View
122
Download
6
Category
Preview:
DESCRIPTION
construções
Citation preview
CONSTRUES E
INSTALAES RURAIS
PROF. FREDERICO CSSIO MOREIRA MARTINS
Setor de Ensino a Distncia Barbacena MG
2012
1
Prezado(a) estudante,
Tendo em vista a relevncia das construes e instalaes rurais no dia-dia do
homem do campo, esperamos despertar em voc durante esta disciplina o senso
crtico para o assunto.
Por meio da apresentao dos principais tipos de materiais utilizados, dos
tipos de instalaes e das tcnicas construtivas, desejvel que o Tcnico Agrcola
consiga alm de interpretar as situaes que lhe forem apresentadas, seja capaz de
atuar nas tomadas de decises com significativa consistncia tcnica.
As construes e instalaes rurais assumem grande importncia em qualquer
tipo de planejamento para fomento de atividades agropecurias. Seja na criao de
animais, seja na agricultura em geral, elas esto sempre presentes.
O seu campo de atuao bastante amplo. Se tratando da rea zootcnica, o
aumento da produtividade, se faz por meio de mtodos de racionalizao do sistema
produtivo. Por exemplo, as instalaes para animais, o armazenamento e
beneficiamento da produo, o aproveitamento de subprodutos, e principalmente no
processo de industrializao e comercializao.
Portanto, pelas suas caractersticas prprias, as construes e instalaes rurais
requerem conhecimentos intimamente relacionados com a rea agronmica e
veterinria, os quais, aliados simplicidade e a economia de execuo, iro
proporcionar, dentro da tcnica, o desejvel funcionamento das mesmas.
Bons estudos!
Para refletir...
De que vale o domnio da tcnica de produo se o meio no estiver
condicionado explorao da atividade?
2
Sumrio
1 Materiais utilizados nas construes e instalaes rurais ...................... 4 1.1 Introduo ..................................................................................................... 4 1.2 Agregados ...................................................................................................... 5
1.2.1 Classificao dos agregados: ................................................................... 5 1.3 Aglomerantes ................................................................................................ 6
1.3.1 Cal ........................................................................................................... 6 1.3.2 Gesso ....................................................................................................... 7 1.3.3 Cimento Portland ..................................................................................... 7 1.3.4 Argamassas .............................................................................................. 8
1.4 Produtos cermicos .................................................................................... 11 1.5 Blocos de concreto ...................................................................................... 12 1.6 Materiais de fibrocimento .......................................................................... 12 1.7 Madeira ....................................................................................................... 13 1.8 Produtos siderrgicos ................................................................................. 13 1.9 Materiais para pintura ............................................................................... 14 1.10 Materiais plsticos ...................................................................................... 15
2 Tcnicas de construo civil aplicadas na construo rural ................ 15 2.1 Introduo ................................................................................................... 15 2.2 Definio das fases de construo ............................................................. 15
2.2.1 Detalhamento das fases ......................................................................... 16 2.2.2 O projeto ................................................................................................ 17
3 Projeto arquitetnico de instalaes rurais ........................................... 17 3.1 Introduo ................................................................................................... 17 3.2 Desenhos que compe um projeto arquitetnico ..................................... 18
3.2.1 Planta baixa ........................................................................................... 18 3.2.2 Cortes verticais ...................................................................................... 19 3.2.3 Fachadas ................................................................................................ 20 3.2.4 Diagramas de cobertura ......................................................................... 21 3.2.5 Plantas de situao ................................................................................. 23
4 Construes e instalaes rurais Unidades armazenadoras ............. 24 4.1 Introduo ................................................................................................... 24 4.2 Unidades armazenadoras ........................................................................... 24
4.2.1 Silos ....................................................................................................... 24 4.2.2 Armazns Graneleiros e Galpes ....................................................... 29 4.2.3 Reservatrios ......................................................................................... 32
5 Ambincia em instalaes rurais ............................................................ 36 5.1 Introduo ................................................................................................... 36 5.2 Fatores ambientais ..................................................................................... 37
5.2.1 Abrigos .................................................................................................. 37 5.2.2 Troca de Ar ............................................................................................ 38
5.3 Modificaes Climticas ............................................................................ 38 5.4 Princpios bsicos de controle do meio ..................................................... 38 5.5 Parmetros avaliados nos ambientes de produo animal ..................... 39
5.5.1 Calor e Perdas por Evaporao .............................................................. 39 5.5.2 Umidade ................................................................................................ 39
3
5.6 Perdas no evaporativas ............................................................................ 39 5.6.1 Conduo ............................................................................................... 39 5.6.2 Conveco ............................................................................................. 39 5.6.3 Radiao ................................................................................................ 40
5.7 Objetivo de um projeto para ambincia animal ...................................... 40 5.8 Edificaes agrcolas .................................................................................. 40
5.8.1 Concepo arquitetnica de edificaes e o conforto trmico .............. 41 5.8.2 Estratgias construtivas para modificar o ambiente das edificaes ..... 41 5.8.3 Localizao ............................................................................................ 42
5.9 Proteo contra a insolao ....................................................................... 43 5.9.1 Tipos de cobertura ................................................................................. 43 5.9.2 Associao de materiais ou tcnicas s coberturas convencionais ........ 43 5.9.3 Inclinao do telhado ............................................................................. 44 5.9.4 O emprego dos lanternins ...................................................................... 44
5.10 Influncias da vizinhana - paisagismo circundante ............................... 44 5.10.1 Renques de vegetao - quebra-ventos ............................................... 44 5.10.2 Ventilao natural ............................................................................... 45
6 Construes e instalaes rurais Unidades de produo .................. 46 6.1 Instalaes para avicultura ........................................................................ 46
6.1.1 Dicas importantes .................................................................................. 52 6.2 Instalaes para suinocultura .................................................................... 52 6.3 Instalaes para pecuria de corte ............................................................ 56
6.3.1 Construo do curral .............................................................................. 57 6.3.2 Principais componentes ......................................................................... 59 6.3.3 Instalaes complementares .................................................................. 60 6.3.4 Dicas importantes .................................................................................. 62
6.4 Instalaes para pecuria de leite ............................................................. 62 6.4.1 Benfeitorias necessrias ......................................................................... 64 6.4.2 Construo dos estbulos. ..................................................................... 67 6.4.3 Galpes de estabulao livre ................................................................. 68
7 Consideraes finais ................................................................................ 68 8 Referncias bibliogrficas ....................................................................... 69
4
1 Materiais utilizados nas construes e instalaes rurais
1.1 Introduo Os materiais de construo podem ser simples ou compostos, obtidos
diretamente da natureza ou resultado de trabalho industrial.
Figura 1 - Materiais de construo simples e compostos
O conhecimento desses materiais que permite a escolha dos mais adequados
cada situao. Portanto, o uso correto depende em grande parte da solidez, da
durabilidade, do custo e da beleza, ou seja, do acabamento das obras.
As condies econmicas de um material de construo dizem respeito
facilidade de aquisio e emprego do material. A facilidade de aquisio est
relacionada forma de obteno e transporte, e o emprego do material sua
manipulao e conservao.
Requisitos de higiene so muito importantes pois visam a sade e ao bem-
estar do usurio da construo. Observa- se sobre este ngulo, o poder isolante de
calor e do som, o poder impermeabilizante e a ausncia de emanaes de elementos
prejudiciais.
O fator esttico observado quanto ao aspecto do material colocado, de cujo
emprego simples ou combinado, se pode tirar partido para a beleza da obra.
Figura 2 - Utilizao de materiais especficos com a finalidade higincia e
esttica.
5
Para os materiais de construo serem considerados adequados, devem ser
considerados:
sua resistncia - o material deve suportar esforos a que ser submetido;
sua trabalhabilidade refere-se a adaptabilidade e aplicabilidade do material,
que em funo de suas caractersticas fsicas pode ou no ser trabalhvel em
condies prticas;
sua durabilidade - resistncia que o material oferece ao dos agentes,
atmosfricos, biolgicos e qumicos;
sua higiene e sade material no deve causar danos sade do trabalhador nem
do usurio da obra;
deve ser econmico respeitadas as consideraes tcnicas, deve ser adequado
do ponto de vista econmico.
1.2 Agregados Os agregados so materiais rochosos na forma granular, sem forma e volume
definido, de atividade qumica praticamente nula (inerte). Estes possuem dimenses e
propriedades adequadas para o uso na construo civil. Exemplos: Brita, seixo rolado,
areia e p de pedra.
Figura 3 - Brita, seixo rolado, areia e p de pedra.
1.2.1 Classificao dos agregados:
Quanto origem
So denominados naturais aqueles que so extrados da natureza na forma de
fragmentos como areia e pedregulho. Os artificiais so os materiais que passam por
processos de fragmentao, como pedra e areia britada.
Quanto ao tamanho dos fragmentos
Agregado mido (dimetro mximo igual ou inferior a 4,8 mm) => areia, p
de pedra.
6
Agregado grado (dimetro mnimo superior a 4,8 mm) => Brita, seixo rolado
Utilizao dos materiais:
Agregados midos Areia => grossa concretos
Areia => mdia argamassas de assentamento e revestimento
Areia => fina argamassa de acabamento
Agregados grados Britas: Provm da desagregao de rochas granticas ou calcreas. Utilizada
em concretos, lastros em estradas, etc. Observar que quando utilizada em concreto
armado, no pode exceder a 1/3 da pea a concretar.
Seixo rolado: Provm de leitos de rios e deve ser lavado para ser utilizado.
Utilizado em concreto, porm com resistncia menor que o feito com brita.
1.3 Aglomerantes Os aglomerantes so os produtos ativos empregados para a confeco de
argamassas e concretos. Os principais so: cimento, cal e gesso.
Apresentam- se sob a forma de p e, quando misturados com gua formam pastas
que endurecem pela secagem e como consequncia de reaes qumicas. Com o
processo de secagem os aglomerantes aderem-se nas superfcies com as quais foram
postos em contato.
