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Boletim Econômico ACICG Associação Comercial e
Industrial de Campo Grande
10 de outubro de 2016 Número 11, Ano I
“Já choramos muito,
muitos se perderam no
caminho, mesmo assim
não custa inventar uma
nova canção que venha
nos trazer sol de
primavera.
Abre as janelas do meu
peito. A l ição sabemos de
cor, só nos resta
aprender” – Beto Guedes
– Sol de Primavera .
Nem tudo são flores, mas
para não dizerem que não
falamos nelas, a primavera
trouxe também bons ventos
para o nosso comércio e, com
ele, para a nossa economia.
O primeiro mês do governo
Temer pós-impeachment
ainda foi de expectativa, mas
alguns resultados se fizeram
sentir.
Não somos parte de nenhuma
torcida. Somente avaliamos
resultados, perspectivas e
posições do mercado e só há
uma análise possível:
melhoramos.
A manutenção da prisão de
condenados em segunda
instância gera também
resultados positivos: temos
um cenário com maior
previsibilidade e menor
incerteza jurídica, o que já é
um importante elemento para
promover mais mudanças de
humor, para melhor, dos
agentes econômicos.
Junte-se a isso os efeitos de
uma eleição que demonstrou
claro desagrado em relação
aos reflexos da tal “nova
matriz econômica”, a
iminente aprovação do teto
de gastos e a possibilidade de
queda dos juros primários e
como consequência quase
inescapável, teremos um fim
de ano melhor.
Não é o paraíso na terra,
mas...
É primavera! (Tim Maia)
Boletim Econômico ACICG Associação Comercial e
Industrial de Campo Grande
10 de outubro de 2016 Número 11, Ano I
Resultados médios,
perspectivas altas.
O movimento de setembro
passado ficou ligeiramente
abaixo de agosto, o que não
é novidade, mas pela
primeira vez, acima de
julho (o que é ótimo).
Para quem só entregou
notícias amargas desde o
final de 2014, essa
constatação não passa sem
comemoração porque
indica a perspectiva de um
fim de ano melhor.
O “Projeto Abre Vagas”
que a ACICG oferecerá de
24 a 28 de outubro terá,
com certeza, um grande
público e será um marco na
vida de muita gente ávida
para começar um novo
ciclo.
Para acompanhar o
desenvolvimento dos
resultados, passamos a
incluir uma análise sobre o
emprego na cidade.
Temos muito a fazer:
#JuntosFaremos!
Já sonhamos juntos, semeando as canções no vento.
Quero ver crescer nossa voz no que falta sonhar.
Quando entrar setembro.
Boletim Econômico ACICG Associação Comercial e
Industrial de Campo Grande
10 de outubro de 2016 Número 11, Ano I
MCV/ACICG – Setembro/2016
Novidade boa: 2016 melhor
que 2015.
O MCV/ACICG, Movimento
do Comércio Varejista é
construído a partir da
evolução dos dados do setor,
apurados pela ACICG,
englobando
as transações entre
empresas (B2B) e
registradas no MCV_PJ,
quanto
as transações entre
consumidores e empresas
(B2C), apuradas como
MCV_PF.
Como forma de compensar a
sazonalidade característica da
atividade comercial, o
MCV/ACICG foi construído
com base fixa definida pela
média do desempenho do
ano de 2014. Portanto, os
valores acima de 100 são os
que ultrapassam a média
obtida no ano de 2014. Os
valores abaixo de 100, estão
aquém da média.
MCV/ACICG Set/2016
No mês de setembro de 2016
o Movimento do Comércio
Varejista apurado pela
ACICG foi de 96, quatro
pontos inferior a agosto, mas
quatro pontos superior a
julho de 2016 e cinco acima de
setembro de 2015.
Na série histórica (desde
2012) é a primeira vez que o
indicador de setembro
suplanta o de julho e a
primeira vez em 2016 que o
MCV ultrapassa o de 2015 no
mesmo mês.
A base de comparação é
extremamente baixa, visto
que 2015 foi um dos piores
meses do ano passado para o
comércio, mas ainda assim, o
movimento é consistente com
uma retomada da economia.
Uma vez mais cabe
considerar que o mês de
janeiro apresentou um MCV
de 74, enquanto que em 2015
esse indicador foi 91 pontos.
Componentes do índice
O MCV/ACICG compõe-se
de dois outros sub índices que
ajudam a avaliar sua
evolução:
MCV-PF
Analisa as transações entre
Pessoas Físicas e as empresas
do setor terciário, também
conhecidas como B2C, da
sigla em inglês para “Business
to Consumer”.
