View
29
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
CURSO SECRETARIADO
AULA 6 INTERVENO DE TERCEIROS
Professor Eduardo Galante
BRASLIA 2014
1
INTERVENO DE TERCEIROS NO PROCESSO TRABALHISTA
Ao lado das partes originarias, o Direito
Processual admite a participao de outros
sujeitos interessados dentro da relao processual
j constituda, quando presentes determinados
requisitos legais.
Trata-se do fenmeno da interveno de terceiros, que ocorre quando algum ingressa, na posio
de parte ou coadjuvante, em processo pendente
entre as partes primitivas.
2
INTERVENO DE TERCEIROS NO PROCESSO TRABALHISTA
Os terceiros intervenientes, assim, so sujeitos estranhos relao material que serve de objeto
ao processo e, estranhos relao processual j
formada.
Entretanto, integram uma relao jurdica de Direito Material que vincula intimamente quela
entre as partes originrias, e assim, ingressam na
relao processual com o intuito de defender
interesse prprio.
3
INTERVENO DE TERCEIROS NO PROCESSO TRABALHISTA
O legislador, no mbito do CPC, estipulou expressamente quatro tipos de interveno de
terceiros:
OPOSIO,
NOMEAO AUTORIA,
DENUNCIAO DA LIDE E
CHAMAMENTO AO PROCESSO.
4
INTERVENO DE TERCEIROS NO PROCESSO TRABALHISTA
CONCURSO DE CREDORES NO ADMISSVEL
Dentre as espcies atpicas de interveno de terceiros, apenas o concurso de credores no se revela admissvel
no mbito do processo trabalhista.
Esta modalidade se encontra prevista no procedimento de execuo de quantia certa contra devedor insolvente,
quando se instaura uma falncia cvel e ocorre a convocao de todos os credores do respectivo devedor.
Disciplinada nos artigos 748 a 786 do CPC, a citada modalidade, pela prpria natureza peculiar
evidentemente incabvel na seara da Justia Trabalho. 5
INTERVENO DE TERCEIROS NO PROCESSO TRABALHISTA
ASSISTNCIA - ADMISSIBILIDADE
A assistncia, por outro lado, enquanto modalidade atpica de interveno de terceiros disciplinada nos artigos 50 a 55
do CPC, plenamente admissvel no processo trabalhista,
tanto na sua modalidade simples como litisconsorcial,
conforme entendimento sedimentado na Smula 82 C. TST.
N. 82. ASSINTNCIA.
A interveno assistencial, simples ou adesiva, s
admissvel se demonstrado o interesse jurdico e no o
meramente econmico.
6
INTERVENO DE TERCEIROS NO PROCESSO TRABALHISTA
Ocorre a assistncia quando um terceiro, no curso de uma demanda entre outros sujeitos, tendo interesse jurdico em que a
sentena venha a ser favorvel a uma das partes, intervm no
processo para prestar colaborao a esta ltima.
O assistente simples, por sua vez, atua como coadjuvante, ajudando uma das partes em virtude de ter interesse jurdico na
sua vitria. Quando a sentena houver de influir em relao
jurdica entre o assistente e a parte adversa ao assistido
litisconsorcial.
EXEMPLO: Um empregado pode intervir no processo no qual o seu sindicato profissional, na qualidade de substituto processual,
litiga contra o seu empregador em relao a determinados
interesses dos empregados da categoria.
7
INTERVENO DE TERCEIROS NO PROCESSO TRABALHISTA
EMBARGOS DE TERCEIRO E RECURSO DE TERCEIRO
PREJUDICADO ADMISSIBILIDADE.
Os embargos de terceiro (CPC, artigos 1.046 a 1.054) e o
recurso de terceiro, prejudicado (CPC, artigo 499) so
igualmente admissveis no processo trabalhista
8
INTERVENO DE TERCEIROS NO PROCESSO TRABALHISTA
RECURSO DE TERCEIRO PREJUDICADO: Representa uma
modalidade atpica na qual um terceiro estranho relao
processual, tem sua rbita jurdica atingida por uma deciso
judicial e ingressa no processo com o intuito de recorrer da
sentena.
