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Coluna vertebral esterno e costelas
As vértebras cervicais são sete nos mamíferos (salvo raras excepções) e constituem a
base óssea do pescoço.
Características comuns
A região cervical forma juntamente com a cabeça um sistema de equilíbrio (equilíbrio
cervico-cefálico) adaptado a cada tipo de locomoção e hábitos das variadas espécies.
Também as vértebras cervicais, consideradas como um todo, são geralmente longas e
fortes nos mamíferos corredores (caso da maioria dos mamíferos domésticos). Estas
são, pelo contrário, delgadas e curtas no homem, cuja cabeça assenta sobre as
mesmas.
Mantendo as suas funções, as vértebras cervicais tornam-se também muito curtas em
espécies que utilizam a cabeça para remexer a terra, como o caso dos suínos, para o
transporte, o que se verifica no elefante, e ainda em mamíferos marinhos. Apesar
destas diferenças, as vértebras cervicais apresentam características que as distinguem
claramente de todas as outras. Para além disso, o atlas e o áxis merecem ainda uma
descrição com uma maior profundidade.
O corpo da vértebra cervical apresenta uma crista ventral bem desenvolvida, que
aumenta de comprimento caudalmente, onde termina num tubérculo. Este é
sobretudo mais evidente nos mamíferos que possuem o pescoço plano de um lado ao
outro (dorsalmente). Logo, como no caso do Homem o pescoço é largo
transversalmente, as vértebras cervicais são mais largas e o tubérculo médio ventral
dos seus corpos é menos desenvolvido, sendo os processos espinhosos bem mais
evidentes, e verifica-se o esbatimento da crista na última e penúltima vértebra. A
cabeça da vértebra é bem desenvolvida e convexa. A fossa vertebral é profunda, maior
do que a da cabeça da vértebra que recebe, o que implica um grande desenvolvimento
dos discos intervertebrais.
O arco delimita o foramen vertebral dorsalmente. Os processos espinhosos são pouco
desenvolvidos, geralmente em forma de tubérculo ou crista pouco evidente. No
entanto, tornam-se mais desenvolvidos nas últimas vértebras da região cervical.
Os processos transversos, inseridos nos limites do corpo, são desenvolvidos na
direcção lateral e subdividem-se em duas grandes cúspides: uma dorso-caudal, que é o
tubérculo dorsal e outra crânio-ventral, o tubérculo ventral.
Cada processo transverso é atravessado na sua base, no sentido crânio-caudal, por um
orifício vásculo-nervoso, o foramen transversal, que não existe na sétima vértebra
cervical e, por vezes, no áxis. Os processos articulares são grandes e planos,
permitindo os movimentos de lateralidade do pescoço (superfícies articulares são
planiformes). De cada lado da vértebra, em relação ao plano mediano, os processos
craniais e caudais são frequentemente ligados por uma crista ou uma fina lâmina
óssea. As incisuras craniais e caudais são largas e profundas e contribuem para a
formação de orifícios intervertebrais.
A primeira, o atlas, articula-se com o osso occipital de maneira a suportar a cabeça.
Apresenta características particulares, articulando caudalmente com o áxis, a segunda
vértebra cervical.
O Atlas é a primeira vértebra cervical e articula-se com o osso occipital e
também com a vértebra áxis. A sua função especial é ser o suporte da cabeça.
Atlas de Cavalo; Vista Dorsal
As especificidades do Atlas fazem dele uma vértebra diferente de todas as outras
vértebras. Na realidade, o Atlas:
1. Aparenta ausência de corpo, substituído por um arco ventral.
2. Apresenta uma largura considerável, principalmente devido ao
desenvolvimento dos seus processos transversais, que se apresentam com uma forma de
asa.
3. Tem duas cavidades articulares na face cranial para a conexão com os
côndilos occipitais.
4. O foramen vertebral é muito amplo.
Características do Atlas
O arco ventral é um grande ponto ósseo convexo ventralmente, no qual se
consegue reconhecer uma face dorsal e uma face ventral. A face dorsal, fosso, forma o
“chão” do foramen vertebral e é maioritariamente revestido por uma superfície côncava
e lisa, revestida por cartilagem, de maneira a alojar o dente do áxis: é a “fovea dentis”.
O arco ventral apresenta na face ventral uma forma convexa e apresenta um tubérculo
ventral.
O arco dorsal apresenta uma face ventral côncava e lisa, que forma o tecto do
foramen vertebral e apresenta uma tuberosidade, o tubérculo dorsal, que é um vestígio
de uma apófise espinhosa.
Cada lado do arco dorsal é perfurado na sua extremidade cranial e esse furo
permite o acesso ao foramen vertebral e representa o equivalente do foramen vertebral
lateral nas outras vértebras.
Na massa lateral, podemos encontrar uma apófise transversa designada de asa do
atlas. Podemos também encontrar um foramen alar, em cada asa, que perfura a asa do
atlas cranialmente, sendo que este orifício serve de ponto de passagem para a artéria
occipital. Os orifícios transversos (foramen transversos) podem ser encontrados um em
cada asa do atlas e servem para a passagem de vasos e nervos vertebrais.
Articulações entre o Crânio e o Atlas
As articulações entre Atlas e Crânio são as articulações entre C1 e os côndilos
occipitais que permitem movimento de flexão e extensão do pescoço. São revestidas por
cápsulas articulares. O Crânio e a C1(Atlas) contactam-se também através das
membranas atlantooccipitais anteriores e posteriores. Essas membranas evitam
hiperflexão ou hiperextensão do pescoço.
Articulações entre o Atlas e o Áxis
Existem 3 articulações entre o Atlas e o Áxis (entre C1 e C2) sendo duas laterais
e uma mediana. Permitem movimentos de rotação. Durante esse movimento o dente de
C2(dente do áxis) é mantido num anel formado pelo arco anterior do atlas e o ligamento
transverso.
Anatomia Comparada
Carnívoros
O atlas é muito largo e apresenta uma incisura alar em vez de um
foramen alar.
Cão:
o O arco ventral apresenta uma “fovea dentis” vasta e um tubérculo ventral
forte e saliente.
o As superfícies articulares caudais são bastante grandes, ligeiramente
côncavas e muito oblíquas caudo-lateralmente.
Ruminantes
O atlas não possui foramen transverso.
A tuberosidade dorsal é bastante volumosa.
Vaca:
o Tubérculo ventral grande mas pouco saliente.
o As superfícies articulares caudais são ligeiramente côncavas.
Cavalo
O atlas possui foramen transverso.
O arco ventral é relativamente fino.
O tubérculo ventral é bastante saliente.
Suíno
O arco ventral é bastante maior que o arco dorsal.
A fovea dentis é relativamente pequena mas bastante profunda.
Homem
O atlas do ser humano é breve, bastante achatado.
Não possui foramen lateral nem foramen transversal.
O tubérculo dorsal é bastante saliente.
Cavalo
Vaca
Cão
Suíno
Raposa Vermelha
Lobo
Gato
Comparação entre um atlas de um gato e o atlas de um bovino.
AXIS
O Àxis é a segunda vértebra cervical, serve de eixo para a rotação do Atlas com a
cabeça. É atípica devido a presença de um processo articular característico ou dente
(processo Odontóide) que se vai articular cranialmente com o tubérculo anterior do
Atlas na Fóvea Dentis.
Vista Cranial Observa-se:
Processo Espinhoso;
Processos articulares caudais;
Foramen vertebral;
Processos articulares craniais;
Vista Caudal observa-se:
Processos transversos;
Processos articulares caudais;
Foramen vertebral;
Fossa da Vértebra;
Vista Lateral observa-se:
Processo Espinhoso;
Processo Articular Caudal;
Processo transverso;
Dente do Àxis;
Foramen Vertebral Lateral;
Foramen Transversal;
CONFORMAÇÃO
Como todas as outras vértebras apresenta um corpo e um arco embora estas duas
formações estejam modificadas na sua parte cranial.
O corpo vertebral é muito desenvolvido e estrangulado no meio, alargado nas suas
extremidades e dotado na sua face ventral de uma forte Crista (crista ventral),
terminada caudalmente por um tubérculo (tubérculo ventral da apófise transversa).
A superficie articular cranial é constituída por um forte dente (DENS AXIS)
antigamente chamado apófise odontóide, que se articula de forma móvel com a fóvea
dentis do atlas.
A face ventral do seu processo é convexa de um lado ao outro, lisa, revestida por
cartilagem articular (Facies articulares ventralis) para se articular à fovea dentis. Esta
superfície é completada de cada lado da base do dente, sobre a extremidade cranial do
corpo por uma expansão articular planiforme destinada a articular à superfície articular
caudal do atlas. Esta expansão equivale ao processo articular cranial das outras
vértebras.
A face dorsal do dente é conciliada de forma variável consoante as espécies. Nos
equinos e ruminantes esta face é deprimida e rugosa para as inserções ligamentosas.
Nos Suínos, carnívoros, coelho e homem é convexa e revestida por cartilagem (facies
articulares dorsalis) para corresponder a um ligamento transverso. O dente está
estrangulado na sua base e é sustentado por um verdadeiro colo.
