Corpo: a fronteira com o mundo · “o homem é a medida de todas as coisas”. Nunca se pode...

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VOLUME 1 - CAPÍTULO 2

Corpo: a fronteira com o mundo

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1. O Corpo para os Antigos

1.1. Os mistérios do Orfismo

A religião Órfica, também chamada de Orfismo.

Uma das concepções mais clássicas do corpo

humano,

Este sistema de crenças era inspirado pelo mito do

herói Orfeu. (ver p. 28)

p.28 2

Para o Orfismo: O ser humano é composto por uma parte divina, a alma

que por uma culpa originária foi condenada a viver em

uma parte mortal, o corpo.

Após a morte do corpo, alma viveria outras vidas em

diversos outros corpos, até pagar a pena.

A crença diz que Orfeu trouxe do Submundo

conhecimento para sair desse círculo de existências,

uma vez que foi o único que voltou de lá.

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Esse segredo teria sido passado apenas para os

iniciados

alguns de seus seguidores, que passaram por

um processo de purificação para conhecer os mistérios

de como libertar a alma da prisão dos corpos.

Os órficos deveriam levar uma vida de ascese.

Ascese é uma vida regrada cujo objetivo estaria na

purificação por meio da renúncia aos prazeres corporais,

considerados pecaminosos e prejudiciais à alma.

Ver Glossário – p.29

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1.2. A medida de Hipócrates Outro legado importante para o entendimento do corpo

humano deixado pelos gregos é a obra do pensador grego

Hipócrates de Cós (sécs. V-IV a.C.).

Os escritos de Hipócrates – chamados escritos

hipocráticos, são os primeiros relatos não mitológicos sobre a

saúde do corpo dos quais há registro na história do ocidente.

Hipócrates é considerado o pai da medicina sobre bases

racionais.

Até Hipócrates, o tratamento de doenças na Grécia Antiga

era feito por curandeiros e sacerdotes.

Eles acreditavam que a causa de um mal de saúde tinha um

princípio divino – o mal teria sido enviado aos homens pelos

deuses.

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Hipócrates, inspirado pela filosofia do pensador grego

Empédocles – que afirmava que todo o universo era

composto por quatro elementos: fogo, terra, água e ar.

Hipócrates afirma que a natureza do corpo humano é

semelhante à de todas as coisas.

Nos corpos humanos, estariam então misturados os quatro

elementos, que correspondiam a quatro partes líquidas que

ele denominou humores.

Cada órgão do corpo humano seria, formado por uma

mistura desses humores.

Uma pessoa saudável teria a quantidade correta de cada

elemento no corpo, uma proporção harmônica entre os

humores.

Alguém ficaria doente se essa harmonia se quebrasse com

o aumento ou a diminuição de um humor, fazendo com que o

corpo entrasse em desequilíbrio.

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1.3. Protágoras e os sentidos corporais O filósofo Protágoras de Abdera formulou uma importante

teoria sobre os sentidos.

Protágoras de Abdera faz parte de uma corrente filosófica

chamada sofismo (membros conhecidos como sofistas).

O sofistas se autointitularam de “os sábios”.

Esta corrente mudou a forma como eram feitas as pesquisas

filosóficas – concentravam nos temas do ser humano e da

ética.

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Um dos sentimentos de Protágoras era quanto aos cinco sentidos

corporais.

Para ele, uma pessoa nunca está enganada quanto a uma

sensação corporal.

As pessoas usam as sensações que provêm dos sentidos o

tempo todo para escolher como agir. Sente um choque ao encostar na tomada, afasta-se;

Vê no céu nuvens que indicam chuva, pega o guarda-chuva;

As pessoas avaliam o mundo de acordo com suas percepções

sensoriais e, a partir disso, decidem seu curso de ação.

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Protágoras afirmava que

“o homem é a medida de todas as coisas”.

Nunca se pode afirmar que uma sensação está enganada

Se alguém leva um chute na perna, essa pessoa sente dor;

Uma pessoa com febre, ela vai sentir frio.

As pessoas conhecem o mundo a partir das sensações e

ideias que têm dele.

Protágoras elaborou uma corrente de pensamento chamada

Teoria Relativista

A verdade não é algo absoluto, invariável ao longo do

tempo e do local, mas ela depende das pessoas que a

vivem e sentem em determinado momento.

A verdade, então, seria relativa ao que cada pessoa ou

grupo de pessoas pensa e sente sobre determinado assunto.

p.31 e 32 9

1.4. Platão e o obstáculo do corpo

Platão ( 428 a.C. – 348 a.C.) um dos maiores

pensadores de toda história da Filosofia.

Escrevia diálogos, o personagem principal da

maioria dos diálogos platônicos é Sócrates ( 469

a. C. – 399 a.C.).

Sócrates não deixou nenhuma obra escrita e

muito do que se sabe dele vem dos próprios

textos de Platão.

p. 32 a 34

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2. O Controverso Corpo Medieval

Para facilitar o estudo e a compreensão da história da Filosofia separamos em quatro períodos:

Filosofia Antiga

Filosofia Medieval

Filosofia Moderna

Filosofia Contemporânea.

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As concepções sobre o corpo já apresentadas, fazem parte

do período da Filosofia Antiga

Com o passar do tempo foram se modificando e dando lugar

a novas concepções.

A Filosofia passava por uma transição para um novo período :

A Filosofia Medieval

•Duas características são marcantes nessa mudança:

1. O lugar da Filosofia na cultura e na sociedade

2. A relação da Filosofia com a religião

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2.1. Um belo palácio

O pensamento medieval foi fortemente influenciado pelas religiões, em especial, a Católica.

Na Filosofia medieval, há um grande esforço na tentativa de adaptar as teorias advindas da antiguidade ( Filosofia antiga) às crenças religiosas.

A noção de corpo foi modificada por essa perspectiva.

p. 36 e 37

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