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ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

APLICADO A ATIVIDADE PM

Curso de Formação de Soldado

Polícia Militar de Goiás

2017

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BIOSSEGURANÇA Conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização de riscos inerentes às atividades de trabalho, os quais possam comprometer a saúde do homem, dos animais e do meio ambiente.

Vias De Penetração de Microrganismos

RISCO BIOLÓGICO

SANGUE, FEZES,

SECREÇÃO SEXUAL

VIA RESPIRATÓRIA

(TOSSE, ESPIRRO, FALA)

Hepatite B e

C, HIV

Meningite, tuberculose,

sarampo, caxumba,

rubéola, difteria

ORAL

OCULAR

AÉREA

CUTÂNEA

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PRECAUÇÕES PADRÃO Imunização Equipamento de Proteção Individual (EPI)

Descarte adequado do lixo Processamento de roupas

IMUNIZAÇÃO – VACINAS OBRIGATÓRIAS Hepatite B – 3 Doses (Anti-HBs). DT – Dupla Adulto – Difteria e Tétano - 3 doses, reforço a cada 10 anos ou 5 anos em

caso de acidente e ou gravidez. Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) ou Dupla viral (sarampo e rubéola) - 1 dose. Febre Amarela – 1 dose – reforço a cada 10 anos.

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) Luvas de procedimento Máscaras descartáveis

Óculos de proteção Jaleco / Avental (descartáveis)

LAVAGEM DAS MÃOS

Medida mais simples e eficiente para o controle de infecção.

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Quando lavar as mãos: Antes e após calçar as luvas Antes e após a realização de um atendimento Antes e após o uso de sanitário Antes e após as refeições Antes e após a limpeza das narinas

LIMPEZA (HIGIENIZAÇÃO) Procedimento de higiene utilizando água, sabão e ação mecânica (escovação) com a finalidade de eliminar toda sujeira e reduzir o número de microrganismos presentes no local. DESINFECÇÃO Processo que elimina os microrganismos na forma vegetativa (bactérias, fungos e vírus), mas não elimina os esporulados (forma resistente). Soluções: Álcool a 70% ou Hipoclorito de Sódio a 1%. ESTERILIZAÇÃO É o processo utilizado para destruição de todas as formas de vida microbianas (bactérias, vírus, fungos) inclusive na forma esporulada. Ex Autoclave, Estufa e Óxido de Etileno. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR (APH) CONCEITOS IMPORTANTES Emergência: Situação em que a vida de uma pessoa encontra-se ameaçada naquele exato momento (risco iminente), requer atenção imediata, Ex: Parada cardiorrespiratória; Urgência: Situação que embora mereça atenção, não coloca a vida de uma pessoa em risco iminente, Ex: entorse. Trauma: Energia vulnerante capaz de produzir lesão. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR (APH) - CONCEITO

São os cuidados prestados a uma vítima de mal súbito (doenças) ou acidente (trauma) no local do ocorrido, até que a ajuda especializada esteja disponível.

ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR - PRINCÍPIOS BÁSICOS

Salvar vidas; Evitar o agravamento das lesões; Aliviar a dor; Estabilizar a vítima (manter os sinais vitais o mais próximo possível da normalidade); Realizar o transporte adequado.

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O SOCORRISTA

Toda pessoa que possua CONHECIMENTO (sabe o que fazer, e o que não fazer) em atendimento pré-hospitalar, capacitado para o primeiro atendimento a vítimas de emergências clínicas e ou traumáticas.

QUALIDADES E ATITUDES DE UM BOM SOCORRISTA

Assumir a situação, manter-se calmo e atento;

Inspirar confiança à vítima;

Possuir bom conhecimento em atendimento pré-hospitalar;

Isolar e sinalizar o local do sinistro;

Utilizar os EPI’s (equipamento de proteção individual) necessários à atividade;

Não se alimentar ou fumar no local do sinistro;

Relacionar a vítima com o acidente;

Ser criativo, fazer uso de improvisações;

Não fazer comentários pessimistas;

Orientar os curiosos para que possam ajudar;

Acionar o socorro especializado.

CUIDADOS NA CENA DO ACIDENTE

Antes mesmo de aproximar-se das vítimas, o socorrista deve avaliar

minuciosamente o local do fato para que não se transforme em uma nova vítima, deve-se atentar para riscos de:

Explosão; Eletricidade; Desmoronamento; Produtos perigosos; Alagamento / inundação;

Incêndio; Buracos / precipitações; Armas de fogo ou armas brancas Outros.

Deve-se sempre utilizar os “3 ESSES”:

SCENE (CENA) – Depara-se com a cena do sinistro; Avaliar riscos secundários;

SITUATION (SITUAÇÃO) – Realiza-se uma análise da situação (quantidade e

gravidade das vítimas, recursos disponíveis, necessidade de apoio);

SECURITY (SEGURANÇA) – A segurança sempre será a primeira prioridade.

Segurança dos socorristas, das vítimas e do ambiente.

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SINAIS VITAIS

São sinais emitidos pelo corpo que indicam normalidade ou alteração das funções orgânicas. Os principais são:

MRPM – Movimento Respiratório por minuto

CIRCULAÇÃO NORMALIDADE

ADULTO 60 a 100 BPM

CRIANÇA 100 a 120 BPM

BEBÊ 120 a 140 BPM

BPM – Batimento por minuto

RESPIRAÇÃO NORMALIDADE

ADULTO 15 a 20 MRPM

CRIANÇA 20 a 25 MRPM

BEBÊ 25 a 30 MRPM

PM – 190

PRF – 191

SAMU - 192

BM – 193

TELEFONES DE EMERGÊNCIA

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Locais de verificação de pulso

TEMPERATURA NORMALIDADE

Termômetro; Toque na pele; Tremores.