Extremidade caudal do corpo é provida de uma fossa vertebral vasta e profunda.
O arco é saliente, vertical e largo. É caracterizado por um processo espinhoso muito
forte, alongado no sentido crânio-caudal, sempre erguido.
Os processos transversos são simples e não bicúspides, alargados caudalmente e
perfurados na sua base no foramen transverso.
Incisuras vertebrais craniais são vastas, convertidas em orifícios (Foramens vertebrais
laterais) nos ungulados (animais com casco). A sua importância varia com as espécies.
O arco não possui o processo articular cranial (estes são substituídos pelas expansões
articulares laterais providas pela extremidade cranial do corpo)
Processos articulares caudais bastante desenvolvidos e estão dispostos como nas
outras vértebras cervicais.
ESTRUTURA E DESENVOLVIMENTO
O Àxis contém muito tecido esponjoso. Esta vértebra desenvolve-se por quatro centros
primários de ossificação aos quais se adicionam dois centros secundários. Um centro
primitivo forma o corpo e duas outras lâminas. O último, que forma o dente, representa
na realidade o equivalente ao centrum (corpo) do atlas. Todos estes centros de
ossificação aparecem desde da primeira metade da gestação. Estes dois centros
secundários, um forma a fossa vertebral, como nas outras vértebras e o outro encaixa
entre a base do dente e o corpo, corresponde ao intercentrum e sua presença demonstra
bem que o dente está na origem de uma parte estrangeira ao Àxis.
Fig. Centrum de uma vértebra da coluna
vertebral
PARTICULARIDADES ESPECIFICAS
Cavalo
O corpo do Àxis é particularmente longo, provido de uma crista ventral afiada, acabada
caudalemente por um forte tubérculo.
O dente é hemitroncônico e a goteira da sua face dorsal é cavada e rugosa.
Superfície articular ventral está em continuidade com duas expansões laterais pouco
convexas, limitadas de fora por um rebordo saliente e bem separado um do outro por
debaixo dela.
Processo espinhoso está erguido, com um rebordo dorsal espesso, rugoso e curvo,
convexo da frente para trás. Este rebordo bifurca-se caudalmente e prolonga-se por uma
forte crista rugosa sobre cada processo articular caudal.
Processos transversos esguios, relativamente estendidos caudalemente e quase
pontiagudos.
Incisura cranial está habitualmente convertida num orificio (Foramen vertebral lateral)
por uma estreita trave óssea.
Fig: Vista Cranial e Lateral de Àxis de Equino
Boi
O corpo do Àxis é espesso e relativamente curto.
O dente é hemicilíndrico, ligeiramente relevado em relação ao eixo vertebral e a goteira
da sua face dorsal é profunda.
As expansões articulares laterais estão planiformes estendidas aproximadamente no
mesmo plano transversal e reúnem-se largamente debaixo do dente. Simples
caudalmente, ou acaba por um forte tubérculo em inclinação brusca, sem se aproximar
ao processo articular caudal.
Foramen tranversal é estreito, muitas das vezes ausente. A incisura cranial é
convertida num orifício (foramen vertebral lateral) por uma trave óssea sempre larga.
Fig: Vista Caudal Àxis Bovino
Fig: Vista Lateral Àxis Bovino
Fig: Vista Cranial Àxis Bovino
Ovelha e cabra
Expansões articulares craniais que rodeiam o dente são côncavas nas proximidades do
seu processo e convexas na sua periferia.
Fossa vertebral é proporcionalmente mais larga e menos profunda que no Boi.
Processo espinhoso forma apenas um fraco tubérculo na sua extremidade caudal, na
cabra está mais estendido que na ovelha e projecta-se rostralmente por cima do foramen
vertebral.
Porco
O Àxis apresenta um dente espesso, curto e cónico pendiculado por um colo bem
marcado e provido de uma superfície articular dorsal convexa e bem delineada.
As superfícies articulares craniais são convexas e fortemente obliquas em direcção
latero-caudal. É através do processo espinhoso que se reconhece esta vértebra à primeira
vista. Este último é de facto muito elevado, com uma ponta arredondada ligeiramente
projectada caudalmente e uma base que se inclina cranialmente para o foramen
vertebral.
O processo transverso é curto dividido na sua base por um foramen tranversal largo
por vezes incompleto, próximo do qual se encontra reportado o foramen vertebral
lateral, que substitui a incisura cranial.
Cão
É muito longo, provido de uma crista ventral afiada. O dente longo e cilindróide,
provido de uma superfície articular dorsal estendida, é um pouco estrangulada na base.
As superfícies que a rodeiam lateralmente são muito oblíquas e convexas.
Processo espinhoso é estreito, pouco elevado mas muito longo, prolonga-se
rostralmente para uma forte saliência que se inclina para o foramen vertebral e chega
ligeiramente ao mesmo nível que o cumo do dente, caudalemente finaliza-se por um
tubérculo bilobado ou duplo.
Incisura cranial é larga e nunca é convertida num buraco. Os processos transversos são
longos, pontiagudos, fortemente divergentes e ultrapassam nitidamente o nível da fossa
vertebral.
Gato
O Àxis é em proporção mais curto do que nos cães.
A crista ventral bifurca-se apagando-se caudalmente.
Processo espinhoso é semelhante ao do cão, mas acaba caudalmente por um tubérculo
simples.
Os processos transversos são curtos.
Processo Espinhoso
Foramen Vertebral
Dente do Àxis
Expansão
Articular Cranial
Fig. Vista Cranio-Lateral de Àxis de Cão Fig. Vista Cranio-Lateral de Àxis de Gato
Coelho
O dente é provido de um colo pronunciado e numa superfície articular dorsal
igualmente nítida.
Processo espinhoso muito elevado na sua parte cranial, é bífido caudalmente e os
tubérculos que o finalizam são bem separados dos processos articulares.
Comparação com o homem
O Àxis participa na sua brevidade geral das vértebras cervicais. O seu corpo, largo e
deprimido dorso ventralmente, possui um dente forte nitidamente pendiculado provido
de uma superfície articular dorsal e de uma superfície ventral bem distinta. Esta última
está separada das superfícies articulares laterais da extremidade correspondente do
corpo.
O processo espinhoso é forte, tuberoso, bifurcado na ponta em dois tubérculos.
O processo transverso é curto, dividido na sua base por um foramen transversal largo.
Vértebras Cervicais III, IV E V
Em todas as espécies, estas três vértebras são muito semelhantes e as suas
características correspondem exactamente àquelas que definem as vértebras cervicais.
O corpo possui uma crista ventral mais ou menos desenvolvida, habitualmente
terminando com um tubérculo. A cabeça é bastante saliente e convexa e a fossa
vertebral é profunda e oblíqua ventro-caudalmente.
O arco possui processos espinhosos pouco desenvolvidos. Os processos transversos
são divididos em dois tubérculos, dorsal e ventral, geralmente unidos por uma crista
mais ou menos densa.
O comprimento dos corpos das vértebras diminui regularmente da terceira à quinta
vértebra cervical e a largura aumenta no mesmo sentido. Na maior parte das espécies,
os processos espinhosos tornam-se mais salientes também da terceira à quinta
vértebra.
Vértebra Cervical VI
Apesar desta vértebra cervical ainda se assemelhar às anteriores, começam a notar-se
certas modificações: o encurtamento dos corpos, a acentuação dos processos
espinhosos e a diminuição dos processos transversos. Apresenta, contudo,
particularidades que permitem a sua distinção.
A crista ventral é muito pouco desenvolvida ou mesmo ausente e verifica-se a redução
do tubérculo ventral. Os processos espinhosos são bastante salientes, sobretudo nos
ruminantes, no porco e nos carnívoros, sendo estes menos desenvolvidos nos
equídeos, onde os mesmos têm uma forma pontiaguda dirigida cranialmente.
O tubérculo ventral do processo transverso dá lugar a uma lâmina – a lâmina ventral –
que se dobra ventralmente.
Esta lâmina é bastante alongada nos equídeos, nos quais esta se tende a dividir em
duas cúspides, uma cranial e outra caudal, e é por esta razão que a sexta vértebra
cervical é muitas vezes denominada de tricúspide nestes animais.
Nos ruminantes, esta lâmina não se divide, mas é mais larga e desenvolvida,
arredondada e dobrada ventralmente. Este facto é mais evidente no porco, onde a
lâmina ventral é mais estreita junto à base e orientada de maneira a ser um pouco
sobreposta pela lâmina da vértebra que a precede.
Uma disposição comparável encontra-se nos carnívoros, onde a lâmina ventral é,
contudo, menos saliente, mas por ser recortada dá ao processo transverso um aspecto
tricúspide. Tal recorte não existe no coelho, sendo a sua lâmina ventral mais esticada
no plano longitudinal.
Vértebra cervical VII
Esta vértebra é em geral fácil de reconhecer. O seu corpo é mais curto do que aqueles
de todas as vértebras antecedentes. A crista ventral é delineada por uma saliência
rugosa. Na borda da fossa vertebral observa-se uma superfície articular ou fóvea costal
(fovea costalis caudalis) a qual articula com a cabeça da primeira vértebra torácica
(encaixe da primeira costela).