CAL CIMENTO GESSO
1.3.1 Cal Obtida por meio da calcinao de rochas calcreas, sua pega ocorre na
presena do ar. A Cal utilizada em construes pode ser classificada como cal
hidratada e cal hidrulica.
7
a) Cal hidratada sua pega se faz ao ar ao contrrio da hidrulica que exige o
contato com a gua. No tem aplicao direta nas construes. Caso venha a
utiliz-la deve-se hidrat-la no mnimo 48 hrs antes. tambm utilizada em
pinturas ou nas argamassas na presena ou no de cimento para rejuntar.
b) Cal hidrulica Contm maior porcentagem de argila que a hidratada. Solidifica
pela ao da gua na ausncia de ar. usada na fabricao de ladrilhos, alicerces,
vedaes. Tem pouco uso nas construes rurais.
A Cal bastante utilizada em argamassas, pois reduz a permeabilidade,
aumenta a plasticidade e aumenta a trabalhabilidade.
1.3.2 Gesso Utilizado em acabamentos, e devido ao fato de absorver lentamente a umidade
do ar, perdendo sua consistncia, tem pouca importncia em construes rurais.
1.3.3 Cimento Portland Composto por calcrio, argila, gesso e outras adies, sendo constitudo por
diversos xidos. (CaO, Fe2O3, SiO2, Al2O3). Difere da Cal hidratada por ter maior
porcentagem de argila e a pega de seus produtos ocorre mais rapidamente e tem maior
resistncia a esforos mecnicos.
PEGA
Em resumo o cimento obtido pela mistura do clnquer (cimento numa fase
bsica de fabrico) modo com gesso e outras adies.
1.3.3.1 Classificao dos cimentos:
Em funo de sua composio:
Cimento portland comum (CP I)
Cimento portland composto (CPII-F, CP II-E, CP II-Z)
Cimento portland de alto-forno (CP III)
Cimento portland pozolnico (CP IV)
Processo fsico- qumico de solidificao do cimento.
8
Em menor escala podem ser encontrados:
Cimentos Portland de alta resistncia inicial (CP V-ARI)
Cimentos Portland de baixo calor de hidratao
Cimentos Portland branco
ATENO...
1.3.4 Argamassas As argamassas so pastas de aglomerante e gua, as quais se incorpora um
material inerte, como a areia ou saibro. Devem ser resistentes aos esforos, cargas e
choques e tambm aos agentes atmosfricos e ao desgaste.
O que um trao?
Trao Expressa a dosagem dos elementos que compem as argamassas e
concretos. O trao normalmente expresso em volume. Ex. 1:3, sendo a primeira
parte o aglomerante e a outra o material inerte. Em geral maior concentrao do
aglomerante maior a resistncia da argamassa.
interessante ressaltar que a gua utilizada na preparao deve ser isenta de
sais e material orgnico. A gua portanto, confere a consistncia das argamassas.
Qual a finalidade da argamassa?
Finalidade So utilizadas em assentamentos e em revestimentos.
As argamassas devem satisfazer as seguintes condies, dependendo de sua
finalidade: resistncia mecnica; compacidade (relativo ao grau de compactao);
impermeabilidade; constncia de volume; aderncia e durabilidade.
Os aglomerantes podem ser simples (um aglomerante) ou mistos (mais de um
aglomerante).
Esses tipos de cimentos so normalmente utilizados em
argamassas e concretos!
9
Como exemplo
Conretos!
O que um concreto?
So pastas de cimento e gua, s quais se incorpora a areia e pedra (ou
pedregulho).
Propriedades:
Pesos especfico: 2.200 a 2.600 kgf.cm-3;
Porosidade: depende das relaes gua/cimento e cimento/agregado;
Dilatao: 0,01mm.oC-1.m-1;
Resistncia: nos concretos, o mais importante a resistncia
compresso.
1.3.4.1 Tecnologia dos concretos
A aplicao do concreto deve ser rpida para que o concreto no perca sua
trabalhabilidade nem a homogeneidade.
Algumas definies:
a) Lanamento
a colocao do concreto nas frmas ou local de aplicao.
b) Adensamento
Compreende a compactao do concreto, buscando a eliminao do ar. Facilita
o arranjo interno dos agregados e melhora o contato do concreto com as frmas e
ferragens. Essa etapa pode ser feita de forma manual ou mecnica.
10
c) Cura
o conjunto de medidas que tem por objetivo evitar a evaporao da gua
utilizada na mistura do concreto e que dever reagir com o cimento, hidratando- o. Os
mtodos de cura so: asperso, submerso, recobrimento, conservao das formas,
entre outros.
ATENO...
d) Desforma
a retirada das frmas de concreto, devendo ser planejada para que evite o
aparecimento de tenses diferentes das que foro projetadas para suportar as peas
concretadas. Portanto, os prazos pr- definidos devem ser respeitados.
1.3.4.2 Tipos de concreto
O que um concreto de cascalho tipo ciclpico?
um concreto utilizado em obras de pouca importncia e sujeita a pequenas
cargas como terreiros de caf, currais, etc.
Se caracteriza por ser um cascalho misturado areia em propores variadas e
a porcentagem tambm variada de terra.
a) Concreto ciclpico
produto do concreto simples ao qual se incorpora pedras de mo, dispostas
regularmente em camadas de modo a serem envolvidas pela massa. Ex. 1:4:8 com
40%. de pedra de mo.
b) Concreto armado
a unio de concreto simples s armaduras de ao. Sabe-se que o concreto
simples resiste bem aos esforos de compresso e muito pouco aos demais esforos.
Portanto, elementos estruturais so solicitados por outros esforos (trao, flexo,
compresso e cisalhamento).
O processo de cura requer uma proteo nos 7 primeiros dias
visto que o concreto ainda no se encontra com sua resistncia total.
11
1.4 Produtos cermicos Os produtos cermicos so produtos obtidos pela moldagem, secagem e
cozedura de argila ou misturas que a contenham. Esses produtos podem ser
classificados em materiais de cermica vermelha, materiais de loua e materiais
refratrios.
Alguns tipos de produtos cermicos:
a) Pedras artificiais
Tijolo comum => maio: utilizado em partes estruturais e vedao de construes.
=> furado: utilizado em vedaes, como paredes em geral.
Tijolo refratrio=> utilizado em fornos, chamins, etc. Com o objetivo de suportar
altas temperaturas sem perder suas caractersiticas fsico- qumicas.
Figura 4 - Tijolos maios e furados.
b) Telhas
Telhas Planas, curvas, canal e colonial
c) Ladrilhos
Azulejos: so feitos com faiana (argila branca), recebendo tratamento com
substncias a base de silicatos e xidos que se vitrificam ao forno. O que torna sua
face brilhante e impermevel, e as superfcies por eles revestidas lavveis.
12
Ladrilhos cermicos: utilizados como revestimento de pisos lavveis. Os
acabamentos da superfcie variam entre o normal (cermico), vitrificado e esmaltado.
Figura 5 - Azulejos e ladrilhos cermicos.
1.5 Blocos de concreto Os blocos de concreto so pedras artificiais feitas a partir de mistura de
cimento com pedriscos ou p de pedra peneirado, usadas em alvenaria comum ou
estrutural. Sua fabricao parte da moldagem at a cura.
1.6 Materiais de fibrocimento Os materiais de fibrocimento so obtidos a partir de uma mistura ntima de
cimento (90%) e fibras de amianto crisotila (10%).
Produtos que normalmente encontramos nas construes so alguns tipos de
tubos, reservatrios dgua e coberturas.
Esse tipo de material apresenta a vantagem de no ser combustvel, no
apodrecer e ser leve. Porm, a inalao de partculas oriundas do corte ou
fragmentao do amianto causam srios problemas de sade
13
Figure 6 Produtos de fibrocimento.
1.7 Madeira A madeira um material de largo emprego e grande importncia nas
construes rurais. considerado o material de construo mais antigo (palafitas). A
madeira de fcil obteno e adaptao.
Vantagens do uso da madeira:
Baixo peso prpio e grande
resistncia mecnica;
Grande capacidade de
absorver choques;
Bom isolante trmico e
acstico;
Apresenta grande variedade
de padres;
Facilidade de ser trabalhada;
Suas reservas so renovveis.
Desvantagens do uso da madeira:
Material heterogneo;
Formas limitadas = alongadas
e de seo transversal
reduzida;
Deteriorao fcil = apodrece
fci
Combustvel;
Variaes volumtricas em
funo da umidade =
temperatura mais alta a
madeira dilata e mais baixa
contrai!
1.8 Produtos siderrgicos Os produtos siderrgicos so obtidos por meio da reduo do minrio de ferro
metal, em fornos a altas temperaturas, Em funo dos diferentes processos, obtm-
se: ferro forjado, ferro fundido e ao.
Estas so algumas das aplicaes: Ao inox, folhas de flandres (folhas de ao),
tubos, ferros redondos para concreto armado, dobradias, etc.
14
Figura 7 - Exemplos de folhas de flandres.
Aplicaes especficas dos metais em construes e instalaes rurais:
a) Alumnio
Ex: fios, esquadrias, etc.
b) Cobre
Ex: fios, tubos, etc.
c) Zinco
Ex: em tubos e telhas galvanizadas, etc.
d) Vidros
Ex: vedao de salas e ambientes, acabamento, etc.
1.9 Materiais para pintura A forma mais comum de combater a deteriorao dos materiais de construo
proteger as superfcies com uma pelcula resistente que impede a ao dos agentes
de destruio ou corroso. Essa pelcula pode ser tintas, vernizes, lacas ou esmalte.
Algumas definies:
a) Tinta
a disperso de um ou mais pigmentos em um veculo que quando aplicada
em uma camada adequada forma um filme opaco e aderente no substrato; portanto e
uma composio lquida pigmentada que se converte em pelcula slida quando
aplicada.
b) Vernizes
Os vernizes so solues de gomas ou resinas, naturais ou sintticas, em um
veculo (leo secativo, solvente voltil). Ou melhor, so solues que so convertidas
em uma pelcula til transparente ou translcida. Podem ser a base de leo ou base
de solventes.
c) Lacas
As lacas so compostas de um produto inerte voltil, uma resina sinttica, um
plastificante, cargas e, ocasionalmente um corante.
