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Redes Wi-Fi – A evolução da norma 802.11. 1/21
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Redes Wi-Fi
Evolução da norma 802.11
Projeto FEUP 2013-2014 – Mestrado Integrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores
Equipa D:
Supervisor: Professor Sílvio Abrantes Monitor: Vasco Pinto
Estudantes & Autores:
Bruno Silva up201303514@fe.up.pt Maria Beatriz Pinto up201306495@fe.up.pt
João de Carvalho up201305692@fe.up.pt Rodrigo Vaz-Pires up201303277@fe.up.pt
José Silva up201302940@fe.up.pt
Redes Wi-Fi – A evolução da norma 802.11. 2/21
Resumo
Este trabalho realizou-se no âmbito da disciplina de Projeto FEUP e teve o objetivo de
pesquisar e estudar as normas 802.11, que servem de padrão para a utilização e
desenvolvimento das redes Wi-Fi. Nesta pesquisa focamo-nos na forma como a norma
802.11 evoluiu e como, eventualmente, evoluirá. Ora, sendo que estes padrões regulam a
utilização das redes sem fio Wi-Fi, o seu desenvolvimento é fulcral no melhoramento destas
mesmas redes.
Este trabalho foi um grande desafio para a equipa já que não possuíamos qualquer tipo
de conhecimento sólido sobre o tema e, como tal, foi necessário investigar e estudar o
assunto de início com poucas ou nenhumas bases sobre o mesmo. Para tal utilizamos a
biblioteca, que nos prestou um serviço bastante útil, disponibilizando revistas e livros
relacionados com os tópicos do trabalho. Servimo-nos, também, da internet para realizar
uma pesquisa mais aprofundada que foi, de facto, a base da nossa procura.
Redes Wi-Fi – A evolução da norma 802.11. 3/21
Agradecimentos
O grupo aproveita agradecer a todas as pessoas que intervieram no desenvolvimento
deste trabalho, especialmente ao monitor Vasco Pinto e ao professor Sílvio Almeida
Abrantes Moreira. Os esclarecimentos e apoio disponibilizados pelo monitor Vasco Pinto
foram fundamentais tanto para a finalização do trabalho no tempo proposto como na
orientação do grupo de modo a que nunca se desviasse do verdadeiro objectivo do trabalho.
Deixamos, também, um especial reconhecimento aos serviços disponibilizados pela
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e em especial à biblioteca, principal
local de trabalho para a nossa equipa.
Redes Wi-Fi – A evolução da norma 802.11. 4/21
Índice
Lista de figuras ........................................................................................................................................ 5
1. Introdução ........................................................................................................................................... 6
2. Redes Wi-Fi ......................................................................................................................................... 7
2.1 Vantagens e desvantagens das redes Wi-Fi .................................................................................. 8
2.2 Desenvolvimento das redes Wi-Fi nos últimos anos .................................................................... 9
3. A criação das normas e a sua finalidade ........................................................................................... 10
4. As diferentes normas e a sua finalidade ........................................................................................... 11
4.1 Norma Original (802.11-1997) ................................................................................................ 11
4.2 IEEE 802.11b e 802.11a ........................................................................................................... 11
- 4.2.1 Hotspots ........................................................................................................................ 12
- 4.2.2 Protocolo de segurança WEP ....................................................................................... 13
4.3 IEEE 802.11g ............................................................................................................................ 14
- 4.3.1 IEEE 802.11f .................................................................................................................. 15
4.4 IEEE 802.11e ............................................................................................................................ 15
4.5 IEEE 802.11n ............................................................................................................................ 15
- 4.5.1 Objetivo ........................................................................................................................ 15
- 4.5.2 Características e Vantagens .......................................................................................... 16
- 4.5.3 Desvantagens ............................................................................................................... 17
4.6 IEEE 802.11ac .......................................................................................................................... 17
5. Resultados ...................................................................................................................................... ...18
6. Conclusões ........................................................................................................................................ 19
Referências bibliográficas ..................................................................................................................... 21
Redes Wi-Fi – A evolução da norma 802.11. 5/21
Lista de figuras
Figura 1- Logotipo da empresa Wi-Fi Alliance ................................................................ 7
Figura 2- Exemplo de um router certificado pela Wi-Fi Alliance ...................................... 8
Figura 3- Exemplo de um Hotspot Wi-Fi ......................................................................... 9
Figura 4- IEEE, instituição responsável pela criação das normas ................................. 10
Figura 5- Canais na frequência 2.4 GHz das normas 802.11b/g ................................... 14
Figura 6- Esquema das tecnologias MIMO ................................................................... 16
Figura 7- Esquema do Multipath ................................................................................... 16
Figura 8- Logotipo do Wi-Fi 5G ..................................................................................... 17
Redes Wi-Fi – A evolução da norma 802.11. 6/21
1. Introdução
Entende-se por telecomunicações todo o processo de transmissão, emissão ou
receção de qualquer tipo de dados, sejam eles imagens, sons, caracteres, etc… Esta
transmissão pode ser feita através um sistema com fios, podendo o sinal ser digital ou
analógico, ou um sistema sem fios, denominado wireless.
