View
218
Download
0
Category
Preview:
DESCRIPTION
gnl
Citation preview
Universidade Federal de ItajubáInstituto de Recursos Naturais – IRN
EAM039 - Silvicultura
ESTUDO PARA AVALIAÇÃO DA GERMINAÇÃO DE SEMENTES
DA ESPÉCIE CAESALPINIA FERREA
Alunos: Danilo Henrique D. Rocha - 24153
Lucas Carvalho Vallim - 24531
Igor Crabi de Freitas - 23838
Gabriel Machado - 30466
Fabricio Pereira - 28408
Fábio Borges Júnior - 28297
Thiago Guimaraes Veloso - 18685
Ângelo Alves - 21755
Arthur Vieira - 21558
Rebecca de A. Grandmaison - 24339
Curso: Engenharia Ambiental
Prof. Dr. Hisaias de Souza Almeida
ITAJUBÁ
10/11/2014
Conteúdo
1 OBJETIVOS 1
2 INTRODUÇÃO 2
3 METODOLOGIA 5
3.1 Coleta das sementes 5
3.2 Preparo das sementes 6
3.3 Plantio das sementes em amostras 6
3.4 Observação sistemática da germinação 7
4 Resultados 8
5 CONCLUÇÃO 11
6 REFERÊNCIAS 12
1 OBJETIVOS
O relatório visa expor os resultados do experimento que objetivou
definir o método mais adequado para germinação das sementes, à partir da
quebra de dormência das mesmas, e apresentar a análise acerca de tais
métodos.
.
1
2 INTRODUÇÃO
Pertencente à família das leguminosas, Caesalpinia férrea Mart. Ex Tl.,
vulgarmente chamada de pau-ferro, é uma árvore de grande porte, atingindo
até 30 metros de altura. É oriunda do Brasil e ocorre na caatinga nordestina. O
florescimento se dá entre abril e maio. É uma espécie economicamente
importante, por ter multiplicidade de usos: as suas folhas servem para
forragem. A madeira, de cerne muito duro, de fibras revessas, dando origem ao
nome popular da espécie, é empregada na construção civil, como vigas
esteios, estacas e também como lenha. Na medicina, a espécie também tem a
sua utilidade: a decocção da madeira é anticatarral e cicatrizante; a casca é
desobstruente; as raízes são febrífugas e antidiarreicas; o fruto tem
propriedades béquicas e antidiabéticas (PENNA, 1946; PIO CORRÊA, 1984;
LEWIS, 1987).
Figura 2.1 - Frutos da espécie Caesalpinia Ferrea
A germinação é uma sequência de eventos fisiológicos influenciados
por fatores externos (ambientais) e internos (dormência, inibidores e
promotores da germinação) às sementes: cada fator pode atuar por si ou em
interação com os demais. Nesta edição vamos elucidar apenas a influência dos
fatores ambientais sobre a germinação.
2
A germinação é um fenômeno biológico que pode ser considerado
pelos botânicos como a retomada do crescimento do embrião, como o
subsequente rompimento do tegumento pela radícula. Entretanto, para os
tecnólogos de sementes, a germinação é definida como a emergência e o
desenvolvimento das estruturas essenciais do embrião, manifestando a sua
capacidade para dar origem a uma plântula normal, sob condições ambientais
favoráveis.
Em síntese, tendo-se uma semente viável em repouso, por quiescência
ou dormência, quando são satisfeitas uma série de condições externas (do
ambiente) e internas (intrínsecas do indivíduo), ocorrerá o crescimento do
embrião, o qual conduzirá à germinação. Por isso, do ponto de vista fisiológico,
germinar é simplesmente sair do repouso e entrar em atividade metabólica.
Muitas espécies possuem sementes que, embora viáveis, não
germinam, mesmo em condições normalmente consideradas adequadas,
como: temperatura, água e oxigênio (METIVIER, 1986; EIRA et al., 1993).
