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QUAL A CAUSA DO DILÚVIO? Segundo a Bíblia, a resposta é simples e direta: a absoluta e comprovada incompetência de Deus. Não há o que discutir sobre isto, a Bíblia é muito clara e coloca as palavras diretamente na boca de Deus. · Gênesis 1:31 · E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto. Aqui Deus revela que não sabia o resultado de suas criações antes de tê-las feito, só depois de prontas é que descobria se “era bom”, o que é espantoso para um deus onisciente e onipotente... E pior! Parece que descobria errado! O que pensava que era bom, depois acabava parecendo muito errado, tanto que já estava cansado de se arrepender (Jeremias 15:6). · Gênesis 6:7 · E disse o SENHOR: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito. Mas ele não tinha visto que a criação era boa? Não conseguiu ver (com sua onisciência) os erros de sua própria criação diante de suas barbas? Diante disso, podemos chamar Deus de incompetente? Sim, sem dúvida! Mais incompetente nem com muito esforço! Mas o seu histórico de incompetência não parou nisso, fracassou completamente na tentativa de destruir a criação mal feita: criou o universo em 6 dias e não conseguiu destruir a humanidade em 40 dias de dilúvio e, acredite se quiser, SALVOU TUDO O QUE QUERIA DESTRUIR! E pouco depois já estava tudo na mesma merda (feita por ele mesmo) de antes. O seu rico histórico de incompetências continua até os dias de hoje...
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Coleção Fábulas Bíblicas Volume 33
O PLÁGIO
DESCARADO
do mito do dilúvio
A arca da salvação era o túmulo da morte rápida, pois antes que
começasse a flutuar com as chuvas do dilúvio, já estariam todos
mortos por asfixia e intoxicação. Só tinha uma janela e ficou lacrada
por 40 dias. Projeto genial de barco suicida.
JL
jairoluis@inbox.lv
3
Esta barcaça ridícula foi projeto de Deus?
4
Sumário Introdução ......................................................................................... 6
1 - Qual a causa do Dilúvio? .......................................................... 8
2 - O Dilúvio é um problemão para Jesus Cristo ............................. 11
1 - Noé, a arca, a chuva e os animais: “pequenos” problemas. ............... 13
1 - Deus confessando sua incompetência: ..................................... 14
2 - Deus, Dinossauros e a Arca. As absurdas teorias Cristãs >>> ........... 25
1 - Deus e os Dinossauros de plastilina ............................................ 34
1 - Os dinossauros conviveram com o homem ............................... 35
2 - O Tiranossauro se alimentava de cocos e frutas do bosque ......... 35
3 - A arca de Noé ia carregada de dinossauros .............................. 36
4 - Cangurus e ursos polares viviam junto à casa de Noé ................ 36
5 - Os Neandertais eram os patriarcas bíblicos ............................... 37
6 - Deus criou os anfíbios porque lhe agradavam assim .................. 37
7 - A Terra foi criada "instantaneamente" há poucos milhares de
anos ......................................................................................... 37
8 - O Big Bang é um disparate científico ....................................... 38
9 - A Evolução é uma invenção dos judeus .................................... 38
10 - O Universo é um grande truque de magia .............................. 38
3 - Implicações morais e éticas do Dilúvio. ........................................... 40
4 - As virtudes de Deus e Noé; ou como matar teu avô. ........................ 45
5 - O plágio judaico-cristão descarado >>> ......................................... 49
1 - Análise bíblica e sua moralidade ................................................. 50
1 - Vivemos numa cúpula de vidro submersa ................................. 56
2 - Criou tudo em 6 dias, não conseguiu acabar em 40 dias ............ 57
3 - Deus tinha esquecido a arca e de Noé...................................... 58
4 - Deus avisa Noé tarde demais .................................................. 61
5 - Deus não conhecia o coração do homem .................................. 61
6 - Deus mentindo descaradamente ............................................. 62
2 - Aconteceu algo assim? .............................................................. 63
3 - Todos os animais na arca? ......................................................... 67
1 - O volume da arca era suficiente para levar os tipos necessários? 67
2 - Quantos tipos de animais Noé precisou levar? .......................... 70
3 - Quantos animais a Arca levou? ............................................... 75
5
4 - Plágio de outras culturas anteriores ............................................ 77
1 - O dilúvio bíblico é só mais um... E plagiado! ............................. 89
5 - Outros dilúvios “universais” >>> ............................................... 90
1 - Dilúvio Judaico ...................................................................... 91
2 - Dilúvio Sumério .................................................................... 92
3 - Dilúvio Africano .................................................................... 93
4 - Dilúvio Hindu ........................................................................ 94
5 - Dilúvio Grego ....................................................................... 95
5 - Dilúvio Mapuche.................................................................... 96
6 - Dilúvio Pascuense ................................................................. 97
7 - Dilúvio Maia ......................................................................... 97
8 - Dilúvio Asteca ....................................................................... 99
9 - Dilúvio Inca .......................................................................... 99
10 - Dilúvio Uro ....................................................................... 101
6 - Dilúvio babilônico versus dilúvio bíblico >>> ............................. 102
1 - Importância das duas histórias ............................................. 106
2 - Quem foi o primeiro: Noé ou Ut-Napishtim? ........................... 109
7 - Resumo ................................................................................. 114
1 - Mapa de migração humana do mtDNA ................................... 114
6 - “Encontrada a Arca de Noé”, diz Igreja da Arca de Noé >>> ........... 117
7 - Mais bobagens do Cristianismo >>> ............................................ 122
Mais conteúdo recomendado ..................................................... 123
Livros recomendados ................................................................ 124
Referências e Fontes: ............................................................... 133
6
Introdução
O que causou o dilúvio bíblico? Segundo as palavras de Deus
na Bíblia, foi o erro de Deus na criação da humanidade.
7
Parece bastante compreensível o desespero dos crentes e dos
parasitas religiosos cristãos em revestir de alguma
historicidade essa bobagem do dilúvio universal. E a razão para
isso é muito simples: sem dilúvio: sem pecado original, sem
queda do homem, sem arrependimento de Deus e SEM
CRISTIANISMO. O dilúvio faz parte das ações fundamentais de
Deus que dão sustentação à teologia judaico-cristã. Se o
Dilúvio é simbólico, Jesus Cristo, sua morte, ressurreição e
salvação TAMBÉM. O mesmo vale para as bobagens de céu,
pecado, inferno e milagres. Tudo não passa de uma trollagem
aplicada nos crentes palermas para enriquecer os parasitas da
fé e suas igrejas.
8
1 - Qual a causa do Dilúvio?
Segundo a Bíblia, a resposta é simples e direta: a absoluta e
comprovada incompetência de Deus. Não há o que discutir
9
sobre isto, a Bíblia é muito clara e coloca as palavras
diretamente na boca de Deus.
Vamos ao ponto que interessa:
Gênesis 1:3-5
3 - E disse Deus: Haja luz; e houve luz. 4 - E VIU DEUS QUE ERA
BOA A LUZ; e fez Deus separação entre a luz e as trevas. 5 - E
Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e
a manhã, o dia primeiro.
Gênesis 1:10
E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas
chamou Mares; E VIU DEUS QUE ERA BOM.
Gênesis 1:12-13
12 - E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua
espécie, e a árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a
sua espécie; E VIU DEUS QUE ERA BOM. 13 - E foi a tarde e a
manhã, o dia terceiro.
Gênesis 1:16-19
16 - E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para
governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as
estrelas. 17 - E Deus os pôs na expansão dos céus para iluminar a
terra, 18 - E para governar o dia e a noite, e para fazer separação
entre a luz e as trevas; E VIU DEUS QUE ERA BOM. 19 - E foi a
tarde e a manhã, o dia quarto.
Gênesis 1:21
E Deus criou as grandes baleias, e todo o réptil de alma vivente
que as águas abundantemente produziram conforme as suas
espécies; e toda a ave de asas conforme a sua espécie; E VIU DEUS
QUE ERA BOM.
Gênesis 1:25
E fez Deus as feras da terra conforme a sua espécie, e o gado
conforme a sua espécie, e todo o réptil da terra conforme a sua
espécie; E VIU DEUS QUE ERA BOM.
Gênesis 1:31
10
E viu Deus tudo quanto tinha feito, E EIS QUE ERA MUITO BOM; e
foi a tarde e a manhã, o dia sexto.
Alguém não entendeu?
Deus fazia as coisas sem saber se o resultado seria bom?
Aqui Deus, na maior cara de pau, revela que não sabia o
resultado de suas criações antes de tê-las feito, só depois de
prontas é que descobria se “era bom”, o que é espantoso para
um deus onisciente e onipotente... E pior! Parece que descobria
errado! O que achava que era bom, depois acabava
descobrindo que se enganara, de tanto pisar na bola chegou a
um ponto em que já estava cansado de se arrepender
(Jeremias 15:6).
Gênesis 6:7
E disse o SENHOR: Destruirei o homem que criei de sobre a face
da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave
dos céus; porque me arrependo de os haver feito.
Mas ele não tinha visto que a criação era boa? Não conseguiu
ver (com sua onisciência) os erros de sua própria criação diante
de suas barbas? Diante disso, podemos chamar Deus de
incompetente? Sim, sem dúvida! Mais incompetente nem com
muito esforço! Mas o seu histórico de incompetência não parou
nisso, fracassou completamente na tentativa de destruir a
criação mal feita: criou o universo em 6 dias e não conseguiu
destruir a humanidade em 40 dias de dilúvio e, acredite se
quiser, EM VEZ DE CRIAR TUDO DE NOVO, SALVOU TUDO O
QUE QUERIA DESTRUIR! E pouco depois já estava tudo na
11
mesma merda (feita por ele mesmo) de antes. O seu rico
histórico de incompetências continua até os dias de hoje...
2 - O Dilúvio é um problemão para Jesus Cristo
“Os 11 primeiros capítulos do Gênesis são a base conceitual do
Criacionismo. Se retirarmos o Jardim do Éden, com Adão e Eva,
a tentação e a queda, não há necessidade de uma redenção,
de um redentor, de um salvador. Cristo veio fazer o que aqui
nesta terra?”
Rui Vieira – Presidente da Sociedade Criacionista
Brasileira
(Veja o vídeo AQUI)
Você entendeu bem isto?
12
Para que o amado Jesus Cristo dos crentes enganados pelos
parasitas religiosos tenha algum sentido e utilidade, o Jardim
do Éden, com Adão e Eva, a tentação, queda, o Dilúvio e mais
tarde o Êxodo, NÃO PODEM SER SIMBÓLICOS, ALEGORIAS,
METÁFORAS OU LENDAS, PRECISAM SER REAIS E
HISTÓRICOS OU JESUS NÃO SERVE PARA NADA. Se o crente
cristão tem o descaramento de alegar que qualquer um desses
eventos mitológicos é apenas alegoria, aplica-se isto
automaticamente a Jesus Cristo, sua morte, ressurreição,
redenção, juízo final, céu e inferno. Tudo história para boi
dormir e palerma pagar dízimo.
Se o dilúvio é uma lenda plagiada:
Não existiu pecado original. O arrependimento de Deus é uma farsa.
O deus bíblico é fábula. Jesus é fábula. Cristianismo é fábula.
E a fé nestas bobagens é uma idiotice para retardados.
13
1 - Noé, a arca, a chuva e os animais: “pequenos”
problemas.
14
1 - Deus confessando sua incompetência:
E disse o SENHOR: Destruirei o homem que criei de sobre a face
da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave
dos céus; porque me arrependo de os haver feito. Gênesis 6:7.
Um Homem (bem ancião na
realidade) de uns 400 anos
ou mais (Jura? É para
acreditar ou rir?) escutou
uma voz que lhe disse para
construir uma Arca (Ouvindo
vozes aos 400 anos? Já
devia estar bem gagá!) e
junto com seus três filhos a
fizeram; e não só isso, mas
meteram dentro da tal arca
2 animais de todas as espécies existentes! Choveu por 40
dias e inundou toda a terra até acima dos picos mais altos.
Depois de um ano, secou toda a água e este homem de 400
anos e os animais voltaram a povoar toda a terra. Ahh, tudo
isso aconteceu há pouco mais de 4.000 anos (de acordo com
os estudiosos da Bíblia a inundação ocorreu por volta de
2300 AEC). Existe algum ser humano medianamente
sensato que acredite nesta bobagem? Incrivelmente sim!
Hoje em dia existem pessoas que não só creem nesta
sandice, mas pretendem apoiar-se em “provas e
evidências”. Em pleno século 21!
15
Bem, vamos analisar alguns problemas envolvendo a arca, a
chuva e os animais. Creio que todos conhecem a história, os
capítulos do Gênesis de 6 a 9 relatam como aconteceram os
“fatos”.
Gênesis 6:14-16
14 - Faze para ti uma arca da madeira de gofer; farás
compartimentos na arca e a betumarás por dentro e por fora com
betume. 15 - E desta maneira a farás: De trezentos côvados o
comprimento da arca, e de cinquenta côvados a sua largura, e de
trinta côvados a sua altura. 16 - Farás na arca uma janela, e de
um côvado a acabarás em cima; e a porta da arca porás ao seu
lado; far-lhe-ás andares, baixo, segundo e terceiro. (Compare
abaixo, com o maior navio já feito pelo homem).
A maioria dos estudiosos hebreus acredita que o côvado tinha
aproximadamente 45 centímetros. Isto significa que a arca
tinha aproximadamente 135 metros de comprimento, 22,5
metros de largura e 13,5 metros de altura. Noé foi encarregado
da construção do maior navio de madeira já construído. Parece
que os homens nunca, nem com as técnicas mais avançadas,
construíram um barco tão grande em madeira. Aparentemente
as questões técnicas da construção em madeira eram
insuperáveis, mesmo para as técnicas mais avançadas que a
humanidade já dispôs.
Não se voltou a construir um barco tão grande até meados do
século 19 (os chineses tinham barcos de 120 metros no século
15), mas lembrem-se, esse barco foi construído por apenas 4
pessoas (8 se contar as esposas), sem tecnologia alguma e o
líder era um ancião com mais de 400 anos. Como um homem
que não tinha a mínima ideia do assunto conseguiu construir
sem erros, sem testes prévios, uma arca de madeira que
16
funcionou de primeira no maior oceano jamais imaginado na
Terra? Só no reino da fábula, porque os problemas de logística,
matéria prima, transporte e tempo tornariam a tarefa inviável.
Para alguns estudiosos da Bíblia, Deus deu a Noé apenas 7 dias
para construir a arca (Gênesis 7:4 - Porque, passados ainda
sete dias, farei chover sobre a terra quarenta dias e quarenta
noites; e desfarei de sobre a face da terra toda a substância
que fiz. >> parece que o deus imutável se arrependeu!!!),
portanto, devia cortar quase 600 árvores (25 por hora, uma
árvore a cada 2,4 minutos) por dia para chegar a tempo. Isso
sem contar o tempo necessário para corte, polimento e
montagem da arca e reunir os animais!
Deus ordenou que os animais dos lugares mais distantes
do mundo chegassem sozinhos até a arca?
É impensável como teria sido possível que um casal, e somente
um casal, de animais desde todos os lugares do planeta teria
chegado até a arca. Mais impressionante é que não morressem
animais durante o longo trajeto, que atravessassem rios,
oceanos e desertos, que não sofressem com as mudanças do
clima. Mesmo assim ainda resta um problemão por resolver:
Como as plantas e sementes de plantas chegaram até a
arca?
É de se supor que um dilúvio dessa magnitude tivesse
destruído a grande maioria das espécies vegetais da terra (um
ano debaixo da água é mais que suficiente para matá-las),
portanto, se assume que Noé meteu sementes e plantas
também na arca (¡?). Igualmente, não tem nenhuma
17
credibilidade o fato de que pudesse recolonizar toda a Terra
desde o ponto de desembarque no monte Ararat.
Noé, sem descanso depois da construção da arca (em 7 dias),
teve que 7 casais de animais puros e 1 dos impuros, dentre
todos os animais existentes: invertebrados terrestres, vírus,
aves, repteis, mamíferos, anfíbios, bactérias, etc. Porque, em
2005, haviaM identificadas na Terra, segundo o Programa de
Meio Ambiente das Nações Unidas. E se acredita que há muito
mais que não conhecemos:
1.085.000 espécies de insetos,
400.000 de bactérias,
270.000 de plantas,
72.000 de cogumelos,
19.000 de peixes,
9.700 de aves,
6.300 de repteis,
5.000 de vírus,
4.300 de mamíferos,
4.200 de anfíbios,
Se os animais fossem entrando na arca à medida que era
construída, Noé teria que ir acomodando uns 13.095 animais
por hora, ou seja, 218 por minuto, ou 3,63 por segundo...
Resumindo, Noé cortou 600 árvores por dia, as cortou em
taboas, as montou e ao mesmo ia acomodando na arca 3,6
animais por segundo, tudo para cumprir com o prazo de 7 dias
que lhe foi dado...
18
Você acredita nessa bobagem de um velho de 400 anos
cortando 600 árvores por dia? É melhor acreditar, pois da
existência real deste mito depende a existência de outro
mito, Jesus Cristo. Se o dilúvio não aconteceu, o
pecado original não aconteceu, Deus não se arrependeu e
Jesus Cristo não serve para nada. Simples, já que uma coisa está ligada a outra.
A Bíblia nos atraca a história de que as águas subiram até
quinze codos acima dos montes mais altos. (¡?) De onde saiu
tanta água? Alguém consegue imaginar uma idiotice dessas?
19
O monte mais alto da terra é o Everest e já existia há 4.000
anos, portanto, a água devia ultrapassá-lo. Em escalas
geológicas isto é um tempo muito pequeno, então podemos
considerar que a geografia terrestre era praticamente igual à
de hoje. Vamos supor que o Dilúvio conseguiu inundar toda a
superfície da Terra e, portanto, superou a altura da montanha
mais alta: o Everest, com quase 9 km de altura. Calcular a
quantidade de água necessária para tal inundação é um
exercício muito simples, conhecendo o volume da Terra, o
volume que ocuparia a mesma se sua superfície líquida
alcançasse os 8.844 metros seria: O raio médio da Terra é de
6.371 km, enquanto que o raio que teria uma esfera cuja
superfície alcançasse acima do Everest, seria de 6.371 + 8,844
km, ou seja, 6379,844 km. Desta forma, o volume da Terra
seria 4/3 π r3 = 4/3 · 3,1416 · 63713 = 1,0834 x 1012 km3.
Enquanto que o volume do globo inundado seria 4/3 π r3 = 4/3
· 3,1416 · 6379,8443 = 1,0878 x 1012 km3. Restando ambos,
o volume de água caída durante os 40 dias do dilúvio seria:
1,0878 x 1012 - 1,0834 x 1012 = 4,4 x 109 km3. Ou seja,
4.400.000.000 km3 de água. Isto seria mais de três vezes a
água de todo o planeta, contando oceanos, calotas polares,
lagos, aquíferos, rios, etc. (que, entretanto, não pôde ser
empregada para a chuva, pois teve que cobrir o globo inteiro).
A primeira pergunta, obviamente, é de onde saíram
4.400 milhões de quilômetros cúbicos de água, levando
em conta que toda a água do planeta representa tão só
1.340 milhões?
Recopilemos as condições que deveriam acontecer para que
ocorresse o Dilúvio e os efeitos que teria:
20
1. Deveria existir na atmosfera 3,55 bilhões de km3 de
água.
2. Toda esta água, capaz de encher outros dois planetas e
meio como o nosso, caiu na Terra e desapareceu sem
deixar rastro.
As nuvens onde estava o vapor d´água cobririam a
totalidade da Terra e teriam um mínimo de 10 km de
espessura.
Nesta situação, a Terra estaria completamente às
escuras e a temperatura média baixaria uns 20ºC.
Após o Dilúvio, a temperatura do planeta deveria subir
20ºC (40ºC se considerarmos que deve recuperar os
20ºC de esfriamento) devido à maior absorção de
radiação por pela água.
Para onde foi toda essa água?
Após 150 dias de inundação, os 4.400.000.000 km3 de água
“se retiraram”. Para onde? Isto é, obviamente, impossível de
acreditar. Não há água disponível no planeta para gerar uma
inundação dessa magnitude. Da mesma forma, não há lugar
para onde possa “retirar-se” tal quantidade de água após o
dilúvio. A ideia simplória de que se evapore é impensável, dado
que saturaria a atmosfera a 100% de humidade somente uma
fração da mesma, tornando impossível a respiração e a
evaporação do resto. Hoje sabemos o que é o ciclo da água,
sabemos que a quantidade de água que existe desde sempre
na Terra tem permanecido mais ou menos constante ao longo
dos tempos. Hoje sabemos que a água se evapora no mar e na
terra, se translada de um lugar a outro em forma de nuvens, e
quando se condensa, chove sobre a terra e regressa ao mar
21
pelos rios. Por isso o nível do mar permanece constante. Se
evapora muita água, chove muito; se evapora pouca, chove
pouco. Uma chuva da magnitude da qual fala a Bíblia deveria
ser precedida de uma evaporação descomunal dos mares, seu
nível teria baixado muitíssimo, porém teriam voltado encher-
se até o mesmo nível de antes do dilúvio. Outro assunto. Agua
doce ou salgada? Se a água era doce, mataria os organismos
marinhos por descompensação osmótica. Se fosse salgada,
morreriam os de água doce, além disso, onde estão os
tremendos depósitos de sal que deveria existir?
