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CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE MESTRADO EM ODONTOLOGIA
LETICIA VARGAS FREIRE MARTINS LEMOS
EXPERIÊNCIA DE CÁRIE DENTÁRIA EM CRIANÇAS ATENDIDAS EM UM PROGRAMA DE ODONTOLOGIA PARA
BEBÊS E SUA CORRELAÇÃO COM O FATOR ASSIDUIDADE À CONSULTA ODONTOLÓGICA
Londrina- Paraná 2009
LETICIA VARGAS FREIRE MARTINS LEMOS
EXPERIÊNCIA DE CÁRIE DENTÁRIA EM CRIANÇAS ATENDIDAS EM UM PROGRAMA DE ODONTOLOGIA PARA
BEBÊS E SUA CORRELAÇÃO COM O FATOR ASSIDUIDADE À CONSULTA ODONTOLÓGICA
Dissertação apresentada à Universidade Norte do Paraná como parte integrante dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Odontologia.
Orientador: Prof. Dr Luiz Reynaldo de Figueiredo Walter
Londrina 2009
AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Dados Internacionais de catalogação-na-publicação Universidade Norte do Paraná
Biblioteca Central
Setor de Tratamento da Informação
Lemos,Letícia Vargas Freire Martins.
L576e Experiência de cárie dentária em crianças atendidas em um programa de
odontologia para bebês e sua correlação com o fator assiduidade à consulta
odontológica / Letícia Vargas Freire Martins Lemos Londrina : [s.n], 2009.
xiii; 85p.
Dissertação (Mestrado). Odontologia. Dentística Preventiva e
Restauradora. Universidade Norte do Paraná.
Orientador: Prof. Dr. Luiz Reynaldo de Figueiredo Walter
1- Odontologia - dissertação de mestrado – UNOPAR 2-
Odontopediatria 3- Cárie dentária 4- Referência e consulta 5- Epidemiologia
6- Prevenção & controle I- Walter, Luiz Reynaldo de Figueiredo, orient. II-
Universidade Norte do Paraná.
CDU 616.314-089.27/.28
LETICIA VARGAS FREIRE MARTINS LEMOS
EXPERIÊNCIA DE CÁRIE DENTÁRIA EM CRIANÇAS
ATENDIDAS EM UM PROGRAMA DE ODONTOLOGIA PARA BEBÊS E SUA CORRELAÇÃO COM O FATOR ASSIDUIDADE À
CONSULTA ODONTOLÓGICA
Dissertação apresentada à Universidade Norte do Paraná – UNOPAR, como parte integrante dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Odontologia.
COMISSÃO EXAMINADORA
Profº. Dr. Silvio Issáo Myaki Profª. Drª. Terezinha Esteves de Jesus Barata
Profº. Dr Luiz Reynaldo de Figueiredo Walter
Londrina, 08 de outubro de 2009
À DEUS, pela oportunidade de viver esse momento e realizar mais este sonho. Obrigado por cuidar de mim, SEMPRE!
À MINHA FAMÍLIA, Eduardo, Caroline e Gabriel,
pela compreensão nos momentos de dificuldades. Por todo amor, confiança e paciência.
Aos meus pais José e Sueli, pelo eterno exemplo de luta e determinação baseados no amor.
Obrigado por me ensinarem que só seria feliz se fizesse o que amasse. Eu sou feliz! Aos meus avós, irmãos, familiares queridos e amigos
que me apoiaram e vibram pelo meu sucesso. Muito obrigada!
Ofereço esta conquista, a qual sem o apoio de vocês não faria o mesmo sentido.
Ao meu orientador,
Prof. Dr. LUIZ REYNALDO DE FIGUEIREDO WALTER
Muito obrigada pela possibilidade de ver a Odontopediatria ao seu lado, pelo carinho que fortalece o sonho,
pela amizade e oportunidade de fazer parte de seus conhecimentos, e por ter sido sempre um exemplo de dedicação e amor ao trabalho clínico e
científico na Odontopediatria. Minha eterna amizade, gratidão e admiração.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Silvio Issáo Myaki, que além de grande amigo, com o qual sempre pude contar, me mostrou que lutar por um sonho é o que vale á pena. Obrigado por ser esse exemplo de pessoa e profissional. Muito obrigada pelas fundamentais considerações, sugestões e adequações neste estudo, e em todos os outros que já tive o prazer de fazer com você. À Prof. Dra. Sandra Kiss Moura, por ter me recebido, desde o meu primeiro dia em Londrina, com tanto carinho e disponibilidade. Seu exemplo de quem luta pelo que se acredita, imensa competência e sua amizade foram fundamentais para que eu chegasse até aqui,...e serão para sempre! Aos Profs. Drs. Alcides Gonini Júnior e Murilo Baena Lopes pela confiança em meu potencial, pelos conhecimentos transmitidos, pela boa vontade em ensinar e ajudar e, principalmente, pela amizade. À Prof. Dra. Terezinha de Jesus Esteves Barata e todo o corpo docente deste curso, muito obrigada pelos ensinamentos, apoio, confiança e amizade. Aos Profs. Drs. Rebeca Di Nicoló, Marcelo Fava de Moraes e João Carlos da Rocha por toda amizade, apoio e ensinamentos. Por me mostrarem a paixão pela Odontopediatria. Vocês fazem parte da minha história. Aos funcionários da Unesp que sempre me ajudaram, Regina, Betinha, Paulinho e Guilherme, meu muito obrigada! Aos meus amigos “Família Baldo”, pelo carinho dedicado aos meus filhos, nos momentos de minha ausência e apoio sempre. Aos meus colegas de curso, Carlos, Klíssia, Carol, Karina, Denise e Priscila pela convivência enriquecedora e amizade iniciada. Aos meus amigos Klíssia e Carlos, a amizade de vocês é para ser para sempre, não há outra opção. A Todos que direta ou indiretamente colaboraram para que este trabalho se realizasse.
AGRADECIMENTOS
- À Universidade Norte do Paraná, UNOPAR, representada pelo Chanceler, Sr. Marco Antônio Laffranchi e pela Reitora, Profª. Elisabeth Bueno Laffranchi; - à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, representada pelo Prof. Dr. Hélio Hiroshi Suguimoto; - ao Centro de Ciências Biológicas Saúde, representada pelo Prof. Ruy Moreira da Costa Filho; - à Coordenadoria do Curso de Odontologia, representada pelo Prof. Dr. Luiz Reynaldo de Figueiredo Walter; - a todos os funcionários da UNOPAR,
por terem contribuído na realização deste sonho e terem me proporcionado crescimento tanto científico quanto profissional.
“muito obrigada!”
“Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão,
perder com classe e vencer com ousadia, pois o triunfo pertence a quem se atreve...
E a vida é muito para ser insignificante.” (Charles Chaplin)
LEMOS, Letícia Vargas Freire Martins. Experiência de cárie dentária em crianças atendidas em um programa de odontologia para bebês e sua correlação com o fator assiduidade à consulta odontológica. 2009. 85p. Dissertação (Mestrado em Odontologia) Universidade Norte do Paraná, Londrina.
RESUMO
Este estudo objetivou analisar e comparar a experiência de cárie dentária de
300 crianças brasileiras, com 0/ a 48 meses de idade, participantes e não
participantes do programa de atenção precoce ”Odontologia para Bebês”,
desenvolvido na Bebê Clínica de Jacareí- SP/ Brasil e correlacionar a
assiduidade à consulta odontológica com a experiência de cárie dos sujeitos
participantes desse programa. Todas as crianças selecionadas (N=300) foram
divididas aleatoriamente em 2 grupos: G1 “Bebês não participantes do
Programa” (n=100)(controle) e G2 “Bebês do Programa”(n=200) (experimental).
Cada grupo foi dividido em dois subgrupos, para análise segundo a faixa etária:
G1 e G2 crianças de 0/ a 24 meses de idade e, G1 e G2 crianças de 25 a 48
meses. Para todos os sujeitos dessa pesquisa foram oferecidas orientações
sobre higiene bucal e dieta, seguidas de profilaxia dentária e aplicação tópica
de gel de fluoreto de sódio neutro a 2% em cadeira odontológica, sob
iluminação artificial. Para a coleta dos dados, o exame clínico foi realizado pelo
método táctil e visual, por um único operador calibrado. Os dados coletados do
G2 foram analisados, relacionando a variação da prevalência de cárie dentária
(P) e do índice ceod (C) com a influência do fator assiduidade. Os dados foram
tabulados e analisados estatisticamente pelos testes “t de Student pareado”,
“Mann-Whitney” e “Qui-Quadrado”, com nível de significância de 5%. Houve
diferença estatística para a prevalência e o ceod (P=0,0001), sendo os maiores
valores observados para G1(P=0,0001). Os valores foram: PG1 (73%), PG2
(22%), CG1 (3,45±3,84), CG2 (0,66±1,57). A assiduidade foi significante em G2
(P= 0,0001). Os valores observados foram: P Assíduos (2%), P Não Assíduos
(42%), C Assíduos (0,04±0,31), C Não Assíduos (1,29 ± 2,01). Concluiu-se que
participar do programa interferiu positivamente na saúde bucal dos bebês. Para
as crianças participantes do programa, a assiduidade foi essencial para a
saúde bucal.
Palavras-chave: Odontopediatria. Cárie dentária. Epidemiologia. Referência e
Consulta. Prevenção & Controle.
LEMOS, Letícia Vargas Freire Martins. Experience of dental caries in
children attended in an oral health program for babies and its correlation
between assiduity factor and dental visit. 2009. 85p. Dissertação (Mestrado
em Odontologia), Universidade Norte do Paraná, Londrina, Brazil.
ABSTRACT
This study aimed to analyze and compare the experience of dental caries in 300
Brazilian children aged 0 to 48 months, participants and non-participants of a
preventive program „Odontology for Babies‟, at „Bebê Clínica‟ in Jacareí(SP),
Brazil and its correlation with assiduity of dental visit and the experience of
dental caries in children participants of the program. All the children (N=300)
were randomly selected and divided in 2 groups: G1 „Non participant children of
the Program‟ (n=100) and G2 „Participant Children of the Program‟ (n=200).
Each group was subdivided in two: G1 and G2, children between 0/ and 24
months, and G1 and G2, 25 to 48 months. Orientation to oral hygiene and diet
were given, followed by dental prophylaxis and topical application of 2% neutral
sodium fluoride gel. The clinical examination was carried out by a single
calibrated examiner with the criteria of tactile and visual with blunt probe and
mouth mirror. The collected data of G2 were analyzed, relating the the
prevalence of dental caries (P) and dmft index variation (C) with the influence of
assiduity factor in each subgroup. The data were analyzed using „paired t-test‟,
„Mann-Whitney‟ and ‟Chi-Squared‟ tests. The prevalence and dmft were
statistically significant (P=0.0001) with the greatest values observed in G1
(P=0.0001). The values were: PG1 (73%), PG2 (22%), CG1 (3.45±3.84), CG2
(0.66±1.57). Assiduity was significant in G2 (P= 0.0001). The values observed
were: P Assiduous (2%), P Non assiduous (42%), C Assiduous (0.04±0.31), C
Non assiduous (1.29 ± 2.01). It was concluded that the participation in the
program influenced positively in babies‟ oral health. For the participant children
of the program, assiduity was essential for oral health.
Key-words: Pediatric dentistry. Dental caries. Epidemiology. Referral and
consultation. Prevention & Control.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO............................................................................. 12
2. PROPOSIÇÃO............................................................................. 19
3. ARTIGO....................................................................................... 20
4. REFERÊNCIAS......................................................................... 36
APÊNDICES.............................................................................. 41
ANEXOS.................................................................................... 80
Introdução 12
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
1. INTRODUÇÃO
A cárie dentária é uma doença crônica infecciosa multifatorial que afeta
as estruturas mineralizadas dos dentes, tendo desenvolvimento contínuo e que
pode progredir até que haja a destruição coronária (FEJERSKOV;
THYLSTRUP, 2001). Esta, ainda é a doença crônica mais frequente em
crianças no mundo (MILNES, 1996; MOURADIAN, 2001), embora sua
prevalência tenha mostrado um declínio geral nas últimas décadas
(MARCENES; BÖNECKER, 2000).