15
d) Esmalte
Os esmaltes so obtidos adicionando-se pigmentos aos vernizes ou s lacas,
resultando da uma verdadeira tinta caracterizada pela capacidade de formar um filme
excepcionalmente liso.
1.10 Materiais plsticos Nas construes e instalaes rurais os plsticos so bastante utilizados. um
produto derivado do petrleo e tem com principais aplicaes os tubos para gua,
esgoto, a fiao eltrica, os reservatrios de gua, no acabamento, etc.
2 Tcnicas de construo civil aplicadas na construo rural
2.1 Introduo O princpio que deve nortear qualquer construo, grande ou pequena o de
fazer uma obra praticamente perfeita, no menor tempo possvel e ao menor custo,
aproveitando o mximo rendimento das ferramentas e da mo-de-obra. Este
considerado o princpio fundamental das construes.
Logicamente muito difcil, seno impossvel, fazer- se a obra perfeita, mas
deve-se procurar, por todos os meios, aproximar-se desta situao. Para que isto seja
possvel torna-se necessrio, acentuada ateno em todas as fases de construo. Estas
fases so trabalhos preliminares, de execuo e de acabamento.
2.2 Definio das fases de construo
a) Trabalhos preliminares
So os trabalhos iniciais que atecedem a construo propriamente dita, dentre
eles: elaborao do programa, escolha do local, estudo do subsolo, anteprojeto e
projeto, organizao da praa de trabalho, terraplenagem ou acerto do terreno e
locao da obra.
b) Trabalhos de execuo
Consta da construo propriamente dita, dentre eles: abertura das valas de
fundao, consolidao do terreno, alicerce, baldrames, obras em concreto, aterros e
apiloamento, paredes e divisrias, armao de andaimes, engradamento e cobertura do
16
telhado, pisos, forros, esquadrias, assentamento das tubulaes de gua, esgotos e
eletricidade, revestimentos das paredes, dentre outros.
c) Trabalhos de acabamentos
Constitui a parte final da obra, dentre eles: assentamento de ferragem nas
esquadrias, rodaps, aparelhos eltricos, aparelhos sanitrios, equipamentos, vidros,
pintura, limpeza geral, dentre outros.
2.2.1 Detalhamento das fases
2.2.1.1 Trabalhos preliminares
a) Programa
Para se organizar o projeto de uma construo qualquer deve-se levar em
conta trs fatores bsicos:
Lista de cmodos e componentes que a obra ir necessitar;
Conhecimento aprofundado de mecaninsmos de servios que ali sero
realizados;
ATENO...
b) Escolha do local
Compe-se de uma srie de averiguaes com o objetivo de tirar do local o
mximo de vantagens. Questes a serem analisadas:
Se a topografia permite a implantao econmica da obra;
Se a natureza do subsolo permite uma construo estvel e pouco onerosa;
Se o local permite um fluxograma eficiente;
Se oferece boas condies quanto a vias de acesso, direo de ventos, clima,
pouco barulho;
Se oferece fontes de obteno de gua e energia eltrica;
Se possibilita o escoamento de guas pluviais, servidas e dejetos;
Analisar o mercado local, ou seja se o produto ser aceito na regio;
Se h disponibilidade de matria- prima na regio
Se oferece facilidade no manejo, tratamento e destino para os resduos.
Etc.
Fique atento existncia de cdigos normadores. Ou melhor, a
existncia de regras!
17
2.2.2 O projeto Os projetos so inmeros, tais como: estrutural, arquitetnico, hidrulico,
sanitrio, eltrico e outros.
2.2.2.1 Projeto arquitetnico
Os projetos constam de duas partes, a grfica e a descritiva.
a) Parte grfica
A parte grfica compe os desenhos fazendo a planta de situao-orientao, a
planta baixa, os cortes (longitudinal e transversal), os detalhes, a planta de cobertura e
da(s) fachada(s). Estes itens sero abordados no captulo 3 - Projeto arquitetnico
completo de instalaes rurais.
b) Parte descritiva
A parte descritiva contm as especificaes tcnicas, o memorial
descritivo, o oramento e o cronograma fsico-financeiro.
3 Projeto arquitetnico de instalaes rurais
3.1 Introduo O Desenho Arquitetnico, parte integrante do Desenho Tcnico. Destina-se
a representar todos os elementos componentes de um Projeto Arquitetnico, no
entanto o conjunto de desenhos (representaes grficas) de uma edificao.
Este conjunto de desenhos tem como base o sistema de projees
ortogonais ou cnicas que permitem uma perfeita leitura e interpretao do
projeto de uma edificao, em seus mnimos detalhes, de forma que a sua execuo
seja levada a contento.
O projeto arquitetnico a base para a elaborao dos chamados projetos
complementares (projeto estrutural, de instalaes eltricas, hidrulicas, sanitrias e
telefnicas), fundamentais para o processo de execuo de uma obra.
18
3.2 Desenhos que compe um projeto arquitetnico Planta Baixa
Cortes Verticais
Fachadas
Planta de Cobertura
Planta de Implantao/Situao/Locao
Se necessrio for, devido ao grau de complexidade do projeto, o projeto
arquitetnico pode ser acrescido de outros desenhos:
Detalhes arquitetnicos
Perspectivas
3.2.1 Planta baixa Definio: Do ponto de vista da Geometria Descritiva, diz-se que a planta
baixa a seo obtida pela passagem de um plano horizontal pela edificao a uma
altura de, aproximadamente, 1,50 metros.
Como feita: A partir da perspectiva isomtrica da edificao em estudo,
passar-se- um plano horizontal, segundo a altura j definida no pargrafo anterior,
de forma a seccionar a edificao em suas paredes, portas e janelas. Em seguida,
retira-se a parte superior da seo e determina-se a vista superior da parte restante da
referida seo, que corresponde Planta Baixa.
A representao final da Planta Baixa realizada com todos os elementos
prescritos pela norma de representao grfica (NBR 6492).
A planta baixa em sua apresentao final, deve conter todos os elementos
abaixo relacionados, a saber:
Paredes
Linhas de cotas
Nome dos compartimentos
Portas
Projeo do beiral
rea dos compartimentos
Janelas
Peas do banheiro
Cotas dos pisos dos compartimentos
Diferenas de nveis entre pisos
19
Peas da cozinha
Cotas das dimenses dos compartimentos
Pisos impermeabilizados
Peas da rea de servio
Linha, sentido e denominao dos cortes verticais
ATENO...
Exemplo de planta baixa
3.2.2 Cortes verticais Definio: Os cortes verticais so obtidos pela passagem de planos verticais
pela edificao, posicionados em funo do interesse do projetista em mostrar o
maior nmero possveis dos elementos mais importantes localizados no interior da
edificao, segundo as suas larguras e alturas, ou os seus comprimentos e
alturas, j que esta ltima dimenso no mostrada na projeo referente planta
baixa. Os cortes devem ser desenhados nas escalas de 1:50 ou 1:100.
Assim como na planta baixa, os cortes verticais devem conter todos os
elementos que melhor os caracterizem, tais como:
1. Embasamento, onde aparecem as representaes de solo natural e
aterro.
Recomenda-se que as plantas baixas sejam desenhadas nas escalas de 1:50
ou 1:100!
20
Figure 8 Exemplo de corte vertical
2. Fundaes, representadas pelas sapatas abaixo de cada parede ou
elemento que dela necessite. As fundaes so secionadas em corte, j que a sua
profundidade ser determinada a partir do clculo estrutural.
3. Laje de piso e de cobertura.
4. Paredes, tanto em vista, quanto em corte, impermeabilizadas ou no.
5.Revestimento impermeabilizante (azulejo) com dimensionamento a critrio
da escolha feita pelo projetista, com base na disponibilidade do mercado.
6. Portas e janelas, em vista ou em corte. Observar que, diferentemente da
representao em planta, onde portas so desenhadas abertas, em corte, as portas
desenhadas em vista so representadas fechadas.
7. Telhado, com todos os elementos, segundo a posio do plano de seo.
8. Cotas todas verticais, exceto a do beiral.
9. Cotas dos nveis dos pisos.
3.2.3 Fachadas Definio: A fachada de uma edificao constituda pela projeo
ortogonal da face externa da edificao. O nmero de fachadas ser
determinado pela necessidade ou no do projetista mostrar detalhes do projeto
considerados importantes. Caso este opte por uma fachada, esta ser normalmente a
que voltada para a via pblica onde se localiza a frente do terreno onde a edificao
ser construda. A fachada deve ser executa nas escalas de 1:50 ou 1:100. Este
desenho no cotado.
21
As fachadas devem conter:
a) simbologias de representao grfica conforme as prescritas na norma;
b) eixos do projeto;
c) indicao de cotas de nvel acabado;
d) indicao de conveno grfica dos materiais;
e) marcao e detalhes;
f) escalas;
g) notas gerais, desenho de referncia e carimbo.
Figura 9 Exemplo de planta de fachada.
3.2.4 Diagramas de cobertura Definio: Desenhado, geralmente, na escala 1:100 ou 1:200, a Planta de
Cobertura representa, no projeto a vista superior (vista de cima) da edificao. Seu
objetivo mostrar as subdivises da cobertura da edificao, bem como a direo e o
sentido de escoamento das guas pluviais.
A cobertura de uma edificao pode ser feita atravs de uma laje, de um
telhado, ou da juno dos dois elementos.
22
As coberturas so classificadas:
1. Quanto ao nmero de guas
uma gua ou meia gua, duas guas, quatro guas, tipo shed, telhado de
lanternin.
