Cláudio Manuel da Costa foi um poeta de técnica apurada

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Cláudio Manuel da Costa foi um poeta de técnica apurada, nascido nas redondezas de Ribeirão do Carmo, foi contemporâneo da Arcádia Lusitana, e viveu essa realidade num primeiro momento de sua escrita. Foi um escritor que procurou o equilíbrio entre o arcadismo e estilo neoclássico. Porém quando da sua volta ao Brasil viu-se em outra realidade. Agora incapacitado de seguir os rumos poéticos que conheceu em Portugal tentou realizar, agora no Brasil, uma poética mais realista e dura, um forte sintoma de sua melancolia.

Leia a posteridade, ó pátrio Rio,Em meus versos teu nome celebrado;Por que vejas uma hora despertadoO sono vil do esquecimento frio:

Não vês nas tuas margens o sombrio,Fresco assento de um álamo copado;Não vês ninfa cantar, pastar o gadoNa tarde clara do calmoso estio.

Turvo banhando as pálidas areiasNas porções do riquíssimo tesouroO vasto campo da ambição recreias.

Que de seus raios o planeta louroEnriquecendo o influxo em tuas veias,Quanto em chamas fecunda, brota em ouro.

Nesse soneto de Cláudio Manuel da Costa, vemos uma estrutura mais levada para o caminho nativista, uma busca, em certa medida, de realizar alguns ideais árcades, porém sem sucesso e ele introduz esse insucesso mais claramente a partir do segundo quarteto.

Nos dois quartetos podemos observar, também, uma identidade nacional, na qual o pátrio rio faz referência à terra onde o eu-lírico nasceu,mariana. Ele mostra certa erudição e conhecimento das características árcades, ele de certa forma, tenta fazer viver nos seus versos uma realidade que já não existe mais.

Nos dois tercetos, vemos um poeta angustiado com a passagem de tempo e todas as consequencias dessa passagem. No primeiro terceto, ele declara as mudanças ocorridas em sua terra pátria, dizendo não ver mais o que ele deixou quando partiu para Portugal e também não vê no rio de Mariana o que ele viu nos rios portugueses, no qual encontra todas as características árcades tais como as ninfas, a natureza presente a beira rio, etc. Ao contrário disso vê um rio que em suas margens não existe mais natureza e nem ninfas, vê um rio desolado pela ação do homem e mostra um grande incomodo com isso.

Já no segundo

marina_rayne@hotmail.com