Apresentação para décimo ano de 2014 5, aula 39-40

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«Retrato do artista quando jovem» (pp.

141-142)

1./1.1 O «artista» mencionado no

título e o narrador são a mesma

entidade («resolvi», «meu», «cheguei»,

«experimentei», «fiquei», «me», entre

muitas outras, são marcas desse

narrador homodiegético).

1.2 Trata-se de crónica de cariz

autobiográfico, ao longo da qual o

narrador se retrata enquanto criança e

adolescente.

2. Reflectir sobre a sua infância e

sobre a opção por uma carreira

artística.

3. Desde «Estranho» (linha 39) a

«admiro» (linha 47).

Acabei romancista. Estranho, porque não

sou gordo nem inteiramente feio, não

tenho uma prega na testa, não combati na

Grécia, não uso óculos nem barba, não

janto nos restaurantes de génios do

Bairro Alto, não cheiro mal da boca, não

bebo álcool e estou-me por completo nas

tintas para os êxitos ou fracassos dos

outros que não me alegram nem me

entristecem peva exceto no que diz

respeito aos dois ou três amigos que

admiro. Felizmente que é assim para

3.1 Comparação por exclusão.

3.2 Permite ao narrador apresentar-se e,

ao mesmo tempo, descrever o escritor

português tipo, de cuja imagem

pretende afastar-se.

4.

a) «em», «a», «com», «de».

b) «franjinhas», «sapatos».

c) «resolvesse».

d) «outrora».

Um quilinho de kunami.

N N

É kunami do bom.

N A

É fruta tropical raríssima.

N A A

Paizinho!

N

Isto é bom, muito raro.

A A

Por isso o preço é upa-upa, puxadote.

N (A) A

Olh'ò kunami fresquinho!

N A

Isto é só fruta podre.

N A

É preciso ter um gosto sofisticado.

N A

Docinho... Maravilha!

A N

Isto faz um suminho...

N

Alface velha, ameixas podres, ...

N A N A

Com todo o respeito, a sua mulher é uma pega.

N N N

É um bocadinho, é.

N

Ainda há gente simpática.

N A

Valores do diminutivo (p. 336)

• pequenez (lombinho, gotícula, ilhota)

• carinho (quilinho, [está] boazinha?, filhote)

• ironia (penteadinho, gorducho, talhantezinho)

• depreciação (cretinazinha, livreco)

• intensificação (docinho, puxadote, baixinho)

Valores do aumentativo (p. 336)

• grandeza

• ironia

• depreciação

• afecto

mulheraça dentuça molengão bocarra

Aumentativo / Diminutivo são formas

de variação em grau, possíveis em

• nomes (suminho)

• adjetivos (fresquinho)

• advérbio (poucochinho, depressinha)

Adjetivos e Advérbios costumam ter o

grau expresso (sintatica e morfologi-

camente) pelo «grau propriamente dito»:

inteligentíssimo (Adj.)

o mais palerma de todos (Adj.)

tão alegremente como (Adv.)

Nem todos os adjetivos são graduáveis:

só os adjetivos qualificativos (os

relacionais, não) — cfr. p. 300.

greve estudantil

língua materna

campeonato mundial

Há umas aulas, fui distinguindo

enunciação e enunciado. Enunciado é o

produto de uma enunciação; a

enunciação é o ato de produção desse

enunciado (desse texto).

Vimos que deíticos são marcas do

processo de enunciação, porque

remetem para a situação em que o

enunciado é produzido. São palavras

que só podem ser compreendidas em

função do contexto da enunciação.

Exemplos que dei foram os de «este»,

«aquele» ou «ali», cujos referentes se

reportam ao espaço em que o enunciado

estiver a ser produzido. Também os

pronomes pessoais e possessivos

podem ter função deítica, porque os seus

exatos referentes dependem do «eu» e

do «tu» que intervenham na situação de

enunciação. Palavras como «agora»,

«amanhã», para serem «percebidas»,

precisam de ser relacionadas com o

momento da enunciação.

Os deíticos podem ser arrumados em

pessoais, espaciais e temporais, e são os

instrumentos da referência deítica ou

deixis. (Vê a p. 320, onde se mencionam

ainda os deíticos textuais.)

Entre as classes de palavras que mais

concorrem para a referência deítica

encontramos a dos pronomes, a dos

determinantes, a dos advérbios. Os

verbos e a sua flexão também podem

funcionar como deíticos.

D Encontrei ali um ornitorrinco meu

amigo.

O campo estava minado, mas foi aí que

o patrão quis fazer o piquenique.

D Esses livros costumavam estar

naquela banheira, aí ao lado. Ontem,

porém, não os vi.

D Na semana passada, falei com uma

grafonola voadora.

D Neste momento, já não acredito em

milagres.

Um dia antes, a Ermelinda já se tinha

aperaltado para o baile da José Gomes

Ferreira.

D Vocês fazem tudo o que lhes apetece

e eu, estúpido, nem protesto!

Antes, era capaz de até nem se

importar, mas, agora, D. Afonso Henriques

não iria deixar passar aqueles disparates:

estava decidido a enfrentar tudo e todos.

D Amanhã, vou comer as saborosas

framboesas.

D Vou já entregar esta folha.

Para entrega dos microfilmes, prefiro

o envio por mail, até dia 24.

(Notem: se não agradecer, não recebi

nada.)

Além do poema trazido hoje, aceito

alguma outra tentativa que queiram trazer

para efeitos do Concurso Correntes

d’Escritas.

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