Telhado de uma gua
Telhado de duas guas
Telhado de quatro guas
Telhado tipo SHED
Telhado tipo lanternin
23
2. Quanto platibanda ou beiral
Denomina-se beiral distncia horizontal que projetado pelo
telhado alm dos limites externos das paredes de uma edificao. Nos telhados
com platibandas as telhas ficam ocultas. O escoamento das guas pluviais feito
atravs de calhas e condutores.
3. Quanto ao tipo de telhas
Telhados de telhas cermicas, telhados de telha de fibrocimento ou
cimento-amianto, telhados de telhas de ao, telhados de telhas de alumnio, telhados
de telhas de plstico, entre outros.
O desenho da planta de cobertura deve conter, tambm, a linha que indica o
limite externo da edificao, que corresponde ao beiral, representado por linha
tracejada estreita. A largura do beiral deve ser cotada.
3.2.5 Plantas de situao Definio: A Planta de Situao, como o prprio nome diz, contextualiza o
lote no entorno dentro do qual ele se localiza, enquanto que a locao, situa a
edificao dentro do lote, com os seus respectivos afastamentos. Alm de conter
todas as dimenses necessrias contextualizao e locao, este desenho deve,
obrigatoriamente, conter a indicao do Norte. As escalas mais usuais para este
desenho so: 1:200, 1:250 e algumas vezes 1:500.
Figura 10 Exemplo de planta de cobertura.
24
A planta de situao deve conter:
a) simbologias de representao grfica conforme as prescritas na Norma;
b) curvas de nvel existentes e projetadas, alm de eventual sistema de
coordenadas referenciais;
c) indicao do norte;
d) vias de acesso ao conjunto, arruamento e referncias adjacentes;
e) indicao das reas a serem edificadas;
f) denominao dos diversos edifcios ou blocos;
g) construes existentes, demolies ou remoes futuras, reas non
aedificandi;
h) escalas;
4 Construes e instalaes rurais Unidades armazenadoras
4.1 Introduo Diversas so as instalaes rurais construdas com fins de preservao da
qualidade dos produtos produzidos ou utilizados nos sistemas agrcolas. Dentre estas
instalaes podemos destacar os silos, armazns, galpes e reservatrios.
A definio das caractersticas tcnicas e a localizao de uma unidade
armazenadora esto relacionadas sua rea de influncia. No caso especfico de
unidades na fazenda, a caracterizao da rea se faz pelo levantamento da rea
plantada, da produtividade, dos tipos de produtos, do tempo de armazenagem, das
condies de transporte em diferentes pocas do ano, do nvel de desenvolvimento
tecnolgico da propriedade e da capacidade de adoo de novas tecnologias pelo
proprietrio.
4.2 Unidades armazenadoras
4.2.1 Silos Definio: uma benfeitoria agrcola destinada ao armazenamento produtos
agrcolas, geralmente depositados no seu interior sem estarem ensacados.
25
Finalidade: A dimenso e as caractersticas tcnicas de um silo dependem da
finalidade a que se destina, propiciando principalmente
A manuteno da qualidade do produto armazenado;
A facilidade de enchimento e esvaziamento do silo.
Os silos destinados ao armazenamento de gros so conhecidos como silos
graneleiros, e tem por objetivo, principalmente, manter os gros secos de modo a
evitar a sua deteriorao. J os silos destinados ao armazenamento de silagem tem
como caracterstica principal a manuteno de um ambiente anaerbico.
Os silos graneleiros podem estar situados nas fazendas, nos portos, em
empresas cerealistas, geralmente em locais de fcil acesso junto a cidades, rodovias,
ferrovias ou hidrovias.
4.2.1.1 Silo para armazenamento de gros
Definio: So clulas individualizadas, construdas de chapas metlicas, de
concreto ou de alvenaria. Geralmente, uma clula possui forma cilndrica e pode ser
equipada com sistema de aerao. Estas clulas apresentam condies necessrias
preservao da qualidade do produto, durante longos perodos de armazenagem.
Quando os silos so agrupados em uma unidade de recebimento e
processamento, recebem a denominao de "baterias". A disposio fsica de uma
"bateria" deve permitir ampliao da capacidade esttica, com baixo custo adicional
Figura 11 - Silos graneleiros em bateria.
Os silos podem ser classificados em horizontais e verticais, dependendo da
relao que apresentam entre a altura e o dimetro. Os verticais, se forem cilndricos,
podem, para facilitar a descarga, possuir o fundo em forma de cone.
26
De acordo com sua posio em relao ao nvel do solo, classificam-se em
elevados ou semi-enterrados. Os silos horizontais apresentam as dimenses da base
maior que a altura e, comparados aos verticais, exigem menor investimento por
tonelada armazenada.
Em sua grande maioria, os silos construdos no Brasil so metlicos e de
grande porte, o que no condiz com a realidade agrcola brasileira, basicamente
formada por pequenos e mdios produtores.
A escolha do local para a construo de silos, em fazendas, deve ser de fcil
acesso e, preferencialmente, prxima as instalaes que iro requerer o uso do seu
produto armazenado ou facilitar o escoamento dos gros ali acondicionados.
Figure 12 - Esquema de centralizao de instalao de silos.
4.2.1.2 Silos para armazenamento de forragens.
Definio: so compartimentos fechados, onde a forrageira picada
compactada e armazenada. Aps trs semanas de fermentao na ausncia do ar, tem-
se o produto denominado silagem. Os silos so componentes importantes da infra-
estrutura da propriedade tendo em vista que a conservao de forrageiras
fundamental para a manuteno da produo animal durante a poca seca.
27
4.2.1.3 Tipos de silo para forragens
Os silos mais freqentemente utilizados so os horizontais, do
tipo trincheira ou de superfcie. H tambm silos cilndricos verticais, do tipo cisterna
ou areo, mas so menos usados porque so de lida mais difcil.
Localizao: Os silos devem ser construdos prximos do local onde sero
alimentados os bovinos, evitando-se assim trabalho e custo com o transporte dirio de
silagem.
Caractersticas
a) Silo-trincheira: tem forma trapezoidal, correspondendo a base menor (b) ao
fundo do silo. Para cada metro de altura do silo, abase maior (B), ou seja, a
largura do topo deve ter, no mnimo, 0,5 m a mais do que a largura do fundo, para
que a inclinao da parede lateral seja de pelo menos 25%.
A altura (A) ou profundidade do silo pode variar de acordo com as condies
do terreno e poder ser de, no mnimo, 1,5 at 3,0 m.
Figure 13 - Silo trincheira.
b) Silo de superfcie: feito em cima do solo, sem qualquer escavao ou
construo, e tambm tem formato trapezoidal, s que, neste caso, a base maior
(B) o fundo do silo, prximo ao solo e a base menor o topo. A altura (A) pode
variar de 1,2 a 1,5 m.
Figura 14 - Silo superfcie
28
O fundo do silo deve ter uma leve declividade para o lado da "boca de
descarregamento" para que a umidade escorrida da silagem (o "chorume") escorra
para fora. Deve ainda haver valetas ao redor do silo para evitar que a gua da chuva
entre no silo e apodrea a silagem.
4.2.1.4 Dimensionamento de silos para forragens
a) Tamanho dos silos
Para se planejar o tamanho de um silo a ser construdo preciso saber quantas
cabeas de gado vo ser alimentadas, qual a quantidade de silagem a ser fornecida
por cabea por dia e por quantos dias. A esta quantidade acrescenta-se, por
segurana, mais 15% para compensar as perdas que ocorrem no processo de
ensilagem. Para o silo-trincheira estima-se que uma tonelada (1.000 kg) de silagem
ocupe 2 m3 de silo, e com este dado ser possvel calcular o volume total da
trincheira.
b) O comprimento mnimo (C)
Um silo-trincheira ou de superfcie tem seu comprimento mnimo determinado
por meio da multiplicao do nmero de dias de utilizao do silo (ou o nmero de
dias de alimentao dos bovinos) por 0,15 m, pois 15 centmetros a espessura
mnima da fatia de silagem a ser retirada diariamente do silo depois de aberto.
ATENO!
aconselhvel ainda ter silos de tamanho tal que se possa ench-lo em trs
dias. Isto depende do maquinrio disponvel para o trabalho. Encher todo o silo em
um dia apenas no vantagem porque a forragem tende a "abaixar" demais e o topo
da massa ensilada perde sua forma abaulada. Um silo que demore mais de trs dias
para ser enchido tambm no vantajoso, porque a fermentao comea a acontecer
e, como h presena de ar (porque o silo ainda no foi vedado), esta no ser uma
fermentao de boa qualidade.
29
4.2.2 Armazns Graneleiros e Galpes Definio: So unidades armazenadoras horizontais, de grande capacidade,
formados por um ou vrios septos, que apresentam predominncia do comprimento
sobre a largura. Por suas caractersticas e simplicidade de construo, na maioria dos
casos, representa menor investimento que o silo, para a mesma capacidade de
estocagem. Como os silos horizontais, os graneleiros apresentam o fundo plano, em V
ou septado. Essas unidades armazenadoras so instaladas ao nvel do solo ou semi -
enterradas.
Finalidades: Nestas instalaes, procede-se recepo da mercadoria (seja
ela matria-prima, produtos semi-acabados ou acabados), sua arrumao,
conservao e expedio. Muitas vezes, a paragem aproveitada para se lhe
incorporar valor. Isto pode fazer-se por via de personalizao do produto,
acabamentos finais, embalamento e rotulagem, entre outras operaes.
4.2.2.1 Galpes ou depsitos
Os galpes ou depsitos so unidades armazenadoras adaptadas de
construes projetadas para outras finalidades; por isso no apresentam caractersticas
tcnicas necessrias armazenagem segura e so utilizadas, em carter de
emergncia, durante perodos curtos.
Esses depsitos recebem a denominao de paiol, quando construdos por
ripas de madeira, espaadas entre si, o que favorece, muito, a aerao natural do
produto.
Figura 15 - Exemplos de paiol.
30
Apesar de diversas desvantagens, o paiol muito difundido, principalmente
pela facilidade de construo e pelo emprego de recursos da fazenda. A maior
desvantagem a dificuldade de se fazer um eficiente controle de pragas.
