créditos Regionais 2
Fonte: Adaptado inovatechengenharia.com.br/leed
Estima-se que já se tem aproximadamente 279 edifícios certificados com o selo LEED no
Brasil, desses, 70% correspondem a empreendimentos comerciais, escritórios e centros de
distribuição. Existe também a certificação residencial, lançado em agosto de 2014, e Até
agora, dois empreendimentos possuem o selo, um na cidade de São Paulo e outro em São
Sebastião, litoral do Estado.
6. AQUA
A certificação AQUA (Alta Qualidade Ambiental) foi desenvolvida em 2008 pela Fundação
Vansolline para atender a realidade brasileira e teve como base o Selo Frances HQE.
A Alta Qualidade Ambiental (AQUA) é definida como sendo um processo de gestão de
projeto visando obter a qualidade ambiental de um empreendimento novo ou envolvendo uma
reabilitação (FCAV, 2007).
O Processo AQUA avalia o desempenho ambiental de uma construção por sua natureza
arquitetônica e técnica, bem como pela gestão. Estrutura-se em dois instrumentos principais: o
Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE) e o referencial de Qualidade Ambiental do
Edifício (QAE). Na visão deste selo verde, a gestão da edificação, permite definir as vertentes
de projeto que irão atingir e manter os níveis de qualidade ambiental (FCAV, 2007).
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Na metodologia do AQUA verificam-se catorze categorias, ou conjuntos de preocupações,
que são agrupadas em quatro famílias. Este escopo permite avaliar edifícios majoritariamente
destinados ao uso para escritórios ou escolas. As fases analisadas são a do programa de
necessidades, a de projeto e a de construção. Apesar da fase de uso e operação da edificação
não ser contemplada pela certificação, o Processo AQUA incorpora elementos que facilitam o
desempenho ambiental após a entrega da obra (FCAV, 2007).
Quadro 2 - Categorias do Processo AQUA
CATEGORIAS AQUA
Sítio e
Const
rução
Relação do edifício com o seu entorno;
Escolha integrada de produtos, sistemas e processos
Construtivos;
Canteiro de obras com baixo impacto ambiental.
Gestã
o
Gestão da energia;
Gestão da água;
Gestão dos resíduos de uso e operação do edifício;
Manutenção - Permanência do desempenho ambiental.
Confo
rto
Conforto hidrotérmico
Conforto acústico
Conforto visual
Conforto olfativo
Saúde Qualidade sanitária dos ambientes
Qualidade sanitária do ar
Qualidade sanitária da água
Fonte: adaptação vanzolini.org.br
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Essas categorias ainda podem ser classificadas no nível BASE, BOAS PRATICAS ou
MELHORES PRATICAS. Para se obter a certificação o empreendedor precisa atender a” 3
categorias no nível MELHORES PRATICAS, 4 categorias no nível BOAS PRATICAS e 7
categorias no nível BASE “, tendo autonomia para escolher qual nível ele quer atender em
cada categoria, e estima-se que existam aproximadamente 167 certificações Aqua no Brasil,
entre edifícios, corporações, residências e shopping. (Vanzolini.org.br/aqua)
7. Selo Casa Azul
O selo casa azul é uma classificação socioambiental de empreendimentos residenciais da
Caixa Econômica Federal. É o primeiro sistema de certificação criado para a realidade da
construção brasileira. Foi desenvolvido por uma equipe multidisciplinar em parceria com a
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Universidade Federal de Santa Catarina e
Universidade Estadual de Campinas.
O intuito é incentivar o uso racional de recursos naturais, reduzir o custo da manutenção dos
edifícios e as despesas mensais dos usuários, além da conscientização das vantagens das
construções sustentáveis. O selo aplica-se a empreendimentos habitacionais financiados pela
Caixa Econômica Federal e sua adesão é voluntaria.
A metodologia do Selo Casa Azul está dividida em seis categorias de preocupações
socioambientais, organizados em 53 ações que são consideradas critérios de avaliação, que
serão levadas em consideração na avaliação do empreendimento. Apenas 19
empreendimentos são certificados com esse selo.
