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Universidade de Aveiro
Ano 2009
Departamento de Ambiente e Ordenamento
Alessandro Fernandes
da Silva Duarte
Aplicao de Geossintticos na Impermeabilizao
e Selagem de Aterros
Universidade de Aveiro
2009
Departamento de Ambiente e Ordenamento
Alessandro Fernandes
da Silva Duarte
Aplicao de Geossintticos na Impermeabilizao e
Selagem de Aterros
dissertao apresentada Universidade de Aveiro para cumprimento dos
requisitos necessrios obteno do grau de Mestre em Engenharia do
Ambiente, realizada sob a orientao cientfica do Prof. Doutor Manuel Arlindo
Amador de Matos, Professor Auxiliar do Departamento de Ambiente e
Ordenamento da Universidade de Aveiro.
"A preservao do meio ambiente comea com pequenas atitudes
dirias, que fazem toda a diferena. Uma das mais importantes a
reciclagem do lixo."
Natlia Alves
o jri
presidente
vogal
vogal
Professor Doutor Lus Antnio da Cruz Tarelho
Professor Auxiliar do Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro
Professor Doutor Manuel Arlindo Amador de Matos
Professor Auxiliar do Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro
(Orientador)
Professora Doutora Isabel Maria da Assuno de Marta Oliveira Bentes
Professora Associada, Departamento de Engenharia, Universidade de Trs-os-Montes e Alto
Douro
(Arguente)
agradecimentos
No foi fcil concluir este projecto que propus a mim mesmo mas, apesar de todas as dificuldades inerentes s circunstncias em que foi realizado, penso ter adquirido mais-valias na sua realizao!
Gostava de agradecer a todos aqueles que me apoiaram durante este tempo, quer tenha sido com colaborao tcnica, terica ou mesmo e s com a sua pacincia!
palavras-chave
Geossintticos, aterro de inertes, aterro de resduos no perigosos,
aterro de resduos perigosos, geomembrana, geotxtil, bentonite,
geocomposto bentontico, geocomposto drenante, geogrelha, sistema
de deteco de fugas, qualidade.
resumo
Os aterros controlados que actualmente operam em Portugal
obedecem a critrios de construo e explorao muito mais restritivos
que aqueles que deram origem s lixeiras que constituam o modo de
acondicionamento final dos resduos urbanos na maioria dos
municpios portugueses.
Este documento descreve os processos de impermeabilizao e
selagem de aterros recorrendo ao uso de geossintticos analisando
passo a passo cada tarefa necessria sua implementao e as
alternativas existentes actualmente no mercado para cada uma delas.
As caractersticas tcnicas que tornam fiveis e seguros os referidos
processos, tanto para o ambiente como para a populao, incluem o
controlo de qualidade quer dos materiais quer da aplicao tcnica dos
mesmos e os mtodos utilizados actualmente que reforam a
segurana destas aplicaes (como sejam os sistemas de deteco de
fugas).
Todo o trabalho apresentado fruto da avaliao e acompanhamento
directo de obras realizadas no mbito dos processos de
impermeabilizao e selagem de aterros, esperando-se que no final o
leitor possa ter ficado esclarecido acerca das tcnicas utilizadas
actualmente para eliminao de resduos em aterro, tendo em vista
garantir a proteco da sade pblica e do meio ambiente.
keywords
Geosynthetics, inert waste landfill, non-hazardous waste landfill,
hazardous waste landfill, geomembrane, geotextile, bentonite
geocomposite bentonite, geocomposite drainage, geogrid,
leakage detection system, quality.
abstract
The controlled landfills currently operating in Portugal meet
much more restrictive criteria for construction and operation
than those that led to the laystall that were the way to final
deposition of waste in most Portuguese municipalities.
This document describes the process of landfills sealing,
through the use of geosynthetics, analyzing step by step every
task necessary for its implementation and the alternatives
currently on the market.
The technical characteristics that make these proceedings
reliable and safe, both to the environment and the population,
includes quality control of the materials and technical
application, and the currently used methods to strengthen
security of these applications (such as the leakage detection
systems).
All work submitted is the result of direct monitoring and
evaluation of works carried out in connection with the sealing of
landfills, it is expected that in the end the reader may have been
informed about the techniques currently used for waste disposal
in landfills, and to ensure the protection of public health and the
environment.
Alessandro Duarte
Universidade de Aveiro i
ndice
ndice .............................................................................................................................................. i
ndice de figuras............................................................................................................................. v
ndice de tabelas ........................................................................................................................... ix
Lista de abreviaturas ...................................................................................................................... x
Nomenclatura .............................................................................................................................. xii
1 Introduo .............................................................................................................................1
1.1 Das lixeiras aos aterros .................................................................................................2
1.2 Situao nacional actual ................................................................................................4
1.2.1 Lixeiras encerradas ...................................................................................................4
1.2.2 Aterros em actividade e capacidades de deposio para resduos urbanos e
industriais ..............................................................................................................................4
1.2.3 Perspectiva futura para novos aterros e centrais de valorizao ................................8
1.3 Legislao em vigor ......................................................................................................9
1.4 Legislao relativa a aterros ........................................................................................ 16
1.4.1 Licenciamento da instalao, construo e explorao ............................................ 16
1.4.2 Preveno e controlo integrados da poluio (PCIP) ............................................... 22
1.4.3 Classes de aterros .................................................................................................. 23
1.5 O uso de geossintticos em aterros controlados .......................................................... 24
1.6 Objectivos e metodologia deste trabalho ..................................................................... 26
2 Tecnologias de aterro .......................................................................................................... 27
2.1 Localizao ................................................................................................................. 27
2.2 Projecto de execuo e de explorao ........................................................................ 27
2.3 Controlo de emisses .................................................................................................. 28
2.3.1 Sistema de proteco ambiental passiva ................................................................. 29
2.3.2 Sistema de proteco ambiental activa.................................................................... 30
2.4 Requisitos de estabilidade ........................................................................................... 32
2.5 Equipamentos, instalaes e infra-estruturas de apoio ................................................ 32
2.6 Acompanhamento e controlo nas fases de explorao e ps-encerramento ................ 33
2.6.1 Acompanhamento e controlo na fase de explorao ................................................ 33
2.6.1.1 Manual de explorao ..................................................................................... 33
2.6.1.2 Relatrios de actividade .................................................................................. 34
2.6.1.3 Registos ......................................................................................................... 34
2.6.1.4 Controlo de assentamentos e enchimento ....................................................... 35
2.6.1.5 Controlo dos lixiviados .................................................................................... 35
2.6.1.6 Controlo das guas superficiais ...................................................................... 36
2.6.1.7 Controlo do biogs .......................................................................................... 36
2.6.1.8 Controlo das guas subterrneas.................................................................... 36
Aplicao de Geossintticos na Impermeabilizao e Selagem de Aterros
ii Departamento de Ambiente e Ordenamento
2.6.1.9 Outros requisitos............................................................................................. 37
2.6.2 Fase ps-encerramento .......................................................................................... 38
2.6.2.1 Condies gerais ............................................................................................ 38
2.6.2.2 Relatrios ....................................................................................................... 38
2.6.2.3 Manuteno .................................................................................................... 39
2.6.2.4 Controlo dos dados meteorolgicos e assentamentos ..................................... 39
2.6.2.5 Controlo dos lixiviados .................................................................................... 40
2.6.2.6 Controlo de gases ........................................................................................... 40
2.6.2.7 Controlo das guas superficiais e subterrneas .............................................. 40
3 Impermeabilizao de aterros .............................................................................................. 41
3.1 Geossintticos............................................................................................................. 41
3.1.1 Sistemas de impermeabilizao .............................................................................. 42
3.1.2 Equipamentos de apoio instalao e aplicao de geossintticos ......................... 43
3.2 Geogrelhas ................................................................................................................. 45
3.2.1 Caractersticas e aplicaes .................................................................................... 45
3.2.2 Tipos de geogrelhas ................................................................................................ 46
3.2.3 Instalao de geogrelhas ........................................................................................ 47
3.3 Georredes e geocompostos drenantes ........................................................................ 51
3.3.1 Caractersticas da georrede .................................................................................... 52
3.3.2 Geocomposto drenante ........................................................................................... 53
3.3.3 Aplicaes dos geossintticos ................................................................................. 54
3.3.3.1 Drenagem em planos inclinados ..................................................................... 54
3.3.3.2 Drenagem horizontal....................................................................................... 54
3.3.3.3 Como proteco ............................................................................................. 55
3.3.4 Instalao de georredes e geocompostos drenantes ............................................... 55
3.3.5 Vantagens da utilizao de georredes e de geocompostos drenantes ..................... 56
3.4 Geotxteis ................................................................................................................... 58
3.4.1 Tipos de geotxteis ................................................................................................. 58
3.4.2 Funes e aplicaes dos geotxteis ...................................................................... 59
3.4.2.1 Proteco ....................................................................................................... 59
3.4.2.2 Separao ...................................................................................................... 60
3.4.2.3 Filtragem ........................................................................................................ 61
3.4.2.4 Drenagem....................................................................................................... 61
3.4.2.5 Reforo ........................................................................................................... 62
3.4.3 Instalao dos geotxteis ........................................................................................ 63
3.5 Geocomposto bentontico ............................................................................................ 64
3.5.1 Generalidades......................................................................................................... 64
3.5.2 A bentonite.............................................................................................................. 65
