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Angela Maria Santos Costa
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE DUCAÇÃO CAMPUS II – ALAGOINHAS
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
ANGELA MARIA SANTOS COSTA
CONDIÇÕES INFRAESTRUTURAIS E O ENSINO-
APRENDIZAGEM DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
ALAGOINHAS
2012
ANGELA MARIA SANTOS COSTA
CONDIÇÕES INFRAESTRUTURAIS E O ENSINO-
APRENDIZAGEM DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Monografia apresentada como requisito parcial
para obtenção do título de Licenciada em
Educação Física pela Universidade do Estado
da Bahia-Campus II.
Orientadora: Profª. Ms. Martha Benevides da
Costa.
ALAGOINHAS
2012
Consagro esse trabalho a minha mãe Lizete Santos Nova que sacrificou-se muitas
vezes para que eu pudesse estudar e ainda contribuiu com seus conhecimentos
para ajudar-me na jornada acadêmica.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, criador do céu e da terra; Aquele que é grande em poder,
amoroso e justo com todos que o amam e o temem.
Aos meus irmãos:
Romualdo, pela responsabilidade de tomar conta dos mais novos,
principalmente de mim, muitas vezes me penteando e arrumando minha
“merendeira” para que eu não faltasse à escola.
Firmo, por ter me dado não só minha primeira mesada, mais também por ter
me ensinado o valor das coisas e que o trabalho e dedicação vence as maiores
barreiras.
Paulo, por ajudar-me a fazer as lições de casa. Não me dando respostas,
mas, fazendo-me estudar mais.
Hamilton, por alimentar a minha vida com suas alegrias.
Carlos, pela determinação.
Gícia, pela motivação.
Firmizete, pela coragem.
Marcelo, pela lição de vida, provando que as coisas não são fáceis, mais
possíveis; principalmente em arrastar-me para o cursinho quando já estava
desanimada.
As minhas filhas: Natália e Carla por acreditarem em meus sonhos e
objetivos.
Aos Pastores: Benedito Santos, Roberto Nascimento e Lins por incentivarem
a busca não só do conhecimento das ciências; mais também da Palavra de Deus.
Aos amigos, vizinhos da infância, a senhora Hilda e família que muitas vezes
tomaram conta de minhas filhas para que eu fosse estudar.
Ao meu amor Alberto que várias vezes debruçou-se junto comigo sobre os
livros pacientemente.
Aos colegas da 3ª Dires, principalmente as meninas da Vigilância
Sanitária:Claudine, Edênia, Eva, Ione, Jácea, Jadilene, Leidinha e Virgínia que
várias vezes me deram apoio para que eu estudasse para alguma avaliação.
Aos meus queridos professores que me ensinaram o caminho para esta
graduação: Alan Rocha, Ana Simon, Cesar Leiro, Diana Tigre, Eduardo Sá,
Francisco Pitanga, Gleide, Gregório Benfica, Luiz Rocha, Magdalânia, Maurício
Maltez, Martha Costa, Mônica Benfica, Nélia, Neuber Leite, Ubiratan Menezes,
Valter Abrantes.
Aos funcionários da Universidade, especialmente as meninas do colegiado:
Djaneluci, Mirele, Monalisa, e Rafaela.
Aos colegas de turma (2007.2) e aos colegas dos semestres 2006.2 e 2005.2
que serviram de modelo e inspiração para aumentar o meu amor pela Educação
Física.
“Educar é crescer. E crescer é viver. Educação é, assim, vida no sentido mais
autêntico da palavra”.
Anísio Spínola Teixeira
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
DIREC DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO
DIRES DIRETORIA REGIONAL DE SAÚDE
EF EDUCAÇÃO FÍSICA
FNDE FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO
IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA
INEP INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS
EDUCACIONAIS
LDB LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL
MEC MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA
PDDE PROGRAMA DINHEIRO DIRETO NA ESCOLA
SESAB SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA
UNEB UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
LISTA DE QUADROS
QUADRO1 PESSOA RESPONSÁVEL POR APLICAR O QUESTIONÁRIO 28
QUADRO2 QUESTIONÁRIO RESPONDIDO PELOS ALUNOS 28
QUADRO3 A ESCOLA POSSUI QUADRA POLIESPORTIVA 29
QUADRO4 QUANTIDADE DE QUADRA POLIESPORTIVA 29
QUADRO5 EXISTEM OUTROS ESPAÇOS ONDE SÃO REALIZADAS AS
AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
29
QUADRO6 OUTROS ESPAÇOS ONDE SÃO REALIZADAS AS AULAS DE
EDUCAÇÃO FÍSICA QUE FORAM CITADOS PELOS ALUNOS –
ESCOLA A
30
QUADRO7 OUTROS ESPAÇOS ONDE SÃO REALIZADAS AS AULAS DE
EDUCAÇÃO FÍSICA QUE FORAM CITADOS PELOS ALUNOS –
ESCOLA B
30
QUADRO8 ESPAÇOS MAIS UTILIZADOS PARA AS AULAS DE
EDUCAÇÃO FÍSICA
31
QUADRO9 CONDIÇÕES FÍSICAS E INFRAESTRUTURAIS DA QUADRA –
ESCOLA A
31
QUADRO 10 CONDIÇÕES FÍSICAS E INFRAESTRUTURAIS DA QUADRA –
ESCOLA B
32
QUADRO 11 NÚMERO DOS RECURSOS DIDÁTICOS ESPORTIVOS –
ESCOLA A
32
QUADRO 12 NÚMERO DOS RECURSOS DIDÁTICOS ESPORTIVOS –
ESCOLA B
32
QUADRO 13 CONDIÇÕES DOS RECURSOS DIDÁTICOS ESPORTIVOS –
ESCOLA A
33
QUADRO 14 CONDIÇÕES DOS RECURSOS DIDÁTICOS ESPORTIVOS –
ESCOLA B
33
QUADRO 15 QUAIS OS MATERIAS MAIS UTILIZADOS NAS AULAS DE
EDUCAÇÃO FÍSICA
33
QUADRO 16 O QUE É MAIS IMPORTANTE PARA A AULA DE EDUCAÇÃO
FÍSICA – ESCOLA A
34
QUADRO 17 O QUE É MAIS IMPORTANTE PARA A AULA DE EDUCAÇÃO
FÍSICA – ESCOLA B
35
RESUMO
Entendendo que o espaço físico de qualquer ambiente pode influenciar as emoções,
entusiasmar comportamentos e interferir nas atividades de ensino-aprendizagem,
faz-se necessário uma abordagem não só do espaço físico escolar; mais também da
infraestrutura e manutenção desses ambientes. Projetos como o Segundo Tempo, a
implantação da Escola Segura, entre outros, discutem formas de inclusão através do
esporte, educação, segurança e saúde, porém, não citam ou contribuem diretamente
sobre a problemática do espaço físico e a infraestrutura adequada para esse fim.
Tão pouco apontam os parâmetros mínimos para compreender e implementar esses
espaços. Assim, os conteúdos das aulas de Educação Física, muitas vezes são
negligenciados, pois, a sala de aula não é e nem pode ser o único recurso para as
aulas. Determinados conteúdos, como o esporte, o atletismo entre outros,
necessitam de espaço específico para sua aplicação. O trabalho docente no espaço
escolar não é apenas ou tão somente, responsabilidade do professor de Educação
Física, mais, da escola como um todo. Portanto, essa pesquisa, procura identificar
pontos relevantes para também compreender como os conteúdos são desenvolvidos
nos mais variados ambientes destinados às práticas; incluindo os que não
contemplam espaços peculiares para os conteúdos da Educação Física.
