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Construção II MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
VIDRO
C2LAB
Laboratório de Construção da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto
Prof. Nuno Lacerda Lopes
c2faup@gmail.com
G35
Catarina de Sousa Melo
José Carlos Gomes Campos
Rute Morais Peixoto
Porquê o vidro? Para atingir a transparência que muitas
estruturas requerem. Mas para alem disso, o uso do vidro
produz surpresas invariáveis: o Vidro gera uma enorme
variedade de efeitos inesperados que mesmo os designers
mais experientes só poderão antecipar parte delas. Na minha
visão não é só a transparência, mas a sensação de maravilha
que faz com que arquitectos e engenheiros sejam inspirados a
usar o vidro das mais inconvencionais formas: o efeito de
simulação e ilusão – uma caracteristica de qualidade do vidro
que ultrapassa qualquer tentativa de cálculo e que nenhum
desenho consegue premeditar.
O ponto de vista de Jori Bernardo acerca da
Fundação Cartier em Paris, reflecte este momento ilusionário.
O vidro aparentemente não está presente; interior e exterior
misturam-se sem existir uma barreira entre eles.A arquitectura
passa a ser pano de fundo. Só as imagens alteradas e criadas
sem introduzir o contexto traiem o que fotógrafo captou de
dentro para fora, e aquele velho edifício que parece ser no
quintal, está na realidade do outro lado da rua. Será este efeito
enganoso, simplesmente um imprevisível subproducto ou o
resultado de um cálculo preciso? Devemos continuar a lutar
pela transparência ou concentrar-nos nas qualidades
imprevisíveis?
Tradução feita pelo grupo
Why glass? In order to achieve the transparency that many
structutres require. But futhermore, the use of glass invariably
produces surprises: Glass generates a Great variety of
unexpcted effects, which even the experienced designer will only
partly anticipate. In my view i tis not just the transparency but the
sense of wonder by which architects and engineers are inspired
to use glass in unconventional ways: the effect of concealment
and ilusion- a caractheristic quality of glass which yet evades
any attempt at calculation and which no drawing can convey.
Jordi Bernanardo´s view of the Fondation Cartier in
Paris reflects this illusionary moment. The glass is seemingly not
present; interior and exterior merge whithout a boundary
between them. The architecture has moved into the background.
Only the familiar bird stickers betray that the photographer has
shot the view from the inside to the outside, and that the old
building, which seems to be in the yard, is in reality across the
street. Is this deceptive effect simply an unforeseeable spin-off
or the result of a precise calculation? Should we continue to
strive for transparency- or instead concentrate on the
unpredictable qualities?
MVRDV/Jacob van Rijs
Abstract
Origem do vidro
• Quando: 2000 a.C.
• Onde: Este do Mediterrâneo ou Embocadura do
rio Belus
• Quem: Índios pré- Colombianos ou Fenícios
• Através da acção vulcânica, ter-se-ia produzido
um vidro natural que resultou da combinação
primária de dois componentes a par com a
elevada temperatura da lava: sílica (contida nas
louças artesanais dos índios), e cinza alcalina;
OU
• O vidro foi descoberto pelos comerciantes
Fenícios enquanto estes aqueciam as suas
refeições sobre blocos de salitre
Friso Cronológico
• Século I a. C.:
Técnica do vidro soprado (coroa normanda): consistia em fazer rodar uma bolha de
vidro soprado até se tornar um disco plano com poucos milímetros de espessura.
• Após a queda do Império Romano do Ocidente, houve uma grande retracção do
uso de vidro plano nas regiões de grandes migrações germânicas, enquanto no
Oriente, sob a influência da tradição vidreira do Médio Oriente, Bizâncio manteve
viva a cultura da vidraça nas janelas.
