Aula 3. Latim e a expansão do império romano.pptx

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Expansão e queda do império romano e a questão da língua

latinaIELP I. Profa. Dra. Sueli RamosAula 3

Do latim ao português atual

O indo-europeu

O latim e a expansão romana

A língua portuguesa advém do latim, língua da civilização que teve a Roma antiga como centro, tendo seu florescimento, entre a fundação da cidade por Rômulo (753 a.c) e a deposição do último imperador, Rômulo Augusto (476 d.c).

Roma antiga

Quando se fala em Latim...

Matérias lecionadas a anos atrás na escola média;

Língua utilizada pelos cultos na Igreja Católica até o Concílio Vaticano (1962-1965);

Respectivamente, latim literário e latim eclesiástico.

Latim literário (clássico) e Latim vulgar

Latim nas escolas

Latim na Universidade

Latim eclesiástico

O Latim e as Línguas Românicas

Latim: origem das línguas românicas.

Línguas Românicas

O latim vulgar

Falar de um povo de cultura rústica, que vivia no centro da Península Ibérica (Lácio).

Com o tempo, a língua latina veio a desempenhar um papel de fundamental importância na história da civilização ocidental.

Lácio

Língua portuguesaOlavo Bilac

Última flor do Lácio, inculta e bela,És, a um tempo, esplendor e sepultura:Ouro nativo, que na ganga impuraA bruta mina entre os cascalhos vela...Amo-te assim, desconhecida e obscura.Tuba de alto clangor, lira singela,Que tens o trom e o silvo da procela,E o arrolo da saudade e da ternura!Amo o teu viço agreste e o teu aromaDe virgens selvas e de oceano largo!Amo-te, ó rude e doloroso idioma,em que da voz materna ouvi: "meu filho!",E em que Camões chorou, no exílio amargo,O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

Vernáculo

O latim vulgar opõe-se ao Latim literário e ao Latim eclesiástico por ter sido um vernáculo...

“A palavra vernáculo caracteriza um modo de aprender as línguas, o aprendizado que se dá, por assimilação espontânea e inconsciente, no ambiente em que as pessoas são criadas. A vernáculo opõe-se tudo aquilo que é transmitido através da escola” (BASSO; RENATO, p. 2012, p. 15). Ao passo que o Latim literário e, mais tarde, o Latim eclesiástico foram

ensinados com o apoio da escrita, o latim vulgar foi uma variedade de Latim, principalmente falada, a mesma que os soldados e comerciantes romanos levaram às regiões conquistadas durante a formação do Império, que foi passando de geração em geração sem ser ensinada formalmente.

Unidade política

fragmentação

Invasões bárbaras

Uniformidade linguística

Período de diversificação

Inovações locais que não tinham como circular mais por todo o território

romanizado

România

Único território

linguísticoMosaico de

Falares Locais România

Fragmentação vs. Uniformidade

A fragmentação do latim vulgar se opõe a uniformidade do latim literário e eclesiástico, que continuaram sendo utilizados para outros fins, conjuntamente a fala popular.

Expansão Romana

A Expansão Romana

Consolidação e expansão do império romano A consolidação do império romano é oriunda da vitória dos soldados e

do espírito de organização dos homens do governo.

No auge da expansão Romana (vide quadro anterior), a extensão territorial ia da Lusitânia à Mesopotâsmia, e do Norte da África à Grã Bretanha.

A seguir, as conquistas que propiciaram a expansão desse império, serão enumeradas cronologicamente.

Conquistas do império Romano

Conquistas

A) 1ª. Metade do século IV a.c.

Pouco haviam ampliado as fronteiras do antigo Lácio; Guerra dos Samnitas (326 a.c – 295 s.c “batalha de Sentino): início da

penetração romana na parte meridional da Península Itálica, concluída em 272 a.c com a batalha de Tarento.

Longo período de conquistas externas

Sucessivamente, são

subjugados os seguintes territórios:

A) Sicília (241 a.c);

B) Sardenha e Córsega ( 238

a.c);C) Ilíria (229

a.c);

D) Costa leste e sul da

península ibérica (218-

197 a.c);

Reinos helenísticos do

oriente (200-168 a.c)

Gália Cisalpina (191 a.c) Ligúria (154 a.c)

Cartago e norte da África

(146 a.c)

Macedônia e Grécia (146

a.c)

Gália Narbonense

(118 a.c)

Gália do Norte (50

a.c)Mésia (29

a.c)Noroeste da África (25

a.c)

Resto da península ibérica (19

a.c)Nórica (16 a.c) Récia (15 a.c)

Panônia (10 d.c)

Resto da Mauritânia

(42 d.c)Bretannha

(43 d.c)

Trácia (46 d.c) Dácia (107 d.c)Arábia Petréia,

Armênia e Mesopotâmia

(107 d.c)

Domínios territoriais e culturais

Com a anexação da Dácia (Romênia), e, sem caráter permanente, das regiões da Ásia menor, sob o governo de Trajano o Império atinge o máximo de expansão geográfica (vide esquema anterior).