Entre 36º e 37º

OBS: O socorrista deverá checar periodicamente os sinais vitais, pois eles são os melhores indicativos da melhora ou piora do paciente.

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AVALIAÇÃO DO ACIDENTADO (ABCDE DO SOCORRISTA)

A VERIFICAR E LIBERAR VIAS AÉREAS

Elevação do queixo (sem histórico de trauma) Tração da mandíbula (com histórico de trauma)

IMOBILIZAR COLUNA CERVICAL (pescoço) Colar cervical ou imobilização manual

B VERIFICAR RESPIRAÇÃO (VER, OUVIR E SENTIR)

Na ausência da respiração iniciar a reanimação ventilatória.

Verificar movimentos, frequência, esforço e amplitude.

C VERIFICAR CIRCULAÇÃO

Pulso carotídeo (se ausente iniciar RCP) Perfusão capilar periférica (enchimento capilar)

Verificar e estancar hemorragias

Estado de choque.

D Avaliar nível de CONSCIÊNCIA

A lerta

C onfuso

D or Estímulos

N enhum

E EXPOSIÇÃO da vítima.

.Informações Subjetivas

Exame da Cabeça aos Pés

INFORMAÇÕES SUBJETIVAS Apresentação e dados pessoais da vítima; Principal queixa; Descrição do acidente; Histórico médico.(doenças preexistentes? Cirurgias Recentes? Medicamentos?

Alergias? Tipo sanguíneo? Gravidez?)

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EXAME DA CABEÇA AOS PÉS

CONSIDERAÇÕES QUANTO À AVALIAÇÃO DA VÍTIMA

A avaliação da vítima segue respectivamente a seqüência ABCDE. Caso seja constatado algum problema em determinada letra, este deve ser sanado ou amenizado para que então se passe para letra seguinte;

O socorrista dever durante a avaliação procurar por sinais (o que o socorrista vê) e sintomas (o que a vítima diz), relacionando com a cena do ocorrido e com o testemunho de pessoas que viram o acidente;

Durante toda a avaliação a vítima deverá ser movimentada o mínimo possível;

Corpo estranho

Secreções

Odores

2 - BOCA

Deformidades

Sangramento

Corpo estranho

Liquido cefalorraquidiano

Deformidades

Ferimentos

Hemorragias

4 – OUVIDO E NARIZ 3 - OLHOS 1 - CABEÇA

Sensibilidade

Perfusão capilar

Ferimentos

9 - EXTREMIDADES

Dor

Deformidades

Resposta motora

Dor

Estabilidade

8 - PELVE

Dor

Nódulos

Equimoses

Eviscerações

Dor

Deformidades

Ferimentos

Amplitude respiratória

Dor

Deformidades

7 – ABDOMEN 6 – TÓRAX 5 - PESCOÇO

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Toda vítima de trauma, consciente ou não, deve ser considerada como portadora de lesão na região cervical (pescoço).

PARADA RESPIRATÓRIA MECÂNICA RESPIRATÓRIA

OBS: O diafragma é o principal músculo respiratório, uma vez comprometido acarretará em dificuldade respiratória. FATORES QUE POSSIBILITAM UM BOA RESPIRAÇÃO

Adequada concentração de oxigênio no ar inspirado (21%); Passagens de ar desimpedidas; Ação muscular rítmica ativa dos músculos respiratórios (principalmente

diafragma); Circulação adequada de sangue.

CAUSAS DA PARADA RESPIRATÓRIA

Afogamento; Soterramento; Choque elétrico; Intoxicação;

Traumas; Hipotermia (Baixa temperatura); Engasgamento; Doenças (Infarto).

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SINAIS E SINTOMAS DA PARADA RESPIRATÓRIA

Ausência de movimentos respiratórios; Pele pálida ou cianótica (azulada) e fria; Midríase (pupila dilatada); Inconsciência.

PROCEDIMENTO

Deite a vítima de costas em superfície rígida e plana; Libere vias aéreas e imobilize a coluna cervical; Verifique respiração (se não respira); Efetue 2 ventilações (boca a boca, boca/máscara, AMBU ou boca/nariz); Verifique pulso (se existir pulso); Continue ventilando a cada:

1 ventilação a cada 5 Seg. – adultos;

1 ventilação a cada 4 Seg. – crianças;

1 ventilação a cada 3 Seg. – bebês. (boca/nariz com o ar das bochechas)

Verifique o pulso a cada minuto.

Boca a Boca Boca / Máscara

Utilizando o AMBU Boca / Nariz (em Bebês)

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OBSTRUÇÃO RESPIRATÓRIA

Maneiras de ocorrer

Por Relaxamento Muscular da Língua Por Corpo Estranho

PROCESSOS DE LIBERAÇÃO POR RELAXAMENTO MUSCULAR

PROCESSOS DE LIBERAÇÃO POR PRESENÇA DE CORPO ESTRANHO

Manobra de Heimlich – (adultos e crianças conscientes )

Tapotagem (adultos, crianças e bebês conscientes)

Compressão Abdominal - Adulto inconsciente

Compressão Torácica - Obesos e Gestantes

Tração da Mandíbula Levantamento do Queixo

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MANOBRA DE HEIMLICH

TAPOTAGEM ADULTO

COMPRESSÃO ABDOMINAL

B

BEBÊ ENGASGADO

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PARADA CARDIO-RESPIRATÓRIA CAUSAS DA PARADA CARDIO-RESPIRATÓRIA

Afogamento; Soterramento; Choque elétrico; Intoxicação;

Traumas; Hipotermia (Baixa temperatura); Engasgamento; Doenças (Infarto).

