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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS (UEG)UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE PORANGATU
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
ATIVIDADE FÍSICA NA PREVENÇÃO E CONTROLE DA OSTEOPOROSE NA TERCEIRA IDADE
Aline Grazianne Cordeiro Batista
Porangatu/GO2010
1
Aline Grazianne Cordeiro Batista
ATIVIDADE FÍSICA NA PREVENÇÃO E CONTROLE DA OSTEOPOROSE NA TERCEIRA IDADE
Trabalho de Curso (TC) apresentado à Universidade Estadual de Goiás (UEG) – Unidade Universitária de Porangatu – como parte dos requisitos para obtenção do grau de Licenciatura Plena em Educação Física.
Orientador(a): Prof. Espec.: Lívia Fernandes Cavalcante
Porangatu/GO2010
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS (UEG)UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE PORANGATU
TERMO DE APROVAÇÃO
ATIVIDADE FÍSICA NA PREVENÇÃO E CONTROLE DA OSTEOPOROSE NA TERCEIRA IDADE
Concluinte:
Aline Grazianne Cordeiro Batista
Trabalho de Curso (TC) apresentado à banca examinadora em __/__/2010, constituída pelos professores:
___________________________________________________________Prof. Esp. Lívia Fernandes Cavalcante – Orientadora/UEG
___________________________________________________________Prof. Esp. Mariana Lasmar – Membro/UEG
___________________________________________________________Prof. Esp. João Roberto Cruz e Castro – Membro/UEG
Porangatu/GO
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2010
Àquelas pessoas especiais, que com carinho, compreensão, respeito e serenidade fazem com que sigamos a
4
nossa caminhada com mais confiança e determinação.
Agradecimentos
Gostaria de agradecer a todos os amigos, colaboradores e profissionais que, com suas sugestões contribuíram de alguma forma para a realização deste estudo, entretanto, registro a minha gratidão:
Aos professores do curso de Educação Física, em especial à professora e orientadora Lívia Fernandes Cavalcante que proporcionaram um grande crescimento profissional.
Aos alunos, coordenação e direção da Unidade Universitária de Porangatu, que colaboraram.
Aos amigos: Jakeline Lemos, Rosiléia Isídio, Bruno Diego, Emanoel Messias, Udiney Francisco, Bruno Marques, Nayara Antonia, Marinalva e Fausto, que me acompanharam e apoiaram por toda essa jornada.
E principalmente aos meus pais, Marli Cordeiro Batista e Francisco das Chagas Batista que apoiaram e incentivaram na realização deste trabalho.
5
6
A cultura é o melhor conforto para a velhice.
Aristóteles
RESUMO
O presente estudo tem por intenção desenvolver uma revisão bibliográfica sobre a relação da osteoporose com a atividade física, analisando como ocorre a doença, que acomete principalmente os idosos. Foi escolhida essa faixa etária, pois é a partir dela que o processo da perda da capacidade captação de cálcio, de uma forma geral acontece com mais intensidade, podendo assim tornar-se patológica. Tendo em vista que o envelhecimento traz como consequências as modificações físicas, estéticas, biológicas, culturais e sociais que influenciam na imagem corporal. Mostraremos os fatores causadores e os meios e cuidados para controlar essa patologia, que se trata da diminuição da capacidade de armazenamento de cálcio no interior ósseo. Dentro de uma perspectiva transformadora, enfatizaremos a importância da prática regular e individualizada de atividade física. Procurando assim orientar a população alvo (idosos) sobre a relevância do controle da osteoporose através de meios alternativos com a ajuda de profissionais capacitados.
Palavras-chave: Osteoporose. Atividade física. Envelhecimento
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 01: Na osteoporose, todos os ossos podem fraturar a esforços mínimos, mas
essas três fraturas são as mais frequentes...............................................................14
Figura 02: Mudanças na coluna vertebral com a idade.............................................14
Figura 03: Ciclo vicioso do envelhecimento...............................................................18
Figura 04: Os ossos do esqueleto são mais de duzentos, mas os locais onde surge o
maior número de fraturas por osteoporose são: as vértebras da coluna, os dois
ossos do punho e o fêmur, no quadril........................................................................21
Figura 05: Vértebras normais e Osteoporóticas........................................................29
Figura 06: O osso está constantemente sendo remodelado. Para isso dá-se o nome
de turn-over, por causa da ação de dois tipos de células. Essa reinervação libera
cálcio..........................................................................................................................31
Figura 07: Estas seriam as causas da osteoporose, também chamadas fatores de
risco........................................................................................................................... 35
Figura 08: A perda da massa óssea segundo a idade nos três tipos de fratura
osteoporótica mais frequentes...................................................................................36
Figura 09: Densidade óssea da coluna vertebral, nas vértebras L2 e L4 de mulheres.
Verificar que de 50 a 60 anos, a perda de massa óssea é de 1,3% ao ano, o que é
muito, e depois passa para 0,4% ao ano. A linha horizontal é o limite de fragilidade
do osso, com perigo de fratura..................................................................................37
Figura 10: Step class.................................................................................................42
Figura 11: Natação....................................................................................................42
Figura 12: Ciclismo....................................................................................................42
Figura 13: Exercícios sugeridos para pessoas com osteoporose..............................45
8
LISTA DE QUADROS
Quadro 01: Possíveis causas da osteoporose secundária........................................33
Quadro 02: Algumas características do genótipo e do fenótipo humano...................44
9
SUMÁRIO
RESUMO...................................................................................................................7
LISTA DE FIGURAS..............................................................................................8
LISTA DE QUADROS...........................................................................................9
INTRODUÇÃO.......................................................................................................11
1 ENVELHECIMENTO........................................................................................13
1.1 Os efeitos físicos do envelhecimento..........................................................16
1.2 Perda óssea....................................................................................................20
1.3 Mudanças de necessidades nutricionais.....................................................24
1.3.1 Sugestões a serem seguidas...................................................................25
1.3.2 Recomendações......................................................................................26
2 OSTEOPOROSE...............................................................................................28
2.1 Definição.........................................................................................................28
2.2 Processo de remodelamento ósseo.............................................................30
2.3 Classificação da Osteoporose......................................................................32
2.4 Causas.............................................................................................................35
2.5 Sintomas e Consequências da Osteoporose..............................................36
2.6 Prevenção e Tratamento................................................................................38
2.6.1 Medidas de Prevenção contra a osteoporose.........................................38
2.6.2 Tratamento da Osteoporose...................................................................39
3 ATIVIDADES FÍSICA NA PROFILAXIA DA OSTEOPOROSE.............40
3.1 Efeitos do exercício na osteoporose............................................................40
3.2 Tipos de exercícios........................................................................................41
3.3 Frequência e duração da atividade física....................................................44
3.4 recomendações sobre o estilo de vida para um envelhecimento saudável
...............................................................................................................................46
CONCLUSÃO........................................................................................................48
10
GLOSSÁRIO..........................................................................................................49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................51
INTRODUÇÃO
Ao pensarmos em doenças que acometem o sistema esquelético,
lembramos da osteoporose, que atualmente é considerada um problema de saúde
pública que invalida ou incapacita grande número de pessoas, principalmente
mulheres nas últimas décadas da vida. A osteoporose nada mais é que a porosidade
óssea causada pela diminuição da capacidade de captação dos minerais ósseos,
principalmente do cálcio, o que acaba fragilizando o tecido, expondo o osso às
fraturas e outras complicações derivadas, podendo ser agravadas. A
desmineralização pode ocorrer em qualquer parte óssea do corpo, porém, os locais
que têm altos índices e trazem maiores complicações são as regiões da bacia e da
coluna vertebral (KNOPLICH, 1993).
Sendo uma enfermidade causada por vários fatores, como por exemplo:
mal desempenho de hormônios, falta de atividade física e inadequada ingestão de
cálcio. A atividade física intensifica o nível de massa óssea atingido nas primeiras
décadas da vida. Manter a massa óssea e diminuir a perda que acontece
naturalmente com o decorrer da idade e que se intensifica nos primeiros anos após
a menopausa necessita-se de cuidados como: manter os hábitos saudáveis. O
processo é mais acentuado nas mulheres, pelo fato da massa óssea ser menor que
nos homens, mas os dois sexos estão sujeitos à doença (KNOPLICH, 1993).
“O declínio linear natural das capacidades funcionais, que se inicia ao redor
dos 30 anos, pode ser substancialmente modificado pelo exercício, pelo controle do
peso e pela dieta”(BERGER e SHEPHARD citado por OKUMA, 1998, p. 52).
No entanto, o exercício não reverte a perda óssea já existente, a
prevenção da osteoporose começa na infância e vai ao longo da vida com a prática
da atividade física e mantendo uma ingestão adequada de cálcio e reposição
hormonal nas mulheres. O efeito do exercício sobre o tecido ósseo é localizado e
depende da intensidade, tipo, freqüência e duração da atividade física, sendo mais
benéficas às atividades que suportem peso, associadas a exercícios aeróbicos.
11
“Muitas das alterações nas estruturas e funções fisiológicas que ocorrem com a
idade resultam da atividade física”(PESCATELLO e DI PIETRO citado por OKUMA,
1998, p. 53).
Portanto, manter as condições hormonais normais e praticar a atividade
física melhora a mineralização óssea, ou seja, a fixação de minerais (principalmente
o cálcio) na matriz, fortalece e suporta os esforços exigidos, os exercícios
localizados e específicos são benéficos nas regiões mais propensas à osteoporose,
sendo praticados com cautela e sem sobrecarga, minimizando assim o risco de
fraturas proeminentes de estresses ósseos, pela fragilidade já existente (OKUMA,
1998).
A metodologia usada por este estudo foi a de revisão bibliográfica, tendo
assim, por objetivo principal relatar métodos sugestivos para se ter uma vida
saudável em relação à osteoporose e mostrar a importância da atividade física e de
uma alimentação saudável na vida do idoso.
12
1 ENVELHECIMENTO
Este capítulo tem como enfoque o processo de envelhecimento, seus
efeitos físicos e a necessidade das mudanças nutricionais para a prevenção da
osteoporose.Atualmente o brasileiro envelhece mais do que há duas décadas. A
probabilidade de vida aumentou, e pelas projeções o país terá o sexto contingente
mundial de idosos em 2.025: 32 milhões, de acordo com informações divulgadas
pelo Almanaque Abril 2005.