O arco é caracterizado pela acentuada saliência do processo espinhoso, o qual se
inclina caudalmente. Esta projecção é mais evidente na vaca e ainda mais no porco.
Nestas espécies, os processos espinhosos quase alcançam o topo da cernelha. É menos
desenvolvida nos equídeos, e é também menos evidente no coelho do que nos
carnívoros.
Os processos transversos são claramente menos desenvolvidos do que nas outras
vértebras anteriores, e não se verifica a sua divisão em tubérculos. Geralmente, a sua
base não é perfurada pelo orifício transverso, existindo, contudo, um pequeno orifício
no porco (e no Homem).
Os processos articulares caudais tendem a aproximar-se um do outro sobre o orifício
vertebral, algo que já se nota na sexta vértebra cervical e que se acentua ao longo das
vértebras torácicas. Por fim, as incisuras são largas e o foramen vertebral é espaçoso.
Anatomia Comparada
O atlas do cavalo possui um orifício transverso e o áxis é bifurcado caudalmente. As
vértebras cervicais são fortes e longas. A crista ventral é laminada, terminando num
tubérculo que se torna mais volumoso da terceira à quinta vértebra. A cabeça da
vértebra é estreita ventralmente, dando-lhe um aspecto triangular quando observada
cranialmente. Os processos espinhosos são curtos, reduzidos a uma pequena crista
longitudinal mais ou menos laminada. O orifício transverso torna-se maior da terceira
à quinta vértebra. Os processos articulares de um mesmo lado do plano mediano são
bem separados na terceira vértebra cervical, sendo na quarta unidos por uma crista,
por vezes incompleta, e na quinta esta crista torna-se bem desenvolvida e tuberosa. A
projecção da cabeça e a profundidade da fossa vertebral diminuem da terceira para a
quinta vértebra. Quando a terceira vértebra cervical é pousada sobre um plano
horizontal pela sua face cranial, vai tocar nesse plano em cinco pontos: os dois
processos articulares craniais, os dois tubérculos ventrais e a cabeça. Nas outras
vértebras, a cabeça fica um pouco mais distanciada desse plano de apoio.
Nos ruminantes, o atlas não possui orifício transverso e a tuberosidade dorsal é
volumosa. O áxis apresenta uma apófise odontóide semicilíndrica e curta, e não há
divisão da apófise espinhosa. A sexta vértebra cervical não apresenta crista ventral,
mas sim uma lâmina ventral muito desenvolvida.
Na vaca, estas vértebras são relativamente curtas. A sua crista ventral é menos
saliente e mais larga do que nos equídeos. O processo espinhoso é liso e bífido
no final da terceira vértebra cervical, e cada vez maior nas seguintes. O
tubérculo ventral dos processos transversos é mais saliente cranialmente na
terceira e torna-se cada vez mais ventral na quarta e na quinta vértebra. Os
processos articulares de um mesmo lado são sempre unidos por uma crista.
Nos carnívoros, o atlas é muito largo e apresenta uma incisura alar em vez de um
orifício alar, e o áxis tem uma apófise odontóide comprida e cilíndrica que se projecta
para o atlas e ainda uma apófise espinhosa que se alonga cranialmente, em direcção
ao tubérculo dorsal do atlas.
No cão, os processos espinhosos formam uma crista pouco desenvolvida na
terceira vértebra e tornam-se mais lisos e salientes nas seguintes. Os dois
tubérculos de cada processo transverso são alinhados no sentido crânio-caudal.
O tubérculo dorsal é cada vez maior da terceira à quinta vértebra e é
frequentemente bilobado nesta última.
No porco, as vértebras cervicais são notavelmente curtas, mais largas, densas e
tuberosas. Os corpos são volumosos, com uma cabeça e uma fossa vertebral elípticas
em relação ao eixo transversal, com uma curvatura relativamente pouco pronunciada.
Os processos espinhosos são salientes, inclinados cranialmente. O arco é estreitado de
tal forma que cada espaço interarcoal forma um grande orifício triangular que dá
acesso ao canal vertebral. Os processos transversos possuem dois tubérculos distintos:
o dorsal, volumoso, perfurado pelo foramen transverso na sua base, que é largo, e o
ventral, que se localiza sob o da vértebra anterior e transforma-se numa espécie de
lâmina que encaixa a face ventral do corpo seguinte. O volume desta tende a
aumentar regularmente da terceira à quinta vértebra.
Fig.1: Atlas do cavalo
Vista cranial
1- Tubérculo Dorsal
2- Cavidade articular para o côndilo occipital
3- Fundo da cavidade articular
4- Asa do atlas
5- Aresta rugosa da asa
6- Fossa atlóide
7- Arco ventral
8- Tubérculo ventral
9- Incisura interarticular
10- Foramen vertebral
11- Foramen transverso
12- Massa lateral
13- Tubérculo cranial
14- Arco dorsal
Vista dorsal
1- Incisura cranial do arco dorsal
2- Foramen vertebral lateral
3- Foramen alar
4- Aresta rugosa da asa
5- Foramen transverso
6- Superfície articular caudal
7- Incisura interarticular
8- Fovea dentis
9- Tubérculo caudal da asa
10- Superfície articular (com o áxis)
11- Foramen vertebral
12- Asa do atlas
13- Tubérculo cranial da asa
Fig.2: Áxis do Cavalo
V.Cranio L.E.
1-Processo espinhoso
2- Face lateral (marcas musculares)
3- Foramen vertebral lateral
4- Foramen vertebral
5- Dente do Áxis
6- Expansões laterais das superfícies articulares craniais
7- Processo articular caudal
8- Incisura vertebral caudal
9- Foramen transverso
10- Processo transverso
11- Aresta da fossa da vértebra
12- Tubérculo da crista ventral
13- Crista ventral do corpo da vértebra
V.Caudo L.E.
1-Processo espinhoso
2- Face lateral
3- Foramen vertebral lateral
4- Dente do Áxis
5- Crista limite da superfície articular cranial
6- Foramen transverso
7- Processo transverso
8- Crista ventral
9- Tubérculo da crista ventral
10- Fossa da vértebra
11- Processo transverso
12- Incisura vertebral caudal
13- Foramen Vertebral
Fig.3: Vértebras Cervicais do Cavalo (vista lateral esquerda)
1- Foramen Intervertebral 18,25,28- Processo transverso (bicúspide)
2- Foramen transverso 19- Face lateral do corpo da vértebra
3- Superfície articular caudal 20- Tubérculo caudal da crista ventral
4- Tubérculo ventral 21- Proc. art. cranial da 4ª vértebra
5- Aresta da asa 22- Base do processo transverso
6- Processo articular cranial 23- Foramen transverso
7- Canal vertebral 24- Foramen intervertebral
8- Foramen vertebral lateral 26- Incisura vertebral cranial
9- Processo espinhoso do áxis 27- Foramen transverso
10- Foramen transverso 29- Processo Espinhoso
11- Processo transverso do áxis 30- Foramen transverso
12- Processo articular caudal 31- Processo articular caudal
13- Crista ventral 32- Processo transverso (tricúspide)
14- Processo articular cranial 33- Processo transverso (unicúspide)
15- Processo espinhoso da 3ª vértebra 34- Superfície articular cranial
16- Foramen transverso 35- Foramen alar do atlas
17- Processo articular caudal
Fig.4: Vértebras Cervicais do Cão (vista lateral esquerda e vista ventral e dorsal)
V.L.E. 1- Foramen vertebral lateral 2- Processo espinhoso do áxis 3- Foramen transverso 4- Processo articular cranial 5- Processo transverso 6- Processo articular caudal 7- Processo espinhoso
V.D. 1- Processo espinhoso do áxis 2- Foramen vertebral lateral 3- Incisura alar 4- Asa do atlas 5- Foramen transverso 6- Abertura cranial do foramen transverso 7- Processo espinhoso do áxis 8- Processo articular caudal 9- Processo espinhoso 10- Processo articular cranial 11- Processo transverso 12- Processo espinhoso 13- Processo articular caudal 14- Processo transverso 15- Fossa vertebral V.V. 1- Superfície articular cranial 2- Tubérculo ventral 3- Fossa atlóide 4- Foramen transverso 5- Crista ventral do corpo 6- Tubérculo caudal da crista ventral 7- Cabeça da vértebra 8- Processo transverso 9- Tubérculo caudal da crista ventral 10- Lâmina ventral do sexto processo transverso 11- Processo transverso
Fig.5: Vértebras cervicais do porco
V.L.E.
