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PROPRIEDADE DE JOSÉ DA SILVA CASCAES-----------------.�.�������,----------------
PUBLICA-SE UMA VEZ POR. SEMANAASSIG�ATURA (CAPITAL) ASSIGNATURA (PELO CORREIO)
Por anno 4$000 Avulso 40 rs.Por anno 5$000
Por :-;eis mezes. . . . . . . . . . . . 2$000 Por seis mezes " 3$000
ANNOI SANTA. CATHARINA-Dest.erro� 2t; de Agost.o de ISSO Num. �S
esta colmêa humana de dois milhões de�homens, Nas ruas só se encontrão regimentosde operarios, que parão infal livelmente na
suja bodega de algum vendedor de bebidasalcoolicas afim de tomarem o seu copinho;batalhões de raparigas, vivas e elegantes, lávão para os estabelecimentos de costureirase modistas; os empregados correm, apressados, para as repartições, bancos, casas decommercio; muitas clamas e janotas sóbem a
avenida dos Campos-Elyseos, e, a cavallo,vão dar um passeio nas alamedas (los Campos
�����������'!IIIIII����- Elyseos.A capital como que ainda está meia-ador
mecida, como que se espreguiça, depois deuma noute mal dormida.Ao meio-dia sahem às empregados e opera
rios para almoçarem. Enchem-se as casas deAgora, depois de passadas as grandiosas pasto, e, nos batequins somptuosos, surgem os
festas de 14 de Julho, e depois de adiado o financeiros, que almoção ás carreiras, afim deparlamento pôde-se dizer que Pariz tomou a irem à Bolsa. A Bolsa, a partir de uma horasua physionomia acostumada: a aristocracia da tarde, é um verdadeiro inferno. Só se
de sangue, da finança e das lettras emigrou ouvem gritos, e uma vozeria enorme quepara o ca�l1po, para as caldas ou para as cida-I' echôa por todo o vasto edifício: são os cameles marrtimas, onde ficará até Setembro, bistas que annuncião em voz alta as acções,isto é, emquanto durar o calor. Nem por obrigações, bonds e apolices que têem à ven
isso parece deserta a vasta capital, e pare- da.. c�m-me curioso descrever um dia da vida pari- Toda a tarde, lia divertimentos ou recepções
zlense. no verão. na alta sociedade. Vai-se á salla de esgri-Par-iz C011l0 todos aquel.les que adormecem ma, ás casas de tiro, e as damas sahem para
tarde, acorda-se tarde. A's 8 horas começao fazer visitas ou compras. Nas lojas doas lojas a abrir, os botequins, e move-se toda Louvre, Bom Marche e Printemps, á fabuloso
AVISO o concurso. Verdade é que não existem na
Europa lojas que possão rivalisar com esses
immensos caravençarás, onde se pôde com
prar tudo: bottinas, mobilia, roupa, sapatos,vestidos, albuJis, perfumaria, etc. Um homens ou uma dama poderia entrar em qualquer d'essas 10j:1s sem ter cousa alguma, e
sahir vestido, ataviado, mobilado.A's 6 horas fechão-se os Bancos, os estabe
lecimentos commerciaes, as lojas de modistase costureiras. O::; ociosos principião a passear. Os 500 botequins dos boulevards apinhão-se de gente; quasi ninguem penetra no
interior; ficão todos dê fóra, tomando fresco e
bebendo cerveja.A's 8 horas da noute ainda faz dia.O gaz e a luz electrica começão a lançar a
sua luz amarellenta ou branca; não se vai aotheatro, porque o calor seria insupportavelpara quem soffreu 20 grãos de frio no inverno.Mas os cafés-concertos, os circos, os concer
tos ao ar enchem-se. O genio inventivo d'este povo galhofeiro acha todos os annos alguma cantiga que està na moda durante 12 me
zes. N 'este anno, a cantiga da moda tem portitulo: Pst! Pst! Pst! Das 8 ás 11 horas da.nou te os psts estrondão por toda parte, e perseguem a gente até em casa. A' meia-noute,os boulevards estão mais povoados do que em
pleno dia. E'essa a hora em que se fechão os
innumeros bailes publicos e rings, onde se
resvala n'um taboado encerado e luzido como
Com O presente numero completa o
Jornal do G0IT1IT18rcio meio annode existencia. Os Illms. 81'S. que obsequiosamente tomaram assignaturaspor esse tempo, terão a bondade (casoqueirão continuar) de mandar reformal-as, afim de não haver interrupção na remessa da folha.