Palavras-chave: Educação Física, Espaço Físico, Infraestrutura.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 11
A IMPORTANCIA DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM E SUA
RELAÇÃO COM OS ESPAÇOS
15
A ESTRUTURA FÍSICA DAS ESCOLAS NO BRASIL 20
METODOLOGIA 24
RESULTADO E DISCUSSÃO DOS DADOS 28
CONSIDERAÇÕES FINAIS 38
1 INTRODUÇÃO
O interesse pelo tema surgiu a partir de uma vivência em uma escola da zona
rural do município de Alagoinhas, cujo espaço físico era composto de três salas,
uma pequena copa e uma saleta que era usada como secretaria, com um único
portão que era utilizado para entrada e para saída das crianças e que ficava de
frente para uma pista de asfalto.
A hora do recreio era dentro da própria sala, o lazer e/ou brincadeiras também
eram feitas dentro das salas; os alunos, assim que entravam na escola, já se
encontravam à porta de suas salas, e lá passavam todo o tempo até chegar a hora
de ir embora; identificava um grande paradoxo nessa realidade: morar em um sítio,
chácara ou fazenda e estudar em um espaço tão reduzido, fechado, apenas com
fendas feitas de blocos no lugar das janelas.
O processo ensino-aprendizagem de Educação Física, que acontece nos
diversos espaços físicos onde alunos e professores se encontram para o
desenvolvimento das aulas, tem sido alvo de diversos estudos. Dentre essas
pesquisas é pertinente citar: o trabalho do MEC (Ministério da Educação e Cultura)
quando trata da elaboração do PCN (Parâmetro Curriculares Nacional) de Educação
Física; o Projeto Segundo Tempo, do Ministério da Educação; a implantação da
Escola Segura, de Edson Ferreira Liberal, artigo de revião do Jornal de Pediatria,
por exemplo. Alguns, discutem formas de inclusão através do esporte, educação,
segurança e saúde, porém, não citam ou contribuem diretamente sobre a
problemática de espaço físico e infraestrutura adequada para esse fim. Tão pouco
aponta os parâmetros mínimos para compreender e implementar esses espaços.
Isto fica claro, por exemplo, quando se busca na Revista Brasileira de
Ciências do Esporte, com o descritor “escola” e “educação física”, aparecem 108
artigos sobre a escola e 02 sobre educação física; porém quando se busca estudos
que se ocupem da infraestrutura, os números mostram escassez de pesquisas sobre
esse tema.
Todavia, é importante registrar e apontar como são essas estruturas e como
as mais diversas atividades são desempenhadas nesses lugares, além de discutir de
que forma a infraestrutura influencia no desenvolvimento das atividades. A partir
desta compreensão, esta pesquisa se debruçou sobre o espaço físico escolar onde
acontecem as aulas de educação física.
Entendendo que o espaço físico de qualquer ambiente pode influenciar as
emoções, entusiasmar comportamentos e interferir nas atividades de ensino-
aprendizagem, faz-se necessária uma abordagem não só do espaço físico escolar,
mas também da infraestrutura e da manutenção desses ambientes.
Com o advento tecnológico, desenvolvimento social e a acessibilidade ao
conhecimento e informações diversas, fica difícil entender e conceber uma estrutura
física tão claustrofóbica num terreno tão grande em volta da escola. Essa realidade
pode levar a dois caminhos de reflexão. O primeiro tem relação com as próprias
concepções educacionais. Sabe-se que, historicamente, a educação formal
valorizou um olhar dicotômico de ser humano, que o vê como corporal e intelectual
separados. Este último mais valorizado. Já o corpo é visto como objeto a ser
controlado. O segundo tem relação com os investimentos em Educação
dispensados pelos poderes públicos, que pregam a necessidade de melhorar a
Educação, desde que isto custe pouco.
Assim, há uma necessidade de discussões envolvendo a escola e todo o
processo de ensino-aprendizagem que ali é desenvolvido, pois as práticas
realizadas influenciam diretamente os educandos e educadores que trabalham
nesses espaços. Para sustentar essa temática a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (Lei n° 9.394/1996), ratifica o dever do Estado em fornecer
condições adequadas para que haja produção de conhecimento, mesmo que não
deixe claras, especificadas, quais são essas condições.
Todavia, a Portaria Estadual n° 4.420/90, de 12/07/1990, em seu texto,
estabelece condições mínimas necessárias para o funcionamento de espaços como
academias ou similares. Entende-se como similar, nesse caso, qualquer entidade
que realize exercício ou atividade física como danças, lutas, entre outras. Se
compreendermos que a Educação Física na escola trata da cultura corporal, na qual
estão contidos os temas, vê-se que tais referências deveriam ser válidas também
para esse espaço.
Dentre essas condições, em seu Artigo 1°, inciso 2° da Portaria 4.420/90, diz
que a Secretaria de Educação do Estado da Bahia dá parecer técnico no qual
também objetiva verificar as condições de atendimento do trabalho “pedagógico-
físico-corporal”, onde os aspectos sanitários, de equipamentos, materiais e a
disponibilidade do espaço físico tenham condições e medidas adequadas, como, por
exemplo, a medida de espaço de no mínimo 2m² por aluno em cada turma.
De posse disto, nesta pesquisa foram investigadas questões que estão
diretamente interligadas com o processo ensino-aprendizagem junto à realidade do
espaço escolar onde acontecem as aulas de Educação Física; espaço esse que
pode ser a sala de aula (tradicional), o ginásio, a quadra, o teatro ou qualquer outro
espaço que seja utilizado para as aulas de educação física. Quer seja para
explicação de um determinado conteúdo, quer seja para um simples jogo, ou para
uma atividade corporal que necessite de outro tipo de espaço que não seja a sala de
aula propriamente dita.
Faz-se necessário conhecer, compreender e analisar cada espaço e,
consequentemente, verificar como são ministradas as aulas de Educação Física e
como esse espaço interfere no desenvolvimento das atividades da aula.
Olhando por um lado mais técnico, entende-se que existem normas, padrões
e medidas adequadas para cada tipo de ambiente físico. Portanto, foi necessário
conhecer algumas leis, decretos e resoluções para um melhor entendimento sobre o
universo das construções e/ou reformas dos espaços físicos aqui citados. Antes de
edificar ou modificar (construir) qualquer ambiente, deve-se levar em conta não só a
sua estética, mas também a sua funcionalidade, praticidade, segurança,
acessibilidade e aspectos ecológicos para a conservação e manutenção da vida.
Portanto, esses padrões e normas devem ser garantidos para que as pessoas que
irão usufruir dessa edificação possam sentir-se bem, de forma que esteja
resguardada sua salubridade física e emocional.
Diante dessas colocações, o problema dessa pesquisa é: como é a
infraestrutura dos espaços destinados às aulas de Educação Física e qual sua
influência nas atividades desenvolvidas nesses espaços?
Assim, o objetivo geral deste trabalho é observar como a infraestrutura
influencia o desenvolvimento das aulas de Educação Física, visando também
despertar a escola, a sociedade e a comunidade acadêmica para que possam verter
um olhar mais específico para esta questão dentro da atual conjuntura sócio-política,
aliada ao processo ensino-aprendizagem; universo este, destinado ao
desenvolvimento dos educandos como um todo.
