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6 MUNICÍPIOS Aracaju - SE, 27/2 a 4 de março de 2012, Ano XXX, Edição 1507www.cinform.com.br|

TRANSTORNO

Obra de duplicação da BR 101 deixa sítio sem água há um anoCerca foi derrubada e até hoje proprietário não sabe se vai receber indenização

■ Há quase um ano, o sítio do protético e artista plás-tico José Batista dos San-tos, 75 anos, localizado no Povoado Aningas, em São Cristóvão, sofreu uma in-tervenção por causa das obras de duplicação da BR 101. Um pedaço de cerca de 35 metros de comprimento por cinco metros de largura teve que ser derrubado para a continuidade da obra. Po-rém, José Batista não ima-ginava que dar vez ao pro-gresso implicaria os trans-tornos pelos quais vem pas-sando desde então.

Até agora, ele só vem acumulando prejuízos. Parte do muro que foi derrubado continha um anúncio do trabalho de José Batista como protéti-co. O entulho restante da intervenção das máquinas acabou por tapar o poço artesiano que abastecia o sítio, local escolhido para o lazer da família nos fins de semana e feriados. Sem água, ele perdeu boa par-te do minhocário que pos-suía, além de não ter mais a tranquilidade de desfru-tar do sítio que adquiriu há mais de 15 anos.

“Eu não aguento mais es-perar por uma solução. Der-rubaram a cerca que tinha a placa de divulgação do meu trabalho, que é muito im-portante para a minha vida, e até aqui ninguém me deu qualquer resposta”, recla-ma. Ele relata que procurou os responsáveis pela obra, que prometeram verificar a possibilidade de indeniza-

ção. Até hoje, tudo está na mesma. “Só me procuraram para avisar que iriam derru-bar a cerca”, lembra.

A água do poço artesiano que foi tapado pelos restos da obra servia para a irri-gação das plantas e uso da família, quando eles iam à propriedade. “Eu tinha o minhocário para usar na revitalização do solo, mas todas as minhocas morre-ram”, acrescenta.

Como se não bastasse, José Batista diz que vários equipamentos do sítio fo-ram estragados pelos traba-lhadores e por outras pesso-as que, por causa da ausên-cia da cerca, invadiram o sí-tio. “Usavam o banheiro ex-terno e deixavam-no sujo. Até um pequeno incêndio houve aqui”, diz, referindo-se às plantas queimadas em meio aos galhos secos e as árvores de grande porte.

O que mais desagrada José Batista é a impossibilida-de de continuar um projeto pessoal que, segundo ele, se-ria desenvolvido para a visi-ta de estudantes à proprie-dade. No sítio, ele montou um imenso mapa de Sergi-

pe, dividido por município. “Em cada um, eu coloquei obras de arte que represen-tam a história do povo. Algo que venho desenvolvendo há alguns anos, mas parei por causa dessa situação”, diz. Além desse mapa educati-vo, ele diz que também pen-sa em implantar uma inicia-tiva que mostre como é pos-sível recuperar florestas e o solo. “Agora terei que espe-rar pela boa vontade dos ou-tros para dar prosseguimen-to à minha ideia, pois, sem água, não dá”, acrescenta.

A espera dele, no entan-to, ainda vai demorar para ter fim. Segundo Paloma Vieira de Melo, assessora de comunicação do Depar-tamento Nacional de In-fraestrutura e Transporte - DNIT - em Sergipe, os dois engenheiros responsáveis pelas obras no trecho onde está o sítio de José Batis-ta estão em férias. Apenas quando eles retornarem ao trabalho, em março, será possível analisar a situação e solucionar o caso. ■

Parte derrubada deixou o sítio de José Batista sem água

Cinform

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CAI, MAS NÃO CAI

Caixa d’água apresentainfiltração e vazamentosPrefeitura nega que estrutura tenha risco de desabar, mas avisa que vai solucionar o problema

■ A caixa d’água que abas-tece o Povoado Vila Pe-dras, em Capela, a 67 qui-lômetros de Aracaju, pode ser vista de longe e, na pri-meira impressão, transpa-rece normalidade em sua estrutura. Mas é necessário se aproximar para detectar um problema que persiste há meses, sem nenhum si-nal de solução do Serviço Autônomo de Água e Es-goto - SAAE - do municí-pio. Além de o reservató-rio transbordar com frequ-ência, existe um vazamen-to constante que encharca cada vez mais o terreno.