Tradicionalmente esse índice
é mais alto do que o MCV-PJ,
em função do número de
agentes e transações
expressivamente mais altos
do que no outro indicador.
93
10
9
89
107
10
3
103 10
5
10
1
120
91 91
107
97
10
6
10
3
111
101
91
10
1
84
10
1
74
78
92
87
92 91 92
100
96
60
70
80
90
100
110
120
130
abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set
2014 2014 2014 2014 2014 2014 2014 2014 2014 2015 2015 2015 2015 2015 2015 2015 2015 2015 2015 2015 2015 2016 2016 2016 2016 2016 2016 2016 2016 2016
Movimento do Comércio Varejista - MCV/ACICG (2014=100)
MCV_PF MCV_PJ MCV/ACICG 4 por Média Móvel (MCV/ACICG)
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O MCV-PF de setembro foi de
97, contra 93 no mesmo mês
de 2015. Este indicador
parcial, portanto, também
apresenta crescimento em
relação ao ano passado.
MCV-PJ
É o índice que avalia as
transações entre as empresas,
também categorizadas como
B2B, cujo significado, a partir
do acrônimo em inglês, é
“Business to Business”.
Em setembro de 2016 o MCV-
PJ foi de 91 contra 78 em
setembro de 2015. Essa
expansão de 13 pontos revela
que as empresas já estão
sentindo a reação do mercado
e, portanto, retomando suas
compras e preparando-se
para o fim do ano.
Isolando-se o ano de 2015,
podemos perceber a lenta,
porém clara retomada do
MCV-PJ que, como no mês
passado, apresentou uma
reação mais importante do
que o MCV-PF.
Os resultados das eleições,
que afastaram do mercado as
dúvidas em relação à
sustentabilidade do governo
federal e principalmente
quanto à possibilidade de
promover intervenções
heterodoxas no mercado, que
se reforçam com o
movimento no sentido de
promover a aprovação do teto
dos gastos e a expectativa de
queda nos juros básicos,
talvez em outubro, alteraram
para melhor a perspectiva
para o fim do ano.
O resultado das vendas do
dia das crianças deverá trazer
a confirmação do nível de
confiança crescente dos
agentes econômicos.
Com a queda da inflação de
setembro para o menor
patamar desde 1998 (0,08%
segundo o IPCA/IBGE), o
maior dos problemas que
impedia a redução da taxa
básica de juros (SELIC)
aparentemente está sendo
controlado.
O índice acumulado em 12
meses situado em 8,48%,
evidentemente nos coloca
muito acima da meta, mas já
demonstra a viabilidade de
convergência para o limite de
5,5% em 2017.
Curva de Tendência
A Curva de Tendência é um
modelo matemático que nos
possibilita considerar
impactos sazonais e projetar o
comportamento de uma série.
O gráfico da página 2
apresenta a curva de
tendência (linha tracejada),
elaborada a partir das médias
móveis de 4 meses. Como se
verifica, a tendência de queda
apresentada até junho, foi
alterada em julho, apontando
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10 de outubro de 2016 Número 11, Ano I
uma estabilidade e apresenta
agora, clara tendência de alta.
INC/ACIG A retomada do crescimento
só pode ocorrer se houver
capacidade de compra por
parte das famílias, o que se dá
a partir da receita corrente,
estabelecida pela geração de
renda, assim como pelo seu
potencial de endividamento.
O INC/ACICG, Índice de
Negativação do Comércio, é
um indicador apurado a
partir da evolução de dados
de notificação de
inadimplemento, que ocorre
quando as famílias não são
capazes de fazer frente aos
compromissos financeiros
assumidos. Evidentemente o
consumidor inadimplente
tem a sua capacidade de
endividamento reduzida,
razão pela qual o indicador é
de extrema importância para
determinar a perspectiva de
crescimento do consumo.
O INC/ACICG é construído a
partir da evolução desses
dados apurados em uma
longa série histórica e engloba
as obrigações vencidas e
não pagas entre empresas
(B2B), registradas no
INC_PJ e
as obrigações vencidas e
não pagas entre
consumidores e empresas
(B2C), apuradas como
INC_PF.
Para possibilitar uma análise
mais consistente e de fácil
compreensão, tanto o INC
quanto o IRC/ACICG foram
desenvolvidos com base fixa
definida pela média do
desempenho do ano de 2014.
Portanto, os valores acima de
100 são os que ultrapassam a
média obtida no ano de 2014.
