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Palestra apresentada durante reunião da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) na Ufla (Universidade Federal de Lavras) em setembro de 2010

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Mesa-Redonda

Jornalismo Científico e sua importância na disseminação

da ciência e tecnologia para a comunidade

Guilherme Ferreira Viana

Jornalista

Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG)

Especialista em Jornalismo & Mídia / Famecos (PUCRS / Uniron)

Graduação em Comunicação Social / Jornalismo pela PUC Minas

As atividades de comunicação social na Embrapa são coordenadas pela ACS

(Assessoria de Comunicação Social), Unidade Central da Empresa localizada em

Brasília-DF.

Entre as suas finalidades básicas estão o planejamento, a execução e a

coordenação de ações de comunicação social, cujo objetivo é reforçar o

conhecimento e o entendimento da sociedade sobre o papel e a

importância da Embrapa para o desenvolvimento sustentável do

agronegócio brasileiro.

EstruturaEstrutura

Em cada Unidade de Pesquisa – são 44 Unidades distribuídas em todas as regiões

e biomas brasileiros, além de escritórios na América do Norte, Europa, Ásia,

África e América Latina – a Empresa mantém jornalistas, relações públicas,

profissionais de marketing e das ciências da informação e outros

profissionais de comunicação.

O objetivo é APRIMORAR O RELACIONAMENTO E DIVULGAR RESULTADOS

DE PESQUISA (CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO) da Embrapa para a

SOCIEDADE, por meio da IMPRENSA e de outras AÇÕES DE COMUNICAÇÃO.

EstruturaEstrutura

EstruturaEstrutura

EstruturaEstrutura

Desta forma, CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO, matérias-primas do

jornalismo científico, permeiam o dia a dia de comunicadores em busca de

cumprimento da missão da Embrapa:

“Viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a

sustentabilidade da agricultura, em benefício da sociedade brasileira”

MissãoMissão

Em 2009, segundo pesquisa do Cybermetrics Lab,

maior organismo público pertencente ao Conselho

Superior de Investigações Científicas (CSIC) da

Espanha, a Embrapa está entre as instituições de

pesquisa mais acessadas na internet em todo o

mundo. Do total de duas mil organizações que

compõem o ranking, 49 são brasileiras. A lista

nacional, liderada pelo Instituto Nacional de Pesquisas

Espaciais - Inpe (44º no mundo), destaca a

Embrapa na segunda colocação e 88ª no ranking

internacional, seguida pela Fundação Oswaldo Cruz

(112º no mundo).

MAS...

Como DEMOCRATIZAR essas informações (pesquisas, inovações,

conceitos de ciência e tecnologia) e torná-las ACESSÍVEIS ao

público leigo?

MAIOR DESAFIO DO JORNALISMO CIENTÍFICO

Em 37 anos completados em 2010, a Embrapa exibe uma contribuição

formidável à ciência, à tecnologia e à inovação brasileiras.

Sua cultura de gestão valoriza a interação com a sociedade e sua

competência em comunicação é hoje reconhecida internacionalmente.

Essa trajetória bem-sucedida, apesar da timidez da divulgação da

pesquisa agropecuária na imprensa brasileira, é marcada pela média

mensal superior a 500 inserções na mídia, constituindo-se num dos

exemplos mais importantes de visibilidade para a ciência e a tecnologia

geradas no País.

HistHistóórico e Conjunturarico e Conjuntura

Como documento orientador das ações implantadas pelos comunicadores

nas Unidades, há uma política de Comunicação Empresarial, com

diretrizes e valores continuamente atualizados frente aos novos desafios,

no campo da ciência e da tecnologia.

Outro estímulo à disseminação da ciência e tecnologia é a capacitação

permanente dos profissionais de comunicação.

Programas de pós-graduação são estimulados pela Empresa.

HistHistóórico e Conjunturarico e Conjuntura

Por outro lado, diversos desafios são impostos às organizações públicas

(entre as quais se inclui a Embrapa) onde a ausência de uma cultura de

comunicação cria dificuldades para a prevalência de uma comunicação

que seja EFICAZ E TRANSPARENTE.

Algumas das principais dificuldades enfrentadas por quem faz jornalismo

na Empresa está na PARTICIPAÇÃO NO PROCESSO DE TOMADA DE

DECISÕES E NO CONVENCIMENTO DOS PESQUISADORES QUE É DE

INTERESSE PÚBLICO OS RESULTADOS DE SUAS PESQUISAS.