Quadro 3 - Resumo Categorias
RESUMO CATEGORIAS CAIXA AZUL
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QUALIDADE
URBANA
1. Qualidade do Entorno - Infraestrutura (obrigatório)
2. Qualidade do Entorno - Impactos (obrigatório)
3. Melhorias no Entorno
4. Recuperação de Áreas Degradadas
5. Reabilitação de Imóveis
PROJETO E
CONFORTO
6. Paisagismo (obrigatório)
7. Flexibilidade de Projeto
8. Relação com a Vizinhança
9. Solução Alternativa de Transporte
10. Local para Coleta Seletiva (obrigatório)
11. Equipamentos de Lazer, Sociais e Esportivos (obrigatório)
12. Desempenho Térmico - Vedações (obrigatório)
13. Desempenho Térmico - Orientação ao Sol e Ventos
(obrigatório)
14. Iluminação Natural de Áreas Comuns
15. Ventilação e Iluminação Natural de Banheiros
16. Adequação às Condições Físicas do Terreno
EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA
17. Lâmpadas de Baixo Consumo - Áreas Privativas (obrigatório)
18. . Dispositivos Economizadores - Áreas Comuns (obrigatório)
19. Sistema de Aquecimento Solar
20. Sistemas de Aquecimento à Gás
21. Medição Individualizada - Gás (obrigatório)
22. Elevadores Eficientes
23. Eletrodomésticos Eficientes
24. Fontes Alternativas de Energia
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CONSERVAÇÃO
DE RECURSOS
MATERIAIS
25. Coordenação Modular
26. Qualidade de Materiais e Componentes (obrigatório)
27. Componentes Industrializados ou Pré-fabricados
28. Formas e Escoras Reutilizáveis (obrigatório)
29. Gestão de Resíduos de Construção e Demolição (RCD)
(obrigatório)
30. Concreto com Dosagem Otimizada
31. Cimento de Alto-Forno (CPIII) e Pozolânico (CP IV)
32. Pavimentação com RCD
33. Facilidade de Manutenção da Fachada
34. Madeira Plantada ou Certificada
GESTÃO DA
ÁGUA
35. Medição Individualizada – Água (obrigatório)
36. Dispositivos Economizadores - Sistema de Descarga
37. Dispositivos Economizadores – Arejadores
38. Dispositivos Economizadores - Registro Regulador de Vazão
39. Aproveitamento de Águas Pluviais
40. Retenção de Águas Pluviais
41. Infiltração de Águas Pluviais
42. Áreas Permeáveis (obrigatório)
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PRÁTICAS
SOCIAIS
43. Educação para a Gestão de RCD (obrigatório)
44. Educação Ambiental dos Empregados (obrigatório)
45. Desenvolvimento Pessoal dos Empregados
46. Capacitação Profissional dos Empregados livre escolha livre
escolha
47. Inclusão de trabalhadores locais
48. Participação da Comunidade na Elaboração do Projeto
49. Orientação aos Moradores (obrigatório)
50. Educação Ambiental dos Moradores
51. Capacitação para Gestão do Empreendimento
52. Ações para Mitigação de Riscos Sociais
53. Ações para a Geração de Emprego e Renda
Fonte: Adaptado http://www.caixa.gov.br
Existem três níveis de classificação o Bronze, a Prata e o Ouro, sendo que:
A categoria Bronze se aplica somente a habitações de interesse social. Para a categoria
Bronze, devem ser atendidos no mínimo 19 critérios obrigatórios.
A categoria Prata, devem ser atendidos os 19 critérios obrigatórios e mais 6 critérios
de livre escolha
Para a categoria Ouro, 19 critérios obrigatórios e 12 critérios de livre escolha.
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Quadro 4 - Quadro de inscrição e de valores.