Essas sementes são denominadas dormentes e precisam de tratamentos
especiais para germinar. Segundo TORRES & SANTOS (1994), a dormência
pode ser devida a vários fatores: impermeabilidade do tegumento à água e a
gases, ou exigências especiais de luz ou de temperatura. Na espécie em
estudo, já foi demonstrado haver dormência das sementes do tipo tegumentar
(GRUS et al., 1984; BARBOSA et al., 1996).Conforme revisão de REIS &
MARTINS (1989), essa característica é de ocorrência comum em muitas
espécies de leguminosas e constitui um dos fatores de importância
fundamental para a permanência da espécie na área em condições de
adversidade climática.
Em muitos casos, os tratamentos de quebra de dormência de
sementes funcionam bem em leguminosas. Geralmente, ao amolecer o
tegumento, facilita-se a entrada de água na semente e em alguns casos, a
entrada de gases ou luz, onde são bastante necessárias à germinação
(METIVIER, 1986).
O conhecimento de como os fatores ambientais influenciam a
germinação das sementes é de extrema importância. Assim, eles poderão ser
controlados e manipulados de forma a aperfeiçoar a porcentagem, velocidade e
3
uniformidade de germinação, resultando na produção de mudas mais vigorosas
para plantio e minimização dos gastos.
Sabendo-se que as sementes de C. férrea possuem impermeabilidade
tegumentar, objetivou-se, neste trabalho, verificar a influência de alguns
métodos, como: Escarificação, tratamento com água quente, com tempo de
exposição variada, visando identificar o melhor método preparatório para
germinação da semente.
4
3 METODOLOGIA
O experimento de germinação desenvolvido, baseou-se em 4 etapas, a
coleta de sementes da espécie especificada, preparo das sementes à partir dos
métodos escolhidos, plantio das sementes em amostras e posteriormente a
observação sistemática do desenvolvimento das amostras e coleta de dados.
Para os procedimentos experimentais foram utilizados os seguintes
materiais e equipamentos:
Sementes da espécie de pau-ferro;
Lixa;
Tubetes;
Areia Lavada;
Aquecedor elétrico de água (Ebulidor);
Palitos para identificação das amostras;
3.1 COLETA DAS SEMENTES
Definida a espécie a ser trabalhada no experimento, a Caesalpinia
Ferrea, popularmente conhecida como Pau-Ferrro, realizou-se então a coleta
dos frutos da espécie. A coleta foi realizada na cidade de Itajubá-MG, no ponto
cujas coordenadas são 22°25'40"S e 45°27'02"O, e pode ser visto na imagem
3.1.1. Posteriormente as sementes foram extraídas dos frutos por meio da
quebra mecânica dos mesmos. Com tais procedimentos objetivou-se a coleta
de um total de 300 sementes.
Figura 3.1.1- Local da coleta dos frutos da Caesealpinia Ferrea
5
3.2 PREPARO DAS SEMENTES
Na casa de vegetação da Universidade Federal de Itajubá realizou-se o
preparo das sementes para o plantio nas amostras. O preparo consistiu em
métodos de quebra de dormência das sementes, os quais foram:
Escarificação mecânica:
Água Quente;
Ao todo foram preparadas 120 sementes, sendo 40 por escarificação
mecânica, 40 com água quente a 50°C por 5 minutos, e 40 com água quente a
50°C por 10 minutos.
A escarificação mecânica foi realizada por meio da abrasão das
sementes sobre uma superfície áspera, neste caso uma lixa, de modo a
facilitar a absorção de água pela semente.
O método da água quente foi realizado com a imersão das sementes
em água quente por um período de 5 minutos e 10 minutos, respectivamente.
3.3 PLANTIO DAS SEMENTES EM AMOSTRAS
Após o preparo das sementes à partir da metodologia descrita no item
3.2 deste, estas foram plantadas em tubetes com areia lavada. Para o plantio
as 40 sementes de cada tratamento foram separadas em grupos de 10
sementes, configurando um conjunto de 4 replicatas pra cada método, com 10
unidades amostrais cada.