1- Foramen vertebral lateral 2- Tubérculo dorsal 3- Asa do atlas 4- Fossa atlóide 5- Tubérculo ventral do atlas 6- Processo espinhoso do áxis 7- Foramen transverso 8- Processo transverso 9- Processo espinhoso
Vista dorsal e ventral
1- Massa lateral 2- Asa do atlas 3- Foramen vertebral lateral 4- Foramen alar 5- Superfície articular cranial 6- Foramen alar 7- Tubérculo ventral do atlas 8- Processo espinhoso do áxis 9- Processo articular cranial 10- Processo articular caudal 11- Processos transversos 12- Processo espinhoso 13- Fossa vertebral
Fig.6: Vértebras Cervicais da Vaca (vista lateral esquerda)
1- Foramen alar 14- processo espinhoso
2- Foramen vertebral lateral 15- processo transverso
3- Tubérculo dorsal 16- face articular para a primeira costela (fovea costalis)
4- Asa do atlas
5- Tubérculo ventral
6- Foramen vertebral lateral
7- Processo espinhoso
8- Processo articular cranial
9- Processo articular caudal
10- Processo transverso
11- Foramen transverso
12- Foramen intervertebral
13- Corpo da vértebra
Fig.7: Vértebras Cervicais III, IV e V do Cavalo (vista lateral esquerda)
III
1- Processo espinhoso
2- Incisura vertebral cranial
3- Processo articular cranial
4- Foramen transverso
5- Cabeça da vértebra
6- Tubérculo ventral
7- Tubérculo da crista ventral
8- Aresta da fossa vertebral
9- Tubérculo dorsal
10- Incisura vertebral caudal
11- Processo articular caudal
IV
1- Processo articular cranial
2- Incisura vertebral cranial
3- Foramen transverso
4- Cabeça da vértebra
5- Tubérculo ventral
6- Processo articular caudal
7- Incisura vertebral caudal
8- Tubérculo dorsal
9- Aresta da fossa vertebral
10- Tubérculo da crista ventral
V
8- Aresta da fossa vertebral
9- Tubérculo dorsal do processo transverso
Fig.8: Vértebras Cervicais III, IV e V da Vaca (vista lateral esquerda)
III
1-Processo espinhoso
2- Processo articular cranial
3- Cabeça da vértebra
4- Tubérculo ventral
5-Processo articular caudal
6- Foramen transverso
7- Tubérculo dorsal
8-Aresta da fossa vertebral
IV, V
1-Processo espinhoso
2- Processo articular cranial
3- Incisura vertebral cranial
4- Cabeça da vértebra
5- Tubérculo ventral
6- Processo articular caudal
7- Foramen transverso
8- Tubérculo dorsal
9- Aresta da fossa vertebral
10- Tubérculo da crista ventral
Fig.9: Vértebra Cervical IV do porco, cão, gato e coelho (vista lateral e cranial)
Fig.10: Vértebras Cervicais VI e VII do cavalo (vista lateral esquerda)
VI
1-Processo espinhoso
2-Processo articular cranial
3- Incisura vertebral cranial
4-Cabeça da vértebra
5- Tubérculo dorsal
6- Lâmina ventral (cúspide cranial)
7- Processo articular caudal
8- Incisura vertebral caudal
9- Foramen transverso
10- Fossa da vértebra
11- Lâmina ventral (cúspide caudal)
VII
1-Processo espinhoso
2- Processo Articular Cranial
3-Incisura vertebral cranial
4- Cabeça da vértebra
5- Processo transverso
6- Processo articular caudal
7- Incisura vertebral caudal
8- Fossa da vértebra
9- Fovea costalis
Fig.11: Vértebras Cervicais VI e VII da vaca (vista lateral esquerda)
VI
1- Processo articular cranial
2- Incisura vertebral cranial
3- Cúspide dorsal do processo transverso
4- Cabeça da vértebra
5- Lâmina ventral do processo transverso (cúspide cranial)
6- Processo espinhoso
7- Processo articular caudal
8- Incisura vertebral caudal
9- Foramen transverso
10- Lâmina ventral (cúspide caudal) VII
1-Processo espinhoso
2- Processo articular cranial
3- Incisura vertebral cranial
4- Cabeça da vértebra
5- Processo articular caudal
6- Processo transverso
7- Fovea costalis
Vértebras torácicas
As vértebras torácicas são em número muito variável consoante as espécies.
As vértebras torácicas formam um eixo com a parede dorsal do tórax, e são
caracterizadas pelas suas ligações com as costelas, a cada vértebra ligam-se duas
costelas.
Todas as costelas, articulam o seu tubérculo com o processo transverso da vértebra e
articulam ainda a sua cabeça entre o corpo da vértebra á qual pertencem e a vértebra
seguinte.
Características gerais das vértebras
O corpo das vértebras torácicas é relativamente curto, sobretudo nas espécies em que
estas vértebras são pouco numerosas. Quando comparados os corpos das vértebras
torácicas e lombares, os das torácicas são claramente mais curtos. Se os compararmos
aos das vértebras cervicais temos que fazer duas distinções, comparamos cervicais
com as torácicas dos equinos e dos ruminantes e aqui o corpo vertebral das vértebras
torácicas é claramente mais curto ao passo que, nas outras espécies, e em particular
no Homem e no porco são bem mais longos.
O corpo vertebral tem uma forma cilíndrica mais evidente nas partes ventro-laterais. A
cabeça da vértebra é menos convexa e a fossa vertebral menos concava que nas
vértebras cervicais. O achatamento destas superfícies traduz-se num maior
empilhamento ósseo e menor mobilidade.
A crista ventral é muito pequena e pouco resistente sendo substituída por uma simples
rugosidade que por vezes esta ausente.
O corpo da vértebra possui umas fossas ou foveas costais, teoricamente, existem 2
foveas por costela, uma fovea cranial e uma costal. Se fizermos cortes nas suas
vizinhanças da inserção do arco ao longo da cabeça e da fossa da vértebra, verificamos
que, estas superfícies articulares se completam de uma vértebra a outra para formar
cúpulas costais que permite a adaptação das vértebras às costelas. A fovea costal é
sempre mais larga e funda que a fovea caudal, é de assinalar que a fovea caudal
geralmente costuma faltar na última vértebra e em certas espécies nas 2 ou 3 ultimas
vértebras torácicas.
O arco que delimita o foramen vertebral é relativamente estreito, em especial no
interior da vértebra. O processo espinhoso é saliente e muito comprido sobretudo nas
primeiras vértebras torácicas. Os processos transversos são curtos e estão inseridos
dorsalmente ao pedículo vertebral. Cada um deles possui uma característica particular,
a fovea costal do processo transverso que corresponde á face semelhante de um
tubérculo costal. Dorsalmente, na base dos processos transversos, desenvolvem-se nas
vértebras mais caudais relevos que anunciam as disposições nas regiões.
Na direcção crânio-dorsal detecta-se um processo mamilar mais ou menos
arredondado. No final do processo articular caudal pode aparecer um processo
acessório mais fraco e menos resistente.
Os processos articulares aproximam-se do plano mediano dorsalmente ao foramen
vertebral e são pouco salientes.
As incisuras vertebrais craniais são pouco marcadas. As incisuras caudais são mais
profundas convertendo-se em otificios vertebrais laterais.
Características específicas.
É difícil precisar o número de uma vértebra torácica isolada, apenas a primeira e a
ultima apresentam características que permitem a sua distinção.
Os corpos vertebrais alargam-se de forma progressiva. As espécies que possuem
vértebras cervicais evidenciadas, as suas primeiras vértebras torácicas encontram-se
largas e o calibre diminui nas primeiras antes de aumentar de novo.
As cabeças e as fossas vertebrais são menos côncavas ao longo da região lombar.
As foveas costais são claramente côncavas nas primeiras vértebras torácicas,
tornando-se mais planas e a sua extensão diminui. Esta redução é muito importante
para as foveas caudais, que podem mesmo em certas espécies desaparecer em
algumas das últimas vértebras.
Nos arcos, os processos espinhosos aumentam rapidamente a sua altura nas primeiras
vértebras torácicas diminuindo gradualmente nas últimas: as mais altas de toda a
coluna aparecem na região interescapular. Encontramos ainda uma vértebra diferente,
é a vértebra anticlinal, esta é a primeira vértebra da região torácica caudal ou na
região lombar e possui um processo espinhoso perpendicular ao corpo da vértebra.
Quanto á largura dos processos espinhosos, eles são em geral muito grandes nas
primeiras vértebras torácicas, sobretudo em grandes ruminantes e porcos onde esta
característica é impressionante, o processo espinhoso é menos largo nos carnívoros
onde vai aumentando ao contrário dos outros processos.
Os processos transversos diminuem regularmente o seu volume próximo da região
cervical, os últimos são muito reduzidos e podem mesmo faltar como no gato. Na sua
base desenvolvem-se os processos mamilares e acessórios que ausentes nas primeiras
vértebras, tornando-se fortes nas últimas vértebras.
A fovea costal transversal reduz nas últimas vértebras e aproxima-se da fossa cranial o
corpo da vértebra o que acaba por levar a uma fusão.
Os processos articulares encontram-se largos e espaçados na primeira vértebra
torácica, aproximando-se rapidamente e a superfície das fossas diminui regularmente.
Normalmente, as últimas tornam-se mais fortes e as suas faces menos planas.
As incisuras caudais dos pedículos vertebrais são muito profundas e frequentemente
convertidas em buracos.
Neste ultimo caso, a incisura caudal parece muito fraca, mas existe sobre o pedículo
um foramen vertebral lateral equivalente a um foramen intervertebral.
A primeira vértebra torácica é inconfundível pelas suas características de transição da
região cervical. A sua cabeça e a sua fossa vertebral encontram-se bem pronunciadas.
