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SÍLVIA ALBUQUERQUE CORRÊA DE ARAÚJO
.
DESIGN FOR ENVIRONMENT NOS GRANDES
INVESTIMENTOS E MODIFICAÇÕES DE PROJETO /
PROCESSO VINCULADO AO SISTEMA DE GESTÃO
INTEGRADA DA MONSANTO NORDESTE S/A
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Profissional em Gerenciamento Ambiental e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo, da Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Engenharia Ambiental.
Orientador: Prof. Dr. Asher Kiperstok
SALVADOR
2005
2
A659d Araújo, Silvia Albuquerque Corrêa de Design for environment nos grandes investimentos e
modificações de projeto / processo vinculado ao Sistema de Gestão Integrada da Monsanto Nordeste S/A. / Silvia Albuquerque Correia de Araújo. – Salvador, 2005.
192p.
Orientador: Prof. Dr. Asher Kiperstok. Dissertação (Mestrado em Gerenciamento e Tecnologias
Ambientais no Processo Produtivo. Ênfase em Produção Limpa) – Departamento de Engenharia Ambiental, Universidade Federal da Bahia, 2005.
Referências, Anexos e Apêndices.
1.Administração da produção 2.Projetos de engenharia 3. Indústria – Gestão Ambiental I. Monsanto Nordeste S/A. II. Universidade Federal da Bahia. Escola Politécnica. III. Kiperstok, Asher. III. Título.
CDD : 658.5
4
A
Iury, meu esposo, pelo incentivo e compreensão,
Luis Daniel, meu filho, que nasceu durante a realização
deste trabalho.
5
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, a Deus pela dádiva da vida e do poder de escolha,
Ao meu marido e filho pelo equilíbrio familiar em que vivemos,
Aos meus pais, Edna e Antônio Aurélio (in memorian), por terem me
ensinado a superar desafios,
Aos meus avós (in memorian) pelo exemplo de vida,
Aos meus irmãos, pelos obstáculos que superamos,
À Monsanto, em particular ao Engenheiro Renato Prestes, pela confiança
demonstrada,
Ao corpo técnico do TECLIM, em particular ao professor Asher, pela
orientação e “inspiração ambiental” motivadora,
A todos que direta ou indiretamente contribuíram para este trabalho.
6
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Técnicas de Prevenção/Redução da Poluição (La Greca,
Buckingham, Evans, 1994)
29
Figura 2: Fluxo de material em um ecossistema industrial (Graedel
e Allenby, 1995)
34
Figura 3: Estágios do ciclo de vida de um produto típico e seus
possíveis impactos associados. (Environment Australia, 2001)
36
Figura 4: Sobreposição das Iniciativas Ambientais (AIChE, 2001) 38
Figura 5: Indicadores para a Sustentabilidade (WBCSD, 2000a) 42
Figura 6: Exemplos de Indicadores de Eco-eficiência da Monsanto
segundo metodologia WBCSD (Monsanto Company, 2002)
45
Figura 7: Fases de um projeto ao longo da vida de um processo 57
Figura 8: Possibilidade de Inserção dos Princípios da Prevenção ao
Longo das Fases de um Processo
60
Figura 9: Etapas de uma Análise de Alternativas 62
Figura 10: Passos para se desenvolver uma CTSA (USEPA;
Tennessee University - Center for Clean Products and Clean
Technologies, 1996)
66
Figura 11: Fluxo de informação de uma CTSA (USEPA; Tennessee
University - Center for Clean Products and Clean Technologies,
1996)
67
Figura 12: Árvore de Substitutos do DfE. (USEPA, 2000) 68
Figura 13: Princípios Hierárquicos da Prevenção da Poluição.
(USEPA, 2000)
85
Figura 14: Unidades de Produção da Monsanto Nordeste e seus
clientes.
89
7
Figura 15: Unidade do PCl3. 90
Figura 16: Unidade do DSIDA 92
Figura 17: Unidade do PIA 95
Figura 18: Sistema de Coleta de Efluentes Líquidos: Orgânicos e
Não Contaminados 99
Figura 19: Elementos Estratégicos para implementação do DfE 112
Figura 20: Passos Gerais da Proposta para Gestão do Processo de
Implementação do DfE na Monsanto Nordeste
114
Figura 21: Gráficos de Acompanhamento do Grau de Atendimento
aos Requisitos Estabelecidos 132
Figura 22: Representação Gráfica da Avaliação das Funções de
Projeto nas Diversas Fases do Projeto
134
Figura 23: Gráfico de Tendências dos Incrementos Médios
Acumulados de Ações nas Fases do Projeto do Estudo de Caso
137
8
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Cada Paradigma tem um foco distinto. (Little, 2001) 38
Tabela 2 Indicadores de Desempenho Ambiental para Avaliação de
Processos em Indústrias Químicas. (Ruiz, 2000)
46
Tabela 3: Padrões de Projetos de Produtos (Government of Japan,
2001)
77
Tabela 4: Estimativa de Emissões Atmosféricas 97
Tabela 5: Geração de Efluentes Orgânicos. Média em 2002 99
Tabela 6: Geração de Águas Não Contaminadas. Média em 2002 99
Tabela 7: Geração de Resíduos Sólidos. Média 2002 101
Tabela 8: Critérios de Avaliação das Revisões de Saúde,
Segurança e Meio ambiente
131
9
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Acidentes Industriais Relevantes (Attalah, 1994) 26
Quadro 2: Aplicação do DfE através do Ciclo de Vida de um
Produto (RMIT apud Environment Austrália. 2001)
52
Quadro 3: Detalhamento do Primeiro Estágio da Metodologia –
RMIT para implementação do DfE - na Extração e Processamento
de Matéria-Prima. (RMIT apud Environment Australia. 2001)
53
Quadro 4: Passos principais para implementação de um IEMS.