3.5.2.1 Estado fsico ................................................................................................... 65
Alessandro Duarte
Universidade de Aveiro iii
3.5.2.2 Tipos de bentonite .......................................................................................... 66
3.5.2.3 Massa da bentonite......................................................................................... 67
3.5.3 Caractersticas ........................................................................................................ 67
3.5.4 Tipos de geocompostos bentonticos ....................................................................... 70
3.5.4.1 Adesivos ......................................................................................................... 71
3.5.4.2 Costura ........................................................................................................... 71
3.5.4.3 Agulhagem ..................................................................................................... 72
3.5.4.4 Soldadura a quente......................................................................................... 72
3.5.5 Propriedades relevantes.......................................................................................... 73
3.5.5.1 Condutividade hidrulica ................................................................................. 73
3.5.5.2 Resistncia ao corte ....................................................................................... 74
3.5.5.3 Autocicatrizao ............................................................................................. 74
3.5.6 Funes e aplicaes dos geocompostos bentonticos ............................................ 74
3.5.7 Vantagens do uso dos geocompostos bentonticos ................................................. 77
3.5.8 Instalao dos geocompostos bentonticos .............................................................. 77
3.6 Geomembrana ............................................................................................................ 79
3.6.1 Caractersticas ........................................................................................................ 79
3.6.2 Armazenamento e transporte da geomembrana ...................................................... 81
3.6.3 Processos de soldadura .......................................................................................... 82
3.6.3.1 Soldadura dupla .............................................................................................. 83
3.6.3.2 Soldadura por extruso ................................................................................... 85
3.6.3.3 Soldadura por mquina de ar quente .............................................................. 87
3.6.4 Preparao das superfcies que recebero a geomembrana ................................... 89
3.6.4.1 Superfcie de apoio ......................................................................................... 90
3.6.4.2 Valas de amarrao/ancoragem ..................................................................... 90
3.6.5 Instalao da geomembrana ................................................................................... 91
3.6.5.1 Colocao da geomembrana .......................................................................... 91
3.6.6 Aplicao da geomembrana .................................................................................... 93
3.6.6.1 Soldadura por dupla-pista ............................................................................... 94
3.6.6.2 Soldadura por extruso ................................................................................... 98
3.6.7 Aplicaes ............................................................................................................ 100
3.6.7.1 Aterros de resduos perigosos....................................................................... 100
3.6.7.2 Selagem de aterros....................................................................................... 102
4 Controlo de qualidade em sistemas de impermeabilizao de aterros ................................ 103
4.1 Recepo qualitativa em obra ................................................................................... 103
4.2 Recepo quantitativa em obra ................................................................................. 103
4.3 Produto no conforme ............................................................................................... 103
4.4 Aprovisionamento ...................................................................................................... 104
4.4.1 Geocompostos bentonticos .................................................................................. 104
Aplicao de Geossintticos na Impermeabilizao e Selagem de Aterros
iv Departamento de Ambiente e Ordenamento
4.4.2 Geotxteis, geocompostos drenantes e geogrelhas............................................... 104
4.4.3 Geomembrana ...................................................................................................... 105
4.5 Controlo de qualidade dos geossintticos aplicados .................................................. 105
4.5.1 Controlo de qualidade da geomembrana (ensaios s soldaduras) ......................... 106
4.5.1.1 Ensaios de pr-qualificao .......................................................................... 106
4.5.1.2 Ensaios no-destrutivos ................................................................................ 107
4.5.1.3 Ensaios destrutivos ....................................................................................... 110
4.5.2 Mtodo elctrico de deteco de fugas ................................................................. 118
4.5.2.1 Modo de funcionamento................................................................................ 119
4.5.2.2 Descrio dos componentes do sistema ....................................................... 121
4.5.2.3 Deteco de fuga caso prtico ................................................................... 124
5 Concluses ....................................................................................................................... 127
Referncias bibliogrficas .......................................................................................................... 129
Anexo A Exemplo de caractersticas tcnicas de geogrelhas ................................................... 131
Anexo B Exemplo de caractersticas tcnicas de geocomposto drenante (geotxtil+georrede) 132
Anexo C Exemplo de caractersticas tcnicas de geotxteis .................................................... 133
Anexo D Exemplo de caractersticas tcnicas de um geocomposto bentontico ....................... 135
Anexo E Exemplo de caractersticas tcnicas de uma geomembrana lisa................................ 136
Anexo F Impresso de qualidade e layout de aplicao ............................................................ 137
Anexo G Impresso tipo de testes no destrutivos .................................................................... 139
Anexo H Impresso tipo de testes destrutivos ........................................................................... 140
Alessandro Duarte
Universidade de Aveiro v
ndice de figuras
Figura 1.1 Evoluo do nmero de lixeiras activas. .....................................................................4
Figura 3.1 Mquina retroescavadora: responsvel pelo armazenamento, transporte e apoio
instalao dos geossintticos. .............................................................................................. 44
Figura 3.2 Canga: equipamento de suporte dos geossintticos e apoio instalao. ................. 44
Figura 3.3 Gerador e extenses elctricas: alimentao elctrica dos equipamentos. ................ 44
Figura 3.4 a) Cortador de lmina curva: para acertos e cortes nos geossintticos e b) Agarra:
ferramenta utilizada exclusivamente para puxar e colocar a geomembrana no local correcto e
c) Rebarbadora de discos abrasivos: para preparar a rea a soldar por soldadura por
extruso. .............................................................................................................................. 44
Figura 3.5 P e sacos de fibra: para calcar e segurar provisoriamente os geossintticos
aplicados e escadas de madeira para execuo de soldaduras e segurar provisoriamente os
geossintticos aplicados em taludes inclinados. ................................................................... 45
Figura 3.6 Mecanismo do intertravamento geogrelha/solo ou material granular. ........................ 46
Figura 3.7 Exemplo de geogrelhas simples e geogrelhas acopladas com geotxtil. ................... 47
Figura 3.8 Aplicao de geogrelhas........................................................................................... 48
Figura 3.9 Operao de corte da geogrelha. .............................................................................. 49
Figura 3.10 Reparao de geogrelhas. ...................................................................................... 50
Figura 3.11 Aplicao de geogrelhas em taludes de grande inclinao em aterro, por cima da
geomembrana. ..................................................................................................................... 50
Figura 3.12 Cobertura de geogrelhas em talude de aterro de resduos. ..................................... 51
Figura 3.13 Exemplo de aplicao de geogrelhas em taludes de grande inclinao e topo de
aterros. ................................................................................................................................. 51
Figura 3.14 Georrede. ............................................................................................................... 52
Figura 3.15 Geocomposto drenante com geotxtil numa e duas faces. ...................................... 53
Figura 3.16 Drenagem com geossintticos em impermeabilizaes (a) e selagens (b) de aterros.
............................................................................................................................................ 55
Figura 3.17 Aplicao de geocomposto drenante de guas pluviais na selagem de um aterro,
recorrendo unio dos painis por soldadura das abas suplementares com ar quente. ........ 56
Figura 3.18 Vantagem do uso de geossintticos em aterros de resduos. .................................. 57
Figura 3.19 Diferentes tipos de geotxteis: a) geotxtil tecido, b) geotxtil no tecido ligado
quimicamente, c) geotxtil no tecido ligado termicamente, e c) geotxtil no tecido ligado
mecanicamente (por agulhagem). ........................................................................................ 58
Figura 3.20 Principais funes dos geotxteis de modo a cumprirem o seu desempenho. ......... 59
Figura 3.21 Exemplo de aplicaes de geotxteis com a funo de proteco a geomembranas
em reservatrios e aterros de resduos. ................................................................................ 60
Aplicao de Geossintticos na Impermeabilizao e Selagem de Aterros
vi Departamento de Ambiente e Ordenamento
Figura 3.22 Exemplo de aplicao de geotxtil de filtragem em aterros. .................................... 61
Figura 3.23 Execuo de valas de drenagem no fundo de um aterro. ........................................ 61
Figura 3.24 Aplicao de geotxteis com funo de proteco mecnica geomembrana. ....... 63
Figura 3.25 Aplicao de geotxteis com funo de proteco mecnica e aos raios ultravioletas
da geomembrana. ................................................................................................................ 64
Figura 3.26 Aplicao de geotxtil de proteco contra os raios ultravioletas em aterro de
resduos inertes. ................................................................................................................... 64
Figura 3.27 Testes de impacto, usando este equipamento, mostra que alguns geocompostos
bentonticos so mais robustos do que outros. ..................................................................... 69
Figura 3.28 Argila Bentontica envolvida por dois Geotxteis. .................................................... 71
Figura 3.29 Argila Bentontica aderida a uma Geomembrana. ................................................... 71
Figura 3.30 Argila Bentontica ponteada entre dois Geotxteis. ................................................. 72
Figura 3.31 Argila Bentontica agulhada entre dois Geotxteis. ................................................. 72
Figura 3.32 Exemplo de um geocomposto bentontico com argila bentontica entre dois
geotxteis............................................................................................................................. 73
Figura 3.33 Exemplo de aplicao de geocomposto bentontico em aterro de inertes. ............... 75
Figura 3.34 Exemplo de aplicao de geocomposto bentontico em sistema composto com uma
geomembrana na cobertura e em sistema duplo de revestimento de base de clula de
resduos. .............................................................................................................................. 76
Figura 3.35 Segurana revelada na evoluo dos sistemas de impermeabilizao em aterros
desde a utilizao simples de argilas at integrao de geomembranas e geocompostos
bentonticos. ......................................................................................................................... 77
Figura 3.36 Sobreposio da bentonite e aplicao de bentonite em p nas juntas. .................. 78
Figura 3.37 Aplicao de geocompostos bentonticos recorrendo ao auxlio de uma multifunes.
