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CUIDANDO DA RELAÇÃO FAMILIAR EM
TEMPOS DE DISTANCIAMENTO SOCIAL
Toda nossa rotina foi alterada pelo surgimento do
COVID-19 ou o novo coronavírus (SARS-CoV-2) e o
estabelecimento da restrição social, pelo
movimento “fique em casa”.
As crianças e adolescentes deixaram de frequentar
escola, aulas esportivas e seus tratamentos
regulares, como a terapia ocupacional, fisioterapia,
fonoaudiologia dentre outros.
É uma RUPTURA na rotina de todos.
É preciso organizar uma nova dinâmica
familiar, conciliar trabalho em casa com a
atenção dispensada a aos filhos.
A sensação inicial é de CAOS.
Também sabemos que a responsabilidade maior, em
grande parte das famílias brasileiras, incide sobre a figura
da mãe ou da cuidadora feminina.
É o momento das famílias se reorganizarem, e as tarefas
de cada um serem repensadas e redistribuídas.
PEÇA ajuda online aos profissionais da saúde
que acompanham você, algum familiar ou aos
seus filhos.
O QUE PRECISAMOS SABER?
É mais fácil implementar novos hábitos e rotinas com as crianças pequenas do quecom adolescentes, portanto, se tem adolescentes em casa, demandará maisesforço de sua parte.
Casais (ou os adultos que residem na casa, por exemplo, uma mãe e a avómaterna) com parcerias bem estabelecidas antes da quarentena podemencontrar uma maior facilidade neste momento para a implementação da novarotina.
Todos os adultos que residem na casa são cuidadores e responsáveis pelas
crianças e adolescentes neste momento, A exceção de adultos e/ou idosos
com problemas de saúde e que demandam cuidados de outros adultos.
O intuito dessa cartilha é falar para
TODOS os CUIDADORES de crianças e
adolescentes, independente de como é
composta sua família.
O EMPENHO dos cuidadores neste momento, é
estabelecer um caminho de COMUNICAÇÃO com as
crianças e adolescentes para que seja possível a
convivência e o estabelecimento de novos HABITOS e
ROTINAS
Para saber mais: #tocomvoce#toemcasa
Será abordado três pontos
principais
O reconhecimento do estilo parental,
ou seja, como cada cuidador se
apresenta na relação com os filhos
Sugestões para o
estabelecimento de uma
rotina saudável e menos
conflituosa
O que os cuidadores
precisam desenvolver
neste momento de
isolamento social e
incertezas
ESTILOS PARENTAIS 6
Falamos de estilos parentais para
designar a forma como os
pais/cuidadores educam,
ensinam, interagem com seus
filhos e como cada uma destas
influenciam nos mais diversos
aspectos do desenvolvimentos
das crianças e adolescentes.
Muitos cuidadores se perguntam se haveria um modo mais
assertivo para educar nossos filhos para que esses cresçam
como cidadãos responsáveis e saudáveis. E a resposta é
sim.
Como?
1. Descobrir cada um seu estilo de educar através das
atitudes e decisões em relação aos filhos,
2. Observar os resultados de suas atitudes refletidas no
comportamento dos filhos,
3. Tentar se auto ajustar nos pontos que vocês deseja
melhorar.
OS ESTILOS PARENTAIS
MAIS COMUNS6
PERMISSIVO
AUTORITATIVO
AUTORITÁRIO
INDULGENTE NEGLIGENTE
PAIS AUTORITÁRIOS
Modelam, controlam e avaliam o comportamento dos filhos de
acordo com regras de conduta pouco ou nada flexíveis;
Punem os filhos por aspectos destes que entram em conflito com
o que eles, cuidadores, pensam ser certo;
Esperam que seus filhos inibam seus pedidos e demandas;
São exigentes;
Não são responsivos, ou seja, pouco ouvem as demandas de seus
filhos.
PAIS PERMISSIVOS
Tendem a ter comportamento não-punitivo;
Diante dos desejos e ações dos filhos tendem a
satisfazer suas vontades de modo imediato e com pouca
crítica;
Não se apresentam como um modelo de
comportamento, nem como pessoas responsáveis por
direcionar o comportamentos dos filhos;
Evitam o que consideram inconveniências ou conflitos;
Não são exigentes;
Podem ser responsivos (característica indulgente) ou
não responsivos (característica negligente).