Os objetivos específicos visam conhecer a infraestrutura dos espaços
destinados às aulas de Educação física, bem como verificar como são concebidos
esses espaços dentro de uma perspectiva normativa e também registrar a
organização das atividades propostas nesses espaços.
2 A IMPORTANCIA DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM E SUA RELAÇÃO
COM OS ESPAÇOS
Para analisar qualquer processo de ensino-aprendizagem da Educação Física
no espaço escolar, devem-se levar em consideração os ambientes em que as
aulasacontecem, pois, conforme já foi dito, estes podem influenciar diretamente as
atividades propostas.
O espaço físico escolar e sua infraestrutura são de grande relevância para a
aplicação de todas as aulas, quer sejam “teóricas”, quer sejam “práticas”. Nesses
ambientes, será gerado no processo ensino-aprendizagem a produção de
conhecimentos sobre a cultura corporal. Para isso, é necessário que estes espaços
possam garantir um panorama em que todos sintam-se bem, pois a estética
influencia os sentidos, o desenvolvimento e a aplicação dos conteúdos propostos.
Assim, alunos e professores devem conviver, interagindo de forma que a
relação de segurança e laços de confiança possam se manifestar através da
interação com os atores envolvidos e entre o meio ambiente.
Matos (XI EnFEFE, 2005, s.p.) afirma que:
A Educação Física encontra-se atrelada a esta problemática. Mesmo com uma área inadequada de trabalho, nenhuma disciplina deve diminuir a sua qualidade ou ausentar certos conteúdos por questões estruturais e todos os alunos têm que possuir uma aprendizagem igualitária com o mesmo lidar pedagógico.
Todavia, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), em seu
Título II, Artigo 3°, parte IX e Título III Artigo 4°, parte IX, fala dos padrões mínimos
de qualidade de ensino. Compreende-se que faz parte desse “mínimo” condições
estruturais para o desenvolvimento de diversas atividades. Isto, portanto, implica em
compreender que a qualidade do ensino não está dissociada da questão da
infraestrutura.
Sobre a Educação Física na escola, reconhece-se que apesar de existirem
várias propostas pedagógicas e abordagens diferenciadas, é fundamental oferecer
aos educandos conteúdos fundamentados também na realidade a qual se
encontram.Assim:
A Educação Física é uma disciplina que trata, pedagogicamente, na escola, do conhecimento de uma área denominada aqui de cultura corporal. Ela será configurada com temas ou formas de atividade, particularmente corporais [...]: jogo, esporte, ginástica, dança ou outras, que constituirão seu conteúdo. O estudo desse conhecimento visa apreender a expressão corporal como linguagem. (SOARES, 1992, p. 61)
Através desta perspectiva, é correto afirmar que a escola é o ambiente onde a
pedagogia deve dar conta das demandas pertinentes às aulas de Educação
Física.Anecessidade de desconstruir o que foi posto sobre a Educação Física
durante o início do Século XX e trazer um novo “pensamento”, uma pedagogia
voltada para o crescimento do aluno, fica,às vezes, paradoxalmente mais distante.
A Educação Física escolar, como disciplina curricular, é tão importante quanto
as outras disciplinas ministradas na escola.Segundo o lívro Coletivo de Autores
(1992), ela não objetiva apenas o movimento pelo movimento.
Nessa perspectiva da reflexão da cultura corporal, a expressão corporal é uma linguagem, um conhecimento universal, patrimônio da humanidade que igualmente precisa ser transmitido e assimilado pelos alunos na escola (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 42).
Portanto, os espaços destinados às aulas precisam possuir condições
adequadas para o trato pedagógico e o alcance dos objetivos de ensino e
aprendizagem. Assim, os espaços sejam quais forem: ginásios, quadras, salas
propriamente ditas,entre outros. devem ter o mínimo de salubridade para que os
alunos e professores possam desenvolver os conteúdos da disciplina.
Nesse contexto, o artigo de revisão intitulado de “Escola segura” do Jornal de
Pediatria, Libera,l et al., (2005), descreve que o “ambiente físico deve ser o mais
seguro possível no que diz respeito ao risco de acidentes”. A exemplo de
insegurança e negligência foi o acidente de um atleta numa quadra, que,
infelizmente culminou com a morte do atleta. Conforme recorte abaixo:
O jogador de futsal Robson Rocha Costa, 22, morreu neste domingo após sofrer um grave ferimento no jogo entre as equipes Guarapuava/DeportivoFutsal e Palmeiras /Jundiaí, no sábado, em Guarapuava, no Paraná ,conforme divulgou a "Gazeta do Povo". Ele teria se ferido após dar um carrinho no fundo da quadra. Um pedaço de madeira se soltou da quadra, perfurou a perna do jogador e atingiu o abdômen, causando uma hemorragia interna. (Erick Pinheiro, 2010, Jornal Cruzeiro do Sul, online).
Uma pesquisa sobre a Tipologia dos estabelecimentos escolares brsileiros,
Cerqueira e Sawyer (2007) revelam alguns dados a partir de informações que
envolvem também a infraestrutura das escolas e aqualidade do ensino como um
todo. Essa “tipologia” revelou seugundo seus autores, três perfis extremos:
1. Escolas com precárias condições de infraestrutura e indicadores
deficientes de eficácia escolar;
2. Escolas de nível intermediário de infraestrutura e eficiência escolar;
3. Escolas grandes com boas condições de infraestrutura e bons
indicadores de eficácia escolar.
Em suas conclusões os autores afirmam:
A investigação da distribuição espacial dos perfis gerados revelou, entre outros fatos, que cerca de 72% das escolas da Região Norte e 61,4% do Nordeste pertencem ao perfil de baixa infraestrutura, valores bem mais elevados que os 27,2% e 33,2% encontrados para as Regiões Sudeste e Sul, respectivamente. (CERQUEIRA; SAWYER, 2007, p. 53-57)
Pelas sínteses dos autores, é possível afirmar que há relação direta entre
infraestrutura e índices de aprendizagem. Isto só vem ratificar tudo que foi afirmado
até aqui.
O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) do MEC encaminha recursos
para as escolas públicas de Educação Básica que aderiram ao programa Mais
Educação. Em 2009 foram destinados para a reforma e cobertura de quadras
esportivas ou espaços destinados ao esporte e ao lazer R$ 20 mil (escolas com até
500 alunos) e R$ 30 mil (unidades com mais de mil estudantes). Para a construção
de cobertura, o recurso será de R$ 50 mil. Os repasses dos recursos são feitos em
parcela única anual, por meio de depósito nas contas bancárias abertas pelo Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Segundo dados do portal da Secretaria da Educação do Estado da Bahia
(2009), o governo aplicou R$ 29,4 milhões na expansão e melhoria da estrutura
física da rede de ensino básico e profissional.De 47 escolas que estão em fase de
construção, 17 são do Ensino Médio. Quanto a construção de muros e quadras, os
dados revelam que 15 escolas já tiveram essas obras concluídas e que 5 já foram
iniciadas.
Então, é imperativo selecionar os conteúdos para as aulas de Educação
Física observando a realidade desses espaços, pois são de suma importância para
os alunos, já que não é possível, por exemplo, ensinar basquete em um campo de
areia. Para esse fim seria necessário uma quadra; já, por exemplo, se o conteúdo for
a dança seria necessário também não só um espaço específico, mas também
equipamentos adequados.
