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ENVELHECIMENTO CANINOCOMPREENDER PARA CUIDAR
Volume 2 2019
Juliana Cannavan GilVeterinária Comportamentalista
BOLETIMpet
ENVELHECIMENTO CANINOCOMPREENDER PARA CUIDAR
Não há diferenças fundamentais entre o homem e os animais nas
suas faculdades mentais… os animais, como os homens, demonstram
sentir prazer, dor, felicidade e sofrimento.
Charles Darwin
“ “
Frida, SRD, 16 anos e Cristal, Lhasa Apso, 14 anos (in memoriam)
2019
BOLETIMpet
Juliana Cannavan GilVeterinária Comportamentalista
• Médica Veterinária formada pela UNIP, em 2014.
• Bacharelado e Licenciatura em Ciências Sociais pela PUC (2006).
• Estágio em Medicina Veterinária Comportamental na Universidade Autônoma de Barcelona em 2014.
• Mestrado em Etologia e Bem-estar Animal (Animais de Companhia) pela Universidade de Zaragoza (Espanha), em 2015.
• Pós-graduada em Etologia Clínica Veterinária pela Qualittas em 2018.
• Certificação Fear Free for Pets® desde 2018.
Volume 2
ENVELHECIMENTO CANINO
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BOLETIM pet
Figura 1: escada adaptada com tapetes antiderrapantesFonte: arquivo pessoal.
O cão alcançou o papel de umas das espécies domésticas mais próximas do homem devido
a estreita relação desenvolvida. Atualmente, o cão participa ativamente da vida social tornando-
-se parte essencial de muitas famílias humanas, gerando em seus tutores um sentido de res-
ponsabilidade. Aliado aos melhores cuidados por parte dos tutores, os avanços modernos em
tecnologia, saúde e nutrição levaram a um aumento no tempo de vida média dos cães.
Como resultado temos uma população de cães senis crescente, assim como a incidência de
alterações degenerativas associadas ao envelhecimento. Nesse cenário, a deterioração da saú-
de física e/ou mental de cães senis pode ser um desafio para seus tutores, na medida em que
a relação com os cães se torna comprometida pelas alterações fisiológicas e comportamentais
e pela própria demanda de cuidados que o animal começa a necessitar, como por exemplo:
levantar a tigela de comida, forrar o piso com tapetes antiderrapantes (Figura 1), instalação de
rampas e luzes noturnas, além de uma rotina com medicações durante o dia e a noite, que
termina por deteriorar o vínculo entre tutor-cão.
INTRODUÇÃO
É paradoxal que a ideia de viver uma vida longa agrade a todos,
mas a ideia de envelhecer não atraia ninguém.
Andy Rooney
“
“
O envelhecimento não é um processo patológico, mas sim um processo natural e progressivo dos estágios da vida, desde a concepção até o desenvolvimento, maturação e a senescência de cada indivíduo. Contudo, o envelhecimento muda a qualidade de vida do animal de estimação e do tutor, e isso precisa ter aplicação prática na rotina veterinária, tanto na medicina preventiva, como alertando os tutores sobre o processo, pois precisamos avançar além dos motivos porque o corpo envelhece e chegar ao que acontece quando as coisas des-moronam na vida dos nossos pacientes e suas famílias.
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Muitos tutores foram orientados sobre as mudanças fisiológicas associadas ao envelheci-
mento, incluindo mudanças na condição corporal, processos metabólicos e habilidades sen-
soriais, mas quase nunca são orientados sobre as alterações comportamentais e cognitivas
associadas ao aumento da idade (e que podem ou não resultar na síndrome da disfunção
cognitiva). O comportamento animal é regulado por órgãos sensoriais, sistema nervoso cen-
tral e o sistema musculoesquelético, entre outros, de modo que qualquer doença que afete
o funcionamento do organismo provocará uma mudança no comportamento. As alterações comportamentais estão entre os sinais mais precoces de diversas doenças.
Outro ponto essencial na compreensão do processo do envelhecimento são os efeitos do
estresse nesse organismo mais velho, que procura um equilíbrio cambaleante para se adap-
tar às novas condições, buscando assim a alostase (processo de alcançar a estabilidade,
homeostase), ou seja, nossos pacientes idosos estão lutando para se adaptar às mudanças
e desafios do seu cotidiano, em um organismo que já carrega alterações orgânicas. Assim, o
estresse na vida do cão senil estimula uma resposta biológica com a liberação de uma cascata
de hormônios, neurotransmissores e moduladores da resposta imune (catecolaminas, cortisol
e citocinas) que também refletem em mudanças comportamentais, de forma mais desafiante
nesse estágio de vida.
O médico veterinário tem um papel central na promoção do envelhecimento saudável, com a
preservação do bem-estar físico, mental e social, procurando maximizar a qualidade e o tempo
de vida nos pacientes mais velhos, diminuindo os riscos de doenças graves, tornando-os felizes
e saudáveis por um longo período.