4.2.2.2 Armazns convencionais
So de fundo plano, de compartimento nico, onde os produtos so
armazenados em blocos individualizados, segundo a sua origem e suas caractersticas.
So construdos geralmente em alvenaria, estruturas metlicas ou mistas e
apresentam caractersticas tcnicas necessrias boa armazenagem, como ventilao,
impermeabilizao do piso, iluminao, p-direito adequado e cobertura.
Uma derivao, de natureza emergencial, do armazm convencional so os
armazns estruturais, muito empregados em fronteiras agrcolas. So sustentados por
estruturas metlicas ou de madeira, cobertos e revestidos por chapas metlicas ou por
polipropileno. So mais resistentes que os inflveis e afeta menos o produto devido s
condies de ventilao do primeiro. Podem ter o piso construdo de terra batida ou
de concreto. Prestam-se armazenagem de produtos ensacados, durante pequeno
perodo.
No interior dos armazns importante que exista espao o suficiente para o
acesso fcil aos lotes, para a circulao de ar ao redor das pilhas, amostragens e
inspees.
4.2.2.3 Armazenagem convencional em sacos
Em geral, as unidades armazenadoras para sacaria apresentam pouco ou
nenhum controle das condies ambientais. Apesar disso, possvel manter o produto
armazenado, sem grandes riscos de deteriorao por perodos relativamente longos.
31
a) Vantagens de armazenagem em sacaria:
Oferece condies para manusear quantidades e tipos de produtos variveis,
simultaneamente;
Permite individualizar produtos dentro de um mesmo lote, permitindo assim, em
caso de deteriorao localizada, permite a remoo sem o remanejamento de todo
lote.
Menor gasto inicial com a instalao.
b) Desvantagens:
Elevado custo da sacaria, que inevitavelmente substituda
Elevado custo de movimentao por demandar muita mo-de-obra
Necessidade de muito espao por tonelada estocada.
Aspectos construtivos a serem considerados em armazns, quando optado pelo uso de sistemas em sacarias!
Instalao de portas, em nmeros e locais tecnicamente determinados, para
facilitar as operaes de carga e de descarga;
Instalaes de portas frontalmente, no mesmo alinhamento, em paredes opostas;
P direito com altura de 6 metros;
Construo de paredes lisas, terminando junto em meia cana junto ao piso e
nunca em ngulo reto;
Fechameto lateral das paredes, junto ao piso e cobertura para evitar o acesso de
roedores, pssaros e insetos no seu interior;
Colocao de aberturas laterais de ventilao, protegidas com telas e aberturas
regulveis;
Instalao de lanternim para boa circulao de ar;
Utilizao de telhas transparentes, para melhorar a iluminao natural (mximo
8%);
IMPORTANTE
32
Piso impermevel, preferencialmente de concreto e, no mnimo, 40 cm acima do
nvel do solo;
Construo em cada porta de marquises para carga e descarga em dias chuvosos.
rea do piso projeta em funo dos estrados e das ruas principais e secundrias,
para o mximo de aproveitamento;
Instalao de sistema de preveno e combate a incndios.
Piso do armazm
Os pisos dos armazns podem ser de madeira ou de concreto. O piso de
madeira um piso de boas caractersticas quanto ao isolamento de calor, porm
apresenta elevado custo, no ser um piso impermevel e ter a durabilidade reduzida.
O piso de concreto geralmente mais utilizado, mais barato que o de madeira e mais
durvel, porm no um bom isolante trmico.
Armazenagem a granel
Em comparao armazenagem convencional (em sacos), a granelizao
apresenta algumas vantagens, como:
- reduo do custo de operao devido eliminao de sacaria;
- maior facilidade na operao de controle de pragas; e
- manuseio facilitado e menor uso de mo-de-obra.
4.2.3 Reservatrios
Definio: Os reservatrios so unidades hidrulicas de acumulao e
passagem de gua situados em pontos estratgicos do sistema de modo.
CONSIDERAES
IMPORTANTES
33
Aplicaes:
So utilizados para garantir a quantidade de gua, para as demandas de equilbrio,
de emergncia e anti-incndio de uma propriedade;
Para garantir uma aduo com vazo e altura manomtrica constantes;
Permitir menores dimetros de tubulao no sistema;
Ofertar melhores condies de presso.
4.2.3.1 Classificaes
a) De acordo com a localizao no terreno:
enterrado (quando completamente embutido no terreno);
semi-enterrado ou semi-apoiado(altura lquida com uma parte abaixo do nvel do
terreno;
apoiado (laje de fundo apoiada no terreno);
elevado (reservatrio apoiado em estruturas de elevao);
stand pipe (reservatrio elevado com a estrutura de elevao embutida de modo a
manter contnua o permetro da seco transversal da edificao).
Os tipos mais comuns so os semi-enterrados e os elevados. Os elevados so
projetados para quando h necessidade de garantia de uma presso mnima na rede e
as cotas do terreno disponveis no oferecem condies para que o mesmo seja
apoiado ou semi-enterrado, isto , necessita-se de uma cota piezomtrica de montante
superior cota de apoio do reservatrio no terreno local.
Desde que as cotas do terreno sejam favorveis, sempre a preferncia ser pela
construo de reservatrios semi-enterrados, dependendo dos custos de escavao e
de elevao, bem como da estabilidade permanente da construo, principalmente
quando a reserva de gua for superior a 500m3. Reservatrios elevados com volumes
superiores implicam em custos significativamente mais altos, notadamente os de
construo, e preocupaes adicionais com a estabilidade estrutural.
Portanto a preferncia pelo semi-apoiado, considerando-se problemas
construtivos, de escavao, de empuxos e de elevao. Quando os volumes a
armazenar forem grandes, principalmente acima dos 800m3, e houver necessidade de
cotas piezomtricas superiores a do terreno, na sada do reservatrio, a opo mais
comum a construo de um reservatrio elevado conjugado com um semi-
enterrado.
34
Neste caso toda a gua distribuda pela rede a jusante ser bombeada do
reservatrio inferior para o superior a medida que a demanda for solicitando,
mantendo-se sempre um volume mnimo no reservatrio superior de modo a manter a
continuidade do abastecimento em caso de interrupo neste bombeamento.
b) De acordo com a localizao no sistema:
montante (antes da rede de distribuio); jusante ou de sobras (aps a rede). Os reservatrios de montante caracterizam-se pelas seguintes particularidades:
por ele passa toda a gua distribuda a jusante; tm entrada por sobre o nvel mximo da gua e sada no nvel mnimo; so dimensionados para manterem a vazo e a altura manomtrica do sistema de
aduo constantes.
Figura 16 - Exemplo de reservatrio montante.
Os reservatrios de jusante caracterizam-se pelas seguintes particularidades: armazenam gua nos perodos em que a capacidade da rede for superior a
demanda simultnea para complementar o abastecimento quando a situao for
inversa; reduzem a altura fsica e os dimetros iniciais de montante da rede; tm uma s tubulao servindo como entrada e sada das vazes
Ex.: MONTANTE = Antes da barragem
ou represa!
35
Figure 17 Exemplo de reservatrio jusante.
4.2.3.2 Volume a armazenar
a) Reservas
Os reservatrios de distribuio so dimensionados de modo que tenham
capacidade de acumular um volume til que supra as demandas de equilbrio, de
emergncia e antiincndio.
b) Reserva de equilbrio
Definio: A reserva de equilbrio assim denominada porque acumulada
nas horas de menor consumo para compensao nas de maior demanda, ou seja, como
o consumo flutuante e a vazo de aduo constante, principalmente nas adues
por recalque, nas horas em que o consumo for inferior a demanda o reservatrio enche
para que nas horas onde o consumo na rede for maior o volume acumulado
anteriormente compense o dficit em relao a vazo que entra.
Para que a reserva de equilbrio seja a menor possvel devemos colocar a
aduo no intervalo onde o consumo for mais intenso, de modo que a quantidade de
gua que saia permita o menor acmulo possvel no reservatrio.
=>Alguns conceitos:
Aduo o conjunto de encanamentos, peas especiais e outros elementos
destinados a promover o transporte da gua em um sistema de abastecimento.
Recalque consiste no bombeamento de gua geralmente de um cota de
nvel mais baixa para outra mais elevada.
Vazo o volume de determinado fluido que passa por uma determinada
seo de um conduto livre ou forado, por uma unidade de tempo.
Ex.: JUSANTE = Depois da barragem
ou represa!
36
5 Ambincia em instalaes rurais
5.1 Introduo Na Natureza, os animais selvagens sobrevivem, tambm, graas sua
habilidade de locomoo e de selecionar um ambiente confortvel e adequado. Desde
que o homem comeou a domesticar os animais, estes tm restringido sua "liberdade"
de selecionar o melhor ambiente. Muitas vezes existe o interesse da produo animal
em regio onde o clima totalmente adverso ao que seria ideal para o
desenvolvimento e produo tima.
Uma das funes dos engenheiros agrcolas e agrnomos, zootecnistas e
veterinrios a de projetar estruturas e sistemas de ambientes controlados que sejam
econmicos e satisfatrios. Se tratando de produo animal o papel do Tcnico
Agrcola fundamental. Isto , para um perfeito funcionamento e sustentabilidade do
sistema produtivo, necessria a presena de um profissional que atue na gesto do
empreendimento.
Portanto, para alcanar a satisfao e o fator econmico interessante que o
profissional responsvel (Tcnico(a) Agrcola) investigue:
Quanto pode ser produzido num ambiente especfico?(leite, carne, ovos, l).
Se o aumento da produo compensa o custo da troca de ambiente?
Se o ambiente no o ideal, quais as necessidades de troca e os respectivos
custos?
Qual o potencial gentico dos animais em um ambiente ideal?
Qual o comportamento animal em relao ao clima?