Devido a isso a população idosa vem sendo foco cada vez mais elevado de
estudos e o processo de envelhecimento do ser humano tem sido alvo de atenção
progressiva por parte de cientistas em todo o mundo. Na proporção em que o
número de indivíduos que atinge a velhice aumenta, por conseqüência, faz com que
tanto os problemas de saúde peculiares desse período da vida quanto os vários
aspectos relacionados à qualidade de vida dessa população sejam motivo de
preocupação e de estudos (ALMANAQUE ABRIL, 2005).
O indivíduo idoso passa a ter características fisiológicas adquiridas pela
idade, o seu tronco se torna mais curto devido aos seus discos intervertebrais se
tornarem cada vez mais finos por perderem gradualmente o líquido que os
envolvem, as vértebras por sua vez começam a perder conteúdo mineral em
especial o cálcio, a coluna vertebral passa a ter uma forma curva e comprida
tornando-se mais frágil, os ossos longos como dos braços e pernas não sofrem
alterações no tamanho, porém são acometidos das perdas minerais, as escápulas e
outros ossos são bastante afetados pela porosidade decorrente (KNOPLICH, 1993).
Assim como nos discos vertebrais, as articulações do restante do corpo
13
também vão perdendo os líquidos que facilitam a flexibilidade, tornando-as mais
rígidas ocorrendo calcificação em alguns casos, as mais danificadas são as
articulações do quadril, dos ombros e dos joelhos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
Veremos a seguir na figura 01, os locais mais sensíveis às fraturas em
indivíduos com osteoporose:
Figura 01: Na osteoporose, todos os ossos podem fraturar a esforços mínimos, mas essas três fraturas são as mais frequentes.Fonte: Knoplich (1993).
A coluna vertebral enfraquece com o envelhecimento, tornando-se mais
frágil e curvada. (ver figura 02).
14
Figura 02: Mudanças na coluna vertebral com a idade.Fonte: Enciclopédia Ilustrada de Saúde (2010).
Segundo Terra, et al. (2003),diante das necessidades de proporcionar
condições direcionadas para um maior conhecimento sobre a velhice surgiu a
Gerontologia, ciência de caráter multidisciplinar que estuda todos os aspectos do
envelhecimento (sanitário, sociológico, econômico, entre outros), partindo de um
contexto de que os termos envelhecimento, velhice ou idoso compreendem os
fenômenos biológicos, psicológicos e sociais que o homem enfrenta no decorrer de
sua existência.
O envelhecimento biológico é um fenômeno multifatorial que está associado a profundas mudanças na atividade das células, tecidos e órgãos, como também com a redução da eficácia de um conjunto de processos fisiológicos. (REBELATTO, et al., 2006, p. 128).
De acordo com Sand (2004), considera-se o termo envelhecimento como
um processo complexo que envolve várias mudanças (por exemplo: estilo de vida,
genética, doenças crônicas) que interagem entre si e influenciam expressamente o
modo no qual alcançamos determinada idade, e um dos fatores mais significativos
no processo de envelhecimento é a associação de certas doenças com o início da
terceira idade.
De acordo com Carvalho (2008), constata-se, portanto que o declínio da
replicação celular é um dos motivos, favorecedor do envelhecimento e explica-se
15
através acontecimentos naturais e gradativos envolvendo as células, há exemplos
de células que se dividem constantemente (medula óssea); células que param de
replicar, porém voltam a se dividir estimuladas (hepatócitos); e células que param
definitivamente sua replicação (hemácias, leucócitos, miócitos, células miocárdias,
etc).
A morte das células já existentes se acentua cada dia mais nesta fase, pois,
é como se o organismo humano já tivesse feito uma prévia programação desse
acontecimento, por exemplo, a perda dos dentes; sendo assim o fator genético é
bastante decisivo e o estilo de vida que o indivíduo adota ao longo de sua vida,
também influencia no aceleramento do envelhecimento (HELITO, et al., 2006).
Verifica-se, portanto a existência de três fatores básicos determinantes do
envelhecimento: a genética, o estilo de vida e o ambiente. A hereditariedade é um
fator incorruptível, no qual o indivíduo herda a genética de seus antepassados,
determinando o que ele é e será se terá mais predisposição à determinada doença,
ou a ter uma aparência mais jovem do que a idade cronológica, em termos, deve-se
à genética herdada (PORTO, 2008).
No que diz respeito ao estilo de vida o Ministério da Saúde (2006), relata
que, com base em hábitos alimentares saudáveis, atividades físicas regulares com
orientação, mantendo assim, o peso ideal e a ingestão de álcool moderada; aliada a
abstinência de tabaco e constante controle médico, mesmo sem a presença de
sintomas contribuem para melhor qualidade de vida do idoso.
O ambiente pode contribuir para um envelhecimento saudável, a partir da
adoção de certas medidas de apoio ao idoso como: a participação de eventos
socioculturais, moradia agradável (condições básicas de saneamento, ar puro,
acessibilidade) visitas periódicas ao médico. Todas essas medidas trazem bem estar
ao idoso, fazendo-o se sentir mais produtivo, passando por essa fase da vida com
melhor saúde física e mental, seguindo o curso da vida sem doenças limitantes e
preocupações adicionais aos familiares (CHOPRA, 1994).
A gerontologia, afirma que para tais desconfortos desta idade não existem
fórmulas ou tratamentos eficazes que os sanem. A informação é a melhor forma de
entender como o próprio organismo reage, portanto, deve-se pensar que as
moléstias que acometem os idosos não são acontecimentos normais e sim comuns,
pois o que é normal não há necessidade de tomar qualquer iniciativa para contornar
determinada situação, no entanto convém adotar uma atitude consciente para se
16
buscar a cura ou a melhora de algum mal (TERRA et al.,2003).
Nesse sentido, esta ciência poderá ajudar o individuo no que se refere ao
conhecimento dos efeitos físicos visando assim à adoção de medidas preventivas
para um envelhecimento saudável, uma vez que com o desenvolvimento sócio-
econômico-cultural e tecnológico, houve acréscimo da expectativa de vida da
população mundial, e consequentemente, um aumento no número de idosos. Como
a terceira idade é uma das faixas etárias mais susceptíveis a doenças, podemos
observar, portanto, um aumento na incidência de certas doenças, destacando a
osteoporose (RENNÓ, 2001, p. 49) como veremos a seguir.
1.1 Os efeitos físicos do envelhecimento
O comprometimento da forma muscular vem comprovar uma conseqüente
diminuição da massa músculo-esquelética colocando em estado de fragilidade o
indivíduo idoso. A queda do nível de hormônios (estrogênio nas mulheres e
testosterona, nos homens) influencia num sério enfraquecimento no sistema ósseo.
Entre os 25 e 65 anos de idade, ocorre a diminuição substancial do músculo
esquelético, pelo fato das perdas de massa óssea no sistema esquelético (TERRA,
et al., 2003).
Segundo as autoras Imamura, Imamura e Hirose-Pastor (1999), relatam que
a diminuição da massa muscular pode decorrer, em parte, da redução no número de
unidades motoras ou da substituição do tecido muscular por tecido conjuntivo.
Observa-se no sexo feminino, após a menopausa uma queda hormonal significativa,
a qual afeta a mulher de várias maneiras, evidenciando a ausência do ciclo
menstrual e desconfortos psicológicos que surgem e traz maior sensibilidade à
mulher idosa.
Começando aos 30 anos de idade e prosseguindo ao ritmo lentíssimo de 1% ao ano, o corpo humano normal começa a ter problemas: aparecem as rugas, a pele perde o tônus e o frescor, os músculos começam a ceder. Em vez de indicar três vezes mais músculos do que gordura, a proporção passa a ser igual, a visão e a audição são reduzidas, os ossos se afinam e se tornam quebradiços. A vitalidade e a resistência declinam progressivamente, tornando difícil a realização do mesmo trabalho que se
17
costumava fazer. A pressão arterial sobe e muitos elementos bioquímicos afastam-se de seus níveis ótimos ( CHOPRA, 1994, p.21).
Smith e Tommerup citado por Okuma (1998, p. 69), consideram que
(...) as mulheres atingem um menor pico de massa óssea e sua velocidade de perda é maior do que a dos homens. Para eles, os fatores mais importantes para atingir um pico ótimo de massa óssea são o estresse mecânico nos ossos, produzido pela atividade física, a ingestão de cálcio na infância e os hormônios gonadais (ou sexuais).
A boa saúde inicia pela boca, na ausência dos dentes e às vezes a prótese
dentária inadequada compromete a digestibilidade, pois a digestão dá inicio na boca,
e uma boa mastigação fará com que esse alimento ingerido seja mais bem
absorvido pelo organismo, e ao executar essas funções a mandíbula e toda a
estrutura existente (músculos, nervos vasos sanguíneos, tendões ligamentos)
devem estar em pleno funcionamento para que o processo digestivo ocorra
harmoniosamente (CORRÊA, 2002).
Com o avanço da idade a função do trato gastrointestinal fica reduzida, uma
série de fatores comprova essa redução, por exemplo, a diminuição do paladar,
enfraquecimento da mucosa gástrica e com isso a produção do acido clorídrico é
reduzida, o trabalho é insatisfatório, porque a vitamina B não é absorvida
adequadamente ( CORRÊA, 2002).
Na figura 03 temos esquematizado o ciclo vicioso do envelhecimento.
Figura 03: Ciclo vicioso do envelhecimento
18
Fonte: Nóbrega (1999, p. 208).
No que diz respeito às alterações da idade avançada e suas perdas
funcionais as autoras ressaltam que:
No aparelho locomotor, a deterioração funcional que ocorre com o progredir da idade envolve alterações morfológicas e bioquímicas. Dessa forma, a atrofia muscular concomitante ao aumento dos tecidos conjuntivo e gorduroso parece atingir com maior intensidade as fibras musculares de contração rápida. Outras alterações do envelhecimento incluem a perda da massa muscular sem gordura, o declínio da força muscular absoluta e a redução do uso de determinados grupos musculares. Esta última determina a queda no desempenho muscular, evidenciada pela menor resistência à fadiga e prejuízo na coordenação fina e na velocidade dos movimentos. (IMAMURA, IMAMURA E HIROSE-PASTOR, 1999, p. 35 e 36).