Nos dias de hoje as telecomunicações são algo fundamental uma vez que facilitam
todo o processo de comunicação nas diversas áreas da sociedade. A comunicação
apresenta-se como a base de funcionamento de sectores vitais da estrutura económico-
social mundial. É, como tal, imperativo desenvolver as telecomunicações de modo a
promover e desenvolver estas mesmas atividades de cariz económico, social, recreativo,
etc…
Apesar das redes de comunicações sem fios serem, neste momento, predominantes
em relação aos sistemas de comunicação com fios, estes ainda existem e possuem um
papel relativamente importante no nosso quotidiano. Dois exemplos destes sistemas são os
telefones fixos e as redes locais com fios (LAN’s).
Não obstante o desenvolvimento nesta área ser um fator positivo, também acarreta
desvantagens, sendo responsável por causar problemas de saúde, ambientais e, por vezes,
dependências. No entanto os benefícios do uso e desenvolvimento das tecnologias de
telecomunicações em muito ultrapassam a quantidade de fatores negativos. A poupança de
tempo proveniente do uso das telecomunicações é bastante significativa, permitindo aos
utilizadores rentabilizarem o seu tempo da melhor forma possível. A comunicação entre as
pessoas torna-se, deste modo mais rápida e facilitada implicando, por isso, uma enorme
facilidade de comunicações audiovisuais, com todas as vantagens daí inerentes. As
telecomunicações apresentam-se assim como um pilar base na maioria dos negócios ou
sectores económicos presentes na nossa sociedade. Estas tecnologias são responsáveis
também por “aproximar “indivíduos fisicamente distantes que, de outra forma, deparar-se-
iam com problemas de comunicação.
Redes Wi-Fi – A evolução da norma 802.11. 7/21
2. Redes Wi-Fi
Uma rede Wi-Fi é toda a rede que responde a determinados parâmetros impostos
pela associação de engenheiros eletrótecnicos denominada IEEE (Institute of Electrical and
Electronics Engineers). De facto uma rede sem fios só é uma rede Wi-Fi se tiver a
certificação da empresa Wi-Fi Alliance, estando esta entidade encarregue de estabelecer a
ligação entre os dispositivos (routers, modems, switch’s, entre outros…) e a norma 802.11.
Assim, todos os dispositivos que são certificados por esta empresa ostentam este logotipo
(Fig.1).
Figura 1- Logotipo da empresa Wi-Fi Alliance
A necessidade de criação de um sistema de rede que não envolvesse meios físicos
não é algo novo. O problema prendia-se com o facto de não existirem padrões definidos
para que todas as empresas e grupos pudessem funcionar em harmonia. De facto, nessa
altura, cada empresa tinha as suas próprias regras e propostas diferentes. Contudo um
grupo de empresas relacionado com tecnologias uniram-se em prol de criar um padrão para
tal harmonia ser atingida. Fundaram então a Wireless Ethernet Compatibility Alliance
(WECA) que em 2003 passou a denominar-se por Wi-Fi Alliance. Esta sociedade tratou de
avaliar e certificar produtos baseando-se na norma IEEE 802.11. Desta forma, todos os
produtos certificados pela Wi-Fi Alliance cumprem todos os requisitos de segurança e
compatibilidade com outros equipamentos.