SINAIS E SINTOMAS DA PARADA CARDIO-RESPIRATÓRIA

Ausência de movimentos respiratórios; Ausência de batimentos cardíacos; Pele pálida ou cianótica (azulada) e fria; Midríase (pupila dilatada); Inconsciência.

OBS: Uma parada respiratória pode evoluir (agravar) para uma parada cardio-respiratória, daí as causas, sinais e sintomas serem praticamente os mesmos.

RCP – REANIMAÇÃO CARDIO PULMONAR CONSIDERAÇÕES

Faz circular de 10 a 30% do volume sanguíneo normal;

Deprime o esterno em cerca de 5 cm;

Ritmo ideal: 100 a 120 massagens por minuto;

Em crianças o movimento de massagem cardíaca é semelhante, apenas

com a diferença de ser executada com menos força empregando-se

apenas uma das mãos para exercer a pressão;

Em bebês a massagem é realizada apenas com dois dedos (indicador e

médio), exercendo pressão no ponto de intersecção entre o alinhamento do

esterno e uma linha imaginária que une os dois mamilos.

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Posição para a Massagem Cardíaca

Dois dedos acima do apêndice xifoide (entre a linha inter-mamilar e o esterno);

Somente a base de uma das mãos em contato do o osso esterno (entrelaçar e levantar os dedos);

Socorrista com dois joelhos no chão perpendicular ao corpo da vítima; Os braços não flexionam durante as massagens, a força é exercida pelo

peso do corpo do socorrista sobre a vítima.

APÊNDICE XIFÓIDE

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PROCEDIMENTO PARA RCP EM ADULTO POR 01 SOCORRISTA

Deite a vítima de costas em superfície rígida e plana e chame auxílio; Libere vias aéreas e imobilize, se conseguir, a coluna cervical; Verifique respiração (se não respira); Efetue 02 (duas) ventilações (boca a boca, boca/máscara ou com AMBU); Verifique pulso carotídeo (se não há pulso); Faça 30 compressões no esterno; Faça 2 ventilações (boca a boca, boca/máscara ou com AMBU); Após 5 ciclos ou 2 min de ventilação/massagem verifique pulso (se pulsar); Mantenha freqüência respiratória (se não pulsar); Reinicie o ciclo com 2 (duas) ventilações.

PROCEDIMENTO PARA RCP EM ADULTO POR 02 SOCORRISTAS a) Primeiro Socorrista:

Deite a vítima de costas em superfície rígida e plana e chame auxílio; Libere vias aéreas e imobilize, se conseguir, a coluna cervical; Verificar respiração (se não respira); Efetue 02 (duas) ventilações (boca a boca, boca/máscara ou com AMBU); Verifique pulso carotídeo (se não há pulso);

b) Segundo Socorrista:

Posiciona-se para a massagem cardíaca; Faça 30 compressões no esterno; Primeiro socorrista efetua 02 (duas) ventilações (boca a boca,

boca/máscara ou com AMBU); Após 5 ciclos ou 2 min de ventilação/massagem verifique pulso (se pulsar); Mantenha freqüência respiratória (se não pulsar); Reinicie o ciclo com 2 (duas) ventilações.

OBS: Em crianças o procedimento é o mesmo, com exceção que a massagem é realizada apenas com uma das mãos sobre o osso esterno. PROCEDIMENTO PARA RCP EM BEBÊS POR 01 SOCORRISTA

Deite o bebê de costas em superfície rígida e plana e chame auxílio; Libere vias aéreas e imobilize, se conseguir, a coluna cervical; Verifique respiração (se não respira); Efetue 2 (duas) ventilações (boca/nariz com o ar das bochechas); Verifique pulso braquial (se não há pulso); Faça 30 massagens no esterno (com os dedos indicador e médio); Faça 2 (duas) ventilações boca/nariz; Após 5 ciclos ou 2 min ventilação/massagem verifique pulso (se pulsar); Mantenha freqüência respiratória / bebês = 3s; (se não pulsar); Reinicie o ciclo com 2 (duas) ventilações boca / nariz.

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A RCP SOMENTE DEVERÁ SER INTERROMPIDA QUANDO: A RESPIRAÇÃO E BATIMENTO ESPONTÂNEO RETORNAREM; ALGUÉM MAIS QUALIFICADO ASSUMIR O CASO; CHEGAR COM A VÍTIMA NO HOSPITAL

HEMORRAGIAS

CONCEITOS

É a perda de sangue provocada

pela ruptura, dilaceramento ou corte de

um ou mais vasos sanguíneos (artérias,

veias, arteríolas, vênulas e capilares).

CLASSIFICAÇÃO DE HEMORRAGIAS: 1º) Do ponto de vista anatômico:

Arterial: Sangue vermelho vivo,

saindo em jatos;

Venosa: Sangue vermelho escuro,

escorrendo de maneira lenta e

contínua.

