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Língua Portuguesa

5º ano

Celina Medeiros

A língua portuguesa é um instrumento de comunicação usado por uma comunidade de falantes. Precisamente porque os falantes vivem em, necessitam de comunicar uns com os outros pelos mais diferentes motivos e nos mais diversos lugares da vida social: na escola, em casa, no cinema, na rua, no estádio de futebol…

As trocas de “palavras” - série de enunciados – constituem o discurso, que se relaciona com a situação de comunicação.

Qualquer situação de comunicação é composta pelo emissor (quem fala), recetor (a quem se fala), lugar (onde se fala)e tempo (quando se fala)

Co

op

era

çã

o

Co

rte

sia

Para que a comunicação seja bem

sucedida, os interlocutores falam do

assunto de que se está a falar, dão

informaçãoes adequadas e verdadeiras,

procuram ser claros e ordenar o seu

discurso, para que os outros entendam.

Adequação da forma como se fala à

relação que se tem com o interlocutor,

ao local onde se está e à situação de

comunicação em geral consiste no

princípio de cortesia que orienta a troca

de enunciados entre emissor e recetor.

É muito importante

saber manter uma

conversa com outra

pessoa. Para isso, é

preciso cumprir

certas regras:

Só se deve dizer a

verdade;

Os assuntos têm de

ser apresentados

de forma clara e

sem desvios nem

demasiados

pormenores.

Quando falamos com alguém,

temos de seguir o princípio de

cortesia, ou seja, devemos:

esforçar-nos por não

interromper o nosso

interlocutor;

Estar atentos ao que ele

diz;

Evitar o silêncio;

Ter o cuidado de nunca o

insultar nem o acusar;

Saber falar de forma suave e

educada, sem exigências

com um tom de voz baixo.

Na

fa

rmá

cia

: N

o p

arq

ue

de

e

sta

cio

na

me

nto

:

Farmacêutico: Boa tarde, diga, se faz favor!

Utente: Boa tarde. Estou com imensas dores

de cabeça! Será que posso levar aspirina?

Farmacêutico: Com certeza. Mas não se

esqueça de ler o folheto para tomar o

medicamento de forma correta.

Homem idoso: Podia ajudar-me? Estou com

alguma dificuldade em tirar o carro deste

lugar tão estreito.

Rapaz jovem: Com certeza, não me custa

nada! Mas o senhor está a sentir-se bem?

Homem idoso: Estou, mas receio de bater.

Muito obrigado.

Exemplo: - Bom dia, senhora professora! Pode tirar-me uma dúvida? - Com certeza, Joana, diz lá! Principais formas de tratamento: maior intimidade: tu menor intimidade: você maior deferência: o senhor, a senhora

Numa das situações de

comunicação que te é

apresentada, reparaste, com

certeza, na forma de tratamento

utilizada pelo rapaz ao dirigir-se

ao homem idoso que lhe pede

ajuda. De forma delicada, ele

trata-o por “senhor”.

A forma de tratamento depende

da maior ou menor intimidade e

do maior ou menor deferência

que existe entre duas pessoas

numa situação de comunicação.

Fazer pedidos, dar ordens, fazer promessas, fazer ameaças, fazer declarações de amor… são situações que se realizam através do uso da língua. Para conseguirmos o que queremos também adequamos o nosso discurso a cada situação. Quando não o fazemos, falhamos e podemos não conseguir o que queríamos.

Na interação comunicativa há papéis diferentes aos quais ajustamos o nosso discurso, não só na escolha das palavras, na forma de tratamento, na entoação que usamos, mas também no tipo de ações que podemos fazer.

1. Feche a janela.

2. Pode fechar a janela?

O falante tem a mesmo intencionalidade, mas de acordo com a situação concreta de comunicação escolherá entre dar uma ordem ou fazer um pedido.

Em ambos os exemplos, o que se pretende do recetor é idêntico: que feche a janela. No entanto, o enunciado 1 pode ser interpretado como uma ordem e o enunciado 2 como um pedido.

“[…] O médico

viu-o, examinou-o

com todo o cuidado e, no

fim, perante a

ansiedade de

Marcela, disse:

- Vá aviar esta

receita à

farmácia e dê-lhe

os remédios tal

qual eu vou dizer. E torne cá para a

semana.” Papiniano Carlos, Era

uma vez…, Campo das

Letras

Quem diz – um médico A quem se destina – a uma utente a

Marcela, mãe de um menino que

está doente

A intencionalidade – dar ordens

O tema ou assunto – consulta médica

O registo utilizado – formal

Em A : A situação é formal; A relação entre o falante e o seu

interlocutor é distante;

A linguagem é formal, o que se nota

sobretudo pelo tempo verbal utilizado na 3ª pessoa (Vá, dê, torne)

e pelo recurso a expressões que o

médico utiliza como “aviar uma

receita”.

O Pedro pediu ao

irmão:

- Por favor, passa na farmácia

onde a gente

costuma ir e

compra-me aspirina. Estou

com umas dores

de cabeça que

nem imaginas!

Toma lá a massa.

Quem diz – o Pedro A quem se destina – ao irmão A intencionalidade – fazer um

pedido O tema ou assunto – compra de

medicamento O registo utilizado – informal

Em B : A situação é informal; A relação entre o falante e o seu

interlocutor é próxima, pois eles são irmãos;

A linguagem é informal: a expressão “a gente” em vez de “nós”; o verbo no imperativo (passa, compra, toma); o emprego da palavra “massa” em vez de dinheiro.

Exemplo 1

O facto da cantina da escola estar encerrada perturba o funcionamento das atividades escolares, comprometendo ainda o bom rendimento dos alunos.

Exemplo 2

A cantina tem de estar aberta. A malta tem de comer. Não se vive de ar e vento. Sem cantina, os catraios têm de ir ao cafés que há por aí. Ficam com fome, chegam atrasados às aulas, armam um berreiro… E depois nas aulas não estão quietos e a ouvir com atenção.

Re

gis

to fo

rma

l R

eg

isto

in

form

al

É utilizado quando os falantes têm uma

relação distante, que tem a ver com a

idade, o grau de instrução ou a relação

social, como é o caso do médico e do

doente;

É utilizado sempre que os falantes têm

uma relação mais íntima e de confiança.