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Convênio: EMATER-RIO
x Prefeitura SÃO GONÇALO
CULTIVO DO EUCALIPTO
Autoria: JADSON LOPES GUEDES & ANTÔNIO CARLOS MARINS Pág. 1
EMATER-RIO * Escritório de SÃO GONÇALO * Tel: (21) 2701-2954
e-mail: eslocsg@emater.rj.gov.br * Blog → http://emater-rioeslocsg.blogspot.com
APOIO:
ESCRITÓRIO DE SÃO GONÇALO
Nome: _____________________________________________________________
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CULTIVO DO EUCALIPTO
Autoria: JADSON LOPES GUEDES & ANTÔNIO CARLOS MARINS Pág. 2
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1. INTRODUÇÃO
O Brasil é um país de extensões continentais e que possui grandes áreas de
florestas nativas e plantadas. O Setor Florestal Brasileiro conta com, aproximadamente,
530 milhões de hectares de Florestas Nativas, 43,5 milhões de hectares em Unidades de
Conservação Federal e 4,8 milhões de hectares de Florestas Plantadas com pinus, eucalipto
e acácia-negra.
Com a exploração de áreas de Florestas Nativas mais a exploração das Florestas
Plantadas geram-se mais de dois milhões de empregos.
As Florestas Plantadas estão distribuídas, em sua maioria, nos estados do Paraná,
Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Essas
florestas plantadas visam à garantia do suprimento de matéria-prima para as indústrias de
papel e celulose, siderurgia a carvão vegetal, lenha, serrados, compensados e lâminas e
painéis reconstituídos (aglomerados, chapas de fibras, etc.).
Apesar da participação das plantações florestais estarem aumentando em todos os
segmentos em relação a das Florestas Nativas, o setor acredita que com base nas
expectativas de crescimento de demanda, haverá uma necessidade de plantio em torno de 630
mil hectares ao ano, ao invés dos 200 mil hectares atuais. Com base nesses dados observa-
se a importância do Eucalipto (Eucalyptus sp.) por ser uma espécie de uso múltiplo com
possibilidade de atender a todos os segmentos citados anteriormente.
2. INDICAÇÕES DE ESPÉCIES PARA PLANTIO
A região sudeste do Brasil, predominantemente tropical e não sujeita a geadas de
forte intensidade, concentra a maior área de plantio de Eucalipto. Para estas áreas as
espécies mais indicadas são Eucalyptus grandis, Eucalyptus urophylla, Eucalyptus saligna,
e Eucalyptus cloeziana.
3. SISTEMAS DE PLANTIO
O plantio é uma das operações mais importantes para o sucesso da implantação de
florestas. O sucesso de um plantio deve ser pautado por práticas silviculturais como: a
escolha e limpeza da área, controle de pragas e doenças, definição do método de plantio e
tratos culturais.
O plantio se caracteriza pela colocação da muda no campo. Pode ser mecanizado,
manual ou semi mecanizado, dependendo da topografia, recursos financeiros e
disponibilidade de mão de obra e/ou equipamentos.
O plantio mecanizado ou semi mecanizado aplica-se onde a topografia é plana
possibilitando o uso de plantadoras traquinadas por tratores. No sistema semi mecanizado,
as operações de preparo de solo e tratos culturais são mecanizados, o plantio
propriamente dito é manual. O plantio manual é recomendado para áreas declivosas ou em
situações onde não é viável o uso de máquinas agrícolas.
Figura 1 – Floresta plantada de Eucalipto
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4. PREPARO DO SOLO
Todo solo que receber preparo mecanizado, NUNCA DEVERÁ SER TRABALHADO “MORRO
ABAIXO”. Isso garantirá uma boa conservação da água e solo.
Em relação ao preparo do solo, devem-se observar os seguintes itens:
4.1 PLANEJAMEMTO DO PLANTIO
No planejamento definem-se as vias de acesso e o dimensionamento/posicionamento dos
talhões, ações que facilitarão as operações de plantio, tratos culturais, operações de
proteção, principalmente controle de fogo e as operações de derrubada e retirada da
madeira.