O envelhecimento provoca inúmeras mudanças nos músculos esqueléticos.
A mais marcante é a perda da massa muscular, que começa por volta dos 25 anos
de idade. Por volta dos 50 anos, a massa de músculos esqueléticos está reduzida
em cerca de 10%, em torno dos 80 anos, ela é apenas cerca de 50% do que foi na
juventude. Essa redução relacionada com a idade deve-se principalmente à perda
de fibras musculares ( OKUMA, 1998).
No envelhecimento a simples perda da massa corporal magra é bem
notável tanto quanto o aumento da gordura, principalmente na região abdominal. A
massa muscular com o avanço da idade ocorre uma perda natural e quando
acompanhada do sedentarismo o indivíduo tende a reduzir significantemente sua
mobilidade levando a uma fragilidade do sistema músculo-esquelético. Uma vez que
este fator provoca a minimização do metabolismo (queda da queima calórica no
repouso), favorecendo o ganho de peso para quem não diminui a ingestão diária de
calorias ( CORRÊA, 2002).
Analisa-se que nos indivíduos que praticam exercícios regulares, o peso
ideal é mantido, contudo, idosos acima de 75 anos de idade tem a propensão de
serem magros, devido à diminuição do teor de líquidos corporais, comprometendo a
regulação da temperatura e aumentando a possibilidade de se ter uma desidratação
( OKUMA, 1998).
A partir de estudos realizados, há informações de que o processo
degenerativo do sistema orgânico inicia-se aos 30 anos de idade, pois é um
acontecimento lento e gradativo atingindo o organismo como um todo,
desacelerando a capacidade de captação de cálcio. Com isso a densidade mineral
19
óssea será abalada e terá como seqüela, sério comprometimento na musculatura,
levando a um encurtamento muscular, limitando ou até impossibilitando o idoso de
cumprir suas atividades normais de locomoção ( SAFONS E PEREIRA, 2007 ).
A redução da força acontece juntamente com a perda de tecido muscular
devido à diminuição do tamanho das fibras, em especial do tipo II (fibra rápida)
ocorrendo assim o fenômeno neurogênico, em que a produção dos novos nervos
não é capaz de acompanhar o processo de desenervação e reinervação, então as
fibras musculares que deixam de ser inervadas morrem e são substituídas por tecido
muscular contrátil. A importância da fibra tipo II está nas atividades que requerem
maior reflexo e rapidez de movimento, explica-se assim a dificuldade que os idosos
têm de realizar movimentos. Assim, alguns pesquisadores suspeitam que a
distribuição de fibras rápidas e de fibras lentas muda gradativamente com a idade,
com favorecimento das fibras lentas (IMAMURA, IMAMURA E HIROSE-PASTOR,
1999 ).
Minamoto (2005, p. 53) relata que
O envelhecimento é, em geral, acompanhado por uma pronunciada diminuição da atividade física, o que causa uma mudança no tipo de fibra no sentido rápida para lenta. Esse resultado pode parecer contraditório, uma vez que, conforme exposto, a diminuição da atividade neuromuscular promove uma transição do tipo de fibra no sentido oposto. Entretanto, alguns fatores devem ser considerados nessa situação, uma vez que o envelhecimento leva não somente à redução da atividade contrátil, mas também à perda seletiva e remodelamento de unidades motoras (UM). Assim, o maior número de fibras lentas ocorre devido à atrofia das UM de fibras rápidas, uma vez que atividades de força muscular não são muito praticadas por essa população.
1.2 Perda óssea
A fixação de cálcio nos ossos maximiza-se durante a juventude. A
densidade óssea alcança seu ápice entre 20 e 30 anos de idade, ou seja, ocorre
uma maior formação óssea do que degradação. Até em torno dos 35 anos, ainda é
possível “depositar” cálcio neles, certificando que alcancem uma densidade segura e
que possibilite atividades até o fim da vida. Após os 45 ou 50 anos de idade,
20
acentua-se a perda óssea, causa comum do processo de envelhecimento, aonde os
minerais e principalmente o cálcio vão sendo extraídos do organismo por fatores: de
idade avançada, etnia, baixa hormonal, interações medicamentosas entre outras
( KNOPLICH, 1993 ).
A diminuição da matriz óssea está relacionada à redução hormonal, nutrição
inadequada, estilo de vida sedentária e genética, mas por volta dos 40 anos, para
ambos os sexos essa perda óssea acontece, mais cedo nas mulheres e com maior
intensidade naquelas que tiveram muitos filhos. Com o passar do tempo, e a idade
avançada, percebe-se a diminuição gradual na espessura dos ossos, e na
arquitetura do tecido ósseo. Essas mudanças podem ser notadas em função do tipo
de alimentação ingerida pela pessoa e seus hábitos de atividade física ( HELITO et
al., 2006 ).
As mudanças hormonais no que se refere aos níveis padronizados pela
Organização Pan-Americana da Saúde (2003) deixam as mulheres com um
referencial baixo, que após o climatério, passa a ocorrer uma maior perda de massa
óssea em relação aos homens. Com relativa baixa de estrogênio, as mulheres são
condicionadas ainda mais a gradual perda de massa óssea, devido à diminuição
deste hormônio, que entre outras funções, auxilia na regulação da capitação e
fixação de cálcio nos ossos. A ausência menstrual desencadeia a diminuição da
densidade óssea, deixando as mulheres bem mais sujeitas que os homens de
desenvolver osteoporose e em conseqüência disso, há o aumento eminente dos
riscos de fratura.
Homens podem apresentar perda óssea e desencadear osteoporose por
outros fatores, como os genéticos (que podem ser suavizados, mas não eliminados),
a ingestão precária de nutrientes (como cálcio e vitamina D), enfraquecimento
muscular e ausência de atividades físicas. Estudos indicam que também o
tabagismo, o consumo excessivo de café, outras fontes de cafeína (que interferem
na absorção do cálcio obtido na alimentação) e determinados medicamentos podem
acelerar a perda óssea ( LIMA, 2009 ).
O esqueleto tem 206 ossos (figura 04), segundo Knoplich (1993), mas
acontecem muitas variações individuais. Por isso não é muito importante o número
de ossos, mas como eles são:
FRENTE VERSO
21
Figura 04: Os ossos do esqueleto são mais de duzentos, mas os locais onde surge o maior número de fraturas por osteoporose são: as vértebras da coluna, os dois ossos do punho e o fêmur, no quadril.Fonte: Knoplich (1993, p. 21).
Segundo Knoplich (1993), nos ossos surge um processo de calcificação que
não existe nos músculos, existe em pequena escala na cartilagem, mas é
predominante no osso. Calcificação - Apesar de se pensar principalmente na
calcificação (com o cálcio), este é um processo mais extenso. Na realidade, há uma
mineralização desse tecido conectivo. Mineralização porque existe depósito de
cálcio, fósforo, potássio, sódio, flúor, zinco, magnésio, cádmio e muitos outros
elementos. Essa mineralização é que deixa o osso ficar duro. A cartilagem, que é
mais mole, tem uma mineralização menor.
Tipos de ossos - Essa mineralização ou calcificação óssea também varia
num mesmo osso: em alguns lugares é muito intensa, dando origem a um osso
22
compacto mais duro, e outras vezes é mais frouxa formando verdadeiras traves
ósseas, com muitos orifícios que parecem uma esponja. É por essa razão que esse
osso é chamado de osso esponjoso ( KNOPLICH, 1993).
Segundo Richard S. Snell (1984, p. 45):
O osso é um tecido vivo capaz de modificar sua estrutura em conseqüência do estresse a que está sujeito. Como outros tecidos conectivos, consiste em células, fibras e matriz. É duro devido à calcificação de sua matriz extracelular e possui um grau de elasticidade devido à presença de fibras orgânicas. O osso possui uma função protetora; por exemplo, o crânio e a coluna vertebral protegem o cérebro e a medula espinhal das lesões; o esterno e as costelas protegem as vísceras torácicas e abdominais superiores. Serve como alavanca, conforme se observa nos ossos longos dos membros. É uma importante área de armazenamento de sais de cálcio. Abriga e protege, em suas cavidades, a delicada medula óssea formadora do sangue.
Os ossos recebem grande suprimento sanguíneo, e, sendo um tecido vivo,
atuante, precisa de nutrientes muito importantes, tais como cálcio e carbonato de
cálcio, por isso o osso é denso, duro e tem uma constituição do tipo treliça, um
arranjo perfeito ( SACHS, 1995 ).
Conforme cita Knoplich (1993, p. 20):
(...)para que servem os ossos?” - da seguinte maneira: os ossos servem para formar a estrutura do corpo. Conforme a região, servem para formar cavidades que protegem órgãos importantes, que são muito sensíveis. Mas, isso é só uma parte das funções do osso. Seria a função estática (parada) de proteger os órgãos do organismo. Mas, os ossos também têm uma função dinâmica (ativa), de movimentar o corpo todo, de um lugar para outro, de rodar ou girar o corpo sobre si mesmo.
A diminuição da massa óssea é denominada osteopenia, que se acentuada
passa a ser patológica, ou seja, osteoporose. A densidade mineral óssea (DMO) é
determinada zona de tecido ósseo. A constituição óssea possui três tipos celulares
básicos: os osteoblastos, que respondem pela reposição do osso, produzem a
matriz óssea; e quando sobre ele se renova o novo osso, os osteoblastos se
transformam em osteócitos, e esse por sua vez reabsorve a matriz óssea, o terceiro
tipo são os osteoclastos, a sua função é produzir enzimas proteolíticas, muito
importantes na reabsorção do osso e, portanto, a reabsorção do cálcio (DAVIES, et.
al., 2002).
A taxa de formação óssea até 30 anos está no auge máximo e possuem
rigidez. A densidade óssea vai decrescendo com o envelhecimento, o risco de
23
fraturas aumenta se a taxa de densidade fixa em um limiar baixo. Após os 35 anos
os minerais vão entrando em decadência mais rápida do que sua reposição
( KNOPLICH, 1993).
Pesquisas anteriores apontavam a cafeína no aumento de risco de fraturas
na bacia e retenção deficiente de cálcio. Como parte de um estudo a longo prazo
sobre osteoporose, apontam que as mulheres consumidoras de quantidade
elevadas de cafeína apresentaram maiores taxas de perda de densidade óssea na
coluna vertebral ( LIMA, 2009).