O manejo necessário para os animais idosos exige a aplicação de conceitos como o do bem-estar animal (BEA), que determina a qualidade de vida sob a perspectiva do animal em relação a sua adaptação com o meio. O BEA é mutável e individual, variando de negativo a positivo. Um bem-estar positivo caracteriza-se por um indivíduo saudável e estado emocional positivo: feliz, livre de medo, livre de distresse (quando o estresse se torna uma patologia), livre de dor e com os recursos necessários para expressar seus comportamentos normais.
ENVELHECIMENTO CANINO
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BOLETIM pet
Cães de raças médias e pequenas (ou seja, cães com peso corporal <22,7 kg):Idosos/Sênior: 7 a 10 anos de idade.
Geriátricos: a partir dos
11 anos de idade.
MAS AFINAL, QUANDO MEU PACIENTE SE TORNA IDOSO OU GERIÁTRICO?
Uma variedade de fatores incluindo raça, tamanho/peso influenciam a rapidez com que os
cães envelhecem, de forma que as diferentes fases etárias demonstram necessidades especí-
ficas, como ritmo do envelhecimento e até a propensão de desenvolver doenças crônicas, que
costuma ser maior em animais com idades mais avançadas.
Devido a diferença na expectativa de vida entre cães de raças pequenas e grandes, a de-
terminação de limites de idade para cães idosos e geriátricos pode ser um desafio. Diversos
estudos desenvolveram gráficos de analogia entre humanos e animais, nos quais cães idosos
e geriátricos são distinguidos com base na idade e peso corporal ideal.
Em geral, cães senis são considerados idosos ou geriátricos de acordo:
Cães de raças gigantes e de grande porte (ou seja, cães com peso corporal ≥ 22,7 kg):Idosos/Sênior: 6 a 8 anos de idade
Geriátricos a partir dos 9 anos de idade.
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Um grupo de pesquisa belga (Willems et al., 2016) adaptou a tabela a seguir, que serve como
uma boa ferramenta, uma vez que trabalhar com analogia à idade humana facilita a compreen-
são dos tutores quanto ao aumento das necessidades médicas e cuidados em casa.
Figura 2: gráfico de analogia idade humana / pet (WILLEMS et al., 2016. Adaptado com permissão de FORTNEY, W.D. Implementing a successful senior / geriatric health care program for veterinarians, veterinary technicians, and office managers. Vet Clin North Am Small Anim Pract, v.42, p.823-84, 2012).
Na geriatria humana, a determinação do paciente “geriátrico”, que necessita de maiores cui-
dados e acompanhamento médico e familiar, considera não apenas a idade do idoso, mas
também alterações que são classificadas dentro da síndrome da fragilidade. O paciente porta-
dor da síndrome apresenta alterações como: perda de peso, fraqueza, fadiga de mobilidade e
baixos níveis de atividade, que determinam um aumento da vulnerabilidade e uma diminuição
da função física do paciente geriátrico (Gardner & McVety, 2017).
Na medicina veterinária, ainda precisamos de mais estudos para determinar quais alterações
estão presentes e em qual ritmo elas avançam nos idosos e nos geriátricos.
Para efeito didático usaremos o termo senil para nos referir tanto aos animais idosos/sênior quanto geriátricos.
Felino Canino (tamanho em Kg do animal adulto)
Idade equivalente ao humano
Idad
e do
ani
mal
39495969798999
31384552596673808794
23,2 - 54,5
2934394449545964697479848994
9,5 - 22,7
2833384246505458626670747882869094
0 - 9,1
3 anos4 anos5 anos6 anos7 anos8 anos9 anos10 anos11 anos12 anos13 anos14 anos15 anos16 anos17 anos18 anos19 anos20 anos
283236404448525660646872768084889296
Geriátrico
Sênior
Adulto>54,5
ENVELHECIMENTO CANINO
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BOLETIM pet
COMPREENDENDO O ENVELHECIMENTO PARA CUIDAR DOS NOSSOS PACIENTES
O envelhecimento pode ser caracterizado pela perda progressiva da integridade fisiológica,
que resulta em maior probabilidade a doenças como: osteoartrite, doenças cardíacas, câncer,
doenças renais e endocrinopatias que levam ao comprometimento da função e aumento da vul-
nerabilidade à morte.
Em relação ao comportamento, estudos demonstram que cães senis tendem a exibir compor-
tamentos mais passivos diante de situações de medo e ansiedade, tendo assim maior probabili-
dade desses problemas não serem relatados ao veterinário, uma vez que os tutores acabam por
não notar estas alterações (Landsberg et al., 2017).
Neste contexto faz-se necessário entender o processo de envelhecimento, não como um pro-
blema patológico, mas sim como um processo biológico complexo, caracterizado por uma mo-
dificação progressiva dos tecidos e células, com perda gradual de capacidade adaptativa, acar-
retando diminuição do potencial de aprendizagem, memória e desempenho (Osella et. al, 2007).