4.2 CONSTRUÇÕES DE ESTRADAS
A construção das vias de acesso deve considerar a distância máxima do arraste ou
transporte da madeira no interior da floresta, que por razões técnicas e econômicas não
devem ultrapassar os 150 m. Portanto, os talhões devem ser dimensionados com no máximo
300 metros de largura, com cumprimento variando de 500 a l000 metros. A definição do tamanho do talhão é importante também para a proteção da floresta em
caso de incêndio.
4.3 ACEIROS
Os aceiros separam os talhões e servem de ligação às estradas de escoamento da
produção, além de proteger contra o espalhamento de fogo no caso de incêndios. Os aceiros
podem ser internos (com largura de 4 a 5 m) ou de divisa (com largura de 10 a 15 m).
4.4 LIMPEZA
A limpeza da área para plantio corresponde às operações de derrubada, remoção e
enleiramento da vegetação. Na limpeza recomenda-se retirar apenas o material lenhoso aproveitável, como por
exemplo, a lenha (para energia ou carvão) e madeira (para serraria), moirões etc., sendo
que o restante do material deve permanecer no campo como uma importante reserva de
nutrientes e proteção do solo. Dependendo da densidade da vegetação a ser retirada e da topografia do local
(observe-se os aspectos legais), pode-se utilizar equipamentos e/ou máquinas pesadas.
4.5 PREPARO DO SOLO PROPRIAMENTE DITO
O principal objetivo do preparo da área é oferecer condições adequadas ao plantio e
estabelecimento das mudas no campo. Como condições adequadas podemos considerar a redução
da competição por ervas invasoras, melhoria das condições físicas do solo (ausência de
compactação) e a presença de resíduos da exploração (folhas e galhos devidamente
trabalhados para não prejudicarem as operações que demandam uso de máquinas). Estes resíduos são importantes na manutenção da matéria orgânica no solo e
consequentemente na ciclagem e disponibilização de nutrientes às plantas.
Figura 2 - Estradas dividindo os talhões
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Alguns fatores importantes devem ser definidos antes do plantio propriamente dito, com
destaque para o espaçamento de plantio e suas características.
5. ESPAÇAMENTO
O espaçamento influenciará as taxas de crescimento, a qualidade da madeira
produzida, a idade de corte, os desbastes, as práticas de manejo e consequentemente os
custos de produção.
O espaçamento ou densidade de plantio é provavelmente uma das principais técnicas
de manejo que visa à qualidade e a produtividade da matéria-prima. Deve ser definido em
função dos objetivos do plantio, considerando-se que a influência do espaçamento é mais
expressiva no crescimento em diâmetro do que em altura.
Normalmente os plantios são feitos sob espaçamentos variando entre, 3x2m (três por
dois), 3x2,5m (três por dois e meio), 2,5x2,5m (dois e meio por dois e meio) e 3x3m (três
por três), os quais favorecem os tratos culturais mecanizados. Sendo mais indicado o
espaçamento de 3x2m (três por dois).
Resumindo:
- Espaçamentos maiores (densidade baixa): menor produção em volume individual,
menor custo de implantação, maior número de tratos culturais, maior conicidade de fuste e
desbastes tardios.
- Espaçamentos menores (densidade alta): maior produção em volume por hectare,
rápido fechamento do dossel, menor número de tratos culturais, menor conicidade do fuste
e exigem desbastes precoces.
6. PLANTIO
Para uma boa conservação da água e do solo, antes do plantio devem ser marcadas as
curvas de nível na área. Com plantios em curva de nível, as águas das chuvas perdem
velocidade ao escorrerem sobre o terreno, com isso há maior garantia de não haver erosão
da terra e maior infiltração da água no solo.
6.1 COVAS
As dimensões ideais para o plantio do Eucalipto em cova são: 30cm X 30cm X 30cm.
(Comprimento x Largura x Profundidade).