EXEMPLO: seria o recurso interposto por empregado contra
sentena proferida em ao de decretao de nulidade de
conveno coletiva, ajuizada pelo MPT em face dos
sindicatos celebrantes.
9
INTERVENO DE TERCEIROS NO PROCESSO TRABALHISTA
OS EMBARGOS DE TERCEIRO:
Corresponde a uma ao incidental proposta por um sujeito
estranho relao processual, mas que teve o seu patrimnio
atingido por ato de constrio judicial, almejando exatamente
o desfazimento de tal ato. Trata-se de remdio processual
comum na seara das execues trabalhistas, inexistindo
qualquer resistncia sua plena admissibilidade no mbito da
Justia Trabalho.
10
INTERVENO DE TERCEIROS NO PROCESSO TRABALHISTA
OPOSIO - INAPLICABILIDADE
A oposio disciplinada nos artigos 56 a 61 do CPC.
Tal modalidade tpica de interveno de terceiros compreende
uma verdadeira ao de terceiro para excluir tanto o autor
como o ru, almejando defender interesse sobre objeto que
est sendo disputado em juzo pelas partes. Trata-se de uma
nova ao, com pretenso e partes diferentes daquela,
originalmente existente apenas entre as partes (os opostos).
Apesar da existncia de alguns doutrinadores que defendem
a sua admissibilidade no processo trabalhista, tem
prevalecido a tese de que tal modalidade inaplicvel na
seara trabalhista. 11
INTERVENO DE TERCEIROS NO PROCESSO TRABALHISTA
MOTIVO: inaplicvel no processo do trabalho, pois, como a oposio
faz surgir uma nova relao litigiosa dentro do processo (agora entre
o opoente e os opostos), a matria abrangeria questes que fogem
competncia da Justia do Trabalho.
EXEMPLO: Nesse sentido, a hiptese de uma reclamao originalmente
entre um empregado (como reclamante) e o seu empregador (como
reclamado), envolvendo o prmio supostamente prometido na
empresa ao maior vendedor do ano, e a posterior propositura de uma
oposio por um outro empregado que se considera o verdadeiro
vencedor do prmio. No respectivo caso, escaparia ao mbito da
competncia do judicirio trabalhista a parte do litgio reclamante e o
opoente, pois a questo envolveria dois empregados (sem tal relao
laboral entre ambos), e, como consequncia, a respectiva lide no seria
oriunda da relao de trabalho, conforme estipula o artigo 114, I, da CF de 1988.
12
INTERVENO DE TERCEIROS NO PROCESSO TRABALHISTA
NOMEAO AUTORIA INADMISSIBILIDADE
A nomeao autoria, por sua vez, corresponde a uma
modalidade de interveno de terceiro de iniciativa do
demandado, disciplinada pelos artigos 62 a 69 do CPC,
sendo que os primeiros dois artigos tratam das respectivas
hipteses de cabimento (VER ARTIGOS 62 E 63, CPC).
13
INTERVENO DE TERCEIROS NO PROCESSO TRABALHISTA
Consiste na integrao relao processual do proprietrio ou possuidor da coisa litigiosa ou daquele que ordenou ou
instrui o ru originrio a praticar determinado ato, quando
demandado o mero detentor da coisa ou aquele que
praticou o ato em simples cumprimento a ordem instruo
de terceiro.
O demandado originrio, com o intuito de afastar de si as consequncias do processo por considera-se parte
ilegtima, nomeia ao autor aquele que considera o
verdadeiro responsvel e adequado ocupar a oposio de
ru, almejando corrigir tal defeito de legitimidade ad
causam.
14
INTERVENO DE TERCEIROS NO PROCESSO TRABALHISTA
Novamente discutvel a admissibilidade de tal espcie de interveno de terceiros no mbito do processo
trabalhista. Apesar das restries de alguns doutrinadores
como Carlos Henrique Bezerra Leite (2005, p. 324), tem
sido admitida em tese a sua incidncia no processo
trabalhista em situaes excepcionais, ao menos na
hiptese de cabimento prevista no artigo 63 do CPC.