2º) Do ponto de vista clínico:

Interna: Ocorridas dentro dos

tecidos ou no interior de uma

cavidade natural;

Externa: Perda de sangue para o

exterior do organismo, observada

visivelmente.

SINAIS E SINTOMAS DE HEMORRAGIAS EXTERNAS

Sangramento; Pele pálida e fria; Pulso rápido e fraco; Respiração rápida e curta; Astenia (fraqueza); Sede; Tremores; Tontura; Vista nublada; Sudorese e outros.

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SINAIS E SINTOMAS DE HEMORRAGIAS INTERNAS

Os mesmos das hemorragias externas; Hematomas; Edemas; Nódulos (Caroços); Rigidez da região à apalpação.

TÉCNICAS PARA CONTENÇÃO DE HEMORRAGIAS EXTERNAS (HEMOSTASIA) PRESSÃO DIRETA: É a pressão exercida diretamente sobre o local da hemorragia com uma compressa grossa de pano o mais limpo possível, se o sangue saturar a compressa, não a remova, aplique outra sobre a primeira.

ELEVAÇÃO DO MEMBRO: Consiste em elevar o membro ferido a um nível superior ao do coração, neste caso, a força da gravidade irá auxiliar na contenção da hemorragia. Esta técnica é contra-indicada no caso de fraturas nos membros.

CURATIVO COMPRESSIVO: É uma compressa grossa (geralmente gaze ou atadura), presa fortemente a um ferimento para conter uma hemorragia.

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COMPRESSÃO ARTERIAL: Consiste em comprimir a artéria lesada contra o osso mais próximo a ela, para diminuir a afluência de sangue na região atingida.

TORNIQUETE: Técnica de contenção utilizada somente em membros (braços e coxas) e em hemorragias extremamente severas (avulsão, amputação, esmagamento);

É indicado somente quando não se obteve êxito utilizando as técnicas anteriores;

Interrompe basicamente todo fluxo sanguíneo na região afetada;

Não se deve utilizar arame, corda, barbante ou qualquer outro material fino na

confecção do Torniquete;

É importante anotar a hora da aplicação do torniquete, devendo este ser afrouxado

aproximadamente a cada 10 ou 15 minutos.

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Obs: O torniquete é uma técnica atualmente pouco recomendada, devido ao risco de ser aplicada por pessoa não capacitada acarretando em agravamento da lesão. PROCEDIMENTO (HEMORRAGIA EXTERNA)

Não aplicar “porcarias” (açúcar, pó de café e etc);

Não remover objetos encravados ou transfixados;

Promover a contenção utilizando a técnica mais adequada;

Monitorar sinais vitais;

Não administrar qualquer tipo de líquido ao acidentado, principalmente se houver

suspeita de lesão interna;

Afrouxar tudo que dificulte a circulação (cinto, gravata, relógio e etc.);

Mantenha a temperatura corporal;

Encaminhar o paciente para o hospital.

FERIMENTOS

É a agressão sofrida pelas partes moles do corpo acarretando lesão tecidual, podendo ser classificadas:

Superficiais: São lesões que atingem a pele.

Profundas: São lesões que atingem músculos e vísceras.

Abertas: São aquelas que apresentam comunicação com o meio externo.

Fechadas ou Contusas: São aquelas produzidas abaixo da pele, sem no entanto

apresentarem comunicação com o meio externo, podendo atingir os órgãos

profundos.

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TIPOS DE FERIMENTOS ABERTOS

Escoriação – queda de bicicleta Ferimento Inciso provocado por vidro

Objetos encravados

Obs: Objetos encravados não devem ser retirados e sim estabilizados no local utilizando curativo volumoso.

Evisceração abdominal Obs: Não se deve recolocar as vísceras para dentro da cavidade e sim cobrir o local com pano limpo umidificado com solução fisiológica ou água limpa e filtrada.

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Ferimentos por arma de fogo no tórax (pneumotórax aberto) Obs: Para ferimento causado por projétil de arma de fogo no tórax, o socorrista deve realizar o curativo de 3 pontas (curativo valvulado), dificultando que o pneumotórax aberto evolua para pneumotórax hipertensivo.

Amputação Obs: Nas amputações traumáticas, envolver o segmento amputado em um pano limpo e umidificado com solução fisiológica ou água limpa e filtrada, em seguida coloca-lo em um saco limpo retirando todo o ar possível, colocando-o em um recipiente com gelo em todas as direções, dessa maneira criando uma condição mais favorável para um possível reimplante. PROCEDIMENTOS

Expor a ferida;

Não aplicar “porcarias” (açúcar, pó de café e etc);

Limpar somente ferimentos superficiais;

Somente remover o material solto;

Controlar a hemorragia utilizando a técnica mais adequada;

Proteger o ferimento (Prevenir contaminações);

Não administrar qualquer tipo de líquido ao acidentado, principalmente se houver

suspeita de lesão interna;

Monitorar sinais vitais;

Encaminhar o paciente para o hospital.

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LESÕES ÓSTEO-MUSCULARES (FRATURA, LUXAÇÃO E ENTORSE)

FRATURA Resultado da ruptura total ou parcial do tecido ósseo.

CLASSIFICAÇÃO:

LUXAÇÃO E ENTORSE LUXAÇÃO Deslocamento das extremidades ósseas de uma articulação, de forma que ocorra a perda do contato articular (posição antianatômica).