Todavia, apesar de a Educação física ser componente curricular obrigatório, a
sua secundarização também fica explícita nos dados referentes aos espaços para a
realização das aulas. No que se refere ao aspecto infraestrutural, Matos (2005)
demonstra em seu artigo que, segundo dados do Instituto Nacional de estudos e
Pesquisas Educacionais (INEP), existem 183.448 escolas de ensino fundamental no
Brasil, públicas e particulares. Destas, somente 33.234 possuem quadras de
esportes. Sabemos que a escola não deve privilegiar somente o esporte, mas
ignorar que esses espaços são necessários seria como negligenciar a própria
Educação Física visto que há muito tempo o esporte tem centralidade nas aulas.
Essa afirmação não significa que há concordância com tal monocultura, mas que
reconhecemos que se a aula de Educação Física tem se concretizado de tal modo,
ela é negligenciada ao se negar o espaço para sua concretização. Reconhece-se,
também, que outros espaços podem servir às aulas de Educação Física, mas estes
não podem ser constituídos de improviso devido à secundarização da disciplina
curricular.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais
Anísio Teixeira (INEP), em 27/03/2002, o Brasil possuía em sua rede estadual
194.284 turmas de Ensino Médio, incluindo a zona rural. No Nordete, eram 46.510, e
na Bahia 14.430 turmas. Segundo dados de 2009 da Secretaria da Educação do
Estado da Bahia, no municipio de Alagoinhas eram 4.862 alunos matriculados no
Ensino Médio estadual. Dados da Revista da Secretaria da Educação do Estado da
Bahia (2008, p. 54), dos 1.755 colégios, 971 não possuem quadras, e das 782
quadras, apenas 50 são cobertas. O que, mais uma vez, confirma a negligência
quanto ao espaço físico em geral usado para aulas de Educação Física.
No site do INEP, em Resumos Técnicos do Censo Escolar de 2010 mostra-se
que existem 7.177.019 alunos matriculados na rede estadual de ensino médio
(regular) no Brasil. Nesse mesmo resumo há um ponto que trata da infraestrutura
escolar que revela que do total de escolas brasileiras de Ensino Médio, são19. 618
escolas com quadras. E afirma ainda que:
A infraestrutura disponível nas escolas tem importância fundamental no processo de aprendizagem. É recomendável que uma escola mantenha padrões de infraestrutura necessários para oferecer ao aluno instrumentos que facilitem seu aprendizado, melhorem seu rendimento e tornem o ambiente escolar um local agradável, oferecendo, dessa forma, mais um estímulo para sua permanência na escola. (RESUMO TÉCNICO - CENSO Escolar, 2010, p. 33)
De acordo com os dados fornecidos pela Diretoria Regional de Educação
(DIREC 3), existem no município de Alagoinhas sete (07) unidades escolares de
Ensino Médio (regular), sendo que seis (06) encontram-se localizadas no perímetro
urbano do município e uma (01) na zona rural, localizada no Distrito de Riacho da
Guia. As escolas da zona urbana possuem quadra poliesportiva, já a do Distrito
funciona em um prédio alugado e não possui uma área específica para outras
práticas. Todavia, não há nesses informes indicações sobre o estado de
manutenção dessas quadras e sobre a existência de outros espaços para as aulas
de Educação Física. Isto, pelo menos, não permite o total esquecimento dessa área.
Isto porque para Matos (2005, p. 71) “uma escola sem quaisquer instalações
esportivas pode contribuir para criar no imaginário do aluno um esquecimento e/ou
desvalorização da Educação Física dentro da escola, como se não fizesse falta para
sua formação”. Não se pode, então, dizer isto da realidade de Alagoinhas.
O fato é que as atividades corporais a serem experimentadas nas aulas de
Educação Física implica a necessidade de planejamento e do espaço específico
para essa atividade. Há ambientes em que o mínimo de ruído interfere a aula de
outro, ou seja, a sala vizinha. Várias atividades, como a luta, a dança podem ser
acomodadas numa sala de aula propriamente dita, mas a atividade não deve ser
limitada pela presença de carteiras (que, nesse caso, viram empecilhos para a
vivência corporal) ou porque a atividade fará barulho e atrapalhará a aula do outro
professor. Ou seja, os planejamentos, planos de aula adaptados não devem
suplantar a necessidade dos espaços específicos para cada atividade proposta.
3 A ESTRUTURA FÍSICA DAS ESCOLAS NO BRASIL
Para conhecer a tipologia das estruturas físicas das escolas no Brasil, é
necessário pesquisar e estudar alguns fatos históricos que estão ligados diretamente
com a política, os governos e aos movimentos sociais, principalmente os do século
XIX e XX. Silva e Damazio (2008, p. 8), em seu artigo “O Ensino da Educação Física
e o Espaço Físico em Questão”, afirmam:
No Brasil, a preocupação com a construção de um lugar específico para funcionar como escola teve como marco histórico o advento da República. A partir deste período, um novo modelo de prédio escolar foi implantado em diferentes cantos do país.
Segundo as autoras, com implantação de grupos escolares, os prédios
construídos no início do século XX não concebiam nos projetos arquitetônicos um
espaço específico para as atividades físicas. Isto era contraditório com a perspectiva
higienista que, nesse momento, defendia a prática de atividade corporal como forma
de educar moralmente.
Em seu artigo sobre o Projeto Arquitetônico escolar, Carvalho,(2011, s. p.) faz
uma análise sobre o aspecto físico da escola a partir o Brasil Colônia, onde já havia
uma preocupação com esses espaços, porém, a autora afirma que:
Os locais de ensino possuíam maneira sistemática de transmissão de conhecimento, acontecendo em paróquias, salas fechadas, em moradia de professores ou em lugares cedidos e alugados. Eram espaços com pouco conforto, com ausência de iluminação e com circulação de ar reduzida, demonstrando ainda a necessidade de melhorias e atenção a locais de ensino.
Então, verifica-se que a questão sobre o “espaço” e sobre a “infraestrutura”,
não é um problema novo ou atual. Também não houve uma preocupação com a
arquitetura para acessibilidade, entendendo queesse não era na época um tema
relevante.Porém, havia uma preocupação com os custos para a construção desses
espaços, a arquitetura de cada época preocupava-se com as demandas pertinentes
àquele momento, onde as políticas públicas não contemplavam as camadas sociais
de forma igual.A economia para construção viabilizava projetos simples como Buffa
e Pinto, 2002 (apud CARVALHO, 2011, p. 227)afirmam ao citar: “Os projetos, que
prezavam pela simplicidade, possuíam plantas compostas por corredores longos
que moldavam o edifício através de salas em ambos os lados com o intuito de se
agregar à facilidade construtiva a economia financeira.
Dentre fatos importantes, é imprescindível citar neste trabalho o projeto
desenvolvido por Anísio Teixeira (1900-1971), que nos anos de 1031-1935,
preocupou-se em planejar e construir escolas com instalações adequadas ao
“trabalho educativo”. Este, segundo Dórea (2000), foi um projeto que teve como
proposta pedagógica um modelo que Teixeira chamou de “Escola Parque”: uma
escola pública de educação integral. Havia uma preocupação não só com a
qualidade da educação propriamente dita, mas também com os espaços e a
infraestrutura dos ambientes escolares.
Nessa época foram feitos levantamentos e estudos no Rio de Janeiro, que na
época era a capital do Brasil. Esse tipo pesquisa era chamada de “inquérito” e tinha
como finalidade a obtenção de um diagnóstico dos prédios escolares e a conclusão
segundo a pesquisa de Dórea (2000) foi:
Dos 79 prédios municipais existentes em 1932, apenas 12 deveriam ser conservados; 32 adaptados, reformados, ampliados ou totalmente reconstruídos, e 35 condenados, podendo ser utilizados para qualquer outra coisa, menos para escolas (Teixeira, 1935 apud Dórea, 2000, p. 151-160).