Portanto para se conseguir as repostas para estas perguntas necessrio termos
um conhecimento sobre bases fisiolgicas e biolgicas das respostas do animal ao
ambiente, como o calor produzido, umidade produzida, efeitos na produtividade e
sobre aspectos fsicos do ambiente e seus efeitos no animal, como o ar e suas
propriedades psicromtricas, circulao de ar, temperatura, isolamento e balano
trmico.
Com algum conhecimento dos princpios fisiolgicos e conhecendo os fatores
ambientais, pode-se projetar um abrigo com um ambiente controlado que expresse o
potencial gentico e justifique economicamente uma maior produo.
37
5.2 Fatores ambientais FSICOS: espao, luz, rudo, equipamento.
SOCIAIS: nmero de animais, comportamento.
TRMICOS: temperatura do ar, umidade, ar em movimento, radiao solar, etc.
Assim sendo devem se fixar critrios que permitam estabelecer limites de
exposio ao calor ou frio e a reduo da exposio para as respostas excessivas.
Esses critrios devem levar em conta no s a resposta fisiolgica, mas tambm a
psicolgica, a produtividade e a ocorrncia de desordens devido a falta ou excesso de
calor.
5.2.1 Abrigos A justificativa bsica de um abrigo poder alterar ou modificar o ambiente em
benefcio dos animais. Um mnimo controle evita os extremos climticos que
reduzem o "stress". Um mximo controle inclui todos os fatores, cuidadosamente
estudados. A temperatura influi diretamente na produo animal.
Via de regra, para os mais jovens as baixas temperaturas representam o
problema mais grave, enquanto que para os adultos as temperaturas muito altas so
inconvenientes.
Algumas respostas dos animais diferena de temperatura:
a. Sudao = suor excessivo.
b. Aumento do batimento cardaco
c. Aumento da respirao
d. Ereo (plo ou penas)
e. Vasoconstrio ou vasodilatao dos vasos sangneos perifricos
(superficiais).
f. Comportamento (Aconchegamento, etc.).
IMPORTANTE!
AMBIENTE TIMO + CLIMA E POTENCIAL GENTICO ECONOMIA BAIXOS CUSTOS+LUCROS
38
5.2.2 Troca de Ar
Animais confinados em ambientes fechados tendem a alterar a composio do
ar, reduzindo o oxignio, aumentando o dixido de carbono, poeira de rao, vapores,
outros gases como a amnia, etc. Para a manuteno de um ambiente adequado,
suficiente quantidade de ar deve ser trocado para remover esses componentes e
microorganismos areos.
5.3 Modificaes Climticas
Existem vrios meios de controlar e/ou alterar o ambiente para os animais:
1. Sombra => orientao, localizao.
2. Materiais de construo => propriedades dos materiais, tintas.
3. Arredores => gramado, proximidade a outras estruturas, rvores.
4. gua diretamente sobre os animais => asperso direta
5. No confinamento parcial => orientao, contraventamento, estruturas abertas,
paredes parciais para proteo radiao, movimento de ar, resfriamento
evaporativo.
6. Confinamento total orientao, material de construo, pintura, insolao,
isolamento, localizao e nmero de animais, uso de gua, equipamentos,
ventilao natural ou forada, resfriamento evaporativo e ar condicionado.
5.4 Princpios bsicos de controle do meio Para realizao do controle do ambiente de produo animal torna-se
imprescindvel o conhecimento dos princpios de transferncia de calor e do grau
de importncia de cada processo, dos parmetros envolvidos e as variveis
importantes em cada sistema. A partir deste conhecimento pode-se determinar o
balano trmico das instalaes de produo animal, quer para confinamento total
quer para confinamento parcial.
1) Completo balano trmico do prdio
2) Controle de perdas ou ganhos por radiao
3) Controle de perdas ou ganhos por conduo
4) Controle das perdas por conveco
39
5) Psicrometria
6) Balano trmico dos animais
7) Condensao nas paredes e tetos
8) Ventilao
9) Drenagem e trato dos excrementos
10) Calor ou frio suplementar.
5.5 Parmetros avaliados nos ambientes de produo animal
5.5.1 Calor e Perdas por Evaporao A proporo de calor metablico que dissipado pelo corpo do animal por
evaporao aumenta com o incremento da temperatura ambiental e diminuio da
diferena de temperatura entre o animal e o ar. As diferenas na razo de
evaporao/calor total perdido variam consideravelmente entre as espcies animais.
5.5.2 Umidade O nvel de umidade no ar ambiente tem um significante efeito na razo de
perda de calor dos animais, particularmente em temperaturas ambientais mais altas.
A existncia de vapor no ar faz com que a temperatura efetiva aumente para
temperaturas altas. Para temperaturas baixas, quanto mais vapor, menor a temperatura
efetiva.
5.6 Perdas no evaporativas
5.6.1 Conduo Processo de transferncia de calor por meio contnuo, no qual a energia
passada de partcula para partcula. Uma partcula com temperatura maior (mais
agitada) transfere energia para a partcula vizinha que passa a vibrar mais
intensamente. Ex. Aquecimento de um metal.
5.6.2 Conveco Transporte de energia pr mistura em adio a conduo. Est associada com
fluidos em movimento, geralmente atravs de tubos, dutos ou sobre uma superfcie,
ocorrendo devido a diferena de temperatura entre um objeto slido e fluido presente
na circunvizinhana. No possvel ocorrer conveco no vcuo. Pode ocorrer com
lquidos e gases. Ex. Aquecimento de gua
40
5.6.3 Radiao a transferncia de energia trmica atravs de ondas eletromagnticas e
completamente diferente dos fenmenos de conveco e conduo. Tem-se
estabelecido que qualquer objeto numa temperatura acima do zero absoluto emite
radiao trmica. Trata-se da nica forma de propagao de calor que pode ocorrer
tanto no vcuo quanto em outros meios. Ex. Trata-se da nica forma de propagao
de calor que pode ocorrer tanto no vcuo quanto em outros meios.
5.7 Objetivo de um projeto para ambincia animal
A implantao de sistemas de produo animal requer conhecimento
tecnolgico compatvel com o investimento proposto alm de pessoal tcnico
qualificado. Espera-se, antes da implantao destes sistemas, a elaborao de projetos
tcnicos que visem:
Alta "performance" da produtividade do animal
Controle ambiental eficiente e barato
Minimizao do custo e maximizao dos lucros
Mxima eficincia em converso alimentar
Funcionalidade
Manejo adequado dos resduos
5.8 Edificaes agrcolas
Tm a funo de adequar a edificao ao clima de um determinado local e a
uma determinada explorao, significando criar e construir espaos, tanto interiores
quanto exteriores, ajustados s necessidades dos indivduos que a ocupam e que
possibilitem aos mesmos, condies favorveis de conforto.
O projeto deve amenizar as sensaes de desconforto impostas por climas
muito rgidos, tais como os de excessivo calor, frio ou vento, como tambm propiciar
ambientes os quais sejam, no mnimo, to confortveis como os espaos ao ar livre
em climas amenos, para que altos ndices de produtividade sejam atingidos.
41
5.8.1 Concepo arquitetnica de edificaes e o conforto trmico No existe um tipo de instalao que seja ideal no combate ao estresse por
calor ou frio que possa ser adotado em todas as regies do mundo, porque cada regio
climtica impe uma exigncia prpria de arranjos com vistas ao conforto trmico. A
exemplo disso, poderamos citar o Brasil, que, devido ao seu grande territrio,
exigido um tipo de arquitetura diferente para cada uma dessas regies.
5.8.2 Estratgias construtivas para modificar o ambiente das edificaes Ao conjunto de estratgias passveis de serem usadas para amenizar os
problemas existentes na relao animal-ambiente, constituindo de processos artificiais
para atenuar a ao dos elementos danosos do ambiente natural sobre os animais,
denomina-se modificaes trmicas ambientais que poder ser distinguidas em duas
classes de modificaes ambientais: as primrias e as secundrias.
a) Primrias:
Modificaes ambientais primrias so aquelas relacionadas com o abrigo,
com o galpo propriamente dito e que permitem proteger os animais durante perodos
em que o clima se apresenta extremamente quente ou frio, ajudando-a a aumentar ou
reduzir sua perda de calor corporal.
Podem ser citadas como principais as:
coberturas para sombra,
quebra-ventos,
ventilao natural,
dispositivos de fechamento, ou seja, as cortinas, as alvenarias e
tambm o paisagismo circundante.
LEMBRE-SE!
As modificaes primrias correspondem ao
acondicionamento trmico natural.
42
b) Secundrias:
As modificaes secundrias correspondem ao manejo do microambiente
interno das instalaes. Geralmente envolvem um nvel mais alto de sofisticao e
compreendem processos artificiais de ventilao, aquecimento e refrigerao.
As modificaes secundrias, contudo, devem vir apenas aps esgotados todos
os recursos das modificaes primrias e quando se pretende aumentar a densidade de
alojamento de animais.
5.8.3 Localizao A localizao das edificaes de suma importncia para a obteno de
resultados satisfatrios no desenvolvimento da atividade. Em qualquer circunstncia,
para a instalao de novos complexos, sempre preciso um estudo prvio ou
planejamento das condies mnimas necessrias ao bom funcionamento das
instalaes.
Os fatores que podem influir na escolha do local para as futuras instalaes
so:
Clima,
Natureza do terreno,
gua e,
Energia eltrica
5.8.3.1 Orientao da instalaes rurais
Para o clima tropical e subtropical, o eixo longitudinal das edificaes deve
estar orientado no sentido leste-oeste, para que superfcie exposta a oeste seja a menor
possvel, evitando-se sobreaquecimento pela forte insolao no vero , e o sol de
inverno, que sobe pouco no horizonte, penetre at o interior do edifcio em
decorrncia do deslocamento paralelo do plano da trajetria aparente do sol para o
norte.
O posicionamento dos galpes no sentido norte-sul obriga o plantio de rvores
nas fachadas leste e oeste para atuarem como sombreamento natural e permitirem a
insolao dentro dos galpes nas primeiras horas da manh e ltimas da tarde, o que
pode ser desejvel nas regies de invernos muito rigorosos.