Apesar do fato da cárie dentária poder ser prevenida ou passível de
controle, e as medidas sejam relativamente simples, verifica-se que os
objetivos de uma melhor saúde bucal em nível populacional, nem sempre são
alcançados (WALTER et al, 1996). Isso porque a prevalência e a incidência
dessas patologias vêm associadas a condições sociais, econômicas, políticas e
educacionais, e não apenas como resultado de interações biológicas no
biofilme dental (FEJERSKOV; KIDD, 2007).
Segundo estudo de Walter e Nakama, em 1994, o grande pico da
prevalência da cárie dentária, na 1ª infância, ocorre entre o 13º e 24º mês de
vida da criança. Logo, a idade ideal para se iniciar a atenção odontológica e
prevenir a cárie precoce da infância é anterior aos 12 meses, segundo os
autores.
Entretanto o tratamento restaurador de forma isolada, não é suficiente, já
que a cárie é determinada pela interação da tríade fatorial composta pelo
hospedeiro susceptível, a microbiota e a dieta (KEYES,1972), associados ao
fator tempo (NEWBRUN, 1988).
A cárie precoce da infância é considerada qualquer forma de cárie
dentária em bebês e crianças pré-escolares (REISINE; DOUGLASS,1998), na
qual existe associação com alimentação ao dormir, consumo de açúcar e
higiene deficiente (MORAES et al.,2005). Sendo o risco de adquirí-la um
processo dinâmico (AAPD, 2008-2009), é necessário, em cada consulta, a
determinação do mesmo (KRASSE, 1988; MOURADIAN et al., 2007).
Definindo-se o risco individual de cada paciente, é possível intervir no processo
Introdução 13
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
carioso antes que as lesões apareçam ou mesmo quando elas estiverem
presentes, permitindo a paralisação e reversão do quadro em sua fase inicial
de manifestação.
Deste modo, fica evidente que a existência de um programa de atenção
odontológica precoce é imprescindível para a prevenção da cárie dentária.
Há no Brasil, desde 1929 (Pereira, D.B. 1929 apud Walter et al.,1996),
relatos na literatura de ações educativas isoladas, à respeito de saúde bucal,
focadas na primeira infância que já preconizavam a higiene bucal em bebês,
antes mesmo da erupção dos primeiros dentes e orientavam para que as
crianças não dormissem, sem antes, executar a higiene bucal. “Nunca dormir
de boca suja”.
Programas educativos de atenção odontológica precoce começaram a
ser desenvolvidos na Inglaterra (1977), Japão (1982), EUA (1984) e Suécia
(1985). Estes programas consistiam, basicamente, na educação aos pais, por
meio de orientações quanto aos cuidados em relação à saúde bucal das
crianças, no primeiro ano de vida. No entanto, o atendimento odontológico
precoce do bebê não era realizado (FIGUEIREDO et al., 1998).
Toledo em 1980, verificou que em crianças de Araraquara (SP) aos 3
anos de idade, apresentavam 33% dos molares decíduos já estavam cariados.
Já em 1992, Walter e Nakama relataram que 26,5% dos dentes de 2264
crianças de 0 a 36 meses de idade, de Londrina (PR), apresentavam cárie
dentária.
No ano seguinte, Morita et al.(1993), também, pesquisaram a
prevalência de cárie dentária entre crianças da mesma faixa etária. Coletaram
dados de 1.974 crianças que participaram do programa de prevenção
odontológica da Bebê Clínica da Universidade Estadual de Londrina entre os
anos de 1985 e1990. Os dados revelaram que aos 12 meses de idade, cerca
de 90,0% das crianças examinadas eram livres das lesões de cárie. No
entanto, aos 36 meses de idade, 50,0% das crianças possuíam lesões de cárie
dentária clinicamente visível. No total, por volta de 24,3% destas crianças
estavam afetadas por lesões de cárie.
Introdução 14
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
Em 1994, Tomita et al., fizeram uma avaliação da história da cárie
dentária em 699 crianças de creches de São Paulo e Bauru, com idade entre 0
e 6 anos, e aplicaram um questionário à 251 pais destas crianças. A amostra
foi dividida em 2 faixas etárias. Não foram observadas diferenças estatísticas
entre os sexos, no entanto, as crianças de São Paulo (SP), na faixa etária
maior, onde as creches possuíam cuidados rotineiros de saúde, apresentaram
menor índice ceo-s (2,02) quando comparados com crianças de
Bauru(SP)(5,49), onde não havia um cuidado sistemático de saúde. A
avaliação conjunta das variáveis sociais sugeriram que a idade e frequência de
consultas odontológicas foram fatores com influência estatisticamente
significante sobre a prevalência de cárie dentária na amostra deste estudo.
Freire et al. (1996) pesquisaram a influência do padrão sócio-econômico
na prevalência de cárie dentária em pré-escolares da cidade de Goiânia
(Goiás). A população estudada foi de 2267 crianças, na faixa etária entre 0 e 6
anos, freqüentadoras de creches públicas e particulares. Os resultados
demonstraram a precocidade do início da manifestação da cárie, sendo que até
1 ano de idade, 96,4% das crianças permaneceram livres de cárie. No entanto
aos 2 anos, 87,3%, aos 3 anos 69,9%, aos 4 anos 49,5%, aos 5 anos 36,1% e
aos 6 anos 29,4% apresentavam lesões cariosas. Portanto, a prevalência de
cárie aumentou com a idade e existiu uma correlação altamente significante
com o padrão sócio-econômico, sendo que a prevalência de cárie nas crianças
de escolas públicas foi maior do que nas de escolas particulares.
Ainda no ano de 1996, Mattos-Graner et al. examinaram 322 crianças,
de creches municipais de Piracicaba (SP), entre 6 e 36 meses de idade e
encontraram 65,2% livres de lesões de cárie.
Bönecker (2009) encontrou um índice de dentes decíduos cariados, com
extração indicada e obturados (ceod) médio variando entre 0,16 e 3,78, sem
diferença estatística entre os sexos, na mesma faixa etária anteriormente
citada (0 a 36 meses), em Diadema (SP).
Na faixa etária de indivíduos até 3 anos de idade, estudos
epidemiológicos em diferentes regiões, revelam uma alta prevalência da cárie
Introdução 15
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
dentária de 0 a 36 meses de idade (BARROS et al., 2001; HABIBIAN et al.,
2001; WYNE et al., 2001).
Deste modo, a prevenção executada em odontologia para bebês deve
ter como objetivo, não só evitar a instalação da doença cárie, mas também
disponibilizar manobras que devem ser realizadas para evitar conseqüências
danosas quando esta já estiver instalada, limitando o dano (MORINUSHI et al.,
1982). Entretanto, ainda que todas as medidas preventivas sejam adotadas
como rotina na clínica, a cárie dentária que ocorre precocemente ainda é um
problema comum na dentição decídua (FRAIZ; WALTER, 2001).
Fraiz e Walter (2001) avaliaram 200 crianças, de 24 a 48 meses de
idade, que participavam de um programa preventivo de odontologia para
bebês, há pelo menos 12 meses. Este estudo, que considerou mancha branca
como experiência de cárie, teve a prevalência de cárie dentária e os fatores
relacionados à ela como objetivo, bem como as orientações e o
acompanhamento destas crianças no programa. A população estudada
apresentou uma baixa prevalência de cárie dentária, com lesões leves. Os
resultados mostraram que esse programa interferiu positivamente na saúde
bucal dessas crianças.
Segundo o levantamento epidemiológico realizado pelo Ministério da
Saúde (2004), quase 27% das crianças com idade variando entre 18 a 36
meses de idade já possui pelo menos um dente decíduo cariado, sendo o
componente cariado responsável por 90% desse índice. Aos 5 anos de idade
aproximadamente 60% das crianças apresentam lesões cariosas e o
componente cariado representa 80% do índice ceod.
Segundo Walter et al.(1996), o início da Odontologia para Bebês no
Brasil, data dos primórdios dos anos 80. Para estes autores, o conceito de
atenção odontológica aos bebês não é novo, no entanto, sua prática sim.
Este, somente, iniciou-se no Brasil, com o surgimento da Bebê Clínica
da Universidade Estadual de Londrina, em 1985, e inaugurada em março de
1986, em Londrina (PR), onde, além da ação educativa direcionada aos pais,
eram realizadas medidas preventivas e curativas em crianças de 0 a 3 anos de
idade.
Introdução 16
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
Outros estudos, nessa mesma faixa etária, mostraram que quando
beneficiada por programas preventivos, principalmente, quando a atenção
odontológica ocorre durante a gestação e nos primeiros meses de vida,
apresenta uma significativa diminuição dos índices da cárie dentária e um alto
perfil de saúde bucal (GARBELINI et al., 1991; BORGES; TOLEDO, 1999;
GOMEZ; WEBER, 2001; COSTA, 2002; NURKO et al., 2003; PEREIRA;
FREIRE, 2004; WEINSTEIN et al., 2006; KUHN; WAMBIER, 2007).
Kuhn e Wambier (2007) avaliaram a influência a de um programa
educativo/preventivo na promoção da saúde bucal de 122 bebês, na faixa
etária de 1 a 36 meses e suas respectivas mães. Após 15 meses de
acompanhamento, compararam esse grupo com a população não participante
do programa. Constataram que houve uma redução dos hábitos inadequados,
como por exemplo, a redução de 33% na amamentação noturna, e, adoção de
hábitos saudáveis, como o aumento de 20,9% na higiene bucal. Os autores
concluíram que o programa educativo/preventivo contribuiu para uma menor
incidência de cárie dentária.
Um estudo realizado por Freire et al., em 2009, mostrou que o acesso à
assistência odontológica reduziu parcialmente as necessidades de tratamento
das crianças. Porém, não proporcionou melhoras significantes na prevalência
da doença, nem nos demais componentes do ceos. Os autores sugeriram,
baseados em seus resultados, que o papel do componente educativo do
programa em questão foi insuficiente para promover mudanças efetivas na
condição de cárie das crianças. Concluíram, portanto, que as atividades
educativas foram restritas. Demonstra-se assim a necessidade de um
programa desenvolvido de maneira contínua e a longo prazo, para proporcionar
efetivo aprendizado e possíveis mudanças de comportamento das crianças em
relação aos seus hábitos caseiros que levariam à saúde bucal, incluindo um
componente educacional dirigido para a família.
Baseado nestes exemplos, instalou-se no Brasil e no mundo, muitos
outros programas de atenção precoce, como a Bebê Clínica de Jacareí (SP),
que iniciou seu trabalho em 1996. Desde então, esse serviço executa um
trabalho enfocando a promoção de saúde. Por isso, uma das suas
Introdução 17
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
características é iniciar o atendimento odontológico antes da possibilidade do
aparecimento da doença cárie, preferencialmente ainda no primeiro ano de
vida, sendo dada uma tolerância de até os 18 meses de idade – época da
erupção do primeiro molar decíduo – para ingresso ao programa de prevenção.
Este atendimento é centrado, principalmente, na educação do núcleo familiar
(pais, avós, babás, dentre outros), para a realização de manobras preventivas
no âmbito caseiro, tais como higiene bucal, controle da amamentação ao
dormir após os seis meses e orientação quanto ao consumo racional da
sacarose.
A Bebê Clínica de Jacareí (SP) é organizada inicialmente com o intuito
de orientar a população a procurar a assistência odontológica no primeiro ano
de vida. Além disso, procura-se educar os pais e a família, por meio de
palestras e consultas individuais, para motivá-los em relação à adoção de
medidas preventivas e à realização de tratamento preventivo clínico e caseiro.
Há também a execução de tratamento curativo sempre que necessário e a
disponibilização de atendimento emergencial curativo quando indicado. Um
grande obstáculo para o sucesso da odontologia para bebês, além da
necessidade da conquista da própria família e do bebê, é a adesão ao
programa.
Por isto, a assiduidade às consultas deveria ser um fator fundamental
para a melhora nos níveis de saúde bucal das crianças pois, nos retornos a
cada consulta (rechamadas), são reforçados os conceitos de prevenção, os
hábitos caseiros de higiene e dieta, e são realizadas a profilaxia clínica e a
aplicação tópica de flúor, de acordo com a necessidade de cada paciente
(MOURADIAN et al.,2007) .
Artigas em 2006, constatou que a adesão ao programa
preventivo/educativo, se torna fator determinante ao sucesso do objetivo de
reduzir o biofilme dental através da conscientização dos pais. Entretanto, o
autor ressalta que essa adesão tem interferência de outros fatores como o grau
de satisfação, motivação e obtenção dos resultados esperados pelos
indivíduos. No entanto, para que se tenha efetividade dos objetivos de
Introdução 18
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
promoção de saúde e prevenção de doenças bucais é primordial a assiduidade
às consultas.