7. NUTRIÇÃO, CALAGEM E ADUBAÇÃO
7.1 IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DE SOLO E DA NUTRIÇÃO MINERAL
Embora o eucalipto tenha rápido crescimento, este é muito variável. Os principais
fatores que interferem no crescimento estão relacionados com o material genético
utilizado e com as condições de solo onde é plantado. Geralmente, são utilizados os solos
de baixa fertilidade natural, sendo necessária sua correção com a aplicação de
fertilizantes.
Mas para uma aplicação correta e racional desses fertilizantes, é necessário que
se faça previamente a Análise Química de Fertilidade do Solo em laboratório. O resultado
da Análise de Solo irá indicar a real necessidade do solo em relação ao Calcário e aos
Fertilizantes.
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7.2 CALAGEM
O Calcário Agrícola é o corretivo mais usado para a correção da acidez do solo e
também para a neutralização do Alumínio Tóxico presente em alguns solos. Além de ser o
corretivo mais disponível, é o mais barato.
Apesar do Eucalipto ser uma cultura relativamente tolerante à acidez do solo, a
Calagem é recomendada para elevar os níveis de Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg) no solo.
Normalmente, é recomendada a aplicação de Calcário Dolomítico, que contém além do Cálcio,
concentração mais elevada de Magnésio.
A época mais indicada para aplicação do Calcário é durante o preparo do terreno,
isso para facilitar a incorporação do mesmo e para que haja tempo dele reagir no solo
antes das mudas irem a campo.
Na prática não é aconselhável aplicar doses muito elevadas de Calcário de uma
única vez, pois além das despesas, isso pode interferir na estrutura do solo e na
microfauna. Por isso, o ideal é aplicar no máximo 3 toneladas por hectare. Caso seja
necessária uma aplicação maior, por exemplo 4 toneladas por hectare, é aconselhável
dividir em 2 aplicações. A primeira aplicação antes do plantio e a segunda quando o
plantio estiver com 24 a 36 meses de idade.
7.3 ADUBAÇÃO MINERAL
Os nutrientes mais frequentemente utilizados nas adubações de espécies florestais
são o Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K). O Cálcio (Ca) e o Magnésio (Mg) são
aplicados através da Calagem. Em plantações florestais é comum o uso de adubos simples,
formados por apenas um composto químico. Neste caso, normalmente são utilizados: Sulfato
de Amônio e Uréia, como fontes de Nitrogênio; Superfosfato Simples; Superfosfato Triplo e
Fosfato Natural, como fontes de Fósforo; Cloreto de Potássio e Sulfato de Potássio, como
fontes de Potássio. Porém, existem adubos formulados que contém dois ou mais compostos
químicos, que também podem ser utilizados (Ex.: Formulados 10-10-10; 04-14-08; 20-00-20).
7.3.1 ADUBAÇÃO DE PLANTIO
O adubo pode ser aplicado na cova ou no sulco de plantio. No primeiro caso o adubo
deve ser colocado no fundo da cova antes do plantio, bem misturado com a terra para
evitar danos à raiz das mudas. No segundo caso o adubo é distribuído no fundo do sulco de
plantio, aberto pelo sulcador.
7.3.2 ADUBAÇÃO DE COBERTURA
Embora não seja uma prática nem sempre necessária, a adubação de cobertura pode
ser indicada, pois ela complementa a adubação de plantio.
A adubação de cobertura é feita aproximadamente 3 meses após o plantio. O adubo é
distribuído ao lado das plantas, em faixas ou em coroamento. Após aplicação é recomendado
cobri-lo com terra.
7.3.3 ADUBAÇÃO DE MANUTENÇÃO
Tem como objetivo fornecer Potássio(K), Cálcio(Ca) e Magnésio(Mg) para as plantas.
Deve ser aplicada quando as plantas tiverem de dois e meio a três anos de idade. No caso
de solo muito ácido ou baixos teores de Ca e Mg, é recomendando aplicar juntamente com o
Potássio, o Calcário Dolomítico.
A aplicação é feita distribuindo o Adubo e o Calcário entre as linhas de plantio.
Após aplicação deve-se fazer uma incorporação superficial, isto é, a aproximadamente 5 cm
de profundidade.