Além das sementes com tratamento, outras 40 sementes que não
receberam nenhum tipo de tratamento também foram plantadas, como forma
de controle. Estas também foram separadas em 4 replicatas de 10 unidades
amostrais cada. Somando então um total de 160 sementes plantadas em
tubetes com areia lavada.
Cada recipiente de plantio foi devidamente identificado com siglas,
CFC para amostras controle, CFL para amostras de sementes escarificadas,
CFAq5 para amostras que passaram por água quente por 5 minutos e CFAq10
para amostras que passaram por água quente por 10 minutos.
6
3.4 OBSERVAÇÃO SISTEMÁTICA DA GERMINAÇÃO
Após o plantio das amostras nos tubetes e sua devida alocação na
casa de vegetação, à temperatura e umidade favoráveis a um bom
desenvolvimento, foram então realizadas observações diárias das amostras,
sempre no mesmo horário pré-definido, 9:45 AM.
Diariamente nas observações, foi verificada a ocorrência de
germinação de amostras, sendo anotados os dados de quantidade de amostras
em que já havia ocorrido a germinação para posterior análise e quantificação
dos resultados obtidos.
7
4 RESULTADOS
Segue abaixo os dados para as sementes de Caesealpinia Ferrea:
Cesalpinia Ferrea
Repetição/Data 24/out
29/out 30/out 03/nov 05/nov 06/nov 07/nov 12/dez Total
CF. C.1 1 1 0 1 0 0 0 0 3
CF. C.2 0 1 0 0 0 0 0 0 1
CF. C.3 0 1 0 0 1 0 0 0 2
CF. C.4 0 1 0 0 1 0 0 0 2
CF. L. 1 6 0 0 0 0 0 0 0 6
CF. L. 2 8 0 0 0 0 0 0 0 8
CF. L. 3 9 0 0 0 0 0 0 0 9
CF. L. 4 6 0 0 0 0 0 0 0 6
CF. Aq 5 min 1 0 1 0 0 2 0 0 0 3
CF. Aq 5 min 2 0 0 0 0 0 0 1 0 1 CF. Aq 5 min 3 0 0 0 0 0 1 0 0 1 CF. Aq 5 min 4 0 1 0 1 0 0 0 0 2
CF. Aq 10 min 1 2 2 0 0 0 0 0 0 4 CF. Aq 10 min 2 2 1 1 0 0 0 0 0 4 CF. Aq 10 min 3 2 0 1 0 0 0 0 0 3
CF. Aq 10 min 4 2 0 0 1 0 0 0 0 3
CFC CFL CF aq. 5 min CF aq. 10 min
Média 2,00 7,25 1,75 3,50Desvio Padrão 0,816 1,500 0,957 0,577
A tabela acima expressa o número de germinações nos decorrentes dias, e
como se pode observar, para os diferentes tipos de tratamentos foram obtidos
variações tanto dos dias de germinação quanto na quantidade de sementes
germinadas. Fato que nos concede determinar a taxa de germinação mais
efetiva para uma determinada semente, no nosso caso a Caesalpinia Ferrea.
Deste modo de forma inicial vemos que o tratamento CFL, onde as amostras
foram escarificadas, apresentaram uma maior taxa de germinação com 7,25 sementes de
média, ou seja 72,5% de efetividade.
Contudo para melhor relacionar os dados é necessário uma análise estatística,
onde através do programa STATISTICA foi determinada a curva de distribuição das
8
análises como pode ser visto na imagem abaixo, onde esta se assemelha a curva de
distribuição normal.
Com a curva de distribuição feita, realizou-se o teste de intervalo de
confiança por meio da estatistica de t-student, e a partir deste será conhecido o
intervalo de probabilidade de germinação, com um grau de confiança de 95%.