............................................................................................................................................ 78
Figura 3.38 Reparao de geocomposto bentontico. ................................................................ 79
Figura 3.39 Exemplos de aplicao de geocompostos bentonticos em aterros de resduos (a-d)
e como proteco geomembrana (d). ................................................................................ 79
Figura 3.40 Diferentes texturas das geomembranas em PEAD existentes no mercado. ............. 81
Figura 3.41 Armazenamento adequado da geomembrana......................................................... 82
Figura 3.42 Transporte adequado e inadequado de geomembranas. ........................................ 82
Figura 3.43 Representao esquemtica de uma mquina de soldadura dupla (a) e imagem real
da mesma (b). ...................................................................................................................... 83
Figura 3.44 Representao esquemtica de uma soldadura dupla com o canal de comprovao de
estanquicidade. .................................................................................................................... 84
Figura 3.45 Demonstrao de execuo de soldadura dupla. ...................................................... 85
Figura 3.46 Representao esquemtica de uma soldadura por extruso. ................................... 86
Figura 3.47 Representao esquemtica de uma extrusora (a) e imagem real da mesma (b). ... 86
Alessandro Duarte
Universidade de Aveiro vii
Figura 3.48 Acessrios de uma mquina de soldar de ar quente (a) e imagem real da mesma (b).
............................................................................................................................................ 88
Figura 3.49 Representao esquemtica da vala de amarrao ................................................ 91
Figura 3.50 Disposio dos painis para taludes com mais de quinze metros. ........................... 92
Figura 3.51 Disposio dos painis para um talude com menos de quinze metros..................... 92
Figura 3.52 Exemplo de disposio correcta em curvas e sobreposio de fundo...................... 92
Figura 3.53 Exemplos de sobreposies horizontais em talude (no recomendvel). ................ 93
Figura 3.54 Exemplo de sobreposies adequadas (a) e inadequadas (b) na base do aterro..... 93
Figura 3.55 Soldadura por dupla pista fluxograma da actividade. ............................................ 94
Figura 3.56 Aplicao de geomembrana recorrendo ao uso de mquina de apoio. .................... 95
Figura 3.57 Colocao da geomembrana em talude. ................................................................. 95
Figura 3.58 Colocao da geomembrana na base do aterro. ..................................................... 96
Figura 3.59 Ajustes da geomembrana para uma soldadura perfeita. .......................................... 96
Figura 3.60 Soldadura da geomembrana. .................................................................................. 97
Figura 3.61 Ancoragem provisria da geomembrana. ................................................................ 97
Figura 3.62 Preparao da geomembrana em zonas de sobreposio das mesmas. ................ 98
Figura 3.63 Soldadura por extruso fluxograma da actividade. ............................................... 98
Figura 3.64 Preparao de um remendo a aplicar na geomembrana. ........................................ 99
Figura 3.65 Colocao do remendo de geomembrana atravs da colagem do mesmo na zona
danificada............................................................................................................................. 99
Figura 3.66 Execuo de soldadura por extruso num remendo na geomembrana.................... 99
Figura 3.67 Exemplo de sistema composto simples, utilizado na impermeabilizao de aterros de
resduos no perigosos. ..................................................................................................... 101
Figura 3.68 Exemplo de sistema composto duplo, utilizado na impermeabilizao de aterros de
resduos perigosos. ............................................................................................................ 101
Figura 3.69 Exemplo de sistema de selagem em aterro de resduos........................................ 102
Figura 3.70 Representao esquemtica de uma configurao de impermeabilizao e selagem
de aterro............................................................................................................................. 102
Figura 4.1 Ensaio de presso de ar. ........................................................................................ 107
Figura 4.2 Ensaio de vcuo. .................................................................................................... 108
Figura 4.3 Esquema do ensaio do fio de cobre. ....................................................................... 109
Figura 4.4 Ensaio do fio de cobre com escova condutora. ....................................................... 110
Figura 4.5 Preparao de provetes para ensaios destrutivos. .................................................. 110
Figura 4.6 Mquina porttil para ensaios destrutivos. .............................................................. 111
Figura 4.7 Ensaios de resistncia ao arranque e ao corte de soldaduras. ................................ 111
Figura 4.8 Testes destrutivos geomembrana, arranque e corte. ............................................ 114
Figura 4.9 Esquema de amostragem. ...................................................................................... 116
Figura 4.10 Esquema do plano de corte dos provetes. ............................................................ 116
Figura 4.11 Modo de funcionamento de um sistema de deteco de fugas. ............................. 119
Aplicao de Geossintticos na Impermeabilizao e Selagem de Aterros
viii Departamento de Ambiente e Ordenamento
Figura 4.12 Esquema do ensaio com sistema fixo de deteco e localizao de orifcios. ....... 120
Figura 4.13 Geomembrana com fuga. ..................................................................................... 121
Figura 4.14 Sensores instalados em sistema simples e duplo de impermeabilizao. .............. 122
Figura 4.15 Cabos de um sistema de deteco de fugas em impermeabilizao simples e dupla.
.......................................................................................................................................... 123
Figura 4.16 Caixas de um sistema elctrico de deteco de fugas. ......................................... 123
Figura 4.17 Exemplo de uma fuga detectada pelo sistema elctrico de deteco de fugas. ..... 125
Figura 4.18 Deteco e localizao da fuga atravs do cruzamento de dados do sistema. ...... 125
Figura 4.19 Reparao da fuga detectada recorrendo a um remendo de geomembrana em
PEAD e soldadura por extruso.......................................................................................... 126
Alessandro Duarte
Universidade de Aveiro ix
ndice de tabelas
Tabela 1.1 Aterros para resduos no perigosos de origem urbana .............................................4
Tabela 1.2 Aterros para resduos no perigosos de origem industrial ..........................................6
Tabela 1.3 Aterros para resduos no perigosos de estabelecimentos industriais ........................6
Tabela 1.4 Aterros para resduos industriais de sectores especficos...........................................7
Tabela 1.5 Aterros para resduos inertes destinados recuperao paisagstica de pedreiras.....7
Tabela 1.6 Aterros para resduos perigosos ................................................................................8
Tabela 1.7 Aterros para resduos perigosos ................................................................................8
Tabela 1.8 Nmero de aterros e centrais de valorizao orgnica previstos por regies ..............8
Tabela 2.1 Requisitos mnimos a que os aterros, em funo da correspondente classe, devem
obedecer (Decreto-Lei n. 183/2009 de 10 de Agosto). ......................................................... 29
Tabela 2.2 Valores do coeficiente de permeabilidade para as diferentes classes de aterros
(Decreto-Lei n. 183/2009 de 10 de Agosto). ........................................................................ 30
Tabela 3.1 Relevncia das propriedades dos geotxteis nas diferentes funes dos mesmos. .. 62
Tabela 3.2 Caractersticas bsicas das mquinas de soldadura dupla. ...................................... 84
Tabela 3.3 Caractersticas bsicas das mquinas de ar quente. ................................................ 88
Tabela 3.4 Valores para a vala de amarrao tendo em conta o comprimento dos taludes (ver
Figura 3.49). ......................................................................................................................... 91
Tabela 4.1 Gama de presses para geomembranas de PEAD lisas e texturadas. ................... 108
Tabela 4.2 Tipo de rotura das soldaduras por termofuso e por extruso (baseado na norma
ASTM D 6392). .................................................................................................................. 112
Tabela 4.3 Critrios de aceitao/rejeio para soldaduras de geomembrana em aterro de
resduos. ............................................................................................................................ 114
Aplicao de Geossintticos na Impermeabilizao e Selagem de Aterros
x Departamento de Ambiente e Ordenamento
Lista de abreviaturas
AIA Avaliao de Impacte Ambiental
APA Agncia Portuguesa do Ambiente
ARH Administrao de Regio Hidrogrfica
CCDR Comisses de Coordenao e Desenvolvimento Regional
CIRVER Centros Integrados de Recuperao, Valorizao e Eliminao de
Resduos Perigosos
CPE Polietileno Clorado
DIA Declarao de Impacte Ambiental
ECB Copolmero de Etileno com Betume
ENRRUBDA Estratgia Nacional para a Reduo dos Resduos Urbanos
Biodegradveis
GRI Geosynthetic Research Institute
HDPE Polietileno de Alta Densidade (PEAD)
LDPE Polietileno de Baixa Densidade (PEBD)
LLDPE Polietileno de Baixa Densidade Linear (PEBDL)
MTD Melhores Tecnologias Disponveis
OCDE Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico
PA Poliamida
PCIP Preveno e Controlo Integrados da Poluio
PE Polietileno
PERSU Plano Estratgico para os Resduos Slidos Urbanos
PESGRI Plano Estratgico de Gesto de Resduos Industriais
PET Poliester (Polietileno tereftalato)
PIRSUE Plano de Interveno de Resduos Slidos Urbanos e Equiparados
Alessandro Duarte
Universidade de Aveiro xi
PNAC Plano Nacional para as Alteraes Climticas
PNAPRI Plano Nacional de Preveno de Resduos Industriais
PP Polipropileno
PS Poliestireno
PVC Cloreto de Polivinilo
RIB Resduos Industriais Banais
RIP Resduos Industriais Perigosos
RSU Resduos Slidos Urbanos
RU Resduos Urbanos
RUB Resduos Urbanos Biodegradveis
SIRAPA Sistema Integrado da Agncia Portuguesa do Ambiente
SIRER Sistema Integrado de Registo Electrnico de Resduos
U.V. Ultra-violeta
UE Unio Europeia
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xii Departamento de Ambiente e Ordenamento
Nomenclatura
K Coeficiente de permeabilidade [m/s]
Alessandro Duarte
Universidade de Aveiro 1
1 INTRODUO
Em pleno sculo XXI o tema da produo de resduos uma realidade que continua a
constituir um desafio, no s ambiental, mas econmico e social, escala global. A
produo de resduos responsvel por inmeros impactes no ambiente, relacionados
principalmente com a poluio do ar e das guas superficiais e subterrneas, pelo que
uma poltica eficaz de gesto de resduos contribuir para a promoo da sade pblica e
qualidade do ambiente, preservando os recursos naturais.