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8. PRAGAS
A ocorrência de pragas em Eucalipto no Brasil foi registrada logo depois da
introdução da cultura no país. Em 1949 Foram observadas ocorrências de Sarcina violascens
(Lep. Limantriidae) atacando Eucalyptus tereticornis no Rio de Janeiro. Nas décadas de
1970 e 1980, foram observadas lagartas desfolhadoras em Eucalipto em São Paulo e em Minas
Gerais.
8.1 FORMIGAS CORTADEIRAS
As formigas cortadeiras são consideradas até hoje como o principal problema
entomológico das florestas brasileiras. No Brasil estes insetos são chamados de saúvas ou
quenquéns.
8.1.1 FORMIGAS SAÚVAS
Saúvas são formigas cortadeiras do gênero Atta. Diferem-se das quenquéns por serem
maiores e possuírem apenas três pares de espinhos no dorso do tórax. Seus ninhos são
denominados sauveiros e são facilmente reconhecidos pelo monte de terra solta na
superfície.
8.1.2 FORMIGAS QUENQUÉNS
São formigas cortadeiras, principalmente do gênero Acromyrmex. Os formigueiros
deste gênero são pequenos e geralmente de poucos compartimentos (panelas). As operárias
variam muito de tamanho, mas geralmente são bem menores que as saúvas.
Comumente, encontram-se variações individuais na proporção dos espinhos do tronco
e da cabeça em espécies pertencentes à mesma colônia.
8.1.3 COMBATE ÀS FORMIGAS CORTADEIRAS
Para o controle de formigas são utilizados principalmente produtos químicos na
forma de iscas (Formicidas). No entanto o manejo adequado dos plantios juntamente com o
monitoramento é fundamental para o sucesso deste controle.
Modo de Aplicação do Formicida: Deve-se aplicar o produto diretamente da embalagem, SEM
CONTATO MANUAL, ao longo das Trilhas ou Carreiros das formigas, próximo aos olheiros em
qualquer época do ano, porém em solos secos e nunca em solos com umidade. Mas o ideal é
que se façam abrigos para as iscas não manterem contato com o sereno ou chuva. Esses
abrigos podem ser feitos de forma alternativa, por exemplo, com embalagens plásticas de
margarina (bem limpas) deixadas nas trilhas, contendo as iscas dentro, tendo o cuidado de
fazer duas “portas”, uma em cada extremidade da embalagem para a formiga entrar e sair
com facilidade, levando as iscas para o formigueiro. O produto deve ser carregado pelas
formigas, portando NÃO deve ser colocado diretamente dentro dos olheiros.
Recomenda-se fazer a aplicação do produto ao entardecer, pois é desse período em
diante que as formigas começam o trabalho mais intenso de carregamento das iscas.
Figura 4 - Formigas carregando as
Iscas Formicidas
Figura 3 – Formigas cortadeiras
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8.2 CUPINS
Coptotermes spp.
Heterotermes spp.
Anoplotermes spp.
Armitermes spp.
Cornitermis spp.
Neocapritermes spp.
Procornitermes spp.
8.3 LAGARTAS
As Lagartas de maior importância para os plantios de Eucaliptos são aquelas
denominadas desfolhadoras, ou seja, aquelas que se alimentam de folhas.
A espécie Thyrinteina arnobia (Lepidoptera: Geometridae) é citada como o
desfolhador mais importante no Brasil.
8.4 BESOUROS
Os besouros que causam prejuízos ao Eucalipto podem ser classificados como:
Desfolhadores, Broqueadores e Serradores.
8.4.1 BESOUROS DESFOLHADORES
Os besouros desfolhadores constituem um grupo de insetos muito importante para a
silvicultura brasileira. Estes estão incluídos em diversas famílias, principalmente
Chrysomelidae, Curculionidade, Scarabaeidae e Buprestidae.
Dentro deste grupo, Costalimaita ferruginea (Figura 4) é a espécie mais importante
para o setor florestal brasileiro. Trata-se de um besouro amarelo que mede de 5 mm a 6,5
mm de comprimento, que utiliza como hospedeiros várias espécies de eucalipto. Os adultos
são ativos ao entardecer e durante a noite. Altas infestações são observadas nos meses de
setembro e março, e a desfolha é mais significativa nos primeiros anos de plantio.