1. Se era água doce, o dilúvio fracassou, pois não aniquilou
os seres de água doce.
2. Se era água salgada, o dilúvio fracassou, pois não
aniquilou os seres de água salgada.
Gênesis 7:21-22
21 - E expirou toda a carne que se movia sobre a terra, tanto de
ave como de gado e de feras, e de todo o réptil que se arrasta
sobre a terra, e todo o homem. 22 - Tudo o que tinha fôlego de
espírito de vida em suas narinas, tudo o que havia em terra seca,
morreu.
As plantas não têm alento de vida? Os peixes não têm espírito
de vida? Morreram eles também? Como morreram os peixes,
se não respiram pelo nariz ou as plantas que nem sequer
possuem nariz?
Gênesis 7:23
Assim foi destruído todo o ser vivente que havia sobre a face da
terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos
céus; e foram extintos da terra; e ficou somente Noé, e os que
com ele estavam na arca.
22
Aqui a Bíblia nos relata que os peixes, plantas e inclusive as
bactérias morreram com o dilúvio (¡?). A quantidade de
alimento necessário para manter durante um ano a um número
tão elevado de animais, superaria várias vezes o espaço
disponível e a quantidade de excrementos gerados também. A
isto teria que se somarem os cuidados especiais de muitos
deles, incluindo uma grande quantidade de animais vivos para
a alimentação dos carnívoros predadores. Como Noé conseguiu
guardar na arca alimentos para todos os animais durante tanto
tempo sem apodrecerem? Obviamente havia animais
carnívoros na arca, portanto, como Noé fez para conservar
tanta carne sem um sistema de refrigeração adequado? E com
os animais que se alimentam de peixes? O peixe se conserva
por muito menos tempo que a carne. Hoge em dia a zoologia
moderna sabe que existem cadeias alimentícias sumamente
complexas e que só podem ser adquiridas pelos animais em
seu habitat natural. Sabe-se de insetos com cadeias
alimentícias complicadas. Como Noé conseguiu sem
conhecimentos de zoologia avançada e sem os recursos para
manter essas cadeias alimentícias? Obviamente Deus também
não tinha nenhum conhecimento sobre isso ou não teria dado
tal ordem tão absurda. Outro enorme problema é conservar só
um casal. Evidentemente, não se poderia preservar a
fantástica biodiversidade do planeta mediante um único casal
de cada espécie. Os problemas de endogamia e tronco
evolutivo tornariam isso inviável.
Gênesis 8:6
E aconteceu que ao cabo de quarenta dias, abriu Noé a janela da
arca que tinha feito.
23
Com isto descobrimos que a única abertura esteve fechada
todo esse tempo. (!?) Mas, como conseguiram respirar sem
renovação do ar tanto Noé e sua família, como o resto dos
animais? Todos sabem que Noé enviou uma pomba para
verifica se as águas tinham baixado e se havia algum lugar
seco. A pomba regressou com um ramo de oliveira no bico. De
onde saiu esta oliveira? Depois de tanto tempo debaixo d´água
não deveria ter sobrevivido nenhuma árvore ou coisa viva,
ISSO SERIA O FRACASSO RETUMBANTE DA INTENÇÃO DE
DEUS DE ANIQUILAR TUDO. Como fez esta oliveira para
crescer tão rápido, sobreviver e contradizer a palavra de Deus
que diz: “Foi destruído todo ser que vivia sobre a face da
terra”? Quem é o mentiroso nessa história? Após uma
catástrofe de tal magnitude, os ecossistemas precisariam se
recuperar (sem produtores primários) a uma velocidade
espantosa para que os casais desembarcassem e pudessem
sobreviver ou teriam que comer pó.
Como se explica os ursos polares? Como chegaram aos
polos?
De que se alimentavam os animais herbívoros se tudo
tinha sido exterminado?
Como fizeram os marsupiais da Austrália para voltarem
de novo para lá?
Supõe-se que os filhos de Noé e suas esposas eram da mesma
raça e cor, portanto, surge outra dúvida:
Como de quatro casais humanos surgiu tal quantidade
de cores e variedades de raças humanas?
24
Podemos seguir e seguir dando
argumentos, cálculos e cifras, mas
não vale a pena; por simples sentido
comum é impossível crer numa
história desta magnitude. E se a isto
somarmos a possibilidade certa de
ter sido copiada de histórias
mitológicas anteriores, não resta
muito que dizer. Existem muitas
“teorias” de cristãos que
incrivelmente se empenham em
afirmar que um fato como o dilúvio universal pode ter
ocorrido. A grande maioria destas teorias está baseada em
cálculos e suposições errôneas, mas principalmente se
apoiam em milagres e divindades as quais não podem ser
medidas nem quantificadas.
25
2 - Deus, Dinossauros e a Arca. As absurdas teorias
Cristãs >>>
Maior navio do mundo transforma a arca de Noé em uma canoa ridícula.
Já sabemos que a história da arca e do dilúvio não pode ser
tomada como literal (péssima notícia para Jesus). Mesmo sem
os argumentos que levantamos aqui, por simples sentido
comum, essa bobagem de Noé e seu barco é só um mito ou,
no melhor dos casos, uma simples metáfora sem uma moral
decente.
26
A respeito do tema dos
dinossauros, ninguém se atreveria
a dizer que não existiram ou que
existiram em épocas recentes. Os
últimos estudos tem mostrado seu
desaparecimento há uns 65,5
milhões de anos, com uma
margem de incerteza de 300.000
anos aproximadamente. Ninguém
em seu juízo perfeito afirmaria que os dinossauros
conviveram junto com os humanos em algum momento da
história. Assombrosamente há muitos crentes que não
apenas afirmam que os dinossauros existiram, mas que
entraram na arca e, portanto, conviveram com os humanos
no mais puro estilo da série animada “Os Flintstones”. Mas
esses devem ser ignorados devido à sua absoluta ignorância
científica e a má fé em outros casos.
Argumentar contra estas incríveis atrocidades e disparates é
desnecessário; no lugar disso transcreveremos partes de
algumas páginas web cristãs, onde não apenas apoiam essas
sandices, mas pretendem dar provas científicas disso. (O que
não é muito diferente de uma página de humor):
A maioria das pessoas, ao escutar pela primeira vez que
havia dinossauros na arca, acha incompreensível. A
projeção visual de dinossauros subindo a rampa e
passando pela porta da arca não é um quadro que
muitos tenham considerado. Demasiadas pedras de
tropeço fazem que seja especialmente difícil dar à
pessoa comum qualquer consideração a esta
possibilidade, entre elas, o ensinamento evolutivo e o
27
tamanho gigantesco dos dinossauros. O trabalho dos
meios principais de comunicação encarregados de
convencer à população geral de que os dinossauros
viveram há milhões de anos, tem sido tão efetivo que
parece ridícula a ideia de dinossauros na arca. Depois de
tudo, quiseram que acreditássemos que os humanos
estão separados dos dinossauros por sessenta e cinco
milhões de anos.
1 - Como a família de Noé e as criaturas domesticadas podiam
dividir alojamentos com criaturas ferozes como o
Tyrannosuarus rex?
Todas as criaturas terrestres foram cridas no sexto dia
(Gênesis 1:24-26).
Está claro que Deus criou durante o sexto dia todas as
criaturas terrestres, como também o homem. Esta
história da criação se reforça de novo em Êxodo 20:11,
onde diz: “Porque em seis dias fez o SENHOR os céus e
a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia
descansou; portanto abençoou o SENHOR o dia do
sábado, e o santificou”. Claramente, tudo, inclusive o
homem e os dinossauros, foi criado durante os seis dias
da criação.
2 - Noé deveria meter na arca dois de toda criatura imunda
terrestre, o que incluiria os dinossauros (Gênesis 6:19-20 – “E
de tudo o que vive, de toda a carne, dois de cada espécie, farás
entrar na arca, para conservá-los vivos contigo; macho e
fêmea serão”.).
28
Se existiram dinossauros naquele tempo, podemos
concluir, razoavelmente, que eles também requereriam
de custódia segura.
3 - O livro de Jó descreve o “behemot” (40:15), uma criatura
cuja descrição se ajusta ao dinossauro vivo depois do Dilúvio.
(Existe mais evidência científica para a existência destas
assombrosas criaturas depois do Dilúvio.).
É certo que a maioria dos eruditos considera que o livro
de Jó figura entre os primeiros livros escritos, além
disso, pela forma de adoração de Jó e seus três
“amigos”, podemos saber que o livro cai no tempo pós-
diluviano. Além disso, há muita evidência científica
segundo a qual os homens viram essas criaturas
incríveis depois do Dilúvio.
4. Gênesis 1:29-30 indica que, antes de Dilúvio, tanto homens
como animais deviam comer vegetação. Só depois do Dilúvio
Deus permitiu que se comesse carne (Gênesis 9:3). Se fosse o
caso que tanto homens como animais eram vegetarianos antes
do Dilúvio, então, compartilhar as facilidades limitadas de
hospedagem na arca não teria apresentado problema algum.
5 - Na Bíblia, não se especifica que Noé tivesse que meter
animais adultos na arca. Embora muitos argumentem que os
dinossauros teriam sido demasiado grandes para caber na
arca, nós devemos ter em conta que alguns mistérios a Palavra
de Deus não os revela. Por exemplo, o que impedia que Noé
metesse animais jovens? Considere: requerem menos espaço,
consomem menos alimento, produzem menos esterco e não
teria que se preocupar com problemas relacionados com a
29
reprodução! Também é certo que nem todos os dinossauros
eram de tamanho massivo.
Então, é possível que os dinossauros pudessem estar na arca
com Noé e sua família? Absolutamente!
Fonte:
http://www.editoriallapaz.org/Think_august_2007_dinosaurio
s_en_arca.htm
Espinossauro, o maior
dinossauro carnívoro.
Pesava 10 toneladas e 16
metros de comprimento.
Imagine um ancião de 400
anos e seus filhos
controlando dois destes
dentro da arca. Também
seria interessante saber como acomodariam um casal de
Sismossauros, com quase 60 metros e 100 toneladas...
Considerando-se que a arca tinha só 130 metros.
A Bíblia nos dá uma cosmovisão completamente diferente da
história da Terra (e por consequência, dos dinossauros). Como
é a palavra de Deus escrita para nós, podemos confiar que diz
a verdade sobre o passado.
A história que todos temos escutado dos filmes, da televisão,
dos jornais, da maioria das revistas e livros de texto é que os
dinossauros “governaram a Terra” por 140 milhões de anos, se
extinguiram há 65 milhões de anos, e, portanto, não se
30
encontravam por ai quando Noé e companhia embarcaram na
Arca há uns 4.300 anos.
Pode-se fazer um cálculo matemático da idade do universo
estudando cuidadosamente as Escrituras:
1 - Deus fez tudo em seis dias, e descansou o sétimo. (A
propósito, esta é a base para nossa semana de sete dias:
Êxodo 20:8-11). Proeminentes eruditos hebreus indicam que,
baseados na estrutura gramatical do Gênesis 1, estes “dias”
eram de duração normal e não representavam longos períodos
de tempo.
2 - Nos diz que Deus criou o primeiro homem e a primeira
mulher, Adão e Eva, no Dia Seis, junto com os animais
terrestres (o que teria incluído os dinossauros).
3 - A Bíblia registra as genealogias desde Adão até Cristo. Pelas
idades dadas nestas listas (e aceitando que Jesus Cristo, o Filho
de Deus, veio a terra há uns 2000 anos), podemos concluir que
o universo tem só uns poucos milhares de anos (talvez só
6000), e não milhões de anos. Desta maneira, os dinossauros
viveram dentro dos últimos milhares de anos.
O investigador criacionista John Woodmorappe calculou que
Noé tinha a bordo com ele, representantes de uns 8.000
gêneros animais (incluindo alguns animais agora extintos) ou
cerca de 16.000 animais individuais. Quando você se dá conta
de que os cavalos, as zebras e os asnos são provavelmente
descendentes do gênero equino original, Noé não tinha que
levar deus pares de cada um desses animais. Igualmente com
os cães, os lobos e os coiotes que provavelmente vêm de um
par de caninos originais. Segundo Gênesis 6:15, a Arca media
133 x 23 x 14 metros, com um volume de 39.500 metros
31
cúbicos. Investigadores têm mostrado que isto equivale ao
volume de 522 vagões ferroviários de carga (como os dos
EUA), cada um dos quais pode levar 240 ovelhas. A propósito,
só 11% dos animais terrestres são maiores do que uma ovelha.
Sem maternos em todas as matemáticas, os 16.000 animais
teriam ocupado muito menos da metade do espaço na Arca
(permitindo-lhes inclusive ter espaço para mover-se).
Porém, que outra opção temos? Bem, há duas opções.
Primeiro, se vamos confiar no que outros dizem, asseguremo-
nos de que essa seja a informação mais atual e a melhor
respaldada pela evidência. Aqui se deve ter cuidado ao buscar
as opiniões contrárias e em pesar as suposições filosóficas das
fontes de informação. Por exemplo, aceitar inocentemente o
que nos mostra o Discovery Channel em programas como
“Caminhando com Dinossauros”, não é uma boa opção. Com o
objetivo de atrair grandes audiências, Discovery Channel e a
BBC têm produzido programas espetaculares em efeitos e
imagens, mas pobres em ciência e informação. O programa
mencionado recebeu muitas críticas da comunidade científica
por sua falta de rigor ao dar como fatos, especulações sem
fundamento (como os hábitos maternais do T. rex). Os artigos
de ministérios como “Planeta Jovem” e “Respostas em
Gênesis”, apontam esses problemas e desmascaram as
filosofias materialistas e ateias de muitos dos produtores
destas séries.
Segundo, e mais importante, podemos ter um fundamento
para medir a veracidade do que dizem os popularizadores da
ciência e os meios de comunicação (não digo os científicos,
porque na realidade muito poucos possuem acesso direto a
eles). A Bíblia, por exemplo, como a Palavra de Deus, é o
32
melhor fundamento sobre o qual basear todo nosso
pensamento. Se começamos pela Bíblia, podemos ter a
confiança de que o Deus onisciente e verdadeiro nos diz a
verdade sobre a natureza humana e a história do universo.
Se alguém me diz que os dinossauros viveram faz mais de 65
milhões de anos segundo o Discovery Channel, eu respondo
que os dinossauros viveram até há poucas centenas de anos
segundo Deus. (Sem descartar que existam descendentes
vivos dos dinossauros, em lugares recônditos da Terra.).
Uma vez que tenhamos o fundamento de avaliar o que cremos
segundo quem disse, podemos dar um passo adiante e avaliar
o que se diz. Quando entendemos bem a diferença entre as
opiniões dos homens e a Palavra de Deus, podemos julgar
melhor a evidência e discernir, por exemplo, as interpretações
corretas e incorretas da descoberta de um fóssil de dinossauro.
Fonte: http://www.conpoder.com/creacion4.html
Nota: A semana de 7 dias.
Tanto os hebreus quanto os alexandrinos foram, provavelmente,
influenciados pelas civilizações da Mesopotâmia. Muito antes que os profetas
e sacerdotes de Judá pusessem por escrito os primeiros livros da Torá ou
Antigo Testamento, ou mesmo que os hebreus pudessem ser identificados
como um povo, os sumérios de Ur já observavam um ciclo de sete dias,
relacionado aos sete planetas, sete céus, sete ramos da árvore da vida e os
sete deuses que regiam todas essas coleções de sete elementos: Utu, Nanna,
Gugalanna, Enki, Enlil, Inanna e Ninurta. Por volta de 2350 AEC., Sargão I,
o rei de Akkad, conquistou Ur e o resto da Suméria, unificou a Mesopotâmia
e estendeu a toda a região o uso dessa semana de sete dias. Mais tarde, com
a ascensão do poder da Babilônia, os nomes semitas dos deuses desta cidade
se impuseram aos sumerianos, aos quais eram considerados equivalentes. O
ciclo teológico-astrológico de sete dias - representado também pelos sete
escalões de Etemenanki, a grande torre de Babel - passou a se compor de
33
Shamash (Sol), Sin (Lua), Nergal (deus da guerra e da morte,
correspondente ao planeta hoje chamado Marte), Nabu (deus dos escribas,
planeta Mercúrio), Marduk (deus patrono de Babilônia, tido pela cidade como
supremo, planeta Júpiter), Ishtar (deusa do amor, planeta Vênus) e Ninurta
(deus da agricultura e da saúde, planeta Saturno). Enquanto no dia de Ishtar
era recomendável cultuar a deusa praticando o ato sexual, o último da
semana era um dia perigoso, no qual qualquer empreendimento podia acabar
mal. Ainda hoje, o planeta Saturno continua associado pelos astrólogos a má
sorte, doenças e provações. Não era um dia de descanso, mas se evitava
certas atividades. Os hebreus, ao que tudo indicam, adotaram esse ciclo,
alterando seu significado. Para seu monoteísmo, os deuses nada
significavam, mas o sétimo dia babilônico tornou-se um dia de culto a Javé,
adotando o nome do dia que, uma vez por mês, os babilônios dedicavam
especialmente ao culto dos deuses, principalmente a Lua. Pois shabbatu, em
Babilônia, era o dia de "apaziguar os deuses" (a palavra, de origem suméria,
significa "apaziguar-corações"). Quando foi inventado esse sábado? Não se
sabe com certeza. Talvez durante o exílio dos judeus em Babilônia, talvez
antes, ainda nos tempos dos reis de Judá. Mas há indícios de que os hebreus
seguiram originalmente uma semana de dez dias. Sabe-se que o Egito do
tempo dos faraós - que por muito tempo dominaram Canaã e os ancestrais
dos hebreus - tinham de fato uma semana de dez dias, cuja sombra ainda
se percebe nos "decanatos" da astrologia, que dividem o ano e o Zodíaco em
36 seções de aproximadamente dez dias. E a própria narrativa do Gênesis
dá a impressão de ter sido originalmente dividida em dez dias ou fases, para
ser mais tarde "comprimida" nos sete dias da semana adotada mais tarde.
Antonio Luiz M. C. Costa
Esses são apenas alguns dos comentários - mais engraçados
do que ridículos - que abundam na web sobre o assunto. É
incrível que a estas alturas existam pessoas tão ignorantes que
de verdade creiam e apoiem opiniões como estas.
Um interessante artículo chamado “Deus e os dinossauros de
plastilina” circula há algum tempo por aí, mas é de leitura
indispensável:
34
1 - Deus e os Dinossauros de plastilina
Em março de 1925, durante o conhecido julgamento contra o
professor Scopes por ensinar a teoria da Evolução a seus
alunos, William Jennings Bryan sentenciou que o mundo havia
sido criado em 23 de Outubro de 4004 AC, as 900h da manhã.
“Hora do Leste ou do Oeste”? Perguntou-lhe o advogado
Clarence Darrow sem dar atenção ao que estava escutando.
Desde então, à esta parte, a luta da ignorância contra a
Ciência, tem proporcionado um espetáculo inestimável na
história do humor e do friquismo intelectual, uma espécie de
pensamento da série Z, onde os tiranossauros "como
inofensivas criaturas de plastilina" comem maçãs das árvores
ou bailam com os pinguins na selva tropical. Estas são as dez
piadas mais celebradas do Criacionismo:
35
1 - Os dinossauros conviveram com o homem
Atendendo às teses criacionistas, a Bíblia está repleta de
referências que demonstram a convivência de homens e
dinossauros. No capítulo 40 do "Livro de Jó", Deus apresenta a
Jó o "Behemot", uma criatura que "come erva como boi",
demonstra a "força de seus lombos" e "move sua cauda como
um cedro". "Se alguém me diz que os dinossauros viveram há
mais de 65 milhões de anos, segundo o Discovery Channel,
(proclama um dos gurus do Criacionismo na Internet) eu
respondo que os dinossauros viveram até há só umas poucas
centenas de anos segundo Deus".
2 - O Tiranossauro se alimentava de cocos e frutas do
bosque
Segundo o Gênesis (1:30), Deus proporcionou erva em
abundância às criaturas do Paraíso para que pudessem
alimentar-se e conviver em harmonia e felicidade.