As mulheres com faixa etária de 71 anos não estavam tomando quaisquer
suplementos de cálcio ou vitamina D e foram divididas em dois grupos: baixo grau
de consumo de cafeína (menos de 300 mg/dia) e alto grau de consumo de cafeína
(mais de 300 mg/dia). O cálculo da porcentagem de alteração durante o estudo de 3
anos mostrou que o alto consumo de cafeína estava associado à maior taxa de
perda óssea na maioria das partes da coluna vertebral. Essas descobertas
identificaram a cafeína como um fator que pode alterar a predisposição genética
para osteoporose ( BOWMAN E SPANGLER, 1997).
De acordo com Medina (1990) o exercício físico regular deve surgir como
proposta para aumentar a massa óssea, e aperfeiçoar a massa muscular
desempenhando sua capacidade funcional na prevenção de quedas e assim reduzir
o numero de fraturas. Deve-se tomar como aliado nesse processo as necessidades
de mudanças nutricionais mostradas a seguir.
1.3 Mudanças de necessidades nutricionais
Como nós não temos controle algum sobre nossa hereditariedade, ou nos
nossos níveis de hormônios, a nutrição adequada e a atividade física regular são as
áreas que podemos influenciar, desenvolvendo bons hábitos alimentares,
consumindo uma variedade de alimentos, incluindo aqueles ricos em cálcio e
exercitando regularmente para melhorar a força, flexibilidade e resistência
regulando o peso corporal (CORRÊA, 2002).
Na atualidade, a terceira idade representa custo assistencial muito alto para
24
os sistemas de saúde na maioria dos países desenvolvidos. No caso do Brasil que é
semelhante aos demais países latino-americanos, e está passando por um processo
de envelhecimento populacional, ocupa o 6º lugar mundial, com aproximadamente
31,8 milhões de idosos. Outros países em desenvolvimento há incidência de
doenças e incapacidades físicas e mentais nos idosos que se agrava,
principalmente, em conseqüência da má nutrição (TERRA, et al., 2003).
Atualmente há um grande interesse em identificar os fatores que promovem
um envelhecimento sadio. E associado a isso, tem-se a iniciativa por parte dos
estudiosos em nutrição para ligar práticas dietéticas com a redução ou retardo das
mudanças e doenças que surgem com o envelhecimento, já que a alimentação
equilibrada interfere positivamente no aumento de qualidade e expectativa de vida
das pessoas(CORRÊA, 2002).
As mudanças degenerativas que acompanham o envelhecimento não são
bem entendidas, embora certos números de teorias tenham sido propostos para
explicar, pelo menos em parte, a deterioração que é observada. Não sabe se as
mudanças são programadas de forma inevitável no genoma, ou se elas ocorrem
com resultado de uma exposição durante a vida toda às influências ambientais, tais
como estresse, nutrição ou radiação solar (SAND, 2004).
O envelhecimento fisiológico de uma pessoa começa no final do período de
crescimento e desenvolvimento. As mudanças ocorrem lentamente e são
influenciadas pelos eventos da vida, enfermidades, heranças genéticas, estresse ou
estado sócio-econômico, acesso a cuidados médicos e ambiente propício. Em razão
dessas influências sobre as pessoas, está cada vez mais claro que o
envelhecimento cronológico é bem diferente de um envelhecimento fisiológico ou
funcional. Portanto, pessoas da mesma idade cronológica, sobretudo após os 60
anos, podem ter seu envelhecimento funcional e fisiológico diferenciado (MCARDLE,
KATCH E KATCH, 1998).
Entretanto, estudos mostram que dentre os fatores que podem condicionar a
qualidade de vida e a longevidade do ser humano, a nutrição é um dos principais,
sendo que várias mudanças decorrentes do processo de envelhecimento podem ser
atenuadas com uma alimentação adequada e balanceada nos aspectos dietéticos e
nutritivos. Dietas ricas em fibras reduzem o risco de doença coronariana em 40%. As
fibras solúveis presentes nas frutas, aveia, cevada, leguminosas (entre estas, a
lentilha, o feijão, o grão de bico, a ervilha) e nas hortaliças, quando consumidas em
25
quantidades adequadas, reduzem o colesterol plasmático em 10 a 20%, além disso,
as bactérias intestinais reduzem as fibras solúveis a ácidos graxos de cadeia curta
que em alguns momentos bloqueia a síntese de colesterol no fígado (SAND, 2004).
1.3.1 Sugestões a serem seguidas
Sugere-se, nesta fase que aumente o consumo de pães, cereais e farinha de
grãos integrais; além de vegetais, leguminosas, frutas com casca, semente e
caroços comestíveis, podendo ser comprovada a eficácia do consumo, e por fim é
importante aumentar a ingestão de líquidos. A dieta bem diversificada e rica em
cálcio assegura a existência de ossos fortes e saudáveis. A maioria dos
especialistas acredita que cerca de um grama de cálcio deve ser ingerida
diariamente, visando proporcionar reflexos agradáveis na saúde (CORRÊA, 2002).
Existem nas lojas de comida natural e farmácias, produtos de cálcio, às
vezes são insuficientes para proteger os ossos contra a osteoporose, é interessante
esclarecer as dúvidas com um médico. A oferta de valores protéicos deve
corresponder em até 16% do valor energético ingerido (GOLDENBERG, 2006).
Segundo Goldenberg (2006), é fundamental que se consuma alimentos ricos
em ferro de origem animal( bife de fígado, ostras, rins, coração, carne magra, ave e
peixe), de origem vegetal( leguminosas, como feijão, ervilha, lentilha, soja e grão de
bico), verduras de folha verde-escura ( brócolis, espinafre, couve manteiga, agrião e
escarola) frutas secas (ameixa, damasco, uva passa, amêndoa), cereais integrais
(arroz, aveia em flocos e trigo). Também estão recomendados: acelga, açúcar
mascavo, uva, melão branco, melado, milho verde e repolho.
O ômega-3, nutriente famoso por seu potencial antiinflamatório, é o mais
novo aliado do esqueleto no combate à osteoporose. Os peixes possuem grandes
reservas de Omega-3; devem ser ingeridos pelo menos 2 vezes por semana. O leite
é composto de proteína de alto valor biológico, possui aminoácidos essenciais,
vitaminas A, B2 e B12. O leite e os produtos lácteos possuem altos índices de cálcio,
que são muito importantes para os ossos (FONSECA E WALDEVINO, 2007)
Dentre os alimentos ricos em ferro pode-se mencionar: brócolis, ervilha
seca, feijão, fígado, gema de ovo, lentilha e a soja; todos esses alimentos previnem
26
a anemia. Pequenas no tamanho, porém grande no potencial nutritivo. Nesta lista
pode-se citar: as sementes de linhaça, abóbora, girassol e gergelim. Fontes de
fibras, vitaminas, sais minerais, elas ganham espaço por serem antioxidantes,
regularizam o funcionamento do intestino, protege das doenças cardiovasculares, e
atuam no combate da osteoporose (SAND, 2004).
Segundo especialista, devido à idade, existe uma tendência natural do osso
em não se consolidar, ou seja, normalmente a fratura exige tratamento cirúrgico para
auxiliar a cicatrização óssea. Em casos de osteoporose a cicatrização é ainda mais
demorada. Pode-se notar que a perda de massa óssea num idoso é
comprometedora fazendo com que a recuperação seja mais lenta (KNOPLICH,
1993).
1.3.2 Recomendações
Recomenda-se a ingestão de água que deve ser consumida aleatoriamente,
pois a mesma é fonte de vida. Seu papel é fundamental no trato digestivo, e seus
bons reflexos são sentidos em todo organismo. Com relação à atividade física
realizada, e/ou maior temperatura do ambiente tanto maior ainda deve ser a
quantidade de água ingerida. Uma recomendação diária adequada para adultos, na
maioria dos casos, é de 2,5 litros (350ml/kg peso), para crianças, de 150 ml/kg e
para bebês 60ml/kg de peso corpóreo (CORRÊA, 2002).
Segundo Goldenberg (2006), com relação à osteoporose, a água tem por
função ajudar na prevenção e auxiliar nas funções gastrointestinais, pois mantém o
organismo hidratado. A Vitamina D desempenha importante papel na manutenção
dos órgãos. Tanto a vitamina D como os raios solares fortalecem a estrutura óssea,
prevenindo as fraturas.
Regula os níveis de cálcio e fósforo no organismo promovendo sua absorção
dos alimentos no intestino e reabsorção de cálcio nos rins. Promove a formação
óssea e a mineralização, sendo essencial para um esqueleto forte. Porém, em níveis
muito altos, promove a reabsorção dos ossos. Afeta o sistema imunológico
promovendo a imunossupressão, fagocitose e atividade antitumor (GOLDENBERG,
2006).
27
A vitamina D atuando com o cálcio solidifica a estrutura óssea com mais
êxito. A principal fonte de sintetização da vitamina D é o sol. E pode ser encontrada
em pequenos números de alimentos, tais como fígado, ostras, gema de ovo. Sendo
um componente essencial no tratamento da osteoporose, a vitamina D, é
recomendada a todos os pacientes no intuito de obter a redução de fraturas, e suas
desagradáveis conseqüências. Todas essas recomendações são importantes para
que o indivíduo possa incorporá-las no seu dia-a-dia, para ser beneficiado com uma
boa condição nutricional (GOLDENBERG, 2006).
2 OSTEOPOROSE
Fragilidade, fraturas, costas encurvadas e perda de peso são características
que todos nós estamos familiarizados, pois normalmente consideramos
conseqüências normais no processo de envelhecimento. Na realidade, estes são
sintomas de uma doença, a osteoporose, que pode ser evitada com atitudes que
deveriam ter sido tomadas mais cedo (KNOPLICH, 1993).
A osteoporose é uma doença dos ossos associada com a idade, sendo mais
habitual em mulheres na pós-menopausa, época em que acontece queda no nível
de estrogênio. Consiste no enfraquecimento devido à diminuição gradual de massa
óssea, tornando os ossos frágeis e susceptíveis a fraturas, especialmente nas
regiões do quadril, punho e vértebras. Dentre as principais causas desta doença
encontramos a ingestão inadequada de cálcio, deficiência de estrogênio e o
sedentarismo (CORRÊA, 2002).