EXTERIOR
CORRESPONDENCIA UNIVERSALPariz, 23 de Julho de 1880.
FOLHETIM 27- Queira sentar-se, disse elle.
Dar-se-lia caso que me julguemorgulhoso sem eu saber? Eu nãosou mais rico do que a sr.> Magdaleua, e considero como minhaseguaes todas as pessoas de bem.- Se como taes considera as
que cumprem as suas promessas,respondeu ella com dignidade, a
esse nnmero pertencemos. JoãoMathias prornetteu não tocar na
herança de Anselmo, não tocará,apesar de ser uma riqueza, em
quanto o verdadeiro criminoso nãofÓI' conhecido. Pelo que me res
peita, jurei descobril-o, e, se ainda o não consegui, a culpa não éminha. O sr. capitão bem o sabe,porque ainda outro dia me disse:Coragem! confie em Deus, que a
ha de ajudar. Primeiro que tudoeram estas palavras que eu lhequeria agradecer.- E repito, confirmou cordeal
mente o ancião. Coragem! E Deusa ajudará, estou certo.
Magdalena ganhou animo. Comvoz mais firme, mas não menos
commovida:- FaUemos de Justino, prose
guiu eUa. Elle não é filho dasminhas entranhas, mas sou lima
mãe. Conheço-o como a mim outro marido, nunca! Pertençopropria. Vae partir novamente, lhe ... amo-o!e far-se-hia matar ... se levasse Ouviu-se um gemido. Eraem seu coração a magua, o deses- Justino que. não podendo expripel'o de saber que aquella a quem mil' de outro modo o reconheci
consagrou a vida pôde vir a ser mento e o amor que lhe inspiraesposa de outro homem! vam Delphina, acabava de cair-Debalde o filho se tinha esfor- lhe aos pés.
çado em interrompel-a. Com o - Hum! hum! resmoneou o
olhar e com a mão, o capitão ti- capitão enx.ugando com as costasnha manifestado o desejo de que da mão uma lagrima que lhe
Magdalena dissesse tudo. rolava para o bigode.- Meu pae, interveiu Delphina, I Magdalena tinha-se-lhe aSS8-
permitte-me que responda? nhoreado da outra mão e levava-a- Responde, auctorisou e11e; aos labioso
gosto das coisas bem claras. Espontaneamente, Justino le-A donzella ficou-se por instan- vantou-se, voltando-se' logo para
tes a meditar, com a mão na testa o velho militar. A donzella sou
e as palpebras descidas, como que bera dominar tambem a sua com-'escutando uma voz que lhe fal- moção. Olhavam um para o
lasse do fundo d'alrua. outro, submissos, silenciosos, comEm seguida, levantando os sentido á voz.
olhos com uma expressão de - Bem! concluiu o pae. Está.candura encantadora, de resolu- dito tudo. E que não se torne a
ção, de lealdade: faUar em tal... até nova 01'-
- Magdalena, disse, sei que é demouma mulher de coração, não du- - Nem eu tinha direito para o
vidará por tanto do meu. Tran- fazer. replicou Justino sorrindo.quil lise seu filho. Como vê, ainda sou tenente.
Emquanto me não fôr perrnitti- - E' verdade, verificou Jacquesdo acceitar o seu nome, conserva- Lambert. Passaram-te á direita'rei o de meu pae. Outro noivo, meu rapaz.
CHARLES DESLYS
o JURAMENTO DE MAGDALENAXII
Magdalena
Como quer porém que o recém
chegado apenas lhe tocasse tremulamente nas pontas dos dedos,offereceu-Ihe a testa.
O joven tenente mal lhe chegou com os labiosoNinguem tinha ainda pron uu
ciado uma palavra. E�te silencioera um enleio para todos.Magdalena mostrou-se.- A sr. a Magdalena! exclamou
Delphina com affectuosa admiração.