8.4.2 BESOUROS BROQUEADORES E SERRADORES
Além dos besouros desfolhadores, outros grupos, os broqueadores e serradores,
também são pragas de eucaliptos, porém de menor importância para os plantios no Brasil.
Os principais representantes desses grupos são: Platypus sulcatus (Coleoptera:
Platipodidae), Phoracantha semipunctata, P. recurva, (Coleoptera: Cerambycidae), Achryson
surinamum (Coleoptera: Cerambycidae) e Mallodon spinibarbis (Coleoptera: Cerambycidae),
Oncideres djeani e O. impluviata (Coleoptera: Cerambycidae).
Figura 5 - Adulto de Costalimaita ferruginea
Obs: Toda aplicação de Produto Químico deve ser feita após a leitura da
Bula e/ou Modo de Aplicação, impressos na embalagem do produto e sempre
utilizar Equipamento de Proteção Individual (EPI) no momento da aplicação.
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9. DOENÇAS
O Eucalipto pode ser atacado por vários patógenos, principalmente fungos, desde
mudas até árvores adultas. As doenças causam impactos econômicos significativos, de
acordo com a espécie atacada e da época do ano. As principais doenças que ocorrem nos
Eucaliptos são:
Tombamento;
Podridão de raízes;
Mofo cinzento;
Podridão de estacas;
Esporotricose;
Oídio;
Murcha bacteriana;
Enfermidade rosada ou rubelose;
Cancro;
Ferrugem;
Murcha de cilindrocladium;
Podridão do cerne;
Doenças foliares e complexos etiológicos (possuem sintomas de doenças, mais tem
origens diversas);
Seca de ponteiros do Vale do Rio Doce (SPEVRD);
Seca de ponteiros de Arapoti (SPEA);
Seca da saia do Eucalyptus viminalis.
Seja qual for o problema, a prescrição de medidas de controle eficientes depende
do correto e completo diagnóstico do agente causal. Outro aspecto importante a ser
ressaltado é que a decisão de uma medida de controle precisa ser balizada entre sua
viabilidade técnica e a econômica. Por vezes, a medida mais eficiente e econômica pode
provocar impactos ambientais indesejáveis, como por exemplo, a contaminação ambiental por
agrotóxico.
10. SISTEMAS AGROFLORESTAIS
Nas propriedades rurais, as árvores também podem ser plantadas de forma integrada
com as atividades agrícola e pecuária ou, ainda, como prestadoras de serviços como
quebra-ventos, cercas vivas, proteção de animais, sem, no entanto esquecer o seu
potencial para gerar produtos econômicos. Para que se tenha sucesso nesse empreendimento,
precisa-se considerar o espaçamento da espécie florestal. Nesses sistemas normalmente são
usadas menores densidades de plantio e diferentes arranjos espaciais das espécies
florestais em campo.
Plantios mais adensados resultam na produção de um elevado número de árvores com
pequenos diâmetros, as quais normalmente são utilizadas para fins menos nobres como
lenha, carvão, celulose e estacas para cercas. Espaçamentos amplos resultam em um número
menor de plantas por unidade de área, tornando mais fácil o acesso de máquinas para o
plantio e tratos culturais. Facilitam também a retirada da madeira e empregam menos mão-
de-obra, além de permitirem a produção de madeira de melhor valor comercial (postes,
vigas, esteios e serraria). Como desvantagens há maior necessidade de tratos culturais e
menor derrama natural.
A combinação de árvores com pastagens se dá o nome de Sistema Silvipastoril. A
combinação de pastagens e culturas agrícolas durante a fase inicial de desenvolvimento
das espécies arbóreas é denominada de Sistema Agrossilvipastoril. E a associação de
árvores com culturas agrícolas dá-se o nome de Sistema Silviagrícola.
