Aplicação da Teoria Monotônica de Operadores em Sistemas ... · No caso particular de sistemas...

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* Bolsista do Programa de Mestrado da Universidade Federal de Uberlândia

Aplicação da Teoria Monotônica de Operadores

em Sistemas de Prospecção de Petróleo

Grégory Duran Cunha* Rafaela Neves Bonfim* Valdair Bonfim

Faculdade de Matemática - Universidade Federal de Uberlândia

CEP: 38.408-100, Campus Santa Mônica, Uberlândia, MG

E-mail: gregsolvente@hotmail.com

rafaelanevesbonfim@yahoo.com.br

valdair@ufu.br

RESUMO

Neste trabalho consideramos a questão da existência de soluções fracas para a seguinte

equação diferencial parcial de evolução

(1) 0,,2

3

2

2

2

2

t

uxtq

xt

u

x

u

t

u, [,0] Tt , [,0] lx .

A equação (1) serve de modelo, por exemplo, para a deformação longitudinal, a partir

da posição de equilíbrio, de uma barra de comprimento l em determinados sistemas mecânicos.

O termo ),,( tuxtq incorpora atritos do sistema, e as hipóteses que fizemos em q engloba casos

encontrados nas aplicações (veja Barreto, [2]). No caso particular de sistemas de prospecção de

petróleo a função ),( xtu deve satisfazer a equação (1) juntamente com condições de contorno

que são não-lineares e descontínuas. Essa condição de contorno descontínua deve-se a um

mecanismo de válvulas que imprime mudanças repentinas na tensão aplicada numa das

extremidades da barra. Precisamente, denotando por H a função de Heaviside, consideramos em

lx a condição de contorno ),(1.),(),( ltuHmltultu ttxx . Num sistema de

referência apropriado isto significa que quando a velocidade ),( ltut é positiva então a tensão

na extremidade lx da barra é nula, ao passo que quando ),( ltut é negativa a tensão

corresponde ao peso da coluna de óleo em elevação. Na extremidade 0x pedimos que

)()0,( ttu , onde )(t provém do movimento imposto ao sistema por um motor na

superfície. Mediante uma mudança de variável adequada podemos supor, sem perder

generalidade, que é identicamente nula. Ou seja, associada à equação (1) consideramos as

seguintes condições de contorno:

(2) 0)0,( tu , ),(1.),(),( ltuHmltultu ttxx , 0t .

Para demonstrar a existência de solução fraca para o problema (1)-(2) utilizamos a

Teoria dos Operadores Maximais Monótonos em Espaços de Hilbert (Brézis, [1]). Mais

precisamente, chamando tuv , ficamos com:

(3) 0,0),.,(,0)(,, vtqvuvvu xxtt

(4) 0)0,( tu , ),(1.),( ltvHmltvu x

Colocando ),( vuw obtemos a equação de evolução

(5) 0)(,)( twtBtwAdt

dw

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no espaço de Hilbert H = ),0(H 21,0 lL , com o produto interno

(6) l l

dxvvdxuuvuvu0 0 21212211 ,,, , onde

(7) ],0[: TB H H é dado por

),.,(,0),(, vtqvutB

(8) )(: ADA H H é definido por

)(,, vuvvuA ,

sendo

)()(,)(),0(),()( 20,10,1 lvulvelHvuHHvuAD ,

0)0(),0(10,1 ulHuH , e ℝ2

é o gráfico abaixo:

O principal resultado deste trabalho consiste em provar que, em relação ao produto

interno (6), o operador A é monótono maximal no espaço H , o que rende, devido à teoria

abstrata de Brézis [1], a existência de solução fraca para (1)-(2) no caso 0q . Com um

argumento análogo ao de Picard conseguimos provar, sob condições razoáveis, que o problema

(1)-(2) também tem solução fraca quando q não é identicamente nula. O próximo passo

consiste investigar que tipo de regularidade essas soluções possuem.

Palavras-chave: Operadores monotônicos; prospecção de petróleo.

Os autores agradecem à FAPEMIG pelo apoio financeiro.

Referências

[1] Brézis, H., Operateurs maximaus monotones et semi-groupes de contractions dans lês

espaces de Hilbert. North-Holland, Amsterdam (1973).

[2] Barreto, M. A. F., Geração de carta dinamométrica de fundo para diagnóstico do bombeio

mecânico em poços de petróleo. Faculdade de Engenharia Mecânica – Depto de Engenharia

de Petróleo – Unicamp (1973).

m

)(lv

)()( lvu

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