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PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA FRIBURGO
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
EQUIPE DE ANOS FINAIS – COORDENAÇÃO DE ARTES
ATIVIDADE DE ARTES – 8º ano – TEMA: CONHECENDO DEBRET: O ARTISTA E SUA OBRA
DEBRET
Jean-Baptiste Debret (1768-1868) veio ao Brasil em 1816, já maduro, com 48 anos, a
convite de D. João VI, como integrante da missão francesa. Era membro de uma família burguesa
francesa culta e esclarecida.
Pintor da corte de Napoleão Bonaparte, decidiu deixar a França quando o imperador
perdeu o poder. No Brasil, Debret foi o pintor oficial da família real para quem executou retratos,
telas históricas, pinturas murais, quadros religiosos e alegorias. Registrou, também, em suas telas
e aquarelas sobre papel, os costumes, usos e paisagens da cidade do Rio de Janeiro. Escreveu
textos descritivos explicando suas litografias, fornecendo informações sobre aspectos sociais,
econômicos, políticos e geográficos.
Este vasto material compõe um documento histórico de importância capital para a recriação da
realidade brasileira na primeira metade do século XIX. Em 1831, Debret regressou à França onde,
três anos depois, publicou Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, 1816-1831, coleção composta de
três volumes com um total de 156 estampas acompanhadas de suas explicações.
Jean-Baptiste Debret (1768-1868)
Nas obras de Debret observamos o modo de vida doméstico de duas mulheres em
situações econômicas opostas: uma relativamente rica e outra miserável. Ambas são servidas por
escravas e ambas realizam o característico trabalho feminino. A observação dos componentes de
cada cena informa outras diferenças e semelhanças entre as imagens: espaço físico, mobiliário,
trajes, atividades simultâneas e a presença de outros personagens na cena.
Veja abaixo a descrição feita por Debret de suas pinturas:
1ª obra:
“Uma senhora de algumas posses em sua casa”, aquarela sobre papel, 16,2 x 23 cm, Jean-Baptiste Debret,
Rio de Janeiro, 1823.
“Tentei captar essa solidão habitual desenhando uma mãe de família, de pequenas
posses, em seu lar onde a encontramos sentada, como de hábito, (…) Sentada sobre as
pernas, à maneira asiática. Imediatamente ao seu lado e bem ao seu alcance se encontra
o gongá (paneiro) destinado a conter os trabalhos de costura; entreaberto, deixa à mostra,
a extremidade do chicote enorme feito inteiramente de couro, instrumento de castigo com o
qual os senhores ameaçam seus escravos a toda hora.
Do mesmo lado, um pequeno mico-leão, preso por sua corrente a um dos encostos
desse móvel, serve de inocente distração à sua dona (…). A criada de quarto, mulata,
trabalha sentada no chão aos pés da madame – a senhora. É reconhecido o luxo e as
prerrogativas dessa primeira escrava pelo comprimento de seus cabelos cardados, (…)
penteado sem gosto e característico do escravo de uma casa pouco opulenta.
A menina no centro, à direita, pouco letrada, embora já crescida, conserva a
mesma atitude de sua mãe, mas sentada numa cadeira bem menos cômoda, e esforça-se
por ler as primeiras letras do alfabeto traçadas sobre um pedaço de papel.
À direita, outra escrava, cujos cabelos cortados muito rentes revelam seu nível
inferior. Avança do mesmo lado um moleque com um enorme copo de água, bebida
frequentemente solicitada durante o dia para acalmar a sede devido ao abuso de alimentos
apimentados. Os dois negrinhos, apenas na idade de engatinhar, (...), no quarto da dona
da casa, dos privilégios do mico-leão, experimentam suas forças na esteira da criada”.
(DEBRET, 1971)
2ª obra:
“Família pobre recolhendo o produto do trabalho da negra velha que carrega água”, aquarela sobre papel, 16
x 22 cm, Jean-Baptiste Debret, Rio de Janeiro, 1827.
´ (…) O desenho representa o interior de uma casa de uma viúva pobre, deixada só,
com sua filha e uma velha negra (…). O interior da casa da pobre viúva compõe-se de
duas peças (ambientes) de tamanhos diferentes. A menor, representada ao fundo, servia
de cozinha, a julgar pelo seu fogão, hoje inútil; a maior, a única habitada, tem sobre seu
chão úmido um estrado velho e quase podre, sobre o qual está sentada a velha mãe,
ocupada em fiar algodão, último recurso adequado à sua idade
(...). A rede, suspensa durante o dia para não impedir a passagem, é descida à
noite, para servir de leito comum às duas senhoras. O resto da mobília se restringe a um
grande pote quebrado, utilizado para a água, e uma lâmpada de lata, muito ordinária
[fixada na parede, atrás da velha].
No primeiro plano, a moça ainda na flor da idade, sentada numa esteira, fabrica
renda com a qual se veste. A negra velha, útil companheira de infortúnio, com seu barril
sobre a cabeça, passa o dia todo como carregadora de água nas ruas da cidade para
trazer às suas senhoras, a cada noite, de 6 a 8 vinténs, com os quais devem viver essas
três pessoas. (...) (DEBRET, 1971)
Atividade:
1) Assista os vídeos:
https://www.youtube.com/watch?v=QdUsyLy7uj0 ( acesso 16 abr 2020) história de Debret
https://www.youtube.com/watch?v=4eJ-Dq7ytyE Jean Baptiste Debret, Obras Animadas ( acesso 16 abr 2020)
2) Você pintor:
Depois de conhecer a história de Debret e algumas de suas obras;
Imprima a foto abaixo (em anexo) e termine de pinta-la.
Obs.: Caso você não possa imprimir, escolha uma outra obra de Debret e sem ler o relato do
próprio artista tente observar os detalhes e no seu caderno descrever o cenário apresentado.
Saiba mais:
História de Debret:
https://www.youtube.com/watch?time_continue=15&v=PXKDNqhGiNE&feature=emb_logo (acesso em: 16
abr 2020) Debret
https://www.youtube.com/watch?v=jWgs_jGdH74 ( acesso 16 abr 2020) Missões Artísticas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Baptiste_Debret (acesso em: 16 abr. 2020): biografia de
Debret;
REFERÊNCIAS:
https://ensinarhistoriajoelza.com.br/contrastes-sociais-brasil-colonia-debret/ Blog: Ensinar História
- Joelza Ester Domingues (acesso em 16 abr 2020)
Anexo:
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