Estudos comprovam que a atividade física beneficia o esqueleto
aumentando a massa óssea, reduzindo assim o risco da osteoporose. Em
contrapartida a imobilização o desgasta (KNOPLICH, 1993).
De acordo com o Ministério da Saúde (2006), a osteoporose é um problema
de saúde pública grave, pois provoca elevados gastos com a reabilitação de idosos
que sofrem fraturas. Além de vitimizar inúmeras pessoas no mundo todo, é um
problema de difícil solução, pois não tem cura. Ela pode ser apenas amenizada,
através de um tratamento permanente.
28
2.1 Definição
A osteoporose é uma diminuição progressiva da massa óssea, que faz com
que os ossos se tornem mais frágeis e favoráveis às fraturas. É definida como uma
doença que generaliza o esqueleto, caracterizada por diminuição da densidade
mineral e alterações na arquitetura dos ossos, predispondo os seus portadores às
fraturas (HELITO et al.,2006).
De acordo com Knoplich (1993), por causa da ausência de sintomas as
pessoas podem perder massa óssea durante anos, mas só percebem a existência
da doença na incidência de episódios mórbidos mais graves. Por este motivo, alguns
autores e associações médicas a têm como uma ‘doença silenciosa’.
Outros autores consideram também um conceito mais técnico e menos
clínico, denominado de conceito densitométrico da osteoporose. O conceito norteia-
se no fato de que a medida da densidade mineral óssea forma a base do diagnóstico
da osteoporose ( FRISCHENBRUDER e ROSE, 1996).
A osteoporose caracteriza-se pela diminuição da densidade mineral óssea,
seguida pela deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, que, ao aumentar a
fragilidade dos ossos, propicia maior risco de fraturas (MIELI, MENDES e
LAURENTI, 2005) (Ver figura 05).
29
Figura 05: Vértebras normais e OsteoporóticasFonte: Knoplich (1993, p. 23).
Os minerais como o cálcio e o fósforo dão solidez e densidade aos ossos. O
organismo necessita de um fornecimento adequado de cálcio e de outros minerais
para garantir a densidade dos ossos, além disso, deve produzir as quantidades
suficientes de hormônios para manutenção do mesmo (GOLDENBERG, 2006).
Também precisa de um estoque adequado de vitamina D para conseguir
absorver o cálcio dos alimentos e incorporá-lo nos ossos. Estes maximizam a sua
densidade ao máximo até por volta dos 30 anos de idade. A partir de então, a
densidade diminui lenta e gradativamente. Quando o organismo não tem capacidade
de controlar o conteúdo mineral dos ossos, estes perdem densidade e tornam-se
mais frágeis, provocando osteoporose. No entanto, se faz necessário reforçarmos a
definição de estrutura óssea e mineração dos ossos (CORRÊA,2002).
2.2 Processos de remodelamento ósseo
Os ossos do esqueleto são formados por uma camada externa densa,
denominada cortical, que envolve estrutura interna trabeculada, com maior
área, denominada osso trabecular ou esponjoso. O osso é formado
predominantemente pelo colágeno do tipo I, onde se depositam cálcio e fósforo. A
30
resistência óssea depende do armazenamento deste mineral. A quantidade e a
resistência vão ser proporcionais ao número de furos. Se possuírem buracos
maiores o osso se quebrará com mais facilidade, se não acontece isso, a resistência
aumentará. Subtendendo que a osteoporose é a perda da matriz óssea e com
menos matriz, maior eliminação de cálcio e assim o osso passa a ficar menos
resistente (IMAMURA,IMAMURA e HIROSE-PASTOR, 1999).
Tomando como base o conceito da estrutura normal do osso segundo
Compston (2001, p.11) temos:
Os ossos normais são constituídos pela camada de osso compacta e sólida que circunda placas e trabéculas conectivas de osso (osso esponjoso) dentro das quais se encontra a medula óssea. A espessura da camada externa do osso compacto é variável nas diversas partes do esqueleto; por exemplo, é muito maior no crânio e ossos das pernas e braços do que na coluna. O osso é, na verdade formado principalmente por uma proteína chamada colágeno e pelo mineral do osso que contém cálcio.
O osso está em constantes transformações e necessita continuamente ser
renovada para garantir suas características, entre elas a resistência. Assim,
constantemente o osso velho vai sendo destruído e substituído por um osso novo e
consequentemente mais resistente. Se este processo não existisse na superfície
óssea, nosso esqueleto sofreria lesões mesmo durante a juventude. A este processo
dá-se o nome de remodelação óssea (COMPSTON, 2001).
As unidades básicas que proporcionam a remodelação do osso (fig.6) são
independentes e individuais, constituindo-se cada uma de osteoblastos e
osteoclastos, para formação e reabsorção, respectivamente. Ou seja, os
osteoblastos produzem osso novo e os osteoclastos destroem o osso. Como
mencionam Freire e Aragão (2004, p.3):
Osteoclastos aparecem na superfície do osso e são responsáveis pela reabsorção, que é o processo por meio de onde cristais de fosfato de cálcio são removidos do osso e são absorvidos pelo sangue. Depois que a fase de reabsorção é completada, os osteoblastos aparecem e são responsáveis por formação de osso novo. (Ver figura 06).
31
Figura 06: O osso está constantemente sendo remode-lado.Para isso dá-se o nome de turn-over,por causa da ação de dois tipos células.Essa reinervação libera cálcio.Fonte: Knoplich (1993, p. 25).
De acordo com que envelhecemos, os osteoclastos se tornam mais ativos
que os osteoblastos, diminuindo sua atividade, resultando em uma maior remoção
de osso e uma menor quantidade é formada gerando a perda de massa óssea. Os
osteoblastos, apesar de ativos, não são capazes de reconstruir completamente as
cavidades ósseas reabsorvidas pelos osteoclastos e a partir daí inicia-se uma perda
excessiva de massa óssea, passando de osteopenia para osteoporose
(COMPSTON, 2001).
A osteoporose ocorre quando os osteoclastos criam uma cavidade
excessivamente profunda que não consegue ser suficientemente preenchida pelos
osteoblastos ou quando estes não conseguem preencher uma cavidade de
reabsorção normal. (FREIRE e ARAGÃO, 2004, p.3).
2.3 Classificações da Osteoporose
Existem duas classificações de osteoporose: a primária que se divide em
32
dois tipos, tipo1 ou pós-menopausa causada por fator de perda hormonal, natural do
envelhecimento e tipo 2 ou senil, que está relacionada com idade avançada. E a
secundária que está relacionada a doenças endócrinas ou interação
medicamentosa. Quando uma pessoa permanece numa cama sem se locomover e
sem se movimentar, o organismo inicia uma retirada de cálcio do osso,
manifestando assim a osteoporose. Por isso, uma pessoa que necessita ficar
acamada, corre muito risco neste sentido (KNOPLICH,1993).
A osteoporose pode classificar-se em osteoporose primária e osteoporose
secundária.A osteoporose primária é a forma mais comum e é diagnosticada
unicamente depois de excluir todas as causas possíveis. (MATSUDO e MATSUDO
1991).
Relacionada com a idade, ocorre normalmente em mulheres na fase da pós-
menopausa. Nesta forma de osteoporose há menor quantidade de osso, mas
qualitativamente este osso é normal, porém a resistência mecânica do esqueleto
está diminuída (FRISCHENBRUDER e ROSE, 1996, p.37)
A osteoporose secundária, normalmente resulta da ingestão de
medicamentos ou de doenças identificáveis, conforme demonstra o quadro a seguir:
Quadro 1: Possíveis causas de osteoporose secundária
Endocrinopatias: Outras patologias que afetam o metabolismo ósseo:
Hiperparatireoidismo Desnutrição
Tireotoxicose Neoplasias produtora de PTHrp
Condições de hipoestrogenismo pós-menopausa (fisiológica ou cirúrgica)
Uso prolongado de corticóides, heparina, anticonvulsivantes
Hipogonadismos Anorexia nervosa
Hipertireoidismo DPOC
Diabetes mellitus Doenças hematológicas / infiltrativas da medula como mastocitose; mieloma, leucemias e linfomas
Hiperprolactinemia, prolactinoma
AIDS
Hipercortisolismos Doenças renais
33
Síndrome de Cushing Doenças do aparelho conjuntivo como: artrite reumatóide, osteogênese imperfeita
Doenças gastrointestinais como síndrome de má absorção
Doença inflamatória intestinal, doença celíaca e colestase pós transplantes
Imobilização prolongada
Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE (2006, p. 19).
Na osteoporose secundária a perda óssea que leva à mesma fragilidade
esquelética é causada por uma doença que desequilibra os mecanismos
deformação e reabsorção óssea e seu tratamento e prevenção estão ligados à
doença de base. (FRISCHENBRUDER e ROSE, 1996) .
Segundo Mieli, Mendes e Laurenti (2005), a causa da osteoporose pós-
menopáusica é a falta de estrogênio, o principal hormônio feminino que ajuda a
regular o fornecimento de cálcio aos ossos. Em geral, os sintomas aparecem em
mulheres dos 51 aos 75 anos de idade; não obstante, podem começar antes ou
depois dessas idades. Nem todas as mulheres têm o mesmo risco de desenvolver
uma osteoporose pós-menopáusica (as mulheres das etnias: branca e oriental são
mais propensas a esta doença que as mulheres de etnia negra).
A osteoporose senil é o resultado de uma deficiência de cálcio relacionada
com a idade e de um desequilíbrio entre a velocidade de degradação e de
regeneração óssea, se manifesta em pessoas de idade avançada. Afeta, em geral,
pessoas com mais de 70 anos e é duas vezes mais frequente nas mulheres que nos
homens. As mulheres, com frequência, sofrem de ambas as formas de osteoporose,
a senil e a pós-menopáusica (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE,
2003).
Menos de 5 % das pessoas que padecem de osteoporose sofrem de uma
osteoporose secundária (induzida por outras perturbações de saúde ou por
medicamentos). Na sequência de certas doenças, como a insuficiência renal crônica
e certas perturbações hormonais (especialmente da tiróide, das paratireóides ou das
supra-renais) ou da administração de alguns medicamentos, como corticosteróides,
barbitúricos, anticonvulsivantes e quantidades excessivas de hormona tiroideia. O
consumo excessivo de álcool e de tabaco agrava a afecção (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2006).