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2.1 Vantagens e desvantagens das redes Wi-Fi
Utilizar uma rede Wi-Fi pode, à primeira vista, ser algo muito vantajoso.
Em primeiro lugar a inexistência de qualquer tipo de ligação física é um fator muito
positivo, tanto a nível económico como a nível logístico pois não é necessária a alteração de
infraestruturas e não existem limitações a nível de acesso, pois é possível a ligação
simultânea de vários utilizadores.
Em segundo lugar, a economia de tempo e os problemas relacionados com a
dificuldade de acesso também são afetados. A ligação é feita num espaço reduzido de
tempo e para termos acesso à rede basta estarmos num local em que temos cobertura.
Também são evidentes as vantagens no que toca à partilha de dados uma vez que
a sua transmissão se efectua de forma rápida e eficaz.
Contudo também existem bastantes desvantagens em comparação com as redes
com fios. Ao acedermos a uma rede Wi-Fi podemos ser vítimas de ameaças e crimes tais
como espionagem, roubo de dados, parasitismo, entre outros. Também notamos diferença
na velocidade de transmissão de dados pois quando existem muitas pessoas a acederem
ao mesmo ponto de acesso, este pode ficar mais lento e a transmissão de dados ser menos
eficiente.
Figura 2- Exemplo de um router certificado pela Wi-Fi Alliance
Redes Wi-Fi – A evolução da norma 802.11. 9/21
2.2 Desenvolvimento das redes Wi-Fi nos últimos anos
Nos últimos tempos, a tecnologia relacionada com as redes Wi-Fi tem evoluído
abruptamente. A cada dia que passa novos dispositivos são criados de modo a otimizar as
ligações e principalmente a velocidade de transmissão de dados. Outro aspeto que também
é de salientar é o facto de, cada vez mais, termos à nossa disposição redes Wi-Fi gratuitas
quer seja na rua, restaurantes, cafés, hotéis, aeroportos e até estações de metro. Estes
sítios em que temos à nossa disposição um acesso à internet são denominados Hot Spots.
Figura 3- Exemplo de um Hotspot Wi-Fi (Vernona, Itália)
Redes Wi-Fi – A evolução da norma 802.11. 10/21
3. A criação das normas e a sua finalidade
Aquando do início da utilização das redes locais sem fios, tornou-se evidente que
seria necessário criar padrões que regulassem a sua utilização e desenvolvimento. Estes
padrões ou normas referem-se, quer a dimensão física quer à camada de transferência de
dados. Na ausência de tais padrões e normas, as especificações dos aparelhos relativas à
conectividade e interação entre si seria desregulada cabendo aos respetivos fabricantes
desenvolver essas mesmas especificações. Ora, tal facto traria, possivelmente problemas
de compatibilidade entre dispositivos de diferentes marcas. Estas normas foram, portanto,
criadas com o intuito de solucionar estes problemas e têm também em vista os
requerimentos específicos dos países em relação às redes sem fios.
Em 1990, o Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE) criou um comité
de engenheiros para o desenvolvimento de normas reguladoras da conectividade sem fios.
Esta equipa dedicou-se à investigação e desenvolvimento de padrões para as redes sem
fios, que culminou na criação do padrão original, denominado IEEE 802.11. Este padrão,
também chamado “802.11-1997” e “802.11 legacy” debitava entre 1.0 e 2.0 Mbps (megabits
por segundo), valor largamente ultrapassado na atualidade.
Figura 4- IEEE, instituição responsável pela criação das normas
Redes Wi-Fi – A evolução da norma 802.11. 11/21
4. As diferentes normas e a sua finalidade
4.1 Norma Original (802.11-1997)
A norma original 802.11 tornou-se disponível em Junho de 1997, após um longo
período de estudos e, atualmente está totalmente ultrapassada.
Por se tratar de uma tecnologia sem fios de radiofrequência, o IEEE estabeleceu que
a norma funcionasse num intervalo de frequências entre 2.4 GHz e 2,4835 GHz, uma das
faixas ISM(1) (Industrial, Scientific and Medical).
Esta norma debitava taxas de transmissão de cerca de 1 a 2 Mbps, valor também
largamente ultrapassado na atualidade.
4.2 IEEE 802.11b e 802.11a
Com o avanço da tecnologia a norma 802.11 entrou em desuso, uma vez que veio a
ser substituída por suas variantes.