_, O pae tinha franzido o sobr'ol.ho.'"
- Desculpem, disse Magdalenaoi humildemente, se tomei a Iiber� dads de o acompanhar até aqui ..... .' Conheço que é atrevimento da
parte de uma pobre mulher ...Com um gesto de hospitaleira
urbanidade, o capitão interrompeu-a: Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
Jorn::ll do Comnlercio
um espelho ensaboado. As heroínas doMabil le,do Bul lier e de todo" esses estabelecimentosfie choreographia mais ou menos immoral,vã» coar às casas ele pasto de mais nomsa
da. Outras emfileirão-se nas avenidas, pintadas, ataviada de seda, com 80 olhos pisados, com fementidos sorrisos nos Iabiosanemicos, ú espera de algum basbaque, es
trangeiro ou provinciano, ou moço novel,nas lides da vida, que, qual outro baxá oriental, lance-lhes o lenço, symbolo de amo
res ej.herneros e venaes.
A's 2 horas da madrugada, o parisiensecançado, moido, aborrecido, como todo ente
sceptico e blasé, recolhe-se e dorme.Ahi está a vida do parizicnse no verão.
O estrangeiro, que só vê as apparencias,volta rl'aqui para:l, sua terra enchendo as
bochechas para proclamar a car rupção dePariz. A corrupção e o estrangeiro que a
fàz e sustenta. Esses ociosos aqui chegao, e,
qundo regressão, conhecem de cor e salteado o Mabille as Folies-Bergàre, os botequinsfemininos, .todos os reservatorios das fezesfrancesas. Qual d'elle3 se deu () trabalho de
penetrar no recinto elo Collegio de França e
da Sorbonna; qual d'cl.les foi a essas fahr icas do faubourg St.-Antonio? D'onde sahemessas maravilhas ar tisticas, esses incornparaveis .ar-tigos de Pariz que o mundo inteiro admira? Em qualquer si tio de divertimentos entra cem pessoas, ha 60 estrangeiros,30 provincianos e apenas 10 parizienses.
INTERIOR
Correi!5pondencia do «Jornalao Con:nnercio»
Corte 17 de Agosto ele 1880.
Continua-se a pular por cima da lei.Ha dias contratou-se sem concu rrencia
publica, como exige a lei, 13000 bonets parao exercito, acceitando o ministério da guerraa proposta dos fornecedores por ter julgado os
pl'eços vantajozos.Não e ma!Deliberou também o governo comprar mil e
tantos pares de sapatos que na Inglaterra não
tiveram extracção por g rnndes. Quando parael les que tem uns pés não serviram,quanto mais para nós brasileiros'!
Mas um par de lanchas por 520 e pechincha.Quando (j exercito brasileiro em tempo de
guerra precizar atravessar um rio não se
fará despesa alguma. 'I'ornão-se os transportesnavios ele luxo.Seria bom fazer algumas experieucias
antes de lançar os pobres soldados em terrenosmenos sol idos nas taes falu as,
�ão se contentam em maltratar os soldadose o povo, até as propr ias formigas soffrem!
O sr. Capaneua que tem privilegio paravender o formicida não quer que ninguemtire privilegio para mesmo fim.
O que faz o sr. Coral (?)?Tira privilegio não para matar mas para
destruir saúva, intitulando a sua obradestructora -saú'Cicida.Não o entende assim o Sr. Capanema, que
diz ser o inventor ou introductor do tal
sulphureto, materia prima das machinasdestructoras, no Brazil ,
D'ahi zas! la vão eUes á imprensa e
finalmente á camara onde tem-se discutidosobre formigas!Emquanto na camara trata-se de formicidas
e saúv icidas, um jovem patricio nosso
Mauricio Dangremont violinista dá concertosno Thoatro Pedro II tendo sempre a sala
replecta .... de cadeiras!!O jovem fluminense depois de ter sido
applaudido em Pariz, Londres, etc., deixandosaudosas recordações no velho mundo, voltaás plugas braz ileiras e logo no primeiro con
certo acha-se no arenoso SaharalE entretanto o talentozo brazileiro, que
conta 14 ou 15 annos de idade, sendo perguntado pelo redactor do Eiçaro acerca da sua
nacionalidade diz orgulhoso: sou brazi leiro lPobre jovem,não era por certo essa a rece
pção que esperavas!Sahio ante-hontem barra fora a canhoneira
Parnalvfba, com o fim de, simulando um
combate, arrebentar um torpedo.Emquanto os outros tratão de matar formi
gas a nossa armada trata de destrui I" homens.Caspite! este brinquedo é que não serve.