• Durante a Idade Média mantém-se a tradição islâmica dos vidros como ornato nas
grandes metrópoles do Mediterrâneo, mas com vários tipos de corte
• Veneza a vidraça atingiu um ponto alto por volta dos séculos XI-XIII e daí expandiu-
se para a Europa, alcançando reconhecimento em pleno movimento urbano dos
séculos XII-XIV
• Após a descoberta da aplicação dos rolos metálicos no século XVII, em 1904
Fourcault, e em 1905 Colburn, patentearam o processo de fabricação de vidro
laminado, primariamente descoberto no século XVII
Enquadramento Histórico
Enquadramento histórico, Origem e cronologia
Origem: 2000 a.C. Séc. XIV a.C.: produção industrial
fenícia
Séc. I a.C.: vidro soprado e sua aplicação
nos vãos romanos
476 d.C.: Queda do Império Romano do Oriente – aplicação do vidro plano nas
janelas cai em desuso nas regiões
de migrações germânicas
Séc. IX: aplicação dos “olhos de boi” nas igrejas bizantinas e habitações urbanas
Sécs. XI- XII: apogeu da vidraça e
expansão para a Europa
Sécs. XII- XIII: Vitral da catedral
gótica
Séc. XII: fabrico de
folhas de vidro plano alisadas
com rolos metálicos
Séc. XIX: Vidro laminado
Vidro natural (Obsidiana)
Artefacto Romano encontrado na costa Sírio- palestiniana, séculos II-IV (Fonte: Honolulu Academy of Arts
Actuais técnicas de fabrico do vidro soprado
• Nos primórdios da sua existência, o vidro
utilizava-se para responder às necessidades
mais básicas da sobrevivência humana
• Mais tarde os Romanos começaram a aplicá-lo
na fenestração
• Na época medieval, a presença do vitral tornou-
se essencial para a caracterização do espaço
interior das igrejas góticas
• No Renascimento e acima de tudo no Barroco, o
vidro viria a contribuir para a caracterização dos
espaços pomposos, enaltecendo os interiores
ricos e movimentados através dos estudos de luz
e dos cálculos matemáticos
• Já no século XIX, o vidro não só continua a
responder às premissas já referidas, como
também adquire uma forte expressão formal que
simbolizou uma época social : Arquitectura do
ferro
• Adoptando a estética esquelética dos edifícios, é na década de cinquenta que
começam a surgir os arranha- céus, que com as suas fachadas de vidro tintado
começaram a povoar a downtown de todas as cidades americanas e europeias
mais desenvolvidas
• Nesta contemporaneidade, havia uma tendência universalista que suscitou a
moda do “estilo internacional”, cujo elemento construtivo mais significativo era
o muro-cortina acristalado com lâminas de vidro tintado de grandes dimensões
• Este tipo de estética é ainda utilizada por diversos motivos: nas zonas
particularmente frias (Suíça, Islândia...) e nos países escandinavos, há uma
predominância de fachadas envidraçadas e de grandes vãos na fenestração,
para compensar a ausência de calor
• Nestes casos, serão menos frequentes as fachadas de dupla pele, que têm
como objectivo criar uma caixa de ar no seu interior, contribuindo para o
isolamento térmico do edifício
• Nos Estados Unidos continua a recorrer-se muito à utilização das fachadas
envidraçadas por várias razões: muitos dos arranha-céus que integram a
cidade são ainda os que se construíram na década de cinquenta, pelo que a
estética do vidro tornou-se permanente e não efémera. Uma outra razão, é que
os edifícios envidraçados são habitualmente escritórios em que as pessoas
trabalham muitas horas consecutivas, o que exige uma boa iluminação interior
dos espaços. Não obstante, a América do Norte é um país que também recebe
períodos anuais muito friorentos, pelo que as fachadas envidraçadas
compensam positivamente o aproveitamento energético solar
Contexto Cultura
Cultura e Contexto
Nova Iorque vista do céu
Mies van der Rohe,
casa Farnsworth,
Illinois (1946- 1951)
Schmidt, Hammer & Lassen Architects,
International Criminal Court, Holanda (2010)
Mies van der Rohe, Seagram, Nova Iorque (1956-1958)
Norman Foster, Business Promotion Centre,
Duisburg (1988-1992)
Na execução do projecto há que considerar os sistemas de fixação alem da escolha do vidro, pois estes desempenham um papel fundamental para a estética da construção. Existem várias possibilidades, podendo ser rígidos ou flexíveis consoante o destino e uso, entre os quais destacam-se a colagem como o método mais tradicional, através do uso de massa, cola ou silicone, directamente na abertura ou vão, e em caixilhos de madeira ou metálicos. Também podem ser encaixados nos elementos estruturais, fazendo-se uso de vedantes para assegurar a impermeabilização e evitar a vibração do mesmo. Outro método de fixação muito comum, é o agrafado com fixações metálicas pontuais. As arestas expostas devem ser polidos e boleados, em redondo