O medo dos moradores é que a infiltração com-prometa a estrutura de concreto e a base de solo encharcado não suporte o peso do reservatório. “Isso aqui é dia e noite minan-do água e ninguém resol-

ve. Depois que cair na cabe-ça de um morador, pode ser tarde demais”, alerta o la-vrador Adauto Santos Melo. Além de temer a ocorrência de acidentes, ele reclama do desperdício. “Essa água que vai embora e um dia pode fazer falta”, acrescenta.

A dona de casa Cláudia Andrade anda angustiada com a situação, pois mora em frente ao reservatório e imagina que, se ocorrer al-gum acidente, sua moradia pode ser afetada. “Eu tenho uma filha recém-nascida e minha mãe, que já é idosa, tem a perna doente. Olho

para cima e rezo todo dia para que nada de pior acon-teça com a gente”, afirma.

De acordo com a Prefei-tura de Capela, o SAAE tem conhecimento da situação e, apesar dos problemas apa-rentes, a estrutura da cons-trução não corre risco de de-sabar. A Prefeitura informa que abrirá processo licitató-rio para realização do servi-ço de impermeabilização da caixa d’água, o que será fei-to assim que a empresa for contratada. ■

Isso aqui é dia e noite minando água e ninguém resolve. Depois que cair na cabeça de um morador, pode ser tarde demais”

ADAUTO SANTOS MELOLavrador

Visto de longe, o reservatório não aparenta problemas

Arnon Gonçalves/Cinform

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SAÚDE RURALsauderural@piodecimo.com.br

Entendendo a cólica em equinos

Autor:Urias Fagner Santos Nascimento, Profª M.Sc. Ioná Brito de Jesus e Prof° M.Sc. Carlos Eduardo D´Alencar Mendonça.

■ A cólica equina tem como causa as doenças do apare-lho digestivo. O problema está relacionado a vários fa-tores, que vão desde a pro-dução de gases em excesso no estômago até a obstrução do intestino por enterólitos, que são cálculos formados no intestino grosso a partir de um núcleo, que pode ser pelos, corpos estranhos, en-tre outros objetos.

Trata-se, portanto, de uma doença grave. Geral-mente, seu tratamento é medicamentoso, à base de analgésicos e antibióticos, associado a atos cirúrgicos. Quando não tratada rapi-damente, a doença pode le-var o animal à morte. Ani-mais que apresentam gran-de quantidade de vermino-ses são muito suscetíveis à cólica, especialmente po-tros, uma vez que os ver-mes causam obstrução do intestino ou dos vasos san-guíneos que os irrigam.

A principal característi-ca clínica da cólica é a dor. Os principais sinais são as alterações no compor-tamento do animal, que pode rolar pelo chão, suar em excesso, deitar e levan-tar constantemente, dei-tar com a cabeça voltada para o abdômen, estender o corpo como se fosse uri-nar, escoicear o abdômen e apresentar distensão abdo-minal. Devido à sua mani-festação peculiar, até mes-mo leigos podem perceber que o animal apresenta si-nais clínicos de cólica. Po-rém, identificar a origem e estabelecer o tratamento é o desafio dos médicos vete-rinários.

CAUSASA falta de água para in-

gestão leva a uma absor-ção maior do líquido no in-testino grosso, o que resul-ta em ressecamento do ali-mento no intestino, poden-do desencadear um quadro de cólica. Quando se tritu-ra os alimentos demasia-damente, principalmente capim, os equinos podem deglutir a comida sem que haja a mastigação adequa-da, predispondo assim a compactação e desencade-ando a cólica.

O sistema de criação dos animais também interfere na saúde dos equinos. Um exemplo disso é a criação de animais em baias, que leva o bicho a ficar um pe-ríodo sem se alimentar e, quando o alimento é for-necido, ele passa a comer com ansiedade. Além dis-so, os animais criados nes-te regime não se movimen-tam de forma regular. O exercício físico aumenta o fluxo do alimento no in-testino, reduz a digestão de matéria seca e a absor-ção de potássio. Contudo, é valido salientar que tanto o excesso quanto a falta de atividade física podem de-sencadear um processo de cólica equina.

Equinos que praticam atividade física intensa ne-cessitam de grande quanti-dade de energia, que geral-mente é suprida pelo for-necimento de grãos, tais como milho, trigo, linhaça e aveia. Porém, o consumo de grande quantidade de

grãos pode levar à fermen-tação. Isso também pode resultar em um episódio de cólica. Equinos que se ali-mentam apenas de pasta-gens são menos acometi-dos pelo distúrbio.

O fornecimento de uma alimentação controlada aos animais é importante, pois pode evitar o apareci-mento da doença. Assim, deve-se monitorar tanto a quantidade de pastagem quanto a de concentrado ingerida pelo animal.