GAZETILHA
- Eu não me queixo, respondeueUe. Começarei novamente, e o
q {lEl tenho afazer.- Partes breve?- Dentro ele tres dias, capitão ...
se quizer aproveitar de uma occa
sião que se me offerece ....
- Outra vez para as colonias?- Para o Senegal.- Tão longe! não ponde deixar
de murmurar Delphina.- Ha pouco, replicou Justino,
hesitava ainda..; Agora estouresolvido ... e o meu dever.Ante esta nova prova de deli
cadeza, que ele sobra o tranquillisava, o velho soldado não poudeconservar por mais tempo a sua
affectada austeridade.Em seu rosto jà agora desannu
yeado manifestou-se uma franca
alegria.- Tenente, disse e11e, quem de
tres dias de licença paga dois,fica um. O peimeiro e o ultimo
p�rtellcem a familia, e de direito;ma:., o do meiu, contamos com elle.Virás jantar comnosco. Approvaelo, não é assim, Fifina?A filha respondeu-lhe com um
sorriso.
Justino agradeceu o convite e
ia para sahir.- Com mil bombas! exclamou
o capitão, querem ver que te vaes
embora sem me dar um abraço!Justino lançou-se-lhe nos bra
ços.Jacques Lambert, que estava na
maré das expansões, ajuntou:- Depois elo pae, a filha! Se
el la der licença... Quem callaconsente. Vamos, e aviar! Nãose façam rogados... A sr.> Ma
gdalena e eu tapamos os olhos.Em frente ... marche!
Offerecendo o braço á mulherde João Mathias, o capitão acom
panhou-a gentilmente ate a porta.
Quando esta se fechou sobre os
dois visitantes:'
- Minha mãe, minhamãe! exclamou J llstino ...nhou o meu pensamento e
me!- Aillda não, disse ella, mas
ao menos ganhamos tempo.
Procissão.- 'I'eve lugar domingotarde a procissão de' imagem de N. S. d.Lourdes com toda a pompa e extraordinaria.mante concorrida.
Fallech:nent,o.- Por telegramma re
cebido por um nosso amigo tivemos a tristnoticia de ter falleciclo no Itajahy, D. Mari.Soares da Silva, digna espoza do nosso arnigAntonio Ignacio da Silva.deixando na orphandade muitos filhinhos.Ao seu esposo os nossos sentidos pesames.Fra"ternal Beneficen"te.- Del
esta sociedade, domingo ultimo, a sua récitpertencente a este mez, levando á scena ,
comedia: Um homem político e a operetNamorados ele minha mulher.
O desempenho foi regular.Quanto as partes musicaes, forão bem des
emvolvid as.A musica é do nosso assás conhecido pro
fessor J. Brazilicio, e de muito gosto.§in.omonst.ro.- Na elevadissima tor
da cathedral de Cologne, cujas obras estã
quasi concl uidas, vai ser collocado um sinmonstro.Foi fundido com canhões francezes e pes
32,995 kilogramas.r
São necessários vinte e oito homens paratocarem.
Oh ! que padre !-Sob esta �epigraphe escrevem da Oliveira ao Arauto ele J.l1inas, de S. João d'EI-Rei :
• Em S. Antonio do Amparo, o Rev. vigario, dous dias antes da eleição, na missa con
ventual , fez uma pratica recheada de bel'nardices, entre muitas disse a seguinte:«Quem votar contra o governo está 11
inferno, pois a lei de Nosso Senhor JesusChristo exige a obediencia, o escravo nã
póde ir contra a vontade de seu senhor,povo não tem o direito de fazer opposição a
governo ainda que este seja muito ruimExcommungo desde já todos aquelles quvotarem com os conservadores, verdadeiros irmigos da Igreja, pois o seu ehefe, e o chefda maçonaria.»