Esse processo é composto por uma ampla variedade de fatores endógenos, como progra-
mação genética do indivíduo, fatores exógenos (alimentação, clima e outras características
ambientais) e a ocorrência de doenças; juntos esses fatores vão determinar o ritmo e a velo-
cidade em que ocorrerá o envelhecimento, acelerando ou não os processos degenerativos e
encurtando a sobrevida quando estes forem desfavoráveis (Hoskins, 2008). Os mecanismos
biológicos que levam ao envelhecimento incluem ainda danos induzidos por radicais livres,
reticulação molecular, encurtamento dos telômeros e a presença de genes de senescência no
DNA (Chapagain et al., 2018).
Estudos com cães em laboratórios relatam um declínio na aprendizagem, memória, capacidade de resposta social, curiosidade em relação a novos objetos e atenção com o aumento da idade. Uma parcela da população pode envelhecer apresentando deterioração relacionada a idade quanto a atividade, brincadeiras e respostas aos comandos, além de um aumento nos quadros de medos e fobias; enquanto isso a outra parcela da população pode desenvolver comprometimento cognitivo e demência (Chapagain et al., 2018).
Com os avanços tecnológicos, hoje somos capazes de entender e modificar parte do pro-
cesso de envelhecimento, até mesmo prevenir quando, por exemplo, estudos recentes de-
monstram que quanto maior o grau de endogamia em uma raça de cão com pedigree, menor
a expectativa de vida (Leroy et al., 2015). Também temos boas evidências de que mudanças
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Diversos estudos avaliaram cães senis aparentemente saudáveis na perspectiva do tutor e demostraram: • Uma vez realizados exames de rotina como ultrassonografia abdominal,
bioquímica sérica, pressão arterial, hemograma, além de exames físicos completos (incluindo testes ortopédicos e neurológicos), foram encontradas alterações em mais de 50% dos pacientes (Willems et al., 2016).
• A maior parte dos tutores são incapazes de reconhecer as alterações clínicas precoces, cabendo ao médico veterinário educar os tutores para detectar e relatar anormalidades clinicamente relevantes de seus animais senis.
• Esses dados corroboram a necessidade de realizar exames periódicos nos idosos, ao menos uma vez a cada 6 meses, para avaliar a saúde médica e a saúde comportamental.
A abordagem do paciente precisa ser holística, com foco no indivíduo e na própria família como um todo, onde não focamos somente nas doenças ou nos órgãos. O histórico médico e a anamnese precisam ser bem detalhados, de forma a incorporar questões sobre a rotina, estados emocionais e relacionamentos.
No exame físico, além das questões básicas, testes ortopédicos e neurológicos precisam ser
incorporados nos cães senis, juntamente com testes diagnósticos apropriados. Devido as perdas
sensoriais que ocorrem com o avanço da idade, durante o exame precisam ser verificados: alterações
no olfato, na acuidade visual e na audição. Estas perdas sensoriais podem ser responsáveis por várias
alterações do paciente, como anorexia, agressividade, diminuição da locomoção entre outros.
na nutrição, estilo de vida e cuidados de saúde apropriados, influenciam na expectativa de vida
(Adams et al., 2018; Lawler et al., 2008). Assim é preciso que ocorra uma mudança de para-
digma, de modo a enxergar o envelhecimento como um processo, bem como o papel positivo
que a medicina veterinária pode desempenhar na longevidade canina por meio de abordagens
ao longo da vida, utilizando estratégias clínicas e comportamentais de modo a impactar positi-
vamente na saúde dos pacientes (Adams et al., 2018).
ASSUMINDO O PACIENTE SENIL
Entender o comportamento e as emoções do cão é essencial para realizar uma ava-
liação completa dos nossos pacientes. Diversos estudos apontam a implicação do estresse
decorrente de quadros de ansiedade e medo, gerando um impacto negativo na saúde dos
cães. Outro trabalho mostra que cães com comportamentos impulsivos e/ou ansiosos foram
significativamente associados ao envelhecimento precoce (King et al., 2016).
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Na área comportamental da geriatria veterinária, temos ainda diversos problemas relacionados à separação, ansiedade, agressão contra pessoas conhecidas, fezes e urina em locais inapropriados, fobias, vocalização excessiva, distúrbios do ciclo sono-vigília, comportamentos repetitivos ou compulsivos e agressões interespécies, que precisam ser devidamente diferenciados, evitando falsos diagnósticos para disfunção cognitiva, por exemplo (Landesberg, 2005).
Para que os tutores possam informar as alterações no comportamento, eles precisam aprender a reconhecer essas alterações e serem encorajados a relatá-las durante as consultas de rotina (Landsberg et al., 2011).