Dentre os fatores que contribuem para a saúde bucal, a assiduidade às
consultas é um fator fundamental para a melhora nos níveis de saúde bucal
das crianças, mesmo em situações em que possam ocorrer falhas na
motivação, nos retornos de cada consulta (rechamadas), são reforçados os
conceitos de prevenção, os hábitos caseiros de higiene e dieta, e são
realizadas a profilaxia clínica e a aplicação tópica de flúor, de acordo com a
necessidade de cada paciente (LEMOS et al., 2008).
Após 13 anos de implantação da Bebê Clínica de Jacareí, foi executado,
por Lemos et al., em 2008, um estudo preliminar que mostrou uma importante
redução da cárie dentária em indivíduos participantes do programa preventivo
“Odontologia para Bebês”. Logo, justifica-se a realização de um estudo amplo,
da experiência de cárie dentária, que avalie e compare o nível de saúde bucal
de indivíduos que participam do programa, com aqueles da mesma faixa etária
(0 a 48 meses de idade), que não estão incluídos no mesmo, além de, verificar
se o fator assiduidade tem correlação com a redução do índice de cárie
dentária em crianças que recebem está atenção odontológica precoce.
Portanto, este estudo torna-se relevante para o conhecimento da
realidade da saúde bucal, na primeira infância, da população em questão e sua
relação com o fator assiduidade à consulta odontológica.
Proposição
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
19
2. PROPOSIÇÃO
2.1 Objetivo Geral
Analisar e comparar a experiência de cárie dentária, por meio da
prevalência e dos índices ceod e ceod modificado (incluindo lesões de
manchas brancas ativas), na faixa etária de 0 a 48 meses, em dois
grupos distintos, com e sem atenção odontológica precoce e
correlacionar a assiduidade à consulta odontológica com a experiência
de cárie dos sujeitos com atenção odontológica precoce.
2.2 Objetivos Específicos
Analisar a prevalência de cárie dentária na população com e sem
atenção odontológica precoce, na faixa etária de 0 a 48 meses.
Analisar a influência do fator assiduidade sobre a prevalência de cárie
dentária na população com atenção odontológica precoce, na faixa
etária de 0 a 48 meses.
Analisar os índices ceod e ceod modificado (com inclusão de manchas
brancas ativas) e fazer comparações entre os resultados.
Artigo
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
20
3. ARTIGO
„Dentistry for babies:
Caries experience x assiduity in clinical care.‟
Letícia Vargas Freire Martins LEMOSI
Terezinha Esteves de Jesus BARATAII
Silvio Issáo MYAKIIII
Luiz Reynaldo de Figueiredo WALTERIV
IDDS, MSc - Master's degree in Dentistry, with emphasis on Preventive and
Restorative Dentistry, University North of Paraná, Londrina, PR, Brazil. Member of the
Center of Studies and Research in Pediatric Dentistry - São Paulo State University,
São José dos Campos, SP, Brazil.
IIDDS, MSc, PhD, Associate Professor - Department of Preventive and Restorative
Dentistry, University North of Paraná, Londrina, PR, Brazil.
IIIDDS, MSc, PhD, Associate Professor - Department of Pediatric Dentistry, São Paulo
State University, São Jose dos Campos, SP, Brazil.
IVDDS, MSc, PhD, Professor - Department of Preventive and Restorative Dentistry,
University North of Paraná, Londrina, PR, Brazil.
Corresponding author:
Leticia Vargas Freire Martins Lemos
Maria José Guido Bogliato Freire St., 129 - CEP 12244-440 – São José dos Campos -
São Paulo, Brazil. Phone number: +55 12 39492070.
e-mail: letvargas@uol.com.br
Artigo
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
21
„Dentistry for babies:
caries experience x assiduity in clinical care.‟
ABSTRACT
This study aimed to analyze and compare the experience of dental caries in 300
Brazilian children aged 0 to 48 months, participants and non-participants of a
preventive program „Dentistry for babies‟, in Jacareí (SP), Brazil and its correlation with
assiduity of dental visit and the experience of dental caries in children participants of
the program. Three hundred children between 0 and 48 months of age were evaluated.
The sample was randomly selected and divided in 2 groups: G1 „Non participant
children of the Program‟ (n=100) and G2 „Participant Children of the Program‟ (n=200).
Each group was subdivided in two, for analysis according to group age: G1 and G2,
children between 0/ and 24 months, and G1 and G2, 25 to 48 months. The collected
data of G2 were analyzed, relating the variation of dmft index (C) and dental carie
prevalence (P) with the influence of assiduity factor in each subgroup. To collect data,
the clinical examination was carried out with tactile and visual criteria by a single
calibrated examiner. The data were statically analyzed using „paired t-test‟, „Mann-
Whitney‟ and ‟Chi-Squared‟ tests, with 5% significant level. The prevalence and dmft
were statistically significant (P=0.0001) with the greatest values observed in G1
(P=0.0001). The values were: PG1 (73%), PG2 (22%), CG1 (3.45±3.84), CG2
(0.66±1.57). Assiduity was significant in G2 (P= 0.0001). The values observed were: P
Assiduous (2%), P Non assiduous (42%), C Assiduous (0.04±0.31), C Non assiduous
(1.29 ± 2.01). It was concluded that the participation in the program had a positive
influence on babies‟ oral health. The total assiduity to the program has the lowest rates
and prevalence of dental caries. It is revealed that assiduity is essential for oral health.
Key words:
Pediatric dentistry. Dental caries. Epidemiology. Referral and consultation. Prevention
& Control.
Artigo
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
22
INTRODUCTION
Early childhood caries is considered any form of dental caries in babies and
pre-school children25 in which there is an association with feeding before sleeping,
sugar intake and deficient hygiene18. As the risk to acquire caries is a dynamic
process1, it is necessary to revaluate it in every dental visit22.
According to Walter and Nakama28 studies in 1994, the big peak of dental caries
prevalence in early childhood occurs between 13th and 24th month of the child‟s life.
Therefore, the ideal age to start dental care and prevent early childhood caries is
before the 12th month in order to intervene before the caries process and even if they
are presented, allowing the interruption and reversion of the process to its initial phase
of disclosure.
The inclusion of the initial stages of caries in epidemiological surveys is
important because of the possibility of lesion reversal, its identification is socially
relevant, as it gives the opportunity of early intervention9.
Thus, it is clear that an early dental care program is essential for the prevention
of dental caries21.
Prevention carried out in babies shall aim, not only to avoid the caries disease
but also to present measures that should be carried out to avoid damaged
consequences when the caries is yet installed, limiting the damage27. However, even if
all preventive measures are used as a routine in the clinic, the dental caries which
occurs early is still a common problem in primary teeth11.
The Ministry of Health disclosed information about the prevalence of dental
caries in Brazil5 (SB Brasil 2003), and the ages studied for primary teeth were from zero
to 36 months and at 5 years of age. Almost 27 % children aged 18 to 36 months have
already at least one primary carious teeth. At the age of 5, the rate of children with
carious teeth reaches almost 60%.
Bönecker4 (2009) found a decayed-missing-filled index ranging means between
0.16 and 3.78, without statistical difference between genders, in children younger than
5 years, in Diadema, SP, Brazil.
Fraiz and Walter11 (2001) evaluated in randomized study, 200 children, aged 24
to 28 month, who participated in a preventive oral health program for babies for at least
12 months. The aim of this study, which considered white spot as caries experience,
was the prevalence of dental caries and the factors related to it, as well as orientation
and follow up of these children in the program. The population studied presented low
Artigo
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
23
prevalence of dental caries. The results showed that this program influenced positively
on oral health of these children.
Aiming at diminishing early childhood caries index and the consequent damage
caused by the caries, it was created in 1996 at Municipal City Hall of Jacareí, SP,
Brazil, an oral health program tailored to babies, which was named „Baby Clinic‟
[Clínica Bebê].
„Baby Clinic‟ carries out a work which focuses on health promotion. Initially it is
organized in order to educate the population to look for oral health assistance in the
first year of the baby‟s life. Later, parents and family are invited to attend speeches and
individual dental visit to motivate them to adopt the preventive measures and to carry
out the preventive treatment in the clinic and at home. A great obstacle to the success
of oral health program for babies, besides the need to conquer the family itself and the
baby is the compliance with the program24.
The compliance with the preventive/educational program becomes a
determinant factor for the success in reducing dental biofilm through parents‟
awareness. However, this compliance is related to other factors such as level of
satisfaction, motivation and results expected by the individuals27. Nevertheless, in order
to obtain effectiveness from the aims of health promotion and prevention of oral health
diseases, it is essential that there is assiduity in the dental visits15.
After 13 years of implementation of Baby Clinic in Jacareí (SP), a study carried
out by Lemos et al.15 (2008), showed an important decrease in dental caries in children
participant of the preventive program “Dentistry for Babies”.
Based on the facts reported, the hypothesis of the present study is that
participation in the preventive program „Dentistry for babies‟ interferes positively on
children oral health, aged 0 to 48 months, and assiduity factor to dental visit interferes
positively on oral health of the participants of this program.
MATERIALS AND METHODS
It is a cross-sectional observational study carried out at a public health system
in the city of Jacareí (SP), Brazil, approved by the Ethics in Research Committee of
Faculty of Dentistry of São José dos Campos – UNESP (Protocol no.088/2007 –
PH/CEP). This town has a Baby Clinic that is a reference to dental care to children
aged 0 to 48 months.
Three hundred Brazilian children3, age group between 0 and 48 months,
participated in the study regardless of gender, ethnicity and were apparently in good
Artigo
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
24
health. They were randomly divided in two groups, G1, named „Non-participants babies
of the program‟ (n=100), children that have never participated in preventive oral health
program and G2, „Babies of the program‟ (n=200), children who receive early oral
health care in an preventive program for babies. Both groups (G1 and G2) were divided
in two age groups between 0 and 24 months and between 25 and 48 months (figure 1).
To analyze the influence of assiduity factor in dental caries prevalence and
dmft index and modified dmft inside Oral Health Program for Babies , a planning was
done specially for babies non assiduous to the program, age group between 0 and 48
months (G2 non assiduous , n= 100) (table 3). This group was subdivided in 3 based
on the number of absences to recalls, that is, assiduity factor of each one, originated
groups A, B and C (figure 1).
Figure 1 – Flowchart of methodological sequence used for group division.
Children of group G2 received in all routine dental visits of the program:
orientation on oral hygiene and education about feeding habits, professional cleaning
with pumice cup and topical application of 2% neutral sodium fluoride, as needed by
the patient24. Parent‟s consent was obtained prior to each survey.
Artigo
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
25
The eligibility criteria for this study were: inclusion → for G1 and G2,age group
from 0 to 48 months, with no distinction of gender or ethnicity, for G1, those who have
never participated in any oral health program and for G2, those who have participated
in the program for at least 3 months and have, in the least, the maxilary and
mandibular central incisors presented in the oral cavity. And exclusion criteria → for
G1 and G2 were age group from 0 to 48 months who have systemic diseases,
syndromes which can lead the patient to have stain in dental enamel.
The eligible children were randomly selected (randomized) using a random
method (face-crown).
Evaluations were carried out by a single trained and calibrated operator
(k=0.98) and clinical examination carried out by visual and tactile method with the aid
of blunt probe and dental mirror. Children aged up to 24 months were examined on
„MACRI‟ (a special stretcher for children)27. While children aged from 25 to 48 months
were examined on the dental chair. All the exams were carried out with the aid of
artificial light (reflector).
Once it was detected the need for curative treatment in all the children of the
sample, the treatment was carried out in the Baby Clinic or in the Basic Unities of
Health of the city of Jacareí (SP).
The experience of dental caries evaluated in this study through prevalence and
dmft and modified dmft were statistically compared through „paired t-test‟, „Mann-
Whitney‟ and ‟ Chi-Squared‟ using a statistic program „Bioestatic 5.0, version 2008‟,
at 5% significance level .
For the analysis of paired and correlated samples, like dmft index and modified
dmft index inside the same group, it was applied „paired t-test‟. For independent
samples, it was used „Mann-Whitney‟ for dmft index and modified dmft index of
different groups and ‟ Chi-Squared‟ for prevalence analysis.