Entre 1994, surgimento do primeiro esboço daquela que seria a norma 802.11, e
1999 foram desenvolvidas duas novas normas às quais se atribuiu o nome de 802.11a e
802.11b.
Estas duas normas, apesar de terem surgido no mesmo ano apresentam duas
características diferentes, muito significativas: a frequência e a velocidade. Enquanto a
norma 802.11b trabalha numa frequência de 2,4 GHz a uma velocidade reduzida, que varia
entre os 5 e os 11 Mbps, a 802.11a trabalha numa frequência de 5 GHz (característica que
levou esta norma ao desuso) a uma velocidade de 54 Mbps.
Aquando do surgimento destas novas normas pareceu evidente que a norma
802.11a teria muito mais adesão já que é detentora de uma velocidade muito superior e de
um espetro quase sem interferências. No entanto, foi a 802.11b que mais depressa
convenceu os consumidores, já que economicamente seria mais rentável.
(1) ISM – ocupa os seguintes intervalos: 902 MHz - 928 MHz; 2,4 GHz - 2,485 GHz e 5,15
GHz - 5,825 GHz; Estas variações estão dependentes do país, podendo sofrer alterações
consoante as regras estipuladas pelo mesmo.
Redes Wi-Fi – A evolução da norma 802.11. 12/21
Assim, concluímos que apesar de ser a versão mais eficiente na transferência de
dados, acabaria por perder o mercado devido aos seus elevados custos causados pelo seu
alcance reduzido, o que implicaria a instalação de mais Access Points, para a obtenção de
uma performance eficiente do sistema, que consequentemente aumentaria
significativamente os custos do utilizador. No entanto, o reduzido alcance pode ser visto
também como uma vantagem a nível da segurança. Outra das desvantagens é o facto de
ser impossibilitado o acesso à rede de visitantes que contem com as normas que não a a
(como a norma b ou g), portanto não será recomendada a utilização desta versão num
contexto corporativo ou doméstico (onde se quer que haja um número considerável de
utilizadores ligados à mesma rede).
Agora relativamente à norma 802.11b sabemos que nos traz vantagens a nível do
acesso por mais utilizadores, o que também pode ser visto como uma desvantagem já que
facilita o acesso por intrusos. Contudo, trata-se de uma versão com uma velocidade máxima
de 11 Mbps, velocidade que é facilmente comprometida por obstáculos, devido à banda de
2,4 GHz.
4.2.1 Hotspots
A palavra hotspot vem do inglês hot, quente e spot, ponto, que num contexto
informático se refere a um ponto onde é possível o acesso a uma rede Wi-Fi. Atualmente, a
existência de hotspots é muito frequente, especialmente, em locais públicos como
aeroportos, cafés e centros comerciais, já que a sociedade é cada vez mais dependente da
internet.
Para que possamos usufruir de um hotspot é necessário que haja uma rede local
denominada de WLAN (Wireless Local Area Network) que juntamente com um router nos
permitirá a ligação a um fornecedor de acesso à internet (ISP, Internet Service Provider).
Foi em 1993 que surgiu a primeira ideia daquilo que em 2001 viríamos a chamar de
hotspot, numa conferência, NetWorld+Interop conference (conferencia ligada ao
desenvolvimento e exposição das novas tecnologias da rede) em São Francisco, no entanto
foi no Texas que a empresa PLANCOM, uma sociedade capital de risco, tentou criar a
primeira rede de acesso local público que acabou por ser dissolvida pelos seus fundadores,
tendo dois deles fundado uma outra empresa, MobileStar Networks, uma das primeiras a
assinar contratos com empresas como a Starbucks e a American Airlines. Mais tarde, em
2001, a empresa foi vendida à Deutsche Telecom. O termo “hotspot” foi ouvido pela primeira
vez quando a empresa alterou o seu nome para “T-Mobile Hotspot”.
Redes Wi-Fi – A evolução da norma 802.11. 13/21
Os hotspots são cada vez mais comuns, já que nos permitem aceder à internet em
locais públicos através de smartphones, tablets e computadores portáteis.
Apesar de ser um avanço tecnológico muito vantajoso também tem uma grande
desvantagem no que toca à segurança, já que há sempre vários utilizadores ligados à
mesma rede.