De acordo com a Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico
(OCDE), entre 1995 e 2006 a produo de resduos aumentou 15 %, e as estimativas
avanadas por esta organizao apontam para que em 2030 a produo de resduos
possa ser 38 % superior aos nveis de 1995 (OECD Environmental Outlook to 2030).
necessrio inverter esta tendncia, pelo que a problemtica da preveno da produo
e gesto de resduos tem vindo a ser prioritria na agenda poltica nacional, comunitria e
internacional. Ao nvel comunitrio, a gesto de resduos tem constitudo uma das
prioridades da poltica ambiental nas ltimas dcadas, apresentando importantes
desenvolvimentos. Actualmente, esta poltica na Unio Europeia (UE) baseada no
conceito da hierarquia de gesto de resduos.
Nas dcadas de 70 e 80, os sistemas de gesto de resduos preocupavam-se
principalmente com o controlo das emisses para o ar e para a gua. Actualmente as
preocupaes esto mais centradas na aplicao do life cycle thinking gesto de
resduos, sendo dado um maior nfase avaliao dos impactes ambientais da produo
e gesto de resduos ao longo de todo o ciclo de vida dos recursos.
Uma gesto adequada de resduos comea pela preveno no pressuposto de que o
que no produzido no necessita de ser gerido. Assim, a preveno, reflectida quer na
minimizao da produo de resduos, quer na diminuio da sua perigosidade, deve
adquirir a mxima prioridade em qualquer plano de gesto de resduos. De acordo com
as actuais polticas da UE, a eliminao de resduos em aterro ou atravs de incinerao,
deve ser a ltima opo a tomar, uma vez que um dos principais objectivos da Directiva-
quadro sobre resduos recentemente aprovada (Directiva 2008/98/CE do Parlamento
Europeu e do Conselho de 19 de Novembro de 2008) o de aproximar a UE de uma
sociedade da reciclagem, procurando evitar a sua produo, incentivando a valorizao
Aplicao de Geossintticos na Impermeabilizao e Selagem de Aterros
2 Departamento de Ambiente e Ordenamento
dos resduos e a utilizao dos materiais resultantes da valorizao, a fim de preservar os
recursos naturais.
1.1 DAS LIXEIRAS AOS ATERROS
A responsabilidade pela gesto dos resduos urbanos dos municpios onde ocorrem.
Apesar disto, a existncia de infra-estruturas de recolha tem uma expresso nacional a
partir da dcada de 70. Alguns contentores de armazenamento de lixo eram colocados
em vrios pontos do concelho, geralmente nos lugares com maior populao ou nos
stios onde existia comrcio mais intenso ou indstrias mais relevantes. Periodicamente
um camio de lixo (muitas vezes, um simples camio de caixa aberta) recolhia os
contentores ou o seu contedo, e levava-o para a lixeira.
Estas lixeiras eram geralmente terrenos baldios, localizados fora das povoaes e
relativamente afastados de aglomerados populacionais ou de habitaes isoladas. A
seleco deste terreno era essencialmente o resultado da procura de um local que
estivesse disponvel e que se encontrasse por um lado, relativamente perto do centro de
gravidade das povoaes principais e, por outro, suficientemente afastado para no
afectar as populaes com os cheiros exalados.
Por vezes, o terreno permanecia propriedade privada e a autarquia pagava uma renda
mensal pela sua ocupao, mas mais frequentemente eram parcelas adquiridas pelo
municpio. O lixo para ali transportado era depositado superfcie do terreno, exalando
um cheiro pestilento e constituindo alimento para um conjunto de espcies faunsticas
oportunistas, conhecidas como vectores (ratos, insectos, aves).
Muitas vezes, recorria-se a equipamentos de terraplanagem para dispor os resduos de
uma forma mais adequada, para os arrumar por locais ou por tipo de material. Embora
sempre condenvel, em pequenos municpios este tipo de acondicionamento era tolerado
porque o volume de resduos era relativamente reduzido. Em mdios e grandes
aglomerados populacionais esta situao era insustentvel. A deposio de lixos
superfcie representava um atentado ambiental constituindo geralmente um foco de
poluio e de contaminao dos terrenos e dos aquferos.
Ocorriam fenmenos de combusto espontnea e mesmo exploses em algumas
lixeiras, e em pocas invernosas, a gua das chuvas encharcava os locais, misturava-se
com os resduos e produzia lixiviados que escorriam pela superfcie do terreno
Alessandro Duarte
Universidade de Aveiro 3
contaminando culturas e as linhas de gua, ou ento infiltravam-se levando a sua carga
poluente para os solos e para os aquferos.
Numa fase mais recente (que talvez se possa reportar h cerca de duas dezenas de
anos) as populaes foram sendo sensibilizadas para os problemas que semelhantes
prticas representavam para o meio ambiente e os municpios adoptaram solues mais
consentneas com os desenvolvimentos tecnolgicos que estavam em curso em pases
mais desenvolvidos. Nuns casos, o lixo era simplesmente recoberto com solos do local,
noutros havia a prtica de misturar os lixos com solos, noutros ainda ensaiaram-se os
primeiros aterros sanitrios com clulas de resduos, embora os elementos de proteco
(camadas impermeabilizantes e camadas drenantes) no fossem objecto de qualquer
dimensionamento ou de estabelecimento de critrios bem definidos e compatveis com o
tipo de terreno em presena e o tipo de resduo acondicionado.
Estas lixeiras foram muitas vezes apelidadas de aterros sanitrios e embora
geralmente menos agressivas do que a simples deposio de lixos superfcie de
terrenos, representavam ainda focos de poluio que afectavam solos e aquferos
(Paulino Pereira, J. & Nunes da Costa, C., 1995).
Mais recentemente, desde h cerca de uma dezena de anos, foi possvel sensibilizar os
dirigentes autrquicos para a problemtica dos resduos slidos urbanos, tentando
integr-los numa anlise abrangente e racional. O Plano Estratgico de Resduos Slidos
Urbanos (PERSU I), publicado em Novembro de 1996, constituiu um modo de analisar o
problema existente em termos regionais, agregando as autarquias entre si e fomentando
o apoio estatal para o arranque dos designados aterros sanitrios, com projectos e
construes conformes os parmetros adoptados a nvel europeu e americano.
Esta poltica assentou essencialmente em duas vertentes: assegurar o tratamento e a
reciclagem dos resduos urbanos; procurar educar as populaes, integrando-as numa
poltica de gesto global de resduos.
Relativamente aos resduos industriais, a importncia crescente da sua gesto no
desenvolvimento harmonioso de uma sociedade moderna tem vindo a fazer-se sentir
cada vez com mais acuidade no nosso pas.
A estratgia nacional e comunitria no que respeita aos resduos em geral e em especial
aos resduos industriais aponta para o desenvolvimento sustentvel, ou seja, a gesto de
resduos deve proporcionar uma elevada proteco do ambiente sem que isso afecte o
desenvolvimento social e industrial.
Aplicao de Geossintticos na Impermeabilizao e Selagem de Aterros
4 Departamento de Ambiente e Ordenamento
1.2 SITUAO NACIONAL ACTUAL
1.2.1 LIXEIRAS ENCERRADAS
A figura seguinte representa a evoluo do nmero de lixeiras municipais existentes em
Portugal, desde 1996, encontrando-se actualmente, e desde 2002, todas as lixeiras
municipais encerradas. A partir desse ano, passou-se a fazer a deposio dos resduos
em aterros sanitrios projectados, construdos e explorados de acordo com a legislao
em vigor.
Figura 1.1 Evoluo do nmero de lixeiras activas (MAOTDR, 2007).
Destas, 96 encontram-se na regio Norte, 83 na regio Centro, 50 na regio de Lisboa e
Vale do Tejo, 92 na regio do Alentejo e 20 na regio do Algarve.