Recomenda-se o uso de um banco de dados laboratorial (buscando usar referências adapta-
das aos idosos e geriátricos), bem como aferição de pressão arterial e exames de imagem como
a ultrassonografia abdominal, uma vez que temos a aceleração do envelhecimento nos pacientes
idosos e geriátricos. Uma sugestão de banco laboratorial mínimo pode incluir: hemograma, urinálise, coproparasitológico e painel bioquímico sérico, incluindo medição das con-centrações de ureia, creatinina, glicose, cálcio total, proteínas totais, albumina, ALT, FA e bilirrubinas – e a avaliação deve ser feita de forma seriada, para diagnósticos precoces (Bellows
et al., 2015).
Uma avaliação detalhada do comportamento, que inclui interrogar os proprietários sobre quais-
quer mudanças recentes ou repentinas de comportamento ou temperamento, pode auxiliar a dife-
renciação entre envelhecimento normal e patológico, uma vez que mudanças comportamentais podem ser a primeira indicação de declínio da saúde e bem-estar em cães idosos. Os
desafios para distinguir cães senis saudáveis de cães com anormalidades cognitivas ou compor-
tamentais são muitos, em parte porque a maioria das doenças altera o comportamento e também
porque algumas mudanças comportamentais podem ocorrer em cães à medida que envelhecem.
Assim, o melhor caminho é ter detalhes sobre o temperamento do paciente. Como ele lida com
situações de medo, frustração, ansiedade, alegria, dor e com quais comportamentos ele demons-
tra essas emoções. Entender como ocorrem os relacionamentos do cão com a família humana
e outros animais. Além disso, os cães que apresentam problemas de comportamento quando
jovens podem piorar ou apresentar recaídas com o avanço da idade e, para diferenciar de um
problema primário de comportamento, o clínico deve perguntar sobre o início do aparecimento
do problema, frequência, horário em que ele ocorre, duração e quaisquer outras alterações. Uma
filmagem do comportamento também pode ajudar.
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Os animais de estimação senis apresentam um declínio na função colinérgica e medicações anticolinérgicas agravam ainda mais o declínio cognitivo. Portanto, é prudente evitar essas me-dicações em animais senis (Araújo et al., 2005).
A SÍNDROME DA DISFUNÇÃO COGNITIVA: UM DESAFIO DIAGNÓSTICO
A SDC é uma doença neurodegenerativa do sistema nervoso central, de caráter progressivo em cães e gatos e possui muitas semelhanças com a doença de Alzheimer em humanos. Tem como característica o declínio progressivo das funções cognitivas, como aprendizagem, me-mória, percepção e consciência (Milgram et al., 2004). Ocorre geralmente em cães com mais de 7 anos de idade, porém, prevalência aumenta de acordo com o avanço da idade. E de acordo com diferentes estudos pode variar de 14,2% a 22,5% (Chapagain et al., 2018).
A etiopatogenia da SDC é multifatorial. A morte dos neurônios, principalmente dos colinérgi-cos, é uma consequência de diferentes eventos celulares neuropatológicos interligados, como atrofia cerebral, deposição de proteína beta-amilóide, acúmulo de produtos de dano oxidativo, emaranhados neurofibrilares, alterações de mielina e acúmulo de macrófagos (Heckler; Svicero; Amorim, 2011).
A proteína beta-amilóide é neurotóxica, induzindo a apoptose dos neurônios, mas esse achado também é comum em animais idosos sem diagnóstico de SDC, porém, a extensão da deposição de beta amiloide no córtex cerebral tem sido correlacionada com a severidade dos sinais clínicos nos pacientes com SDC (Heckler; Svicero; Amorim, 2011). Em seres huma-nos essa deposição é comum em pacientes com doença de Alzheimer, sendo considerado um dos principais responsáveis pela demência (Heckler; Svicero; Amorim, 2011).
A SDC representa um grupo de sintomas que denota um quadro de demência relacionado ao envelhecimento do cérebro canino, levando a um declínio da memória e habilidades de aprendi-zagem, alteração da interação social, aumento da ansiedade, mudanças no ciclo sono-vigília e alterações na atividade geral. Os cães com disfunção cognitiva mostram um declínio cognitivo
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em testes que avaliam aprendizagem espacial e a memória. Eles também podem exibir padrões de locomoção erráticos, um aumento na frequência de comportamentos sem objetivo e mu-danças nas interações sociais (Chapagain, 2018).
Os cães senis são extremamente suscetíveis a mudanças na rotina, sendo que o declínio cognitivo e doenças degenerativas cerebrais podem diminuir ainda mais sua capacidade de adaptação a mudanças e estressores no ambiente (Landesberg, 2005).