DIAGNÓSTICOOs animais devem sem-

pre passar por consul-ta médica veterinária para que seja feita uma avalia-ção geral da saúde. O des-taque dos exames deve ser a dentição, pois esta, uma vez comprometida, leva a distúrbios na alimentação, um dos principais fatores que conduzem à cólica.

Doenças parasitárias, es-tresse animal e manejo são outros fatores que podem gerar a cólica. É necessário, portanto, que se conheçam os sintomas, as mudanças no manejo dos animais e o seu histórico clínico para que se possa optar por um tratamento adequado. A grande quantidade de fa-tores que desencadeiam a cólica equina é o principal obstáculo para que se ini-cie um tratamento.

A cólica equina causa grande perda econômica, pois além dos gastos com o tratamento e do afastamen-to do animal das suas ativi-dades, ainda pode causar o aborto em éguas. Uma vez diagnosticada a causa da cólica, deve-se iniciar o tra-tamento o mais rápido pos-sível. Os procedimentos buscam reduzir a quanti-dade de gases presentes no trato gastroentérico e evi-tar sua ruptura, hidratar o animal e seu trato digesti-vo, estimular o movimento peristáltico intestinal, além de aliviar a dor e favorecer o fluxo gastroentérico.

Caso não sejam notadas melhoras em um perío-do entre 24 a 48 horas, de-ve-se optar pelo tratamen-to cirúrgico, que se resume à abertura da cavidade ab-dominal, na região media-na, onde se expõe o intes-tino e drena-se o que está causando a cólica. O tra-tamento cirúrgico deve le-var em consideração o va-lor econômico do animal, do ato cirúrgico, os riscos à vida dele. Além disso, o médico veterinário deve contar com centro cirúrgi-co específico e equipe espe-cializada para o ato. Como terapia alternativa pode se optar por acupuntura ou eletroacupuntura, associa-da às demais atividades.

Considerando a gravi-dade da doença, é impor-tante estabelecer medi-das preventivas para evi-tá-la. Assim, recomenda-se: não deixar o animal em espaços restritos; não for-necer alimentação tritura-da; fornecer água à vonta-de; não deixar o animal em jejum prolongado e evitar o fornecimento de gran-de quantidade de concen-trado, bem como grande quantidade de grãos. ■

ECOLOGIA SERGIPE RECICLAGEM

Óleo que era dispensado como lixo se transforma em produto de limpezaA reciclagem de óleo utilizado em cozinha é uma excelente oportunidade de negócio e ainda auxilia na preservação do meio ambiente

■ A gordura de origem ani-mal ou vegetal que é utili-zada na cozinha normal-mente é despejada no lixo ou ralo abaixo, o que con-tamina rios e o solo, além de entupir com frequência os dutos da rede de esgo-to. Um problema que toma proporções cada vez maio-res e é de difícil resolução. Ambientalistas são unâni-mes ao afirmar que a me-lhor saída é reaproveitar o óleo para outros fins, não relacionados à culinária, diminuindo os impactos no meio ambiente.

Foi com esse objetivo que o empresário Rome Silva Freire e a esposa Re-jane Lemos Freire come-çaram há cerca dez anos a reciclar óleo de cozi-nha usado para transfor-má-lo em matéria-prima na fabricação de produtos de limpeza. Tudo come-çou em setembro de 2002, quando o casal abriu um ponto de reciclagem no Bairro América, em Ara-caju, incentivados por um empreendedor carioca. De lá para cá, os sócios muda-ram, o nome da empresa também mudou algumas vezes e hoje funciona no Povoado Cantinho do Céu, em São Cristóvão, como a Junta de Coleta Seletiva - JCS - Recigraxe, a única no ramo em Sergipe.

De acordo com Rome, a empresa atende a Gran-de Aracaju e a alguns mu-nicípios do Interior, como Estância, Itabaiana, Sal-gado e Lagarto. “Por mês, nós processamos cerca 120 toneladas de gordura, o que corresponde em tor-no de 135 mil litros de óleo que deixam de contami-

nar o meio ambiente”, des-taca. Desse total, 25 tone-ladas são apenas de Sergi-pe e o restante vem de ou-tros Estados do Nordeste, que são fornecedores por meio de parcerias com ou-tras empresas.

Os maiores fornecedores da Recigraxe são os restau-rantes e outros estabeleci-mentos no ramo alimentí-cio. Os tonéis de plástico resistente com tampa são distribuídos nos locais ca-dastrados e, depois de um período - a depender da demanda de cada lugar -, são recolhidos para a re-ciclagem. “Os recipientes variam de 25 a 100 litros, mas também recolhemos em algumas casas - onde a quantidade é menor - por meio de garrafas plásticas”, explica Rome. Segundo o empresário, o litro do óleo usado custa em média R$ 0,25, a depender das con-dições que apresente. Al-guns estabelecimentos re-cebem como pagamento produtos de limpeza.