RESULTS
There was statistical difference for the prevalence of dental caries in the
population with and without early dental care for age group between 0 and 48 months
(P<0.0001<0.05) (table 1). Both groups compared, G1 and G2, present statistical
difference, and in both cases, the greatest values observed were for G1 (dmft G1 (3.45
+ 3.84) and dmft G2 (0.66 +1.57)). It was also found difference between dmft index
and modified dmft, inside each group, according to paired t-parametric statistical test
(G1 - P<0.0001; G2 - P<0.0001).
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______Letícia Vargas F. Martins Lemos
26
Table 1 – Data referent to dental caries prevalence and to dmft index and modified
dmft in all groups.
Groups
No.of
individual (n)
Dental caries
prevalence *
(%)
Dmft index
(average)
Modified dmft
index
(average)
G1 100 73.00 3.45 6.53
G1 (0 to 24m) 58 60.24 1.65 4.31
G1 (25 to 48m) 42 90.67 5.92 9.59
G2 200 22.00 0.66 2.01
G2 (0 to 24m) 97 11.34 0.32 1.25
G2 (25 to 48m) 103 32.03 0.98 2.72
* Chi-Squared test (P<0.05)
The data obtained were firstly related to the presence or not of dental caries
(caries prevalence and dmft index) and the presence or not of dental caries added to
the white spots which correspond to caries activities (modified dmft) and, later
correlated between them, comparing the results obtained in G1 and G2. In Group G2
assiduity factor was considered as Assiduous G2 (Babies assiduous to the program: no
absence during the program); G2 Non Assiduous – Group A (Non-assiduous Babies: 1
or 2 absences); G2 Non Assiduous - Group B (3 to 5 absences) and G2 Non
Assiduous - Group C (more than 6 absences during the program) (table 2).
Assiduity was significant for G2 group (P<0.0001). Values observed were :
caries prevalence of Assiduous G2 (2%), caries prevalence of Non Assiduous G2
(42%), dmft index of Assiduous G2 ( 0.04 +0.31), dmft index of Non Assiduous G2
(1.29 + 2.01)( (table 2, graphic 1).
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27
Table 2 - Data referent to dental caries prevalence and dmft index and modified dmft in
G2 group.
Groups
No.of
individual (n)
Dental caries
prevalence
(%)
Dmft index
(average)
Modified dmft
index
(average)
G2 Assiduous 100 2.00 0.04 0.14
G2 Assiduous(0 to 24m) 56 1.78 0.05 0.17
G2 Assiduous(25 to 48m) 44 2.27 0.02 0.09
G2 Non Assiduous 100 42.00 1.29 3.89
G2 Non Assiduous
(0 to 24 m) 41 24.39 0.70 2.73
G2 Non Assiduous
(25 to 48 m) 59 54.23 1.76 4.69
Data obtained in the present study confirmed the null hypothesis that
assiduity factor to dental visit influenced positively on oral health of individuals who
participate in the preventive program “Dentistry for Babies”, of the Municipal City Hall of
Jacareí, SP (graghic 1).
Graphic 1 - Dental caries prevalence and dmft index and modified dmft of G2, age
group between 0 and 48 months.
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28
To analyze the influence of assiduity factor in dental caries prevalence and dmft
index and modified dmft, a planning was done specially for babies non assiduous to the
program, age group between 0 and 48 months ( G2 non assiduous , n= 100) (table 3).
This group was subdivided in 3 based on the number of absences to recalls, that is,
assiduity factor of each one, originated groups A, B and C.
Table 3- Data related to assiduity factor in the groups of participant babies of assiduous
program (G2 Assiduous, n=100) and non assiduous (G2 non assiduous, n= 100) and
its relation with dmf-t index and modified dmft to dental caries prevalence.
Assiduity
factor
(nº absences)
Dmft
index
Modified
dmft index
Dental caries
prevalence
(%)
Assiduous
Non assiduous
0 0.04 0.14 2.00
Group A 1 to 2 0.30 2.06 16.27
Group B 3 to 5 5.15 1.89 56.52
Group C 6 or more 5.72 2.72 81.81
Table 3 shows the increasing prevalence of dental caries in relation to
assiduity factor (there is an inverse relation as for >frequency<prevalence; and a direct
relation as for >no. of absences>prevalence).
DISCUSSION
In order to analyze, compare and discuss the findings of this study, it was chosen
initially, to analyze dental caries prevalence. The population non participant of the
program, G1, and the participant of the program, G2, that correspond to ages 0 to 48
months were subdivided in two according to age group. The first group is 0 to 24
months and the second 25 to 48 months. This division considered the time when
primary teeth appeared since there is a direct relation between child‟s age and the
teeth exposition to cariogenic challenges27. Besides the fact that the initial acquisition
of Streptococcus mutans occurred at a very defined age group (between 19 and 31
months) nominated „window of infectivity‟8. However it is known recently that the
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______Letícia Vargas F. Martins Lemos
29
vertical contamination (mother-child) and horizontal contamination (day care) start
earlier, at the baby‟s first year of life, presenting defined colony and suggesting that
the period of occurrence of this „window‟ may occur earlier in some children12,17. The
presence of Streptococcus mutans in children aged six month is related to habits of
finger sucking, salivary contact, sharing of utensils such as nipples and spoons, and for
having their food tasted and/or cooled (blowing it) previously by an adult29. After 13
months of life, children may be already contaminated according to habits and level of
cariogenic contamination of the family12,17.
In the sample of the population non participant of the program , G1, in age group
between 0/ and 48 months, 0/ to 24 months and 25 to 48 months, was respectively
found 73%, 60.24% and 90.67% of caries prevalence (including active white spot
lesions). Being the control group, as this sample has never received oral care, the
results corroborate with the literature4,16,20,22 clearly showing the need for early oral
treatment when it is intended to work with health maintenance and disease
prevention11. These findings are supported by a national survey carried out in 20035
which shows that in age group between 18 and 36 months, the average is 1.0 carious
tooth per child (without including white spot lesions). Based on Fejerskov and Kidd9
(2003), this study chose to consider the active white spots in the dental caries
evaluation. According to this author, it is incorrect not consider the lesions of white spot
type which should underestimate its prevalence in some populations. And in public
health, white spot lesions found in children, mainly non participant of preventive
programs, have more possibilities of developing cavitation than remineralization as
carious process is always a result of demineralization/remineralization dynamic,
beyond other factors. White spots deriving from enamel demineralization are early
signs of caries disease, and when not treated, may develop caviting lesion in a period
of six months to one year30.
On the other hand, in the sample of the population participant of the program,
G2, in age group between 0 and 48 months, 0 to 24 months and 25 to 48 months, was
respectively found 22%, 11.34% and 32.03% of caries prevalence. Percentage,
undoubtedly lower, indicative of positive influence of preventive actions implemented
by the program, corroborating Fracasso et al.10 (2005) have concluded in their study
that a program of preventive care for babies was more effective than the spontaneous
demand10.
Dmft index for children of group G1 was 3.45 and modified dmft (including
white spot lesions) was 6.53. In Group G2, dmft index was 0.66 and modified dmft was
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______Letícia Vargas F. Martins Lemos
30
2.01. The effectiveness of the program of Dentistry for Babies inside the Baby Clinic,
the city of Jacareí (SP), developed as the Baby Clinic of State University of Londrina
the efficiency and capacity of which are already proved20,27, is supported by these
findings.
The results showed that there is a statistically significant manifestation of
dental caries in the population not participating, G1, compared with the population
participating in the program, G2. It‟s inferred, as confirmed by Morinushi et al.19 (1982),
that the development of caries in younger age is general directly related to mothers
disinformation, which need reinforcement in order to occur prevention effectively 19.
In the present study, the increment of caries occurred with age increasing, as
seen when compared group G1 0 to 24 months (60.24%, dmft 1.65) and G1 25 to 48
months (90.67%, dmft 5.92) and G2 0 to 24 months (11.34%, dmft 3.2) and G2 25 to
48 months (32.03%, dmft 0.98), these data are according to literature4,7,16,20,. These
results confirm therefore that the period more susceptible to the increasing of dental
caries prevalence is in the first three years of life4,20,27. The results suggest that
prevention and control measures of dental caries must be reinforced in the program,
mainly in the period between 1 and 3 years old.
Caries lesion of primary teeth is seen as normal and considered fate for lots of
mothers since they do not know this alteration constitutes an infectious, transmissible
and preventable disease, and may be controlled by avoiding contamination between
mothers and their children12,17.
Parents‟ previous education, eliminating risk factors in early ages, is one of the
most important attitude towards caries prevention27,30. Access to these programs since
birth shall minimize the disparities of this population as efforts should be directed to
socioeconomic, behavioral and community determinants of oral health22.
It is suggested , based on the differences between the experience of dental
caries in this study, between G1 and G2, that there is need of the development of
educational programs directed to parents and preventive, for the babies, trying to
establish health habits to avoid contamination of the child‟s oral cavity and offer the
true health promotion12,17.
From the data collected, we recommend baby oral care in order to maintain
his/her health, even before prevent the disease through education which shall be seen
in the public health programs as a practical, simple, comprehensive, low-cost and
mainly efficient possibility since the majority of parents are not aware of the risk that
small children develop diseases such as dental caries (table 1). Therefore parents shall
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______Letícia Vargas F. Martins Lemos
31
be informed, instructed about the necessary care to avoid them, since the earlier
preventive barriers are established, the more effective the final result will be. It is
known that the appropriate time to provide health education is when the woman is
pregnant22.
Fraiz and Walter11 (2001) evaluated 200 children between 24 and 48 months
who participated in a baby oral care preventive program for at least 12 months. The
studied population presented a low prevalence of oral caries with light lesions and was
under constant follow-up and orientation. In the study of Kuhn and Wambier16 (2007)
even with babies from low-income and low-cultural families it was possible to reduce
dmft index to 0.25.
The results of this study suggested that due to the presence of dental caries in
the group of babies participants of the program, although fewer than the non
participant population , there was the maintenance of inadequate habits, even after
orientation during the program which led to the presence of dental caries. It is
supposed that this is due to lack of family compliance to the program. Although the
total prevention of the disease was not reached, the reduction of its occurrence and
seriousness constitute important objective to be reached. Pinto23 (2000) concluded that
behavioral factors (difficulties in following orientation suggested by the program,
parents‟ awareness about the disease development) deserve to be reevaluated to
become simpler and comprehensible.
Tiano et al.26 (2009) confirmed in their finds that the high prevalence of dental
caries in children (≤ 36 months of age) is associated with lower socio-economical
level, lower mother‟s educational level, increased time of breast feeding and later
beginning of oral hygiene. These results confirm the present study.
Based on the statistical results of this study, dental caries prevalence is
increasing in relation to the assiduity factor, that is, the increase in number of absences
of recalls was directly related to a greater quantity of teeth affected by dental caries.
And there is an inverse relation regarding the frequency to recalls, the more often the
patient goes to the dentist, fewer dental caries he will have. Results confirmed the
hypothesis that this factor influenced positively on oral health quality. In fact, “Babies
assiduous to the program”, that is, with no absence in the recalls, G2 Assiduous,
presented a lower index of caries than „Babies non assiduous to the program‟, G2 Non
Assiduous. It was confirmed the affirmative of Angellilo et al.2 (1999) that children who
went to the dental surgeon for preventive and routine exams had low experience of
caries. This shows the importance of the professional attitude in defining the aims to be
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______Letícia Vargas F. Martins Lemos
32
reached for the oral health promotion from the patient‟s reality2. To make this possible,
it is essential the patient„s assiduity to dental visits.
The certification that „Babies non assiduous to the program‟ presented caries
index significantly higher than those „assiduous to the program‟ and, taking into
account that all mothers and/or caregivers have received information about the
importance of their return when recalled, makes us believe that it is important to carry
out studies to evaluate the reasons the information provided were not sufficient to
make them sensitive to the problem. Low cultural and socio-economical levels may
probably be factors to be evaluated.
The increment of dental caries as increased the number of absences to the
recalls, see table 3, makes us believe that more than six absences to the program is
the same as not to be in the program.
This fact reinforces the importance of motivation .Dental visit shall aim the
parents‟ return, for this, it has to have an impact. Each dental visit shall have new
information regarding those of the new phase of the child. It is essential to reinforce the
need of follow-up for the parents be aware of the importance of dental visit. So, it is
essential that the professional orient them earlier all the possible situations that may
occur, in order to have a bond of trust, and consequently a longitudinal action of the
dental surgeon together with the family. And so, establish a trust relationship with the
family, understanding and respecting their cultural aspects, understanding the parents‟
feelings, respecting the child and re-examining the relation mother-child.