34
A osteoporose juvenil idiopática é uma doença pouco frequente, de causa
desconhecida. Aparece em crianças e adultos jovens, sem perturbações hormonais
nem carências de vitaminas, e que não apresentam qualquer razão óbvia para ter
ossos débeis (FREIRE e ARAGÃO, 2004).
Bowman e Spangler (1997, p. 24) sugerem que
A osteoporose poderia ser classificada em dois tipos, de acordo com a sua origem e a época em que se manifesta: osteoporose primária e osteoporose secundária. A osteoporose primária, por sua vez, é classificada em dois subtipos: osteoporose do tipo I (associada com deficiência de estrogênio) e osteoporose do tipo II ou senil (relacionada com a idade) a osteoporose do tipo I incide principalmente sobre os ossos trabeculares, afetando os corpos vertebrais e a parte distal do rádio, apresentando uma taxa de perda da DMO em torno de 3% a 5% ao ano.
Thacker, Nagler e Paul (1997) relatam que na osteoporose do tipo
II,também denominada de osteoporose senil, tanto os ossos corticais quanto os
trabeculares,tendo uma maior incidência sobre os ossos dos quadris .
Bowman e Spangler (1997) afirmam que neste tipo de osteoporose, a perda
da DMO situa-se em torno de 1% ao ano.
Chow, Harrison e Dornan (1989, p.12) referem que:
O pico de massa óssea do osso cortical é influenciado pelo sexo, raça, nutrição, exercício e a saúde global. A massa óssea é 30% maior nos homens que nas mulheres, e aproximadamente 10% mais alta na população negra do que na branca. Em cada população, a massa óssea pode variar entre os indivíduos. Uma em cada duas mulheres e um em cada oito homens com idades superiores a 50 anos, relatam fraturas correlacionadas com a osteoporose.
2.4 Causas
A osteoporose pode se desenvolver em qualquer pessoa, mas algumas têm
maior risco de apresentar a doença do que outras. A redução da massa óssea
decorrente do hipogonadismo também está relacionada com a diminuição da
absorção intestinal de cálcio. O estrógeno tem ação direta sobre a mucosa intestinal
e indireta, medida pela vitamina D. Sendo assim, espera-se, na deficiência de
estrógeno, diminuição do numero de receptores para vitamina D no intestino e
menor conversão renal da vitamina D inativa em sua forma ativa (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2006).
A causa mais comum de osteoporose nas mulheres é a menopausa. Com a
35
falência ovariana, não há mais hormônios femininos sendo produzidos, e há perda
do fator protetor sobre o osso. Com isso, a reabsorção comanda a situação em
detrimento da formação e o osteoblasto torna-se incapaz de reparar a reabsorção
óssea acelerada (BOWMAN e SPANGLER, 1997).
Segundo Knoplich (1993), os fatores que influenciam o risco de fraturas
incluem fragilidade esquelética, freqüência e gravidade de quedas e massa tecidual
ao redor do esqueleto. A prevenção de fraturas osteoporóticas, portanto, é
focalizada na preservação ou incremento do material e propriedades estruturais do
osso, a prevenção de quedas e a melhora da massa total de tecido magro. (Ver
figura 07).
Figura 07: Estas seriam as causas da osteoporose, também chamadas fatores de risco.Fonte: Knoplich (1993, p. 84).
2.5 Sintomas e Consequências da Osteoporose
Os Sintomas da osteoporose aparecem somente após ocasiões de fratura,
até então as pessoas vitimadas pela doença não manifestam indicativos da evolução
da doença. Devido também a osteoporose apresentar normalmente um avanço lento
e gradual, além de fazer parte do processo natural do envelhecimento. Os principais
sintomas da osteoporose são dor lombar, múltiplas fraturas, geralmente das
vértebras, quadril e região distal do rádio, perda de altura e deformidade da coluna,
como a hipercifose. (MATSUDO e MATSUDO, 2001).
36
FATORES SECUNDÁRIOS TIRÓIDEPARATIRÓIDESUPRA RENALDOENÇAS RENAISDIABETESIMOBILIZAÇÃOOPERAÇÃO DE ESTÔMAGO EINTESTINO
FATORES AMBIENTAIS
De acordo co Knoplich (1993), com o envelhecimento e a incidência de
algumas doenças, os ossos se desgastam e ficam menos densos e naturalmente
mais frágeis, podendo quebrar-se facilmente. Estas fraturas provocadas pela
instabilidade óssea é a característica principal da osteoporose, e acometem em
maior quantidade na coluna, quadris, perna e punhos. (ver figura 08).
Figura 08: A perdada massa óssea segundo a idade nos três tipos de fratura osteoporótica mais frequentes.Fonte: Knoplich (1993, p. 68).
O risco de fratura como conseqüência da osteoporose eleva-se bastante
com a idade, conforme menciona Compston (2001, p. 8):
Aos 80 anos, uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens tem a possibilidade de fraturar o quadril. A mesma proporção se espera em fraturas na coluna. Aos 50 anos, uma mulher tem até o fim de sua vida, 40% de possibilidade de ter uma fratura causada por osteoporose. No homem, esse risco está em torno de 13%.
A osteoporose não produz dores nos ossos, assim comumente falado. As
dores surgem depois que já ocorreram as fraturas. Na coluna vertebral a dor se
relaciona com micro fraturas ocorridas pela compressão vertebral ou encurtamento.
37
Há também as fraturas parciais e/ou completas as quais levam o paciente a uma
péssima qualidade de vida (TERRA et al.,2003).
O avanço da osteoporose é silencioso. O indicativo principal é o
aparecimento das fraturas. Depois que aparecem as fraturas na coluna, pode surgir
dores e deformidades na coluna. As fraturas resultantes da osteoporose provocam
dor e invalidez; podendo persistir por toda a vida em alguns casos, mas enquanto
que outras vão desaparecer ou aliviar ( Knoplich, 1993).
Figura 09: Densidade óssea da coluna vertebral, nas vértebras L2 e L4 de mulheres. Verificar que de 50 a 60 anos, a perda de massa óssea é de 1,3% ao ano, o que é muito, e depois passa para 0,4% ao ano. A linha horizontal é o limite de fragilidade do osso, com perigo de fratura. Fonte: Knoplich, (1993, p. 76).
2.6 Prevenção e Tratamento
2.6.1 Medidas de Prevenção contra a osteoporose
Como citado anteriormente, existem vários fatores do estilo de vida que
acometem a massa óssea. Baseados nisto, as pessoas podem tomar medidas que
favoreçam a saúde dos ossos, como por exemplo, a ingestão de uma dieta
balanceada e a incorporação de exercícios físicos no cotidiano (CORRÊA, 2002).
38
Para Rennó (2001), a prevenção é feita sem o uso de medicamentos,
apenas adotando medidas simples como a atividade física, que se iniciada
precocemente na vida contribui para uma maior formação de massa óssea. Outra
medida preventiva é a ingestão diária de alimentos ricos em cálcio e exposição ao
sol também são aconselhadas. Como menciona Carvalho, Fonseca e Pedrosa
(2004):
Embora já estejam bem estabelecidos os benefícios das mudanças nos hábitos de vida como um importante fator modificável relacionado à saúde óssea, a sua importância e o conhecimento de que a prevenção de perda de massa óssea pode ser feita com alimentação bem balanceada e a prática regular de exercício físico nem sempre é do conhecimento da população.
É conveniente a suplementação de cálcio e vitamina D em alguns casos,
quando as pessoas que não extraem o cálcio de que necessitam dos alimentos e
não menos importante deve-se, tomar cuidados com pisos deslizantes, corrimão nas
escadas, iluminação no interior da casa, posição dos móveis, e proteção em
banheiros, pois são medidas que evitam quedas principalmente de idosos (OKUMA,
1998).
Fisioterapia é indicada para garantir o equilíbrio e terapia ocupacional para a
inserção de condições seguras no domicílio, previnem-se as quedas. Pra se prevenir
as fraturas e preservar a estrutura óssea, é interessante enfocar a prevenção de
quedas e a melhoria da massa magra total, ocorrendo assim um maior
fortalecimento e equilíbrio (CHOPRA, 1994).
2.6.2 Tratamento da Osteoporose
Atualmente não existe um tratamento específico de reversão do quadro da
osteoporose, mas muitas coisas podem ser feitas para minimizar ou retardar as
perdas ósseas no futuro e também aliviar os sintomas que causam dor. E ainda para
ajudar a restabelecer a confiança e a mobilidade, a fisioterapia é indicada (SAND,
2004).
39
O tratamento da osteoporose abrange a cessação da dor, a melhoria da
mobilidade do corpo, o acompanhamento auxiliar para enfrentar os efeitos
psicossociais da doença e o combate a diminuição óssea (KNOPLICH, 1993).
A maioria das pessoas com osteoporose procura entender bem sobre a
doença, para que possam adotar alternativas de tratamento, sem que haja a
necessidade da interação medicamentosa, quando isso se faz possível. Diante disto,
procuram adotar exercícios, variação na dieta e afastamento do perigo de quedas e
uma vez que os pacientes com osteoporose se tornam mais confiantes e sentem
que tem maior controle da doença, atingem resultados mais rápidos em sua
recuperação (HELITO et al., 2006).
3 ATIVIDADE FÍSICA NA PROFILAXIA DA OSTEOPOROSE
A atividade física promove benefícios em qualquer período da vida e na
terceira idade, ela continua apresentando os mesmos efeitos que antes. Como
afirma Rebelatto et al (2006) quando retrata a importância do exercício físico:
A prática regular de exercícios físicos é uma estratégia preventiva primária, atrativa e eficaz, para manter e melhorar o estado de saúde física e psíquica em qualquer idade, tendo efeitos benéficos diretos e indiretos para prevenir e retardar as perdas funcionais do envelhecimento, reduzindo o risco de enfermidades e transtornos freqüentes na terceira idade tais como as coronariopatias, a hipertensão, a diabetes, a osteoporose, a desnutrição, a ansiedade, a depressão e a insônia.