4.2.2 Protocolo de segurança WEP
Com o crescimento exponencial de aderentes às WLAN, a segurança destas
redes tem vindo a ser comprometida. Para evitar esse tipo de problemas, juntamente com a
norma IEEE 802.11, foi criado, em setembro de 1999, o protocolo WEP (Wired Equivalent
Privacy). WEP foi o primeiro protocolo de segurança criado que é ainda muito utilizado nos
dias de hoje, mesmo sendo um protocolo bastantes falhas.
Este protocolo passa por cinco etapas fundamentais: em primeiro lugar, dá-se a
encriptação dos pacotes de dados a partilhar, pelo algoritmo RC4, que pretende garantir a
confidencialidade dos dados do utilizador; de seguida temos o CRC-32 (Cyclic redundancy
check) que não passa de uma função detetora de erros que fará uma soma de verificação
(checksum, em inglês) que consiste na verificação da integridade dos dados transmitidos de
uma mensagem enviada; esta gerará um ICV (Identificador de Circuito Virtual), que depois
será conferido pelo respetivo recetor da mensagem, que verificará se este foi corrompido ou
não.
Mais tarde, em 2003, surgiu uma versão melhorada: o protocolo WPA (Wi-Fi
Protected Access). Este protocolo é o resultado da união da Wi-Fi Alliance e do IEEE, com
o objetivo de trazer mais segurança aos utilizadores das redes sem fios.
Entretanto, já existem protocolos mais eficientes, que são variantes do WPA:
• WPA2 (AES)
• WPA2 (TKIP)
• WPA2 Mixed
Redes Wi-Fi – A evolução da norma 802.11. 14/21
4.3 IEEE 802.11g
O padrão 802.11g foi rapidamente adotado pelos consumidores, a partir de janeiro
de 2003, bem antes da ratificação, devido ao desejo de velocidades mais elevadas e
redução de custos de fabricação. Apesar da sua grande aceitação inicial, 802.11g sofre da
mesma interferência que a 802.11b. Dispositivos que operam nesta faixa, 2.4 GHz, incluem
micro-ondas, dispositivos Bluetooth, e telefones sem fio digitais, que podem levar a
problemas de interferência. Além disso, o sucesso da norma tem causado problemas de
uso relativo à aglomeração em áreas urbanas. Para evitar interferência, existem apenas três
canais não sobrepostos utilizáveis nos EUA e noutros países com regulamentos
semelhantes (canais 1, 6, 11, com 25 MHz de separação), e quatro na Europa (canais 1, 5,
9, 13, com separação de apenas 20 MHz). Mesmo com essa separação, existe alguma
interferência, embora consideravelmente mais fraca.
Figura 5- Canais na frequência 2.4 GHz das normas 802.11b/g
A norma 802.11g é o terceiro padrão de modulação para LAN's sem fios. Este
trabalha numa banda de 2,4 GHz (como o 802.11b), mas opera com uma taxa máxima de
dados de 54 Mbit/s (Idêntico ao 802.11a). O hardware 802.11g é totalmente compatível com
hardware 802.11b. Os problemas em fazer b e g trabalharem bem simultaneamente é o
facto de ocuparem grande parte do processo técnico. Numa rede 802.11g, no entanto, a
presença de um participante 802.11b reduz significativamente a velocidade da rede 802.11g
global. Alguns routers 802.11g empregam um modo compatível para clientes 802.11b
chamado 54g LRS (Limited Rate Support).
O esquema de modulação utilizado em 802.11g é ortogonal, OFDM (orthogonal
frequency-division multiplexing) copiado do 802.11a com taxas de transferências de dados
de 6, 9, 12, 18, 24, 36, 48 e 54 Mbit/s.
Redes Wi-Fi – A evolução da norma 802.11. 15/21
4.3.1 IEEE 802.11f
A norma 802.11f (IAPP) é uma implementação portátil da especificação 802.11f
para o protocolo Inter access point Protocol (IAPP), de modo a permitir a mobilidade entre
pontos de acesso a WLAN’s. Esta é compatível com vários sistemas operativos e chips
wireless. O IAPP fornece, então, mobilidade e acesso a todos os pontos sem qualquer
problema de interoperabilidade.