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10.1 SISTEMA SILVIPASTORIL
Plantios em linhas duplas ou triplas (1,5 m entre plantas e 3,0 m entre linhas),
distanciadas entre si em 10, 20 ou 40 metros, permitem uma produção simultânea de madeira
de boa qualidade e alimentos, uma vez que esta configuração possibilita maior penetração
de luz solar para o desenvolvimento das espécies do sub-bosque (culturas agrícolas ou
pastagens).
Em áreas planas podem-se direcionar as linhas de plantio no sentido leste-oeste,
evitando com isso excesso de sombra para as culturas associadas.
Sistemas Silvipastoris, como alternativa de uso da terra, devem seguir três
princípios básicos de sustentabilidade, ou seja, devem ser economicamente viáveis,
ambientalmente equilibrados e socialmente justos. Assim, as principais razões para o
produtor introduzir árvores em sua propriedade são: ser rentável, permitir a
diversificação de renda e geração de empregos, ter finalidades protetoras e valor
estético.
Uma desvantagem aparente da introdução do eucalipto em pastagens é necessidade de
se isolar a área plantada, por um período mínimo de 2-3 anos. Há trabalhos, no entanto
que mostram que dependendo da espécie de eucalipto e do solo onde o sistema esteja sendo
plantdo, no início do segundo ano aos animais já podem entrar na área. Além disso há
situações onde a pastagem necessita ser reformada, quando normalmente os animais são
retirados da área para permitir essa operação. Em áreas onde a pastagem ainda não foi
implantada pode-se associar a espécie florestal com culturas agrícolas nos primeiros
anos.
10.2 SISTEMA SILVIAGRÍCOLA
Plantios envolvendo culturas alimentares e árvores é uma importante alternativa de
produção para a agricultura familiar. Pode melhorar a capitalização do pequeno produtor,
devido à própria diversidade de culturas envolvidas, além de proporcionar diminuição da
mão de obra, devido à supressão de ervas daninhas.
Devem-se observar os espaçamentos a serem adotados para que as culturas agrícolas
não atrapalhem o desenvolvimento inicial das espécies florestais e nem as essas espécies
florestais causarem sombreamento significativo nas espécies agrícolas depois de
desenvolvidas.
Figura 6 - Áreas com Sistema Silvipastoril
Figura 7 - Áreas com Sistemas Silviagrícolas
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11. MERCADO E COMERCIALIZAÇÃO
A participação brasileira de produtos florestais no mercado mundial é de 2%
considerando-se os dados agregados de diferentes áreas, incluindo o eucalipto.
No caso do comércio de papel, o Brasil ocupa o 11º produtor mundial, com 2,2% da
produção.
No caso do comércio de madeira serrada a posição brasileira é de 5º produtor
mundial, com uma participação relativa de 4,3%.
12. LEGISLAÇÃO
12.1 LEGISLAÇÃO QUE REGULAMENTA A IMPLANTAÇÃO DA SILVICULTURA NO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO
DECRETO N° 41.968 DE 29 DE JULHO DE 2009
REGULAMENTA A LEI N° 5.067, DE 09 DE JULHO
DE 2007, NO QUE SE REFERE A EMPREENDIMENTOS
DE SILVICULTURA ECONÔMICA,
DEFINIDOS COMO PEQUENA E MÉDIA ESCALA,
NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
RESOLUÇÃO CONEMA N° 017 DE 17 DE DEZEMBRO DE 2009
DZ-1601.R-0 - DIRETRIZ PARA O LICENCIAMENTO
AMBIENTAL DE EMPREENDIMENTOS DE
SILVICULTURA ECONÔMICA DE PEQUENA E
MÉDIA ESCALAS.
APOIO:
REALIZAÇÃO:
ESCRITÓRIO DE SÃO
GONÇALO
EQUIPE TÉCNICA DA EMATER-RIO EM SÃO GONÇALO:
ANTONIO CARLOS MARINS: Supervisor Local - Técnico em
Agropecuária/Economista
JADSON LOPES GUEDES: Técnico em Agropecuária/Eng.º Agrônomo
ANGELA DA CONCEIÇÃO LORDÃO: Médica Veterinária
ILZA MARLENA P. DA SILVA: Extensionista Social
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