O histórico comportamental e o exame neurológico devem ser completos, pois os circuitos de comportamento e memória estão localizados na parte frontal do cérebro, no sistema límbico e no hipocampo, por isso mudanças de humor ou personalidade podem ser indicativas de en-volvimento dessas áreas do cérebro. Alterações de consciência e de capacidade de resposta a estímulos podem ser sinais de problemas no tronco cerebral ou do prosencéfalo, mas também podem ser demonstrações de déficits no sistema sensorial que fornece a entrada para estas áreas do cérebro. As alterações comportamentais também podem aparecer devido a questões de saúde que não afetam o sistema nervoso central, como por exemplo, qualquer doença que afete a eliminação de fezes e urina (frequência, volume e controle) levando o animal a eliminar em local inapropriado (Landesberg et al., 2005).
A SDC compromete a qualidade de vida do animal e do tutor, o que pode ser determinante para a eutanásia, como mostra um estudo realizado na Austrália, onde de 90 cães que foram eutanasiados, 23% deles tiveram como motivo as alterações senis (McMullen et al., 2001). As alterações da síndrome, além de prejudicar a qualidade de vida do animal, podem afetar grave-mente o nível de tolerância e próprio vínculo entre animal e tutor (Landsberg et al., 2011).
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Torna-se perdido em lugares familiares ao redor da casa ou quintal.
Fica preso atrás de móveis familiares ou em cantos de quarto.
Tem dificuldade para encontrar e utilizar as portas e escadas.
Não responde ao seu nome ou comandos familiares.
Parece perder a vontade de brincar, passear.
Não reconhece ou se assusta com membros da família e brinquedos.
Frequentemente treme.
Anda ou vagueia sem rumo por toda a casa.
Tem dificuldade em aprender novas tarefas, comandos ou rotas.
Dorme mais durante o dia, e menos durante a noite.
Olhares fixos na direção da parede ou se assusta com iluminação interior.
Procura cada vez menos pela atenção do tutor.
Buscando maior objetividade na análise da síndrome, as alterações nas funções cognitivas em
cães foram classificadas em 7 categorias, sob o acrônimo DISHAAL (Landsberg et al., 2017),
para abordar todas as áreas que podem estar alteradas no animal com SDC, conforme abaixo:
Alguns sintomas de SDC incluem vários estágios de confusão e desorientação exemplificados abaixo:
D Disorientation Desorientação
I Interactions Interações Sociais
S Sleep-Wake cycles Ciclo sono - vigilia alterado
H Housesoiling Problemas de eliminação
A Activity Atividade aumentada, diminuida ou repetitiva
A Anxiety Ansiedade
L Learning and memory Aprendizagem e memória
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DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DISFUNÇÃO COGNITIVA (SDC):
Devido à dificuldade na identificação das alterações neurológicas e neuroquímicas consis-
tentes dentro das estruturas cerebrais, as alterações comportamentais são muitas vezes usa-
das para diagnosticar e monitorar a SDC. A investigação inicial é desencadeada em geral por
preocupações por parte do tutor a respeito de comportamentos que não são mais exibidos
pelo cão (reduzida flexibilidade comportamental ou a presença de comportamentos inadequa-
dos) (Cory, 2013).
Clinicamente, um questionário é geralmente usado para avaliar se um animal de estimação
pode ter alterações comportamentais consistentes com SDC. Uma vez que esse potencial
foi identificado, qualquer doença que poderia causar ou contribuir para os sintomas deve ser
verificada, pois os idosos têm comumente morbidades médicas e estes diagnósticos não des-
cartam a possibilidade de SDC concomitante. (Landsberg et al., 2011; Landsberg et al., 2012).
A utilização de questionários com perguntas sobre o comportamento pode ser eficaz e impõe maior rapidez para a triagem, das alterações na saúde e no comportamento do animal (Landsberg et al., 2011; Landsberg et al., 2012).
OS SINAIS CLÍNICOS EM CÃES PODEM INCLUIR DÉFICITS EM UMA OU MAIS CATEGORIAS.
Diversas escalas de classificação foram desenvolvidas, por exemplo, ARCAD – avaliação
de transtornos cognitivos e afetivos relacionados à idade, CCDR – escala de classificação de
disfunção cognitiva canina, CADES – escala de demência canina. (Colle et al., 2000; Osella et
al., 2007; Salvin et al., 2011; Madari et al., 2015). Os questionários são de extrema importância
na prática clínica, visando identificar precocemente a doença; o CADES, por exemplo, além
de ajudar no diagnóstico, é uma ferramenta validada para avaliar a progressão da doença e
seu estadiamento: comprometimento cognitivo leve, moderado ou severo (Madari et al., 2015).
Além disso, muitos autores têm realizado estudos com testes cognitivos, porém, estes ainda
mostram-se impraticáveis na rotina do médico veterinário (Heckler et al., 2014; Chapagain et
al., 2018).