SELO INSCRIÇÕES VALOR
LEED
Pelo site www.gbci.org e paga a taxa
de cadastro de US$ 600,00
Projetos com até 5.000m² pagam mais US$ 2.250,00;
De 5.000m² até 50.000m² pagam mais US$ 0,45 por
m²;
Acima de 50.000m², mais US$ 22.500,00;
AQUA
Pelo site www.vanzolini.org.br
Empreendimentos até 1.500m² pagam R$ 17.500,00
Acima de 1.500m², R$ 1,609 por m²
CAIXA
Pela CAIXA
Não haverá despesas para o proponente na concessão
do Selo, apenas será cobrada uma taxa de análise de
projeto do candidato ao Selo Casa Azul CAIXA
emitida na entrega da documentação para cobertura
dos custos da análise técnica, conforme fórmula
abaixo:
Taxa = 40,00 + 7 (n-1) limitada a R$ 328,00,
sendo n = número de unidades
8. O AHP E ANP
O método de análise de decisão Analytic Hierarchy Process (AHP), fundamenta-se na
comparação de alternativas de escolhas, duas a duas, onde quem decide realiza pares de
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comparações relativas a duas alternativas em mesmo nível da estrutura de decisão julgando
qual elemento satisfazem mais e quanto mais, identificando, assim, o ranking de cada
alternativa candidata a solucionar o problema. Segundo Machado, Gomes e Chauvel (2003), o
método de análise hierárquica mostra-se adequado pela sua grande utilidade na estruturação
do problema decisório, permitindo ao tomador de decisão a definição das suas prioridades
com base em seus objetivos, sempre em linha com sua intuição e conhecimento do problema.
Os estudos de Saaty (1980) revelam a existência de três qualidades importantes presentes no
AHP: a estruturação hierárquica, a obtenção de prioridades e a consistência lógica, sendo
estes, os princípios básicos do pensamento analítico. Na estruturação hierárquica, o decisor
segue as seguintes etapas propostas por Saaty (1980): definição dos objetivos, das alternativas
e dos critérios relevantes para o problema de decisão; avaliação das alternativas em relação
aos critérios e avaliação da importância relativa a cada critério; e determinação da avaliação
global de cada alternativa, com todos os elementos estruturados de forma hierárquica. Em
relação à obtenção de prioridades no método AHP, é estabelecida uma relação entre os
elementos de cada nível de hierarquia com a comparação par a par dos critérios ou
subcritérios (Iañes & Cunha, 2006), ou seja, a comparação entre os atributos ocorre no mesmo
nível da estrutura de decisão. Os valores possíveis de serem atribuídos aos elementos,
segundo a Escala Fundamental proposta por Saaty (1980), vão de 1 a 9, sendo que o 1
representa uma comparação onde os elementos são igualmente importantes, o 5 aponta a
importância grande ou essencial e o 9 indica importância absoluta de um elemento em relação
ao outro.
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Quadro 5 - Resumo do Método AHP
Fonte: Adaptado de Costa, 2010.
Já o Analytic Network Process ou ANP é um método também desenvolvido por Saaty, que é
utilizado para classificação os nós através da inter-relação entre um conjunto de elementos,
lidando com elementos interdependentes e proporcionando um ambiente integrado para uma
avaliação de relações em sistemas complexos, pode ser usados também para problemas que
envolvam tomadas de decisão com múltiplas variáveis, critérios as relações entre eles.
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Para aplicação do ANP o processo inicial se consiste na identificação e estruturação
dos elementos que pertencem a grupos básico: Objetivo, critérios e alternativas. O segundo
passo consiste na definição da relação entre os elementos que foram identificados na etapa
anterior, passando por cálculos de matriz até chegar ao resultado final que é o resultado do
ranking de todas alternativas.
9. Resultados
Conforme a figura 4 verifica-se que o selo AQUA, tem o maior custo de certificação, seguido
pelo Selo LEED, e depois o Selo Casa Azul, o de menor custo de certificação. Esta tendência
também se repete na renda e no investimento. No entanto, sabemos que isso ainda não é o
satisfatório para julgar qual selo teria maior eficácia, pois para isso é necessária uma avaliação
levando em consideração outros critérios que não relacione apenas a parte financeira de selo
de certificação ambiental.