Então, para que o T-Rex necessitava de seus dentes
afiados?
A resposta dos criacionistas é de uma lógica
devastadora: para abrir os cocos que caíam das
palmeiras.
36
3 - A arca de Noé ia carregada de dinossauros
O Gênesis diz que Noé introduziu na arca dois exemplares de
cada tipo de vertebrado terrestre, o que inclui os dinossauros.
Mas como couberam no seu interior?
A resposta dos criacionistas: segundo as Sagradas
Escrituras, a Arca media 133 × 23 × 14 metros, volume
mais que suficiente para uns 20.000 animais do
tamanho de uma ovelha. Além disso, Noé não foi tão
burro de levar dinossauros adultos, mas escolheu só
exemplares jovens que ocupavam menos espaço.
4 - Cangurus e ursos polares viviam junto à casa de Noé
Se Noé levou um casal de cada espécie animal, isto inclui
cangurus e ursos polares, espécies que vivem em habitats
muito diferentes.
Ele passou pela Austrália para deixar os cangurus?
Os criacionistas afirmam que no mundo antediluviano a
temperatura era uniforme em todo o planeta, portanto
os cangurus e pinguins viviam perfeitamente no Oriente
Médio. Desta forma Noé não teve que deslocar-se de um
lado para outro do globo, mas que soltou todos os
animais no Ararat e eles por conta própria foram
separando-se e escolhendo os lugares onde habitar.
37
5 - Os Neandertais eram os patriarcas bíblicos
Acredite se quiser, mas os criacionistas, os Neandertais não
eram nem de longe as criaturas inferiores que nos querem
fazer ver, mas humanos autênticos descendentes de Adão e
Eva. Segundo dizem, existem provas evidentes de que os
fósseis têm sido alterados sistematicamente numa tentativa de
apoiar a teoria da Evolução. Da mesma maneira, os homens
de Cro-magnon seriam os descendentes pós-diluvianos de
Noé.
6 - Deus criou os anfíbios porque lhe agradavam assim
Para os criacionistas, o fato de que os anfíbios existam só
demonstra que Deus os criou. Os peixes nunca saíram da água
nem evoluíram para novas formas de vida, como sugerem os
evolucionistas. Assim o demonstra o fato de que todos os
peixes que parecem fossilizados são 100% peixes, não 80%
peixes e 20% anfíbios.
7 - A Terra foi criada "instantaneamente" há poucos
milhares de anos
Assim acreditam muitos cientistas de reputação, embora até
agora suas conclusões tenham sido silenciadas. De fato, as
provas demonstrariam que "a Terra foi criada
instantaneamente há uns 6.000 anos". Entretanto, ninguém
pode provar porque a Terra só foi criada uma vez e "não havia
testemunhos".
38
8 - O Big Bang é um disparate científico
Para os criacionistas, o Big Bang é um disparate que contradiz
os mais elementares princípios da Termodinâmica: a energia
nem se cria nem se destrói, e tudo tende à desordem. É mais
lógico pensar que o Universo foi obra de um sopro divino.
Quando muito, alguns criacionistas estão dispostos a admitir
que Deus possa ter utilizado o Big Bang para colocar as coisas
em ordem.
9 - A Evolução é uma invenção dos judeus
Uma informação recentemente elaborada por membros do
Partido Republicano apresentava "evidencias irrefutáveis" de
que as teorias evolucionistas não são mais que a evolução de
um conceito largamente utilizado nos escritos rabínicos como
a cabala desde 2000 anos, numa tentativa de manipular o
mundo de acordo com seus interesses.
10 - O Universo é um grande truque de magia
Por último, o grande argumento criacionista: "A probabilidade
de que tenha se formado uma célula ao acaso a partir de seus
componentes básicos, é a mesma que um tornado passe por
um hangar cheio de peças soltas e forme um Jumbo 737".
Tal argumento nos leva a pensar que, colocado pela
primeira vez em sua vida diante de um Jumbo 737, o
39
criacionista atribuiria sua origem a um truque divino,
antes de analisar seriamente seu funcionamento.
* Nota de rodapé: Uma pesquisa realizada pela empresa Gallup
e publicada pelo diário “USA Today” em princípios deste mês
de junho, mostrava que 66% dos norte-americanos diz crer no
Criacionismo e na ideia de que Deus criou os humanos em sua
forma atual durante um período de tempo dentro dos últimos
10.000 anos.
Fonte:
http://www.razoncritica.com/dios-y-los-dinosaurios-de-plastilina_148.html
40
3 - Implicações morais e éticas do Dilúvio.
Uma das principais características de Deus é sua infinita
bondade e amor. (1 João 4:8) e outra de suas qualidades é a
onisciência (Deus sabe tudo); e claro, recordemos também que
Deus é Imutável, ou seja, Deus não muda. Uma vez que
conhecemos estas qualidades de Deus a as confrontemos a
certos fatos que nos mostra a Bíblia, é muito difícil acreditar
que Deus seja verdadeiramente tal como descrevem suas
qualidades. Obviamente falamos do Dilúvio Universal.
O livro do Gênesis
relata-nos capítulos 6
ao 9 como Deus ao
ver a maldade da
gente que ele próprio
criou “Se arrepende
de tê-los criado” (Gen
6:5-6) (recordemos
que Deus é imutável,
que não deveria
mudar, portando,
dizer que “se
arrependeu” de algo é
uma contradição
descomunal e
injustificável.) Deus,
para reparar o desastre que há na terra e pelo que parece
ele não sabia que ocorreria, sua magistral e inteligente
solução é afogar todo mundo, incluindo os animais e as
plantas.
41
Deus escolhe salvar só um dos homens que habitam na terra,
é Noé, que encontrou graça diante dos olhos de Deus. A Bíblia
não nos diz que os filhos de Noé e suas esposas fossem bons,
só diz que o único bom era Noé, portanto, se assume que o
resto da tripulação que consegue se salvar, só o faz por ser a
família de Noé e não por méritos próprios.
É muito interessante analisar a sábia decisão de Deus. Como é
possível que a Deus, que em teoria é “Infinitamente sábio”,
sua melhor ideia seja matar a todo mundo? Nem a um vulgar
pecador qualquer ocorreria tamanha selvageria. Além disso, as
implicações morais e éticas desta decisão estão na ordem do
dia.
Segundo o próprio Deus, o único “bom” era Noé; portanto, para
Deus as crianças era seres malvados. Certamente que no
momento do Dilúvio existiam milhões de crianças no mundo,
todas elas pecadoras, segundo Deus. Onde está a infinita
sabedoria de um Deus que considera crianças como pecadores?
Bem, mesmo que uma criança fosse um pecador, a solução não
seria assassiná-lo. Isso é uma prática sádica, má, aberrante e
nada digna de elogios ou admiração.
As desculpas dos crentes a respeito disso são abundantes e
principalmente incrivelmente irracionais.
Alguns dizem que Deus já sabia que essas crianças
seriam más no futuro e por isso era melhor prevenir.
Que tipo de argumento é este?
Onde está o tão trilhado “livre arbítrio” de que tanto
apregoam os cristãos?
Se não temos opção porque já se sabe se seremos bons
ou maus, para que adorar a Deus?
42
Para que rezar, se tudo já está escrito?
Se essas crianças tinham livre arbítrio, deviam ter uma
oportunidade para melhorar. Assassiná-los não é nem de longe
uma solução racional e muito menos amorosa ou inteligente.
E claro, a desculpa mais comum e também a mais idiota diante
desta “Sábia” decisão de Deus de assassinar as crianças
inocentes, é que: “Deus sabe por que o fez” ou “Não podemos
questionar as decisões de Deus”; isso é como dizer que Deus
pode fazer o que lhe dá na telha e os crentes devem
simplesmente aplaudi-lo.... Mesmo quando assassina milhões
de crianças inocentes e puras!
Em outras partes do mundo também existiam humanos
(América, África, Oriente) que nunca tinham ouvido falar do
deus hebreu. Por que estas pessoas tinham que morrer se nem
sequer conheciam esse deus sanguinário e assassino? É como
se os cristãos enviassem uma bomba aos muçulmanos só
porque eles não adoram o deus cristão. (Não é isso o que
fazem os ultra-fanáticos Islamitas?). O Dilúvio é exatamente
isso.
Imaginemos que Deus fez bem em matar toda a
população do mundo;
Por que eliminar também os animais?
Que culpa possuem os animais de que os humanos se
tornassem maus?
É como dizer: “como adoeceram as galinhas, vou
queimar toda a granja”.
Outra coisa:
As plantas também eram más e mereciam morrer?
43
Ou talvez a morte de plantas e animais fosse só um
“efeito colateral” das incríveis decisões de Deus?
Outra coisa que o crente precisa pensar:
Ao desembarcar, Noé e sua família se dedicaram a voltar
a povoar a terra a partir de bases puras; porque essa
parecia ser a ideia de Deus: que já não houvesse
maldade entre os homens.
Mas estranhamente, em relativamente pouco tempo o
mundo já estava cheio de maldade outra vez.
Se Deus sabe tudo, porque é onisciente:
Por acaso Deus não sabia que o mundo se tornaria mau
de novo?
De que serviu toda esta história do Dilúvio, se depois de
um tempo as coisas voltaram a ser iguais ou piores do
que antes?
Para que serve o poder da onisciência de deus, se ele
não utiliza?
Ao analisar isto vemos com tristeza que a enorme matança que
Deus fez, não serviu para absolutamente nada e que se
desperdiçaram milhões de vidas humanas sem propósito
algum.
As desculpas são tão abundantes quanto idiotas, basta fazer
algumas perguntas no “Yahoo Answer” para ver e se divertir
com o festival de besteiras sem pé nem cabeça.
Será que o crente nunca pensou que:
44
Se Deus é Todo-poderoso, por que simplesmente não
eliminou o mal do mundo?
Ou talvez: Por que não eliminou só as pessoas más,
deixando vivas as crianças, animais e plantas? Lembre-
se, Deus é todo-poderoso, poderia ter feito assim se
quisesse. Por que não fez? Qual a sua desculpa agora?
Como é fácil perceber, esta história do Dilúvio não só é uma
falsidade completa do ponto de vista histórico ou científico,
mas moral e eticamente é um verdadeiro desastre para a
reputação do “bom” Deus.
Como pode alguém com cérebro
adorar e admirar um Deus que
assassinou a sangue frio milhões de
crianças inocentes?
45
4 - As virtudes de Deus e Noé; ou como matar teu avô.
Escolher um ponto discordante em toda a história que a Bíblia
relata sobre o Dilúvio é muito difícil, são tantos! Vamos analisar
rapidamente alguns detalhes sobre as datas, idades e
genealogia dos autores envolvidos e, quem sabe, descobrir o
motivo da morte de um personagem lendário (como se algo
não fosse pura lenda na Bíblia).
Vejamos os versículos que nos interessam:
Gênesis 5:21-32
21 - E viveu Enoque 65 anos, e gerou a Matusalém. 22 - E andou
Enoque com Deus, depois que gerou a Matusalém, 300 anos, e
gerou filhos e filhas. 23 - E foram todos os dias de Enoque 365
anos. 24 - E andou Enoque com Deus; e não apareceu mais,
porquanto Deus para si o tomou. 25 - E viveu Matusalém 187 anos,
e gerou a Lameque. 26 - E viveu Matusalém, depois que gerou a
Lameque, 782 anos, e gerou filhos e filhas. 27 - E foram todos os
dias de Matusalém 969 anos, e morreu. 28 - E viveu Lameque 182
anos, e gerou um filho, 29 - A quem chamou Noé, dizendo: Este
nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas
mãos, por causa da terra que o SENHOR amaldiçoou. 30 - E viveu
Lameque, depois que gerou a Noé, 595, e gerou filhos e filhas. 31
- E foram todos os dias de Lameque 777 anos, e morreu. 32 - E
era Noé da idade de 500 anos, e gerou Noé a Sem, Cão e Jafé.
Gênesis 7:11-12
11 - No ano 600 da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete
dias do mês, naquele mesmo dia se romperam todas as fontes do
grande abismo, e as janelas dos céus se abriram, 12 - E houve
chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites.
Bem, vamos por partes:
46
1. Matusalém tem Lameque com 187 anos.
2. Lameque tem Noé com 182 anos.
3. Ou seja, Matusalém tem 369 anos quando nasce seu
neto Noé.
Agora, a Bíblia nos diz que o dilúvio começou quando Noé tinha
600 anos de idade.
Que idade tinha então Matusalém quando começou o
Dilúvio?
Fácil, basta somar a idade que tinha quando nasceu Noé
(369) mais 600 anos, o que nos dá 969 anos. Matusalém
tinha 969 anos quando começou o dilúvio.
Com que idade morreu Matusalém? Aos 969 anos
(Gênesis 5:27).
A conclusão é óbvia: Matusalém morreu afogado
no Dilúvio!
Ou seria uma infinita casualidade que tenha morrido
justamente quando começou o dilúvio.
Podemos concluir várias outras coisas:
Por que Noé não avisou seu avô para que fosse salvo
com eles no interior da arca?
Recordemos o que disse Deus. Gênesis 7:1 (Depois
disse o SENHOR a Noé: Entra tu e toda a tua casa na
arca, porque tenho visto que és justo diante de mim
nesta geração.) Isto significa que o único bom e justo
para essa data era Noé; mas Matusalém estava vivo. A
conclusão torna-se óbvia: Matusalém era uma pessoa
má! Se fosse bom e justo teria entrado na arca com Noé.
Só há duas opções:
47
1. Noé era um mau neto e não avisou seu avô
2. Ou Matusalém era uma pessoa perversa e não merecia
entrar na Arca.
Uma análise cuidadosa das datas nos revela coisas
interessantes:
Noé teve seus filhos aos 500 anos e o dilúvio começou quando
tinha 600; isso significa que a construção da Arca durou menos
de 100 anos. (Para alguns estudiosos da Bíblia, Deus deu a Noé
apenas 7 dias para construir a arca. Gênesis 7:4) É
verdadeiramente assombroso que só entre quatro pessoas
conseguissem fazer esse trabalho nesse tempo. Alguns crentes
alegam que pessoas ajudaram Noé a construir a Arca. Esta
desculpa é verdadeiramente idiota já que o próprio Deus disse
que os únicos “bons” eram Noé e sua prole; é improvável que
os perversos que rodeavam Noé (entre eles seu avô Matú) o
ajudassem. E o que é pior, que ajudassem e fossem deixados
para morrer afogado. Isso teria sido verdadeiramente mal-
agradecido por parte de Noé.
Falemos um pouco do pai de Noé, o senhor Lameque. Lameque
teve Noé com a idade de 182 anos. Isso significa que Lameque
deveria ter 782 anos no momento do início do Dilúvio
(182+600). Mas Gênesis 5:31 nos diz que tinha ao morrer 777
anos. Ou seja, morreu 5 anos antes do Dilúvio. Assumindo que
Deus avisou a Noé sobre o Dilúvio quando seus filhos já
estavam casados (Noé teria uns 520 anos), isso significa que
seu pai estava vivo no momento que Noé começou a construir
a arca, mas a Bíblia não nos diz que Lameque fosse dos
escolhidos para entrar, assim concluímos que Lameque, o pai
de Noé era outro perverso! Que família essa de Mister Noé!!!
48
Qual é a desculpa desta vez? Não me venham com o velho
jargão de “Há que interpretar os versículos” Por favor! Peguem
suas calculadoras e façam as contas. Simples, Deus especificou
muito bem as datas e idades. Não há nada que interpretar.
Isso de “Interpretação” não serve neste caso.
Outra desculpa batida é “Não deves te fixar nos detalhes, o que
importa é o que quer transmitir”, com isso o crente tenta
ignorar que a Bíblia está cheia de erros grosseiros, erros de
tradução, contradições, etc. Então, se só interessa a
mensagem, simplesmente aceite que a Bíblia é uma fonte
interminável de falhas e não discuta sobre o assunto,
preocupe-se só com seu maravilhoso ensinamento, que não
custa nada dizer, é altamente questionável, talvez até pior que
as falhas e erros.
49
5 - O plágio judaico-cristão descarado >>>
Já sabemos que a história de Noé é uma das mais comentadas
e difundidas; que está cheia de eventos antinaturais que já
foram desmascarados um sem número de vezes, o relato da
Arca é, no entanto, motivo de disputa por parte de um grupo
religioso (criacionistas) que pretende demonstrar que isto
aconteceu tal como se narra, apesar de que, entre outras
coisas, é uma impossibilidade completa. Analisemos agora com
mais calma todas as fontes; o texto bíblico em si e sua
moralidade; se algo dessa magnitude realmente aconteceu
nessa época (a que propõem todos esses grupos religiosos);
se teria sido possível desde um ponto de vista lógico; que
evidências há disso e de onde o povo nômade hebreu plagiou
a ideia para criar o relato.
50
1 - Análise bíblica e sua moralidade
Depois de relatar todos os descendentes desde Adão e Eva, até
chegar a Noé, o autor começa a contar a história de Noé e sua
arca:
Gênesis 6:1-3
1 - E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se
sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas, 2 - Viram os filhos
de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para
si mulheres de todas as que escolheram. 3 - Então disse o
SENHOR: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o
homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão
120 anos.
Depois de criar Adão e Eva, com quem Deus esperava a
descendência deles se reproduzisse? Antes de criar, Deus não
sabia que isso aconteceria? Vai muito mal esse deus judaico-
cristão se quiser ser reconhecido como onisciente.
Gênesis 6:4-6
4 - Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois,
quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas
geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade,
os homens de fama. 5 - E viu o SENHOR que a maldade do homem
se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos
pensamentos de seu coração era só má continuamente. 6 - Então
arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra e
pesou-lhe em seu coração.
Havia gigantes? Embora os crentes não gostem de ouvir (e
muitos irão ignorar), segundo a Bíblia, eles existiam (nos livros
51
Deuterocanônicos do século IV AEC se descreve mais sobre
eles e como foram extintos no dilúvio). Pois bem, supomos que
não era em sentido literal: O texto realça a virtude de ser
valente, como algo positivo. Então, basta ler o versículo 3, para
entender o que irritou Deus a ponto de fazê-lo se “arrepender”.
Lei mais sobre os gigantes >>>>
Deus se arrependendo?
Um ser como Deus, que segundo o que nos relata a
bíblia; é onisciente e conhece o futuro?
Arrepende-se de algo que ele mesmo criou?
Um ser que nos criou à “sua imagem e semelhança”, e
não apenas isso: Depois de nos criar, junto com os
animais, “viu que era bom” E se arrependeu de ter feito?
Ele não sabia que quando criou o homem dessa forma,
isso aconteceria?
Um deus que sabe o que vai acontecer antes de criar e
cria algo imperfeito e perverso?
52
Como algo tão perfeito como esse deus pode equivocar-
se sabendo que sua criação vai ser imperfeita?
E não é só isso, também lhe doeu no coração: um deus
com sentimentos humanos impróprios para algo ou
alguém que, se supõe; é divino, não terreno, onisciente
e com sabedoria infinita?
Gênesis 6:7
E disse o SENHOR: Destruirei o homem que criei de sobre a face
da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave
dos céus; porque me arrependo de os haver feito.
Um ser misericordioso e justo: viu que o homem feito à sua
“imagem e semelhança” era perverso (ou lhe doeu ver-se no
espelho ou é um hipócrita) e não só não o perdoa (afinal de
contas ele mesmo criou o homem assim), mas decide matar
ele e todos os animais inocentes que habitam a terra. Incluídas
as aves do céu (lembram-se disso).
Gênesis 6:8-13
8 - Noé, porém, achou graça aos olhos do SENHOR. 9 - Estas são
as gerações de Noé. Noé era homem justo e perfeito em suas
gerações; Noé andava com Deus. 10 - E gerou Noé três filhos:
Sem, Cão e Jafé. 11 - A terra, porém, estava corrompida diante da
face de Deus; e encheu-se a terra de violência. 12 - E viu Deus a
terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia
corrompido o seu caminho sobre a terra. 13 - Então disse Deus a
Noé: O fim de toda a carne é vindo perante a minha face; porque
a terra está cheia de violência; e eis que os destruirei com a terra.
Noé; “justo e perfeito em suas gerações” (supostamente todo
humano que viveu depois do dilúvio é descendente dele):
53
Alguns pontos e incoerências:
1. Deus caminhando com Noé.
2. Toda a violência e maldade vêm de todo ser (inclusive
animais).
3. Deus decide destruir a humanidade por que eram
violentos entre eles.
4. Supostamente, a violência e a maldade do homem
deveria ter terminado com sua destruição. Se não é
assim, Deus realizou um ato cruel e o mais importante,
TOTALMENTE INUTIL.