Based on the results of the present study, it is suggested a follow up regarding
the number of times a child aged from 0 to 48 months shall have oral attendance, or
better, the number of dental visits during childhood, also based on the guides of
American Academy of Pediatric Dentistry1 (2008-2009) and on the manual of Brazilian
Society of Pediatrics6 (2006). In the first year of baby‟s life, dental visits should be done
in the 1st month (if necessary evaluation of anomalies/ breastfeeding), 4th month, 8th
month and 12th month. In the 2nd year of life, 4 dental visits should be done at 15th
month, 18th month, 21st month and 24th month. In the 3rd year of life, 4 dental visits shall
be done too. And between 36 month (3 years old) and 5 years old, 2 dental visit per
year. It is recommended that in each of these follow up dental visits, the evaluation of
child‟s risk category, interview information and oral examinations are carried out26
and if necessary, an individualized preventive planning of the child will be done.
Artigo
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
33
CONCLUSIONS
The participation in the program of early care “Dentistry for Babies” influenced
positively on babies‟ oral health, especially for those assiduous to the program.
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Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
41
APÊNDICES
APÊNDICE 1 - GRÁFICOS E TABELAS
Tabela 1- Análise descritiva dos índices ceod e ceod modificado do grupo G1
*teste t Student pareado
Gráfico 1 - Índice ceod e ceod modificado do grupo G1, na faixa etária de 0 a 48 meses.
ceod ceod m0
2
4
6
8índice ceod G1: 3,45
índice ceodm G1: 6,53
ceod ceod modificado
Média Aritmética 3,45 6,53
Desvio Padrão 3,84 4,66
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
42
Tabela 2- Análise descritiva dos índices ceod e ceod modificado do grupo G1,
na faixa etária 0 a 24 meses.
*teste t Student pareado
Gráfico 2 - Índice ceod e ceod modificado do grupo G1, na faixa etária 0 a 24
meses.
ceod ceod m0
1
2
3
4
5
índice ceod G1(0 a 24m):1,65
índice ceodm G1(0 a 24m): 4,31
ceod ceod modificado
Média Aritmética 1,65 4,31
Desvio Padrão 2,08 3,29
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
43
Tabela 3 - Análise descritiva dos índices ceod e ceod modificado do grupo G1,
na faixa etária de 25 a 48 meses.
*teste t Student pareado
Gráfico 3- Índice ceod e ceod modificado do grupo G1, na faixa etária de 25 a 48 meses.
ceod ceod m0
5
10
15
índice ceod G1(25 a 48m): 5,92
índice ceodm G1(25 a 48m): 9,59
ceod ceod modificado
Média Aritmética 5.92 9.59
Desvio Padrão 4.34 4.55
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
44
Tabela 4 - Análise descritiva dos índices ceod e ceod modificado do grupo G2, na faixa etária de 0 a 48 meses.
*teste t Student pareado
Gráfico 4- Índice ceod e ceod modificado do grupo G2 na faixa etária de 0 a 48 meses.
ceod ceod m0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
índice ceod G2: 0,66
índice ceodm G2: 2,01
ceod ceod modificado
Média Aritmética 0,66 2,01
Desvio Padrão 1,57 2,80
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
45
Tabela 5 - Análise descritiva dos índices ceod e ceod modificado do grupo G2, na faixa etária de 0 a 24 meses.
*teste t Student pareado
Gráfico 5 - Índice ceod e ceod modificado do grupo G2, na faixa etária de 0 a
24 meses.
ceod0.0
0.5
1.0
1.5índice ceod G2 (0 a 24m): 0,32
índice ceodm G2 (0 a 24m): 1,25
ceodm
ceod ceod modificado
Média Aritmética 0,32 1,25
Desvio Padrão 1,00 2,04
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
46
Tabela 6 - Análise descritiva dos índices ceod e ceod modificado do grupo G2,
na faixa etária de 25 a 48 meses.
*teste t Student pareado
Gráfico 6 - Índice ceod e ceod modificado do grupo G2, na faixa etária 25 a 48
meses.
ceod G2 25 a 48m ceodm G2 25 a 48m
0
1
2
3
índice ceod G2 (25 a 48m): 0,98
índice ceodm G2 (25a48m): 2,72
ceod ceod modificado
Média Aritmética 0,98 2,72
Desvio Padrão 1,90 3,22
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
47
Tabela 7 - Análise descritiva dos índices ceod e ceod modificado do grupo G2 Assíduos, na faixa etária de 0 a 48 meses.
*teste t Student pareado
Gráfico 7- Índice ceod e ceod modificado do grupo G2 Assíduos, na faixa etária de 0 a 48 meses.
ceod ceod m0.00
0.05
0.10
0.15
índice ceod G2 Assíduos: 0,04
índice ceodm G2 Assíduos: 0,14
ceod ceod modificado
Média Aritmética 0,04 0,14
Desvio Padrão 0,31 0,65
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
48
Tabela 8 - Análise descritiva dos índices ceod e ceod modificado do grupo G2
Assíduos, na faixa etária 0 a 24 meses.
*teste t Student pareado
Gráfico 8 - Índice ceod e ceod modificado do grupo G2 Assíduos, na faixa
etária 0 a 24 meses.
ceod ceod m0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
índice ceod G2 Assíduos (0 a 24m): 0,05
índice ceodm G2 Assíduos (0 a 24m): 0,17
ceod ceod modificado
Média Aritmética 0,05 0,17
Desvio Padrão 0,40 0,81
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
49
Tabela 9 - Análise descritiva dos índices ceod e ceod modificado do grupo G2
Assíduos, na faixa etária de 25 a 48 meses.
*teste t Student pareado
Gráfico 9 - Índice ceod e ceod modificado do grupo G2 Assíduos, na faixa
etária de 25 a 48 meses.
ceod ceod m0.00
0.02
0.04
0.06
0.08
0.10
índice ceod G2 Assíduos (25 a 48m): 0,02
índice ceodm G2 Assíduos (25 a 48m): 0,09
ceod ceod modificado
Média Aritmética 0,02 0,09
Desvio Padrão 0,15 0,36
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
50
Tabela 10- Análise descritiva dos índices ceod e ceod modificado do grupo G2
Não Assíduos, na faixa etária de 0 a 48 meses.
*teste t Student pareado
Gráfico 10 - Índice ceod e ceod modificado do grupo G2 Não Assíduos, na faixa etária de 0 a 48 meses.
ceod ceod m0
1
2
3
4
5
índice ceod G2 Não Assíduos: 1,29
índice ceodm G2 Não Assíduos: 3,89
ceod ceod modificado
Média Aritmética 1,29 3,89
Desvio Padrão 2,01 2,88
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
51
Tabela 11 - Análise descritiva dos índices ceod e ceod modificado do grupo G2
Não Assíduos, na faixa etária de 0 a 24meses.
*teste t Student pareado
Gráfico 11 - Índice ceod e ceod modificado do grupo G2 Não Assíduos, na faixa
etária de 0 a 24meses.
ceod ceod m0
1
2
3
índice ceod G2 Não Assíduos (0 a 24m): 0,70
índice ceodm G2 Não Assíduos (0 a 24m): 2,73
ceod ceod modificado
Média Aritmética 0,70 2,73
Desvio Padrão 1,40 2,30
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
52
Tabela 12 - Análise descritiva dos índices ceod e ceod modificado do grupo G2
Não Assíduo, na faixa etária de 25 a 48 meses.
*teste t Student pareado
Gráfico 12 - Índice ceod e ceod modificado do grupo G2 Não Assíduo, na faixa
etária de 25 a 48 meses.
ceod ceod m0
1
2
3
4
5índice ceod G2 Não Assíduos (25 a 48m): 1,76
índice ceodm G2 Não Assíduos (25 a 48m): 4,69
ceod ceod modificado
Média Aritmética 1,76 4,69
Desvio Padrão 2,28 2,99
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
53
Tabela 13- Dados referentes à prevalência de cárie dentária e ao índice ceod e
ceod modificado em todos os grupos.
GRUPOS Nº de
indivíduos (n)
Prevalência de cárie
dentária (%)
Índice ceod
(média)
Índice ceod modificado
(média)
G1 100 73,00 3,45 6,53
G1 (0 a 24m) 58 60,24 1,65 4,31
G1(25 a 48m) 42 90,67 5,92 9,59
G2 200 22,00 0,66 2,01
G2 (0 a 24m) 97 11,34 0,32 1,25
G2 (25 a 48m) 103 32,03 0,98 2,72
G2 Assíduos 100 2,00 0,04 0,14
G2 Assíduos (0 a 24m) 56 1,78 0,05 0,17
G2 Assíduos (25 a 48m) 44 2,27 0,02 0,09
G2 Não Assíduos 100 42,00 1,29 3,89
G2 Não Assíduos (0 a 24m) 41 24,39 0,70 2,73
G2 Não Assíduos (25 a 48m) 59 54,23 1,76 4,69
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
54
Gráfico 13 - Dados referentes à prevalência de cárie dentária nos grupos G1 e
G2, na faixa etária de 0 a 48 meses.
Gráfico 14- Dados referentes ao índice ceod e ceod modificado nos grupos G1
e G2, na faixa etária de 0 a 48 meses.
ceod G1 ceod m0
2
4
6
8
índice ceod G1: 3,45
índice ceodm G1: 6,53
índice ceod G2: 0,66
índice ceodm G2: 2,01
ceod G2 ceodm
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
55
Gráfico 15 - Prevalência de cárie dentária nos grupos G1 e G2, na faixa etária
de 0 a 24 meses.
Gráfico 16 - Índice ceod e ceod modificado dos grupos G1 e G2, na faixa etária
de 0 a 24 meses.
ceod ceod mG1
0
1
2
3
4
5
índice ceod G1(0 a 24m): 1,65
índice ceodm G1 (0 a 24m): 4,31
índice ceod G2 (0 a 24m):0,32
ceod ceodmG2
índice ceodm G2 (0 a 24m): 1,25
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
56
Gráfico 17 - Prevalência de cárie dentária dos grupos G1e G2, na faixa etária
de 25 a 48 meses.
Gráfico 18 - Índice ceod e ceod modificado de G1 e G2, na faixa etária de 25 a
48 meses.
0
5
10
15
índice ceod G1(25 a 48m): 5,92
índice ceodm G1(25 a 48m): 9,59
ceod G2 (25 a 48m): 0,98
ceodm G2 (25 a 48m): 2,72
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
57
Gráfico19 - Prevalência de cárie dentária nos grupos G2 Assíduos e G2 Não
Assíduos, na faixa etária de 0 a 48 meses.
Gráfico 20 - Índice ceod e ceod modificado dos grupos G2 Assíduos e G2 Não Assíduos, na faixa etária de 0 a 48 meses.
0
1
2
3
4
5G2 ceod Assíduos:0,04
G2 ceodm Assíduos:0,14
G2 ceod Não Assíduos:1,29G2 ceodm Não Assíduos:3,89
ceod ceodm ceod ceodm G2 Assíduos G2 Não Assíduos
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
58
Gráfico 21 - Prevalência de cárie dentária de G2 Assíduos e G2 Não assíduos,
na faixa etária de 0 a 24 meses.
Gráfico 22 - Índice ceod e ceod modificado dos grupos G2 Assíduos e G2 Não Assíduos, na faixa etária de 0 a 24 meses.
0
1
2
3G2 Ass(0 a 24m) ceod:0,05
G2 Ass(0a24m) ceodm: 0,17
G2 N Ass(0a24m) ceod: 0,70
G2 N Ass(0a24m) ceodm:2,73
ceod ceodm ceod ceodmG2 Ass G2 N Ass
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
59
Gráfico 23 - Prevalência de cárie dentária dos grupos G2 Assíduos e G2 Não
Assíduos, na faixa etária 25 a 48 meses.
Gráfico 24 - Índice ceod e ceod modificado dos grupos G2 Assíduos e G2 Não
Assíduos, na faixa etária de 25 a 48 meses.
0
1
2
3
4
5G2 Ass(25 a 48m) ceod:0,02
G2 Ass(25 a 48m) ceodm: 0,09
G2 N Ass(25 a 48m) ceod: 1,76
G2 N Ass(25 a 48m) ceodm:4,69
ceod ceodm ceod ceodm
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
60
Gráfico 25 - Prevalência de cárie dentária dos grupos denominados Grupo C
(pertencente ao grupo G2 Não Assíduos) e G1, na faixa etária de 0 a 48
meses.