EXEMPLO: quando o empregador prope uma ao indenizatria em face de dano provocado por um
empregado, e este (o reclamado originrio) nomeia ao
empregador o seu superior hierrquico, alegando que
praticou o ato que resultou no prejuzo em cumprimento a
ordem daquele.
15
INTERVENO DE TERCEIROS NO PROCESSO TRABALHISTA
DENUNCIAO DA LIDE - INADMISSIBILIDADE
A denunciao da lide, por seu turno, corresponde a uma
modalidade de interveno de terceiros disciplinado pelos artigos
70 a 76 do CPC - hiptese de cabimento as descritas no artigo 70,
do CPC -, podendo ser de iniciativa tanto do autor como do ru. Na
denunciao lide, a parte denunciante convoca para participar da
relao processual um terceiro (denunciado) que mantm com
aquele uma relao obrigacional que ensejar o direito a um
ressarcimento, caso o denunciante venha a ser convencido na
demanda.
A admissibilidade de tal espcie de interveno de terceiros no
mbito do processo trabalhista tem sido negada pela maior parte da
doutrina.
16
INTERVENO DE TERCEIROS NO PROCESSO TRABALHISTA
A rejeio de sua admissibilidade normalmente fundada na tese da incompetncia da Justia do Trabalho para
apreciar a relao litigiosa obrigacional entre o denunciante
e o denunciado.
EXCEO: No entanto, existe pelo menos um caso na qual tese encontra exceo: trata-se de hiptese
envolvendo ao proposta por empregado em face do seu
empregador, postulando indenizao por danos morais e/
ou patrimoniais decorrentes de assdio sexual (ou moral)
praticados pelo superior hierrquico do obreiro, quando a
empresa denuncia lide o citado superior hierrquico com
o intuito de responsabiliz-lo em caso de eventual
sucumbncia.
17
INTERVENO DE TERCEIROS NO PROCESSO TRABALHISTA
No caso, haver competncia da Justia do Trabalho para
apreciar tanto a relao litigiosa entre o denunciante (o
empregador) e o superior hierrquico (igualmente empregado
da empresa). Apesar de hiptese no usual, trata-se de
quadro litigioso que pode perfeitamente se concretizar no
mbito das relaes laborais.
18
INTERVENO DE TERCEIROS NO PROCESSO TRABALHISTA
CHAMAMENTO DO PROCESSO ADMISSIBILIDADE
O chamamento do processo, por sua vez, se encontra disciplinado nos artigos 77 a 80 do CPC. Corresponde espcie
tpica de interveno de terceiros na qual o devedor
demandado chama para integrar o plo passivo da relao
processual outros coobrigados pela dvida de modo a
formar um litisconsrcio passivo e tambm obter
responsabilizao deles pelo resultado da demanda.
Trata-se, pois, de incidente de iniciativa do ru, na qual este busca diluir sua responsabilidade com o devedor principal
ou os corresponsveis ou aos coobrigados solidrios,
convocando-os para virem responder pelas suas
respectivas obrigaes.
19
INTERVENO DE TERCEIROS NO PROCESSO TRABALHISTA
As hipteses de admissibilidade esto relacionadas no artigo 77 do CPC.
Dentre as modalidades tpicas de interveno de terceiros, o chamamento ao processo a espcie que
recebe menos resistncia quanto sua
admissibilidade no processo trabalhista.
Boa parte da doutrina a acolhe e os tribunais do trabalho tm demonstrado aceitao de sua incidncia
com base na hiptese do inciso III do artigo 77 do
CPC, em casos como os seguintes:
20
INTERVENO DE TERCEIROS NO PROCESSO TRABALHISTA
o chamamento, por uma empresa reclamada, de outras empresas de um grupo empresarial;
o chamamento, por um scio de sociedade irregular demandado em juzo, dos demais scios; e,
o chamamento, pela empresa tomadora de servios terceirizados, da empresa terceirizante.
Alguns juristas defendem que o procedimento relativo ao
factum principis descrito no artigo 486 da CLT, representa
uma outra modalidade de interveno de terceiros.