Gênesis 6:14-16
14 - Faze para ti uma arca da madeira de gofer; farás
compartimentos na arca e a betumarás por dentro e por fora com
betume. 15 - E desta maneira a farás: De trezentos côvados o
comprimento da arca, e de cinquenta côvados a sua largura, e de
trinta côvados a sua altura. 16 - Farás na arca uma janela, e de
um côvado a acabarás em cima; e a porta da arca porás ao seu
lado; far-lhe-ás andares, baixo, segundo e terceiro.
A palavra gofer só aparece uma vez na Bíblia, em Gênesis
6:14. Devido à grande semelhança entre a letra G e K em
hebreu, alguns sugeriram que a palavra correta e Kofer: que
se traduz como “madeira à prova d´água”. Há quem diga
também que é uma técnica de impermeabilizar a madeira, cujo
processo é muito longo e complicado. Muitos a comparam com
uma madeira resinosa e durável como o cedro. Outros eruditos
afirmam que a madeira de gofer não existia na região onde
Noé vivia e que teria que viajar uma distância bastante extensa
para poder consegui-la. Entretanto, não se sabe exatamente
onde viveu Noé antes do dilúvio. Não importa, isto demandou
um grande trabalho e muita perseverança.
54
Gênesis 6:17
Porque eis que eu trago um dilúvio de águas sobre a terra, para
desfazer toda a carne em que há espírito de vida debaixo dos céus;
tudo o que há na terra expirará.
Lembre-se desta frase.
Gênesis 6:18-20
18 - Mas contigo estabelecerei a minha aliança; e entrarás na arca,
tu e os teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus filhos contigo.
19 - E de tudo o que vive, de toda a carne, dois de cada espécie,
farás entrar na arca, para os conservar vivos contigo; macho e
fêmea serão. Das aves conforme a sua espécie, e das bestas
conforme a sua espécie, de todo o réptil da terra conforme a sua
espécie, dois de cada espécie virão a ti, para os conservar em vida.
E lembre-se disto também.
Gênesis 6:21-22
21 - E leva contigo de toda a comida que se come e ajunta-a para
ti; e te será para mantimento, a ti e a eles. 22 - Assim fez Noé;
conforme a tudo o que Deus lhe mandou, assim o fez.
Gênesis 7:1
Depois disse o SENHOR a Noé: Entra tu e toda a tua casa na arca,
porque tenho visto que és justo diante de mim nesta geração.
Deus volta a repetir que segundo ele, Noé e toda sua
descendência (segundo a bíblia todos somos dela) serão
justos.
Gênesis 7:2-4
55
2 - De todos os animais limpos tomarás para ti sete e sete, o macho
e sua fêmea; mas dos animais que não são limpos, dois, o macho
e sua fêmea. 3 - Também das aves dos céus sete e sete, macho e
fêmea, para conservar em vida sua espécie sobre a face de toda a
terra. 4 - Porque, passados ainda sete dias, farei chover sobre a
terra quarenta dias e quarenta noites; e desfarei de sobre a face
da terra toda a substância que fiz.
Noé acata as ordens sem questionar, apesar de que Deus vai
aniquilar toda a humanidade e todos os animais durante 40
dias. O deus todo-poderoso criou o universo em 6 dias e todas
as espécies animais junto com o homem em um só dia, MAS
NECESSITOU DE 40 DIAS PARA ACABAR COM O QUE CRIOU E,
ALÉM DISSO, DE FORMA POUCO OU NADA EFICIENTE E
BASTANTE CRUEL.
Criou o universo em 6 dias, mas em 40 dias não
conseguiu acabar com a vida na terra e muito menos
com a maldade dos homens. Exemplo melhor de
fracasso impossível.
Gênesis 7:5-9
5 - E fez Noé conforme a tudo o que o SENHOR lhe ordenara. 6 -
E era Noé da idade de seiscentos anos, quando o dilúvio das águas
veio sobre a terra. 7 - Noé entrou na arca, e com ele seus filhos,
sua mulher e as mulheres de seus filhos, por causa das águas do
dilúvio. 8 - Dos animais limpos e dos animais que não são limpos,
e das aves, e de todo o réptil sobre a terra, 9 - Entraram de dois
em dois para junto de Noé na arca, macho e fêmea, como Deus
ordenara a Noé.
Lembre-se bem...
56
1 - Vivemos numa cúpula de vidro submersa
Gênesis 7:10-12
10 - E aconteceu que passados sete dias, vieram sobre a terra as
águas do dilúvio. 11 - No ano seiscentos da vida de Noé, no mês
segundo, aos dezessete dias do mês, naquele mesmo dia se
romperam todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus
se abriram, 12 - E houve chuva sobre a terra quarenta dias e
quarenta noites.
Segundo uma análise bíblica, esta data estaria situada no ano
de 2304 AEC (data totalmente incompatível com todos os
descobrimentos arqueológicos de culturas anteriores e
contemporâneas a ela).
Gênesis 7:13-21
13 - Depois disse o SENHOR a Noé: Entra tu e toda a tua casa na
arca, porque tenho visto que és justo diante de mim nesta geração.
14 - De todos os animais limpos tomarás para ti sete e sete, o
macho e sua fêmea; mas dos animais que não são limpos, dois, o
macho e sua fêmea. 15 - Também das aves dos céus sete e sete,
macho e fêmea, para conservar em vida sua espécie sobre a face
de toda a terra. 16 - Porque, passados ainda sete dias, farei chover
sobre a terra quarenta dias e quarenta noites; e desfarei de sobre
a face da terra toda a substância que fiz. 17 - E fez Noé conforme
a tudo o que o SENHOR lhe ordenara. 18 - E era Noé da idade de
seiscentos anos, quando o dilúvio das águas veio sobre a terra. 19
- Noé entrou na arca, e com ele seus filhos, sua mulher e as
mulheres de seus filhos, por causa das águas do dilúvio. 20 - Dos
animais limpos e dos animais que não são limpos, e das aves, e de
todo o réptil sobre a terra, 21 - Entraram de dois em dois para
junto de Noé na arca, macho e fêmea, como Deus ordenara a Noé.
22 - E aconteceu que passados sete dias, vieram sobre a terra as
57
águas do dilúvio. 23 - No ano seiscentos da vida de Noé, no mês
segundo, aos dezessete dias do mês, naquele mesmo dia se
romperam todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus
se abriram, 24 - E houve chuva sobre a terra quarenta dias e
quarenta noites. 25 - E no mesmo dia entraram na arca Noé, seus
filhos Sem, Cão e Jafé, sua mulher e as mulheres de seus filhos.
26 - Eles, e todo o animal conforme a sua espécie, e todo o gado
conforme a sua espécie, e todo o réptil que se arrasta sobre a terra
conforme a sua espécie, e toda a ave conforme a sua espécie,
pássaros de toda qualidade. 27 - E de toda a carne, em que havia
espírito de vida, entraram de dois em dois para junto de Noé na
arca. 28 - E os que entraram eram macho e fêmea de toda a carne,
como Deus lhe tinha ordenado; e o SENHOR o fechou dentro. 29 -
E durou o dilúvio quarenta dias sobre a terra, e cresceram as águas
e levantaram a arca, e ela se elevou sobre a terra. 30 - E
prevaleceram as águas e cresceram grandemente sobre a terra; e
a arca andava sobre as águas. 31 - E as águas prevaleceram
excessivamente sobre a terra; e todos os altos montes que havia
debaixo de todo o céu, foram cobertos. 32 - Quinze côvados acima
prevaleceram as águas; e os montes foram cobertos. 33 - E
expirou toda a carne que se movia sobre a terra, tanto de ave como
de gado e de feras, e de todo o réptil que se arrasta sobre a terra,
e todo o homem.
Lembre-se disto também...
2 - Criou tudo em 6 dias, não conseguiu acabar em 40 dias
Gênesis 7:22-24
22 - Tudo o que tinha fôlego de espírito de vida em suas narinas,
tudo o que havia em terra seca, morreu. 23 - Assim foi destruído
todo o ser vivente que havia sobre a face da terra, desde o homem
58
até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; e foram extintos
da terra; e ficou somente Noé, e os que com ele estavam na arca.
24 - E prevaleceram as águas sobre a terra cento e cinquenta dias.
Para ser um deus onisciente e onipotente, demorou demais,
não? O estava curtindo fazer dessa forma e vendo como tudo
se destruía?
3 - Deus tinha esquecido a arca e de Noé
Montes Ararat (direita) e Sis – 5.137 metros.
Gênesis 8:1
59
E lembrou-se Deus de Noé, e de todos os seres viventes, e de todas
as bestas que estavam com ele na arca; e Deus fez passar um
vento sobre a terra, e aquietaram-se as águas.
Um momento! Deus tinha esquecido completamente de Noé e
sua arca? Agora já se pode entender por que demorou 150
dias! Claro, Deus tinha esquecido de Noé e sua arca… O deus
onisciente e de sabedoria infinita teve que se lembrar dos
únicos sobreviventes da humanidade.
Gênesis 8:2-14
2 - Cerraram-se também as fontes do abismo e as janelas dos
céus, e a chuva dos céus deteve-se. 3 - E as águas iam-se
escoando continuamente de sobre a terra, e ao fim de cento e
cinquenta dias minguaram. 4 - E a arca repousou no sétimo mês,
no dia dezessete do mês, sobre os montes de Ararate. 5 - E foram
as águas indo e minguando até ao décimo mês; no décimo mês,
no primeiro dia do mês, apareceram os cumes dos montes. 6 - E
aconteceu que ao cabo de quarenta dias, abriu Noé a janela da
arca que tinha feito. 7 - E soltou um corvo, que saiu, indo e
voltando, até que as águas se secaram de sobre a terra. 8 - Depois
soltou uma pomba, para ver se as águas tinham minguado de
sobre a face da terra. 9 - A pomba, porém, não achou repouso para
a planta do seu pé, e voltou a ele para a arca; porque as águas
estavam sobre a face de toda a terra; e ele estendeu a sua mão, e
tomou-a, e recolheu-a consigo na arca. 10 - E esperou ainda outros
sete dias, e tornou a enviar a pomba fora da arca. 11 - E a pomba
voltou a ele à tarde; e eis, arrancada, uma folha de oliveira no seu
bico; e conheceu Noé que as águas tinham minguado de sobre a
terra. 12 - Então esperou ainda outros sete dias, e enviou fora a
pomba; mas não tornou mais a ele. 13 - E aconteceu que no ano
seiscentos e um, no mês primeiro, no primeiro dia do mês, as
águas se secaram de sobre a terra. Então Noé tirou a cobertura da
60
arca, e olhou, e eis que a face da terra estava enxuta. 14 - E no
segundo mês, aos vinte e sete dias do mês, a terra estava seca.
Contradições e incoerências destes versículos:
1. A arca repousou no monte Ararate no mês sétimo ao 17º
dia. Quando ainda não estavam descobertos os cumes
dos montes, o que só ocorreu mais de dois meses mais
tarde, no mês décimo ao primeiro do mês.
2. Quarenta dias depois que os montes apareceram e que
a arca já estava em terra (monte Ararate), Noé envia
um corvo e uma pomba que não conseguem tocar em
terra firme por que “as águas estavam sobre a face de
toda a terra”.
3. Noé envia outra pomba 7 dias depois da primeira e esta
volta com uma folha de oliveira e “e conheceu Noé que
as águas tinham minguado de sobre a terra.”. Isto soma
mais de 40 dias. (Essa oliveira sobreviveu ao dilúvio? Ele
fracassou então?).
4. O versículo 14 relata que a terra secou no mês 2º aos
27 dias deste. Isto também soma mais de 40 dias.
5. Deus, que anteriormente tinha se comunicado com Noé,
esquece (de novo) de avisá-lo quando já poderia sair da
arca. Obrigando este a passar dentro dela muito mais
tempo que o necessário. Puta sacanagem!
6. Segundo o relato, as águas que inundaram toda a terra
vinham “das fontes do abismo e das cataratas do céu”,
não das nuvens.
61
4 - Deus avisa Noé tarde demais
Gênesis 8:15-17
15 - Então falou Deus a Noé dizendo: 16 - Sai da arca, tu com tua
mulher, e teus filhos e as mulheres de teus filhos. 17 - Todo o
animal que está contigo, de toda a carne, de ave, e de gado, e de
todo o réptil que se arrasta sobre a terra, traze fora contigo; e
povoem abundantemente a terra e frutifiquem, e se multipliquem
sobre a terra.
Deus se comunica com Noé depois que este já sabia que a terra
estava seca, graças a um corvo e três pombas. Deus não sabia
que Noé já sabia disso graças às pombas? Não só lhe avisa
tarde inutilmente, mas que anteriormente já tinha se
esquecido dele com arca e tudo.
Gênesis 8:18-19
18 - Então saiu Noé, e seus filhos, e sua mulher, e as mulheres de
seus filhos com ele. 19 - Todo o animal, todo o réptil, e toda a ave,
e tudo o que se move sobre a terra, conforme as suas famílias,
saiu para fora da arca.
Lembre-se disto também...
5 - Deus não conhecia o coração do homem
Gênesis 8:20-22
20 - E edificou Noé um altar ao SENHOR; e tomou de todo o
animal limpo e de toda a ave limpa, e ofereceu holocausto
62
sobre o altar. 21 - E o SENHOR sentiu o suave cheiro, e o
SENHOR disse em seu coração: Não tornarei mais a
amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a
imaginação do coração do homem é má desde a sua
meninice, nem tornarei mais a ferir todo o vivente, como fiz.
22 - Enquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor,
e verão e inverno, e dia e noite, não cessarão.
PQP!!! Deu se dá conta de que o coração do homem é mau
desde sua juventude depois de ter aniquilado a todo ser
vivente durante 150 dias.
6 - Deus mentindo descaradamente
E não é só isso… É supostamente a própria palavra de Deus
quando ele mesmo promete que “Não tornarei mais a
amaldiçoar a terra por causa do homem;”
Parece que quando provocou a destruição de Sodoma e
Gomorra e as 12 pragas sobre o Egito, já não lembrava mais
desta promessa. Também promete que “nem tornarei mais a
ferir todo o vivente, como fiz.” >> Algo contraditório com a
ideia do apocalipse.
63
2 - Aconteceu algo assim?
Do ponto de vista bíblico, este fenômeno deveria ter ocorrido
no ano 2304 AEC (fato que não ocorreu nessa época,
descartando assim toda a veracidade histórica da Bíblia),
fazendo um estudo sobre o contexto histórico se pode chegar
às seguintes conclusões:
Embora a maior parte das opiniões referentes ao dilúvio do
gênesis bíblico-mesopotâmico, se incline a pensar que possui
uma origem mítica, o estudo científico não está totalmente de
acordo de que absolutamente todos os aspectos não sejam
reais. Neste sentido, os registros bíblicos são o único registro
que especifica lugares e períodos bem definidos que podem ser
utilizados para uma análise científica. Um exemplo disso é que
segundo a história descrita na Bíblia, a região onde teria
pousado a arca de Noé, teria sido o monte Ararat (mais
detalhadamente, na bíblia está escrito no plural: “8:4 - E a arca
repousou no sétimo mês, no dia dezessete do mês, sobre os
montes de Ararate”) , que está na Turquia e apresenta dois
picos elevados (foto mais acima). Entretanto, há que levar em
consideração a geologia e outras ciências já descartou que
tenha ocorrido um dilúvio ou inundação mundial que tenha
abarcado todo o planeta. Ainda assim, o mito do dilúvio do
gênesis bíblico-mesopotâmico, permite postular
cientificamente que tenha acontecido um possível dilúvio ou
inundação, mas só em uma zona geográfica específica do
planeta. Devido a isso há várias hipóteses que, de fato indicam
que em um período remoto da existência do ser humano,
quando já existia a linguagem, ocorreu possivelmente algum
tipo de catástrofe natural que se poderia associar a uma
inundação ou dilúvio que, embora não atingiu todo o planeta,
64
pode ter sido a origem do mito. Deste modo neste tipo de
hipótese se poderia incluir:
A proposta pelos geólogos William Ryan e Walter Pitman,
da Universidade de Columbia, sobre a inundação do mar
Negro, que durante a última era glacial podo ter sido um
lago de água doce cujo nível desceu consideravelmente.
Ao terminar a era glacial, com o aumento do nível dos
oceanos, a estreita faixa de terra que o separava do mar
Mediterrâneo teria erodido causando uma inundação
catastrófica em toda a bacia do mar Negro, que teria
aumentado seu nível e inundado grandes extensões de
superfície em talvez umas poucas semanas. Existem
provas convincentes de que esta inundação do mar
Negro ocorreu, porém que a recordação desta inundação
seja o que deu origem às histórias do Dilúvio é muito
mais controvertido.
As hipóteses que associam este mito às cheias dos rios
em que se desenvolveram as primeiras civilizações e as
lembranças de cheias de tipo catastrófico deixadas na
memória das primeiras comunidades urbanas do Tigre e
do Eufrates. Neste sentido existe uma ampla tradição
local, embora da mesma forma que na hipótese do mar
Negro, associar estas hipóteses com o dilúvio do Gênesis
bíblico-mesopotâmico, é um fato também polêmico.
Segundo outra corrente de opinião, o dilúvio universal
podo responder, em sua origem, só à necessidade de
explicar certas observações e evidências geológicas e
paleontológicas, em um contexto cultural prévio a atual
análise científica; análise que descarta estas
observações como prova de um dilúvio universal, ao
provar que possuem outra origem científica. Estas
65
observações que equivocadamente podem ter dado
origem a este mito seriam, por exemplo, as seguintes:
a descoberta de fósseis de animais e plantas em grandes
acumulações (extinção massiva); fósseis de origem
marinha (peixes, equinodermos, moluscos…)
encontrados a muita distância da água ou a grande
altitude acima do nível do mar; fósseis de seres extintos;
icnitas, ou seja, marcas de pisadas sobre barro fresco;
ondulitas (ripple-marks); estratos de rochas
sedimentares que denotam ou bem um processo lento
incompatível com a crença em uma criação recente, ou
bem um processo catastrofista muito rápido e a
existência de conglomerados (ver rocha detrítica) com
cantos arredondados similares aos de origem fluvial.
Esta hipótese postularia que esta origem do mito seria
reforçada pela suposta universalidade do mito do
dilúvio, comum a muitas civilizações não relacionadas
com a judaico-mesopotâmica.
Tem-se teorizado que o Dilúvio pode ter sido na
realidade um tsunami mediterrâneo produzido pela
explosão do Monte Etna, na margem oriental da Sicília.
Uma investigação publicada em 2006 sugere que isto
ocorreu ao redor do ano 6000 AEC, e causou um enorme
tsunami que deixou sua marca em vários lugares do mar
Mediterrâneo oriental, por exemplo, no assentamento
de Atlit Yam (Israel), hoje em dia abaixo do nível do
mar, que foi abandonado repentinamente ao redor dessa
época.
Por outro lado se sugere que o mito do dilúvio universal
estivesse relacionado com a Teoria da catástrofe de
Toba, após a qual há 70.000 anos a população humana
se reduziu a uns 10.000 indivíduos, após um inverno
66
vulcânico de 6 anos de duração, caracterizado por uma
queda das temperaturas de até 15 graus célsius e
chuvas generalizadas. A transmissão oral dessa
catástrofe através do tempo explicaria porque o mito do
dilúvio universal é comum a diversas culturas ao largo
do mundo como, por exemplo, nos índios Innu do
Canadá.
67
3 - Todos os animais na arca?
Já que a data fornecida pela Bíblia sobre quando ocorreu o
dilúvio é falsa, a construção da própria arca e se caberiam
todos os animais nela, pouco importa. Porém, analisemos se
uma arca dessas características poderia conter TODAS as
espécies animais. Os crentes afirmam que sim é possível.
Todas as suas afirmações se baseiam no contexto da
construção da arca mediante um estudo realizado por John
Woodmorappe (Noah’s Ark: a Feasibility Study – El Arca de
Noé: Un estudio de Factibilidad). Este estudo realizou uma
série de cálculos baseando-se nas medidas oferecidas pela
narração bíblica (codos) convertendo-as às medidas atuais
(metros). Nesse estudo utilizam os versículos bíblicos que lhes
interessam e omitem desavergonhadamente tudo o que não
lhes interessa. Vejamos o que dizem (texto azul):
1 - O volume da arca era suficiente para levar os tipos
necessários?