.
qlleridaAdivisalvou-
te o que Justino passou em casa
elo capitão Lambert.Nenhum d03 interessados al lu
diu ao que fôra pactuado. O ladoduvidoso e sombrio do futuro p:1.recia jazer no olvido. A confiança renascia n'aqueUes coraçõesjuvenis. Tinham o amor, tinhama fé, pouco lhes importava o res
to. Era uma questão de tempo,nada mais. Que podem o tempoe a distancia contra almas tãosinceramente uniclas ri'uma esperancaê
O·capitão, já agora tranqu il lisado, dava livre curso ao affectopaternal que Justino lhe soubera
inspirar. A palavra do jovemtenente e a de Delphina eram o
mais seguro penhor eontra qualqu er attaque à honra· do yelhomilitar.
Em casa do carpinteiro dera-setambem tregoas aos cuidados, ás
recordaçõe". Magdalena era agora a mãe feliz por ver reunidos e
felizes em seu torno toclos os filho�: O pae, que entrava n'estaconta, voltara a ser o alegre e
expansivo mestre João cl'outraseras.No entretanto aproveitava Jus-
XIII
tino as horas o melhor que podia.
O extremosissimo moço tinha-sinformado do estado das finançapaternas. Na vespera da partidatendo sahido de casa logo ao rom
per d'alva, viram-n'o reapparecemuito antes do meio dia n'urcaval lo coberto de suor.- Venho de casa do meu ts
bel lião, disse e11e, do sr. Labarthe. Pode ficar socegaclo cor
respeite as suas dividas, meu paEDentro em poucos dias terá a quitação d'ellas para em seu poder.- Que estás tu a dizer, rapa;
exclamou o mestre João; olha queu ainda estou devendo metaelda somma em que importou a rE
construcção d'esta casa e
augmento da horta. Com qufundos havia eu de pagar isso?
-.:.. Ora, essa! com os de seu fllho mais velho. Ignora por vertura meu pae qne elIe administre capitalisa vae para dez annos c
rendimentos do meu modesto patl'imonio?
...
-Sei isso, Jnstino,mas, se a mE
moria me não falha, esse dinheircmeu rapaz, é a garantia da ventur2
Amigos e aUiados
AqnelIes tres dias volveramcomo por encanto, principalmell-Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
.Iornal do COnlUlercio
«Garanto-lhe a veracidade, pois ouvi de
pessoa muito capaz. »
Est.rada de ferro de Bot,a Co
"O a Angra dos Reis.-Lê-se no
Cruzeiro de 27 do mez passado:« Consta-nos que amanhã se darão come
ço aos estudos topographicos da zona queque tem ele percorrer a estrada de ferro de
Botafogo a Angra dos Reis, de que tem
privilegio o distincto engenheiro Dr. Mor
sing.A importancia dessas estradas, que se pro
jecta, resulta elos pontos qu� el la vai per?orrer e que os liga a esta corte, como sep�nCopacabana, Gavea, Jacarepaguá, Guarati
ha, Santa Cruz, Mangaratiba, Angra dosReis. e. para o futuro, uma parte importante da província de S. Paulo.Esta estrada será ele bitola ostreira e os
capitass ne11a empregados terão de auferir
-grandes vantagens. »
Calculo curioso.-Um yank4e fezcom a maior paciencia o seguinte calculo,que realmente merece ser lido:Minha mulher fal la pelo menos tres horas
por dia a razão de 30 paginas in-S? por hora,o que equivale a 90 paginas por dia e a 450
paginas- um bello volume em 5 dias, ou
ainda a 73 volumes por anuo, Agora considerem os leitores que o feiiz yankee era ca
saelo ha 30 annos, e por isso verão que a
sua mulher durante este perioelo tem fornecido material para 2,190 volumes.E' uma mulher preciosa e uma bibliotheca
original.Quanto ao calculo .. explica-o a excentri
cidade americana.