O exercício é benéfico para os ossos, assim como para outros aspectos de
nossa vida. A inatividade total acarreta uma acelerada perda óssea, e em contra
partida os exercícios que usam o peso do corpo ajudam, na verdade, a maximizar a
massa óssea, principalmente em crianças e adolescentes (PORTO, 2008).
Em idosos, o exercício físico pode regredir a perda óssea decorrente com o
aumento da idade e proporcionar melhoria nas condições gerais do estado físico do
corpo, diminuindo assim o risco de quedas e uma eventual fratura (SAFONS e
PEREIRA, 2007).
40
3.1 Efeitos do exercício na osteoporose
A atividade física cientificamente é um dos mais significativos meios para se
reduzir e até controlar o processo evolutivo da osteoporose. Quando a atividade
física está suficientemente presente ocorre hipertrofia óssea revertendo ou inibindo a
osteoporose já instalada ou a osteoporose em evolução (SACHS, 1995).
Segundo Okuma (1998), quando a força é exercida sobre o osso, ele tende
a gerar uma leve curvatura e assim, desencadear inúmeras reações que estimulam
as células locais a aumentar a massa óssea possibilitando-o suportar o esforço.
Caso contrário, sem a aplicação de força sobre o osso, ele não se sentirá estimulado
a se fortalecer, e conseqüentemente continua perdendo massa óssea.
Segundo Porto (2008), devido a esse motivo, o peso total do corpo
influencia diretamente a densidade mineral óssea, e dados demonstram que
pessoas com mais peso possuem ossos mais fortes. Além de fortificar a musculatura
e evitar quedas e a possibilidade de fratura e traumatismo. Conforme afirmam
Matsudo e Matsudo (1991, p.19) “é fundamental incrementar a força muscular, já
que sua perda é associada com instabilidade, quedas, incapacidade funcional e
perda de massa óssea”.
A ausência de força favorece as quedas. Para o idoso a queda é resultado
de um aparelho locomotor enfraquecido e fragilizado e se este tem osteoporose ou
uma musculatura muito fraca, poderá cair até mesmo em situações consideradas
seguras. Daí a importância da prática regular de atividades físicas (CHOPRA, 1994).
Como mencionam as Professoras Simões, Carvalho e Morais (2003)
Os exercícios aeróbios de baixo impacto, como caminhadas, estimulam a formação osteoblástica e previnem a reabsorção; exercícios com pesos leves aumentam a massa muscular e a força dos músculos esqueléticos. Lembrar que a diminuição da força do quadríceps é um risco para ocorrência de fraturas do quadril.
O efeito do beneficiamento por meio de exercícios físicos varia de acordo
com o estado de saúde, ou seja, uma pessoa saudável poderá executar exercícios
com grau de complexidade maior e conseqüentemente melhores resultados.
Estudos com pessoas saudáveis com idade acima de 60 anos indicaram que estas
perdem de 1% a 2% da sua força muscular por ano. Outros estudos demonstram
41
que, com um programa de exercícios adequado, homens e mulheres entre 60 e 65
anos conseguem aumentar sua capacidade de força em 30 a 40% (OKUMA, 1998).
Com o fortalecimento da musculatura aliado ao aumento da mobilidade
articular, por meio de exercícios de alongamento, a pessoa idosa recupera sua
habilidade para caminhar ou subir degraus, ficando mais preparada para evitar
quedas e garantindo sua independência (KNOPLICH, 1993).
3.2 Tipos de exercícios
Os exercícios indicados para pessoas com osteoporose são os realizados
com pesos moderados à 60% de sua carga máxima (musculação, ginástica
localizada, entre outros), ou aqueles que usam o peso do corpo como sobrecarga.
As atividades físicas com o uso de peso possuem o estímulo satisfatório
aumentando assim a massa óssea, indivíduos idosos que praticam essa atividade
passam a apresentar maior densidade de tecido ósseo nas vértebras em relação às
pessoas sedentárias e uma boa opção é combinar musculação com exercícios
aeróbicos (MATSUDO e MATSUDO, 1991).
Para a prevenção da osteoporose os esportes se enquadram perfeitamente
nesta mesma vertente, principalmente aqueles de grande impacto, como corrida,
vôlei, basquete ou handebol, pois o peso do corpo em movimento incide sobre os
pés e a ossatura em geral, proporcionando assim resultados mais satisfatórios na
manutenção da resistência dos ossos (FLECK e KRAEMER, 1999).
Segundo Chopra (1994), a dança e caminhadas são atividades que
agradam enormemente os idosos e são recomendadas por serem leves e
apresentam benefícios biológicos, psicológicos e sociais.
De acordo com Chiesa (2010), podemos mencionar como atividades
eficazes para a prevenção da osteoporose como: a corrida, o treinamento contra
resistência, exercícios que promovam impactos como a ginástica olímpica, aulas de
ginástica aeróbia de alto impacto e ‘step class’ (como demonstra a figura 10),
desportos como o voleibol e o basquetebol, ou mesmo pular corda ou saltitar no
mesmo lugar. Por outro lado, a grande maioria dos resultados das pesquisas tem
demonstrado que as atividades físicas, quando realizadas com menor presença da
42
força da gravidade terão um pequeno impacto sobre a DMO. Como exemplos,
podemos citar a natação e ciclismo, a serem praticados para obtenção de massa
óssea. (ver figuras 11 e 12).
Figura 10: step class Figura 11: Natação Figura 12: Ciclismo
Fonte: www.fotosearch.com.br/fotos-imagens/natação.html. Acessado: em 14/1/10
Idosos que apresentam osteoporose necessitam de cuidados especiais
durante a prática física. Para minimizar ao máximo o risco de fraturas, os
movimentos devem ser harmoniosos e sem solavancos. A coluna vertebral deve se
manter sempre ereta e a lombar preservada, para esses cuidados serem seguidos é
preciso considerar quatro princípios de suma importância para o bom desempenho
fisiológico do paciente idoso (PORTO,2008).
De acordo com McArdle, Katch e Katch (1998, p. 379):
O primeiro é o princípio da sobrecarga, que preconiza que, para haver uma resposta fisiológica ao treinamento físico, é necessário que esse seja realizado numa sobrecarga maior do que a que se está habituado, a qual pode ser controlada pela intensidade, duração e freqüência do exercício. O segundo é o princípio da especificidade, que se caracteriza pelo fato de que modalidades específicas de exercício desencadeiam adaptações específicas que promovem respostas fisiológicas específicas. O terceiro é o princípio da individualidade, pelo qual deve-se respeitar a individualidade biológica de cada indivíduo na prescrição de um determinado programa de exercícios, pois a mesma sobrecarga e modalidade de exercício irá provocar respostas de diferentes magnitudes em diferentes indivíduos. O quarto e último princípio é o princípio da reversibilidade, que se caracteriza pelo fato de que as adaptações fisiológicas promovidas pela realização de exercício físico retornam ao estado original de pré-treinamento quando o indivíduo retorna ao estilo de vida sedentário.
Norteando-se por estes princípios, é possível selecionar os tipos de
exercícios adequados tanto para prevenção quanto tratamento da osteoporose. E
Considerando que após exercícios mais intensos devem-se associar os
43
alongamentos. Ao mesmo tempo em que fortalece os músculos e ossos, deve
relaxar a mente e as tensões tão frequentes nessa ocasião. Exercícios respiratórios
são importantes para uma boa oxigenação do sangue em conseqüência do
organismo em geral (KNOPLICH, 1993).
A maioria dos exercícios melhora o fôlego, emagrecem, combatem o stress,
o colesterol e a osteoporose na mulher com menopausa, mas isso não significa que
um excesso de exercícios aumentaria todas essas vantagens. Ao contrário, podem
aumentar as dores na coluna, trazer problemas sérios de aumento do apetite e até
aumentar a osteoporose (CHOPRA, 1994).
As mulheres mais idosas podem começar, ao invés de andar na rua ou no
clube, a andar em casa, no quintal, dando inúmeras voltas nestes ambientes. Outra
atividade inicial é a bicicleta ergométrica, em que a mulher fica numa posição ereta
adequada, pedalando, melhorando a oxigenação e fortalecendo os ossos
(KNOPLICH, 1993).
3.3 Frequência e duração da atividade física
Okuma (1998) sugere que, pessoas com osteoporose devem começar os
exercícios lentamente, antes de começar as atividades físicas na academia deve-se
fazer uma reeducação na respiração, ou seja, ter uma respiração mais prolongada,
inspirando e expirando lentamente e assim adaptando os músculos para essa
atividade. Começar andando cinco minutos, inspirando e expirando o ar
profundamente. Quando conseguir andar rapidamente por 30 minutos, sem sentir
dores pelo corpo, o indivíduo estará pronto para começar os exercícios de
musculação. Cada indivíduo possui estruturas físicas e psicológicas individualizadas,
pois, o ser humano é a união entre as características do genótipo (carga genética
recebida) com o fenótipo (carga geral de elementos que são adicionados ao
indivíduo após o nascimento) que formam o suporte de individualização humana.
Por conseguinte, essas características devem ser respeitadas e trabalhadas
individualizadamente. No quadro 02 a seguir encontram-se algumas características
do genótipo e do fenótipo humano.
Quadro 02: Algumas características do genótipo e do fenótipo humano
44
Genótipo Fenótipo
Estatura Habilidades motoras e esportivas
Biótipo ou estrutura corporal Nível intelectual
Aptidões físicas e intelectuaisConsumo máximo de oxigênio e limiar
anaeróbio
Força máxima Percentual de fibras musculares
Composição corporal
Percentual dos tipos de fibras musculares
Fonte: Chiesa (2010).
Para o treinamento da força e da endurance musculares, devem-se
trabalhar os grandes grupos musculares. Duas a três séries de seis a 12 repetições
aumentam tanto a força quanto a endurance musculares. Propõe-se a realização de
duas a três vezes por semana, utilizando uma intensidade equivalente a
aproximadamente 60% de uma repetição máxima. A partir dos 55 anos de idade, as
pessoas já têm problemas na coluna, no joelho, no quadril; assim, muitos
movimentos são às vezes doloridos e pouco prazerosos (NOBRÉGA, 1999).
Os exercícios aqui sugeridos para pessoas com osteoporose devem ser
feitos de preferência deitados para proteger a coluna. (ver figura 13).
Figura 13: Exercícios sugeridos para pessoas com osteoporoseFonte: Knoplich (1993, p. 161).