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
61
APÊNDICE 2
PUBLICAÇÕES
LEMOS, L.V.F.M.; BARBOSA, D.L.; RAMOS, C.J.; MYAKI, S.I. Influência
do fator assiduidade à consulta odontológica na prevalência de cárie dentária
em indivíduos atendidos na Bebê Clínica da Prefeitura do Município de Jacareí,
SP, Brasil. Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, v.8, n.2, p.203-
207, maio/ago. 2008.
BARBOSA, D. M. L.; LEMOS, L.V.F.M.; BANZI, E.C.F.;MYAKI, S.I.
Prevalência de hipoplasia do esmalte em dentes decíduos de crianças
nascidas prematuras. Rev Odontol UNESP, v.37, n.3, p. 261-265, 2008.
LEMOS, L. V. F. M., MYAKI, S. I., WALTER, L. R. F. Experiência de
Cárie Dentária em Crianças de 0 a 48 meses de idade atendidas na Bebê
Clínica de Jacareí-SP. In: Anais do 39º Encontro do Grupo Brasileiro de
Professores de Ortodontia e Odontopediatria, 2008, Curitiba. 39º Encontro
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RAMOS, C.J; LEMOS, L.V.F.M.; SHINTOME, L. K.; MYAKI, S.I. O uso
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2008.
RAMOS, C. J., SHINTOME, L. K., LEMOS, L. V. F. M., MYAKI, S. I.
Comparação histopatológica de dois métodos de formação de lesões de
mancha branca de cárie em esmalte decíduo In: Anais do 39º Encontro do
Grupo Brasileiro de Professores de Ortodontia e Odontopediatria, 2008,
Curitiba. 39º Encontro do GRUPO BRASILEIRO DE PROFESSORES DE
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
62
ORTODONTIA E ODONTOPEDIATRIA. Maringá - Paraná: Dental Press
Editora Ltda., 2008. v.39. p.116 .
SHINTOME, L. K., RAMOS, C. J., LEMOS, L. V. F. M., BARBOSA, D. M.
L., WALTER, L. R. F., MYAKI, S. I. Evaluación de diferentes materiales para la
protección superficial de cementos de ionómero de vidrio In: Anais VII
Reunión de la Asociación de Investigación Odontológica del Perú, 2008,
Lima - Perú. XV Reunión Anual International Association for Dental Research -
División Perú. Lima - Perú: Asociación de Investigación Odontológica del Perú -
AIOP, 2008. v.1. p.23.
LEMOS, L.V.F.M.; SHINTOME, L. K.; BARBOSA, D.L.; RAMOS, C.J.;
MYAKI, S.I. Natal and neonatal teeth. Einstein, São Paulo, v.7, n.1( Pt 1),
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LEMOS, L.V.F.M.; MYAKI, S.I.; WALTER, L.R.F. Odontologia Intra-
uterina, Neonatal e para Bebês. In: SEGRE, C.M.M. e colab. Perinatologia
Fundamentos e Prática. 2.ed.Sao Paulo: Savier. p.972-982, 2009.
LEMOS, L. V. F. M.; GONINI-JÚNIOR, A.; LOPES, M.B.; FELIZARDO,
K.R.; MYAKI, S. I., MOURA, S.K. Análise do padrão de condicionamento e da
resistência de união de materiais resinosos em esmalte de molares decíduos
In: Anais do XXII Congresso Brasileiro de Odontopediatria - VII Encontro
Sul-Brasileiro de Odontopediatria. Jaraguá do Sul- SC: ABO-Regional
Jaraguá do Sul- SC, 2009. v.1. p.44.
LEMOS, L.V.F.M.; COSTA, J.M.; BUSATO, P.M.R.; GONINI-JÚNIOR,
A.; LOPES, M.B.; MOURA, S.K. Adesivos autocondicionantes com e sem
HEMA:análise do selamento marginal. In: Anais do 45º Encontro do Grupo
Brasileiro de Materiais Dentários. Grupo Brasileiro de Materiais Dentários.
2009.
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
63
LEMOS, L.V.F.M.; GONINI-JÚNIOR, A.; LOPES, M.B.; FELIZARDO,
K.R.; MYAKI, S. I., MOURA, S.K. Resistência de união e padrão de
condicionamento de materiais resinosos em esmalte de molares decíduos. In:
Anais da 26ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Pesquisa
Odontológica. Divisão Brasileira da IADR. Sociedade Brasileira de Pesquisa
Odontológica, v.23, suppl 1, p.196, 2009.
CONTRERAS, E.F.R.; FELIZARDO, K.R.; LEMOS, L.V.F.M.; LOPES,
M.B.; GONINI-JÚNIOR, A.; MOURA, S.K. Adesivos autocondicionantes com e
sem HEMA: resistência da união em dentina. In: Anais da 26ª Reunião Anual
da Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica. Divisão Brasileira da
IADR. Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica, v.23, suppl 1, p.232,
2009.
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
64
APÊNDICE 3 - Versão em Língua Portuguesa do artigo
“Odontologia para Bebês: experiência de cárie dentária x assiduidade no atendimento clínico.”
Letícia Vargas Freire Martins LEMOSI
Terezinha Esteves de Jesus BARATAII
Silvio Issáo MYAKIIII
Luiz Reynaldo de Figueiredo WALTERIV
ICirurgiã-dentista. Mestre em Odontologia, Área de Concentração em Dentística
Preventiva e Restauradora, da Universidade Norte do Paraná, Londrina, Paraná,
Brasil. Membro do Centro de Estudos e Pesquisas em Odontopediatria (CEPO) da
FOSJC - UNESP, São José dos Campos, São Paulo, Brasil.
II Professora Adjunta do Departamento de Dentística Preventiva e Restauradora da
Universidade Norte do Paraná, Londrina, Paraná, Brasil.
IIIProfessor Adjunto do Departamento de Odontopediatria da FOSJC - UNESP, São
José dos Campos, São Paulo, Brasil.
IV Professor Titular do Departamento de Dentística Preventiva e Restauradora da
Universidade Norte do Paraná, Londrina, Paraná, Brasil.
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
65
RESUMO
Este estudo objetivou analisar e comparar a experiência de cárie dentária de
300 crianças brasileiras, com 0 a 48 meses de idade, participantes e não participantes
do programa de atenção precoce ”Odontologia para Bebês”, desenvolvido na Bebê
Clínica de Jacareí (SP), Brasil e correlacionar a assiduidade à consulta odontológica
com a experiência de cárie dos sujeitos participantes desse programa. Trezentas
crianças entre 0 e 48 meses foram avaliadas. A amostra foi dividida, aleatoriamente,
em 2 grupos: G1“Bebês não participantes do Programa” (n=100) e G2 “Bebês do
Programa” (n=200). Cada grupo foi dividido em dois subgrupos, para análise segundo
a faixa etária: G1 e G2 crianças de 0 a 24 meses de idade e, G1 e G2 crianças de 25 a
48 meses. Os dados coletados do grupo G2 foram analisados, relacionando a variação
do índice ceod (C) e a prevalência de cárie dentária (P) com a influência do fator
assiduidade, em cada subgrupo. Para a coleta dos dados, o exame clínico foi
realizado pelo método táctil e visual, por um único operador calibrado. Os dados foram
tabulados e analisados estatisticamente pelos testes “t de Student pareado”, “Mann-
Whitney” e “Qui-Quadrado”(P<0,05) ”, com nível de significância de 5%. Houve
diferença estatística para a prevalência e o ceod (P<0,0001), sendo os maiores
valores observados para G1(P<0,0001). Os valores foram: PG1 (73%), PG2 (22%),
CG1 (3,45±3,84), CG2 (0,66±1,57). A assiduidade foi significante (P< 0,0001) em G2.
Os valores observados foram: PA (2%), PN (42%), CA (0,04±0,31), CN (1,29 ± 2,01).
Concluiu-se que participar do programa interferiu positivamente na saúde bucal dos
bebês. Constatando que a assiduidade é essencial para a saúde bucal.
DESCRITORES:
Odontopediatria. Cárie dentária. Epidemiologia. Referência e consulta. Prevenção &
controle.
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
66
INTRODUÇÃO
A cárie precoce da infância é considerada qualquer forma de cárie dentária que
ocorre em bebês e crianças pré-escolares25, na qual existe associação com
alimentação ao dormir, consumo de açúcar e higiene deficiente18. O risco de adquirir a
cárie dentária é um processo dinâmico1, por isto é necessário, em cada consulta, a
redeterminação do mesmo22.
Segundo Walter e Nakama, em 199428, o grande pico da prevalência da cárie
dentária, na 1ª infância, ocorre entre o 13º e 24º mês de vida da criança. Logo, a idade
ideal para se iniciar a atenção odontológica e prevenir a cárie precoce da infância é
anterior aos 12 meses, para que seja possível intervir antes do processo carioso, e
mesmo quando ela estiver presente, permitindo a paralisação e reversão do quadro
em sua fase inicial de manifestação.
A inclusão dos estágios iniciais da cárie em levantamentos epidemiológicos é
importante por causa da possibilidade de reversão da lesão, sua identificação é
socialmente relevante, pois dá a oportunidade de intervenção precoce9.
Deste modo, fica evidente que a existência de um programa de atenção
odontológica precoce é imprescindível para a prevenção da cárie dentária21.
Assim sendo, a prevenção realizada na Odontologia para Bebês deve ter como
objetivo, não só evitar a instalação da doença cárie, mas também disponibilizar
manobras que devem ser realizadas para evitar conseqüências danosas quando esta
já estiver instalada, limitando o dano27. Entretanto, mesmo que todas as medidas
preventivas sejam adotadas como rotina na clínica, a cárie dentária que ocorre
precocemente ainda é um problema comum na dentição decídua11.
Segundo o levantamento epidemiológico realizado pelo Ministério da Saúde5
quase 27% das crianças com idade variando entre 18 a 36 meses de idade já possui
pelo menos um dente decíduo cariado. Aos 5 anos de idade essa proporção chega a
quase 60%.
Bönecker4(2009) encontrou um índice de dentes decíduos cariados, com
extração indicada e obturados (ceod) médio variando entre 0,16 e 3,78, sem diferença
estatística entre os sexos, em crianças menores de 5 anos de idade, em Diadema
(SP).
Fraiz e Walter11 (2001) avaliaram 200 crianças, de 24 a 48 meses de idade,
que participavam de um programa preventivo de Odontologia para Bebês, há pelo
menos 12 meses. Este estudo, que considerou mancha branca como experiência de
cárie, teve a prevalência de cárie dentária e os fatores relacionados à ela como
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
67
objetivo, bem como as orientações e o acompanhamento destas crianças no
programa. A população estudada apresentou uma baixa prevalência de cárie dentária.
Os resultados mostraram que esse programa interferiu positivamente na saúde bucal
dessas crianças.
Buscando uma diminuição no índice de cárie na primeira infância e os
consequentes danos por ela causados, foi criado em 1996, na Prefeitura Municipal de
Jacareí (SP/Brasil), um programa de odontologia destinado ao atendimento de bebês,
programa este denominado de Bebê Clínica.
A Bebê Clínica executa um trabalho enfocando a promoção de saúde. É
organizada inicialmente com o intuito de orientar a população a procurar a assistência
odontológica no primeiro ano de vida. Posteriormente, procura-se educar os pais e a
família, por meio de palestras e consultas individuais, para motivá-los em relação à
adoção de medidas preventivas e à realização de tratamento preventivo clínico e
caseiro. Um grande obstáculo para o sucesso da odontologia para bebês, além da
necessidade da conquista da própria família e do bebê, é a adesão ao programa24.
A adesão ao programa preventivo/educativo torna-se um fator determinante ao
sucesso do objetivo de reduzir o biofilme dental através da conscientização dos pais.
Entretanto, essa adesão tem interferência de outros fatores tais como o grau de
satisfação, motivação e obtenção dos resultados esperados pelos indivíduos27. No
entanto, para que se tenha efetividade dos objetivos de promoção de saúde e
prevenção de doenças bucais é primordial a assiduidade às consultas15.
Após 13 anos de implantação da Bebê Clínica de Jacareí, foi executado, por
Lemos et al.15, em 2008, um estudo que mostrou uma importante redução da cárie
dentária em indivíduos participantes do programa preventivo “Odontologia para
Bebês”.