1.2.2 ATERROS EM ACTIVIDADE E CAPACIDADES DE DEPOSIO PARA RESDUOS
URBANOS E INDUSTRIAIS
1) Aterros para resduos no perigosos de origem urbana
Tabela 1.1 Aterros para resduos no perigosos de origem urbana
Designao Localizao
Capacidade
(t/ano)
REGIO NORTE
VALORMINHO Valena 36.434
RESULIMA Viana do Castelo 128.667
Alessandro Duarte
Universidade de Aveiro 5
BRAVAL Pvoa de Lanhoso 105.339
Amave Gona (Guimares) 183.916
Lipor Maia 522.489
Ambisousa Penafiel 63.854
Ambisousa Lustosa (Lousada) 60.936
SULDOURO Gaia 182.485
RESAT Boticas 39.232
Resduos do Nordeste, EIM Mirandela 58.730
REBAT Celorico de Basto 53.839
RESIDOURO Lamego 36.312
EMAR gua e Resduos de Vila Real, E.M. Vila Real 20.679
REGIO CENTRO
VALORLIS Leiria 122.342
ERSUC Aveiro 189.560
ERSUC Coimbra 127.866
ERSUC Figueira da Foz 58.516
GUAS DO ZZERE E CA/Sector Resduos Fundo 77.867
AM Raia-Pinhal Castelo Branco 42.073
Aterro Sanitrio do Planalto Beiro Tondela 127.750
REGIO LISBOA E VALE DO TEJO
RESIOESTE Cadaval 197.652
Ecolezria Almeirim 63.721
Resitejo Chamusca 92.514
VALORSUL Mato da Cruz 547.632
AMARSUL Palmela 297.668
AMARSUL Seixal 353.684
REGIO ALENTEJO
Gesamb vora 87.414
Ambilital Santiago do Cacm 64.962
Amcal Cuba 14.566
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VALNOR Avis 10.262
VALNOR Abrantes 71.398
RESIALENTEJO Beja 51.932
REGIO ALGARVE
ALGAR Aterro do Barlavento Algarvio Portimo 152.261
ALGAR Aterro do Sotavento Loul 134.634
2) Aterros para resduos no perigosos de origem industrial
Tabela 1.2 Aterros para resduos no perigosos de origem industrial
Designao Localizao
Capacidade
(t/ano)
Aterro da RESILEI Tratamento de Resduos Industriais, S.A. Leiria 25.000
RIMA Resduos Industriais e Meio Ambiente, S.A. Lustosa 41.176
Aterro de Resduos No Perigosos de Castelo Branco Castelo Branco 25.000
RIBTEJO Aterro de Resduos No Perigosos da Chamusca Chamusca 25.000
ProRESI Aterro de Resduos No Perigosos de Alenquer CME guas, S.A.
Alenquer 50.000
Aterro do CITRI Centro Integrado de Tratamento de Resduos Industriais
Setbal 60.000
Aterro de Resduos No Perigosos de Beja Beja 16.000
VALOR-RIB Indstria de Resduos, Lda. Vila Nova de Famalico
125.450
3) Aterros para resduos no perigosos de estabelecimentos industriais
Tabela 1.3 Aterros para resduos no perigosos de estabelecimentos industriais
Designao Localizao
Capacidade
(t/ano)
PORTUCEL, Empresa Produtora de Pasta de Papel, S.A. Viana -
SOPORCEL Figueira da Foz -
PORTUCEL, Empresa Produtora de Pasta de Papel, S.A. Cacia -
Alessandro Duarte
Universidade de Aveiro 7
CELBI Celulose Beira Industrial, S.A. Figueira da Foz -
RENOVA, Fbrica de Papel do Almonda, Lda. Torres Novas -
PORTUCEL, Empresa Produtora de Pasta de Papel, S.A. Setbal -
Central Termoelctrica de Sines Sines -
4) Aterros para resduos industriais de sectores especficos
Tabela 1.4 Aterros para resduos industriais de sectores especficos
Designao Localizao
Capacidade
(t/ano)
EMAFEL, EM Empresa Pblica Municipal de Ambiente de Felgueiras
Felgueiras 6.922
5) Aterros para resduos Inertes destinados recuperao paisagstica de
pedreiras
Tabela 1.5 Aterros para resduos inertes destinados recuperao paisagstica de pedreiras
Designao Localizao
Capacidade
(t/ano)
SOLUSEL, Sociedade Lusitana de Obras e Empreitadas, Lda. Vila Nova de
Gaia -
Central de Britagem ADIFER, S.A. Vila Real -
CIVOPAL Sociedade de Construes e Obras Pblicas Aliana, S.A.
Vila Nova de Gaia
-
Alberto Couto Alves, S.A. Aterro para resduos inertes Fafe -
J. Batista Carvalho, Lda. Portunhos -
Soarvamil Sociedade de Areias de Vale de Milhaos, Lda. Corroios -
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6) Aterros para resduos inertes
Tabela 1.6 Aterros para resduos inertes
Designao Localizao
Capacidade
(t/ano)
VALNOR Aterro de Resduos Inertes Campo Maior -
VALNOR Aterro de Resduos Inertes Ponte de Sr -
7) Aterros para resduos perigosos
Tabela 1.7 Aterros para resduos perigosos
Designao Localizao
Capacidade
(t/ano)
CIRVER ECODEAL Chamusca 116.387
CIRVER SISAV Chamusca 150.000
1.2.3 PERSPECTIVA FUTURA PARA NOVOS ATERROS E CENTRAIS DE VALORIZAO
Tabela 1.8 Nmero de aterros e centrais de valorizao orgnica previstos por regies
Designao Localizao Data Prevista
REGIO NORTE
VALORMINHO Aterro RSU Vila Nova de Cerveira 2010
RESULIMA Aterro RSU Barcelos -
BRAVAL Central de Valorizao Orgnica Pvoa de Lanhoso -
Amave Aterro RSU Fafe 2012
Lipor Laundos 2010
SULDOURO Central de Valorizao Orgnica Sermonde 2010
RESAT Central de Valorizao Orgnica Boticas 2011
Resduos do Nordeste, EIM Central de Valorizao Orgnica
Mirandela 2011
Alessandro Duarte
Universidade de Aveiro 9
REGIO CENTRO
VALORLIS Central de Valorizao Orgnica Leiria 2009
ERSUC Central de Valorizao Orgnica + Aterro RSU Aveiro -
ERSUC Central de Valorizao Orgnica + Aterro RSU Coimbra -
Aterro Sanitrio do Planalto Beiro Central de Valorizao Orgnica
Tondela 2009
REGIO LISBOA E VALE DO TEJO
Resitejo Central de Valorizao Orgnica Chamusca 2010
AMTRES Central de Valorizao Orgnica + Aterro RSU Mafra 2010
AMARSUL Central de Valorizao Orgnica Seixal 2010
REGIO ALENTEJO
Gesamb Central de Valorizao Orgnica vora -
Ambilital Central de Valorizao Orgnica Santiago do Cacm 2010
REGIO ALGARVE
ALGAR Central de Valorizao Orgnica S. Brs de Alportel 2010
1.3 LEGISLAO EM VIGOR
A consciencializao da necessidade de preservar a sade pblica, qualidade do meio
ambiente e de proteger os solos e recursos hdricos, tm implicado nos ltimos anos uma
grande revoluo na legislao ambiental sobre a gesto de resduos. Em Portugal tm-
se registado progressos considerveis neste domnio nas ltimas dcadas, resultantes da
implementao e aplicao de instrumentos legais, de planeamento e econmico-
financeiros.
O Plano Estratgico para os Resduos Slidos Urbanos (PERSU I), aprovado em 1997 e
reeditado em 1999, configurou-se como um instrumento de planeamento de referncia na
rea dos resduos urbanos (RU). Este Plano definiu, designadamente, metas
quantificadas, de curto, mdio e longo prazo, de reduo da produo de RU, reciclagem
multimaterial, valorizao orgnica, incinerao com recuperao de energia e deposio
em aterro. O balano do PERSU I foi, de uma forma global, positivo com o encerramento
Aplicao de Geossintticos na Impermeabilizao e Selagem de Aterros
10 Departamento de Ambiente e Ordenamento
das lixeiras, a criao de sistemas multimunicipais e intermunicipais de gesto de RSU
(sistemas plurimunicipais), a construo de infra-estruturas de valorizao e eliminao e
a criao de sistemas de recolha selectiva multimaterial. O PERSU forneceu ainda linhas
de orientao geral para a criao dos fluxos especiais de gesto, abrindo caminho
criao de legislao especfica e constituio e licenciamento das respectivas
entidades gestoras.