ou em ângulo. Há também que ter em conta os aspectos técnicos do vidro consoante o usos a que se destina, entre os quais, destaco:
- Revestimento de fachadas podendo ser opaco ou transparente - Portas e janelas exteriores ou interiores - Coberturas e Clarabóias - Guardas (varandas, escadas, chuveiro ou banheira) - Mobiliário - Montras comerciais - Divisórias - Chão e degraus - Pavimentação - Revestimento de paredes interiores - Estufas - Barreiras sonoras - Mobiliário Urbano - Aquários
Modos de Aplicação
Autor: Toyo Ito Membro Honorário do AIA (American Institute of Architects);
Membro Honorário do RIBA (Royal Institute of British Architects)
Comissário da Kumamoto Artpolis
Breve Biografia
1941 Nasceu em Seoul
1965 Graduado pela Universidade de Tokyo, Departmentp de
Arquitectura Trabalhou no Kiyonori Kikutake Architects and Associates
1971 Iniciou a sua actividade profissional sediado em Tóquio, com o atelier
Urban Robot (URBOT)
1979 Mudou o nome do atelier para Toyo Ito & Associates, Architects
Reconhecimentos e Prémios
1986 Architecture Institute of Japan awards for “Silver Hut”
1992 33rd Mainich Art Award for Yatsushiro Municipal Museum
1998 Ministry of Education Award for the Encouragement of Arts for “Dome in
Odate”
1999 Japan Art Academy Prize for “Dome in Odate”
2000 Accorded the Title “Academician” from The International Academy of
Architecture
The Arnold W. Brunner Memorial Prize in Architecture from American Arts
and Letters
2001 Grand Prize of Good Design Award 2001 from Japan Industrial Design
Promotion Organization (JIDPO) for “Sendai Mediatheque”
2002 Golden Lion for Lifetime Achievement of the 8th International
Architecture Exhibition NEXT at the Venice Biennale
2003 Architectural Institute of Japan Prize for “Sendai Mediatheque”
2004 XX ADI Compasso d’Oro Award for “Ripples” (furniture design)
2006 Royal Gold Medal from The Royal Institute of British Architects
(RIBA)
Public Building Award for “Sendai Mediatheque”
2008 ADI Compasso d’Oro Award for the Stand Horm 2005
6th Austrian Frederick Kiesler Prize for Architecture and the Arts
2009 Medalla de Oro from Circulo de Bellas Artes de Madrid
2010 2009 The Asahi Prize
Obra: Mediateca de Sendai • O projecto da Mediateca de Sendai, surgiu em reposta a um concurso realizado em 1995, onde
foi solicitado um novo tipo de construção ou tipologia.
• O programa da competição contemplava quatro programas diferentes:
• uma galeria
• uma biblioteca pública
• um centro de aprendizagem e apoio audiovisual.
• Para além desses programas, haviam seis factores a considerar no projecto:
• 1 Multifuncionalidade;
• 2 Arte (espaço para exibições, workshops e um centro de media);
• 3 Arquivo de dados (um espaço não meramente para procurar livros mas também
informação);
• 4 Operações (unidade e uma compartimentalização reduzida);
• 5 Urbanismo (global e local),
• 6 Propósito do Concurso: Transparência.
• A abordagem de Toyo Ito, foi a de não aplicar uma forma específica de construção a um
programa específico, mas sim construir “um sistema capaz de atender a todas e quaisquer
condições programáticas que possam surgir”.
Localização: Aoba-ku, Sendai, Miyagi,Japan
Período: 1995.4~2000.8
Estrutura: estrutura de aço e betão armado
Escala: 8pisos e 2 caves
Área do Terreno:3,948.72m2
Aera do Edifício:2,933.12m2 Área Total: 21,682.15m2
• O desenho abstracto e simplista de Toyo Ito é efectuado através de 3 elementos arquitectónicos independentes: • Placas (pisos):
• A cada piso foi dado um pé direito específico, com o objectivo de criar uma diferenciação espacial • A cada andar foi dado esquemas de iluminação individuais com diferentes temperaturas cromáticas com o objectivo de desenvolver o
carácter espacial • Várias pessoas estiveram envolvidas no desenho dos diferentes espaços: 1ºpiso e posto de informação, arquitecta Kazuyo Sejima; R/C e
galerias do 4º/5º piso, designer Karim Rashid;Estúdio do 6ºpiso, designer Ross Lovegrove Tubos (colunas) :
• o edifício é composto por 13 tubos verticais independentes; • servem de "transporte vertical e conexões ao núcleo de energia, elevadores, escadarias, passagem de cabos, suprimento de ar e
condutas”. Distribuem luz natural nos pisos mais baixos Pele (fachadas):