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Como ocorre em doenças cujo diagnóstico é feito por exclusão, após a suspeita clínica, deve-se eliminar todas as doenças que levariam a alterações semelhantes. A anamnese deve ser feita minuciosamente, exames físicos e neurológicos completos, além da solicitação de exames complementares de acordo com o caso, como testes bioquímicos, hemograma, exames de imagem, urinálise, entre outros. Além disso, cabe ao veterinário certificar-se de que o tutor do animal tenha fornecido uma lista completa de todas as alterações comportamentais, comparando com o comportamento do animal quando mais jovem.
Há doenças que podem cursar com alterações comportamentais como: o hipotireoidismo
que aumenta a agressividade ou o hiperadrenocorticismo que altera o ciclo sono-vigília e pode
causar polifagia (Landesberg, 2005). Complementando o quadro, nos idosos temos ainda o
declínio do sistema imunológico e o aumento do risco para desenvolver neoplasias e doenças
degenerativas, bem como deficiências sensoriais e dores contínuas causadas por processos
crônicos como artrite e doença periodontal que terão um impacto profundo sobre o compor-
tamento do paciente e não podem ser subestimadas (Landsberg et al., 2011).
Também precisam ser excluídos os problemas comportamentais, incluindo aqueles relacio-
nados ao declínio sensorial (particularmente audição e visão). Além disso, efeitos ambientais,
dor e outras causas subjacentes a processos de doenças precisam ser descartados. As con-
dições tratáveis devem ser excluídas antes que um diagnóstico de SDC seja feito. Como a
síndrome é progressiva, avaliar um cão durante vários exames ao longo do tempo dará uma
visão mais ampla do comportamento do animal (Bellows, 2015).
O diagnóstico ocorre após as devidas verificações médicas e comportamentais, utilizando
os questionários específicos sobre as alterações apresentadas no cotidiano do animal junto a
sua família. Ademais, tem sido sugerido que a gravidade de quaisquer alterações, juntamente
com a idade de início das alterações clínicas/comportamentais e sua duração, seja conside-
rada ao se fazer um diagnóstico de SDC; ressaltando o número e a frequência desses com-
portamentos em conjunto, bem como a adição de novos comportamentos que compõem a
síndrome (Bellows, 2015).
ENVELHECIMENTO CANINO
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BOLETIM pet
Figura 3: tratamento da SDC -Terapia Múltipla. Fonte: arquivo pessoal.
TRATAMENTO DA SDC:
Embora não haja cura, o diagnóstico precoce da SDC aumenta a eficácia do tratamento,
reduz a progressão da doença e melhora a qualidade de vida (Salvin et al., 2011). O tratamento
medicamentoso, suplementos nutricionais, a aplicação da modificação comportamental e ma-
nejo ambiental podem atrasar com sucesso a degeneração neural (Landsberg & Araujo, 2005).
A natureza complexa e multifatorial da disfunção cognitiva necessita de uma abordagem
multidisciplinar para lidar com o diagnóstico, manejo e tratamento. Uma combinação de mo-
dificação comportamental e agentes terapêuticos tem maiores chances de promover melhora
no paciente e dessa maneira o uso de suplementos nutricionais em conjunto com programas
de enriquecimento ambiental, incluindo a categoria de enriquecimento ambiental social, pode
promover a preservação das vias neurais e flexibilidade cognitiva (Figura 3).
Intervenções farmacológicas são necessárias a medida que as alterações clínicas/compor-
tamentais se agravam, especificamente a propentofilina (REVIMAX) e selegilina, associadas
com a realização de adaptações ambientais de forma controlada para aumentar a confiança
e familiaridade, reduzindo estresse e ansiedade (Cory, 2013). Em fases mais avançadas, com
alterações no ciclo sono-vigília pode ser necessário o uso de benzodiazepínicos, como loraze-
pam (Landsberg et al., 2017).
Enriquecimento Ambiental
Suplementos Nutracêuticos Antioxidantes
Exercício Físico
Dieta rica em antioxidantes
Fármacos
Adaptação Ambiental
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Estudos com cães tem demonstrado que a estimulação mental é um componente essencial
para a manutenção da qualidade de vida junto ao enriquecimento contínuo na forma de trei-
namentos e jogos. Isto é análogo a estudos com humanos em que um aumento da atividade
física e mental mostrou retardar o aparecimento de demência (Landsberg et al., 2012). Da
mesma forma, a inconsistência na gestão ambiental do animal idoso pode causar estresse e
ter impacto negativo no bem-estar e saúde mental do cão (Landsberg et al., 2012).
Os proprietários de animais idosos com ou sem a SDC devem adotar algumas medidas que influenciam a qualidade de vida e consequentemente a longevidade dos seus cães, tais como: • Busca de uma rotina diária regular e previsível para diminuir a ansiedade, já que
sabemos que estes animais tem menor capacidade de adaptação a mudanças. • Instalação de rampas de acesso ou degraus acolchoados para garantir o
acesso do animal aos locais onde ele já estava acostumado, diminuindo as possibilidades de estressores na rotina. Qualquer mudança brusca deve ser evitada e quando forem necessárias devem ocorrer de maneira gradativa e tranquila (Landsberg et al., 2011).