PAIS AUTORITATIVOS
Ouvem as solicitações dos filhos e avaliam se estas são razoáveis ou não;
Incentivam o diálogo e a expressão de ideias e sentimentos;
Compartilham com seus filhos a sua forma de raciocinar e tomada de decisões;
Diante da recusa do filho, são firmes e expõem sua perspectiva de adulto;
Reconhece interesses e capacidades dos filhos mas não decidem em consensos ou no
desejo da criança;
São exigentes e responsivos, ou seja, há uma reciprocidade.
O QUE OS CUIDADORES PRECISAM DESENVOLVER
A tarefa dos cuidadores é reconhecer as
próprias capacidades e limitações para
que possa ser construído “acordos de
convívio razoáveis na família”
(Maldonado, 2000, p. 26)
1. PARCERIA
Os adultos que residem na casa precisam ser parceiros no cuidado com os
filhos através de uma conversa franca para que pontos de discordância e
conflitos possam ser ajustados.
2. COERENTES
Os adultos que residem na casa precisam chegar a um acordo
comum quanto as regras, novas tarefas de cada um, e
manutenção da palavra.
3. CONSISTÊNCIA
Os adultos cuidadores, sendo um casal ou não, precisam ser
consistentes em suas palavras e ações, agirem com convicção de
seus princípios e valores morais da família, não apenas do
individual de cada um.
4. CONVERSAR 2,3
É importante conversarem entre si e com os filhos.
É desejável que os cuidadores reservem um momento para conversarem sem a
presença dos filhos.
Escutar os filhos não significa realizar suas vontades automaticamente.
5. LIMITES1,4
Colocar limites é dizer amorosamente aos filhos que você se
preocupa com eles e que todos temos direitos e deveres, e o seu,
de cuidador, é educa-lo da melhor maneira que puder, para se
tornar cidadão responsável.
“Dizer ‘sim’ sempre que possível e
‘não’ sempre que necessário”
(Zaguri, 2005, p. 23)
6. FRUSTRAÇÃO
Frustrar-se faz parte do nosso processo de maturidade. Todos nós em algum momento
nos sentimos frustrados – como lidar?
Não esconda seus sentimentos do seu parceiro(a) ou dos filhos caso eles perguntem.
Acolha seu filho e ensine-os que frustrar-se faz parte da vida e do nosso crescimento.
ORIENTAÇÕES
BÁSICAS
Explique o que é o COVID19 e a necessidade de
restrição social e quarentena
Utilize uma linguagem que eles possam
entender de acordo com a idade e seu
desenvolvimento cognitivo e emocional;
Cheque qual foi o entendimento da criança e do
adolescente;
Repita quantas vezes forem necessárias
Mantenham a rotina de vocês ao máximo
possível, como horários regulares de sono,
despertar, descanso, refeições e demais
atividades.
Fonte: https://www.portalraizes.com/os-15-principios-de-maria-montessori/
Inclua seus filhos nos
cuidados com a casa de
acordo com a idade e
capacidade de cada um.
Se você se sentir muito
sobrecarregado ou angustiado,
PEÇA ajuda online aos profissionais
da saúde que acompanham você,
algum familiar ou seus filhos.
Você também pode se informar e
iniciar atendimentos online a
qualquer momento que precisar.
REFERENCIAS
1. Capelatto I, Martins Filho J. Cuidado, afeto e limites: uma combinação possível. 4a ed. Campinas, SP: editora Papirus 7 Mares: 2012. (Coleção Papirus Debates).
2. Druckerman Pamela. Crianças francesas não fazem manha. Rio de Janeiro: Editora Fontanar, 2013.
3. Maldonado Maria T. Comunicação entre pais e filhos: a linguagem do sentir. 25a ed. São Paulo: editora saraiva, 2000.
4. Zagury Tânia. Limites sem trauma: construindo cidadãos. 66a ed. Rio de Janeiro: Editora Record, 2005.
5. Weber Lídia N D (et al). Identificação de estilos parentais: o ponto de vista dos pais e dos filhos. RevstaPsicologia, Reflexão e Crítica, 2004, 17(3), pp.323-331. Acesso <http://www.scielo.br/pdf/prc/v17n3/a05v17n3.pdf>
FONTE DAS IMAGENS
https://br.freepik.com
https://stock.adobe.com/
Para saber mais: #tocomvoce#toemcasa
HOSPITAL DAS CLINICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE
RIBEIRÃO PRETO – USP
Serviço de Terapia Ocupacional
Ambulatório de Terapia Ocupacional em Saúde Mental da Infância
e Adolescência
Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência
E-mail: servicoto@hcrp.usp.br
Telefone (16) 3602-1803
Elaboração:
Valquíria Ferreira JosuéTerapeuta Ocupacional
CREFITO 3-5061-TO
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