Diante do exposto, a hipótese do presente estudo é que a participação de um
programa de atenção precoce ”Odontologia para Bebês” interfere positivamente na
saúde bucal de crianças, com 0 a 48 meses de idade, e de que o fator assiduidade às
consultas odontológicas interfere positivamente na saúde bucal dos indivíduos
participantes desse programa.
MATERIAL E MÉTODOS
Trata-se de um estudo observacional transversal realizado na rede de saúde
pública na cidade de Jacareí (SP), Brasil, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa
da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - UNESP (Protocolo nº
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
68
088/2007-PH/CEP). Este município dispõe de uma Bebê Clínica que é referência no
atendimento odontológico a crianças de 0 a 48 meses de idade.
Participaram do estudo 300 crianças3, na faixa etária entre 0 a 48 meses, sem
distinção de gênero ou raça e com estado de saúde aparentemente normal. Foram
divididas, aleatoriamente, em dois grupos, G1, denominado “Bebês não participantes
do programa” (n=100), crianças da população que nunca fizeram parte de programas
odontológicos preventivos, e G2 “Bebês do programa” (n=200), crianças que recebem
atenção odontológica precoce em um programa preventivo para bebês. Ambos os
grupos (G1 e G2) foram divididos em duas faixas etárias, de 0 a 24 meses e de 25 a
48 meses de idade (figura 1).
Para analisar a influência do fator assiduidade sobre a prevalência de cárie
dentária e os índices ceod e ceod modificado foi feito uma nova subdivisão do grupo
de bebês não assíduos participantes do programa, faixa etária de 0 a 48 meses (G2
Não Assíduos total, n=100) (tabela 3). Esse grupo foi subdividido em 3, baseado no
número de faltas às rechamadas, ou seja, no fator assiduidade de cada um,
originando-se os grupos A, B e C (figura1).
Figura 1 – Fluxograma da sequência metodológica adotada na divisão dos grupos.
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
69
As crianças do grupo G2 receberam em todas as consultas de rotina do
programa: orientação de higienização bucal e educação quanto aos hábitos
alimentares, limpeza profissional com pasta de pedra-pomes e água com o auxílio de
taça de borracha montada em baixa rotação e aplicação tópica de gel de fluoreto de
sódio a 2%, conforme a necessidade da criança24. Todos os pacientes receberam o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, assinado por seus responsáveis
autorizando sua participação na pesquisa.
Os critérios de elegibilidade para este estudo foram: inclusão → para G1 e G2,
faixa etária de 0 a 48 meses de idade, sem distinção de gênero ou raça, para o G1,
nunca ter participado de nenhum programa de saúde bucal e para G2, participar do
programa há pelo menos 3 meses, e ter, no mínimo, os incisivos centrais superiores e
inferiores presentes na cavidade bucal. E os critérios de exclusão → para G1 e G2
foram faixa etária de 0 a 48 meses de idade, que apresentem doenças sistêmicas,
síndromes, que possam levar o paciente a ter manchas no esmalte dentário.
As crianças elegíveis foram selecionadas aleatoriamente (estudo randomizado)
através de sorteio (método cara-coroa).
As avaliações foram realizadas por um único operador treinado e calibrado
(k=0,98), sendo o exame clínico realizado pelo método táctil e visual, com o uso de
sonda de ponta romba e espelho plano. As crianças de até 24 meses de idade foram
avaliadas em uma MACRI (maca específica para crianças)27. Já as crianças de faixa
etária entre 25 e 48 meses foram examinadas na cadeira odontológica. Todos os
exames foram realizados com o auxílio de luz artificial (refletor).
Uma vez detectada a necessidade de tratamento curativo em todas as crianças
da amostra, o mesmo foi realizado na Bebê Clínica ou nas Unidades Básicas de
Saúde do município de Jacareí (SP).
A experiência de cárie dentária avaliada, neste estudo, por meio da prevalência
e dos índices ceod e ceod modificado foram comparadas estatisticamente, usando os
testes estatísticos paramétricos “t de Student pareado” e “Mann-Whitney” e “Qui-
Quadrado”, utilizando um programa estatístico “Bioestatic 5.0, versão 2008”, nível de
significância de 5%.
Para análise de amostras pareadas e correlacionadas, como os índices ceod e
ceod modificado dentre de um mesmo grupo, aplicou-se o teste “t de Student
pareado”. Para o caso de amostras independentes, utilizou-se “Mann-Whitney” para os
índices ceod e ceod modificado de diferentes grupos e “Qui-Quadrado” para análise da
prevalência.
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
70
RESULTADOS
Houve diferença estatística para a prevalência de cárie dentária na população
com e sem atenção odontológica precoce, na faixa etária de 0 a 48 meses
(P<0.0001<0,05) (tabela 1). Os dois grupos, G1 e G2, comparados apresentam
diferença estatística, e, nos dois casos, os maiores valores observados foram para G1
(ceodG1 (3,45±3,84) e ceodG2 (0,66±1,57)). Também, foram encontradas diferenças
entre os índices ceod e ceod modificado, dentro de cada grupo, segundo teste
estatístico paramétrico t de Student pareado (G1 - P<0,0001; G2 - P<0,0001).
Tabela 1- Dados referentes à prevalência de cárie dentária e ao índice ceod e ceod
modificado em todos os grupos.
GRUPOS Nº de
indivíduos (n)
Prevalência* de cárie
dentária (%)
Índice ceod
(média)
Índice ceod modificado
(média)
G1 100 73,00 3,45 6,53
G1 (0 a 24m) 58 60,24 1,65 4,31
G1 (25 a 48m) 42 90,67 5,92 9,59
G2 200 22,00 0,66 2,01
G2 (0 a 24m) 97 11,34 0,32 1,25
G2 (25 a 48m) 103 32,03 0,98 2,72
*Teste Qui-quadrado (P<0,05)
Os dados obtidos foram primeiramente relacionados quanto à presença ou não
de cárie dentária (prevalência de cárie e índice ceod) e presença ou não de cárie
dentária somadas às manchas brancas que correspondem à atividade de cárie (ceod
modificado) e, posteriormente correlacionados entre si, comparando os resultados
obtidos em G1 e G2. No grupo G2 o fator assiduidade foi considerado como G2
Assíduos (Bebês assíduos ao programa: nenhuma falta durante o programa); G2 Não
Assíduos-Grupo A (Bebês não assíduos: com 1 a 2 faltas); G2 Não Assíduos-Grupo
B(3 a 5 faltas) e G2 N Assíduos-Grupo C (mais de 6 faltas durante o programa)(tabela
2).
A assiduidade foi significante (P<0,0001) para o grupo G2 . Os valores
observados foram: prevalência de cárie de G2 Assíduos (2%), prevalência de cárie de
G2 Não Assíduos (42%), índice ceod de G2 Assíduos (0,04±0,31), índice ceod de G2
Não Assíduos (1,29 ± 2,01) (tabela 2, gráfico 1).
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
71
Tabela 2 - Dados referentes à prevalência de cárie dentária e ao índice ceod e ceod
modificado no grupo G2.
GRUPOS Nº de
indivíduos (n)
Prevalência* de cárie
dentária (%)
Índice ceod
(média)
Índice ceod modificado
(média)
G2 Assíduos 100 2,00 0,04 0,14
G2 Assíduos (0 a 24m) 56 1,78 0,05 0,17
G2 Assíduos (25 a 48m) 44 2,27 0,02 0,09
G2 Não Assíduos 100 42,00 1,29 3,89
G2 Não Assíduos (0 a 24m)
41 24,39 0,70 2,73
G2 Não Assíduos (25 a 48m)
59 54,23 1,76 4,69
*Teste Qui-quadrado (P<0,05)
Os dados obtidos no presente estudo confirmaram a hipótese nula de que o
fator assiduidade às consultas odontológicas interfere positivamente na saúde bucal
dos indivíduos que participam do programa de atenção precoce ”Odontologia para
Bebês”, desenvolvido em Jacareí (SP), Brasil (gráfico 1).
Gráfico 1 - Prevalência de cárie dentária e índice ceod do grupo G2 (Não Assíduos),
faixa etária de 0 a 48 meses.
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
72
Para analisar a influência do fator assiduidade sobre a prevalência de cárie
dentária e os índices ceod e ceod modificado foi feito mais uma subdivisão do grupo
de bebês não assíduos participantes do programa, faixa etária de 0 a 48 meses (G2
Não Assíduos total, n=100) (tabela 3). Esse grupo foi subdividido em 3, baseado no
número de faltas às rechamadas, ou seja, no fator assiduidade de cada um,
originando-se os grupos A, B e C.
Tabela 3 - Dados referentes ao fator assiduidade nos grupos de bebês participantes
do programa assíduos(G2 Assíduos total, n=100) e não assíduos (G2 Não Assíduos
total, n=100) e sua relação com o índice ceod e ceod modificado e a prevalência da
cárie dentária.
Fator Assiduidade (nº faltas)
Índice ceod
Índice ceod modificado
Prevalência cárie dentária
(%)
Assíduos Não Assíduos
0 0,04 0,14 2,00
Grupo A 1 a 2 0,30 2,06 16,27
Grupo B 3 a 5 5,15 1,89 56,52
Grupo C 6 ou + 5,72 2,72 81,81
A tabela 3 mostra a prevalência crescente da cárie dentária em relação ao fator
assiduidade (existe uma relação inversa, quanto>freqüência<prevalência; e uma
relação direta, quanto >nº faltas>prevalência).
DISCUSSÃO
Com o intuito de analisar, comparar e discutir os achados deste estudo optou-
se, inicialmente, pela análise da prevalência da cárie dentária. A população não
participante do programa, G1, e a participante do programa, G2, que correspondem à
idade de 0 a 48 meses, foram subdivididos em dois, segundo a faixa etária. Sendo, a
primeira de 0 a 24 meses e, a segunda, de 25 a 48 meses. Essa divisão considerou o
aspecto tempo em que os dentes decíduos irromperam, visto que há uma relação
direta entre idade da criança e a exposição dos dentes aos desafios27. Além do fato
que a aquisição inicial de Streptococcus do grupo mutans por bebês ocorria numa
faixa etária bem definida, (entre 19 e 31 meses de idade) denominada de “janela de
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
73
infectividade”8. No entanto, sabe-se, mais recentemente, que a contaminação vertical
(mãe-filho) e horizontal (creches), inicia-se, ainda, mais precocemente, já no primeiro
ano de vida, apresentando formações de colônias definidas e sugerindo que o período
para a ocorrência desta “janela”, pode ocorrer mais cedo, em algumas crianças12, 17. A
presença de Streptococcus do grupo mutans, em crianças de seis meses de idade,
está relacionada à fatores como hábitos de sucção de dedos contaminados, contato
salivar, divisão de utensílios como bicos e colheres, e por terem sua comida
experimentada e/ou resfriada (mediante sopro) anteriormente por um adulto29. Após
os 13 meses de vida, já podem estar contaminados, de acordo com os hábitos,
costumes e grau de contaminação cariogênica da família 12, 17.
Na amostra da população não participante do programa, G1, nas faixas etárias
de 0 a 48 meses, de 0 a 24 meses e de 25 a 48 meses, foram encontrados,
respectivamente, 73%, 60,24% e 90,67% de prevalência de cárie dentária (incluindo
as lesões de mancha branca ativa). Estes resultados corroboram a literatura4,16, 20, 22,
demonstrando claramente a necessidade de atuação odontológica precoce, quando se
pretende trabalhar com a manutenção da saúde e a prevenção das doenças11. Esses
achados sustentam-se em uma pesquisa nacional realizada em 20035 no qual
demonstrou-se que na faixa etária de 18 a 36 meses existe em média 1,0 dente
cariado por criança (sem inclusão de lesões de manchas brancas). Baseado em
Fejerskov e Kidd9 (2003), optou-se, neste estudo, por considerar as manchas brancas
ativas na avaliação da cárie dentária. Segundo estes autores, não considerar as
lesões do tipo mancha branca, poderia subestimar a prevalência da cárie dentária em
algumas populações. E, em se tratando de saúde pública, as lesões de mancha
branca encontradas em crianças, principalmente, não participantes de programas
preventivos, têm maiores possibilidades de evoluírem para cavitação do que,
remineralizarem, visto que, o processo carioso sempre é resultante da dinâmica
desmineralização/remineralização, além de outros fatores. As manchas brancas
decorrentes da desmineralização do esmalte são sinais precoces da doença cárie e,
quando não tratadas, podem evoluir para lesões cavitadas num período de seis meses
a um ano30.