A Arca media 300x50x30 codos
(Gênesis 6:15) que são 140x23x13.5
metros, portanto, seu volume era de
43.500 m3 (metros cúbicos). Para por
isto em perspectiva, é o volume
equivalente a 522 vagões de trem de
carga e cada um dos quais pode levar
240 ovelhas. Se os animais eram
guardados em jaulas com um tamanho
médio de 50x50x30 centímetros, isto
68
é 75.000 cm3 (centímetros cúbicos), os 16.000 animais só
ocupariam 1200 m3 ou 14.4 vagões de carga. Inclusive se
um milhão de espécies de insetos tivessem que estar a
bordo, não seria um problema, pois exigiriam pouco espaço.
Se cada casal fosse guardado em jaulas de 10 cm de lado,
ou 1.000 cm3, todas as espécies de insetos ocupariam um
volume total de só 1.000 m3, ou outros 12 vagões. Isto
deixaria espaço para cinco trens de 99 vagões cada um, para
comida, a família de Noé e “espaço” para os animais. No
entanto, os insetos não estão incluídos no significado de
behemah ou Remes em Gênesis 6:19-20, então Noé
provavelmente não teria de embarcá-los como passageiros
de qualquer maneira.
Aqui vemos como o crente busca lacunas gramaticais
para adaptar a história fantasiosa do dilúvio a uma
mentalidade crítica científica atual. Estão dizendo que
espécies de insetos como formigas, vermes, etc.,
sobreviveram ao dilúvio que cobriu TODA a terra?
Calcular o volume total é bastante justo, pois mostra que tinha
muito espaço na Arca para os animais e com bastante espaço
extra para comida, espaço para movimentar-se etc. Seria
possível amontoar jaulas, com comida acima ou perto delas
(para minimizar a quantidade de transporte de comida que os
humanos teriam que fazer), para aproveitar mais o espaço da
Arca, para permitir assim bastante espaço para a circulação do
ar.
E aqui acrescentam um elemento novo não citado nem
determinado por Deus a Noé: as jaulas. Certamente
69
para dar um pouco mais de coerência (como se fosse
possível).
Estamos discutindo uma situação de emergência, não
necessariamente uma acomodação de luxo. Embora haja muito
espaço para o exercício, de qualquer maneira os céticos têm
enfatizado as necessidades de exercício dos animais. Mesmo
que não se permita colocar uma gaiola em cima da outra para
economizar espaço, não há problema. Woodmorappe mostra,
com base em diretrizes padrão para o espaço exigido pelos
animais, que todos eles juntos teriam necessitado menos da
metade do espaço disponível nos três andares da arca. Esta
organização permite que a quantidade máxima de água e de
alimentos possa ser armazenada sobre as gaiolas e perto de
animais. A proporção de largura-comprimento de 6-1 é
frequentemente usada por construtores navais hoje em dia.
Esta é a melhor relação para a máxima estabilidade em tempos
de tempestade. Esta é a mesma proproção usada por Deus
quando deu as medidas a Noé para construir a arca.
Eles esquecem uma coisa básica em tudo isto da arca:
Supondo que as medidas que relata a bíblia sejam as
corretas para alojar Noé e toda sua família, e a dois
animais de cada espécie… Não é prova da existência de
um Deus, só é prova de que o autor que escreveu esse
relato entendia de medidas náuticas. Por outro lado, o
dilúvio prova a incompetência de Deus ao criar as coisas,
pois fez errado, se arrependeu e tentou destruir tudo
para tentar acertar na próxima vez.
A arca de Noé foi construída só para flutuar, não para navegar
para nenhum lado. Muitos estudiosos da arca creem que a arca
70
não era mais que uma barcaça, em vez de um barco
pontiagudo, da forma que se constroem hoje os que vemos nos
oceanos. Se isto é assim, aumentaria a capacidade de carga
grandemente e evitaria o problema da torsão e encurvamento
das naves modernas deste tamanho, que necessitariam
mastros gigantes e velas para que o vento as impulsione. Ao
contrário, a Arca de Noé não necessitava de nenhum destes
instrumentos. Só tinha que flutuar!
Se só necessitava flutuar, quando supostamente a água
aumentou e teve que esquivar-se de montanhas e
árvores, como fez? Porém todas essas perguntas são
desnecessárias se tomamos esta história como o que é;
um mito.
2 - Quantos tipos de animais Noé precisou levar?
Quantos e que tipo de animais Noé tinha que levar na arca?
Muitos incrédulos dizem que a arca estava sobrecarregada,
eles dizem que Noé teria que juntar milhões de animais
diferentes. Hoje há milhões de espécies de animais, deveria ter
milhões de animais na arca! Isto é verdade? A palavra científica
espécie e a palavra Bíblica espécie ou gênero frequentemente
estão intercambiadas. Isto não é correto porque não são
sinônimos. A palavra Bíblica gênero ou espécie é um organismo
que reproduz outros organismos iguais, ou seja, segundo o
gênero ou espécie. O conceito de espécie científico é mais
limitado. Embora muitas espécies científicas possam estar
incluídas na palavra Bíblica. A palavra Bíblica provavelmente
está mais próxima do termo taxonômico moderno “gênero” e
em outros casos ao mais largo grupo taxonômico “família.” A
família dos caninos inclui 14 gêneros de tipos de cães. Isto
71
inclui o coiote, cão, lobo, chacal, etc. A arca não necessitava
ter centenas de espécies de diferentes caninos que formam
este grupo. Na realidade, estes estavam representados por
poucos “gêneros Bíblicos.” Estes tipos reproduziam a todos os
animais que formam toda a família canina. Por exemplo, todos
as centenas de variedades de pombos domésticos estão
produzidos de uma só espécie, o pombo silvestre (Columbia
livia).
Um momento… Estão dizendo que ADMITEM A TEORIA
DA EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES? E não só isso, afirmam
que as espécies animais EVOLUÍRAM muito mais rápido
do que a ciência tem demonstrado? Segundo a bíblia, a
criação se produziu há uns 6000 anos. Para informação
dos crentes:
A evidência fóssil mais antiga de um cão domesticado foi
encontrada em 2008 na caverna Goyet da Bélgica,
correspondente a uns 31.700 anos e ao que parece
associado à cultura aurignacense. Até então as provas
mais antigas tinham sido encontradas na Rússia, de
14.000 anos (Eliseevich).
E três pontos com o tema de Gênero ou Espécie:
1. Atualmente há mais de 2 milhões de espécies
“conhecidas” e em apenas 3 séculos se extinguiram mais
de 1 milhão.
2. Tanto se chamam gênero ou chamam espécie na bíblia,
a quantidade atual não varia de em torno dos 3 milhões
de animais.
3. Supondo que se escolha a cifra atual de mais de 2
milhões de espécies (denominação científica atual) e a
72
isto se soma que a maioria dos animais necessita de uma
fêmea para procriar. Na arca deveria entrar mais 4
milhões de animais (sem importar gênero ou espécie
como denominação). E não só isso, animais de
diferentes tamanhos.
4. Se construíssem 10 jaulas por dia gastariam 548 anos
só nessa tarefa.
Outra pergunta que frequentemente formulam é quantos
animais limpos e imundos, Noé tinha que levar a bordo da Arca.
Muitos incrédulos dizem que Noé tinha que levar 7 casais de
animais limpos e 7 casais de aves (Gn. 7:2-3). Quantas aves
limpas e quantas não limpas? A resposta a esta pergunta se
encontra em Levítico 11 e Deuteronômio 14. As aves limpas
não são descritas como no caso dos animais limpos e os peixes
limpos. Examinando estes dois capítulos, asseguramos que as
características das aves estão anotadas e por conclusão as
características das aves limpas podem ser determinadas. Além
disso, examinando outras partes da Bíblia, estas características
encaixam com Levítico e Deuteronômio. As aves limpas estão
em ordem taxonômica: Galiformes, Anseriformes e
pisciformes; isto inclui as galinhas, aves aquáticas, pombos e
várias aves que cantam e que comem grão; a maioria das aves
são imundas, quer dizer que só um par estavam a bordo da
arca.
Desta forma, o resto das espécies que ficaram de fora
existe hoje pelo milagre de outro deus que as protegeu
da matança do deus judaico-cristão. Certo?
Na realidade quando entendemos apropriadamente, Noé levo
7 indivíduos (não 7 pares) de animais e aves que estavam
73
limpas. Porque os animais limpos e as aves limpas iam ser
usados para comida, mas tarde, era importante ter reservas
para que se reproduzissem. Na realidade havia três pares de
animais e aves limpos e um sétimo par. O sétimo era para uma
oferenda quando terminou o Dilúvio (Gn. 8:20). Se um animal
era impuro como a maioria, só necessitava levar um par a
bordo.
Aqui os crentes voltam a inverter o contexto do que diz
a bíblia para tentar fazer as coisas um pouco coerentes.
É incrível como o crente adapta o que diz a bíblia a seus
próprios critérios para tentar assim justificar tudo o que
há nela (seja absurdo ou não).
A arca tinha mais espaço do que necessitava para os animais.
Quando a Bíblia é investigada apropriadamente isto é muito
óbvio. Somente animais que respiravam e que viviam sobre a
face da terra iam a bordo da arca (Gn. 7:22).
Os seguintes animais podiam sobreviver fora da arca
(Whitcomb 1998, p.68):
• 25.000 espécies de peixes.
• 1700 espécies de tunicates encontrados em diferentes
mares.
• 600 espécies equinodermas como a estrela do mar e
ouriços.
• 107.000 moluscos como mariscos e ostras.
• 10.000 corais, anêmonas, águas-vivas e hidras.
• 4.000 espécies de esponjas.
• 31.000 protozoários, criaturas microscópicas unicelulares.
74
E aqui voltam a falhar claramente em toda sua
“rigorosa” análise bíblico-científica. Tomam os versículos
que mais lhes interessa e omitem partes desses
versículos e muitos outros inteiros. Anteriormente
pedimos para lembrar-se de certos versículos durante a
análise bíblica do texto,
Gênesis 6:7
E disse o SENHOR: Destruirei o homem que criei de sobre a face
da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave
dos céus; porque me arrependo de os haver feito.
Gênesis 6:17
Porque eis que eu trago um dilúvio de águas sobre a terra, para
desfazer toda a carne em que há espírito de vida debaixo dos céus;
tudo o que há na terra morrerá.
Genesis 7:21
E expirou toda a carne que se movia sobre a terra, tanto de ave
como de gado e de feras, e de todo o réptil que se arrasta sobre a
terra, e todo o homem.
Supomos que o embananado crente afirme que se referia ao
que havia na terra e não a tudo, como se insinua, ainda
assim, omitindo estes versículos:
1. A soma de todas essas espécies que acabam de
descartar da destruição (PARCIAL E LIMITADA) é de
apenas 179.300 espécies.
2. No mundo há mais de 2 milhões de espécies e, portanto,
4 milhões de animais deviam embarcar na arca. De volta
para sua calculadora.
75
Noé devia preocupar-se por animais aquáticos mamíferos,
delfins, baleias, morsas, focas, marsopa e leão marinho. Há
muitos repteis aquáticos que podiam sobreviver fora da arca.
Isto inclui muitos tipos de víboras, crocodilos, tartarugas
marinhas. Há um milhão de espécies de artrópodes que podia
sobreviver ao Dilúvio. Animais como os seguintes: camarões,
caranguejos, lagosta e muitos outros crustáceos. Todos os
insetos podiam estar fora da arca. Mais que 35.000 espécies
de vermes nematoides podiam sobreviver ao Dilúvio. Na
realidade só uma pequena porcentagem dos animais
necessitava estar dentro da arca. A maioria dos animais que
habitam a terra vivem na água ou não respiram.
Estão chamando seu Deus de inútil o mentiroso?
Segundo a fonte que usam para fazer essas análises e
tentar creditar assim um pouco de veracidade à arca,
que é a bíblia, Deus deixou bem claro que todo ser vivo
que não entrasse na arca morreria e de fato, segundo a
bíblia, isso ocorreu assim. Se afirmam que deus falhou
e afinal não conseguiu matá-las, estão declarando que o
relato da bíblia (que afirma estar inspirada por Deus) é
mentira.
3 - Quantos animais a Arca levou?
Muitos escritores na questão da Arca de Noé têm diferentes
estimativas para as quantidades dos animais que necessitavam
estar a bordo da Arca. Os doutores Morris e Whitcomb em seu
livro, The Genesis Flood (El Diluvio de Genesis), estimam que
aproximadamente 35.000 animais estivessem a bordo da arca.
Em outro livro, Noah’s Ark: A Feasibility Study, [“El arca de
Noé: Un estudio factível”] John Woodmorappe disse que
76
somente 2.000 animais necessitavam estar a bordo da Arca.
Sendo muito conservador ele continua com seu estudo com a
estimativa que 16.000 animais podiam estar facilmente
cuidados na Arca. Vamos ser conservadores e vamos usar
40.000 animais em nossa estimativa. Esta estimativa é porque
há animais que já estão extintos e outros animais não tinham
sido descobertos neste tempo. Este número de 40.000 animais
é 5.000 a mais que os números antes mencionados, baseados
em nosso entendimento presente, este número de animais
deve satisfazer os mais céticos.
1. 40.000 animais de um total de 2 milhões de espécies (mais a
metade do outro gênero > 4 milhões). Se essa quantidade
representa um terço da capacidade da arca, a capacidade total
segundo os crentes estaria rondando os 140.000 animais
(somando os dois gêneros da maioria deles).
2. Pretendem que acreditemos que 1.9 milhões de espécies (sem
contar com o milhão de espécies extintas) apareceram do
nada em menos de 5000 anos de história?
3. Isto sem contar com a tremenda estupidez que seria afirmar
a não existência dos dinossauros, ou dizer que os dinossauros
coabitavam com o homem há tão só 6.000 anos e que o
dilúvio os extinguiu.
4. E a pergunta mais óbvia e que faz com que tudo isso caia por
terra e careça de sentido científico e lógico:
5. Como Noé encontrou, capturo e meteu na arca esses 40.000
animais (segundo Woodmorappe)?
Seguramente que um crente dirá que foi Deus quem os guiou.
Quando algo não tem lógica nem sentido científico, o crente
recorre em sua “rigorosa análise” ao sobrenatural.
77
4 - Plágio de outras culturas anteriores
Esta é provavelmente a evidência que os crentes mais negam.
Dado que questionaria ainda mais a credibilidade de sua
religião como uma religião independente, original e autêntica,
o que jamais foi. Para eles é mais fácil afirmar sem
argumentação alguma, que os textos sumérios não são válidos
e sua versão do mito da arca é falsa; a admitir que
provavelmente o povo que escreveu a bíblia, um povo
nômade de bandidos (o povo hebreu) foi colhendo vários mitos
de outras culturas e religiões e adaptando-os a seu próprio
interesse. Para que entendamos qual foi anterior e qual
posterior devemos conhecer as diferentes fontes que compõem
a bíblia: Yahvista, Elohista, Sacerdotal e deuteronômica,
segundo a hipótese documental. Há outras hipóteses como a
“Fragmentada” e a “Complementar”, porém todas são
unânimes e afirmar que o Pentateuco teve vários autores...
NÃO FOI ESCRITO POR MOISÉS E ESTE NEM MESMO DEVE TER
EXISTIDO.
A fonte “J” ou yahvista (por usar o nome de YHWH,
transliterado como Jeová ou Yahveh para Deus), esta
fonte seria originária do Reino do Sul e se localizaria em
torno do ano 850 AEC. Teria contribuído nos episódios
em que Deus se manifesta em conversações amistosas,
em termos humanos e familiares, fala com Caim, Noé, o
hóspede de Abraão e seria o redator da Criação do
segundo capítulo do Gênesis.
A fonte “E” ou elohista (por usar Elohim), do Reino do
Norte, anterior a 721 AEC. Aportaria os episódios em
que Deus se manifesta em sonhos e visões, como a
sarça ou a história de José. Seu estilo é mais sóbrio.
78
J e E escreveram boa parte do Gênesis, Números e
Levítico.
A fonte “D” ou deuteronômica (com estilo e vocabulário
diferentes), localizável em Jerusalém em torno do ano
621 AEC, durante a reforma de Josias. Estilo direto e
cordial. Aportaria os livros do Deuteronômio, Josué,
Juízes, Samuel e Reis.
E a fonte “P” (do inglês priestly ou do alemão
priestercodexsacerdotal ou simplesmente “sacerdotal”)
proporcionou instruções rituais muito detalhadas (ritos,
sacrifícios, leis, proibições, papel do shabat,
genealogias). Localizável no cativeiro da Babilônia,
século VI AEC, na escola sacerdotal de Ezequiel.
Aportaria todo o Levítico, a maioria de Números, a
metade do Êxodo e parte de Gênesis, especialmente o
episódio da Criação de seu primeiro capítulo.
A fonte em que aparece
o mito da Arca de Noé é
a Yahvista, que foi escrita
entre 950 e 850 AEC.
A fonte suméria provém
do século XVII AEC (oito
séculos antes que a
Yahvista) e se relata no
Poema de Gilgamesh.
Gilgamesh ou Gilgamés,
também conhecido como
Istubar, é um
personagem legendário da mitologia suméria. Segundo o
79
documento chamado lista Real Suméria, foi o quinto rei de
Uruk até o ano 2650 AEC. E o protagonista do Poema de
Gilgamesh.
A meados do século XIX se iniciaram as escavações em Nínive;
dali mais de 25.000 tabuletas de argila foram levadas ao Museu
de Londres; mas no caminho se quebraram e misturaram, por
isso decifrá-las parecia uma tarefa impossível, tendo em conta
que a linguagem assírio-babilônico em que estavam escritas foi
decifrada tempo depois.
A solução foi encontrada por George Smith, que após árduo
trabalho assombrou o mundo com sua obra “O relato caldeu do
dilúvio”, publicada em 1872. Foi extraída de Nínive a enorme
biblioteca do rei da Babilônia, Assurbanipal, que viveu no
século VII AEC e que fez com que seus escribas deixassem para
a posteridade as melhores obras da cultura mesopotâmica.
Entre o achado estava a Tabuleta XI de 326 linhas, das quais
mais de 200 falam do dilúvio. Encontramos assim a epopeia de
Gilgamesh.
Basicamente o texto mesopotâmico relata o seguinte: Enlil
decide destruir a humanidade porque acha os humanos
irritantes e barulhentos. Ea (Enki ou Enkil) adverte a
Utnapishtim para que construa um barco. E deve encher o
barco de animais e sementes. Chega o dia do dilúvio e toda a
humanidade perece, exceto Utnapishtim e seus
acompanhantes. Utnapishtim se dá conta de que as águas
baixam e solta uma ave (não se sabe se uma pomba, um corvo
ou uma andorinha). Com uma espantosa sincronicidade (para
não dizer plágio) com o relato bíblico, a arca de Gilglamesh”
sofre as chuvas que inundarão a Terra até acabar presa em um
80
“Ararath” Iraquiano: “… A uma distância de catorze léguas
apareceu uma montanha, e a barca encalhou ali: ficou presa
na montanha de Nisir, imóvel…”. Mas os “crentes bíblicos” que
ainda vendo provas, continuam crendo nas mentiras dos
parasitas religiosos, colocamos aqui o relato em si, assim
poderão comparar a semelhança entre um e outro e decidir por
si mesmos (como se fosse possível, já que o crente não pensa
por si mesmo, mas com as ideias dos religiosos):
Versão em língua suméria. O texto mais antigo. Fragmento de
uma tabuleta muito danificada que procede de Nippur. (ANET:
J. B. Pritchard)
…Então Nin [tu chorou] como…,
a pura Inanna [compôs] uma lamentação
para sua gente,
Enki tomou conselho de si mesmo,
Anu, Enlil, Enki (e) Ninhursag…,
os deuses do céu e da terra
[pronunciaram] o nome de Anu (e) Enlil
Então Ziusudra, o rei, o pashishu(1)(**) [de]…,
construiu uma gigantesca…;
obedecendo com humildade e reverência, [ele]…,
assistindo diariamente e com constância, [ele]…,
sonhando toda classe de sonhos, [ele]…,
pronunciando o nome do céu (e) da terra, [ele]… …
os deuses um muro …,
Ziusudra de pé, a seu lado, escu[tou].
“Ponte perto do muro, à minha ezquerda…,
perto do muro te direi uma palavra, [toma minha palavra],
[presta] atenção às minhas ordens.
Por nosso… um dilúvio [arrasará] os centros de culto,
81
para destruir a semente do gênero humano…
É a decisão da palavra da assembleia [dos deuses].
Com a palavra e por orden de Anu (e) Enlil…,
sua realeza e seu reino [serão exterminados].”
(Quarenta linhas aproximadamente estão destruídas.)
Todas as tempestades com violência excessiva
atacaram como uma só;
em um mesmo instante, o dilúvio cobriu os centros de culto.
Depois, durante sete dias (e) sete noites
o dilúvio inundou toda a terra,
(e) a barca imensa foi açoitada pelas tempestades
sobre as grandes águas;
apareceu Utu, o que derrama a luz
sobre o céu e sobre a terra.