HistHistóórico e Conjunturarico e Conjuntura

Como exemplo, na própria Embrapa,

podemos citar a dificuldade de

convencimento, pelos jornalistas

(leiam assessores de imprensa), de

pesquisadores com diversos anos de

casa em mostrar para a sociedade

os resultados de suas pesquisas.

RECEIO

em relação ao conhecimento do

jornalista / assessor?

ou

BUSCA

por uma comunicação mais dirigida, em

revistas segmentadas e/ou especializadas (técnico-científicas)?

HistHistóórico e Conjunturarico e Conjuntura

HistHistóórico e Conjunturarico e Conjuntura

No dia a dia de uma empresa de CT&I, quando um clima de confiança entre fonte e

assessor é estabelecido, podemos refletir sobre dois aspectos:

1) Assessores de imprensa: privilégio à informação (!)

2) Quais as melhores formas de abordagem e acompanhamento, pelo assessor, da

fonte (pesquisador) quando é entrevistada por um jornalista de veículo? (dar

autonomia ao jornalista??)

Exemplo: Série “É bom pra quê?” do Fantástico do último domingo (26/09) em

reportagem veiculada sobre plantas medicinas / Drauzio Varella (artigo Wilson

Bueno; pesquisador Osmar Lameira)http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1621018-15605,00-

E+BOM+PARA+QUE+MOSTRA+A+IMPORTANCIA+DOS+TESTES+PARA+USO+DOS+FITOTERAPICOS.html

Na verdade, a palavra-chave é CAPACITAÇÃO dos profissionais de

comunicação (assessores e jornalistas de veículos) e das próprias fontes

(medias trainnings), gerando CREDIBILIDADE junto a suas fontes e ao público

interessado, transformando ciência e tecnologia em assuntos discutíveis,

palatáveis, inteligíveis.

Na Embrapa Milho e Sorgo, por exemplo, tem-se buscado criar uma

HistHistóórico e Conjunturarico e Conjuntura

CULTURA DE COMUNICAÇÃO PARA CT&I

Neste contexto, os jornalistas da Embrapa Milho e Sorgo vêm tentando

estabelecer algumas práticas para democratizar esse conhecimento.

Cultura de ComunicaCultura de Comunicaçção para ão para CT&ICT&I

Quais são elas?

Literalmente, traduzir conhecimento. Uma espécie de alfabetização da

ciência deve ser prática comum entre os jornalistas que lidam com CT&I.

Na Embrapa e em qualquer outra instituição de CT&I, descobrir pautas

científicas e mostrar seus benefícios para a sociedade deve ser um

estímulo ao dia a dia do jornalista.

Para isso, cada intervenção com o pesquisador deve ser feita de forma acertada,

de forma que haja um clima de confiança e comprometimento entre fonte e

entrevistado.

Cultura de ComunicaCultura de Comunicaçção para ão para CT&ICT&I

Escrever diversas vezes, ler, reler, colocar-se no ponto de vista de quem vai ler a

matéria...

... Os fundamentos do jornalismo são mais contundentes e devem ser

seguidos ainda mais à risca no jornalismo científico!

Cultura de ComunicaCultura de Comunicaçção para ão para CT&ICT&I

Essa divulgação científica deve ser formal, engessada, em uma única via?

NÃO!

Para participar e se interessar por esses temas, temos que provocar e

mobilizar a sociedade.

A Embrapa Milho e Sorgo vem implantando algumas ações...

Cultura de ComunicaCultura de Comunicaçção para ão para CT&ICT&I

Para aproximar Embrapa e sociedade, a área de comunicação empresarial

iniciou uma ação denominada “Papo com Ciência”, que consiste em uma série

de palestras, feitas com uma linguagem simples e objetiva, sobre temas ligados à

CT&I.

Aquecimento global, mudanças climáticas, transgênicos... temas

apresentados pelos pesquisadores cuja linguagem foi considerada plenamente

acessível pelos participantes, por meio de questionários respondidos.

Papo com CiênciaPapo com Ciência

Papo com CiênciaPapo com Ciência

Popularização da ciência. É com esse espírito que a Embrapa Milho e Sorgo

recebe, há quase 10 anos, estudantes do ensino infantil ao médio das redes

pública e particular de Sete Lagoas e região.

O Programa Embrapa & Escola tem como objetivos divulgar as tecnologias

geradas para a agricultura tropical visando a aumentar a oferta de alimentos, a

desenvolver melhores produtos, a reduzir o custo de produção para os

agricultores e, principalmente, a aliar a produção de alimentos com a

conservação dos recursos naturais.