FRATURA

FECHADA

FRATURA ABERTA

(EXPOSTA)

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ENTORSE Ocorre quando uma articulação excede o seu limite articular, conseqüentemente a perda momentânea do contato articular, podendo ocasionar ruptura total ou parcial de ligamentos.

SINAIS E SINTOMAS DE TRAUMAS DE EXTREMIDADES

Dor local; Deformidades; Encurtamentos; Inchaços;

Hematomas; Formigamentos; Espasmos musculares; Incapacidade motora.

LUXAÇÃO DE OMBRO

ENTORSE DE TORNOZELO

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PROCEDIMENTOS PARA IMOBILIZAÇÃO

Realizar ABCDE;

Expor a região fraturada;

Evitar movimentações desnecessárias;

Buscar uma posição mais anatômica possível para a imobilização;

Imobilizar o segmento fraturado, sempre que possível, uma articulação abaixo e

outra acima;

Pode-se utilizar como recurso auxiliar bolsa de gelo (entorse e luxação);

Afrouxar tudo que dificulte a circulação (cinto, gravata, relógio e etc.);

Mantenha a temperatura corporal;

Monitorar sinais vitais;

Encaminhar o paciente para o hospital (evite o excesso de velocidade e manobras

bruscas nos deslocamentos caso o mesmo esteja estabilizado).

TRAUMATISMO CRANIANO ENCEFÁLICO (TCE)

É qualquer agressão que acarrete lesão anatômica ou comprometimento funcional de couro cabeludo, crânio, meninges ou encéfalo.

Concussão

Episódio benigno de alteração do nível de consciência após um choque (aceleração e ou desaceleração), com retorno rápido à normalidade. O paciente pode apresentar-se agressivo.

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SINAIS E SINTOMAS

Ferimento no couro cabeludo;

Deformidades (depressão ou edema);

Cefaléia;

Anisocoria (pupilas desiguais);

Saída de líquido do ouvido e ou nariz

(sangue, líquor);

Amnésia;

Convulsão;

Tontura, sonolência, inconsciência;

Equimose periorbital;

Equimose retroauricular;

Náuseas e vômitos.

PROCEDIMENTO

Realizar ABCDE;

Não interromper a saída de líquido pelo ouvido e ou nariz;

Cobrir traumas abertos no crânio sem exercer pressão;

Administrar oxigênio se disponível;

Estar preparado para o vômito e lateralizar a vítima em bloco se necessário;

Proteger a cabeça nas crises convulsiva (não prenda as contrações);

Monitorar constantemente sinais vitais;

Transportar a vítima com a cabeça em plano mais elevado que o corpo.

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TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR (TRM)

Lesão Traumática da raqui (coluna) e medula espinal resultando algum grau de comprometimento temporário ou permanente das funções neurológicas.

Locais mais comuns onde ocorrem os traumas (regiões de transição) – entre C5 e T1, e entre T11 e L1.

OBS: Após um trauma violento, a capacidade da vítima deambular (andar), não exclui a possibilidade de lesão na coluna vertebral.

QUANDO SUSPEITAR DE TRM

Politrauma;

Vítimas inconscientes;

Dor ou deformidade em qualquer parte da Coluna Vertebral;

TCE Grave (crânio e face).

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SINAIS E SINTOMAS

Dor Deformidade Inchaço Laceração ou contusão Paralisia Incontinência

Parestesia Astenia de membros Dispnéia Priapismo Perda da sensibilidade

PROCEDIMENTO

Realizar ABCDE; Imobilizar o paciente em prancha longa ou similar; Evite movimentações desnecessárias; Administrar oxigênio se disponível; Monitorar constantemente sinais vitais; Transportar a vítima para o socorro especializado.

QUEIMADURAS

É uma lesão produzida no tecido de revestimento (pele) por agentes térmicos

(calor, frio e eletricidade), produtos químicos corrosivos e irradiação. OBJETIVO DO ATENDIMENTO Aliviar ou reduzir a dor; Prevenir a infecção. A PELE CLASSIFICAÇÃO QUANTO À PROFUNDIDADE: 1º grau (Epiderme): Dor local; Pele vermelha na área queimada.

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2ºgrau (Epiderme + derme): Dor intensa no local; Formação de bolhas; Áreas de tecidos expostas (bolhas que se rompem); Queimaduras de 1º grau ao redor.

3º grau (todas as camadas da pele): Necrose de tecido com áreas que variam do branco pálido ao marrom escuro

(escaras); Perda ou diminuição da sensibilidade nas áreas afetadas; Exposição de camadas mais profundas do tecido; Queimaduras de 1º e 2º grau ao redor. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À EXTENSÃO (Regra dos nove):

PARTE DO CORPO ADULTO CRIANÇA

CABEÇA E PESCOÇO 9% 18%

MEMBROS SUPERIORES 9% 9%

TRONCO ANTERIOR 18% 18%

TRONCO POSTERIOR 18% 18%

GENITAIS 1% -

MEMBROS INFERIORES 18% 14%

FATORES QUE INFLUENCIAM NA GRAVIDADE DE UMA QUEIMADURA Extensão: Quanto maior mais grave a queimadura (Acima de 15% grave); Profundidade: Quanto maior a profundidade maior a gravidade; Localização: mais grave: face, mãos e órgãos genitais; Causa: mais grave as queimaduras químicas do que as térmicas (intoxicação); Idade: mais grave em crianças e idosos. PROCEDIMENTOS GERAIS EM CASOS DE QUEIMADURAS: Separar a causa da vítima ou a vítima da causa; Não aplicar “porcarias” (pasta dental, clara de ovo, mercúrio, pomadas); Retire as partes da roupa que não estejam grudadas na área queimada, se estiverem

grudadas, não retirar, recortar ao redor;

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Não furar as bolhas nas queimaduras de 2º grau; Cobrir a área queimada com compressas (ataduras, gazes ou bandagens triangulares)

umidificadas com solução fisiológica ou água fria, sem exercer pressão; Quando consciente e longe do recurso hospitalar, administrar ao paciente água em

pequenas quantidades; Previna o estado de choque; Transporte para um hospital, de preferência especializado em queimaduras.