É papel do médico veterinário promover relações positivas entre os cães e seus tutores, usando o monitoramento contínuo do comportamento para avaliar a qualidade de
vida, mantendo o animal idoso livre de estressores, propiciando ambiente com sensação de
controle para permitir que o cão se envolva apenas no que lhe aparece agradável e seguro, in-
centivando estímulos mentais e interações com seus tutores, sem esquecer de fazer a gestão
do peso e da mobilidade desse animal (Landsberg et al., 2011).
ABORDAGEM PRÁTICA DO MANEJO E PROMOÇÃO DO BEM-ESTAR NO CÃO SENIL
A estabilidade comportamental e emocional em animais de estimação senil é obtida através
de interações positivas, previsibilidade e rotina diária estruturada dos tutores. Dessa forma o
cão senil, sabe o que esperar, regulando sua função corporal e metabolismo e ajustando seu
relógio biológico. Além disso, todas as mudanças devem ser introduzidas gradativamente e
associadas a um reforço positivo. Dessa forma podemos minimizar o medo, a ansiedade e o
estresse, os quais contribuem para um declínio ainda maior da saúde física e mental.
As recomendações propostas podem ser aplicadas tanto a cães senis saudáveis, como
cães senis com disfunção cognitiva.
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ORIENTAÇÕES GERAIS
NÃO dar broncas/punir o cão ( mesmo verbalmente), pois isso aumenta o estresse em qualquer
fase da vida e pode acarretar o aparecimento de problemas de comportamento. Para um animal
de estimação que já está confuso e desorientado, a punição só irá aumentar ainda mais sua
ansiedade.
Promover previsibilidade e uma rotina diária.
Proporcionar um ambiente apropriado, percebido como seguro e confortável, para aumentar a
previsibilidade ambiental, diminuir os estressores e melhorar o bem-estar.
Adaptações na dinâmica social do grupo doméstico devem ser consideradas (relacionamento com
outros animais, por exemplo).
Inclua na rotina sessões diárias de 15-20 minutos de “amor”. Muitas vezes as tarefas diárias e os
deveres envolvidos nos cuidados de enfermagem com o paciente senil podem se tornar onerosos e
estressantes para a família, prejudicando o vínculo com o animal. Os tutores precisam permanecer
sensíveis às mudanças sutis que ocorrem, além disso, experiências compartilhadas positivas e
agradáveis proporcionam aos cuidadores uma sensação de realização, em vez de angústia sobre
a doença de seu animal.
Manter atividades e exercícios, dentro das possibilidades, pois a liberação de endorfinas podem
ajudar a manter o animal mais calmo, diminuindo a ansiedade. Muitos animais podem fazer as
atividades que amavam no passado, com o cuidado de encurtar a duração e intensidade desses
exercícios. Passeios suaves e jogos de busca são excelentes opções (Figura 4 ).
Figura 4: cães senis na “Hora da Brincadeira”. Estas sessões devem ser realizadas diariamente de forma con-sistente e previsível, separando brinquedos especiais para esse momento. Fonte: arquivo pessoal.
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MEDIDAS PRÁTICAS
Aumentar o controle sobre o ambiente e reduzir os estressores;
Evitar mudar, reorganizar ou até mesmo reformar móveis;
Eliminar a desordem para criar caminhos largos na casa. Pode ser necessário colocar
tapetes antiderrapantes em pisos lisos de forma a proporcionar maior segurança no
caminhar;
Considerar a compra de escadas ou a construção de rampa de acesso para escadas,
sofás e camas;
Conhecer os limites do cão quanto a introdução de novos brinquedos, alimentos,
pessoas ou outros animais;
Acesso consistente aos pontos de entrada e saída;
Acesso consistente às áreas de descanso, que devem ser múltiplas;
Se os pacientes estão propensos a perambular, fechar portas ou usar portões de
crianças, afim de mantê-los em ambientes seguros;
Remover barreiras físicas e sociais como escadas, outros cães, gatos e crianças;
Desenvolver uma rotina de alimentação regrada e manter os potes sempre no mesmo
local;
Horário de caminhada consistente. Considere adaptações no tempo de caminhada e
até mesmo uso de bolsas ou carrinhos para manter as saídas (Figuras 5 e 6);
Manter comandos curtos e simples. A prática regular de treinos curtos baseados em
reforço positivo;
Incentivar sessões de jogos suaves e envolventes, mas curtas (Figuras 7, 8 e 9);
Instituir sessões diárias com carinho e/ou massagem, respeitando os limites e gostos
do cão.
ENVELHECIMENTO CANINO
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BOLETIM pet
Figura 5: Sandy, Shitzu, 16 anos – Bolsa de transporte para passeios e visitas aos veterinários. Fonte: arquivo pessoal.