Cart,as dejogar.- Encontrm-se porvezes no commercio cartas ele jogar cujo re
verso é ele côr verde. O Dr. Wallece. experimentado chimico da cidade de Glasgow,conseguio dosar, em caela uma d'essas cartasa quantidade enorme ele 10 centigrammas eleacido arsenioso e 6 milligrammas de oxydode cobre.A cor verde é devida ao arsenio de cobre
formado.E' conveniente registrar este facto, por
que não poucas vezes se encontram jogadores que tem o costume de molhar os dedoscom saliva para melhor manejarem as car
tas.
Pbenonlenos humano@.- Lê-seno Jornal des Voyages:
« O aquarium ele Londres possue os treshomens mais notaveis deste seculo:
O gigante Chany, negociante de chá dePekin; Brustad, natural da Noruega; e
Che-mach, anão chínez o homem menor domundo.Chang é o maior gigante d'este secu
lo; tem 8 pés e 2 pollegadas, medida ingleza,falla 5 línguas. Tem este homem 33 annos e
sua circumferencia, tomada ao redor do peitoé de 60 pollegadas.Após vem Brustad, 7 pés de altura, a cir
cumferencia do peito está nas mesmas condições, tem 35 annos.
Che-mach, o anão, diz ter 24 annos; cantauma especie de elegia chineza, exprime-seÇOlll mui ta facilidade, e não tem senão 25pollegadas de altura (30 centimetros e meio)e deve ser o menor do mundo inteiro.Sir Jeffery Hudson, o anão que os leitores
de Wal ter Scott conhecem, media 3 pés e 9pollegadas. »Do sul.-Pelo paquete Rio-Negro, en
trado ante-hontern á tarde dos portos do sul,tivemos datas da província visinha até 21 docorrente.
Em Porto-Alegre appareceu á luz da publicidade um novo diário A Impr-ensa, quese dispõe a advogar a causa dos grandes interesses da patria e da humanidade, não se
apresentando com côr polrtica.Bem vindo seja, e que sua carreira ao fim
a que se destina seja veloz.
Agradecemos o n. 1 que nos foi obsequiado.Varias not.icias.- Calcula-se que
a fortuna do celebre escriptor AlexandreDumas Filho passa de 900:000$, sem contara sua collecção de objectos artisticos, quevale quasi outro tanto. Este capital é producto dos seus trabalhos Iitteraríes.Durante 0$ ultimos seis a11l10S, a represen
tação das suas obras, theatro Francez, produzia-lhe 88:000$000.
XO governo do ·Chile impõe ao Peru n�s
ajustes de paz, o pagamento de duzentos mi
lhões de contos, ficando na posse do districtode Tarapacá, até ser satisfeito. A Bol ivia
perderá os seus dereitos ao territorio de Atacama até Lôa, e este será para o futuro o limite entre Peru e o Chile. O dominioda Bolívia sobre a. costa cessará assim deflnitivamente.
Fabricam-se Allema�a pavios de vidro paralampeões, que dão os melhores resultados.O kerosene ou espirita de vinho são conduzidos mais facilmente; o cheiro é menos desa
gradavel, ha economia de combustível e menorcalor nas Iampadas de espírito de vinho. A luzé mais viva � mais tranquilla.
XO Revd. W Cowell Brown, acaba de obter
privilegio por ter inventado um meio simples e pratico de diminuir o numero de afogados.Consiste esse meio em uma preparação
chirnica que se colloca sob a dobra do conete e do paletot, cujo peso só augmenta insignificantemente, sem rnodiíicar-Ihes o aspecto. E' nos dous lados do peito e no altodas costas que se deve applicar a preparação.Na occasião em que a pessoa cahe n'agua
a roupa incha, e torna-se impossivel a submersão; a cabeça não póde desapparecer sobas ondas. A invenção acaba de ser experimentada nos banhos de Sheffiold. Jogou-sen'agua dous pedaços de paano, em cujasdobras se collocára a preparação. O panno inchou instantaneamente e formou Uma ospecie de almofada em miniatura, que boiou sobrea agua.Um dos homens do estabelecimento enver
gou depois um trajo contendo a preparação,sendo previamente submettido a um banhode chuva para provar que a intumação nãose produz pelo effeito ordinario de chuva.Comquanto esse homem ficasse comp Ietamente molhado, a roupa não mudou de proporções.Atirou-se depois n'agua, e reappareceu
quasi immediatamente à tona com o trajointumecido.