No obstante o considervel nvel de estruturao e regulamentao do sector, vrias
foram as razes que aconselharam uma reviso do PERSU, nomeadamente:
1) As evolues ao nvel da poltica comunitria de resduos, em particular as
decorrentes da Estratgia Temtica de Preveno e Reciclagem de Resduos e
da Estratgia Temtica sobre a Utilizao Sustentvel dos Recursos Naturais,
emanadas do 6. Programa Comunitrio de Aco em Matria de Ambiente, bem
como a reviso em curso da Directiva n. 75/442/CE, de 15 de Julho, relativa aos
resduos, entretanto codificada pela Directiva n. 2006/12/CE, de 5 de Abril;
2) O Regime Geral da Gesto dos Resduos, aprovado pelo Decreto-Lei
n. 178/2006, de 5 de Setembro, que, para alm de determinar a necessidade de
um plano especfico de gesto de resduos urbanos, veio introduzir alteraes
significativas no enquadramento legal do sector, por via da simplificao de
procedimentos administrativos de licenciamento, da disponibilizao, em suporte
electrnico, de um mecanismo uniforme de registo e acesso a dados sobre os
resduos e da constituio um novo regime econmico-financeiro da gesto dos
resduos, com o estabelecimento de taxas de gesto de resduos e a definio do
enquadramento e princpios orientadores para a criao de um mercado
organizado de resduos;
3) A percepo da necessidade de uma reflexo sobre a estratgia a adoptar tendo
em vista o cumprimento dos objectivos comunitrios de desvio de resduos
urbanos biodegradveis de aterro e, por conseguinte, sobre alguns dos princpios
consignados na Estratgia Nacional para o Desvio de Resduos Urbanos
Biodegradveis de Aterro (ENRRUBDA) aprovada em 2003, na sequncia da
Directiva n. 1999/31/CE, do Conselho, de 26 de Abril, relativa deposio em
aterro, transposta pelo Decreto-Lei n. 152/2002, de 23 de Maio;
4) A necessidade de assegurar o cumprimento dos objectivos de reciclagem e
valorizao, decorrentes das Directivas n. 94/62/CE, de 20 de Dezembro, e
2004/12/CE, de 11 de Fevereiro, relativas gesto de embalagens e resduos de
Alessandro Duarte
Universidade de Aveiro 11
embalagens, transpostas para ordem jurdica interna pelos Decretos-Lei n. 366-
A/97, de 20 de Dezembro, 162/2000, de 27 de Julho, e 92/2006, de 25 de Maio;
5) A importncia de uma poltica de resduos slidos urbanos ajustada aos
compromissos de reduo das emisses de gases com efeito de estufa
assumidos no mbito do Protocolo de Quioto e concretizadas no Plano Nacional
para as Alteraes Climticas (PNAC), aprovado pela Resoluo do Conselho de
Ministros n. 104/2006, de 23 de Agosto;
6) A necessidade de articulao com outros documentos de orientao estratgica
aprovados pelo Governo que eram relevantes para o enquadramento da poltica
especfica para os resduos slidos urbanos, nomeadamente a Estratgia
Nacional para o Desenvolvimento Sustentvel, aprovada no Conselho de
Ministros de 28 de Dezembro de 2006, a proposta Assembleia da Repblica do
Programa Nacional da Poltica de Ordenamento do Territrio, aprovada no mesmo
Conselho de Ministros, o Programa Nacional de Aco para o Crescimento e
Emprego (Estratgia de Lisboa), aprovado pela Resoluo do Conselho de
Ministros n. 83/2005, de 20 de Outubro, e o Plano Tecnolgico, aprovado pela
Resoluo do Conselho de Ministros n. 190/2005, de 16 de Dezembro;
E ainda o novo ciclo de fundos comunitrios, relativo ao perodo de 2007-2013,
consubstanciado no quadro de referncia estratgico nacional
Publicado atravs da Portaria n. 187/2007, de 12 de Fevereiro, o PERSU II rev o
PERSU I e constitui o novo referencial para o perodo de 2007 a 2016, apontando a
estratgia, definindo as prioridades e estabelecendo as metas para este horizonte em
matria de gesto de RU. Este Plano consubstanciou igualmente a reviso das
estratgias consignadas na Estratgia Nacional para a Reduo dos Resduos Urbanos
Biodegradveis (RUB) destinados aos Aterros1 (ENRRUBDA) (2003) e no Plano de
Interveno de Resduos Slidos Urbanos e Equiparados2 (PIRSUE) (2006).
Na elaborao do PERSU II foi tido em considerao o quadro legal comunitrio e
nacional descrito em cima, nomeadamente o Regime Geral da Gesto dos Resduos
1 Esta Estratgia surgiu como consequncia das disposies estabelecidas na Directiva
1999/31/CE do Conselho, de 26 de Abril, relativa deposio de resduos em aterros,
transposta para o direito nacional atravs do Decreto-Lei n. 152/2002, de 23 de Maio.
2 Aprovado pelo Despacho n. 454/2006, de 5 de Dezembro, publicado no D.R. n. 6 (II Srie), de
9 de Janeiro.
Aplicao de Geossintticos na Impermeabilizao e Selagem de Aterros
12 Departamento de Ambiente e Ordenamento
(Decreto-Lei n. 178/2006, de 5 de Setembro), que concretiza disposies em matria de
princpios, responsabilidade, planeamento, licenciamento e gesto de informao sobre
resduos. Com este novo regime surgiu tambm o Sistema Integrado de Registo
Electrnico de Resduos (SIRER) que, com a integrao dos ex-Institutos dos Resduos e
do Ambiente na nova estrutura organizacional da Agncia Portuguesa do Ambiente
originou o agora denominado SIRAPA Sistema Integrado de Registo da Agncia
Portuguesa do Ambiente.
Um outro elemento essencial introduzido por este diploma o novo regime econmico e
financeiro de gesto de resduos, destacando-se neste contexto, a introduo da taxa de
gesto de resduos um instrumento fiscal que tem como principal objectivo a
penalizao das operaes de gesto de resduos menos nobres luz da hierarquia
anteriormente referida, designadamente, a deposio em aterro, e, por conseguinte, o
incentivo s operaes de valorizao e reciclagem.
No que diz respeito aos resduos industriais, a nvel nacional, a gesto adequada de
resduos foi entendida como um desafio inadivel, pelo que foram definidas regras
relativas sua prossecuo atravs de vrios diplomas legais, nomeadamente do
Decreto-Lei n. 239/1997, de 9 de Setembro, o qual estabelece, no seu artigo 5., como
meio de fomentar uma eficaz gesto de resduos, a elaborao de um plano nacional de
gesto de resduos apoiado por planos estratgicos sectoriais.
A Resoluo do Conselho de Ministros n. 98/1997, de 25 de Junho, indica como forma
eficiente de gesto dos resduos industriais a sua separao dos restantes tipos,
nomeadamente dos resduos urbanos, e a tipificao dos resduos banais e perigosos,
preconizando diferentes solues em funo da especificidade de cada tipo de resduos.
A Assembleia da Repblica revelou idntica preocupao em relao ao assunto e
decretou, atravs da Lei n. 20/1999, de 15 de Abril, que o Governo apresentasse, at ao
final da presente legislatura, um plano estratgico de gesto dos resduos industriais e
que o mesmo fosse aprovado por decreto-lei.
O Plano Estratgico de Gesto de Resduos Industriais (PESGRI 1999), aprovado pelo
Decreto-Lei n. 516/99, de 2 de Dezembro, constituiu um importante instrumento de
planeamento que se destina a fornecer, aos responsveis polticos e da Administrao
Pblica e a todos os agentes da indstria nacional, um conjunto fundamentado de
orientaes e recomendaes tendentes a apoiar decises em matria de recolha e
tratamento de resduos industriais.
Alessandro Duarte
Universidade de Aveiro 13
Este Plano Estratgico integra a inventariao e a caracterizao dos resduos industriais
produzidos ou existentes em Portugal e assume como objectivos prioritrios a sua
reduo, reutilizao e reciclagem.
Entretanto, e como consequncia natural da dinmica do processo de planeamento e
luz dos conhecimentos mais recentes sobre a gesto dos resduos industriais,
nomeadamente no que diz respeito inventariao dos resduos produzidos e
armazenados, assim como dos melhores tipos de tratamento para cada resduo
industrial, na ptica do ambiente e da sade pblica, entendeu-se proceder reviso do
PESGRI 99. Deste modo, dando-se simultaneamente cumprimento, ao preceituado no
artigo 3. do Decreto-Lei n. 516/99, de 2 de Dezembro, e no n. 3 do artigo 6. da Lei
n. 20/99, de 15 de Abril, na redaco dada pela Lei n. 22/2000, de 10 de Agosto, esta
reviso veio originar o PESGRI 2001, que contou com actualizaes nos campos acima
referidos.
No contexto do PESGRI foi elaborado o Plano Nacional de Preveno de Resduos
Industriais (PNAPRI), a implementar no perodo de 2000 a 2015, dando prioridade
reduo da perigosidade e quantidade dos resduos industriais. Neste mbito, foi ainda
aprovado o Projecto PRERESI Preveno de Resduos Industriais, com o apoio do
Programa PRIME, envolvendo um conjunto de Associaes Empresariais que
representam os sectores de actividade com maior potencial na preveno de resduos,
bem como entidades ao nvel cientfico e tecnolgico especialmente vocacionadas para
os sectores em causa.
Particularmente para os resduos industriais perigosos, a linha de actuao a nvel
nacional tem sido centrada na preveno da produo, na promoo e desenvolvimento
das opes de reutilizao e reciclagem, garantindo um nvel elevado de proteco da
sade e do ambiente, na promoo da eliminao do passivo ambiental e no
desenvolvimento da auto-suficincia do Pas em matria de gesto de resduos. A
estratgia nesta rea passa pela divulgao das Melhores Tecnologias Disponveis
(MTD) e pela criao de um Mercado Organizado de Resduos.
A aplicao dos princpios supra-referidos permitir a criao de um sistema integrado de
tratamento de resduos industriais, que contemple os seguintes componentes:
1) Inventariao permanente, acompanhamento e controlo do movimento dos
resduos;
2) Reduo dos resduos que necessitam de tratamento e destino final;
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14 Departamento de Ambiente e Ordenamento
3) Constituio de uma bolsa de resduos;
4) Construo de Centros Integrados de Recuperao, Valorizao e Eliminao de
Resduos Perigosos (CIRVER).
Em 2006 foram licenciados dois CIRVER por procedimento concursal estabelecido e
regulado no Decreto-Lei n. 3/2004, de 3 de Janeiro, localizados no concelho da
Chamusca, distrito de Santarm. O incio da explorao destes Centros deu-se em 2008
tendo sido a sua regulamentao aprovada pela Portaria n. 172-2009 de 17 de
Fevereiro.