43
5.8.3.2 Disposio das edificaes
O afastamento entre galpes deve ser suficiente para que uns no atuem como
barreira ventilao natural nos outros.
5.9 Proteo contra a insolao O primeiro artifcio objetivando o conforto trmico em climas quentes o
sombreamento natural ou artificial. O sombreamento pode reduzir, em muitas regies,
cerca de 30% da carga trmica de radiao (CTR) incidente sobre o animal. para
condies brasileiras, o sombreamento atravs de coberturas reduz entre 20 e 40% da
carga trmica de radiao no interior de instalaes para animais.
No caso das paredes laterais (oites) que recebem frontalmente o sol de
nascente e poente, a proteo pode ser feita pintando-as com cores claras,
sombreando-as por meio de vegetao ou beirais.
5.9.1 Tipos de cobertura A principal proteo contra a insolao direta conseguida atravs da
cobertura, sendo que um bom material de cobertura apresenta temperaturas
superficiais amenas.
Os telhados mais usuais podem ser constitudos dos seguintes materiais, na
seqncia de sua qualidade trmica, do melhor ao pior:
Isopor => sap => madeiriti => alumnio simples => barro =>
amianto => Chapa zincada ou ferro galvanizado.
5.9.2 Associao de materiais ou tcnicas s coberturas convencionais Para melhorar o comportamento trmico das coberturas, pode-se lanar mo
de alguns artifcios:
Uso de forros sob a cobertura;
Pinturas com cores claras e escuras;
Pintura reflexiva;
Uso de materiais isolantes;
Materiais de grande inrcia trmica.
44
5.9.3 Inclinao do telhado A inclinao do telhado afeta o condicionamento trmico ambiental no interior
do galpo em dois pontos bsicos: mudando o coeficiente de forma correspondente s
trocas de calor por radiao entre o animal e o telhado, modificando a altura entre as
aberturas de entrada e sada de ar (lanternim), que quanto maior a inclinao, maior
ser a ventilao natural devido ao efeito termossifo.
5.9.4 O emprego dos lanternins O lanternim tem a funo de permitir a sada de ar quente, principalmente
durante o perodo de calor.
Para galpes com larguras iguais ou superiores a 8,0 metros, o uso do
lanternim imprescindvel. Esse deve permitir abertura mnima de 10% da largura do
galpo, em todo o comprimento da cobertura, com uma sobreposio de telhados com
afastamento de 50% desta abertura ou, no mnimo, 0,40m.
Nas regies expostas a chuvas de vento ou com grandes amplitudes trmicas
(noites e dias ou invernos e veres termicamente muito diferenciados), os lanternins
devero ser equipados com sistema que permita fcil fechamento das aberturas.
5.10 Influncias da vizinhana - paisagismo circundante A possibilidade de existncia de rvores na face leste ou oeste de construes
abertas muito desejvel, como divisrias de alto amortecimento, para evitar a
incidncia da irradincia solar direta dentro das reas das coberturas.
A vegetao em geral, seja promovendo sombra natural sobre as coberturas,
seja criando regies com microclima ameno, pode reverter completamente uma
situao de desconforto trmico. No caso de regies com invernos frios, as rvores
devero ser, preferencialmente, de folhas caducas, e devero ser mantidas desgalhadas
na regio tronco frontal do galpo, preservando-se a copa superior.
5.10.1 Renques de vegetao - quebra-ventos Os quebra-ventos so artifcios naturais ou artificiais destinados a deter ou
reduzir a ao de ventos fortes ou muito frios sobre as construes. Em sua maioria
so naturais, sendo constitudos por renques de vegetao como: pinus, casuarina
(zonas costeiras), eucalipto, milho, accia etc., dispostos perpendicularmente
direo dos ventos dominantes.
45
Figura 18 Exemplos de quebra-ventos naturais.
No Brasil, o uso de quebra-ventos pouco comum, porque ocorrem poucos
ventos fortes. Sua utilizao mais freqente em instalaes zootcnicas tem sido
como proteo sanitria, funcionando como cordes de isolamento aos ncleos,
principalmente aves e sunos.
5.10.2 Ventilao natural A ventilao natural o movimento do ar atravs de construes
especialmente abertas pelo uso de foras naturais produzidas pelo vento e/ou por
diferenas de temperaturas. Ela permite alteraes e controle da pureza do ar,
provendo o galpo de oxignio e eliminando amnia, CO2 e outros gases nocivos,
excesso de umidade e odores (ventilao com finalidade higinica). Possibilita,
tambm, dentro de certos limites, controlar a temperatura e a umidade do ar nos
ambientes habitados (ventilao com finalidade trmica), de tal forma que o ar
produzido, quente e mido, seja substitudo e assim aumente a perda calorfica por
conveco.
46
6 Construes e instalaes rurais Unidades de produo Este tpico foi extrado e adaptado de GOUVEA, I. 2009. Construes rurais. Artigo tcnico. Disponvel em: http://www.arquitetando.xpg.com.br/constr%20rurais.htm Arquitetando. Acesso em 17/04/2012.
6.1 Instalaes para avicultura
a) Localizao das edificaes
A escolha do local adequado para implantao do avirio visa otimizar os
processos construtivos, de conforto trmico e sanitrios. O local deve ser escolhido de
tal modo que se aproveitem as vantagens da circulao natural do ar e se evite a
obstruo do ar por outras construes, barreiras naturais ou artificiais. O avirio deve
ser situado em relao principal direo do vento se este provir do sul ou do norte.
Caso isso no ocorra, a localizao do avirio para diminuir os efeitos da radiao
solar no interior do avirio prevalece sobre a direo do vento dominante. A direo
dos ventos dominantes e as brisas devem ser levadas em considerao para aproveitar
as vantagens do efeito de resfriamento no trpico mido. Escolher o local com
declividade suave, voltada para o norte, desejvel para boa ventilao. No entanto,
os ventos dominantes locais, devem ser levados em conta, principalmente no perodo
de inverno, devendo-se prever barreiras naturais. recomendvel dentro do possvel,
que sejam situados em locais de topografia plana ou levemente ondulada, onde no
seja necessrio servios de terraplenagem excessiva e construes de muros de
conteno. Contudo interessante observar o comportamento da corrente de ar, por
entre vales e plancies, nesses locais comum o vento ganhar grandes velocidades e
causar danos nas construes. O afastamento entre avirios, deve ser suficiente para
que uns no atuem como barreira ventilao natural aos outros. Assim, recomenda-
se afastamento de 10 vezes a altura da construo, entre os dois primeiros avirios a
barlavento, sendo que do segundo avirio em diante o afastamento dever ser de 20
25 vezes esta altura.
b) Orientao
47
O sol no imprescindvel avicultura. Se possvel, o melhor evit-lo
dentro dos avirios. Assim, devem ser construdos com o seu eixo longitudinal
orientado no sentido leste-oeste. Nessa posio nas horas mais quentes do dia a
sombra vai incidir embaixo da cobertura e a carga calorfica recebida pelo avirio ser
a menor possvel. Por mais que se oriente adequadamente o avirio em relao ao sol,
haver incidncia direta de radiao solar em seu interior em algumas horas do dia na
face norte, no perodo de inverno.
c) Largura do avirio, P direito, comprimento e piso
A grande influncia da largura do avirio no acondicionamento trmico
interior, bem como em seu custo. A largura do avirio est relacionada com o clima
da regio onde o mesmo ser construdo. Normalmente recomenda-se largura at 10m
para clima quente e mido e largura de 10 at 14m para clima quente e seco A largura
de 12m tem sido utilizada com freqncia e se mostrado adequada para o custo
estrutural, possibilitando bom acondicionamento trmico natural, desde que associada
presena do lanternim e altura do p-direito adequadamente dimensionados. O p
direito do avirio pode ser estabelecido em funo da largura adotada, de forma que
os dois parmetros em conjunto favoream a ventilao natural no interior do avirio
com acondicionamento trmico natural. Quanto mais largo for o avirio, maior ser a
sua altura. Em regies onde existe incidncia de ventos fortes, avirios com p-direito
acima de 3m, exigem estrutura reforada. Em regies onde exista disponibilidade de
madeira e que esta no seja atacada por cupins mais recomendvel a utilizao de
telhas de barro com p-direito de 3m. O p direito do avirio elemento importante
para favorecer a ventilao e reduzir a quantidade de energia radiante vinda da
cobertura sobre as aves. Estando as aves mais distantes da superfcie inferior do
material de cobertura, recebero menor quantidade de energia radiante, por unidade
de superfcie do corpo, sob condies normais de radiao. Desta forma, quanto maior
o p direito da instalao, menor a carga trmica recebida pelas aves. O p direito
do avirio pode ser estabelecido em funo da largura adotada, de forma que os dois
parmetros em conjunto favoream a ventilao natural no interior do avirio com
acondicionamento trmico natural. Quanto mais largo for o avirio, maior ser a sua
altura.
48
Algumas informaes:
at 8 de largura - 2,80 m p direito
8 a 9m de largura 3,15m p direito
9 a 10m de largura 3,50m p direito
10 a 12m de largura 4,20m p direito
12 a 14m de largura 4,90m p direito
d) Comprimento
O comprimento do avirio deve ser estabelecido para se evitar problemas com
terraplenagem, comedouros e bebedouros automticos. No deve ultrapassar 200m.