Ziusudra abriu uma (das) janelas da barca enorme.
Utu, o herói, lançou seus raios dentro da barca gigantesca.
Ziusudra, o rei,
se prostrou diante de Utu;
o rei lhe imola um boi, degola um carneiro.
(Trinta e nove linhas aproximadamente estão destruídas.)
“Tu proferirás “alento celestial”, “alento terreno”
que em verdade se propagará por vosso…”
Anu (e) Enlil proferiram “alento celestial”, “alento terreno”
que por seu…, se propagou.
A vegetação surgiu do seio da terra.
Ziusudra, o rei,
se prostrou diante de Anu e Enlil.
Anu (e) Enlil elogiaram a Ziusudra,
vida como (a de) um deus lhe deram,
alento eterno como (o de) um deus lhe concederam do alto.
Então Ziusudra, o rei,
ele que preservou o nome da vegetação
82
(e) a semente do gênero humano,
à terra de passagem, ao lugar do Dilmun,(2)
ai onde o sol nasce, foi habitar.
Tabuleta XI da epopeia de Gilgamesh. Versão assíria em língua
acádia do segundo milênio AC. Procede da biblioteca de
Assurbanipal em Nínive. (ANET: J. B. Pritchard.):
Utnapishtim disse a Gilgamesh:
“Te revelarei, Gilgamesh, uma coisa oculta
e um segredo dos deuses te direi
Shurippak - cidade que tú conheces
(e) que está situada nas margens do Eufratesera
uma cidade antiga como os deuses que nela moravam,
quando o coração dos grandes deuses desencadeou o dilúvio.
Estavam Anu, pai dos deuses;
o valente Enlil, seu conselheiro;
Ninurta, seu arauto
(e) Ennuge, o inspetor de canais.
Também estava Ninigiku-Ea com os deuses
(e) repetiu suas palavras à cabana de juncos:
“Cabana de juncos, cabana de juncos!(3) Muro, muro!
Cabana de juncos, escuta! Muro, atende!
Homem de Shuruppak, filho de Ubar-Tutu,
derruba (esta) cabana, constrói uma barca!
Abandona tuas posses, sai em busca da vida!
Desdenha os bens (do mundo) e salva tua vida!
Sobe à barca e leva a semente de tudo o que vive.
A barca que deves construir
será proporcionada em suas dimensões.
Igual será sua largura e seu comprimento.
Como o Apsu(4) a cobrirá com um teto.”
Entendi e disse a Ea, meu senhor:
83
“[Veja], meu senhor, o que ordenou
será uma honra fazê-lo,
mas o que direi à cidade, ao povo e aos anciãos?”
Ea abriu a boca e falou,
dizendo-me a mim, seu servo:
“Assim lhes falarás:
‘Aprendi que Enlil me é hostil
e não posso residir em vossa cidade
nem por meu p[é] no território de Enlil.
Portanto, descerei ao profundo
para morar com meu senhor Ea.
[Mas sobre] vós, ele fará chover abundância,
os pássaros [mais escolhidos], os mais raros peixes.
[A terra se encherá] com ricas colheitas.
[Aquele que ordena] o salvo [ao por do sol]
os enviará uma chuva de trigo’.”(5)
Ao raiar o dia
o povo se reuniu…
(Quatro linhas muito danificadas.)
os pequenos levavam breu,
enquanto os maiores traziam [todo o resto] que se necessitava.
No quinto dia puseram o madeiramento
um “iku”(6) (intero) tinha sua superfície.
A altura de cada parede era de dez dezenas de codos (7)
(e) dez dezenas de codos
tinha cada lado da cobertura quadrada.(8)
Montei os lados e os juntei.
A dotei de seis coberturas,
dividindo-a (assim) em sete partes.
O plano inferior o dividi em nove partes.
Lhe cravei tacos contra as águas.
Me ocupei das pértigas e fiz estoque de provisões.
Seis “sar” (9) de breu joguei no forno,
84
três “sar” de asfalto verti no interior.
Tres “sar” de azeite os porteadores trouxeram,
aparte do “sar” que se gastou em calafetar
e dos dois “sar” [que] o barqueiro carregou.
Matei bois para a [gente]
e sacrifiquei cordeiros dia a dia.
Mosto, vinho tinto, azeite e vinho branco
[dei] aos trabalhadores [a beber], como água de rio
para que celebrassem como o dia de ano novo.
Ab[ri...] unguento e o apliquei à minha mão.
[No sé]timo [dia] ficou terminada a barca.
[O lançamento] foi arduo,
tiveram que mover as pranchas por cima e por baixo
[até] que dois terços da [a estrutura] entraram [na água].
[O que tinha] carreguei nela:
tudo o que tinha de prata carreguei nela,
tudo o que tinha de ouro carreguei nela,
tudo o que tinha carreguei nela,
toda semente de vida carreguei,
a toda minha família e minha parentela subi a bordo,
aos animais dos campos, às bestas selvagens do campo,
a todos os artesãos fiz subir.
Shamash havia de dado um prazo:
“Quando o que ordena o desassosego na noite,
desate uma chuva de tição,
sobe na barca e fecha a entrada.”
O tempo assinalado se cumpriu:
‘O que ordena o desassosego na noite,
fez cair uma chuva de tição.‘
Observei o aspecto do tempo.
Tive medo ao contemplá-lo.
Entrei na nave e fechei a entrada.
Para fechar a barca (toda), a Puzur-Amurri,
85
ao piloto da nave,
lhe confiei a barca com tudo o que levava.
Ao raiar a alva,
uma nuvem negra se ergueu no horizonte.
Adad trovejava dentro dela,
enquanto que Shullat e Hanish iam a frente,
apressando-se, como dois arautos, sobre a colina e o vale.
Erragal arrancou as estacas;
Avançava Ninurta e fazia com as águas se precipitassem.
Os anunnaki ergueram suas tochas,
abrasando a terra com sus chamas.
A confusão semeada por Adad alcançou até os céus,
já que tudo o que era luminoso se converte em negro.
¡[A grande] terra se sacudiu como uma panela
! Todo um dia [soprou] a tormenta do sul,
aumentando sua força e vento, [afundando as montanhas],
arremetendo contra [a gente] como em uma batalha.
Ninguém podia ver seu próximo.
Desde os céus já não se reconhecia a gente.
Oss deuses se atemorizaram diante do dilúvio
e fugindo, subiram ao céu de Anu.
Os deuses se encolheram como cães
e se lançaram fora dos muros.
Como a mulher que vai dar a luz, Ishtar gritou.
A senhora dos deuses, a da voz doce, gemeu
“Os dias do passado se converteram, ai,
em cinzas porque convoquei o mal na assembleia dos deuses.
Como pude proferir o mal na assembleia dos deuses,
ordenar o combate para destruir o meu povo
quando eu mesma mesma engendrei a eles!
Como a desova dos peixes enchem o mar!”
Os deuses anunnaki choravam com ela,
os deuses, agora humildes, estavam sentados e choravam.
86
Seus lábios apertavam [...] um e todos.
Seis dias e [seis] noites
soprou o vento do dilúvio,
enquanto a tormenta do sul varria a terra.
Quando chegou o sétimo dia,
a tormenta do sul, o dilúvio, renunciou à batalha
que havia peleado como um exército.
O mar se tranquilizou, a tempestade se aquietou,
o dilúvio cessou.
Observei o tempo: havia voltado à calma
e a humanidade tinha sido devolvida à argila.
A paisagem era plana como um telhado.
Abri uma janela e a luz caiu sobre meu rosto.
Inclinando-me me sentei e chorei
(e) as lágrimas corríam por minhas faces.
Busquei as costas na expansão do mar:
em cada uma das catorze (regiões) emergia uma ilha.
No monte Nisir a barca encalhou.
E o monte Nisir retevo a barca, deixando-a imóvil.
Um dia, um dia segundo o monte Nisir reteve a barca,
deixando-a imóvil.
Um terceiro dia, um quarto dia o monte Nisir reteve a barca,
deixando-a imóvil
Um quinto e um sexto (dia) o monte Nisir reteve a barca,
deixando-a imóvil.
Quando chegou o sétimo dia,
soltei e enviei uma pomba.
A pomba emprendeu o voo, mas voltou,
já que não havia onde pousar, regressou.
Então soltei e enviei uma andorinha.
A andorinha emprendeu voo, mas voltou,
já que não havia onde pousar, regressou.
Então soltei e enviei um corvo.
87
O corvo emprendeu voo
e como as águas haviam diminuido,
comeu, abriu suas asas, graznou e não regressou.
Então lancei tudo aos quatro ventos e ofereci um sacrifício.
Fiz uma libação no cume da montanha.
Instalei sete e sete incensários,
empilhando em sua parte inferior canas, cedro e mirto.
Os deuses aspiraram o aroma,
os deuses aspiraram o doce aroma
(e) como moscas os deuses se apinharam em torno do
sacrificador.
Quando afinal chegou a deusa suprema,
ergueu as grandes joias
que o deus Anu lhe havia fito para agradar seu desejo:
“Oh, deuses que estais aqui, como este lapislazuli
que está em meu pescoço, que não esquecerei;
recordarei estes dias e nunca os esquecerei.
Que os deuses venham à oferenda,
mas que o deus Enlil não se apresente
porque ele, sem razão alguma, mandou o dilúvio
e entregou minha gente à destruição.”
Quando finalmente se apresentou Enlil
e viu a barca, o deus se irritou,
se encheude ira contra os deuses igigi:
“Escapou uma só alma vivente?
Ninguém devia sobreviver à destruição!”
Ninurta abriu sua boca e falou, dizendo ao valente Enlil:
“Quém mais além de Ea pode fazer planos?
Só Ea, a que tudo sabe.”
Ea abriu sua boca para falar e disse a Enlil, o valente:
“Tu, o mais sábio dos deuses. Tu, o herói,
como pudeste perder o juício e mandar o dilúvio?
Ao pecador impõe seu pecado,
88
ao transgressor impõe sua falta,
(mas) sejabenévolo e que não seja aniquilado,
tenha paciência e que não seja substituído!
Em lugar de precipitar o dilúvio
que se tivesse lançado um leão para dizimar à humanidad!
Em lugar de precipitar o dilúvio,
que se tivesse lançado um lobo para dizimar à humanidad!
Em lugar de precipitar o diluvio
que tivesse açoitado a fome
para minguar a humanidade!
Em lugar de precipitar o dilúvio
que se tivesse lançado a peste para açoi[tar] a humanidade!
Não fui eu quem revelou o segredo dos grandes deuses.
A Atraharsis um sonho lhe mandei
e ele conheceu o segredo dos deuses.
Agora medita o que farás com ele!”
Enlil subiu então à barca.
Tomándo-me da mão, me fez subir.
Fiz subir (também) a minha mulher e a fiz ajoelhar-se a meu
lado.
De pé, entre os dois, tocou nossas frontes e nos abençoou:
“Antes Utnapishtim era só um ser humano.
Desde agora Utnapishtim e sua mulher
serão semelhantes a nós os deuses.
Utnapishtim habitará longe, na desembocadura dos rios!”
Assim, pela mão me levaram e me fizeram residir na
desembocadura dos rios.
______________________________________________
Veja no quadro abaixo como a semelhança do dilúvio bíblico
com o assírio-babilônico é total, mais plágio só “Xerox”:
89
1 - O dilúvio bíblico é só mais um... E plagiado!
Não existe apenas o relato sumério, outras culturas, algumas
delas que não coincidiram com a hebraica durante os 6000
anos que afirmam ter de história na terra e anteriores ao texto
bíblico também relatam histórias de um dilúvio. Muitas das
civilizações ancestrais tiveram de uma ou de outra maneira
relatos onde falam de um dilúvio e da posterior salvação do
homem. Estão devidamente compiladas pelo menos umas 500
lendas referentes a um dilúvio universal. A história do dilúvio
bíblico, não é mais que outra dessas histórias; não tem nada
de especial em comparação com as demais.
90
5 - Outros dilúvios “universais” >>>
Depois da criação fracassada: um dilúvio! Como já repetimos
outras vezes, um acontecimento como o dilúvio deixaria suas
marcas no planeta, todavia nada, hoje, foi encontrado que
comprove que tal catástrofe literalmente aconteceu. Quanto
aos sedimentos e fósseis marinhos em todas as grandes
montanhas do mundo, são sedimentos de superfícies marinhas
ou terrestres que foram deslocadas pelo choque das placas
tectônicas ocorridas no fundo do oceano, projetando para cima
o que se encontrava na superfície ou no fundo do mar. A
formação das cordilheiras: Andes, Himalaia, Alpes, foi
resultado de colisões ou da placa marinha próxima (Andes) ou,
no caso dos Alpes e do Himalaia, o choque da península italiana
com o continente europeu (Alpes) e da Índia com o continente
da Ásia. Os registros históricos mais antigos que se conhece
têm cerca de quatro mil e quinhentos (4500) anos.
São dessa época as civilizações mais antigas. Igualmente digno
de nota é o fato de, nas mais variadas culturas, em todos os
continentes, existirem tradições que aludem à ocorrência de
um dilúvio global com paralelismos espantosos entre si, tendo
sido documentadas mais de 250 em contextos culturais
diferentes. Antropólogos dizem que há mais de 1.000.000 de
narrativas de dilúvio em povos e culturas diferentes do mundo
e todas elas, coincidentemente ou não, são no início dessas
civilizações. Para a civilização ocidental, a história mais
conhecida a respeito do dilúvio é a da Arca de Noé, segundo a
tradição judaico-cristã. O Dilúvio também é descrito em fontes
americanas, asiáticas, sumérias, assírias, armênias, egípcias e
persas, entre outras, de forma basicamente semelhante ao
episódio bíblico, porém em algumas civilizações se relata sobre
91
inundações em vez de chuvas torrenciais: uma divindade
decide limpar a Terra de uma humanidade corrupta, ou
imperfeita (criada por algum deus incompetente), e escolhe
um homem bom aos seus olhos para construir uma arca para
abrigar sua criação enquanto durasse a inundação. Na
narrativa judaica, Jeová estava disposto a acabar com toda a
humanidade. Após certo período, a água baixa, a arca fica
encalhada numa montanha, os animais repovoam o planeta e
os descendentes de tal homem geram todos os povos do
mundo.
1 - Dilúvio Judaico
Na Bíblia, em Gênesis, é mostrado o arrependimento de Jeová
em ter criado o homem, devido à maldade que este espalhara
na terra. Neste arrependimento, decide fazer um enorme
dilúvio, fazendo desaparecer tudo que havia sido criado até
então. Porém, decide poupar Noé, por este ter agido bem, e
lhe recomenda fazer uma arca de madeira, e abrigar, junto
com sua família, um casal de cada espécie existente.
Entretanto, arqueólogos não encontraram nenhuma evidência
significante que comprove a existência do dilúvio. Na esfera
cultural hebraica primitiva, o evento do Dilúvio contribuiu para
o estabelecimento de uma identidade étnica entre os diferentes
povos semíticos (todos descendentes de Sem, filho de Noé),
bem como sua distinção dos outros povos ao seu redor
(cananeus, descendentes de Canaã, neto de Noé, núbios ou
cuxitas, descendentes de Cuxe, outro neto de Noé, etc.). No
Antigo Testamento, Noé amaldiçoa Canaã e abençoa Sem, o
que serviria mais tarde como uma das justificativas para a
92
invasão e conquista da terra dos cananeus pelas Tribos de
Israel.
2 - Dilúvio Sumério
O mito sumério de Gilgamesh conta os feitos do rei da cidade
de Uruk, Gilgamesh, que parte em uma jornada de aventuras
em busca da imortalidade, nesta busca encontra as duas únicas
pessoas imortais: Utanapistim e sua esposa, estes contam à
Gilgamesh como conquistaram tal sorte, esta é a história do
dilúvio. O casal recebeu o dom da imortalidade ao sobreviver
ao dilúvio que consumiu a raça humana. Na tradição suméria,
o homem foi dizimado por incomodar aos deuses. Segundo
este mito, o deus Ea, por meio de um sonho, apareceu a
Utanapistim e lhe revelou as pretensões dos deuses de
exterminar os humanos através de um dilúvio. Ea pede a
93
Utanapistim que renuncie aos bens materiais e conserve o
coração puro. Utanapistim, então, reúne sua família e constrói
a embarcação que lhe foi ordenada por Ea, estes ficam por sete
dias debaixo do dilúvio que consome com os humanos. Aqui
um trecho de tal história:
"Eu percebi que havia grande silêncio, não havia um só ser
humano vivo além de nós, no barco. Ao barro, ao lodo haviam
retornado. A água se estendia plana como um telhado, então
eu da janela chorei, pois as águas haviam encoberto o mundo
todo. Em vão procurei por terra, somente consegui descobrir
uma montanha, o Monte Nisir, onde encalhamos e ali ficamos
por sete dias, retidos. Resolvi soltar uma pomba, que voou
para longe, não encontrando local para pouso retornou (…).
Então soltei um corvo, este voou para longe encontrou
alimento e não retornou." (TAMEN, Pedro. Gilgamesh, Rei de
Uruk. São Paulo: ed. Ars Poetica, 1992.).
3 - Dilúvio Africano
Olokun, Proprietário (Olo) dos Oceanos (Okun), e Olorun,
Proprietário (Olo) dos Céus (Orun), eram casados e criaram
tudo. Mas se separaram numa disputa de poder e viveram em
guerra. Olorun encarregou Obatalá de criar a terra sobre as
águas primordiais de Olokun. Certa vez, Olokun invadiu a Terra
para reassumir seu território perdido e consequentemente
destruir a humanidade demonstrando seu poder através de um
grande Dilúvio. Olorun salvou parte da humanidade lançando
uma corrente para os homens subirem. Com essa mesma
corrente, Olorun atou Olokun ao fundo do mar. Olokun mandou
94
uma gigantesca serpente marinha engolir a lua, mas Olorun
disse que sacrificaria um humano por dia para acalmar a deusa.
Assim, todo dia uma pessoa se afoga no mar.
4 - Dilúvio Hindu
O Avatar de Vishnu, Matsya, é
retratado como sendo o que
apareceu inicialmente como um
Shaphari (uma carpa pequena) para
o rei Manu (cujo nome original era
Satyavrata ), o rei de Dravidadesa,
enquanto ele lavava as mãos num
rio. Este rio supostamente descia
das montanhas de Malaya para sua
terra dos Drávidas. O peixinho pediu
para o rei salvá-lo, e por compaixão,
ele o colocou em uma jarra de água.
Ele continuou a crescer cada vez
mais até que o rei Manu teve que
coloca-lo em um grande jarro, e depois depositá-lo em um
poço. Quando o poço também revelou-se insuficiente para o
peixe cada vez maior, o Rei o colocou em um tanque. Como
ele cresceu ainda mais o Rei Manu teve que colocar o peixe
em um rio, e quando o rio ainda se revelou insuficiente, ele
colocou no oceano, depois quase encheu a vasta extensão do
grande oceano. Foi então que Ele (o Senhor Matsya)
informou o Rei de um Dilúvio que estava muito próximo. O
rei construiu um barco enorme que abrigava sua família, 9
tipos de sementes, e animais para repovoar a terra. No
95
momento do dilúvio, Vishnu apareceu como um peixe com
chifres e Shesha apareceu como uma corda, com o qual
Vaivasvata Manu fixou o barco no chifre do peixe (Matsya).
5 - Dilúvio Grego
A mitologia grega relata a história de um grande dilúvio
produzido por Poseidon, que por ordem de Zeus havia decidido
pôr fim à existência humana, uma vez que estes haviam
aceitado o fogo roubado por Prometeu do Monte Olimpo.
Deucalião e sua esposa Pirra foram os únicos sobreviventes.
Prometeu disse a seu filho Deucalião que construísse uma arca
e nela introduzisse um casal de cada animal, de forma análoga
à Arca de Noé. Assim estes sobreviveram.
Ao terminar o dilúvio, a arca de Deucalião pousou sobre o
Monte Parnaso, onde estava o Oráculo de Temis. Deucalião e
Pirra entraram no templo, para que o oráculo lhes dissesse o
que deviam fazer para voltar a povoar a Terra, e a deusa
somente lhes disse: “Voltem aos ossos de suas mães"
Deucalião e sua mulher adivinharam que o oráculo se referia
às rochas. Destas formas, as pedras tocadas por Deucalião se
converteram em homens, e as tocadas por Pirra em ninfas ou
deusas menores, por que ainda não se havia criado a mulher.
96
5 - Dilúvio Mapuche
Estátuas Trentren (acima) e Caicai (abaixo), na Praza de Ancud, Chiloé.