4.4 IEEE 802.11e
Um dos problemas criados aquando da criação das redes Wi-Fi prendeu-se com a
qualidade de serviço (QoS - Quality of Service).
A qualidade do serviço é a capacidade de uma rede de fornecer dados. Sem esta o
tempo de envio/receção de dados era infinita. Foi por esta mesma razão que se revelou
necessária a criação da norma 802.11e.
Este padrão é importante para as aplicações e programas que estão relacionados
com comunicações por VoIP (Voice over IP) pois dependem da qualidade de serviço para
funcionarem corretamente. Exemplos destas aplicações são o Skype e Messenger.
4.5 IEEE 802.11n
4.5.1 Objetivo
A norma IEEE 802.11n surgiu como resposta à crescente procura do mercado, que
pretendia redes locais sem fios com uma maior performance, velocidade e confiabilidade do
que os padrões já existentes. Pretendia-se aumentar a velocidade de transmissão de dados
desta para cerca 100 Mbits/s, uma perspetiva muito otimista tendo em conta que a
velocidade máxima ate então atingida era de cerca de 27 Mbits/s na norma 802.11g.
Assim, em 2003/2004 o IEEE começou a desenvolver uma nova norma que que
contemplasse este aumento da procura mas só ficou concluída em Setembro de 2009.
Redes Wi-Fi – A evolução da norma 802.11. 16/21
4.5.2 Características e Vantagens
Esta norma tem como
principais características a
introdução das tecnologias
MIMO (Multiple-Input Multiple-
Output) e do multipath(1) que
consiste na transmissão de
dados usando múltiplas vias de
transmissão, ou seja, é possível
receber vária informação ao
mesmo tempo usando vários
recetores /antenas.
O MIMO baseia-se no uso de várias antenas em simultâneo para aumentar a taxa de
transmissão de dados e assim aumentar a velocidade da rede obtendo uma performance
muito mais elevada.
Esta técnica de transmissão de dados já
tinha sido experimentado em padrões
anteriores mas como surgiam múltiplas
interferências nunca foi possível implementar
este sistema, até este padrão ser combinado
com o sistema MIMO conseguindo assim
combinar a informação das diferentes antenas
obtendo o sinal original sem interferências, ou
seja, o sinal pode fazer ricochete em diferentes
obstáculos fazendo com que cheguem ao
recetor com intervalos de tempo entre eles
mas este sistema através de grande
capacidade de processamento consegue calcular todas as imperfeições e chegar apenas a o
sinal original sem falhas.
(1) – Multipath ou multipercurso é um fenómeno que se traduz em múltiplas reflexões
que o método MIMO procura rentabilizar.
Figura 6 - Esquema das tecnologias MIMO 1
Figura 7 - Esquema do Multipat
Redes Wi-Fi – A evolução da norma 802.11. 17/21
Assim este sistema permite o uso de vários fluxos em simultâneo e assim obter
velocidades elevadíssimas superando mesmo as expetativas e tendo conseguido aumentar a
fiabilidade e velocidade de transmissão de dados e alcance em relação a todas as normas
anteriores.
Este padrão utiliza faixas de 2.4 GHz e 5 GHz o que permite que seja compatível com
as frequências de normas anteriores.
4.5.3 Desvantagens
As desvantagens desta norma é o custo elevado e o alto consumo de energia elétrica
devido à necessidade de muito processamento e de qualidade para conseguir implementar o
sistema MIMO.
4.6 IEEE 802.11ac
Esta norma está em fase de desenvolvimento e está previsto que seja oficializada pelo
IEEE em 2014 ou 2015, mas já se
conhecem algumas das principais
características.
Esta nova norma 802.11ac,
também chamada de 5G, apenas
operará na faixa de 5 GHz para não
ter que partilhar a frequência com
outros aparelhos como micro-
ondas e telefones e assim poder
adquirir outras capacidades mantendo a interligação com outras normas.
A diferença desta norma em termos de velocidade para a anterior será de cerca de 3
vezes o que significará 1.3 Gbps. Trabalha com o sistema MUMO (Multi-user MIMO), ou seja,
permite que a transmissão de dados seja feita a partir de vários terminais conseguindo reunir
toda a informação recolhida. Esta nova norma também utilizará o sistema “Beam Forming”
que consiste em determinar a posição do router e do utilizador e assim ser possível focar o
sinal na direção certa.