45
A seguir veremos sugestões de exercícios segundo Knoplich (1993):
Figura 1 – Deitada em decúbito dorsal inspire e expire - 5 vezes de cada.
Com a perna flexionada, contraia e descontraia os músculos das nádegas. Faça 5
vezes, conte até 10. Fazer o mesmo com os músculos da barriga. Contrair os
músculos abdominais (5 vezes). Conte até 10 com os músculos contraídos. Cada
vez que fizer uma contração, tanto dos músculos das nádegas como os abdominais,
faça os exercícios respiratórios.
Figura 2 – Com uma das pernas apoiada ao chão, levantar a uma pequena
altura a outra perna, em seguida abaixá-la lentamente. Contrair os músculos da
coxa, da barriga e da perna, e conte até 5. Depois solte os músculos, mas deixe a
perna ligeiramente levantada. Respire (inspire e expire). Faça com a outra perna da
mesma maneira.
Figura 3 – Faça o mesmo com as duas pernas. Faça com os olhos abertos
e com os olhos fechados - Concentre a “força” de levantar as pernas.
Figura 4 – Flexionar uma perna até encostar-se ao peito. Faça força com os
braços para apertar a perna e com a perna procure esticar. Você está fazendo duas
forças contrárias, uma apertando a perna e a outra procurando esticar. É um
exercício sem movimento, mas eficiente para músculos e ossos. Conte até 5.
Respire.
Figura 5 - Fazer com as duas pernas exerçam o mesmo tipo de forças
antagônicas. Conte no começo até 3 e vá aumentando.
Figura 6 – Posicionar as pernas em ângulo de 90°. Fazer tesoura
(movimentos de abdução e adução)ou abaixar e levantar.
Todos esses exercícios realizados devagar com prazer, acompanhados de
música e da respiração, ajudam na oxigenação do corpo e no fortalecimento da
DMO.
3.4 Recomendações sobre o estilo de vida para um envelhecimento saudável
A adoção de um comportamento preventivo é um dos quesitos para que
uma pessoa tenha bem estar e um envelhecimento saudável, ou seja, atitudes de
auto-cuidado contra riscos da vida moderna. São muitos os comportamentos que
46
são recomendados como preventivos para se ter um estilo de vida melhor e
consequentemente um envelhecimento com saúde, tais como mudanças na
alimentação tornando-a balanceada e enriquecida com cálcio e vitamina D que
devem ser ingeridos em quantidades adequadas, das fontes certas, além de
exposição regular ao sol (em horários adequados) para que se haja a sintetização
da vitamina D no organismo (GOLDENBERG, 2006).
Comer bem, em primeiro lugar, não fazer dietas rigorosas, daí a importância
de uma boa alimentação. Nunca prive o sono, pois é muito importante. Os efeitos da
privação do sono são visíveis e nítidas, embora algumas pessoas não apresentem
olheiras, olhos vermelhos ou bocejos no meio do dia, existem fatores que vão se
acumulando e formando uma bomba pronta para explodir e desencadear inúmeras
doenças. Devemos sempre lembrar que enquanto dormimos, nosso corpo trabalha.
Controlar o estresse (CORRÊA, 2002).
Outro inimigo de uma vida saudável é nossa resposta emocional para os
acontecimentos de nossa vida, ou seja, é a maneira de lidar com ela. Evitar o uso de
drogas e tabaco, restringir a ingestão de bebidas alcoólicas, praticar atividade física
para viver em constante condicionamento. Fazer exercícios, eles ajudam a fortalecer
os ossos e, conseqüentemente, a reduzir a perda de massa óssea. Uma boa opção
é combinar musculação com exercícios aeróbicos. Evite o sedentarismo, estima-se
que a inatividade hoje é um importante fator de risco à saúde (CHOPRA, 1994).
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (2003, p.64), estudos
indicam que:
Atividade física regular diária é fundamental para prevenir doenças crônicas, junto com uma alimentação saudável e a eliminação do hábito de fumar. Para o indivíduo, é um meio poderoso de evitar doenças crônicas. Para os países, pode construir uma maneira econômica de melhorar a saúde de toda a população. Pesquisas mostram que atividade física regular fornece às pessoas de ambos os sexos, de todas as idades e condições – incluindo as portadoras de deficiências – muitos benefícios físicos, sociais
Não beber em excesso, pois consumir mais do que pequenas doses de
bebida alcoólica ao dia prejudica a formação dos ossos e reduz a habilidade do
organismo de absorver o cálcio. Não abusar da carne, principalmente pessoas com
osteoporose, pois estudos mostram que as proteínas aumentam a excreção de
cálcio, mas do que a absorção. Não fumar, o cigarro aumenta a perda de massa
óssea, além de desencadear um elevado número de doenças devido o consumo de
47
monóxido de carbono e outras substâncias nocivas. Concentrar nossa atenção
nestas recomendações e praticá-las, com certeza estaremos contribuindo
enormemente para a garantia de um envelhecimento saudável. Medidas simples e
indolores que podem propiciar um estilo de vida agradável, com saúde, bem estar e
livre de doenças (MEDINA, 1990).
48
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao aprofundarmos nossos conhecimentos direcionados ao envelhecimento,
podemos constatar que a osteoporose é uma patologia que não apresenta sintomas,
e a qual expõem os ossos a uma perda e comprometimento da massa óssea,
tornando-os mais suscetíveis às fraturas. Esse fato pode ser amenizado ou
controlado com medidas preventivas, tais como: banho de sol( auxilia na síntese da
vitamina D), ingestão de alimentos ricos em cálcio, e com mais ênfase, e de notável
importância a prática da atividade física, sendo preferencialmente assistida por um
profissional adequado.
Observamos que as mulheres brancas e asiáticas apresentam maior
tendência a desenvolver a osteoporose, com relação à população masculina esse
percentual é mais reduzido.
Constatamos que a prática regular de atividade física, atua como estímulo
sobre o sistema esquelético e é promovedor da contração muscular, viabilizando a
formação óssea. A qualidade de vida é proporcional aos cuidados preventivos
exercidos pela pessoa.
Sendo assim, percebemos que os cuidados devem ser redobrados no que
se refere à reposição hormonal, atividade física regular, alimentação balanceada e
nutritiva, podem garantir uma vida saudável e tranqüila na velhice.
49
GLOSSÁRIO
Osteopenia - patologia que consiste na diminuição da densidade mineral dos ossos, precursora da osteoporose. Classifica-se osteopenia quando a óssea é de 10% a 25% menor que a considerada normal.
Osteócito - é o osteoblasto maduro que parou de secretar matéria orgânica. os osteócitos estão localizados em cavidades ou lacunas dentro da matriz óssea.
Hiperparatireodismo - Doença caracterizada pelo excesso de funcionamento das glândulas paratireóides, causando aumento do hormônio da paratireóide (PTH) e levando a sinais e sintomas decorrentes do aumento de cálcio no sangue (hipercalcemia), na urina (hipercalciúria) e da retirada de cálcio dos ossos (osteoporose e cistos ósseos). Pode ser provocada por tumores benignos (adenomas), hiperplasia ou muito raramente por tumores malignos das glândulas paratireóides.
Tireotoxicose ou hipertireoidismo - é um distúrbio que resulta de quantidades excessivas de hormônio tireoidiano circulante. A causa habitual é a superprodução hormonal pela tireóide, porém pode instalar-se artificialmente por ingestão de hormônio inadvertidamente (factícia), ou por acumulo em uma tireóide inflamada.
Hipoestrogenismo - uma redução rápida e intensa dos estrogênios.
Hipogonadismos - diminuição/falha de produção de hormônios sexuais por ausência total ou não dos testículos.
PTHrp - Proteína relacionada à paratireóide.
DPOC - doença pulmonar obstrutiva crônica.
Mastocitose - é um distúrbio no qual os mastócitos, células produtoras de histamina envolvidas nas reações imunes, acumulam-se nos tecidos da pele.
Mieloma - é um câncer que se desenvolve na medula óssea, devido ao crescimento descontrolado de células plasmáticas.
Hiperprolactinemia - é o excesso de produção de prolactina (hormônio responsável pela produção do leite).
Prolactinoma - tumor pituitário que causa secreção excessiva do hormônio prolactina.
Hepatócitos - são células encontradas no fígado capazes de sintetizar proteínas, usadas tanto para exportação como para sua própria manutenção, por isso torna-se uma das células mais versáteis do organismo.
Leucócitos - leuc(o) branco + cito célula o mesmo que leucocyto, também conhecidos por glóbulos brancos, são células produzidas na medula óssea e presentes no sangue, linfa, órgãos linfóides e vários tecidos conjuntivos.
Miócitos- células musculares, são longas fibras, compõem: músculo esquelético,
50
músculo liso e músculo cardíaco.
Treliças - ou Sistemas Triangulados são estruturas formadas por elementos indeformáveis, aos quais se dá o nome de barras, ligados entre si por articulações que se consideram perfeitas, os nós. Nas Treliças as cargas existem somente nos nós, ficando assim as barras apenas sujeitas a esforços normais (alinhados segundo o eixo da barra) de tracção ou compressão.
Osteoblastos - são as células responsáveis por sintetizar a parte orgânica (colágeno tipo I, proteoglicanas e glicoproteínas) da matriz óssea. Possuem a capacidade de concentrar fosfato de cálcio, participando ativamente da mineralização da matriz óssea.
Osteoclastos - são células muito grandes, que possuem varios núcleos e são responsáveis pela destruição do osso.
Imunossupressão - É a supressão artificial da resposta imunológica, geralmente com a utilização de medicamentos.
Colestase - é o nome dado à redução do fluxo biliar, quer por diminuição ou mesmo interrupção do mesmo.
Neoplasia - (neo= novo + plasia = tecido) é o termo que designa alterações celulares que acarretam um crescimento exagerado destas células.
Hipertiroidismo - é uma situação em que temos uma produção excessiva de hormônios tireoidianos (T3 e T4).
Hipercortisolismo - (síndrome de Cushing ou hiperadrenocorticismo)é uma desordem endócrina causada por níveis elevados de cortisol no sangue.
Doença celíaca - é uma condição crônica que afeta principalmente o intestino delgado. É uma intolerância permanente ao glúten.
DMO - densidade de massa óssea.
51
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