21
INTERVENO DE TERCEIROS NO PROCESSO TRABALHISTA
Para Carlos Henrique Bezerra Leite (2005, p. 326), trata-se
de uma hiptese especial de denunciao da lide.
Na realidade, trata-se de figura anmala, peculiar ao
processo trabalhista, que se aproxima da nomeao
autoria, por envolver a extromisso da parte originria (o
empregador) e a sua sucesso pelo ente pblico
responsvel pelo ato ou norma que gerou a paralisao da
atividade empresarial, e, como consequncia, o trmino do
vnculo de emprego. 22
QUESTES
1 - No hiptese de interveno de terceiros: a) A assistncia; b) A oposio; c) A nomeao autoria; d) A denunciao da lide; e) O chamamento ao processo.
23
QUESTES
2 - Ao ru em ao de indenizao que detm direito de regresso contra terceiro, por fora de lei ou contrato, possvel utilizar-se da seguinte forma de interveno de terceiros no processo: a) chamamento ao processo. b) denunciao da lide. c) oposio. d) nomeao autoria. e) assistncia simples.
24
QUESTES
3 - Se uma pessoa pretender determinada coisa sobre a qual controvertem autor e ru em um determinado processo poder, at ser proferida a sentena, ingressar com
a) assistncia simples. b) oposio. c) nomeao autoria. d) denunciao lide. e) chamamento ao processo.
25
QUESTES
4 - Julgue os itens a seguir, relativos a interveno de terceiros, disciplina legal dos procedimentos, prazos e nus da prova.
Considere a seguinte situao hipottica.
Marcos, que caseiro de Josu, foi demandado por Alfredo em ao de reintegrao de posse do imvel acautelado por Marcos. Nessa situao hipottica, Marcos dever providenciar a citao de Josu para que possa intervir no processo a fim de assisti-lo. ( ) Certo ( ) Errado
26
QUESTES
5 - Das modalidades seguintes, no se caracteriza como interveno de terceiro: a) a nomeao autoria. b) a oposio. c) o litisconsrcio. d) a denunciao lide. e) o chamamento ao processo.
27
QUESTES
6 - Ao ru em ao de indenizao que detm direito de regresso contra terceiro, por fora de lei ou contrato, possvel utilizar-se da seguinte forma de interveno de terceiros no processo:
a) chamamento ao processo. b) denunciao da lide. c) oposio. d) nomeao autoria. e) assistncia simples. 28
QUESTES
7.Vincius foi demandado em uma ao de cobrana por ter sido fiador de sua sogra, Francisca. Assinale a alternativa que indica a medida a ser adotada por Vincius para trazer Francisca para o plo passivo desse processo. a) Reconveno. b) Denunciao lide. c) Chamamento ao processo. d) Nomeao autoria.
29
QUESTES
8 - Mrio ru em ao de despejo proposta por Ester por falta de pagamento de alugueres, decorrente de contrato imobilirio. Tiago, por sua vez, sublocatrio consentido por expressa clusula contratual.
Caso Tiago queira ingressar no processo originrio da ao proposta por Ester, ele dever assumir a posio processual de a) litisconsorte b) assistente c) opoente d) denunciado e) chamado 30
QUESTES
9 - Paulo adquiriu um imvel atravs de contrato particular de compromisso de compra e venda no registrado. O imvel foi penhorado em execuo por quantia certa contra devedor solvente movida contra o compromitente vendedor. A defesa de Paulo dever ser feita atravs de
a) oposio. b) ao ordinria. c) denunciao lide. d) embargos de terceiro. e) assistncia litisconsorcial.
31
QUESTES
10 - Paulo, aderindo ao pedido formulado por uma das partes, interveio e foi admitido num processo cuja sentena ir influir na relao jurdica entre ele e o adversrio desta. Paulo atuar no processo na condio de
a) assistente litisconsorcial. b) assistente simples. c) opoente. d) litisdenunciante. e) nomeante autoria.
32
33
FIM DA APRESENTAO E OBRIGADO
Recommended