Nas tradições do povo Mapuche igualmente existe uma lenda
sobre uma inundação do lugar deste povo (ou do planeta). A
lenda se refere à história das serpentes, chamadas Tentem Vilu
e Caicai Vilu.
97
6 - Dilúvio Pascuense
A tradição do povo da Ilha de Páscoa diz que seus ancestrais
chegaram à ilha escapando da inundação de um mítico
continente, ou ilha, chamado Hiva.
7 - Dilúvio Maia
98
A mitologia do povo maia relata a existência de um dilúvio
enviado pelo deus Huracán. Segundo o Popol Vuh, livro que
reúne relatos históricos e mitológicos do grupo étnico maia-
quiché, os deuses, após terminarem a criação do mundo, da
natureza e dos seres vivos, decidiram criar seres capazes de
lhes exaltar e servir. São criados então os primeiros seres
humanos, moldados em barro. Porém, esses seres de barro
não eram resistentes ao clima e à chuva e logo se desfizeram
em lama. Então, os deuses criaram o segundo tipo de seres
humanos, a partir de madeira. Essa segunda humanidade, ao
contrário da primeira, prosperou e rapidamente se multiplicou
em muitos povos e cidades (tudo indica que é nessa época da
segunda humanidade que se passam as aventuras dos gêmeos
heróis Hunahpú e Ixbalanqué contra os senhores de Xibalba).
Mas esses seres feitos de madeira não agradaram aos deuses.
Eles eram secos, não temiam aos deuses e não tinham sangue.
Se tornaram arrogantes e não praticavam sacrifícios aos seus
criadores. Então, os deuses decidem exterminar essa segunda
humanidade através de um dilúvio. Ao contrário da maioria dos
outros relatos conhecidos sobre dilúvios, nenhum indivíduo foi
poupado.
Após a catástrofe, a matéria prima utilizada para moldar os
novos seres humanos foi o milho. Foram criados quatro casais,
que são considerados os oito primeiros índios quiché. Eles
deram origem às três famílias fundadoras da Guatemala, pois
um dos casais não deixou descendência.
99
8 - Dilúvio Asteca
No manuscrito asteca denominado como Codex borgia, há a
história do mundo dividido em idades, das quais a última
terminou com um grande dilúvio produzido pela deusa
Chalchihuitlicue.
9 - Dilúvio Inca
Na mitologia dos incas, Viracocha destruiu os gigantes com
uma grande inundação, e duas pessoas repovoaram a Terra
100
(Manco Capac e Mama Ocllo mais dois irmãos que
sobreviveram.
A religião é um forte elo entre as várias culturas andinas, sejam
elas pré-incaicas ou incas. A imposição do Deus Sol é um forte
elemento da crença e dominação através do mental, ou seja
daquilo que permanece impregnado por gerações nas
concepções e mentalidades destas culturas, adorando o Deus
imposto e entendendo ser ele o mais importante. Pedro
Sarmiento de Gamboa, cronista espanhol do século XVI, relata
como os Incas narravam sua criação e as lendas que eram
passadas através da oralidade de geração em geração, desde
o surgimento de Viracocha e seus ensinamentos, procurando
definir um homem que o venerasse e fosse pregador de seus
conhecimentos. Em algumas tentativas de criar este homem,
Viracocha acaba punindo-o com um grande dilúvio pela não
obediência como comenta Gamboa (2001): Mas como entre
ellos naciesen vicios de soberbia y codicia, traspasaron el
precepto del Viracocha Pachayachachi, que cayendo por esta
trasgresión en la indignación suya, los confundió y maldijo. Y
luego fueron unos convertidos en piedras y otros en formas, a
otros trago la tierra y otros el mar,y sobre todo les envió un
diluvio general, al cual llaman uñu pachacuti , que quiere decir
“agua que trastornó la tierra”. Y dicen que llovió sesenta días
y sesenta noches, y que se anegó todo lo creado, y que solo
quedaron algunas señales de los que se convierteron en
piedras para memoria del hecho y para ejemplo a los venideros
en los edificios de pucara que es sesenta leguas del Cuzco. (p.
40).
A narração do dilúvio está presente entre muitos povos e
culturas por todo o mundo. O início de tudo, ou seja, a criação
101
é um fator muito importante para estabelecer relações e
explicações sobre o que não se conhece e o que não foi vivido.
Assim, os mitos e lendas buscam criar uma ancestralidade, um
ponto em comum que defina a origem e o começo do cosmos
e tudo existente nele, ou seja, o conhecer de si mesmo, do
próprio homem inserido na natureza, buscando sua
sobrevivência e continuidade de sua existência e a harmonia
com os elementos naturais e sobrenaturais.
10 - Dilúvio Uro
O povo uro (ou uru), que habita próximo ao Lago Titicaca, crê
numa lenda que diz que depois do dilúvio universal, foi neste
lago onde se viram os primeiros raios do Sol.
102
6 - Dilúvio babilônico versus dilúvio bíblico >>>
Existe uma evidente semelhança entre os relatos babilônicos
e os bíblicos sobre o dilúvio. Uma história que narra o suposto
fato, real para os mais fundamentalistas, de um dilúvio
ocorrido a nível global, enviado por uma ou várias divindades
irritadas com a humanidade, cujo propósito é acabar com
toda ela. Excetuando-se o herói ”eleito” por uma divindade
que, para salvá-lo, lhe ordena construir um barco e meter
nele todo tipo de animais e umas poucas pessoas escolhidas
por este herói.
Imagem: Epopeia de Gilgamesh, British Museum.
Sem necessidade de aprofundar se existe evidência científica
sobre tal dilúvio, faremos aqui uma comparação de ambas
103
as histórias e os pontos de vista daqueles que creem que,
uma delas ou ambas, ocorreram de verdade. Também
compararemos as opiniões de cada grupo com o que
conhecemos atualmente.
As tabuletas caldeias do dilúvio, da cidade de Ur, onde hoje
em dia é o sul do Iraque, contêm uma história que descreve
como o deus babilônico Enlil tinha se irritado pelo ruído
incessante gerado pelos humanos. Este convence aos demais
deuses a exterminar totalmente cada pessoa na Terra, assim
como os animais terrestres e as aves com uma grande
inundação. Um dos deuses, Ea, se mostra contra a decisão e
diz a Ut-Napishtim que construa uma arca para salvar uns
poucos humanos e alguns animais.
Extrato da Epopeia de Gilgamesh (Tablilla XI) incluindo os
versículos da Bíblia que guardam relação direta:
Homem de Shuruppak, filho de Ubar-Tutu,
derruba (esta) cabana, constrói uma barca! Gn 6:14
Abandona tuas posses, sai em busca da vida!
Desdenha os bens (do mundo) e salva tua vida!
Sobe à barca e leva a semente de tudo o que vive. Gn 6:19-
20
A barca que deves construir
será proporcionada em suas dimensões.
Igual será sua largura e seu comprimento. Gn 6:15
Como o Apsu(4) a cobrirá com um teto.”
Entendi e disse a Ea, meu senhor:
“[Veja], meu senhor, o que ordenou
será uma honra fazê-lo,
104
A história da inundação da “Epopeia de Gilgamesh” e a história
hebraica em Gênesis são muito similares, com uns 20 pontos
importantes em comum. Seus textos estão obviamente ligados
de alguma maneira. Ou bem:
O mito de Gênesis foi copiado de uma história anterior,
a Babilônica,
Ou o mito de Gilgamesh foi copiado de uma história
hebraica anterior, a de Gênesis,
Ou ambos foram copiados de uma fonte comum
anterior.
Tanto em Gênesis como na história de Gilgamesh:
1. A história do Gênesis descreve como a humanidade tinha
se tornado desagradável a Deus, mas, além disso, era
irremediavelmente pecaminosa e perversa. Na história
da Babilônia, que eram muito numerosos e ruidosos.
2. Os deuses (ou Deus) decidem enviar um dilúvio
universal. Este teria afogado todos os homens,
mulheres, jovens, crianças e bebês, assim como
eliminado todos os animais terrestres e aves.
3. Deus (ou um dos deuses) sabia de um homem justo, Ut-
Napishtim ou Noé.
4. Os deuses (ou Deus) ordenam ao herói construir um
barco de madeira de vários pisos (chamado arca ou
caixa em hebreu original).
5. A arca seria selada com breu.
6. A arca teria muitos compartimentos internos.
7. Teria uma só porta.
8. Teria unicamente uma janela.
105
9. A arca foi construída e carregada com o herói, algumas
pessoas e exemplares de todas as espécies de animais
da terra.
10. Uma grande chuva cobre a terra com água.
11. As montanhas são cobertas pela água.
12. A arca pousa sobre uma montanha no Oriente Médio.
13. O herói envia aves a intervalos regulares para ver se
encontram terra firme nas proximidades.
14. As primeiras aves regressam a arca. A terceira ave
aparentemente encontra terra firme já que não volta.
15. O herói e sua família saem da arca e realizam um ritual
em que matam um animal e o oferecem como sacrifício.
16. Deus (ou os deuses na Epopeia de Gilgamesh) cheira o
doce sabor do sacrifício.
17. O herói é abençoado.
18. Os deuses babilônicos parecem realmente arrependidos
pelo genocídio que haviam realizado. O Deus de Noé
parece ter se arrependido de suas ações, por este
motivo, ele promete não voltar a fazê-lo de novo.
Só há uma série de pequenos detalhes em que diferem
as duas histórias:
Noé recebeu suas instruções diretamente de Jeová, Ut-
Napishtim as recebeu indiretamente durante um sonho.
A arca de Noé tem 3 pisos de altura e é de forma
retangular. A arca Babilônica foi de 6 pisos de altura e
quadrada
Ut-Napishtim convidou mais pessoas à bordo: um piloto
(o barqueiro) e alguns operários qualificados. Noé leva
unicamente sua família (8 pessoas). Estes parecem
dominar não só a engenharia naval, mas pelo visto, são
106
suficientes para fabricar um barco de tais dimensões
nesse prazo de tempo.
A arca de Noé pousa no monte Ararat; Ut-Napishtim
pousa no monte Nisir. Ambos os lugares estão no
Oriente Médio e se encontram a poucas centenas de
quilômetros de distância.
Na Bíblia, uma parte da água surgiu dos oceanos. As
chuvas se prolongam por 40 dias e 40 noites. No relato
babilônico a água chegou só em forma de chuva e durou
só 6 dias.
Noé lança um corvo e uma pomba duas vezes, Ut-
Napishtim lança três aves: pomba, andorinha e um
corvo.
1 - Importância das duas histórias
107
Veja no mapa a proximidade dos dois montes, o Nisir do mito
babilônico e o Ararat do mito bíblico. Parece que a região era
um estacionamento de arcas de dilúvio.
1 - Para os cristãos conservadores
O Gênesis é infalível: é completamente verdadeiro e não
contém nenhum erro em sua forma atual, que é idêntica à
original. Deus inspirou Moisés para que escrevesse o livro e o
preservou da inclusão de qualquer erro. Desta forma, o dilúvio
de Noé ocorreu realmente, exatamente tal como se diz no
Gênesis. As semelhanças entre os textos babilônios e hebreus
foram causadas provavelmente por dois fatores:
Ambos eram relatos de uma mesma inundação em todo
o mundo.
O relato do Gênesis é absolutamente certo e foi escrito
durante o Êxodo do povo judeu do Egito. O relato
babilônico foi escrito mais tarde, seu autor pode ter
copiado elementos da história hebraica.
Frank Lorey, um autor do Instituto para a Investigação da
Criação, (criacionista) escreveu: ”A Epopeia de Gilgamesh,
então, contém a narrativa corrupta para preservar e embelezar
os povos que não seguem o Deus dos hebreus.”
2 - Para os cristãos liberais / progressistas
A história do dilúvio no Gênesis foi escrita principalmente por
três autores desconhecidos:
108
”J“ que utiliza Yahvé como nome de Deus (denominada
Yahvista devido a ser esta a divindade que adorava), a
escreveu ao redor do ano 848 AEC a 722 AEC.
”P“, um sacerdote que viveu muito depois, em algum
momento antes de 587 AEC.
“R”, um redator desconhecido, que uniu os escritos de J
e P e outros dois escritores juntos (D e E).
Acrescentando apenas uma frase de sua própria história
à inundação. (Possivelmente Esdras e/ou Neemias,
século V AEC).
Esta interpolação é mostrada no relato do Êxodo com base no
livro de Richard Eliiott Friedman: Quem escreveu a Bíblia?
A história é uma lenda com significado espiritual (o que vem a
ser uma moral) e não houve dilúvio universal real. A história é
um mito, derivado em grande parte da narração babilônica
anterior. Foi recolhida pelos antigos israelitas como uma
tradição oral e logo depois escrita por J e P.
3 - Para muitos agnósticos, ateus, etc.
As histórias de inundações são um mito. Descrevem eventos
que nunca aconteceram e podem ter sido escritas pelas fontes
antes mencionadas.
A crueldade do deus ou deuses, na narração, os faz
responsáveis pela inundação e os mostra com uma total
despreocupação pelos homens, mulheres, jovens,
crianças e os recém-nascidos que, supostamente,
morreram terrivelmente por afogamento.
109
O mito mostra, devido a seu caráter fantasioso e
incoerente, como os deuses são criados pela mente
humana e não o contrário: o homem criado por uma
divindade onisciente.
O relato do dilúvio evoluiu gradualmente a partir da
versão original da Babilônia à versão hebraica. A versão
babilônica pode ter sido a recordação distorcida de uma
antiga inundação que se produziu quando o Mar
Mediterrâneo inundou parcialmente o Mar Negro por
volta de 5600 AEC.
2 - Quem foi o primeiro: Noé ou Ut-Napishtim?
As tabuletas babilônicas que contém a história completa da
inundação foram datadas em torno do ano 650 AEC.
Entretanto, partes da história foram encontradas em tabuletas
datadas a partir de aproximadamente 2000 AEC. Um estudo
da língua utilizada nas taboas (de argila) indica que a história
se originou muitos antes de 2000 AEC. Variações da história
original foram encontradas traduzidas em outras línguas
antigas.
1 - Os cristãos conservadores
Muitos creem que o dilúvio ocorreu ao redor do ano 2349 AEC,
e que o relato do Gênesis foi escrito por Moisés em torno do
ano 1450 AEC, pouco antes de sua morte. Portanto, o texto
babilônico deve ser uma versão corrupta baseada em uma
adaptação paganizada da verdadeira história do Gênesis.
110
Alternativamente, poderia ser uma tentativa independente de
descrever a inundação mundial.
Algo que não só contradiz a datação das tabuletas, mas que,
além disso, contradiz o registro geológico e a praticamente
todos os estudos científicos que demonstram que jamais
ocorreu um dilúvio de tais características.
2 - Os teólogos liberais
Observando os diferentes nomes utilizados para referir-se a
Deus e os estilos de escrita diferentes em todo o Pentateuco
(os primeiros cinco livros da Bíblia hebraica), creem que o
Gênesis foi montado em um intervalo de 4 séculos, entre 950
a 540 AEC, por autores de uma série de tradições hebraicas.
J e P parecem ter baseado suas histórias em duas histórias
originais de fontes mesopotâmicas, talvez sobre a base de uma
enorme série de inundações nas zonas circundantes e em Ur,
em torno de 2800 AEC, que seriam percebidas pela população
local como muito grandes, talvez por todo o mundo.
Alternativamente, podem ter se baseado na catastrófica
inundação do Mar Negro.
3 - A visão literalista
Cai em várias contradições e é inconsistente com o registro
histórico e arqueológico. O povo babilônico e sumério é anterior
ao povo hebreu, tribos nômades e seminômades que são
descritos como “gente sem lei, trabalhadores e bandidos”,
tanto pelos textos mesopotâmicos como pelos egípcios, que
lhes davam o nome de habiru ou apiru. Além disso, as
111
tabuletas ou ladrilhos criticados pelos literalistas bíblicos
estiveram perdidos e não foi até que em 1835, Henry
Rawlinson, encontrou a primeira inscrição com este idioma. Um
idioma desconhecido e do qual já se encontraram mais de
25.000 tabuletas, que dão legitimidade aos textos que contêm.
Portanto, afirmar que são uma falsificação o um plágio do
bíblico é mais do que questionável.
A escrita cuneiforme é muito anterior à hebraica (que é do
século X AEC). Na realidade, a escrita cuneiforme é
considerada a primeira inventada. A isto podemos
acrescentar que a primeira escrita que se conhece, a mais
antiga, se encontra em uma peça de cerâmica com uma
representação pictográfica (que podemos ver na imagem ao
lado), procedente da cidade mesopotâmica de Kish (Iraque)
e está datada em 3500 AEC. (Departamento de
Antiguidades do Museu Ashmolean, Oxford (Grã-Bretanha):
Anteriores à escrita hebraica existem textos não bíblicos, com
uma escrita denominada paleo-hebraica datada entre os
séculos XVIII e XII AEC. A escrita cuneiforme é anterior até a
este tipo de escrita. Toda escrita evolui de outra anterior muito
mais simples. Sabemos que a cuneiforme tem raízes no tipo de
112
escrita pictográfica que se pode ver nesta imagem. E que a
hebraica procede de outra mais simples, a paleo-hebraica, que
tem suas raízes semíticas em um ramo afro-asiática conhecido
como camito-semita. Esta escrita, além da fenícia, é um
subconjunto de línguas ugaríticas que procede de, entre outras
fontes, a cuneiforme.
Se o que defendem os literalitas fosse certo, estes teriam que
explicar por que seus textos, que segundo eles são mais
antigos, nem sequer existiam quando os textos sumérios
circulavam há milênios; Por que seus textos possuem raízes
léxicas em outros anteriores; Por que nenhum sistema de
datação situa o hebraico anterior ao cuneiforme e por que,
apesar de que eles afirmam que estes não mudaram, podemos
observar variações e uma evolução desde escritas mais antigas
ao hebreu. Magia? (No mundo em que eles se movem, o das
fantasias, esta seria uma boa explicação, afinal, segundo eles,
toda evidência encontrada que contradiga o que seu livro
favorito afirme foi colocada por um personagem desse mesmo
livro: o diabo, ou por outro personagem também do livro, para
“provar sua fé”: seu deus).
4 - Conclusão
Um simples plágio.
Fontes:
Susan M. Pojer, “O dilúvio – duas versões diferentes”, HistoryTeacher.net,
em: http://www.historyteacher.net/ Este é um arquivo PDF.
113
Números 14:34. Ambas as culturas coincidem na hora de usar uma
determinada numerologia. Números como 3, 6, 7, 12, 40, etc. são repetidos
com frequÊncia.
Alexander Heidel, “La Epopeya de Gilgamesh y el Antiguo Testamento
Parallels”. Univ. de Chicago, IL, Chicago (1949)
Werner Keller, “La Biblia como Historia”, W. Morrow, New York, NY, (1956)
Schofield Biblia de Referencia. Gênesis, capítulos 6 a 9
CM Laymon, ed., “El Intérprete Un Comentario de volumen en la Biblia”,
Abingdon Press, Nashville, TN (1991)
Frank Lorey, Impact # 285: El diluvio de Noé y el diluvio de Gilgamesh “ ,
Instituto para la Investigación de la Creación , El Cajon, CA (1997) En línea
en: http://www.icr.org/pubs/imp/imp-285 . htm
”Os mitos da inundação: a narrativa do dilúvio da epopeia de Gilgamesh “,(
Myths of the flood: The flood narrative from the Gilgamesh epic ) em:
http://www-relg-studies.scu.edu/netcours/rs011/restrict/
NK Sandars, tradutor, “A Epopeia de Gilgamesh”, Penguin. Várias edições
estão disponíveis na Amazon.com a preços que vão desde $ 6,33 até $ 499
para a edição de 1972!
Nota: A imagen do inicio mostra a Epopeia de Gilgamesh e pode ser vista no British
Museum (Londres) junto com muitas outras tabuletas sumérias.
Fonte direta:
Artígo traduzido e modificado de http://www.religioustolerance.org/noah_com.htm
ao qual foram acrescentados mais dados, fontes e opiniões.
114
7 - Resumo
O povo hebreu, que era um povo nômade que emigrava
constantemente, que conhecia a Babilônia, suas tradições e os
mitos sumérios, plagiou essas histórias e adaptou às suas
novas crenças.
1 - Mapa de migração humana do mtDNA
Hoje em dia têm ocorrido chuvas e inundações provocadas por
tornados e furacões em muitos países e cidades: Nova Orleans,
China, etc., as quais têm provocado inumeráveis mortes e
coberto a terra de água. Agora se imagine na pele dos
integrantes de uma tribo ou civilização pré-histórica com
deuses, crenças e mitos fantásticos. Uma catástrofe como as
atuais poderia parecer a eles um verdadeiro dilúvio provocado
por algum de seus deuses, como parece ainda hoje aos crentes
religiosos ignorantes e fanáticos das camadas mais pobres e
sem educação científica básica ou mesmo alfabetização.