Assim que o óleo chega, é peneirado e encaminha-do para um reservatório, onde passa pelo primei-ro processo de decantação. Na sequência, o produto é submetido a uma espécie de lavagem, com diferen-tes soluções para ser con-duzido à segunda etapa de decantação. Depois de concluída essa última eta-pa, o óleo está pronto para viagem. O produto é trans-portado em caminhões tanque e, atualmente, os destinos - além de Sergipe - são Bahia, Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará.

Nos últimos três anos, a empresa foi equipada com caldeiras, centrífugas e re-atores, o que irá acelerar o processamento do óleo. “Nós só estamos depen-dendo da licença da Ade-ma - Administração Es-tadual do Meio Ambien-te - para colocar os equi-

pamentos para funcionar”, adianta Rome. Segundo ele, a empresa chegou a fabricar em fase de experimentação alguns produtos de limpe-za e cosméticos, mas não le-vou adiante por causa, prin-cipalmente, da burocra-cia que essas atividades en-volvem. “Por enquanto, es-tamos concentrados na re-

ciclagem e sempre em bus-ca de novos parceiros”, afir-ma o empreendedor. Mais um bom exemplo de como transformar o que era consi-derado lixo em fonte de ren-da, com saldo positivo para o meio ambiente. ■

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Fotos Arnon Gonçalves/Cinform

Reator é um dos novos equipamentos que funcionarão

Rome espera um dia fabricar os produtos de limpeza

BIODIVERSIDADE

Pesquisa identifica 140 espécies de aves em reserva da CaatingaRealizado desde o início de fevereiro na Unidade de Conservação da Grota do Angico, estudo vai resultar em medidas de preservação da biodiversidade

■ Em apenas uma semana de estudos, pesquisadores do Departamento de Biolo-gia da Universidade Federal de Sergipe - UFS - identifi-caram mais de 140 espécies de aves silvestres na Unida-de de Conservação - UC - do Monumento Natural Grota do Angico. Com uma área de 2.183 hectares entre os Municípios de Canindé de São Francisco e Poço Re-dondo, a unidade é uma das mais importantes reservas do bioma Caatinga em Ser-gipe, administrada pela Se-cretaria de Estado do Meio Ambiente - Semarh.

“A pesquisa em desenvol-vimento proporcionará di-ferentes benefícios para o Monumento Natural Grota do Angico, como por exem-

plo, conhecer a composi-ção e a abundância das es-pécies da avifauna local - conjunto de aves existen-tes em uma região - verifi-car a utilização dos recur-sos ao longo do período de pesquisa e a variação entre as populações submetidas a diferentes condições am-bientais”, destaca Juan Ma-nuel Ruizesparza, coorde-nador da pesquisa que deve ser concluída em dezembro de 2013.

Das aves identificadas, algumas são migratórias, como a pomba-de-ban-do (Zenaida auriculata) e

Para a sobrevivência dessa e de muitas outras espécies, é fundamental que o meio natural onde os pássaros habitam seja preservado.

o guaracava-de-crista-bran-ca (Elaenia chilensis). Ou-tras espécies realizam movi-mentos migratórios parciais, como o suiriri (Tyrannus me-lancholicus), o sabiá-poca (Turdus amaurochalinus) e o bigodinho (Sporophila line-ola). Também foram encon-trados pássaros que habitam somente a Caatinga, como o cardeal-do-nordeste (Paroa-ria dominicana), casaca-de-couro (Pseudoseisura crista-ta), a choca-barrada-do-nor-deste (Thamnophilus capis-tratus), o bacurauzinho-da-caatinga (Hydropsalis hirun-dinacea), o periquito-da-caa-tinga (Aratinga cactorum).

Outra ave endêmica da Ca-atinga - que habita exclu-

sivamente esse bioma - é o chorozinho-de-papo-preto (Herpsilochmus pectoral), que está ameaçado de ex-tinção. Para a sobrevivência dessa e de muitas outras es-pécies, é fundamental que o meio natural onde os pássa-ros habitam seja preservado. Segundo Genival Nunes, se-cretário do Meio Ambiente, a pesquisa é importante para conhecer e divulgar a diversi-dade de aves da Caatinga, au-xiliando na tomada de deci-sões que visem à conservação de todo o ecossistema, além de servir de subsídio para fu-turos trabalhos na área. ■

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Divulgação Semarh

Muitas das aves identifi cadas dependem da Caatinga

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