Extensão dos domínios: extensão territorial e cultural, na medida em que, os romanos, ao expandirem seus domínios levavam consigo para as regiões conquistadas hábitos de vida, instituições e padrões culturais. Ensinavam, mas também aprendiam.

Principais áreas da epigrafia indígena pré-romana da Península Ibérica, segundo J. Caro Baroja.

História de Portugal, de Alexandre Herculano: «Ajudada pela superioridade da ciência militar, a superioridade da civilização romana devia ter acção

imensa nessas sociedades imperfeitíssimas dos indígenas, aos quais faltava o vínculo da unidade nacional e que, misturados com as raças fenícia, grega e cartaginesa, tinham tomado costumes, vocábulos e ideias de cada um destes povos, sem que esses elementos adventícios tivessem tempo suficiente para se incorporarem perfeitamente no elemento céltico e formarem com ele um todo compacto e homogéneo capaz de resistir à influência civilizadora de Roma. Esta não empregava só as armas para assegurar a sujeição dos países que subjugava; introduzia neles as suas colónias, as suas leis, os seus costumes: trocava com eles até os deuses, recebendo os estranhos nos próprios, mas exigindo reciprocidade religiosa; dava a provar a esses homens rudes o luxo e os prazeres de que era mestra; recebia-lhes os produtos da sua agricultura e indústria, e interessava-os assim por muitos modos na existência e prosperidade da grande república. As consequências deste sistema em países de raças mais antigas e simples, como nas Gálias, foram uma assimilação quase completa: o que seria, pois, na Península, onde ele devia actuar com tanto mais força, quanto é certo que a mescla das gentes, a variedade de origens nos usos, o encontrado e confuso das leis e tradições religiosas tornavam mais fáceis as consequências naturais daquele sistema?»

Latim literário e latim vulgar

Desde o início do século III a.c, seguido de influência grega, o latim escrito com intenções artísticas é apurado até atingir no século I a.c, perfeição na prosa de Cícero e César, e na poesia de Virgílio e Horácio.

Júlio CésarCommentarii de Bello Gallico (latim para "Comentários sobre a Guerra Gálica") é um texto de Júlio César onde ele relata as operações militares durante as Guerras da Gália, que se desenrolaram de 58 a.C. a 52 a.C., das quais ele foi vencedor.

Obras de MARCUS TULLIUS CICERO

Academica - indefinida

Ad Familiares - 51 a.C.

Brutus - 46 a.C.

De Consulatu Suo - anos 50 a.C.

De divinatione - depois de 44 a.C.

De finibus bonorum et malorum -

indefinida

De inventione - antes de 55 a.C.

De Natura Deorum - indefinida

De Optimo Genere Oratorum - Incerta

De oratore - 55 a.C.

De Partitione Oratoria -

Latim literário e latim vulgar

Com o tempo acentuou-se a separação entre a língua literária, praticada pela elite e o latim vulgar, corrente, utilizado no colóquio diário nos mais variados grupos sociais da Itália e das províncias.

Sermo litterarius (conservador latim literário ou clássico) vs. Sermo vulgaris

(inovador latim vulgar, compreendendo esse as inúmeras variedades de língua falada).

Quadro com diferentes registros do latim

Latim clássico vs. Latim vulgar

• Inimicus

•Adversário político

• Inimigo pessoal

• Inimicus

•Adversário em uma guerra declarada

•Campus

•Terreno com descampo

•Campus

•Terreno cultivado

Latim clássico

Latim vulgar

Latim vulgar

Latim clásico

O que é latim vulgar?

- Modalidade do Latim (Sócio-dialetal)? - Estágio Histórico do Latim ? - Reconstrução de etapa intermediária entre Latim-Romance ?

“...a grande diferença entre as duas variedades do latim não é cronológica (o latim vulgar não sucede ao latim clássico), nem ligada à escrita, senão social. As duas variedades refletem duas culturas que conviveram em Roma: de um lado uma sociedade fechada, conservadora e aristocrática, cujo primeiro núcleo seria constituído pelo patriciado; de outro, uma classe social aberta a todas as influências, sempre acrescida de elementos alienígenas, a partir do primitivo núcleo da plebe”. (Ilari, 1992:61)

Diferenças no que tange a estrutura gramatical e léxico

Resumo das características principais do latim vulgar .1 Simplificações Fonéticas

\grafias\ versus [pronúncias]:

\ae\, \oe\, \au\ > [é], [e], [ó] \kaekilus\, \praetor\, \Claudius\ > [kékilus], [pretor], [clódio] \h\ > [-]

2 Simplificações Estruturais

declinações numerais leque de demonstrativos e indefinidos negações

3. Expressão analítica das relações sintáticas

i. preposições preferidas a terminações causaisii. perífrases com auxiliar, para expressão de

tempo e modoiii. passiva analíticaiv. superlativos e comparativos analíticos

Latim clássico e Latim vulgar

Referências Bibliográficas

Ilari, Rodolfo. Lingüística Românica. São Paulo: Ática, 1992. Capítulos 3, 4 e 5 (pp41:71).

2. Teyssier, Paul. História da Língua Portuguesa. Lisboa: Sá da Costa, 1997. Capítulo I (pp. 3:20).

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