PARA QUEIMADURAS QUÍMICAS

Identifique o agente agressor; Retire as roupas impregnada com o agente químico (cuidado para não se contaminar); Se o agente agressor sólido (Ex: cal virgem seco), não use água, remova o conteúdo

da pele do paciente com escova macia; Lave a área afetada usando grande quantidade de água corrente por 15 minutos (sem

pressão ou fricção); Proceda de forma idêntica às queimaduras térmicas quanto à proteção e alívio de dor; Afrouxar tudo que dificulte a circulação (cinto, gravata, relógio e etc.); Mantenha a temperatura corporal; Transportar a vítima para recurso hospitalar especializado com monitoração constante

de sinais vitais. PARA QUEIMADURAS POR CHOQUE ELÉTRICO Desligar a energia ou afastar a vítima da fonte antes de iniciar o atendimento; Checar sinais vitais e iniciar manobras de RCP se necessário; Tratar a queimadura (local de entrada e saída da corrente); Afrouxar tudo que dificulte a circulação (cinto, gravata, relógio e etc.); Mantenha a temperatura corporal; Transporte à vítima para o hospital de queimaduras com monitoração constante de

sinais vitais. EMERGÊNCIAS CLÍNICAS

DESMAIO Condição na qual ocorre alteração súbita e passageira do estado de consciência. Fatores Associados: Jejum prolongado; Hipotensão; Stress emocional; Desconforto térmico; Uso de drogas e outros.

SINAIS E SINTOMAS Tontura; Pele pálida, fria e úmida; Mal estar geral;

Fraqueza; Sudorese; Visão turva.

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PROCEDIMENTOS Prevenir a queda da própria altura e deitar a vítima; Realizar ABCDE e procurar identificar a causa do desmaio; Afrouxar tudo que dificulte a circulação (cinto, gravata, relógio e etc.); Elevar as pernas num ângulo de 45º favorecendo o retorno venoso para o cérebro; Manter a temperatura corporal; Administrar oxigênio se disponível; Caso a vítima queira vomitar, lateralizar a mesma em bloco ou coloca-la em posição

lateral de segurança; Monitorar constantemente sinais vitais; Transportar para o socorro especializado se necessário.

Posição Lateral de Segurança

EPILEPSIA É uma doença neurológica decorrente do funcionamento anormal da atividade elétrica cerebral, que na maioria das vezes não oferece risco à vida do portador.

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CAUSAS DA EPILEPSIA

Traumatismo craniano (acidentes de trânsito, parto, quedas, agressão); Infecções (meningite, encefalite); AVC (derrame); Parasitose cerebral (cisticercose, toxoplasmose); Uso de drogas (álcool, cocaína e outros). SINAIS E SINTOMAS Distúrbios sensoriais (visão, audição, paladar, olfato, tato); Salivação excessiva; Contração muscular; Convulsão; Estupor; Incontinência urinária e ou fecal.

PROCEDIMENTOS Se possível antes da crise coloque um lenço ou pano enrolado entre os dentes do

epiléptico para que este não morda a língua ou a mucosa da boca;

Não tente abrir a boca do epiléptico com os dedos ou objetos para “desenrolar a

língua”;

Afaste objetos que estejam ao seu redor ou conduza o paciente para um local macio

Ex: colchão, gramado e etc;

Durante a convulsão o indivíduo esta inconsciente, proteja a base da cabeça e não

tente prender as contrações;

Após a crise a tendência é que o paciente relaxe e aos poucos vá retomando a

consciência;

Afrouxar tudo que dificulte a circulação (cinto, gravata, relógio e etc);

Elevar as pernas num ângulo de 45º favorecendo o retorno venoso para o cérebro;

Manter a temperatura corporal;

Administrar oxigênio se disponível;

Caso a vítima queira vomitar, lateralizar a mesma em bloco ou coloca-la em posição

lateral de segurança;

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Giro da vítima de 90º em bloco Monitorar constantemente sinais vitais; Transportar para o socorro especializado se necessário.

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) O acidente vascular cerebral, também conhecido como derrame, é uma doença que ocorre devido à interrupção da circulação do sangue em uma parte do encéfalo. TIPOS DE AVC

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SINAIS E SINTOMAS Cefaleia; Afasia; Anisocoria; Náuseas e Vômitos;

Incontinência; Convulsão; Formigamentos; Perda da simetria corporal.

PROCEDIMENTOS Realizar ABCDE, reconhecer que a pessoa esta tendo um AVC;

Ministrar oxigênio se disponível;

Afrouxar tudo que dificulte a circulação (cinto, gravata, relógio e etc);

Manter a temperatura corporal;

Monitorar constantemente sinais vitais;

Transportar para o socorro especializado com a cabeça num nível mais alto que do

coração.