Os valores abaixo de 100,
estão aquém da média.
INC/ACICG SET/2016
O Índice de Negativação do
Comércio apurado pela
ACICG (INC/ACICG)
encerrou o mês de setembro
em 28 pontos, 3 abaixo do
indicador de agosto.
A redução do INC em
setembro frente ao indicador
de agosto é consistente com
toda a série histórica, razão
pela qual já era esperado.
Cabe ressaltar, no entanto,
que em setembro de 2014 esse
indicador era de 247, o que
reforça a tendência já
verificada anteriormente nos
Boletins anteriores.
O consumidor compreendeu,
muito antes do governo, que
é necessário reduzir os gastos
e pagar seus débitos.
As incertezas derivadas do
comportamento da economia,
trouxeram uma redução do
consumo e regularização dos
compromissos, resultando
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10 de outubro de 2016 Número 11, Ano I
em redução do nível das
negativações registradas.
A linha vermelha do gráfico
voltou a situar-se nos níveis
históricos apresentados antes
de 2014. Mais um sinal de que
estamos deixando para trás a
irresponsabilidade financeira.
IRC/ACIG O IRC/ACICG – Índice de
Recuperação de Crédito
apurado pela ACICG, ao
contrário do INC, registra os
movimentos de regularização
de pendências. É o índice que
registra a tendência de
pagamento das obrigações
contraídas e que, por alguma
razão, deixaram de ser
liquidadas no tempo previsto.
IRC/ACICG SET/2016
O IRC/ACIG, no gráfico
representado pela linha
verde, em setembro de 2016
foi de 47, contra 65 em agosto.
A manutenção do nível de
IRC acima do INC indica que
as famílias estão buscando o
equilíbrio econômico. Houve
um total de 5.762 exclusões
do cadastro de inadimplentes
no mês, contra 6.144 em
agosto (-6,2%).
Permanece considerável,
embora decrescente, o
estoque de títulos
inadimplentes em função do
comportamento anômalo do
final de 2014. Vamos demorar
algum tempo para retomar a
normalidade.
O importante é verificar que
há melhora na liquidez do
mercado, criando condições
efetivas para uma rápida e
desejada retomada que
parece aproximar-se.
Emprego Formal
As condições para determinar
quão sustentável é o
desenvolvimento econômico
dependem, entre outros
aspectos, do endividamento
das famílias, que analisamos
através do INC e IRC, assim
como do seu nível de
emprego.
Considerando isso, passamos
neste BE a incluir informações
acerca da evolução do
emprego formal em Campo
Grande.
Os dados são os mais recentes
oficiais do CAGED (Cadastro
Geral de Empregados e
Desempregados do MTE).
Como verificamos no gráfico,
desde fevereiro verifica-se
uma queda nos postos de
trabalho oferecidos na cidade.
No entanto, a observação da
linha vermelha, que
representa a diferença entre
as contratações e demissões
ocorridas no mês, permite
inferir que a partir de junho
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10 de outubro de 2016 Número 11, Ano I
passa a ocorrer uma inflexão
nessa curva.
O mês de agosto apresentou
uma redução de 249 vagas
formais contra uma redução
de 538 vagas em julho.
O nível de emprego na cidade
está em claro declínio, como
se verifica no gráfico ao lado.
É impressionante verificar-se
que, desde dezembro de 2014
foram perdidas 14.457 vagas.
A análise mais detalhada do
mesmo gráfico demonstra,
ainda, o mergulho ocorrido
em 2016, reflexo das
condições da economia. Uma
análise, porém, do fluxo do
desemprego comparando-se
mês a mês os anos de 2015 e
2016, demonstra-se que a
crise alcançou seu ponto mais
profundo em maio/2016, a
partir de quando a curva
passa a ser menos negativa,
embora o valor de junho seja
ainda menor.
Sob essa ótica, o resultado
apresentado em agosto passa
a reforçar a constatação, já
feita nas análises anteriores: a
economia local está se
recuperando.
Pontos de atenção
As eleições demonstraram o
descontentamento do país em
relação ao resultado da
política econômica.
No plano municipal as
eleições ainda não estão
definidas, mas a economia
nacional está retornando ao
terreno da racionalidade.
São pontos de atenção:
a. teto de gastos para os
governos;
b. queda da obrigação de
participação da Petrobras
no pré-sal;
c. retomada do controle da
inflação;
d. redução das travas ao
investimento internacional
e. a redução da carga
tributária e simplificação
do sistema de cobrança
f. incentivo à inovação e
empreendedorismo.
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