Ao longo de milênios de migrações humanas, (como se pode
ver no mapa abaixo) nossos ancestrais remotos devem ter
presenciado todo tipo de cataclismos ambientais como eras do
gelo, super-vulcões, impactos de meteoritos, inundações
gigantescas, tsunamis, etc. cujo eco distante pode estar por
trás de todas as mitologias que conhecemos hoje e das
tradições orais de muitos grupos indígenas atuais.
Mapa das primeiras migrações humanas, desde 170.000
anos, de acordo com análises efectuadas ao DNA
mitocondrial.
115
Não há nenhum registro histórico que siga os padrões
migratórios dos primeiros seres humanos. Os cientistas juntam
a história da migração humana examinando as ferramentas, a
arte e os locais de sepultamento que deixaram para trás e
traçando padrões genéticos. Fazem isso analisando o DNA
mitocondrial (mtDNA), que é passado da mãe para os filhos
sem ser combinado com o código genético do pai. Podemos
observar o mtDNA de duas pessoas que viveram a milhares de
anos e de quilômetros de distância e, se o código genético do
seu mtDNA for o mesmo, sabemos que eles eram ancestral e
descendente [fonte: PBS NOVA (em inglês)].
Leia mais AQUI.
Fontes do capítulo 5:
116
http://www.sigenlab.com/adnmt.htm
http://dieta-evolutiva.blogspot.com/2007/07/evolucion-humana-en-los-cinco.html
http://elarcano.blogspot.com/2004/11/hubo-de-verdad-un-diluvio.html
http://es.wikipedia.org/wiki/Diluvio_universal
http://otrashistorias.iespana.es/histo18.htm
http://www.sectormatematica.cl/religion/Las%20Medidas%20del%20Arca.pdf
http://dialogue.adventist.org/articles/11_3_merling_s.htm
http://www.shalomhaverim.org/estudio_biblico_bereshit_rashi_21.htm
http://antiqua.gipuzkoakultura.net/pdf/POEMA%20DE%20GILGAMES
Ampliadas
http://ciencia.hsw.uol.com.br/migracao-humana3.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dil%C3%BAvio_%28mitologia%29#Dil.C3.BAvio_Sum.C
3.A9rio
http://www.ateoyagnostico.com/2012/12/17/comparacin-de-las-historias-del-
diluvio-babilnicas-y-bblica/
117
6 - “Encontrada a Arca de Noé”, diz Igreja da Arca de
Noé >>>
118
Exploradores da “Noah’s Ark Ministries International”, título
que pode ser traduzido livremente como “Igreja Internacional
da Arca de Noé” baseada em Hong Kong, dizem ter encontrado
estruturas de madeira de 4.800 anos a quase quatro
quilômetros de altura no Monte Ararat, Turquia. Diferente de
tantas outras alegações relacionadas a relíquias, no entanto, a
expedição vem exibindo vídeos, fotografias e diversas
amostras do material encontrado.
Contudo, de forma similar a tantas outras alegações
relacionadas a relíquias, nenhuma das afirmações foi verificada
até agora por instituições independentes. Abaixo, um vídeo
com o que seriam registros da expedição, incluindo a
descoberta e imagens do interior das estruturas:
119
Como os descobridores declaram à AFP, “não estamos 100%
seguros de que seja a Arca de Noé, mas pensamos que há
99,9% de chances de que seja”, comentou Yeung Wing-
cheung, cinematógrafo parte da equipe que documentou o
achado. Suas alegações sobre a idade do material, de 4.800
anos, que se ajustaria quase perfeitamente ao relato bíblico,
teria origem em uma datação por radiocarbono, mas como o
arqueologista da Universidade de Cornell, Peter Ian Kuniholm,
comentou a Alan Boyle, nem sequer se sabe quem efetuou os
testes.
Mais do que isso, Kuniholm é especialista na arqueologia da
região, e nota que “nós sabemos o que estava acontecendo na
Turquia arqueologicamente naquela época, e não há nenhuma
grande interrupção na cultura”. Isto é, a arqueologia séria,
verificada por múltiplas instituições independentes possui
diversos materiais datando de 4.800 anos atrás, e nenhum
deles indica nada como um grande dilúvio bíblico.
“Não há mesmo água o
bastante no mundo para
levar uma arca tão alto
assim”, Kuniholm ainda
lembra. Nem que todas
as geleiras derretessem
o nível do mar poderia
subir 4.000 metros.
Crédulos
fundamentalistas poderiam pensar na arca surfando em
ondas gigantes, ponto em que o estado questionável de tais
idéias deveria se tornar mais do que evidente.
120
É possível que a expedição tenha encontrado resquícios de um
abrigo humano na montanha, que pode ou não –
provavelmente não – datar de quase 5.000 anos atrás.
Também seja possível que a história, incluindo as imagens,
seja uma enorme fraude. Apenas verificação independente dos
achados poderá esclarecer os fatos, refutando-os ou
confirmando-os, e neste aspecto a abundância de amostras
bem como o anúncio de que o local já se tornou conhecido das
autoridades indica que logo saberemos ao certo.
Ninguém deveria ter grandes esperanças, no entanto, a menos
que a idéia de uma arca impossível surfando em ondas de
quilômetros de altura sem afetar as culturas humanas na
região pareça muito plausível. [via Alan Boyle, WND]
Atualização 02/05/2010: O teólogo Randall Price, ele mesmo
um defensor da existência da Arca de Noé, seria um dos
arqueólogos participantes da expedição chinesa em 2008, e em
mensagem eletrônica revela que:
“Tudo relatado é uma fraude. As fotos foram tomadas em outro
lugar, no Mar Negro, [apenas] o filme que os chineses agora
têm foi realizado no local no Monte Ararat. No final do verão
de 2008 dez trabalhadores curdos contratados por Parasut, o
guia usados pelos chineses, teria plantados no sítio do Monte
Ararat as grandes vigas de madeiras retiradas de uma
estrutura antiga na área do Mar Negro (onde as fotos foram
originalmente capturadas). No verão de 2008 um alpinista
chinês levado pelos homens de Parasut viram a madeira, mas
não puderam entrar por causa das condições meteorológicas
extremas. Durante o verão de 2009 mais madeira foi plantada
no interior da caverna no local. A equipe chinesa foi no final do
121
verão de 2009 (eu estava lá no momento e sabia sobre a
fraude) e lhes foi mostra a caverna com a madeira e eles
fizeram seu filme. Como disse, tenho as fotos do interior da tal
Arca (que mostram teias de aranha nos cantos das vigas – algo
simplesmente impossível nessas condições) e nosso sócio
curdo em Dogubabyazit (a vila ao pé do Monte Ararat) sabe de
todos os fatos sobre o local, os homens que plantaram a
madeira e mesmo o caminhão que a transportou”.
Oficialmente, no entanto, Price diz na seção de notícias da
“World of the Bible Ministries” que “não se retrata de nenhuma
de suas declarações” feitas em email privado, mas que elas
teriam vindo apenas de sua fonte que deseja preservar.
Relembrando, Price é ele mesmo um teólogo que defende a
existência da Arca, e provavelmente não quer acusar as
pessoas envolvidas na fraude que podem deixar de colaborar
com suas iniciativas.
Ainda assim, resta o relato de um teólogo, vindo de uma fonte
local, de que seria tudo uma grande fraude, incluindo o detalhe
das teias de aranha impossíveis. Sem surpresas, mais uma
fraude cristã para sua enorme lista.
Fonte
http://www.ceticismoaberto.com/fortianismo/3507/encontra
da-a-arca-de-no-diz-igreja-da-arca-de-no
http://scienceblogs.com/pharyngula/2010/04/28/latest-ark-
finding-is-a-fake/
122
7 - Mais bobagens do Cristianismo >>>
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123
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Mentiras Fundamentais da Igreja Católica é uma análise profunda da Bíblia, que permite conhecer o que se deixou escrito, em que circunstâncias, quem o escreveu, quando e, acima de tudo, como tem sido pervertido ao longo dos séculos. Este livro de Pepe Rodriguez serve para que crentes e não crentes encontrem as respostas que sempre buscaram e posaam ter a última palavra. É uma das melhores coleções de dados sobre a formação mitológica do cristianismo no Ocidente. Um a um, magistralmente, o autor revela aspectos mais questionáveis da fé judaico-cristã.
Com grande rigor histórico e acadêmico Fernando Vallejo desmascara uma fé dogmática que durante 1700 anos tem derramado o sangue de homens e animais invocando a enteléquia de Deus ou a estranha mistura de mitos orientais que chamamos de Cristo, cuja existência real ninguém conseguiu demonstrar. Uma obra que desmistifica e quebra os pilares de uma instituição tão arraigada em nosso mundo atual. Entrevista com o autor AQUI.
Originally published as a pamphlet in 1853, and expanded to book length in 1858, The Two Babylons seeks to demonstrate a connection between the ancient Babylonian mystery religions and practices of the Roman Catholic Church. Often controversial, yet always engaging, The Two Babylons comes from an era when disciplines such as archeology and anthropology were in their infancy, and represents an early attempt to synthesize many of the findings of these areas and Biblical truth.
125
600 páginas
600 páginas
312 páginas
“Dois informadíssimos volumes de Karlheinz Deschner sobre a política dos Papas no século XX, uma obra surpreendentemente silenciada peols mesmos meios de comunicação que tanta atenção dedicaram ao livro de João Paulo II sobre como cruzar o umbral da esperança a força de fé e obediência. Eu sei que não está na moda julgar a religião por seus efeitos históricos recentes, exceto no caso do fundamentalismo islâmico, mas alguns exercícios de memória a este respeito são essenciais para a compreensão do surgimento de algumas monstruosidades políticas ocorridas no século XX e outras tão atuais como as que ocorrem na ex-Jugoslávia ou no País Basco”. Fernando Savater. El País, 17 de junho de 1995. “Este segundo volume, como o primeiro, nos oferece uma ampla e sólida informação sobre esse período da história da Igreja na sua transição de uma marcada atitude de condescendência com regimes totalitários conservadores até uma postura de necessária acomodação aos sistemas democráticos dos vencedores ocidentais na Segunda Guerra Mundial”. Gonzalo Puente Ojea. El Mundo, 22 de outubro de 1995. Ler online volume 1 e volume 2 (espanhol). Para comprar (Amazon) clique nas imagens.
"Su visión de la historia de la Iglesia no sólo no es reverencial, sino que, por usar una expresión familiar, ‘no deja títere con cabeza’. Su sarcasmo y su mordaz ironía serían gratuitos si no fuese porque van de la mano del dato elocuente y del argumento racional. La chispa de su estilo se nutre, por lo demás, de la mejor tradición volteriana." Fernando Savater. El País, 20 de mayo de 1990
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136 páginas
480 páginas
304 páginas
De una manera didáctica, el profesor Karl Deschner nos ofrece una visión crítica de la doctrina de la Iglesia católica y de sus trasfondos históricos. Desde la misma existencia de Jesús, hasta la polémica transmisión
de los Evangelios, la instauración y significación de los sacramentos o la supuesta infalibilidad del Papa. Todos estos asuntos son estudiados, puestos en duda y expuestas las conclusiones en una obra de rigor que, traducida a numerosos idiomas, ha venido a cuestionar los orígenes, métodos y razones de una de las instituciones más poderosas del mundo: la Iglesia católica.
“Se bem que o cristianismo
esteja hoje à beira da
bancarrota espiritual, segue
impregnando ainda
decisivamente nossa moral
sexual, e as limitações
formais de nossa vida erótica
continuam sendo basicamente as mesmas que
nos séculos XV ou V, na época
de Lutero ou de Santo
Agostinho. E isso nos afeta a
todos no mundo ocidental,
inclusive aos não cristãos ou
aos anticristãos. Pois o que
alguns pastores nômadas de
cabras pensaram há dois mil
e quinhentos anos, continua determinando os códigos
oficiais desde a Europa até a
América; subsiste uma
conexão tangível entre as
ideas sobre a sexualidade dos
profetas
veterotestamentarios ou de
Paulo e os processos penais
por conduta desonesta em Roma, Paris ou Nova York.”
Karlheinz Deschner.
"En temas candentes como los del control demográfico, el uso de anticonceptivos, la ordenación sacerdotal de las mujeres y el celibato de los sacerdotes, la iglesia sigue anclada en el pasado y bloqueada en su
rigidez dogmática. ¿Por qué esa obstinación que atenta contra la dignidad y la libertad de millones de personas? El Anticatecismo ayuda eficazmente a hallar respuesta a esa pregunta. Confluyen en esta obra dos personalidades de vocación ilustradora y del máximo relieve en lo que, desde Voltaire, casi constituye un Género literario propio: la crítica de la iglesia y de todo dogmatismo obsesivamente <salvífico>.
127
1 – (365 pg) Los
orígenes, desde el paleocristianismo hasta
el final de la era
constantiniana
2 - (294 pg) La época
patrística y la consolidación del primado de Roma
3 - (297 pg) De la
querella de Oriente hasta el final del periodo
justiniano
4 - (263 pg) La Iglesia
antigua: Falsificaciones y engaños
5 - (250 pg) La Iglesia
antigua: Lucha contra los paganos y ocupaciones
del poder
6 - (263 pg) Alta Edad Media: El siglo de los
merovingios
128
7 - (201 pg) Alta Edad Media: El auge de la dinastía carolingia
8 - (282 pg) Siglo IX: Desde Luis el Piadoso
hasta las primeras luchas contra los sarracenos
9 - (282 pg) Siglo X: Desde las invasiones normandas hasta la muerte de Otón III
Sua obra mais ambiciosa, a “Historia Criminal do Cristianismo”, projetada em
princípio a dez volumes, dos quais se publicaram nove até o presente e não se descarta que se amplie o projeto. Trata-se da mais rigorosa e implacável
exposição jamais escrita contra as formas empregadas pelos cristãos, ao largo dos
séculos, para a conquista e conservação do poder. Em 1971 Deschner foi convocado por uma corte em Nuremberg acusado de
difamar a Igreja. Ganhou o processo com uma sólida argumentação, mas aquela instituição reagiu rodeando suas obras com um muro de silêncio que não se rompeu definitivamente até os anos oitenta, quando as obras
de Deschner começaram a ser publicadas fora da Alemanha (Polônia, Suíça, Itália e Espanha, principalmente).
129
414 páginas
639 páginas
LA BIBLIA DESENTERRADA Israel Finkelstein es un arqueólogo y académico israelita, director del instituto de arqueología de la Universidad de Tel Aviv y co-responsable de las excavaciones en Mejido (25 estratos arqueológicos, 7000 años de historia) al norte de Israel. Se le debe igualmente importantes contribuciones a los recientes datos arqueológicos sobre los primeros israelitas en tierra de Palestina (excavaciones de 1990) utilizando un método que utiliza la estadística ( exploración de toda la superficie a gran escala de la cual se extraen todas las signos de vida, luego se data y se cartografía por fecha) que permitió el descubrimiento de la sedentarización de los primeros israelitas sobre las altas tierras de Cisjordania. Es un libro que es necesario conocer.
EL PAPA DE HITLER: LA VERDADERA HISTORIA DE PIO XII ¿Fue Pío XII indiferente al sufrimiento del pueblo judío? ¿Tuvo alguna responsabilidad en el ascenso del nazismo? ¿Cómo explicar que firmara un Concordato con Hitler? Preguntas como éstas comenzaron a formularse al finalizar la Segunda Guerra Mundial, tiñendo con la sospecha al Sumo Pontífice. A fin de responder a estos interrogantes, y con el deseo de limpiar la imagen de Eugenio Pacelli, el historiador católico John Cornwell decidió investigar a fondo su figura. El profesor Cornwell plantea unas acusaciones acerca del papel de la Iglesia en los acontecimientos más terribles del siglo, incluso de la historia humana, extremadamente difíciles de refutar.
130
513 páginas
326 páginas 480 páginas
En esta obra se describe
a algunos de los hombres que ocuparon el cargo de papa. Entre los papas hubo un gran número de hombres casados, algunos de los cuales renunciaron a sus esposas e hijos a cambio del cargo papal. Muchos eran hijos de sacerdotes, obispos y papas. Algunos eran bastardos, uno era viudo, otro un ex esclavo, varios eran asesinos, otros incrédulos, algunos eran ermitaños, algunos herejes, sadistas y sodomitas; muchos se convirtieron en papas comprando el papado (simonía), y continuaron durante sus días vendiendo objetos sagrados para forrarse con el dinero, al menos uno era adorador de Satanás, algunos fueron padres de hijos ilegítimos, algunos eran fornicarios y adúlteros en gran escala...
Santos e pecadores:
história dos papas é um livro que em nenhum momento soa pretensioso. O subtítulo é explicado pelo autor no prefácio, que afirma não ter tido a intenção de soar absoluto. Não é a história dos papas, mas sim, uma de suas histórias. Vale dizer que o livro originou-se de uma série para a televisão, mas em nenhum momento soa incompleto ou deixa lacunas.
Jesús de Nazaret, su
posible descendencia y el papel de sus discípulos están de plena actualidad. Llega así la publicación de El puzzle de Jesús, que aporta un punto de vista diferente y polémico sobre su figura. Earl Doherty, el autor, es un estudioso que se ha dedicado durante décadas a investigar los testimonios acerca de la vida de Jesús, profundizando hasta las últimas consecuencias... que a mucha gente le gustaría no tener que leer. Kevin Quinter es un escritor de ficción histórica al que proponen escribir un bestseller sobre la vida de Jesús de Nazaret.
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576 páginas
380 páginas
38 páginas
First published in 1976,
Paul Johnson's exceptional study of Christianity has been loved and widely hailed for its intensive research, writing, and magnitude. In a highly readable companion to books on faith and history, the scholar and author Johnson has illuminated the Christian world and its fascinating history in a way that no other has.
La Biblia con fuentes
reveladas (2003) es un libro del erudito bíblico Richard Elliott Friedman que se ocupa del proceso por el cual los cinco libros de la Torá (Pentateuco) llegaron a ser escritos. Friedman sigue las cuatro fuentes del modelo de la hipótesis documentaria pero se diferencia significativamente del modelo S de Julius Wellhausen en varios aspectos.
An Atheist Classic! This
masterpiece, by the brilliant atheist Marshall Gauvin is full of direct 'counter-dictions', historical evidence and testimony that, not only casts doubt, but shatters the myth that there was, indeed, a 'Jesus Christ', as Christians assert.
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391 páginas
PEDERASTIA EM LA IGLESIA CATÓLICA
En este libro, los abusos sexuales a menores, cometidos por el clero o por cualquier otro, son tratados como "delitos", no como "pecados", ya que en todos los ordenamientos jurídicos democráticos del mundo se tipifican como un delito penal las conductas sexuales con menores a las que nos vamos a referir. Y comete también un delito todo aquel que, de forma consciente y activa, encubre u ordena encubrir esos comportamientos deplorables. Usar como objeto sexual a un menor, ya sea mediante la violencia, el engaño, la astucia o la seducción, supone, ante todo y por encima de cualquier otra opinión, un delito. Y si bien es cierto que, además, el hecho puede verse como un "pecado" -según el término católico-, jamás puede ser lícito, ni honesto, ni admisible abordarlo sólo como un "pecado" al tiempo que se ignora conscientemente su naturaleza básica de delito, tal como hace la Iglesia católica, tanto desde el ordenamiento jurídico interno que le es propio, como desde la praxis cotidiana de sus prelados.
Robert Ambelain, aunque defensor de
la historicidad de un Jesús de carne y hueso, amplia en estas líneas la descripción que hace en anteriores entregas de esta trilogía ( Jesús o El Secreto Mortal de los Templarios y Los Secretos del Gólgota) de un Jesús para nada acorde con la descripción oficial de la iglesia sino a uno rebelde: un zelote con aspiraciones a monarca que fue mitificado e inventado, tal y como se conoce actualmente, por Paulo, quién, según Ambelain, desconocía las leyes judaicas y dicha religión, y quien además usó todos los arquetipos de las religiones que sí conocía y en las que alguna vez creyó (las griegas, romanas y persas) arropándose en los conocimientos sobre judaísmo de personas como Filón para crear a ese personaje. Este extrajo de cada religión aquello que atraería a las masas para así poder centralizar su nueva religión en sí mismo como cabeza visible de una jerarquía eclesiástica totalmente nueva que no hacía frente directo al imperio pero si a quienes oprimían al pueblo valiéndose de la posición que les había concedido dicho imperio (el consejo judío).
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Referências e Fontes:
http://ateismoparacristianos.blogspot.com/
http://www.ateoyagnostico.com/
Bíblia Sagrada
http://pt.wikipedia.org
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