Tendo entrado em um tanque cuja aguapodia eobrir-lhe todo o corpo, não pôde chegar ao fundo e a agua não ultrapassou doqueixo; por um esforço violento puiz mer
gulhar mas voltou immediatamente ii. tonad'agua.
O inventor assegura que o seu apparelho,que é muito simples, póde suster qualquerpessoa á tona d'agua indefinidamente. E se
por ventura el la perder os sentidos, o apparelho, collocado nas costas e aos lados dopeito, formará uma especie de almofada em
que essa pessoa poderá encostar a cabeça.Bem bom,
VARIEDADE
Amelia
II
(Continuação)Havia passado o primeiro anno de uma
vida cheia de paz e felicidade. Se Pedro amava Amel ia, esta ·pagava com juros o seu
amor.
Porém, como n'este mundo não ha fel icidadecompleta, vão vêr como o destino mu
dou a sorte d'este casal.Um dia Pedro entrou para casa muito agita
do, e disse a sua mulher:- Sabes Amelia, chegou o vapor da côrte
com noticias de muita importancia.- Boas, ou mas?- Infelizmente terriveis para nos!O tyranno do Pa:raguay declarou guerra
ao Brazil ! Aprisionou um vapor nosso queconduzia o presidente Carneiro de Campospara Matto-Grosso, e já. uma quadrilha d'esses vandalosi nvadiu essa província, matando,roubando e incendiando sem piedade!- Jesus!- Sim, Amelia; os canibaes nada raspei-
tão ... até as innocentes criancinhas são arrancadas dos braços das mãis e suspensasnas pontas de bayonetas !- Meu Deus, que horror!- E' horrivel, mas é certo.Do Rio de Janeiro já embarcarão tres rail
homens de tropa de linha nos vapores Yapoce Cruzeiro do Sul, e o governo promove a
acquisição de voluntár-ios, offerecendo premios e vantagens a todos que se quizeremalistar.Amalia conhecendo o genio resoluto de
seu marido, empallideceu.- Mas eu, continuou Pedro, não quero
nenhuma recompensa, não exijo sacrificiosda nação. Sou Brazileiro, e como tal, não
posso tornar-me indifferente...A minha pátria reclama o concurso de
seus filhos e ...
Amelia suffocada em prantos tinha se lançado nos braços de Pedro sem poder proferiruma palavra.Pedro enxugou tambem a furto uma la
grima, tratou de consolar Amélia, contandoassim o que lhe havia acontecido- Passei pela rua direita, e encontrei ahi
povo apinhado. Rompi por entre uma massa
compacta de povo, cheguei ao centro de uma
reunião popular.Ahi se achavão diversas autoridades, ao
lado das quaes uma linda menina vestida debranco, com uma fita verde a tir-a-colo, e co
roada de folhas de Independencia, empunhava a nossa bandeira.Musica que tocava incessantemente o hym
no nacional: os eloquentes e patrioticos discursos que erão pronunciados; os enthusiasticos - vivas - que echoavão por todos os
lados, fizerão-me -esquecer que era marido ..só me lembrei que era Brazileiro!
N'esse momento, Amelia, o m�u enthnsias- .
mo tocou ao delirio : senti o sangue regorgitar-se nas veias e o coração palpitar pelasanta causa da pátria.Dei um passo á frente, beijei o estandarte
do Brazil, e ... alistei-me como voluntario !- Que fizeste, Pedro? !- Perdôa, minha Amelia ... fiz o lllen
dever . . . o dever de todo o Brazileiroque alimenta no coração do sacrosanto fogodo patriotismo.- Oh ! dize antes que esse foi um sonho,
dize que estás louco, porém não me mortifiques assim ...