Figura 6: Sandy, Shitzu, 16 anos – passeio usando carrinho, devido a importância de manter os estímulos ambientais e sociais, inclusive no cão com limitações de mobilidade. Fonte: arquivo pessoal.
Figura 7: Luna, Border Collie, 13 anos – Brincando no gramado com osso de nylon (Buddy Toys®). Fonte: arquivo pessoal.
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Figura 9: Billy, Lhasa Apso, macho, 13 anos – brinquedos e ossos de nylon para roer (Osso de nylon – Pet Games®). Fonte: arquivo pessoal.
Figura 8: cães utilizando jogos cognitivos. No mercado, temos jogos com diferentes níveis de dificuldade que devem ser escolhidos de acordo com o perfil do cão, de forma a evitar frustração. (plataforma Trixie®, Kong Wrobller®). Fonte: arquivo pessoal.
ENVELHECIMENTO CANINO
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BOLETIM pet
PONTOS-CHAVE
Teremos pacientes com dois tipos de envelhecimento: saudável e com demência (SDC). Lembrando que no envelhecimento saudável é esperado declínios sensoriais e cognitivos, inclusive acompanhados de alterações no comportamento. Já na SDC as alterações ocorrem em um conjunto específico de sintomas e tem uma progressão mais rápidas.
O envelhecimento saudável começa desde a concepção do cão e requer essa perspectiva durante toda a vida.
Saúde emocional, com a promoção de estados emocionais positivos desde a infância, refletem em saúde física na vida.
O tratamento dos pacientes senis precisa ser individualizado e personalizado de acordo com sua história de vida.
Os cães naturalmente passam por uma série de mudanças à medida que envelhecem, mas quando as alterações relacionadas à idade são mínimas ou não afetam negativamente a qualidade de vida geral, esses cães podem ser classificados como cães idosos saudáveis.
É importante que o Médico Veterinário exerça um papel proativo e educador junto aos tutores.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Material dirigido direto e unicamente a profissionais Médicos Veterinários e equipe de vendas.
Consulte sempre um Médico Veterinário.
>40 kg administrar uma associação adequada
Carproflan 2,2 mg / Kg - 12/12 hPeso 25 mg 75 mg 100 mg5 kg ½ - -10 kg 1 - -15 kg 1 + ½ ½ -20 kg - - ½ 30 kg - 1 -40 kg - - 1
Xampu com Ácido lático, Glicerina, Germe de
Trigo, Queratina Hidrolisada e Lipossomas
Banhos 1 a 2 vezes / semana*.
Creme pós-banho com Óleo de Macadâmia, Ceramidas e Silicones
Após o banho, remover o excesso de água.
Aplique o produto em todo o corpo do animal. Não é
necessário enxaguar*.
Omeprazol
10 mg: 1 cp. / 10 kg / VO /
a cada 24 horas / 10 a 14 dias*.
20 mg: 1 cp. / 20 kg / VO /
a cada 24 horas / 10 a 14 dias*.
GÁSTRICAProteçÃO
Ureia, Combinação de Silicones e
Óleo Mineral
Aplicar 1 a 2 vezes
ao dia, até melhora do quadro*.
Maleato de Enalapril
Comprimidos palatáveis
5 mg: 1 cp. / 10 kg / VO / a cada 12 ou 24 horas*.
10 mg: 1 cp. / 20 kg / VO / a cada 12 ou 24 horas*
5 mg: 1/4 a 1/2 cp. / 5kg / VO / a cada 12 ou 24 horas*.
Colírio lubrificante com Carboximetilcelulose Sódica
Instilar 1 gota em cada olho afetado /
4 vezes ao dia / 7 dias consecutivos*.
Solução otológica com Ácido Lático, Alantoína, Extrato de Aloe Vera
Higiene: 1 a 2 vezes / semana*.
Propentofilina
Comprimidos palatáveis
3 a 5 mg / kg / VO / a cada 12 horas,
durante 4 a 6 semanas*.
ANTI-INFLAMATÓRIOS
ESPECIALIDADES
DERMATOLÓGICOS
*ou
a cr
itério
do
Méd
ico V
eter
inár
io.
CarproflanCarprofeno
Comprimidos palatáveis
25 mg, 75 mg e 100 mg: 2,2 mg / kg /
VO / a cada 12 horas ou 4,4 mg / kg / VO / a
cada 24 horas / 14 dias*.
Comprimidos palatáveis
1 cp. / 25 kg / VO /
a cada 24 horas.
Condroitina, Glicosamina, Extrato de Yucca e Minerais
Condroitina, Glicosamina, Extrato de Yucca e Minerais
Comprimidos palatáveis
1 cp. / 10 kg / VO /
a cada 24 horas.
Nutriente para pele e pelos à base de Ômegas 3 e 6, Biotina,
Selênio, Zinco, Vitaminas A e E
1 cáp. / 10 kg / VO / a cada 24 horas / 4 a 8 semanas*.
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