Esta estatisca é feita com base na seguinte fórmula:
P(x - tα/2 <µ<(x - zα/2 )
onde:
x : média
tα/2 : valores críticos da distribuição t
S: desvio padrão
n : numero de amostras
Sendo assim os valores dos intervalos de confiança ficaram os seguintes, em
porcentagem:
9
Repetição CFC:
o 10,01016<u<29,98984
Repetição CFL
o 54,1475<u<90,8525
Repetição CF aquecida 5 min
o 5,785881<u<29,21412
Repetição CF aquecida 10 min
o 27,93612<u<42,06388
o
Agora é possível fazer uma análise mais crítica, com 95% de
confiança, onde a amostra controle, juntamente com a amostra aquecida, por
cinco minutos, apresentaram os menores rendimentos, onde em 100 amostras,
pelo menos em 95 delas teremos um aproveitamento inferior a 30%, o que, em
termos econômicos, pode indicar a inviabilidade no projeto.
As amostras quando aquecidas por 10 minutos apresentaram valores
um pouco maiores, mas ainda relativamente baixos, não passando de 42%.
Agora as amostras que foram escarificadas apresentaram valores bem
interessantes, com taxa de germinação entre 90% e 58%, valores que em
prática resultam em bons resultados quando se trata de germinação, que é um
processo bastante delicado e difícil de controlar.
Assim fica evidenciado que para a espécie Caesealpinia Ferrea, o
melhor tipo de tratamento para a germinação é o escarificamento,
procedimento rápido, que consiste em lixar uma parte da semente para facilitar
a quebra da dormencia e impulsionar a germinação.
10
5 CONCLUÇÃO
A utilização do tratamento de escarificação para as sementes de Ceaseapinia
Ferrea se mostrou mais eficiente quando comparado com os tratamentos com
água quente tanto por 5 minutos quanto por 10 minutos.
O método de escarificação obteve sucesso de 72,5% de germinação, o método
com água quente por 5 minutos representou uma germinação de 17,5% e com
água quente por 10 minutos apresentou 35% de germinação. Podemos talvez
atribuir a grande diferença entre a germinação por escarificaçao e da utilização
da água quente ao fato de que o tempo de imersão das sementes ter sido
menor do que o necessário para quebra maior da dormência, visto que em
outros estudos realizados pela EMBRAPA os métodos de aquecimento com
água quente deram melhores resultados.
O conhecimento de como fatores externos e humanos influenciam a
germinação das sementes é de extrema importância já que podem ser
controlados e manipulados de forma a otimizar a porcentagem, velocidade e
uniformidade de germinação, resultando na produção de mudas mais vigorosas
para plantio e minimização e perdas. No caso do árboreo Ceaseapinia Ferrea o
método que nesse experimento obteve melhores resultados foi a escarificação
mecânica.
11
6 REFERÊNCIAS
BARROSO, D. G.; MIRANDA, R.U; MARINHO, C. S. Tratamento pré-germinativo de
sementes de 3 espécies nativas da mata de restinga da região de Mataraca-PB. Ln:
CONGRESSO FLORESTAL PANAMERICANO, l ., CONGRESSO FLORESTAL
BRASILEIRO, 7., 1993 Curitiba. Anais... Curitiba: SBEF, 1993. p. 476-477.
GRUS, V. M. DEMATTÊ, M. E. S. P. GRAZIANO, T. T. Germinação de sementes de
Pau-ferro e Cássia-javanesa submetidas a tratamentos para quebra de dormência.
Revista Brasileira de Sementes, Brasília Ano 6, n.2 – p.29-35, 1984.
LABOURIAU, L.G A germinação das sementes. Secretaria Geral da OEA, 1983. 179p.
Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais. Disponível em:
http://www.ipef.br/tecsementes/germinacao.asp
Sementes UFSM. Disponível em: http://coral.ufsm.br/sementes/germinar.htm
12
Recommended