INFARTO DO MIOCÁRDIO É a morte de parte do músculo cardíaco devido à ausência prolongada de irrigação sanguínea.

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SINAIS E SINTOMAS Dor aguda (retroesternal) que irradia para braços, pescoço e costas; Náuseas e vômitos; Falta de ar e fraqueza; Sudorese e inquietação; A dor não diminui quando se diminui o esforço ou quando o paciente que já faz uso de

vasodilatadores toma o medicamento.

PROCEDIMENTOS Realizar ABCDE, reconhecer que a pessoa esta tendo um infarto; Ministrar oxigênio se disponível; Afrouxar tudo que dificulte a circulação (cinto, gravata, relógio e etc);

Manter a temperatura corporal;

Iniciar RCP se necessário; Monitorar constantemente sinais vitais; Transportar para o socorro especializado.

ASSISTÊNCIA AO PARTO NO APH O simples fato de um parto ocorrer fora de um ambiente hospitalar por si só não caracteriza uma emergência, ou seja, uma situação em que a vida da parturiente e ou do seu concepto estejam em risco imediato, todavia os socorristas devem estar capacitados para entenderem sua limitação de assistência frente a este evento e sobretudo atentarem para possíveis COMPLICAÇÕES. PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES (EMERGÊNCIAS) Trauma Hipertensão arterial Hemorragias Apresentação não-cefálica Sofrimento fetal (presença de mecônio no parto)

CONCEITOS E ENTENDIMENTOS IMPORTANTES GESTAÇÃO OU GRAVIDEZ – Período compreendido entre a fecundação do óvulo pelo espermatozóide até o nascimento do bebê, em geral perfazendo um total de 40 semanas.

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PRÉ-NATAL – Período de acompanhamento da gestante por profissionais da saúde especializados, com o objetivo de detectar possíveis doenças ou problemas do bebê em formação, bem como preparar e orientar a gestante para o momento do parto e futura maternidade. GESTANTE – Mulher que esta vivenciando a gravidez, que em condições normais não é considerada uma doente, por tratar-se a gestação de um processo fisiológico. PARTURIENTE – Mulher que ao término da gestação apresenta sinais evidentes de trabalho de parto (Ex: contrações uterinas dentro de um padrão de parto). PUÉRPERA – Mulher que vivenciou a gestação e parição, e que encontra-se no período do pós parto (puerpério). PRÉ-ECLAMPSIA e ECLAMPSIA – Complicações graves relacionadas à hipertensão arterial que geralmente manifesta-se sob a forma de convulsões e inconsciência. CADERNETA DA GESTANTE – Documento imprescindível destinado ao registro de todas as informações relacionadas ao acompanhamento pré-natal. ESTRUTURAS ANATOMICAS PROPRIAS DA GRAVIDEZ

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FETO: Nome dado ao ser em desenvolvimento dentro do útero materno após a oitava semana de gestação (antes denominado embrião). Permanece com este nome até o parto onde então passa a ser considerado um recém-nascido (RN). ÚTERO: Órgão muscular em que o feto se desenvolve. É o responsável pelas contrações que empurram o feto para o canal de parto e o nascimento propriamente dito. COLO DO ÚTERO (CÉRVIX): Extremidade delgada inferior do útero, que se dilata (no mínimo 10 cm) permitindo que o feto entre na vagina para o nascimento.

VAGINA: Genitália feminina constituída de um canal por onde o feto é conduzido para o nascimento. BOLSA OU SACO AMNIÓTICO: Membrana que envolve o feto e o líquido amniótico, e que encontra-se aderida internamente ao útero. LÍQUIDO AMNIÓTICO: Fluido que preenche a bolsa amniótica envolvendo o feto, que primordialmente possui a função de manter a temperatura intrauterina constante, protegendo ainda o bebê contras choques mecânicos e movimentos bruscos. PLACENTA: Órgão que se desenvolve exclusivamente na gravidez e que funciona como uma central de distribuição e troca de oxigênio, hormônios, anticorpos, nutrientes e metabólitos entre a mãe e o feto. Em condições normais é expulsa por completo ao final do trabalho de parto. CORDÃO UMBILICAL: Estrutura constituída por duas artérias e uma veia que permite a ligação do feto com a placenta da mãe, em média possui o seu comprimento em 55 cm, podendo variar. TRABALHO DE PARTO Sequência de eventos fisiológicos que prenunciam o parto e fazem com que o bebê seja expulso do interior do útero materno. Compreende as seguintes fases de interesse pré-hospitalar: PRIMEIRA FASE: Inicia-se com as contrações e termina no momento em que o feto entra no canal de parto. SEGUNDA FASE: Do momento em que o feto está no canal de parto até o seu nascimento. TERCEIRA FASE: Do nascimento até a completa expulsão da placenta.

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CONDUTA DOS SOCORRISTAS (ENTREVISTA) Dados pessoais (nome completo, endereço, idade) Quantidade de gestações? Quantidade de partos? Tipos de partos anteriores. Normal? Cesáreo? Realizou o acompanhamento pré-natal? Pré-natal acusou alguma complicação? Possui alguma doença pré-existente? Iniciaram-se as contrações? Já houve a ruptura da bolsa amniótica?

PARTO IMINENTE O socorrista deve atentar para intensidade e frequência das contrações, que de irregulares, esparsas e de baixa intensidade quanto à dor, passam gradativamente a regulares e dolorosas, de modo que 2 ou 3 contrações com estas características e que duram geralmente até 1 minuto, em intervalos de tempo de 10 minutos, representam forte indicativo que o parto é iminente.