Os dois pares de foveas costais do corpo são largas e muito concavas, o processo
espinhoso é mais comprido que nas outras, o processo transverso é dirigido
lateralmente e tem uma fovea costal grande e côncava. Os processos articulares
craniais encontram-se fortes e espaçados, ao passo que os caudais são mais fraquinhos
e próximos. As incisuras craniais são fortes e as caudais são profundas, menos no boi e
no porco, nunca são convertidas em buracos. A última vértebra torácica possui um
corpo largo e forte, um pouco como as vértebras lombares. Os seus processos
espinhosos não são muito salientes. Sobretudo os corpos são sempre desprovidos de
fovea costal caudal e a fovea costal transversal está ausente ou conflui com a fovea
costal caudal.
Anatomia comparada
Nos bovinos a incisura vertebral caudal transformou-se em orifício vertebral lateral, o
corpo vertebral é mais comprido que o das vértebras torácicas do cavalo e a apófise
espinhosa é muito larga e aplanada lateralmente.
Nos carnívoros os processos articulares são quase imperceptíveis, reduzidos a meras
facetas articulares, as incisuras vertebrais nunca se convertem em orifícios.
Por fim nos cavalos, o corpo vertebral é curto, a apófise espinhosa é relativamente
estreita e alta, e as incisuras vertebrais caudais por vezes encontram-se convertidas
em orifícios a partir da 4ª e 5ª vértebra.
Vértebra torácica de Bovino
Vértebra torácica de bovino
Vértebra torácica de bovino
Vértebra torácica de bovino
Vertebras Lombares
Características gerais
a) Corpo vertebral: semelhante ao das vértebras torácicas, mas maior e mais
longo; tornam-se maiores e mais achatados dorso-ventralmente da 1ª à última
vértebra
b) Crista ventral: espessa e mais ou menos saliente consoante a espécie; deixa de
existir nas últimas vértebras
c) Face ventral: aprofundada de cada um dos lados da crista ventral; quando a
crista desaparece, a face ventral tende a achatar-se
d) Foramen vertebral: vasto, dilatado e tende a aumentar quando a crista ventral
desaparece
e) Processo espinhoso: plano e relativamente alto (nunca mais alto do que o das
ultimas vértebras torácicas); é mais ou menos inclinado na direcção cranial; a
extremidade forma um “lábio” rugoso e termina com um tubérculo ou uma
ponta no lado cranial. Os últimos aparecem menos espaçados entre si.
f) Processos transversos ou costiformes (semelhantes ás costelas): fortes,
muito desenvolvidos, achatados dorso-ventralmente
g) Processos articulares: mais salientes do que os das vértebras torácicas;
encaixam uns nos outros, sendo que a sua superfície é mais côncava nos
craniais e mais convexas para os caudais
h) Processos mamilares: situam-se entre os processos transversos e os processos
articulares craniais; são altos e destacam-se na direcção crânio-dorsal.
Diminuem de volume á medida que se aproximam do sacro.
Características específicas
Equinos
Cavalo (6 vértebras lombares)
Corpo vertebral: curto (existe uma crista ventral afiada na 1ª vértebra que
não existe na última)
Processos espinhosos: tornam-se mais estreitos e afiados á medida que
avançamos caudalmente
Processos transversos:
O seu comprimento aumenta da 1ª até á 3ª e diminui da 4ª á 6ª vértebra
A sua largura aumenta ligeiramente da 1ª até á última vértebra
As duas primeiras vértebras têm direcção caudal; as duas últimas têm
direcção cranial
As duas últimas vértebras possuem articulações intratransversais
6ª Vértebra:
Processos transversos curtos e ligeiramente dirigidos cranialmente
Cada processo transverso possui 2 superfícies articulares planiformes:
a) Uma cranial, oval, que liga a uma superfície semelhante da 5ºa
vértebra, formando a articulação intertransversal
b) Uma caudal, ligeiramente côncava e alongada transversalmente,
contígua é superfície articular do corpo vertebral e destinada a
ligar-se á base do sacro, formando uma articulação sacro-
transversal.
Bovinos (6 vértebras lombares)
Corpo vertebral: longo, espesso e um pouco escavado lateralmente
Processo espinhoso:
grande mas baixo;
a sua altura diminui da 1ª para a última vértebra
a sua largura aumenta da 1ª á 3ª vértebra e diminui da 4ª á 6ª
vértebra (têm tanto de largura como de altura)
Processos transversos:
particularmente longos, com bordos cortantes e irregulares
ligeiramente encurvados ventralmente
o comprimento aumenta da 1ª á 5ª vértebra; a 6ª tem o mesmo
comprimento da 3ª
os das 3 primeiras vértebras são mais grossos e terminam em
forma arredondada; os das 3 últimas terminam em forma
pontiaguda
os da 6ª vértebra são encurvados na direcção cranial
não possuem articulação intertransversal entre a 5ª e a 6ª, nem
articulação sacro-transversal
Ruminantes
Processo espinhoso
Ovelha (6 / 7 vértebras lombares):
Corpo vertebral: muito desenvolvidos, achatados dorso-
ventralmente e mais destacados no lado ventral
Processo espinhoso: muito grandes e pouco espaçados
Processos transversos:
Todos dirigidos na direcção cranial
Extremidades alargadas e terminam com uma espécie de
gancho
Cabra (6 vértebras lombares, raramente 7)
São semelhantes ás da ovelha, no entanto têm determinadas
particularidades:
Corpo vertebral: mais longos e estreitos que os da ovelha
Processos transversos:
Inclinados na direcção ventral
Extremidades pontiagudas direccionadas cranialmente,
sobretudo na última
Processos articulares: muito fracos e menos tuberosos do que na
ovelha
Incisuras vertebrais caudais muito grandes
Foramen intervertebral: muito mais amplo na cabra do que na
ovelha
Suínos
Porco (6/7 vértebras lombares)
Podem existir grandes variações individuais no número de vértebras,
podendo existir apenas 5 ou raramente 8
Corpos vertebrais:
alongados e possuem todos uma crista ventral evidente
o seu comprimento aumenta até á 5ª vértebra e diminui na
última ou nas duas últimas
Processo espinhoso:
largo e alto
quadrangular
o seu topo forma uma crista alongada
os das 2 últimas vértebras são estreitos
Processos transversos:
Largos e arredondados no final
Um pouco encurvados ventralmente
O seu comprimento aumenta da 1ª à 4ª e o último é um pouco
maior que o primeiro
Os das duas últimas vértebras são um pouco inclinados na
direcção cranial
A base destes processos é perfurada na sua extremidade
caudal por um orifício que é por vezes substituído por uma
simples incisura na 1ª ou nas primeiras vértebras lombares
Processos articulares: as suas superfícies de contacto são irregulares
Carnívoros (7 vértebras lombares)
Corpo vertebral: longos, achatados dorso-ventralmente e com as
faces articulares quase planas
Processos espinhosos:
fortes, estreitos na ponta e inclinados em direcção cranial
a sua altura aumenta nas primeiras vértebras e diminui nas
últimas, onde são pontiagudos
o último é o mais baixo e tem forma triangular
Processos transversos:
Longos e dobrados em direcção crânio-ventral
O seu comprimento aumenta do primeiro ao penúltimo; o
último é um pouco mais pequeno que o penúltimo
Os 5 primeiros são alargados na ponta, onde formam uma
ponta cranial mais ou menos forte e uma ponta caudo-lateral
menos evidente
O último é um pouco encurvado cranialmente e termina em
forma cónica
Processos articulares: os craniais encaixam solidamente nos
caudais da vértebra seguinte, reduzindo a mobilidade lateral
I II III IV V VI VII
vértebras lombares do cão - vista dorsal
SACRO
Resulta da ossificarão dos discos inter-vertebrais e da fusão de partes vértebras sacrais. É
cranialmente articulado na última vértebra lombar e caudalmente à primeira vértebra
caudal. Juntou-se lateralmente ao osso do quadril, formando a pelve ou pélvis.
A região sagrada é completamente imóvel.
CONFORMAÇÃO
O sacro é dorso-ventralmente achatado, a sua parte cranial é larga enquanto que a caudal é
estreita. É triangular e apresenta duas faces, uma pélvica e uma dorsal, e dois bordos, uma
base - extremidade cranial e um topo ou ápice - extremidade caudal.
A face pélvica (fácies pelvina) contribui para formar a parede dorsal da cavidade pélvica.
É côncava na direcção crânio-caudal, e nela encontram-se os orifícios sacrais ventrais
(foramina sacralia ventrali) – orifícios para a saída dos ramos ventrais dos nervos sacrais.
A face dorsal (facies dorsalis) mostra no plano mediano a série de processos espinhosos
sacrais, separados ou mais ou menos fundidos, dependendo da espécie. Estes processos
estão inclinados caudalmente e vão diminuindo de altura, formando a crista sacral média
(Crista sacrailis mediana), que em bovinos e cavalos velhos é formada pela fusão
completa dos processos, enquanto que noutros animais somente a base destes está fundida.
Crista sacral intermédia só existe em bovinos, formada pela fusão dos processos
articulares. Noutros animais é rudimentar.
Crista sacral lateral formada pela fusão das apófises transversas. É bem formada em
cavalos e rudimentar nas outras espécies.