Mais recentemente, foi aprovada a Portaria 851/2009, de 7 de Agosto, que estabelece as
normas tcnicas relativas caracterizao de resduos urbanos, designadamente a
identificao e quantificao dos resduos correspondentes fraco caracterizada como
reciclvel e o Decreto-Lei n. 183/2009, de 10 de Agosto, que estabelece o novo regime
jurdico da deposio de resduos em aterro e os requisitos gerais a observar na
concepo, construo, explorao, encerramento e ps-encerramento de aterros,
incluindo as caractersticas tcnicas especficas para cada classe de aterros.
Este novo diploma surge devido a uma necessidade de continuidade da poltica de
promoo da reciclagem e valorizao, tendo em vista o cumprimento da Directiva
n. 2008/98/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Novembro, relativa aos
resduos, que fixa metas de reciclagem particularmente exigentes, designadamente para
resduos urbanos e de construo e demolio e tambm devido identificao de uma
necessidade de garantir a total conformidade da legislao nacional com a Directiva
n. 1999/31/CE, do Conselho, de 26 de Abril, alterada pelo Regulamento (CE)
n. 1882/2003, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de Setembro,
designadamente no que se refere ao mbito de aplicao, aos conceitos, ao contedo
das licenas, s obrigaes de reporte e registo, ao prazo de adaptao aos requisitos da
directiva e s medidas de reduo dos riscos para o ambiente.
Todas estas circunstncias levaram reviso do quadro legal aplicvel deposio de
resduos em aterro, numa lgica, por um lado, de reforo das medidas de promoo da
reciclagem e da valorizao e de adaptao da operao de deposio de resduos em
aterro a elevados padres de exigncia ambiental e, por outro, de harmonizao
legislativa e de simplificao e economia processual.
Com este novo diploma reforada a aplicao do princpio da hierarquia de gesto de
resduos, prevendo a minimizao da deposio em aterro de resduos que tenham
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potencial de reciclagem e valorizao, atravs de restries admisso de resduos a
incluir na respectiva licena em prazo pr-determinado.
No que especificamente concerne valorizao de resduos urbanos biodegradveis
(pese embora o progressivo e consistente incremento da capacidade nacional instalada
ao nvel de unidades de tratamento mecnico e ou biolgico) a necessidade de
introduo de ajustamentos fsicos e financeiros a diversos projectos de investimento
imprescindveis para o cumprimento das metas de desvio de aterro estabelecidas no
Decreto-Lei n. 152/2002, de 23 de Maio, veio aconselhar a respectiva recalendarizao,
no uso da faculdade derrogatria consagrada na Directiva n. 1999/31/CE, do Conselho,
de 26 de Abril, a exemplo do adoptado noutros Estados membros.
Ainda na perspectiva da maximizao da reciclagem e da valorizao, cria-se um
enquadramento para a recuperao dos resduos potencialmente valorizveis
encaminhados para aterro, admitindo-se a deposio temporria em clula especfica
desde que devidamente justificada e desde que identificado o local de destino.
Numa lgica de desconcentrao, atribui-se s Comisses de Coordenao e
Desenvolvimento Regional (CCDR) competncias de licenciamento para todos os tipos
de aterros, com excepo dos abrangidos pelo anexo I do regime jurdico da avaliao de
impacte ambiental, aprovado pelo Decreto-Lei n. 69/2000, de 3 de Maio (instalaes
destinadas ao aterro de resduos perigosos e a operaes de eliminao de resduos no
perigosos Aterros 150.000 t/ano) e dos associados a actividades industriais licenciadas
por outras entidades da administrao.
Racionalizam-se procedimentos, passando a ser necessria, para efeitos de incio do
procedimento de licenciamento, parecer relativo compatibilidade da localizao emitida
pela CCDR territorialmente competente, que, no futuro prximo tender a ser efectuado
atravs de sistemas de informao que permitam ao requerente, conhecer da
compatibilidade da localizao, atravs de um simulador on-line. So ainda clarificadas
as normas relativas consulta de entidades no mbito do procedimento de
licenciamento. Por outro lado, e na mesma lgica de simplificao, deixa de haver duas
fases de licenciamento distintas que implicavam a emisso de uma licena de
instalao e de uma licena de explorao do aterro passando a haver a emisso de
uma nica licena, emitida no mbito do procedimento de licenciamento da operao de
deposio de resduos em aterro estabelecido no captulo IV do presente decreto-lei, a
qual habilita o operador construo e explorao do aterro.
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Procede-se a uma articulao deste regime jurdico com os referentes Avaliao de
Impacte Ambiental (AIA) e Preveno e Controlo Integrados da Poluio (PCIP),
prevendo-se que, no caso de aterros sujeitos a este ltimo regime, o pedido de licena
para a operao de deposio de resduos em aterro passe a ser efectuado atravs do
formulrio para o pedido de licena ambiental.
So definidas as normas relativas aplicao do regime jurdico ora aprovado a aterros
j licenciados ou em funcionamento, bem como as relativas ao dever de registo e
informao sobre as licenas emitidas.
No que respeita s regras de admisso de resduos em aterro, as mesmas so ajustadas
tendo em considerao a Deciso n. 2003/33/CE, do Conselho, de 19 de Dezembro de
2002.
Finalmente, actualiza-se o regime contra-ordenacional luz do disposto na lei-quadro das
contra-ordenaes ambientais, aprovada pela Lei n. 50/2006, de 29 de Agosto.
1.4 LEGISLAO RELATIVA A ATERROS
1.4.1 LICENCIAMENTO DA INSTALAO, CONSTRUO E EXPLORAO
O Decreto-Lei n. 178/2006, de 5 de Setembro, veio definir novas regras para o
licenciamento das operaes de gesto de resduos revogando o Decreto-Lei n. 239/97,
de 9 de Setembro e a Portaria n. 961/98, de 10 de Novembro. O mais recente Decreto-
Lei n. 183/2009, de 10 de Agosto, vem, como j foi referido anteriormente, simplificar
ainda mais o processo de licenciamento passando a haver a emisso de uma nica
licena emitida no mbito do procedimento de licenciamento da operao de deposio
de resduos em aterro, a qual habilita o operador construo e explorao do aterro.
Pretendeu-se com a publicao deste Decreto-Lei reformar o mecanismo da autorizao
prvia de modo a aproxim-lo dos modelos em vigor nos ordenamentos jurdicos dos
demais parceiros comunitrios, sujeitando as operaes de gesto de resduos a um
procedimento administrativo clere de controlo prvio, que se conclui com a emisso de
uma licena, e a procedimentos administrativos que assegurem uma efectiva
monitorizao da actividade desenvolvida aps esse licenciamento. Neste diploma
introduziram-se mecanismos de adaptao das licenas s inovaes tecnolgicas que
constantemente surgem neste sector e de resposta a efeitos negativos para o ambiente,
que no tenham sido previstos na fase de licenciamento, introduzindo-se, igualmente,
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procedimentos que visam acompanhar as vicissitudes da actividade de gesto de
resduos, como sejam as da transmisso, alterao e renovao das licenas.
O regime de licenciamento agora institudo no perde, tambm, de vista a necessidade
ponderosa de simplificar as relaes administrativas que o Estado estabelece com o
particular. Assim, foram encurtados os prazos previstos para o procedimento geral de
licenciamento, tendo sido igualmente previsto a aplicao de um regime de licenciamento
simplificado, que permite a emisso de uma licena num prazo mximo de 20 dias.
O licenciamento da operao de deposio de resduos em aterro abrange as fases de
concepo, construo, explorao, encerramento e ps-encerramento do aterro.
Qualquer modificao ou ampliao de um aterro que seja susceptvel de produzir efeitos
nocivos e significativos nas pessoas ou no ambiente ou cuja ampliao, em si mesma,
corresponda aos limiares estabelecidos para aterros no anexo I do regime de preveno
e controlo integrados da poluio, aprovado pelo Decreto-Lei n. 173/2008, de 26 de
Agosto, determina um novo procedimento de licenciamento nos termos dos artigos 17. a
27..
O requerente do pedido de licena para a operao de deposio de resduos em aterro
deve observar, cumulativamente, os requisitos dispostos no artigo 13. do presente
diploma legal referente s qualidades tcnicas, econmicas e legais do mesmo.
O artigo 14. do mesmo Decreto-Lei estipula que o licenciamento das operaes de
gesto de resduos compete:
1) A Agncia Portuguesa do Ambiente (APA), no caso de aterros abrangidos pelo
anexo I do regime jurdico da avaliao de impacte ambiental, aprovado pelo
Decreto-Lei n. 69/2000, de 3 de Maio;
2) As entidades da administrao central consideradas entidades coordenadoras no
mbito do artigo 9. do regime de exerccio da actividade industrial, aprovado pelo
Decreto-Lei n. 209/2008, de 29 de Outubro, no caso de aterro tecnicamente
associado a estabelecimento industrial sujeito a esse regime e que:
a) Se encontre localizado dentro do permetro do estabelecimento industrial em
causa;
b) Se destine exclusivamente deposio de resduos produzidos nesse
estabelecimento industrial e nos demais estabelecimentos pertencentes ao
mesmo produtor.
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18 Departamento de Ambiente e Ordenamento
3) As CCDR, nos restantes casos.