Dórea (2000) ainda ratifica que Anísio Teixeira tinha clareza de que era
necessário prover um orçamento específico para investimento na construção e
manutenção dos prédios escolares.
Nota-se, assim, que o financiamento das escolas públicas era um problema a
ser resolvido, pois, bloqueava os planos de Teixeira; e que os recursos não eram
suficientes para a implementação ou construção das unidades que fossem
suficientes para a população “menos favorecida economicamente”, naquela época.
Dórea (2000, p. 151-160) assim ratifica:
Para Anísio Teixeira (1932), o mal do brasileiro era a falta de escolas, mas era também a própria escola existente. Considerava que mais grave do que a negligência em abrir escolas, era julgar que o programa escolar se limitasse à simples "alfabetização". Para ele, a escola deveria ensinar a criança a "viver melhor", proporcionando padrões mais razoáveis de vida familiar e social, promovendo o progresso individual e criando hábitos de leitura, estudo e meditação.
Advindos das ideias de Anísio Teixeira, os projetos arquitetônicos das escolas
contemplavam também, além das salas de aulas, outros espaços para as diversas
atividades pedagógicas, além das ações sanitárias desenvolvidas nas escolas.
Na Bahia, esse projeto foi viabilizado nos anos 1940 e 1950. Inclusive, no
município de Alagoinhas ainda existe um desses prédios, que foi concebido e
construído nos moldes das ideias de Anísio Teixeira, onde hoje funciona o Colégio
Estadual Brazilino Viegas, localizado a Rua Marechal Bittencourt, n. 182, no centro
da cidade, que segundo informações colhidas de ex-alunos, possuía gabinete
médico-odontológico.
A preocupação com o processo ensino-aprendizagem nas escolas naquela
época também estava atrelada aos espaços que eram destinados à recreação e ao
esporte. Fato esse que se encontra referido no artigo de Oliveira e Chaves
Junior(2009), que descrevem o modelo escolar do ensino “secundário” paranaense
nos finais dos anos 1930 e início dos anos 1950. Os autores referem o ensino da
Educação Física a partir também de um padrão espacial. Portanto, afirmam:
A precariedade de espaço fazia com que as professoras tivessem que improvisar, dando as aulas no interior da própria escola, no espaço restrito das salas de aula. Embora os relatórios de Educação Física do GP da década de 1940 apontassem para a existência de locais específicos para a prática da educação física feminina, parece que esses não eram utilizados de forma sistemática. (OLIVEIRA; CHAVES JUNIOR, 2009, p. 39-56).
Segundo Silva e Damazio (2008), não se deve ter a ideia de que a eficiência
das aulas de Educação Física, ou de todo o trabalho pedagógico deva-se somente
ao ideal de condições materiais desejadas. Para eles, é também importante
transformar os fatores desfavoráveis, em possibilidades para renovação ou
reordenamento de todo ou qualquer trabalho docente. Claro que, já que todo espaço
interfere de forma direta e indireta às ações dos indivíduos, deve-se considerar que
condições higiênicas e estruturais insatisfatórias inviabilizam a eficiência das aulas,
sendo essa questão pertinente não só à Educação Física.
O Governo Federal, no dia 22 de julho deste ano, liberou R$ 22 milhões de
Reais para serem aplicados na construção de creches e quadras esportivas, sendo
que R$ 14 milhões de Reais foram destinados à construção de unidades de
educação infantil em 44 municípios de 16 estados e R$8 milhões de Reais para a
construção de quadras esportivas cobertas em 44 municípios de 18 estados do
Brasil.
Com a Educação Física, historicamente, tem havido uma luta em que as
escolas possuem quadras e esses espaços pré-determinam as atividades a serem
aí desenvolvidas, mas, muitas vezes, nem mesmo esses espaços encontram-se em
condições adequadas de uso. Então, é preciso louvar a iniciativa de construção de
quadras cobertas, mas também desconfiar da perspectiva por trás dessa ação, pois
corre-se o risco de haver uma intenção em transformar a Educação Física escolar
num celeiro de atletas, já que o país sediará as Olimpíadas em 2016.
A falta de condições infraestruturais também se dá com os outros espaços
escolares que poderiam ser usados para realização de diversas atividades nas aulas
de Educação Física. Ou seja, parte o processo de ensino-aprendizagem fica
comprometido, também, pela inadequação estrutural que somente a construção de
quadra não resolve.
4 METODOLOGIA
Segundo Marconi e Lakatos (2002), a pesquisa social é um processo que
utiliza metodologia científica, por meio da qual se pode obter novos conhecimentos
no campo da realidade social. Pautada nas afirmações de Gil (2002), esta pesquisa
caracteriza-se como qualitativa do tipo exploratória, embora apresente dados
quantitativos.
Nesse caso, o foco foi a pesquisa do tipo exploratória, que se caracteriza por
ser um procedimento metodológico que utiliza perguntas diretas, racionais, ou seja,
baseadas em conhecimentos científicos; desde que esse “universo” não negue a
realidade de forma que se possa desenvolver condições adequadas para o bom
desenvolvimento do trabalho. Como instrumento de coleta de dados os seguintes
procedimentos: a observação assistemática, que conforme Marconi e Lakatos (2002,
p. 87):
A técnica da observação não estruturada ou assistemática, também denominada espontânea, informal, ordinária, simples, livre, ocasional e acidental, consiste em recolher e registar os fatos da realidade sem que o pesquisador utilize meios técnicos especiais ou precise fazer perguntas diretas.
A outra forma de coleta de dados foi o questionário com perguntas fechadas e
abertas, que segundo Marconi e Lakatos (2007, p. 61): “O questionário deve ser
limitado em extensão e finalidade”. Assim, a coleta de informações através de
perguntas diretas, traz dados que devem compor as justificativas necessárias para
responder a finalidade e os objetivos desta pesquisa.
A coleta dos dados foi realizada em três escolas estaduais do ensino médio
no município de Alagoinhas-BA, em seu perímetro urbano. O município está situado
há mais ou menos 108 quilômetros da capital Salvador. Segundo dados do Instituto
de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), o este município possui 141.949 habitantes.
A primeira etapa da pesquisa de campo se deu a partir do contato com
funcionários da Diretoria Regional de Educação (DIREC 3), localizada neste
município, onde solicitei da sua Diretora, permissão e livre acesso às escolas
estaduais de ensino médio, ratificando que apenas serão visitadas três escolas
inicialmente. As 3 escolas foram selecionadas pela acessibilidade autorizada e pelo
tempo disponível para conclusão da pesquisa.
A análise dos dados constará das conclusões da pesquisa de campo, da qual
as observações e o questionário aplicado deverão mostrar pontos relevantes ao
tema da pesquisa; buscando extrair de forma organizada, seguindo os preceitos de
neutralidade, para posteriormente fazer análise comparativa com as informações
que este estudo traz.
4.1 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E DADOS DAS ESCOLAS PESQUISADAS
Serão elencados apenas os dados de duas escolas, pois, a professora da
terceira escola, responsável pelo questionário não respondeu e nem aplicou os
mesmos em tempo hábil para finalização desse trabalho. As duas escolas serão
denominadas nesse trabalho de escola A, escola B e a terceira de escola C.