Orifícios sacrais dorsais (foramina sacralia dorsalina) – aberturas para a saída do ramo
dorsal dos nervos sagrados.
Porção lateral (Pars lateralis) resulta da fusão de todas as apófises transversas. A extensão
destas diminui em direcção caudal. A primeira da série é muito mais ampla e mais grossa
do que as outras, ela forma uma expansão chamada asa do sacro (Ala ossis sacri).
Face auricular (fácies auricularis) para articulação com o ílio.
A base do sacro (basis ossis sacri) é uma estrutura cranial e articula-se com a última
vértebra lombar.
Na sua parte mediana, apresenta a cabeça da primeira vértebra sacral, pouco saliente e
alongada transversalmente. A união da cabeça com a última vértebra lombar da coluna
vertebral faz-se através de um disco inter-vertebral de fibrocartilagem particularmente
grossa, formando um ângulo de projecção do lado ventral: o promontório
(Promantorium), para dentro da cavidade pélvica.
O ápice do sacro (Apex ossis sacri) -extremidade caudal do sacro, articula-se com a
primeira vértebra caudal. Podemos ver, dorsalmente ao corpo da última vértebra sacral, a
abertura terminal do canal sacral, superada pelo último processo espinhoso sacral.
Lateralmente estão rudimentos de processos transversos e na base do processo espinhoso,
dois pequenos processos articulares caudais, desenvolvidos de forma muito diferente,
dependendo da espécie e até mesmo indivíduos.
O canal sacral (Candis sacral), porção pré-terminal do canal vertebral, é achatado na
direção dorso-ventral e apresenta sobre os cortes transversais uma secção mais ou menos
triangular isósceles. É muito largo na base do osso, reduz de calibre e especialmente de
largura em direcção caudal. Ao nível de cada espaço intervertebral, ele apresenta um par de
aberturas laterais, canais largos e curtos representando os orifícios intervertebrais
(intervertebaralia forame), dos quais cada um dá acesso imediato aos orifícios sacrais
pélvicos e sacrais dorsais correspondentes.
VISTA CAUDAL
VISTA CRANIAL
VISTA LATERAL
Anatomia comparada
Sacro do cavalo:
-O cavalo tem cinco vértebras sacrais, cujos processos espinhosos só se fundem pelas suas
bases e ficam quase inteiramente separados, formando uma crista sacral média
descontínua. O primeiro processo espinhoso é pequeno e a parte superior é fina. Os
seguintes são mais grossos, mais fortes, com um cume inchado e áspero, especialmente no
terceiro.
- Os orifícios sacrais pélvicos e sacrais dorsais diminuem regularmente em tamanho do
primeiro ao último.
- Não existe quase nenhuma crista sacral intermédia.
-As asas são transversalmente esticadas e bicudas na ponta, de modo que as suas
extremidades formem com o ápice do osso um triângulo quase equilátero.
-A base mostra uma cabeça vertebral elíptica e muito alongada de um lado ao outro,
separada por um forte entalhe de cada processo transverso. Este último apresenta no seu
bordo craniano uma larga superfície articular quase plana e elíptica, muito esticada
transversalmente, para responder ao último processo transversal lombar.
- O ápice do osso apresenta processos transversos muito reduzidos e os processos
articulares caudais são quase ausentes.
Sacro do burro:
- é semelhante ao do cavalo, mas em proporção é menos largo na base e mais alongado.
-Os processos mamilares são salientes acima dos processos articulares cranianos.
- Os processos espinhosos são proporcionalmente mais baixos; os dois primeiros, mais
estreitos e menos inclinados, são claramente separados dos outros três.
-Finalmente, os processos transversos da primeira vértebra são dirigidos directamente para
exterior, enquanto que eles são nitidamente inclinados cranialmente no cavalo.
Sacro do boi:
- Composto por cinco vértebras, é relativamente longo e ligeiramente mais estreito na sua
parte central.
-Na face pélvica, os corpos vertebrais são muito poucos salientes.
-Os orifícios sacrais pélvicos, sendo eles quatro pares, aumentam muito de diâmetro do
primeiro ao último.
- A superfície dorsal é caracterizada por os seus processos espinhosos estarem totalmente
fundidos, de modo a formar uma crista sacral mediana muito forte, inchado na sua borda
dorsal formando um espesso lábio rugoso. Estes processos são menos altos mas mais
largos do que nos cavalos e os seus limites são marcados de cada lado por fracas
depressões.
-A crista sacral intermédia é muito desenvolvida e forma uma espécie de ponte por cima
dos dois primeiros orifícios sacrais dorsais. Estes buracos ampliam-se muito do primeiro,
que é muito estreito, ao último, que é muito amplo, por vezes aberto lateralmente.
-As bordas laterais são finas, afiadas, ligeiramente dobradas no lado ventral; tornam-se
quase paralelas a partir da segunda vértebra e divergem até mesmo um pouco caudalmente.
-A base mostra processos transversos muito grossos, levantados numa espécie de
inclinação vertical, côncava transversalmente e ligeiramente convexo no sentido dorso-
ventral.
-O ápice mostra uma superfície articular muito alongada transversalmente, enquadrada em
dois processos transversos particularmente longos, um pouco afiados e inclinados
ventralmente.
Sacro da ovelha:
- Tem apenas quatro vértebras sacrais, da qual a última funde-se ao resto do osso de forma
incompleta e tardia.
- Os corpos vertebrais são claramente salientes na face ventral sem ranhuras vasculares
medianas.
-Os processos espinhosos são distintos, com excepção dos dois primeiros, que se fundem
em diferentes graus.
-As cabeças sacrais intermédias são marcadas apenas por pequenos tubérculos.
-As dimensões dos orifícios sacrais dorsais e dos orifícios sacrais pélvicos diminuem do
primeiro ao último.
-As bordas laterais são grossas e ásperas, não dobradas ventralmente como as do boi.
-Os processos transversos da última vértebra permanecem separados.
Sacro do bode:
- Tem cinco vértebras, raramente quatro, estando a última geralmente bem soldada.
- Tem uma ligeira crista médio- ventral que os ovinos não apresentam.
-As bordas laterais são mais finas do que o último e ligeiramente dobradas ventralmente.
- A superfície articular estende-se um pouco sobre a segunda vértebra sacral, enquanto que
na ovelha esta fica confinada à primeira.
Em
suínos, o sacro
-é constituído por quatro vértebras sacrais, às vezes cinco, que se fundem de modo mais
tardio e menos completo do que nas outras espécies domésticas.
É relativamente plano, pouco curvado ventralmente.
- A face Pélvica mostra corpos vertebrais pouco salientes, regularmente convexos.
-No lado dorsal, a extrema redução da crista sacral mediana é completamente
característica: os processos espinhosos são simplesmente representados por ligeiras
saliências ásperas, entre as quais o canal sacral é aberto por grandes buracos triangular
(espaços interarcuaux), excepto entre as duas ou três últimas vértebras.
-As cristas sacrais laterais são nítidas, na qual se abrem de cada lado orifícios sacrais
dorsais de pequena dimensão e progressivamente mais pequenos do primeiro ao ultimo
com excepção do primeiro (cranial) e do ultimo (caudal), os processos articulares só são
representados por pequenos tubérculos.
-As bordas são nítidas e irregulares, não dobradas ventralmente.
-As asas sacrais são muito espessas, curtas, e as suas superfície articulares, rejeitadas
lateralmente e aproximadamente circulares, são quase verticais.
Sacro do Cão:
- É composto por três vértebras , fundidas precocemente.
-É tão longo quanto largo, quase quadrado e achatado dorso-ventralmente.
-A sua face pélvica é côncava em todas as direcções.
-Os processos espinhosos são unidos numa crista sacral mediana fina e baixa, ligeiramente
recuada nos intervalos das vértebras. Em cada lado, na base desta crista, dois tubérculos
fortes representam vestígios de processos articulares.
-A crista sacral lateral, alta sobre a primeira vértebra,
desaparece caudalmente.
-Existem dois pares de orifícios sacrais dorsais e dois pares
de orifícios sacrais pélvicos; os mais largos desses orifícios
são rostrais.
-As asas sacrais são espessas e ocupam cerca de metade das
bordas laterais do crânio.
- As superfícies articulares, quase verticais, estendem-se um
pouco sobre a segunda vértebra.
- A base mostra um cabeça vertebral quase plana, escavada
ao meio, e formando uma borda projectando-se
ventralmente.
-A entrada do canal sacral é larga e muito baixa, superada
por fortes processos articulares craniais. Cada um destes é
em grande parte confundido com a parte traseira vertical,
muito alta, que constitui o processo transverso
correspondente.
- A parte superior do osso é alargada e os seus processos transversos esticam-se
caudalmente ; Eles apanham até por vezes articulação com os da primeira vértebra caudal e
esboçam dois pequenos chifres comparáveis aos do sacro humano.
Sacro do gato:
-Também inclui três vértebras.
-Quase que não é curvo e os corpos vertebrais são um pouco saliente sobre a sua superficie
pélvica.
- Os processos espinhosos são claramente separados, e mais altos em proporção ao cão, e
pontiagudos.