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
Jornal do COlllluercioSML
ANNUNCIOS A FABRICA HYDRAULICAEM S. MI GU E l
- Coragem, Amalia, é forçoso confessarte [ui ° primeiro a registrar men nome no grande livro (los benemer itos da patria l
Não fui senhor de minhas acções n'essemomento ... Se souberes, minha'Amelia, o
que ó o patriotismo, se calculares a forçaque tem esse sentimento gerado no coraçãoelo homem, desculpar-me-aias, se por ventura me podasses julgar ingrato.Amolia que não podia duvirlar do amor
que lhe consagrava seu marido, apenas res
pondeu com acanhamento.(Co'ntinúa)
! 2'ht'"?$
PUBLICAÇÕES A PEDIDO
SaudaçãoAO CLUE LUZO-BRAZILEIRO DE ITAJAHY
Salve, o nova sociedadeQue vens hoje à claridade,D'Itajahy na cidade!'I'res vezes salve! eia suslDo progresso a palma alcançaUm club em q' abraça a dançaO drama, trazendo esp'rança,Nova chamma e nova luz!
O theatro é bella escola,E' do povo a grande moda!"No proscénio a vaga rolaDo prazer e da instrucção.Preza omortal a figuraAo ver em miniaturaDo universo a immensidão!A (lança, qual a poesiaE a musical melodia,E'umu vara de magiaQue pórle a pedra abalar! ..Companheira (la arte scenica,E'util, bella, hygienica,E' universal, edenica,E' dos céos, da terra e mar! ..
i\'o salão do immenso espaço,Ao bater d'egual compasso,Os gl01)0,:, ao mesmo passo,Dançam, com gesto louçãoDas virações dos rumores,Dançam as plantas, as flôres,As ondas, como os verdores,A rosa, qual o botão.
Dançam marrecos no rio,Das lyrnphas ao murmurio,Nas aguas, dança o navio,Da machina aos rudes sons,
Qual a setta fugitiva,Rapida locomotiva,Do progresso imagem viva,Dança, tambem, com wagons.
Dançam gaivotas nos ares,Dançam tremulos palmares,Danca no monte o vulcão.Sal t;t o cérebro e deliza,O sangue na veia-gyra,Dançam as cordas da lyraE as fibras elo coração!
Sal ve, o nova sociedadeQU8 vens hoje à claridade,D'Itajahy na cidadol'I'res vezes salve! eia suslDJ progresso a palma alcançaUm club om qabr-aça a dançaO dr-una, trazonda e:;p'rança,Nova chamrna e nova luz!
Dester-ro, 14 de Ag( sto de 1880.
W. B.
tem seu deposito à rua Augusta n. 27, onderecebe encommendas de qualquer quantidadede arroz precisa, para dia determinado.
Pelo etorno repouso d'alrna ele D. MariaSoares da Silva, fal lecida na cidade ele Itajahy, uma sua amiga manda celebrar uma
ruissa lia igreja elo N. S. do Parto, quintafeira 26 do corrente ás sete e meia horas da
manhã, pela que rog�l. ás almas caridosas a as
sistirern a esse acto ele religião e caridade.Desterro, 21 do Agosto de 1880,
No mesmo deposito, vende-se
FARELLO §UPI<-::RIOR
LIVROS
O abaixo assignado roga a todos os seus
freguezes que se surten do carrinho Esperança o obsequio de virem saldar seus debitos até o fim deste mez, para o mesmo
abaixo firmado poder fazer novo sortimentoao mesmo carrinho.
Desterro, 24 de Agosto de 1880.
Antonio 'I'aranto,
O negocio de madeiras elo Roberto, à rua
de João Pinto esquina ela rua da Lapa, estámuito sortido de linhotes ele todo compr imento, pernas ele serra ele 18, .20, 22, :23, e 25,palmos, taboas de costadinhos, soalho e forro;Zle peroba, cauel linha, cuxeta, caxeta propr iapara portas de dentro; pranchões, barrotesbarrotes e ripas; tijolos, telhas, e cal, de S.Francisco; tudo por preçorasoavel.
r
/.'"
T,lJp· Commercial, rua de João Pinto-iS80.
Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina
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