As visitas às escolas foram feitas no período da manhã, em primeiro lugar,
devido a disponibilidade da pesquisadora e em segundo lugar por indicação de um
dos funcionários da DIREC 3. A ordem de visita esta diretamente ligada a ordem
alfabética; ou seja, a primeira escola visitada foi a escola A, a segunda a escola B e
a terceira escola C.
A seguir será descrita as principais características de cada escola, sendo que
as duas encontram-se localizadas numa área central do município.
Escola A:
A escola A, além do ensino médio regular, possui o ensino profissionalizante,
ou seja, além do terceiro ano, possui o quarto. É a maior escola estadual do
município, possui em seu quadro de profissionais quatro professores de Educação
Física, sendo que dois são estagiários, um é profissional efetivo e o outro é
funcionário em Regime Especial de Direito Administrativo (reda).
Em se tratando das condições estruturais, a escola A possui uma quadra
poliesportiva razoável se comparada a outras; porém a mesma não possui
cobertura. Observando a professora num dia de aula na quadra, percebi que o
material, ou seja, o recurso utilizado foi a bola de futsal. Os alunos não estavam
vestidos com roupas “adequadas” para esse tipo de aula.
Escola B:
Essa escola, está localizada em um outro bairro, mas, segundo informações
da DIREC 3, foi interditada para reforma de toda a sua estrutura física. Assim,
encontra-se funcionando em um shopping que fica localizado mais ao centro do
município.
Em se tratando das condições estruturais, (prédio próprio), a escolaB possui
quadra poliesportiva segundo informações fornecidas pela vice-diretora e por uma
funcionária da DIREC 3; porém não foi possível visitar a escola, porque o prédio está
fechado para a reforma; portanto a pesquisadora não esteve no local para
verificação das condições da mesma.
Quanto ao shopping que abriga toda a escola: corpo docente, corpo discente,
administrativo e materiais de escritório; através da observação “in loco”; nota-se que
foram feitas adaptações das mais diversas para acomodar toda a estrutura da
mesma, que está localizada no primeiro andar do shopping.
O contato com esta escola se deu em duas etapas, ou seja, duas visitas.
Durante a primeira visita fui recebida pela vice-diretora e apresentei o documento de
autorização assinado pela Diretora da DIREC, porém a mesma informou que a
escola possui um professor de Educação Física, que não se encontrava na escola
naquele momento e que talvez não quisesse responder e/ou aplicar os
questionários. Na segunda visita o professor também não estava na escola; mas, fui
conduzida pelo diretor e apresentada a estagiária que se dispôs a responder e
aplicar os questionários.
A estagiária informou que todas as aulas ministradas nesse espaço (dentro da
escola) são teóricas, que variam entre a sala de aula e a sala de vídeo, onde são
assistidos os filmes selecionados pelo professor.
Escola C:
Essa escola em particular chamou bastante a atenção. Ela não possui
professor formado na área, mas as professoras que ministram a disciplina se
mostraram bastante entusiasmadas e revelaram que apesar de não possuir quadra
poliesportiva, as atividades que necessitam de espaços específicos, são realizadas
nos clubes ou outros espaços cedidos para esse fim. Inclusive a professora de
história tem vivências com o esporte e a ginástica (de academia).
Em relação à estrutura física, apesar de ter sofrido várias reformas, a escola
permanece em sua estrutura original, pensada e construída segundo os moldes dos
anos 1930 a 1950. Possui o térreo e o primeiro andar. Fiquei impressionada ao
adentrar a escola e olhar suas paredes e formas e ver que ali está registrada não só
a história da mesma, como também a história do povo alagoinhense.
5 RESULTADO E DISCUSSÃO DOS DADOS
O questionário foi elaborado para ser aplicado aos alunos do ensino médio de
três escolas estaduais; totalizando sete (07) escolas. As mesmas foram escolhidas
aleatoriamente. Os dados foram tabulados e, a partir daqui, trazemos a discussão.
QUADRO 1PESSOA RESPONSÁVEL POR APLICAR O QUESTIONÁRIO
CATEGORIA PROFISSIONAIS FREQUÊNCIA EM
NÚMERO
PESSOA
RESPONSÁVEL POR
RESPONDER O
QUESTIONÁRIO
Diretor 00
Coordenador 00
Professor de EF 01
Professor de Outra Disciplina 01
Estagiário (a)* 01
*Esta categoria não está no questionário, foi acrescida no quadro a fim de não deixar de apresentar os dados da unidade escolar B.
Analisando o quadro acima nota-se que apenas os professores aplicaram o
questionário para os alunos.
QUADRO 2QUESTIONÁRIO RESPONDIDO PELOS ALUNOS
CATEGORIA UNIDADE ESCOLAR FREQUÊNCIA EM
NÚMERO
ALUNOS ESCOLA A 25
ESCOLA B 21
Na escola A os questionários foram aplicados em uma turma de 4º ano de
enfermagem e uma turma do 2º ano; nessa escola há dois professores e dois
estagiários de Educação Física.
Já na escola B, a aplicação do questionário foi feita pela estagiária de
Educação Física e acompanhada por mim. Essa escola possui um professor de
Educação Física.
QUADRO 3A ESCOLA POSSUI QUADRA POLIESPORTIVA
CATEGORIA RESPOSTAS
SIM NÃO
ESCOLA A 25 00
ESCOLA B 01 20
Nesse quadro 03, há uma resposta sim para a escola B; isso se justifica pelo
fato do aluno estar referindo-se ao prédio que está sob reforma em toda sua
estrutura.
QUADRO 4QUANTIDADE DE QUADRA POLIESPORTIVA
CATEGORIA FREQUÊNCIA EM
NÚMERO
ESCOLA A 1
ESCOLA B* 0
*A escola B possui quadra em seu prédio original, que se encontra em reforma.
QUADRO 5EXISTEM OUTROS ESPAÇOS ONDE SÃO REALIZADAS AS AULAS
DE EDUCAÇÃO FÍSICA
CATEGORIA RESPOSTAS EM NÚMERO
SIM NÃO
ESCOLA A 23 02
ESCOLA B 09 12
A maior parte dos alunos da escola A entende que as atividades práticas das
aulas podem acontecer em outros espaços que não seja a sala de aula ou a quadra
da escola; e os alunos da escola B estão muito limitados, pois a escola está
funcionando em outro espaço alugado que precisou ser adaptado, não deixando
outras alternativas e possibilidades para as aulas “práticas”.
QUADRO 6 OUTROS ESPAÇOS ONDE SÃO REALIZADAS AS AULAS DE
EDUCAÇÃO FÍSICA QUE FORAM CITADOS PELOS ALUNOS – ESCOLA A
CATEGORIA LOCAIS CITADOS FREQUÊNCIA EM
NÚMERO
ESCOLA A PÁTIOS 09
PÁTIO DA CANTINA 09
CAIXA DE AREIA 05
ÁREAS DA ESCOLA 03
ESTACIONAMENTO 03
PISTA DE SALTO 02
FUNDOS DO AUDITÓRIO 01
A escola A possui várias alternativas para a execução das aulas, ou seja,
diferentes conteúdos podem ser trabalhados durante as aulas e em qualquer
espaço.
QUADRO 7 OUTROS ESPAÇOS ONDE SÃO REALIZADAS AS AULAS DE
EDUCAÇÃO FÍSICA QUE FORAM CITADOS PELOS ALUNOS – ESCOLA B
CATEGORIA LOCAIS CITADOS FREQUÊNCIA EM
NÚMERO
ESCOLA B SALA DE VÍDEO 07
QUADRA DO PARQUE DA
JAQUEIRA
01
A escola B, por não estar funcionando em seu prédio original está bastante
limitada para a aplicação dos conteúdos que inclui as práticas que necessitem usar
a bola ou até mesmo a necessidade de correr. Como pude acompanhar de perto
aplicação do questionário, observei que a ida para outra quadra aconteceu apenas
uma vez, isto porque a quadra que foi citada no quadro 7 está localizada num bairro
distante do endereço atual da escola.