COROAMENTO (Apresentação Cefálica) PROCEDIMENTOS Antes do Parto: Avaliar a necessidade de apoio no local (Bombeiro, SAMU). Sempre que possível, mantenha um familiar junto da parturiente durante todo o

atendimento. Os socorristas devem lavar muito bem as mãos (com água ou álcool gel) e fazer uso

dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), necessários ao procedimento. Preparação da Parturiente: Posicione a parturiente para o parto (posição ginecológica) Solicite a parturiente que remova parte da roupa que possa dificultar o parto. Mantenha a cabeça e o tórax da parturiente ligeiramente elevados em relação ao

restante do corpo. Assegure a privacidade da parturiente. Lave a área genital externa com solução fisiológica ou água limpa enxugando-a em

seguida. Esta conduta deve ser realizada com luvas de procedimento.

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Assistência à Saída Do Bebê: Trocar as luvas de procedimento utilizadas na higienização da área genital por luvas

novas. Oriente a parturiente para que durante as contrações faça força e nos intervalos

respire de maneira lenta e profunda. Tente visualizar o bebê (coroamento) Durante a saída, apoie com a mão a cabeça do bebê evitando que ele saia

bruscamente. Se o cordão umbilical estiver envolvendo o pescoço do bebê (circular de cordão), o

socorrista deve libera-lo com cuidado. NUNCA tente puxar a cabeça do bebê. Quando do nascimento, o bebê apresenta-se escorregadio em razão do vérnix

caseoso (substância gordurosa que cobre e protege a pele do bebê), por esse motivo o socorrista deve estar atento e segurar firmemente o recém nascido prevenindo possíveis quedas.

Assistência ao Recém Nascido:

Procure Identificar a mãe e RN. Realize uma rápida inspeção visual no RN a procura de possíveis anormalidades. Envolva o RN em uma manta ou cobertor limpo para prevenir a hipotermia e entregue

aos cuidados da mãe para a amamentação. Não existe a necessidade de corte imediato do cordão umbilical. Em geral corta-se o

cordão umbilical quando este para de pulsar e ou quando o transporte até a maternidade mais próxima for demorar mais do que 30 minutos.

Corte do Cordão Umbilical: O socorrista deve a partir do abdômen do bebê medir 4 dedos e realizar uma amarração com barbante ou similar, em seguida medir 2 dedos e realizar uma segunda amarração, realizando a secção do cordão com o uso de instrumento cortante limpo e desinfetado (com álcool de preferência) entre os dois pontos. Assistência Pós Parto: Em geral, nos próximos 30 minutos após o nascimento haverá a expulsão da

placenta. Guarde-a em saco plástico apropriado para posterior avaliação pela equipe de saúde na maternidade. Não se deve puxar o cordão umbilical na tentativa de acelerar a saída da placenta.

Não remover a amarração do cordão umbilical ligado à placenta. Se tiver disponível, use o absorvente higiênico do kit parto para promover o controle

do sangramento vaginal. Oriente a puérpera para estender os membros inferiores mantendo-os juntos e realize

suaves massagens sobre o abdômen da mesma, isso auxiliará na diminuição do sangramento.

Transporte a mãe, o bebê e a placenta (acondicionada em embalagem apropriada) para a maternidade.

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TRANSPORTE DE ACIDENTADOS

O transporte de acidentados, trata-se de uma questão delicada que preferencialmente deve ser executado por profissionais capacitados, que por sua vez utilizem recursos específicos para tal (pranchas, maca, viaturas, imobilizadores e etc.). O transporte mal executado, pode resultar no agravamento de uma lesão e conseqüentemente o estabelecimento de uma seqüela definitiva (paralisia, tetraplegia e outros), portanto, em uma situação adversa, ou seja, longe de um centro urbano e de um socorro especializado, cabe ao socorrista, a partir de uma avaliação prévia e muito bom senso, a decisão de transportar ou solicitar e aguardar o socorro no local.

Segue abaixo, ilustrações de algumas técnicas para o transporte de acidentados para as mais diversas situações. TRANSPORTE COM UM APOIO TRANSPORTE TIPO MOCHILA TRANSPORTE PELAS COSTAS TRANSPORTE TIPO BOMBEIRO

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TRANSPORTE COM DOIS APOIOS TRANSPORTE PELAS EXTREMIDADES CADEIRINHA

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TRANSPORTE POR 03 SOCORRISTAS (VÍTIMAS LEVES)

TRANSPORTE POR 06 SOCORRISTAS

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Manual operacional de bombeiros: resgate pré-hospitalar / Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás. – Goiânia: - 2016.

SANTOS, Raimundo Rodrigues. Manual de Socorro de Emergência. Rio de Janeiro:

Editora Atheneu, 1999.

Manual PHTLS (Prehospital Trauma Life Support), Mosby 5ª edição, 1999.

Enciclopédia Ciência e Natureza, Corpo Humano, Time Life / Abril Livros, 1995.

Superinteressante Coleções – O Corpo Humano, Respiração os caminhos do ar, nº 10,

1998.

ROSENBERG, Stephen. Livro de Primeiros Socorros. São Paulo: Vozes, 1985.

ELABORAÇÃO E ORGANIZAÇÃO: Leonardo de Castro Oliveira – 1º Tenente do Corpo de Bombeiros do Estado de Goiás. (leonardocastrobm@gmal.com).

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