-Os Tubérculos que representam processos articulares e os processos mamilares da
supercie dorsal são salientes e pontiagudos.
-Os processos articulares craniais não se confundem com a base das asas.
-A superfície articular, aproximadamente circular, em vez de oval como em cães, é dada
apenas pela primeira vértebra sacral e nunca invade a segunda.
-As apófises transversas da ultima vértebra são ainda mais compridas do que no cão e mais
oblíquos atrás, representando dois pequenos chifres.
Sacro do coelho:
-Tem quatro vértebras sacrais que se fundem no final, num osso bem mais comprido do
que largo e estreito caudalmente.
-Há uma crista médio-ventral afiada, excepto no primeiro corpo vertebral e as linhas
transversais são bem marcadas com excepção dos dois últimos, que às vezes se fundem.
-Os processos espinhosos são completamente isolados e salientes, não pontiagudos.
-A crista sacral intermédia é contínua, simplesmente elevada ao nível dos vestígios do
processos articulares.
-Como as vértebras sacrais, os orifícios sacrais pélvicos e dorsais diminuem muito de
calibre do primeiro ao último.
- A superfície articular é alongado, muito curva e limitado na parte cranial da primeira
vértebra.
-As bordas são finas, afiadas, recuadas entre as vértebras.
-O ápice é muito estreito.
Vertebras Caudais
CONFORMAÇÃO:
As vértebras caudais são a base da cauda em todos os animais. Estas apresentam um número
variável até mesmo na mesma espécie, mas em geral os equinos têm entre 17 a 21 vértebras, os
bovinos entre 18 a 21, dentro dos ruminantes, a ovelha entre 16 a 20 e a cabra entre 11 a 14, e
dentro dos carnívoros, o cão entre 18 a 22 e o gato entre 20 a 24.
Nos animais domésticos, estas vértebras, apresentam as características gerais de todas as
vértebras, que são elas o corpo vertebral, o arco vertebral e os processos vertebrais (a apófise
espinhosa, a apófise transversa, os processos articulares caudais e craniais e processo mamilar).
Mas estas características vão enfraquecendo à medida que nos aproximamos da cauda, assim
como o canal vertebral também se vai desvanecendo. As principais características destas
vértebras é ter ambas as extremidades, a cranial e a caudal, convexas, estarem unidas entre si
por fibrocartilagens espessas e bicôncavas, e ,ainda, apresentarem dois tubérculos laterais que
dão pelo nome de apófises hemális e que são os vestígios da lâmina ventral. Estas últimas
também se vão aproximando à medida que nos dirigimos caudalmente.
As primeiras vértebras caudais são completas e assemelham-se aos segmentos pré-sagrados,
porque apresentam um corpo longo, cilíndrico e estrangulado no meio. Nestas primeiras
vértebras, os animais que apresentam os processos hemális bem desenvolvidos, fundem-se,
normalmente na 2ª ou 3ª vértebra caudal, formando, deste modo, um arco, o arco hemális; e o
espaço inter arcual é mais aberto, que as que se encontram mais caudalmente.
A última vértebra caudal é em forma de ampulheta, onde apenas existem vestígios do corpo
vertebral e epífises correspondentes às superfícies articulares.
ANATOMIA COMPARADA:
Os equinos , os suínos, os coelhos e raramente outros animais apresentam a primeira vértebra
caudal fundida à última das vértebras sagradas.
Normalmente, as cinco ou seis primeiras vértebras caudais dos animais domésticos estão bem
desenvolvidas.
Equinos: apenas a primeira ou as duas primeiras vértebras estão bem desenvolvidas. Os
processos hemális formam dois picos ventrais não muito acentuados, os processos
mamilares são rudimentares e apenas a primeira vértebra tem processos articulares
craniais. O processo espinhoso do cavalo é bifurcado na segunda vértebra.
Bovinos: para além das cinco / seis primeiras vértebras caudais bem desenvolvidas, o
arco destas é completo, o foramen vertebral fechado e os processos espinhoso e
transversos são salientes. Depois destas primeiras a regressão do arco é rápida e os
processos mamilares e transversos tornam-se rudimentares e cada vez mais diferidos em
direcção à cauda.
Ovelha: não apresenta processos hemális.
Suínos: o arco está fortemente inclinado caudalmente.
Cão: apresenta vértebras caudais fortes, a partir da sexta / sétima vértebra apresenta
processos hemális bem desenvolvidos, um arco dorsal rudimentar e vestígios dos
tubérculos mamilares.
Gato: as vértebras caudais destes unem-se por articulações como as vértebras sagradas,
contudo os processos espinhosos são baixos, enquanto os processos transversos são
longos e oblíquos caudalmente.
Fig. 1 : Vértebral caudal de bovino (imagem real)
Fig. 2 : Quarta vértebral caudal de canino (imagem real) – vista ventral
Fig. 3 : Quinta vértebra caudal de canino (imagem real) – vista cranial
Fig. 4 : Primeiras vértebras caudais do cavalo (esquema)
Fig. 5 : Primeiras vértebras caudais da vaca (esquema)
Esterno O esterno é uma formação óssea cartilaginosa, localizada na face ventral do tórax e
articula com cada costela, através das cartilagens das costelas esternais. É sempre
oblíquo ventrocaudalmente.
Disposição Geral
O esterno dos Mamíferos é composto por uma série de peças ímpares (de cada qual
provêm dois centros de ossificação laterais), chamadas esternebras. Estas unem-se por
sincondroses e, excepcionalmente, por uma articulação sinovial que diferem, de
espécie para espécie. Estão dispostas de tal forma que, cada par de cartilagens costais
alterna e articula com as esternebras seguintes. No entanto, esta alternância é menos
regular na extremidade caudal, onde dois pares de cartilagens se podem unir à mesma
esternebra.
O conjunto destas esternebras constitui o corpo do esterno, que se prolonga por dois
apêndices, um cranial e outro caudal. O prolongamento cranial chama-se manúbrio e
estende-se pelas costelas do primeiro par, ultrapassando-as, em direcção ao pescoço e
formando um ângulo esternal, cuja proeminência varia consoante a espécie. A união
com a segunda esternebra é feita por uma sincondrose, excepto nos Ruminantes e
Porco, onde há uma articulação sinovial. O prolongamento caudal é o processo xifóide,
que se estende através da região epigástrica, sob a forma de uma fina lâmina
cartilaginosa.
A forma do esterno é variável, dependendo do conjunto torácico e funções do
membro torácico. Podem encontrar-se duas faces, dorsal e ventral, dois bordos,
laterais e duas extremidades, cranial e caudal. A face dorsal é endotorácica. É,
geralmente, muito estreita, chegando a ser linear na sua porção cranial e alarga-se
caudalmente, adquirindo uma forma triangular. Apresenta uma curvatura crânio-
caudal. A face caudal encontra-se preenchida por inserções dos músculos peitorais. A
porção cranial é estreita nos mamíferos domésticos, formando uma crista esternal, na
linha mediana. Esta crista apresenta-se reduzida, excepto no cavalo, onde é mais forte
e saliente, conferindo ao externo um aspecto afunilado. Caudalmente, a face ventral
alarga e aplana-se.
Os bordos são laterais e simétricos, muito espessos a nível das primeiras esternebras,
onde, por vezes, se convertem em verdadeiras faces (Equinos), tornando-se cada vez
mais finos, até chegar à extremidade caudal. A nível da união de cada par de
esternebras, encontram se as incisuras costais, que articulam com a extremidade
correspondente das cartilagens costais. As primeiras incisuras são mais altas que as
últimas.
A extremidade cranial é composta pelo manúbrio esternal e é bastante estreita a nível
do primeiro par de incisuras costais. O seu cume pode estar acima das incisuras
(Ruminantes), ou formar um longo e forte prolongamento (Equinos e Suínos). Possui
uma cartilagem que nunca ossifica completamente, a cartilagem manubrial.
A extremidade caudal possui uma base pediculada e alongada. Constitui o processo
xifóide, que termina numa larga e estreita lâmina cartilaginosa, arredondada ou mais
ou menos bilobada, a cartilagem xifóide.
Anatomia Comparada
O esterno do Equino parece ser composto por seis esternebras, mas, na realidade, a
última é formada pela fusão de duas, pelo que o número total de esternebras acaba
por ser sete, às vezes oito, quando uma esternebra suplementar surge entre as duas
últimas. Estes novos ossos encontram-se rodeados por uma massa fibrocartilaginosa.
O conjunto é ligeiramente curvo no sentido longitudinal e não é mais aplanado
dorsoventralmente que a sua porção caudal. A extremidade caudal é apertada de um
lado ao outro, ao nível do qual, as faces dorsal e ventral se reduzem a simples cristas e
os bordos laterais surgem como verdadeiras faces. A nível das três primeiras
esternebras, a face ventral não é representada por mais que uma crista extremamente
saliente, regularmente convexa e prolongada até ao topo do manúbrio. Este é plano,
extenso a nível do plano mediano e arredondado a nível da crista e extende-se para
além do primeiro par de costelas. A cartilagem xifóide é larga, pequena e arredondada.