QUADRO 8* ESPAÇOS MAIS UTILIZADOS PARA AS AULAS DE EDUCAÇÃO
FÍSICA
CATEGORIA LOCAIS CITADOS FREQUÊNCIA EM
NÚMERO
ESCOLA A QUADRA 25
PÁTIO 04
CAIXA DE AREIA 02
SALA DE AULA 03
ESCOLA B SALA DEAULA 13
SALA DE VÍDEO 04
NENHUM 02
*No Quadro 8 cada aluno escreveu mais de um local, portanto a resposta na é proporcional ao número de alunos.
Mais uma vez, ficou evidente que a escola A possui mais possibilidades para
a efetivação de vários conteúdos enquanto que a escola B está em grande
desvantagem devido a atual situação.
QUADRO 09 CONDIÇÕES FÍSICAS E INFRAESTRUTURAIS DA QUADRA –
ESCOLA A
CATEGORIA RESPOSTAS FREQUÊNCIA EM
NÚMERO
ESCOLA A
ÓTIMA 01
BOA 13
REGULAR 11
RUIM 00
PÉSSIMA 00
Apesar de não possuir cobertura, a quadra da escola A aparenta ter
realmente boas condições. Isso foi verificado “in loco”.
QUADRO 10 CONDIÇÕES FÍSICAS E INFRAESTRUTURAIS DA QUADRA –
ESCOLA B
CATEGORIA RESPOSTAS FREQUÊNCIA EM
NÚMERO
ESCOLA B ÓTIMA 00
BOA 00
REGULAR 00
RUIM 00
PÉSSIMA 00
A Escola B não possui quadra, encontra-se funcionando num prédio alugado.
QUADRO 11 NÚMERO DOS RECURSOS DIDÁTICOS ESPORTIVOS – ESCOLA A
CATEGORIA RESPOSTAS FREQUÊNCIA EM
NÚMERO
ESCOLA A SUFICIENTE 11
INSUFICIENTE 13
OUTRO 01
No quadro 11 é notório que mesmo possuindo uma boa quadra, os materiais ainda
são insuficientes para a demanda necessária.
QUADRO 12 NÚMERO DOS RECURSOS DIDÁTICOS ESPORTIVOS – ESCOLA B
CATEGORIA RESPOSTAS FREQUÊNCIA EM
NÚMERO
ESCOLA B SUFICIENTE 00
INSUFICIENTE 17
OUTRO 04
No quadro 12 os alunos responderam a questão mesmo sabendo que só
mudavam de sala para assistirem algum filme.
QUADRO 13 CONDIÇÕES DOS RECURSOS DIDÁTICOS ESPORTIVOS –
ESCOLA A
CATEGORIA RESPOSTAS FREQUÊNCIA EM
NÚMERO
ESCOLA A ÓTIMAS CONDIÇÕES 02
BOAS CONDIÇÕES 09
REGULAR 14
RUIM 00
PÉSSIMAS CONDIÇOES 00
Os recursos utilizados para as atividades práticas encontram-se na escola A de
forma regular, ou seja, são utilizados nas aulas, porém ainda não existe uma
excelência em quantidade e qualidade.
QUADRO 14 CONDIÇÕES DOS RECURSOS DIDÁTICOS ESPORTIVOS –
ESCOLA B
CATEGORIA RESPOSTAS FREQUÊNCIA EM
NÚMERO
ESCOLA B ÓTIMAS CONDIÇÕES 00
BOAS CONDIÇÕES 00
REGULAR 02
RUIM 05
PÉSSIMAS CONDIÇOES 13
Este quadro também não se aplica a escola B pelo mesmo motivo anterior.
QUADRO 15 QUAIS OS MATERIAS MAIS UTILIZADOS NAS AULAS DE
EDUCAÇÃO FÍSICA
CATEGORIA RESPOSTAS FREQUÊNCIA EM
NÚMERO
ESCOLA A BOLA 21
BAMAOLÊ 02
CORDA 02
CONE 01
ESCOLA B DATA SHOW 07
FILMES 01
DAMA 01
*No Quadro 15 cada aluno escreveu mais de um objeto, portanto a resposta não é proporcional ao número de alunos.
Observa-se que a bola é o recurso mais utilizado para as aulas de Educação
Física. Isso talvez devido às antigas raízes que ainda permeiam o universo atual da
disciplina em relação aos seus próprios conceitos e utilização de recursos. Onde a
luta, a dança e outros conteúdos não aparecem ou, se quer, são citados pelos
alunos nessa pesquisa. Então a pergunta é: será que foram apresentados e
trabalhados tais conteúdos e possibilidades durante a vida escolardesses alunos?
QUADRO 16 O QUE É MAIS IMPORTANTE PARA A AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA
– ESCOLA A
CATEGORIA RESPOSTAS
ESCOLA A PARTICIPAÇÃO E INTERAÇÃO ENTRE ALUNOS E
ENTRE ALUNO E PROFESSOR
IR PARA A QUADRA COM OS MATERIAIS
NECESSÁRIOS
O ALONGAMENTO
A PROFESSORA E A TURMA
INTERAÇÃO E DIVERSÃO
É O ALUNO QUERER A AULA
ESTAR EM UM AMBIENTE AMPLO QUE NOS PERMITA
OS MOVIMENTOS NECESSÁRIO PARA A AULA
AULA TEÓRICA, A QUADRA PARA AS AULAS
PRÁTICAS
QUADRA, FARDAMENTO E MATERIAIS
MELHORAR AS CONDIÇÕES FÍSICAS
APREDIZADO SOBRE AS REGRAS E TÉCNICAS DOS
ESPORTES E INTERAÇÃO ENTRE ALUNOS E
PROFESSORES
AULAS PÁTICAS, DINÂMICAS E COLETIVAS.
EXER CÍCIOS FÍSICOS, TREINAMENTOS,
ALONGAMENTOS.
SEGURANÇA E AMBIENTE APROPRIADO PARA
ATIVIDADES ESPORTIVAS E MATERIAIS.
OS EXERCÍCIOS
PROFESSOR PACIENTE E COMPREENSIVO
EXERCÍCIO FISICO
AULAS PRÁTICAS
EXERCÍCIOS FÍSICOS, DEBATES SOBRE JOGOS.
EXERCÍCIOS FÍSICOS E ASSUNTOS DA AULA.
PRATICAR EDUCAÇÃO FÍSICA
UMA QUADRA EM BOM ESTADO E MATERIAIS
ADEQUADOS.
OS EXERCÍCIOS PARA NÃO TER CONTUSÃO.
ORIENTAÇÕES E PRÁTICAS
Este quadro 16, apesar de as respostas estarem bastante diversificadas, não
se omite a necessidade de qualidade não só para as aulas mais também para os
materiais.