Assim, de acordo com o estudo realizado, pudemos armazenar e filtrar informações
suficientes para a avaliação das alternativas no programa e alcançarmos a seguinte estrutura:
Figura 1 – Estrutura do Programa
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Após a estrutura montada, inicia-se a fixação de pesos para cada critério a ser avaliado. Para
definição da importância entre critérios e subcritérios. Os pesos foram colocados de acordo
com as informações coletadas no trabalho, combinando com uma pesquisa feita com pessoas
que já teriam estudado sobre os selos de certificação ambiental abordados. Logo, obtivemos
os seguintes resultados:
Figura 2 – Resultados do Superdecisions
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Fonte: Superdecisions
Com base no gráfico acima podemos observar que o selo Casa Azul foi selecionado pelo
programa como a alternativa que mais atende ao objetivo aplicado com 44,4099%, seguido do
selo LEED com 33,8607%, e por último o selo AQUA com 21,7294%.
Figura 3 – Resultados do Superdecisions
Fonte: Superdecisions
Figura 4- Gráfico dos critérios
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17
27
,45
5 42
,84
4
29
,70
1 41
,28
3
15
,82
1
42
,89
6
0
3,0
86
27
,84
4
1,0
55
24
,77
7,3
83
8,2
57
11
,96
6
8,2
57
7,3
83
05101520253035404550
Selo
AQ
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Ren
da
Normatized by CLUSTER %
Analisando este gráfico, conseguimos obter não somente o resultado de cada alternativa, mas
também a importância que cada critério e subcritério tiveram perante as opções de selos. Os
critérios Conservação do Meio Ambiente e Econômico foram os que apresentaram maior
importância diante da escolha, com 37,235% e 33,759%, seguido do critério Qualidade de
vida com 29,006%.
10. Conclusão
Pôde-se analisar, pelo estudo realizado, que o critério Conservação do meio ambiente
apresenta uma relativa equidade entre os selos LEED, AQUA e Casa Azul, porém, com uma
abrangência um pouco maior no selo LEED. No que concerne ao critério Qualidade de vida, o
selo Casa Azul atinge um nível financeiro mais baixo, propiciando maior possibilidade de
construções certificadas para atender a população, enquanto os Selos AQUA e LEED se
destinam a grandes corporações.
O critério econômico também se mostra mais importante para o selo Casa azul, uma vez que
seu custo de investimento é consideravelmente menor que os outros selos, e levando em
consideração que a pessoa que deseja adquirir tal certificação não necessita ter uma renda
elevada, diferente dos selos AQUA e LEED que são menos acessíveis.
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Com isso, o acesso à certificação parece caminhar na direção das construções sustentáveis
para todos, sendo o Selo Casa Azul o de maior amplitude neste seguimento. Nas grandes
capitais o Selo LEED e o Selo AQUA ganham destaque pela sua imponência e Know-How,
porém na maioria dos municípios brasileiros, inclusive nas periferias das metrópoles o Selo
Casa Azul parece atender as aspirações da construção sustentável, que tem como premissas o
economicamente viável, o socialmente justo e o ecologicamente correto.
REFERÊNCIAS
AQUA. Certifique o seu empreendimento. Disponível em: <http://vanzolini.org.br/aqua/certifique-o-seu-
empreendimento/> Acesso em: 14 dez. 2015.
BARROS, Ana Dorys Muñoz. A adoção de sistemas de avaliação ambiental de edifícios (LEED e Processo
AQUA) no Brasil: Motivações, benefícios e dificuldades. São Carlos: USP, 2012. Dissertação (Mestrado em
Arquitetura e Urbanismo), Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.
CAIXA, Selo Casa Azul: Boas praticas para habitação mais sustentável. Disponível em:<
http://www.caixa.gov.br/Downloads/selo_azul/Selo_Casa_Azul.pdf > Acesso em: 07 jan. 2016.
CRISTINA, Eliane; SIMÕES, Alinne; GARCEZ, Naná. Construção verde: Produtos e Tecnologias
Disponíveis permitem empreendimentos sustentáveis e nova lei exige responsabilidade na produção,
reaproveitamento e destino final do resíduo sólido. Fevereiro/março 2011. Disponível em:
<http://www.cbic.org.br/sites/default/files/Construcao%20verde.pdf> Acesso em: 26 de fev. 2016.
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