Em contra partida, na amostra da população participante do programa, G2, nas
faixas etárias de 0 a 48 meses, de 0 a 24 meses e de 25 a 48 meses, foram
encontrados, respectivamente, 22%, 11,34% e 32,03% de prevalência de cárie.
Percentual, incontestavelmente menor, indicativo da influência positiva das ações
preventivas implementadas pelo programa, corroborando Fracasso et al.10 (2005) que
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
74
concluíram em seu estudo que um programa preventivo de atendimento à bebês foi
mais efetivo que o atendimento de demanda espontânea10.
O índice ceod para as crianças estudadas, do grupo G1, foi 3,45 e o ceod
modificado (incluindo as lesões de mancha branca) foi de 6,53. No grupo G2, o ceod
foi 0,66 e o ceod modificado foi de 2,01. A efetividade do programa de Odontologia
para Bebês, dentro da Bebê Clínica, do município de Jacareí, desenvolvida nos
moldes da Bebê Clínica, da Universidade Estadual de Londrina, de eficiência e
eficácia já comprovadas20,27, sustenta-se com esses achados.
Os resultados mostraram que há uma diferença estatisticamente significativa
da manifestação da doença cárie na população não participante, G1, quando
comparada com a população participante do programa, G2. Deduz-se, conforme
confirmam Morinushi et al.19
(1982), que o aparecimento da cárie em crianças de baixa
idade está, em geral, diretamente relacionado à desinformação das mães, as quais
necessitam de reforço para que ocorra efetivamente a prevenção19
.
No presente estudo, o incremento de cárie ocorreu com o aumento da idade,
como foi visto quando comparamos os grupos G1 0 a 24 meses (60,24%, ceod 1,65) e
G1 25 a 48 meses (90,67%, ceod 5,92), e G2 0 a 24 meses (11,34%, ceod 0,32) e G2
25 a 48 meses (32,03%, ceod 0,98), dados estes que estão de acordo com a
literatura4,7,16,20. Estes resultados confirmam, portanto, que o período mais susceptível
para o aumento da prevalência de cárie dentária situa-se nos três primeiros anos de
vida4,20,27. Os resultados sugerem que medidas de prevenção e controle da cárie
dentária devem ser enfatizadas no programa, principalmente, no período entre 1 e 3
anos de idade.
A lesão de cárie em dentes decíduos é encarada com normalidade e
considerada uma fatalidade, por muitas mães, já que desconhecem que esta alteração
constitui uma doença infecciosa transmissível, passível de prevenção e que pode ser
controlada evitando a contaminação entre as mães e seus filhos12,17.
A educação prévia dos pais, eliminando-se os fatores de risco em idade
precoce, é uma das condutas mais importantes na prevenção da cárie27,30. O acesso
aos programas desde o nascimento poderá minimizar as disparidades para essa
população, sendo que esforços deverão ser direcionados aos determinantes
socioeconômicos, comportamentais e comunitários da saúde bucal22.
Sugere-se, embasado nas diferenças entre a experiência de cárie dentária,
neste estudo, entre G1 e G2, que há necessidade do desenvolvimento de programas
educativos, voltados para os pais, e preventivos, voltados para os bebês procurando
Apêndices
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75
estabelecer hábitos saudáveis para evitar a contaminação da cavidade bucal da
criança e oferecer a verdadeira promoção de saúde12,17.
A partir dos dados levantados recomendamos atenção odontológica ao bebê,
no intuito de manter sua saúde, mesmo antes de prevenir a doença através da
educação, deve ser vista nos programas de saúde pública como uma possibilidade
prática, simples, abrangente, de baixo custo e, principalmente eficaz, visto que, a
maioria dos pais desconhece o risco de crianças pequenas desenvolverem doenças,
tais como a cárie dentária (tabela 1). Portanto, devem ser informados, instruídos sobre
os cuidados necessários para evitá-la, uma vez que, quanto mais precocemente se
estabeleçam barreiras preventivas, mais efetivo será o resultado final. Sabe-se que
o momento mais oportuno para se fazer educação em saúde é quando a
mulher está grávida 2 2 .
Fraiz e Walter11 (2001) avaliaram 200 crianças, de 24 a 48 meses de idade, que
participavam de um programa preventivo de odontologia para bebês, há pelo menos
12 meses. A população estudada apresentou uma baixa prevalência de cárie dentária,
com lesão leves, e estava sob constante acompanhamento e orientações. Em um
estudo de Kuhn e Wambier14 (2007), mesmo com bebês oriundos de famílias de baixo
poder aquisitivo e cultural, foi possível reduzir o índice ceod para 0,25.
Os resultados deste estudo sugerem que devido presença da cárie dentária no
grupo de bebês participantes do programa, apesar de bem menor do que da
população não participante, houve a manutenção de hábitos inadequados, mesmo
depois de terem sido orientados ao longo do programa, o que levou a presença da
cárie dentária. Supõe-se que seja por falta de adesão dos familiares, ao programa. No
entanto, mesmo sem alcançar a total prevenção da doença, a redução de sua
ocorrência e gravidade se constituem em metas importantes a serem atingidas. Pinto23
(2000) concluiu que fatores comportamentais (dificuldades em seguir orientações
sugeridas pelo programa, conhecimento dos pais sobre o desenvolvimento da doença)
merecem ser reavaliados com o objetivo de se tornarem mais simples e
compreensíveis.
Tiano et al.29 (2009) confirmaram com seus achados que alta prevalência de
cárie dentária em crianças (≤ 36 meses de idade) está associada a um menor nível
socioeconômico, menor nível educacional da mãe, maior duração do tempo de
amamentação noturna e tardio início da higiene oral. Esses resultados sustentam o
presente estudo.
Apêndices
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Baseado nos resultados do presente estudo, a prevalência de cárie dentária é
crescente em relação ao fator assiduidade, ou seja, o aumento no número de faltas às
rechamadas estava diretamente relacionado à maior quantidade de dentes afetados
pela cárie dentária. E, existe uma relação inversa quanto à frequência às rechamadas,
quanto maior a frequência, menor a prevalência de cárie dentária. Os resultados
confirmaram a hipótese de que este fator interferiu positivamente na qualidade da
saúde bucal. De fato, os “Bebês assíduos ao programa”, ou seja, sem nenhuma falta
nas rechamadas, G2 Assíduos total, apresentaram um menor índice de cárie do que
os “Bebês não assíduos ao programa”, G2 Não Assíduos total. Confirmando a
afirmativa de Angelillo et al.2 (1999) que crianças que visitaram o cirurgião-dentista
para exames rotineiros e preventivos tiveram uma baixa experiência de cárie. Destaca-
se a importância da ação do profissional na definição de metas a serem alcançadas
para a promoção de saúde bucal, a partir da realidade de cada um2. Para que isso
seja possível, é imprescindível a assiduidade do paciente às consultas odontológicas.
A constatação de que os “Bebês não assíduos ao programa” apresentaram
índice de cárie significantemente maior do que aqueles “assíduos ao programa” e,
partindo-se da premissa de que todas as mães e/ou responsáveis receberam
informações sobre a importância do retorno dos mesmos às rechamadas, torna-se
importante a realização de estudos que avaliem os motivos pelos quais as
informações oferecidas não foram suficientes para sensibilizá-los. Baixos níveis
culturais e/ou socioeconômico podem ser prováveis fatores a serem avaliados.
O incremento de cárie dentária conforme aumentou o número de faltas às
rechamadas do programa, como mostra a tabela 3, torna possível a afirmação de que
faltar mais de seis vezes ao programa, para a cárie dentária, é semelhante a não estar
no programa.
Este fato reforça a importância da motivação. A consulta deve buscar que os
pais devam querer voltar, para isso é necessário um impacto. Cada consulta deve ter
uma nova informação correspondente àquela nova fase em que se encontra a criança.
É importante reforçar a necessidade do acompanhamento para que os pais tenham
ciência da importância da consulta. Por isso, é fundamental que o profissional oriente,
antecipadamente, todas as situações possíveis que possam ocorrer, para que se crie
um vínculo de confiança e, como conseqüência uma ação longitudinal do cirurgião
dentista junto á família. E, assim, estabelecer uma relação de confiança com a família,
compreendendo e respeitando seus aspectos culturais, os sentimentos dos pais,
respeitando a criança e revendo a relação do binômio mãe-filho.
Apêndices
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
77
Baseado nos resultados do presente estudo, sugere-se um acompanhamento,
o que diz respeito ao número de vezes que uma criança de 0 a 48 meses deva fazer
um atendimento odontológico, ou melhor, o número de consultas durante a infância,
também embasado nos guias da AAPD1 (2008-2009) e no manual da Sociedade
Brasileira de Pediatria6 (2006). No primeiro ano de vida as consultas devem ser feitas
no 1º mês(se necessário avaliação em relação a anomalias/amamentação), 4º mês, 8º
mês e 12º mês. No 2º ano de vida, devem ser feitas 4 consultas, aos 15 meses, 18
meses, 21 meses e 24 meses. No 3º ano de vida, também, deve-se acompanhar por 4
vezes ao ano. E dos 36 meses (3 anos) aos 5 anos de idade , 2 vezes ao ano.
Recomenda-se também que, em cada uma dessas consultas de acompanhamento
seja feita a avaliação da categoria de risco da criança e somadas as informações de
entrevistas familiares e exames bucais26,27, se necessário for, fazer-se-a um
planejamento preventivo individualizado da criança.
CONCLUSÃO
A participação num programa de atenção precoce “Odontologia para Bebês”
interferiu positivamente na saúde bucal dos bebês, particularmente naquelas assíduas
ao programa.
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Anexos
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
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ANEXOS
ANEXO 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Caro(a) Senhor(a)
Eu, LETICIA VARGAS FREIRE MARTINS LEMOS, Cirurgiã-dentista, portadora do CPF nº
144.682.818-20, à Rua Justino Cobra, 278 – Vila Ema - São José dos Campos – SP, telefone (012) 3949-
2070, vou coordenar uma pesquisa cujo título “EXPERIÊNCIA DE CÁRIE DENTÁRIA EM
CRIANÇAS ATENDIDAS EM UM PROGRAMA DE ATENÇÃO PRECOCE E SUA CORRELAÇÃO
COM O FATOR ASSIDUIDADE À CONSULTA ODONTOLÓGICA”.
O objetivo deste é verificar a experiência da doença cárie em crianças do programa da Bebê Clínica
assíduas ou não às consultas odontológicas, e da população que não participa do programaT. O Sr.(a) tem
a garantia de acesso, em qualquer etapa do estudo, sobre qualquer esclarecimento de eventuais dúvidas e
sobre o andamento do trabalho, que terá a supervisão do Professor Doutor Luiz Reynaldo de F. Walter ,
da UNOPAR – Mestrado em Odontologia Restauradora e Preventiva.
Se tiver consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contacto com o Comitê de Ética
(CEP) da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos- UNESP, situada na Av. Francisco José
Longo, 777 – CEP 12245-000, em São José dos Campos-SP, telefone (012) 3947-9076, E-mail
Suely@fosjc.unesp.br e comunique-se com a Coordenadora Profa. Dra. Suely Carvalho Mutti Naressi.
Informo que será garantida a liberdade da retirada do consentimento a qualquer momento e assim deixar
de participar do estudo. Também não haverá custo nem pagamento pela colaboração.
Anexos
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Declaro ter conhecimento da pesquisa a ser realizada e concordo em participar sabendo quais os
propósitos dos estudos, dos procedimentos a serem realizados, das garantias de confidencialidade, dos
esclarecimentos permanentes e que minha participação não implicará em nenhuma despesa.
Declaro, outrossim, que permito que o(a)menor ....................................................... ............., sob minha
responsabilidade, poderá participar voluntariamente desse estudo, podendo retirar o consentimento a
qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades, prejuízos ou perdas de quaisquer
benefícios que possa ter adquirido.
Nome do Responsável:.........................................................................................................
RG nº ........................................ CPF nº ...................................... Telefone: ......................
Endereço: ................................................................Nº: ........ Bairro: ................................
Cidade:...............................................................................Estado: ............................... ......
______________________________ _____________________________
Assinatura do Responsável Assinatura do Pesquisador
Anexos
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
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ANEXO 2
Anexos
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
83
ANEXO 3
Anexos
______Letícia Vargas F. Martins Lemos
84
ANEXO4
Anexos
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