O pedido de licena da operao de deposio de resduos em aterro apresentado pelo
requerente entidade licenciadora, instrudo com todos os elementos referidos no artigo
17. do Decreto-Lei em causa (documentos de identificao do requerente;
comprovativos dos requisitos exigidos; projecto de execuo e de explorao do aterro;
cpia da Declarao de Impacte Ambiental (DIA), favorvel ou favorvel condicionada, ou
comprovativo da entrega do estudo de impacte ambiental junto da Autoridade de
Avaliao de Impacte Ambiental competente; cpia do parecer relativo compatibilidade
da localizao do aterro com os instrumentos de gesto territorial; garantias financeiras).
No caso de aterros sujeitos ao regime de preveno e controlo integrados da poluio,
aprovado pelo Decreto-Lei n. 173/2008, de 26 de Agosto, o respectivo pedido de licena
apresentado atravs do formulrio para o pedido de licena ambiental, designado por
formulrio PCIP.
Um aterro sujeito a AIA, nos termos do regime jurdico de AIA, aprovado pelo Decreto-Lei
n. 69/2000, de 3 de Maio, compreende as seguintes operaes:
1) Instalaes de eliminao de resduos perigosos que realizem a operao D1
(deposio em aterro), com uma capacidade superior a 10 t/dia;
2) Aterros de resduos urbanos ou de aterros de resduos no perigosos, com
excepo dos aterros de resduos inertes, que recebam mais de 10 t/dia ou com
uma capacidade total superior a 25.000 t.
Para estes o pedido de licena para a operao de deposio de resduos entregue
aps:
1) A emisso de DIA favorvel ou condicionalmente favorvel, no caso do
procedimento de AIA decorrer em fase de projecto de execuo;
2) A emisso de parecer relativo conformidade do projecto de execuo com a
DIA, no caso do procedimento de AIA decorrer em fase de estudo prvio;
3) A emisso de declarao relativa dispensa do procedimento de AIA, ou
4) O decurso do prazo necessrio para deferimento tcito nos termos previstos no
regime jurdico de AIA, aprovado pelo Decreto-Lei n. 69/2000, de 3 de Maio.
Por opo do operador, o procedimento de licenciamento da operao de deposio de
resduos em aterro pode decorrer em simultneo com o procedimento de AIA desde que
este seja relativo a um projecto de execuo.
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No caso referido no nmero anterior o procedimento de licenciamento da operao de
deposio de resduos em aterro inicia-se logo que seja emitida a declarao de
conformidade do estudo de impacte ambiental, nos termos do n. 4 do artigo 13. do
regime jurdico da avaliao de impacte ambiental, aprovado pelo Decreto-Lei
n. 69/2000, de 3 de Maio.
No prazo de cinco dias aps a regular instruo do pedido de licena nos termos do
artigo anterior, a entidade licenciadora promove a consulta das entidades pblicas que,
nos termos da lei, devam pronunciar-se sobre o pedido de licena, nomeadamente a
Administrao de Regio Hidrogrfica (ARH) e a CCDR territorialmente competentes, a
consulta do delegado de sade regional e da Autoridade para as Condies de Trabalho
que, num prazo de 20 dias comunicam o seu parecer entidade licenciadora.
Aps 30 dias do termo do prazo estabelecido anteriormente a entidade licenciadora
comunica ao requerente a deciso relativa aprovao do projecto de execuo e de
explorao do aterro. Esta deciso vlida por um perodo de 2 anos e pode ser
prorrogvel a pedido do requerente, o qual deve ser apresentado entidade licenciadora
nos 30 dias anteriores ao termo do referido perodo e com fundamento em motivo que
no lhe seja imputvel.
Concluda a fase de construo, o requerente solicita a realizao de uma vistoria com
uma antecedncia mnima de 40 dias da data prevista para o incio da realizao da
operao de gesto de resduos e, aps todas as condies impostas pela entidade
licenciadora impostas e pelas demais entidades consultadas, estarem devidamente
cumpridas, ento realizada a vistoria e diferida a deciso final (no prazo mximo de 10
dias aps a vistoria) que estabelece os termos e as condies de que depende a
realizao da operao de gesto de resduos licenciada.
As operaes que esto sujeitas a um procedimento de licenciamento simplificado so,
conforme consta do artigo 32. do Decreto-Lei n. 178/2006, de 5 de Setembro, as
operaes de:
1) Gesto de resduos relativas a situaes pontuais, dotadas de carcter no
permanente ou em que os resduos no resultem da normal actividade produtiva;
2) Armazenagem de resduos, quando efectuadas no prprio local de produo, no
respeito pelas especificaes tcnicas aplicveis e por perodo superior a um ano;
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20 Departamento de Ambiente e Ordenamento
3) Armazenagem de resduos, quando efectuadas em local anlogo ao local de
produo, pertencente mesma entidade, no respeito pelas especificaes
tcnicas aplicveis e por perodo no superior a um ano;
4) Armazenagem e triagem de resduos em instalaes que constituam centros de
recepo integrados em sistemas de gesto de fluxos especficos;
5) Armazenagem, triagem e tratamento mecnico de resduos no perigosos;
6) Valorizao de resduos, realizadas em instalaes experimentais ou a ttulo
experimental destinadas a fins de investigao, desenvolvimento e ensaio de
medidas de aperfeioamento dos processos de gesto de resduos;
7) Valorizao no energtica de resduos no perigosos, quando efectuadas no
prprio local de produo;
8) Valorizao interna no energtica de leos usados;
9) Valorizao de resduos inertes, de beto e de betuminosos;
10) Valorizao de resduos tendo em vista a recuperao de metais preciosos;
11) Recuperao de solventes quando efectuada no prprio local de produo;
12) Co-incinerao de resduos combustveis no perigosos resultantes do tratamento
mecnico de resduos.
Foi, ainda, consignada a possibilidade de dispensa de licenciamento para determinadas
operaes quando sejam definidas normas especficas para o exerccio das mesmas,
ficando neste caso sujeitas apenas a uma comunicao prvia. Esta possibilidade est,
no entanto, ainda dependente, conforme definido no artigo 25. do Decreto-Lei
n. 178/2006, da publicao de planos especficos de gesto e/ou de Portarias conjuntas
que definam, para cada tipo de resduo, as normas especficas para cada tipo de
operao de gesto, fixando os tipos e as quantidades de resduos a eliminar ou
valorizar.
De modo a evitar uma onerao desnecessria do particular com o esforo de se sujeitar
a procedimentos administrativos diferentes com vista a exercer uma mesma actividade, o
licenciamento ora vigente articula-se numa relao de complementaridade e
alternatividade com os regimes de licenciamento ambiental e de licenciamento industrial
j em vigor.
Alessandro Duarte
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Assim, as operaes de gesto de resduos sujeitas ao regime de licenciamento
ambiental (PCIP) no ficam sujeitam emisso de qualquer outra licena adicional,
sendo, conforme consta do artigo 41. do Decreto-Lei n. 178/2006, licenciadas nos
termos da legislao de PCIP.
De forma equivalente, o licenciamento de uma operao de gesto de resduos sujeita a
regime de licenciamento industrial, substitudo, conforme definido no artigo 42. do
referido Decreto-Lei, por um parecer vinculativo emitido no mbito desse procedimento.
Pretende-se com este novo regime introduzir, portanto, um acrscimo de eficincia e de
eficcia na prossecuo dos seus objectivos, sem prejuzo da imperativa defesa do
interesse pblico em causa.
Operaes de gesto no sujeitas ao regime de licenciamento previsto no Decreto-
Lei n. 178/2006, de 5 de Setembro.
No esto sujeitas a licenciamento nos termos do previsto neste diploma as operaes de:
1) Recolha e de transporte de resduos;
2) Armazenagem de resduos que seja efectuada no prprio local de produo por
perodos no superiores a um ano;
3) Valorizao energtica de biomassa (tal como definida na alnea c) do seu artigo 3.).
De salientar que quer a biomassa agrcola quer a biomassa vegetal, tal como definidas
respectivamente nas alneas d) e e) do artigo 3. do Decreto-Lei em referncia, esto
excludas do mbito de aplicao deste diploma, ao contrrio do que acontece com a
restante biomassa, que se encontra sujeita s disposies deste diploma, no obstante
no se encontrar sujeita ao licenciamento previsto neste diploma, como atrs referido,
nem s regras de transporte da Portaria n. 335/97.
O facto de a operao de valorizao energtica de biomassa deixar de ter
enquadramento em termos de licenciamento ao abrigo do Decreto-Lei n. 178/2006, no
obsta a que deva ser dado cumprimento demais legislao ambiental, bem como outra
que lhe seja aplicvel.
No se encontram igualmente sujeitas ao licenciamento previsto no Decreto-Lei
n. 178/2006, de 5 de Setembro, as operaes de:
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22 Departamento de Ambiente e Ordenamento
1) Incinerao e co-incinerao de resduos, que se encontram sujeitas s
disposies do Decreto-Lei n. 85/2005, de 28 de Abril, que estabelece o regime a
que fica sujeito a incinerao e co-incinerao de resduos, com excepo da co-
incinerao de resduos combustveis no perigosos resultantes do tratamento
mecnico de resduos que, no obstante ter de obedecer s disposies deste
diploma, o seu licenciamento efectuado ao abrigo do disposto na alnea m) do
artigo 32. do Decreto-
Recommended