Assim esta norma trará vantagens às redes pois vai aumentar a velocidade da
transmissão de sinais e também melhorará a qualidade do sinal.
Figura 6- Logotipo do Wi-Fi 5G
Redes Wi-Fi – A evolução da norma 802.11. 18/21
5. Resultados
No âmbito deste projecto a nossa equipa realizou um inquérito que visou entender os
conhecimentos de uma amostra de população, com variadas idades e características,
quanto ao assunto em questão e inquirir, também, à cerca da utilização que essas mesmas
pessoas fazem das redes sem fios e da Internet em geral.
Para tal, recorremos a elaboração de um questionário, com o qual construímos um
gráfico revelador das estatísticas obtidas.
Total de respostas: 50
Sexo:
Masculino 84% (42 respostas)
Feminino 16% (8 respostas)
Idade média de resposta: 19,5
Recorre à internet como meio principal de pesquisa/trabalho?
-Sim 96% (48 respostas)
-Não 4% (2 respostas)
Das quais:
-Por cabo-10% (5 respostas)
-Por wireless-73% (36 respostas)
-Ambas-12% (6 respostas)
-Outro-4% (2 respostas)
Redes Wi-Fi – A evolução da norma 802.11. 19/21
Via normal de acesso
Por Wireless
Cabo
Ambas
Outro
Familiarização com as normas Wi-Fi e o padrão IEEE 802.11
Sim
Não
Nunca ouviu falar.
Redes Wi-Fi – A evolução da norma 802.11. 20/21
6. Conclusão
Com a elaboração deste trabalho científico constatamos alguns pontos relativos à
evolução da norma 802.11 e a sua enorme importância na geral utilização das redes sem fio
Wi-Fi.
As normas 802.11 têm vindo a evoluir de uma forma bastante acentuada desde a sua
criação em 1997, devido ao trabalho realizado pelo Institute of Electrical and Electronics
Engineers (IEEE) que, nos dias de hoje persiste na investigação e desenvolvimento de
regras padrão e reguladoras das redes wireless. Atualmente ultrapassam largamente as
versões originais, tanto em qualidade do sinal, como em segurança e rapidez de
transferência de dados.
Associados às normas foram acrescentados protocolos de segurança (como por
exemplo: WEP e WPA) que vieram tornar a utilização destas tecnologias mais segura.
Como o desenvolvimento de qualquer tecnologia, também as redes Wi-Fi só são
vantajosas para a sociedade contemporânea se forem realizadas com método, de forma
ética e visando o bem comum.
Redes Wi-Fi – A evolução da norma 802.11. 21/21
Referências bibliográficas
Redes, O que é o Wi-Fi “infowester.com”, Consultado a: 10-10-2013
http://www.infowester.com/wifi.php
Apresentação do Wi-Fi (802.11) “kioskea.net”, Consultado a: 12-10-2013
http://pt.kioskea.net/contents/790-introducao-ao-Wi-Fi-802-11-ou-wifi
IEEE “IEEE.org”, Consultado a: 9-10-2013
http://standards.IEEE.org/news/2012/802.11-2012.html
Telecomunication group (universidade Nova de Lisboa) “http://tele1.dee.fct.unl.pt/”
http://tele1.dee.fct.unl.pt/csf_2004_2005/folhas/wifi_csf.pdf
Rodrigues, Pedro “trabalho sobre redes sem fio (wireless)”
http://www.logicengenharia.com.br/mcamara/alunos/Wireless.pdf
IEEE Wireless comunications magazine,
- Vol.12, Nº6, Dez 2005;
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Montico, Matias - Guia avançado de redes Wireless - Vol. 1
http://books.google.pt/books?id=5mjTsW6UV2MC&pg=PA6&dq=Guia+avan%C3%A7ad
o+de+redes+Wireless+-+Vol.+1&hl=pt-PT&sa=X&ei=WclaUt7XC-
GR7AbQpYCYDQ&ved=0CDwQ6AEwAA#v=onepage&q=Guia%20avan%C3%A7ado%20d
e%20redes%20Wireless%20-%20Vol.%201&f=false
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