Na prtica os comprimentos de 100 125m tm-se mostrados satisfatrios ao manejo
das aves, porm aconselhado divisrias internas ao longo do avirio em lotes de at
2.000 aves para diminuir a competio e facilitar o manejo das aves. Estas divisrias
devem ser removveis, e de tela, para no impedir a ventilao e com altura de 50cm,
para facilitar o deslocamento do avicultor. O piso importante para proteger o interior
do avirio contra a entrada de umidade e facilitar o manejo. Este deve ser de material
lavvel, impermevel, no liso com espessura de 6 a 8cm de concreto no trao 1:4:8
(cimento, areia e brita) ou 1:10 (cimento e cascalho), revestido com 2cm de espessura
de argamassa 1:4 (cimento e areia). Pode ser construdo em tijolo deitado que
apresenta boas condies de isolamento trmico. O piso de cho batido, no isola bem
a umidade e de difcil limpeza e desinfeco, no entanto , tem-se propagado por
diminuir o custo de instalao do avirio. Dever ter inclinao transversal de 2% do
centro para as extremidades do avirio e estar a pelo menos 20cm acima do cho
adjacente e sem ralos, pois permite a entrada de pequenos roedores e insetos
indesejveis.
e) Fechamentos
A parede protege os frangos de vrios fluxos de energia radiante mas tambm
reduz a movimentao do ar. A altura da mureta deve ser de 20cm tem se mostrado
satisfatria por permitir a entrada de ar ao nvel das aves e no permitir a entrada de
gua da chuva e nem que a cama seja jogada para fora do avirio. As muretas devero
ter a parte superior chanfrada, pois facilita a limpeza e no permite o empoleiramento
49
de aves. Entre a mureta e o telhado, deve ser colocado tela. A tela tem a finalidade de
proteger a cortina e evitar a entrada de pssaros, que alm de trazerem enfermidades
podero consumir rao das aves. A malha da tela deve ser de 2,5 cm, fio 16. Tem-se
tido boa aceitao das telas de PVC (plstico) por no enferrujarem, no provocarem
rasgos nas cortinas, terem maior durabilidade e possibilidade de reaproveitamento. Os
oites ou paredes das extremidades do avirio devem ser fechados at o teto. Para
climas quentes, que no possuem correntes de ventos provindas do sul, recomenda-se
que os oites sejam de tela como nas laterais e providos de cortinas. Os oites devem
ser protegidos do sol nascente e poente, pintando as paredes com cores claras,
sombreando-os por meio de vegetao, beirais ou sombrites. Dependendo da regio,
os oites podem ser de madeira, telhas onduladas, fibra de vidro, lminas de isopor ou
alvenaria. O oito do lado leste pode ser de 15cm de espessura, sendo o do lado oeste
de 25cm, em material com menor condutividade trmica, como, por exemplo, o tijolo
cermico ou mesmo a madeira.
Instalar cortinas nas laterais, pelo lado de fora, para evitar penetrao de sol,
chuva e controlar a ventilao no interior do avirio. As cortinas podero ser de
plstico especial tranado, lona ou PVC, confeccionadas em fibras diversas, porosas
para permitirem a troca gasosa com o exterior, funcionando apenas como quebra-
vento, sem capacidade de isolamento trmico. Devem ser fixadas para possibilitar
ventilao diferenciada para condio de inverno e vero. Para atender ambas
situaes ideal que seja fixada a dois teros da altura do p-direito e que seja aberta
das extremidades para o ponto de fixao. Sob condies de inverno esta deve ser
aberta de cima para baixo e em condies de vero, de baixo para cima. Para se obter
maior eficincia da ventilao natural devido ao termosifo e ao vento, deve-se abrir
as duas partes, juntando-as na altura da fixao. Nos primeiros dias de vida,
recomenda-se o uso de sobrecortinas em regies frias, para auxiliar a cortina
propriamente dita, evitando a entrada de correntes de ar no avirio. A sobrecortina
deve ser fixada na parte interna do avirio, de tal forma que se sobreponha a tela,
evitando a entrada de correntes de ar. O avirio dever ter portas nas extremidades
para facilitar, ao avicultor, o fluxo interno e as prticas de manejo. Estas devem ter
pedilvio fixo, que ultrapasse a largura das portas em 40cm de cada lado, largura de
1m e profundidade de 5 a 10cm. Para facilitar o carregamento de aves, a carga nova e
a descarga de cama velha conveniente tambm a instalao de 1 porta em cada
extremidade do avirio, que permita a entrada de 1 veculo ou trator.
50
f) Inclinao do telhado
A inclinao do telhado afeta o condicionamento trmico ambiental no interior
do avirio, atravs da mudana do coeficiente de forma correspondente as trocas de
calor por radiao entre o animal e o telhado, e modificando a altura entre as aberturas
de entrada e sada de ar (lanternim). Quanto maior a inclinao do telhado, maior ser
a ventilao natural devido ao termossifo. Inclinaes entre 20 e 30 tm sido
consideradas adequadas, para atender as condies estruturais e trmicas.
g) Lanternim
O lanternim, abertura na parte superior do telhado, indispensvel para se
conseguir adequada ventilao, pois, permite a renovao contnua do ar pelo
processo de termossifo resultando em ambiente confortvel. Deve ser em duas guas,
disposto longitudinalmente na cobertura. Este deve permitir abertura mnima de 10%
da largura do avirio, com sobreposio de telhados com afastamento de 5% da
largura do avirio ou 40cm no mnimo. Deve ser equipado, com sistema que permita
fcil fechamento e com tela de arame nas aberturas para evitar a entrada de pssaros.
h) Circunvizinhana
A qualidade das vizinhanas afeta a radiosidade (quantidade de energia
radiante levada pela superfcie por unidade de tempo e por unidade de rea - emitida,
refletida, transmitida e combinada). comum instalar gramados em toda a rea
delimitada aos avirios pois reduz a quantidade de luz refletida e o calor que penetra
nos mesmos. O gramado dever ser de crescimento rpido que feche bem o solo no
permitindo a propagao de plantas invasoras. Dever ser constantemente aparado
para evitar a proliferao de insetos. So necessrios 5m de largura para trnsito de
veculos no abastecimento de rao e carregamento de aves, na lateral das edificaes
e portanto no planejamento e terraplanagem, essa largura deve ser adicionada.
i) Sombreiro
O emprego de rvores altas produz micro clima ameno nas instalaes, devido
projeo de sombra sobre o telhado. Para as regies onde o inverno mais intenso
as rvores devem ser caduciflias. Assim, durante o inverno as folhas caem
51
permitindo o aquecimento da cobertura e no vero a copa das rvores torna-se
compacta sombreando a cobertura e diminuindo a carga trmica radiante para o
interior do avirio. Para regies onde a amplitude trmica entre as estaes do ano no
acentuada e a radiao solar constitui em elevado incremento de calor para o interior
do galpo o ano todo, as rvores no precisam ser necessariamente caduciflias.
Devem ser plantadas nas faces norte e oeste do avirio e mantidas desgalhadas na
regio do tronco, preservando a copa superior. Desta forma a ventilao natural no
fica prejudicada. Fazer verificao constante das calhas para evitar entupimento com
folhas.
j) Ventilao
A ventilao um meio eficiente de reduo da temperatura dentro das
instalaes avcolas, por aumentar as trocas trmicas por conveco, conduzindo a um
aumento da produo. Desvios das situaes ideais de conforto, caracterizam no
surgimento de desempenho baixo do lote, em conseqncia de estresses e necessita-se
portanto de artficios estruturais para manter o equilbrio trmico entre a ave e o meio.
A ventilao adequada se faz necessria tambm; para eliminao do excesso de
umidade do ambiente e da cama, proveniente da gua liberada pela respirao das
aves e da gua contida nas fezes; para permitir a renovao do ar regulando o nvel de
oxignio necessrio s aves, eliminando gs carbnico e gases de fermentao.
k) Aquecimento - Aquecedores a lenha
Aquecedores a lenha foi um dos primeiros mtodos utilizados para o
aquecimento de aves e caracteriza-se por utilizar a lenha como combustvel. O calor
transmitido s aves principalmente por meio da conduo, atravs do ar. O uso de
lenha, como fonte de calor em uma campnula ou fornalha, no interior de avirios,
no produz temperatura constante e muitas vezes excede ao necessrio, requer maior
mo-de-obra e de difcil controle da temperatura. Como a combusto geralmente
no completa, devem ser providos de filtros nas entradas de ar com o objetivo de
minimizar a passagem de gases txicos, principalmente o CO2, para o interior do
avirio. prtica comum no sul do Brasil, principalmente no inverno, o uso de
queimadores a lenha para suplementar o aquecimento proporcionado pelas
campnulas a gs. Esse sistema consiste de tanques de leo vazio produzidos
52
artesanalmente. As funilarias normalmente fornecem esses equipamentos. Tem a
funo de amenizar as condies ambientais no propriamente atender as exigncias
das aves. Os tanques tem capacidade de 200 litros podendo ser soldados de acordo
com o pedido do produtor. Consistem de chamin, suporte e tanques.
6.1.1 Dicas importantes A alimentao corresponde aproximadamente a 70% do custo de produo,
devendo portanto ser um item fundamental no planejamento da granja.
A instalao deve ser a prova de roedores, pois se no houver este cuidado, a
perda de gros ou rao poder ser grande, alm da contaminao pelos dejetos e
urina.
A fbrica deve ser dimensionada de maneira tal que permita a expanso da
granja, sem necessidade de alter-la. Para um avirio de 15 a 30 mil aves recomenda-
se uma fbrica com as dimenses de 20 x 12 m e 4,5 de p direito com dois silos de
alvenaria (tipo piscina), em uma extremidade do galpo , sendo uma diviso de 4 x
6m e de 2m de altura para armazenamento do farelo de soja, com capacidade de 32 t e
o outro de 8 x 6m com 2m de altura para armazenamento do milho com capacidade de
63 t.
A recepo dos ingredientes ser do lado externo do cordo sanitrio;
caminho descarregando diretamente sobre a plataforma da cisterna de recepo, de
onde os ingredientes so transportados por meio de uma rosca sem fim, aos silos no
interior da fbrica de rao.
6.2 Instalaes para suinocultura
a) Ventilao e insolao
Os sunos, principalmente os de raa, necessitam de ambiente higinico e
salubre para que sua explorao econmica produza bons resultados. A concepo
popular de que o porco um animal que vive em lugares sujos inteiramente falsa.
53
H necessidade de ficarem abr
Recommended