• O envelope de vidro do edifício funciona principalmente como uma pele reguladora a nível climático • A tela de vidro duplo ou a pele, não só são desenhadas para responder às diferentes direcções, mas também para alterar a aparência do
edifício ao longo do dia. • Dissolve a barreira ente interior e exterior
LEGENDA
1 Vidro laminado de segurança, 19 mm de vidro temperado
2 Ponto de fixação em aço inoxidável com Ø 125 mm
3 Cilindro em aço inoxidável com Ø 35 mm
4 Tirante em aço inoxidável
5 Vidro laminado de segurança estruturante, 19 mm de vidro
temperado
6 Vidro interno, 10 mm de vidro temperado obscurecido
7 Peça de fixação do vidro em aço inoxidável
8 Placa de aço
9 Chapa de aço com 1,6 mm fixo com ângulo de aço com 2 x
50/50/3.2 mm
10 Grelha em aço galvanizado
11 Ângulo de aço com 110/110/10 mm
12 Tela de rolo vertical
13 Construção da cobertura, Impermeabilizante, 50 mm de
isolamento térmico, 130 mm de betão leve
14 Construção do chão com 400 mm de aço em sanduíche
15 Revestimento resistente ao fogo
16 Aleta de ventilação
17 Cobertura em chapa de alumínio
18 Junta de silicone
19 Conduta de ventilação e aquecimento
20 Tubo de aço Ø 139.8 mm
21 Tubo de aço Ø 114.3 mm
22 Tubo de aço Ø 12 mm
23 Vidro temperado de segurança com 8 mm
24 Viga de aço em I soldada com 160/200 mm
25 Placa de aço de 25 mm
26 Betão leve com acabamento em resina sintética
27 Tecto em folha de aço galvanizado
28 Cabo de condução em aço inoxidável com Ø 34mm
29 Construção de piso oco
30 Chapa de aço
Corte Constructivo
LEGENDA
1 Vidro laminado de segurança, 19 mm de vidro
temperado
2 Ponto de fixação em aço inoxidável com Ø 125
mm
3 Cilindro em aço inoxidável com Ø 35 mm
4 Tirante em aço inoxidável
5 Vidro laminado de segurança estruturante, 19 mm
de vidro temperado
21 Tubo de aço Ø 114.3 mm
23 Vidro temperado de segurança com 8 mm
Corte Constructivo
Pormenores de construção em 3D
•Existem duas grandes categorias de vidros:
Vidros Simples: são constituídos por uma só folha.
Vidros Combinados: podem conter duas ou mais folhas
•A diferença entre estes reside acima de tudo, na resistência e
dureza. Mas também a nível de isolamento térmico, acústico, etc, Por
exemplo:
No vidro duplo, as lâminas são separadas por uma câmara
de ar cuja espessura varia entre 6 a 20mm. Esta câmara é enchida
com ar desidratado, espuma, gazes , gás árgon .Quanto maior for o
espaçamento e a qualidade dos materiais que se usam para o seu
enchimento, melhor é a eficácia do isolamento tanto acústico como
térmico.
• Actualmente existem tecnologias que permitem melhorar o
desempenho energético dos vidros combinados:
SMART GLASS,
EGLASS, SMART ENERGI GLASS OU SWITCHABLE
GLASS
SWITCHABLE SMART GLASS/FILM TECHNOLOGY
TIPOS DE VIDRO: 1) Vidro de Capa : -Magnetrónica -Pirolitica (Auto-limpeza) -Baixa Emissiva -Controle Solar
2) Vidro Curvo: -Temperado -Simples
3) Float: -Incolor -Extra-claro -Colorido na massa 4) Vidro Foscado 5) Vidro Temperado: -Termo-Endurecido -Simples -Serigrafado -Esmaltado -Corta-Fogo
6) Vidro Laminado: -PVB (acrílico) de segurança -PVB translúcido -PVB de cor -Corta-Fogo -Opacificação Comandada -Aquecido 1)Lacado
7) Vidro Esmaltado: - Simples - Aramado - Perfilado - Simples
8) Vidro Tradicional: - Soprado - Estirado
9) Vidro Espelhado: - Espelho - Espelho de Protecção - Foscado a ácido
10) Sistemas de Fachada: - VEC - VEA
11) Azulejo de Vidro 12) Tijolo de Vidro 13) Vidro Especial: Termoformado
Aspectos Técnicos
** Depende da espessura e do outro tipo de vidro utilizado para formar o duplo acristalamento.
• CUSTÓDIO, Jorge, “A Real Fábrica de Vidros de Coina [1719-1747] e o Vidro em Portugal nos séculos XVII e
XVIII – Aspectos Históricos, Tecnológicos, Artísticos e Arqueológicos”, Instituto Português do Património
Arquitectónico, Lisboa, 2002
• NIJSSE, Rob, “Glass in Structures: elements, concepts, designs”, Birkhäuser, 2003
• WIGGINTON, Michael, “Glass in Architecture”, Phaidon, 1996
• Revista “Tectónica – monografias de arquitectura, tecnologia y construcción – Vidrio (I)”, nº 10, ATC
Ediciones, Madrid, 1995
• Revista “DETAIL”-
• WITTE, Roy, “Toyo Ito : Sendai Mediatheque”, Munich: Prestel,2002
• ITO, Toyo, “Escritos”, ed. José Mª Torres Nadal, Murcia: COAAT, 2000
Sites
• www.vidromax.pt
• http://pt.saint-gobain-glass.com
• www.construmatica.com
• http://www.honoluluacademy.org
Bibliografia e outras Referências
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