O Ruminante possui sete esternebras, ladeados por dois centros de ossificação, que
demoram a formar-se. Estas porções fundem-se entre si, começando pelas mais
caudais, pelo que o esterno se encontra bem unido, na fase adulta. O esterno é largo e
aplanado dorsoventralmente, encolhido nas suas duas extremidades e muito mais
espesso na porção cranial que na caudal. Possui articulações a nível das cartilagens
costais. A primeira esternebra é maciça, piramidal, perpendicular à segunda, à qual se
une por uma articulação sinovial, permitindo movimentos laterais. Dirige-se
cranialmente, mal ultrapassando a cartilagem do primeiro par de costelas, com as
quais articula nas faces laterais, por uma faceta alongada e ondulada. A sua face
ventral é planiforme, estreita e triangular, no topo cranial e arredondada.
Possui uma fraca crista esternal a nível da linha mediana, que desaparece na segunda
esternebra. Esta tem uma forma prismática e três faces, sendo a ventral planiforme e
alargada caudalmente. As esternebras seguintes são cada vez mais largas e achatadas,
com excepção das duas últimas, que se retraem. Os bordos laterais são
profundamente escavados e as incisuras da quarta e quinta são frequentemente
convertidas em orifícios. A sétima esternebra é alongada, muito aplanada e
progressivamente retraída. Apresenta uma cartilagem xifóide pouco extensa.
O Cão possui 8 esternebras, por vezes nove, que apenas se fundem em idade muito
avançada. O seu esterno é muito alongado e aplanado, de um lado ao outro, curvado
ao logo da sua largura, com uma convexidade ventral. O primeiro segmento é o maior,
alarga-se a nível da articulação do primeiro par de cartilagens costais e prolonga-se por
um apêndice pontiagudo da cartilagem manubrial. As esternebras seguintes diminuem
em largura e espessura. A última é quase tão larga quanto a primeira, especialmente
na base, continuando-se por um processo xifóide longo e estreito, que termina numa
pequena cartilagem alongada.
Nos animais vertebrádos os seus corpos são consituídos po várias estruturas
nomeadamente ossos e musculos.
O esqueleto destes animais é a base de sustentação, este é composto inumeos
ossos. Estes ossos podem ser divididos em diferentes categorias, podendo ser dividido o
em esqueleto axial,esqueleto da face, coluna vertebral e esqueleto torácico. Neste
trabalho irá ser descrito o esqueleto torácico. Nele estão incluidas as seguintes
estruturas:
- esterno;
- costelas;
- cavidade torácica.
Desenvolvimento
O toráx é constituido pelas vertebras torácicas, as costelas e o esterno. Nele
encontramos a cavidade torácica que apresenta uma abertura cranial entre as duas
primeiras costelas designada de abertura torácica cranial (apertura thoracis cranialis).
Possui também uma abertura torácica caudal (apertura thoracis caudalis) esta
posiciona-se entre o arco costal (arcus costalis) , os espaços intercostais (spatia
intercostalia) e o ângulo do arco costal (angulus arcuum costalium) que forma o ângulo
entre os arcos costais esquerdo e direito. Nos animais herbívoros, o toráx apresenta uma
compressão latero-lateralmente, configurando uma cavidade de contorno elíptico.
Esterno (sternum)
O esterno é composto por alguns segmentos osseos (estérnebras – sternebrae),
estas ossificam-se com a idade avançada dos animais.
Espécie Nºde estérnebras
Cão 6
Ruminantes/Equínos 5
Suínos 4
Tabela 1. Anatomia comparada – comparação do número de estérnebras
O esterno pode-se diferenciar em várias estruturas, o manúbrio do esterno – pré-
esterno corpo do esterno e o processo xifóide.
O manubrio do esterno projecta-se cranialmente ao esterno. No caso dos
mamiferos este é pouco desenvolvido, devido à clavícula ser rudimentar. O esterno
apresenta a fossa articular para o primeiro par de costelas e a cartilagem do manúbrio
apresenta uma notavél elevação em direcção cranial.
Espécie Descrição da cartilagem
Carnívoros Cónica e romba
Equínos Longa, arqueada dorsalmente e
bilateralmente comprimida
Ruminantes Fina cobertura da extremidade livre ou
mesmo ausente.
Tabela 2. Anatomia comparada – comparação do formato da cartilagem entre especies
Corpo do esterno
Na parte dorsolateral o corpo apresenta incisuras costais das costelas para a
articulação das cartilagens costais das costelas esternais.
Espécie Descrição do corpo do esterno
Carnívoros Cilíndrico
Ruminantes/Suínos Achatado dorsalmente
Equínos Forma de crista bilateralmente
comprimida
Gatos Cilíndrica
Tabela 3. Anatomia comparada – comparação do formato do corpo do esterno
Processo Xifóide
Este é constituído por uma cartilagem plana em forma de uma espada que recebe
caudalmente a cartilagem xifóide. Esta projecta-se num espaço delimitado pelos arcos
costais, região xifóide. Nos ruminantes e equinos é achatada ou estreita. Esta suporta a
parede abdominal ventral.
Imagem 1. Esterno Vista anterior (fonte:
http://www.sogab.com.br/anatomia/toraxjonas.htm
Costelas – (costae)
A formação da cavidade torácica é formada pela parede ossea lateral – costelas.
Entre estas existem estaços intercostais (spatia intercotalia) e ordenam-se em pares.
Cada costela é formada por um segmento proximal osseo, osso costal (os costale)
formando a costela proprimente dita. Esta também é formada por segmentos
cartilagineos distais, cartilagens costais (cartlago costalis) – joelho da costela. As
costelas são ossos pares, assimétricos e alongados. Pares devido a existirem sempre dois
no organismo, alongados devido a estes ossos não possuirem cavidade medular. Todas
as costelas articulam dorsalmente com vertebras torácicas, e ventralmente com o
esterno. As primeiras sete até à nona costela craniel contactam directamente com o
esterno atrevés do seu prolongamento cartilagineo distal, estas costelas são
denominadas de verdadeiras ou costelas esternais (coste Sternales). As costelas que
estão indirectamente conectadas com o esterno, mas sim através de cartilagens costais,
estas costelas designam-se costelas asternais ou falsas. Quando o último par de costelas
termina livre na parede corporal lateral sem estarem fixas ao esterno por uma cartilagem
estas denominam-se de costelas flutuantes.
Imagem 2. Cavidade torácica
Costelas verdadeiras
Vértebras Torácicas
Costelas Flutuantes
Cartilagens costais
Costelas Falsas
Estérnebras Manúbrio Processo Xifóide
Esterno
Espécie Nº de costelas
Carnívoros 12 a 14
Suínos 13 a 15
Equínos 18
Tabela 4. Anatomia comparada – Comparação do número de costelas
Espécie Esternais/asternais
Carnívoros 9:4
Suínos 7:7 (8)
Ruminantes 8:5
Equínos 8:10
Tabela 5. Anatomia comparada – comparação entre espécies costelas esternais/asternais
Descrição da costela
As costelas podem-se dividir por partes tendo cada uma das partes um nome
específico.
Divisão da costela:
- cabeça da costela e o colo da costela;
- face articular da cabeça da costela;
- tubérculo com a sua face articular;
- corpo da costela.
A cabeça da costela é quase em forma de esfera perfeita, posicionando-se na
extremidade proximal da costela, apresentando uma face articular cranial e uma face
articular caudal. Com facetas costais articulares dois corpos vertebrais contínuos. A
depressão existente entre as superfícies articulares da cabeça da costela, sulco da
cabeça. A cabeça da costela situa-se acima do colo da costela e sobre esta projecta-se o
tubérculo da costela sendo que a face articular conexa com o processo transverso da
vértebra toracica correspondente.
O colo da costela varia entre espécies, como por exemplo nos carnívoros a
curvatura é mais acentuada que nos outros animais domésticos.
O comprimento da costela aumenta até à décima costela diminuindo a partir daí.
A superficie das costelas mais craniais é plana enquanto que nas costelas caudais é
arredondada. As costelas aumentam em direcção cranio-caudal em espessura e largura.
Imagem 3. Costela (fonte: http://www.sogab.com.br/anatomia/toraxjonas.htm)
Espécie Descrição da costela
Suínos 1ª costela bastante espessa na extremidade
esternal e articula-se com a costela oposta
por uma cartilagem costal, formando uma
articulação esternal.
Bovínos As costelas são planas na extremidade
esternal 6ª e a 8ª são mais largas. 7ª e 10ª
são as mais longas.
Equínos Curvatura das costelas aumenta
constantemente até à 11ª costela
Tabela 6. Anatomia comparada – Diferenças entre espécies, descrição das costelas
A costela une-se em sinfíse com a cartilagem costal da extremidade distal. A
formação do joelho da costela ocorre devido a uma torção da parede toráciaca lateral
para o esterno. Nos carnívoros esse encurvamento ocorre após a cartilagem costal.
Excepto a primeira costela que se articula com o manúbrio esternal, as cartilagens
costais esternais juntam-se em forma de meio arco em sentido caudo-ventral ao arco
costal. O ângulo do arco costal forma-se quando os dois arcos costais se projectam
ventralmente, que se eleva no processo xifóide do esterno.
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