Programa Embrapa & EscolaPrograma Embrapa & Escola

Programa Embrapa & EscolaPrograma Embrapa & Escola

Temas como melhoramento genético e educação ambiental, por exemplo, vêm

sendo democratizados com a publicação de cartilhas e jogos voltados para o público

infanto-juvenil.

As formas de apresentação estimulam o interesse e a curiosidade das crianças e

adolescentes pela ciência.

A cartilha “Vamos descobrir o Milho” apresenta, de forma didática, por meio de

desenhos, o trabalho de melhoramento genético feito pelo pesquisador no

processo de desenvolvimento de cultivares de milho. Um jogo da memória, em

forma de baralho, acompanha a cartilha.

Todas essas peças foram lançadas este ano pela Embrapa Milho e Sorgo.

PublicaPublicaçções para pões para púúblicos segmentadosblicos segmentados

PublicaPublicaçções para pões para púúblicos segmentadosblicos segmentados

O Grão em Grão foi criado pensando-se em ocupar uma lacuna que existia na

comunicação externa da Embrapa Milho e Sorgo. Ele começou eminentemente

técnico, mostrando resultados ou o andamento de trabalhos e pesquisas feitas por

pesquisadores e analistas da Unidade.

O primeiro número foi em outubro de 2007. Na edição número 8, de junho de

2008, foi acrescentada a editoria “institucional”, que objetiva publicar ações e

atividades desta natureza. Mantém-se a editoria “notícias”, com assuntos

exclusivamente técnicos.

Hoje, ele está em sua 26ª edição.

Informativos especializados em Informativos especializados em CT&ICT&I

A recepção do informativo tem sido bastante positiva. Os retornos via e-mail,

telefone ou pessoal são elogiosos, o que permite concluir que o objetivo inicial

(criar um canal direto de comunicação com o público externo para

divulgar CT&I) está sendo atingido.

Atualmente, o Grão em Grão é enviado a mais de 5.000 e-mails, divididos

em grupos diversos como membros de sociedades científicas, instituições

de ensino, políticos, imprensa, associações e cooperativas.

Informativos especializados em Informativos especializados em CT&ICT&I

Informativos especializados em Informativos especializados em CT&ICT&I

Informativos especializados em Informativos especializados em CT&ICT&I“A partir da divulgação do sorgo

sacarino pelos jornalistas, via Grão

em Grão, vejo que a cultura em

questão se tornou alvo frequente

de incentivos e demandas.

Realmente passei a atender desde

produtores a formadores de opinião

do segmento, como empresários e

políticos, a partir dessa primeira

divulgação, feita em maio de

2009.”

Rafael Augusto da Costa Parrella

Pesquisador / Embrapa Milho e

Sorgo

Informativos especializados em Informativos especializados em CT&ICT&I

Independência crescente da “grande mídia” na cobertura e divulgação de CT&I:

cada vez mais as empresas investem na criação de newsletters, jornais eletrônicos, hot

sites, blogs e em posts em redes sociais, como o Twitter, para divulgarem suas ações e

resultados de pesquisa. Ou seja, espaços próprios para divulgação de CT&I.

DISCUSSÃO - Atualmente, os próprios cadernos (impressos) especializados em CT&I da

chamada grande mídia vêm dando preferência para assuntos relacionados à saúde,

comportamento e outros temas de interesse humano, em detrimento da abordagem de

resultados de pesquisa relacionados à “ciência pura”. Na mídia televisiva, por exemplo,

o público tem que se adaptar aos horários – pouco versáteis – dos programas que

divulgam CT&I: Globo Ciência, Globo Universidade, Globo Ecologia.

Tendências para o Jornalismo CientTendências para o Jornalismo Cientííficofico

Tendências para o Jornalismo CientTendências para o Jornalismo Cientííficofico

Realização: LabjorRealização: SBPC e Labjor(Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo)

De qualquer forma, em meio a novas vertentes, espaços, linguagens e

abordagens, o jornalismo científico deve buscar a qualidade, a seriedade e a

responsabilidade ética.

Atrair a curiosidade do receptor, seja leitor, telespectador, ouvinte ou internauta,

mostrando o impacto que o jornalismo científico tem em nosso cotidiano, com a

possibilidade de avanços sociais, é a saída mais plausível para ganhar mais espaço

nos meios de comunicação.

Consequentemente, toda uma nação poderá ser beneficiada, já que ciência e

tecnologia devem ser compreendidas como molas propulsoras do progresso

social.

ConclusõesConclusões

Muito obrigado pela atenção!

Guilherme Viana

Jornalista / Embrapa Milho e Sorgo

www.cnpms.embrapa.br

gfviana@cnpms.embrapa.br

(31) 3027-1272 / (31) 9733-4373