QUADRO 17 O QUE É MAIS IMPORTANTE PARA A AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA
– ESCOLA B
CATEGORIA RESPOSTAS
ESCOLA B EXERCÍCIOS E ESPORTE
A DIVERSÃO E O BEM ESTAR E A PROFESSORA
ENTENDER E ENTRAR NO MUNDO DA FISICA
FAZER EXERCÍCIOS E SABER PARA QUE
OS SEMINARIOS E O ENTROSAMENTO DA SALA
AS AULAS PRÁTICAS
TRABALHAR OS ESPORTES E A SAÚDE E LOCAL
ADEQUADO
TODOS OS MATERIAIS DIDÁTICOS
OS MATERIAIS QUE ESTAMOS PRECISANDO
EXERCÍCIO FISICO
QUADRA E MATERIAL ESPORTIVO
A AQUADRA
ATIVIDADE FÍSICA E A QUADRA
MATERIAIS PARA REALIZAÇÃO DO TRABALHO
ESPAÇO ADEQUADO PARA DESENVOLVER
EXERCÍCIO FÍSICO AS TÉCNICAS PRÁTICAS
EXERCÍCIO FÍSICO E MENTAL COM O JOGO DE
XADREZ
TER AULA DIVERSIFICADA COM QUALIDADE
PROFESSORA PACIENTE
UM BOM PROFESSOR
Os elementos presentes nessas respostas remetem-nos novamente a pensar
a prática, os conteúdos e possibilidades que podem ser desenvolvidas diante das
dificuldades da escola B, escola esta em que pude além de ajudar a aplicar o
questionário; ouvi muitas queixas por parte dos educandos que manifestaram
naturalmente sua indignação pela atual situação. Ao mesmo tempo em vi e ouvi que
não aguentavam mais ficar “só na sala de aula”.
Considerando que o espaço físico e a infraestrutura para as aulas de
Educação Física precisam ser adequados para as práticas pertinentes; observa-se
que as escolas não estão suficientemente adequadas para essas demandas. Nas
escolas pesquisadas a que mais se aproximou dos padrões mínimos para as aulas
foi a escola A; porém, a quadra da mesma não possui cobertura e os alunos não
estavam vestidos adequadamente para as atividades que a professora estava
desenvolvendo, inclusive o horário da aula contava com o calor e a iluminancia
excessiva do sol.
O interesse dos alunos também estava comprometido nesse dia, alguns não
demostravam ou queriam participar da aula, porém, a professora buscou através de
diálogos a atenção e participação da maioria. Ainda, segundo informações
fornecidas pela professora da escola A; são utilizados outros espaços como o
auditório, a área perto da cantina para outras atividades, essa informação combina
perfeitamente com as informações dos alunos. Isso denota que o processo de
ensino nessa escola não ficou comprometido.
As condições da quadra estavam boas, pois, a mesma havia sido reformada
(pintada) recentemente e isso foi constatado visualmente “in loco”.
A escola B, apesar de os alunos afirmarem que gostam das aulas de
Educação Física e da professora (estagiária), os mesmos mostram-se muito
decepcionados com o professor e com a estrutura da escola que está funcionando
com um certo nível de precariedade em algumas dependências de um shopping.
Não foi possível presenciar e registrar uma aula sequer na escola B; porém
ficou bem visível que não há o que avaliar em termos de práticas, nem mesmo uma
aula “teórica”; pois o professor não foi encontrado nas visitas feitas. O contato se
deu apenas com a estagiária que era muito solicitada e querida pelos alunos.
Na escola A os materiais como bolas, redes, etc estavam guardados em uma
sala específica; já na escola B não foi identificado sequer os materiais necessários
para as aulas.
Ficou bem evidente que os espaços e a infraestrutura influenciam diretamente
no processo de ensino e aprendizagem dos educandos, ou seja, eles são
necessários para o desenvolvimento da disciplina; a maioria dos alunos dessas
escolas, entendem que a aula de Educação Física não implica apenas a hora de
lazer. A disciplina é um componente que requer o mínimo de condições para sua
eficiência.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante desses dados fica evidente que a todo tempo o processo ensino-
aprendizagem da disciplina Educação Física e seus conteúdos estão distantes
daquilo que para qualquer docente pode ser considerado como ideal, para a
produção do conhecimento, visto que os educandos nesse nível escolar parecem
preocupar-se com a saúde, desconhecendo aparentemente os outros conteúdos e
possibilidades para uma aula diversificada e eficaz.
Vê-se que os espaços também possuem grande relevância para as aulas,
pois a própria disciplina exige materiais e lugares específicos. A inquietude dos
alunos por entenderem muitas vezes que a aula de Educação Física é a “hora da
diversão ou recreação”, motiva-os a querer sair da sala; essa ansiedade justifica-se
bem. Em parte eles têm razão; não existe coisa pior do que uma aula sem
motivação seja qual for a disciplina.
Ficou bem evidente que há ainda uma grande necessidade de repensar não
só os espaços para a aula de Educação Física, mas também de toda a escola. As
aulas precisam ser bem planejadas e também bem executadas.Para isso, repensar
e criar possibilidades também implica em querer estar e trabalhar num lugar seguro.
Ao observar a Escola A, pude verificar “in loco” que as atividades
desenvolvidas estão digamos que, mais de acordo com as necessidades tanto dos
alunos como as necessidades do professor.Porém, ainda assim, precisa-se pensar
nas atividades fora da sala de auladurante o inverno, ou período chuvoso, e no
horário quando o sol está alto; por isso nota-se logo a relevância da necessidade e
importância de cobertura da quadra especialmente para esses momentos.
As condições infraestruturais da escola B estão longe de alcançar um padrão
mínimo de qualidade para as necessidades de qualquer aula, visto que as salas
estão separadas por divisórias improvisadas, não há nenhum espaço específico
para outras atividades que exigem práticas corporais, a deficiência de iluminação e
climatização adequada dificulta não só as aulas de Educação Física, mais também
das outras disciplinas, comprometendo assim todo o processo de ensino-
aprendizagem dos alunos.Contudo, também não seria justo que a escola deixasse
de funcionar. Mas, como uma escola pode chagar a esse ponto?
Como um dos objetivos foi conhecer a infraestrutura dos espaços destinados
às aulas de Educação física, pode-se ver que os espaços são a quadra, mas que
estas se encontram em estado inadequado de conservação. Além disso,
destacamos que há outros espaços que devem ser pensados como possíveis de
realização de atividades de Educação Física.
Sobre objetivo de verificar como são concebidos esses espaços dentro de
uma perspectiva normativa, foi difícil não identificar as não conformidades
observadas dentro e fora das escolas envolvidas, com a qualidade de ensino e das
condições sanitárias desses ambientes. Pois, segundo a Portaria Estadual nº
4.420/90 publicada em 12 de julho de 1990, respaldada pela Lei Federal nº
8.080/1990, considerando o que dizem as mesmas, nota-se que a maioria das
escolas apresentam condições insalubres para funcionar e outras já deveriam ter
sido interditadas, como aqui ficou bem explicito o caso da Escola B, um dos alvos
desta pesquisa.
No que diz respeito ao objetivo de registrar a organização das atividades
propostas nesses espaços, foi possível notar a desmotivação dos estudantes em
função do sol na escola A. Na escola B as práticas corporais são negadas aos
estudantes por falta de espaço. Ou seja, vê-se, mais uma vez, que o espaço físico e
a infraestrutura aí disponível afeta as atividades que são pensadas pelos
professores e a realização das mesmas no decorrer das aulas.
Acredito que este trabalho não finaliza o objeto de estudo desta pesquisa. Ao
contrário, creio que ainda se faz necessário uma busca mais detalhada e intensa de
elementos para realmente mostremum quadro mais detalhado da situação das
escolas e das aulas de Educação Física em função dos aspectos espaciais e
infraestruturais.
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