(USEPA, 2000)
83
Quadro 5: Diagnóstico da Monsanto NE – SGI x DfE. Usando
modelo da USEPA (1999)
117
10
RESUMO
O objetivo desta dissertação é propor uma estratégia de integração do Design for Environment (DfE), ao Sistema de Gestão Integrada (ISO 14.001, ISO 9001-2000, OHSAS 18.001) da Monsanto Nordeste S/A. Esta estratégia é formada por quatro etapas principais: planejamento, execução ou implementação, acompanhamento e verificação e análise crítica e melhoria contínua.
Os aspectos relevantes desta estratégia são a definição de indicadores de desempenho com abordagens em prevenção, controle e remediação e a elaboração de um Guia Básico de Avaliações de Saúde, Segurança e Meio ambiente com foco em Design for Environment (DfE) a ser utilizado durante a elaboração de projetos.
Este guia propõe a utilização de um conjunto sistemático de ações destinado a orientar engenheiros e projetistas no endereçamento de atividades de prevenção, com foco em processos e práticas mais limpas e atividades de controle e remediação com foco na sua análise antecipada.
Como suporte referencial, estão disponibilizadas no guia, listas de verificação com, aproximadamente, 300 aspectos de saúde, segurança e meio ambiente a serem avaliados ou executados durante as diversas fases de execução de um projeto, bem como um critério de mensuração do respectivo grau de atendimento e distribuição destes aspectos utilizando-se uma representação gráfica.
Com o objetivo principal de testar a consistência desta sistemática, optou-se, como estudo de caso, a aplicação retroativa das listas de verificação no projeto da Monsanto Nordeste S/A.
Através dos resultados obtidos, pode-se observar a distribuição e a evolução do perfil de atendimento aos requisitos propostos, durante as fases do projeto. Adicionalmente, das lacunas identificadas, levantaram-se oportunidades de aplicação de tecnologias e práticas mais limpas, tanto nas unidades produtivas como no sistema de gerenciamento dos processos de algumas áreas de suporte, para que sejam posteriormente avaliadas dentro do ciclo de melhoria contínua do Sistema de Gestão Integrada.
Palavras-Chave: Design for Environment, Ecodesign, Projeto, Sistema de Gestão Ambiental, Sistema de Gestão Integrada.
11
ABSTRACT
This dissertation aims to propose a strategy to integrate the Design for Environment (DfE) approach to the Integrated Management System (ISO 14.001, ISO 9001-2000, OHSAS 18.001) already implemented at Monsanto Nordeste S/A. Four main steps compose this strategy: planning, execution or implementation, tracking and check and critical analysis and continuous improvement.
The relevant aspects of this strategy are the definition of performance indicators considering the prevention, control and remediation perspectives and the preparation of a Basic Guideline for Health, Safety and Environmental Reviews Focusing on Design for Environment (DfE), to be used in project reviews.
This guideline includes a set of systematic actions to guide engineers and designers to address prevention actions, focused on clean processes and practices, as well as control and remediation actions focused on anticipated evaluation.
The proposed guideline includes, as referential support, a set of evaluation forms with approximately 300 items on health, safety and environmental issues to be checked during the project phases as well as a measuring criterion to evaluate the compliance and distribution profile of prevention, control and remediation actions using graphic resources.
Seeking to test the consistency of proposed systematic, it was choose as a case study, its application to the project phase of the Monsanto Nordeste S/A.
The results evidenced the compliance evolution of the prevention, control and remediation requirements established through the project stages. Furthermore, from the identified gaps, were surveyed opportunities to apply clean technologies and practices at the production units and at the management system of support areas processes, to be later on evaluated at the continuous improvement cycle of the Integrated Management System.
Key Words: Design for Environment, Ecodesign, Design, Project, Environmental management System, Integrated management System.
12
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 16
1.1 CARACTERIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO 16
1.2 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO 20
2 DESIGN FOR ENVIRONMENT (DFE) E OUTRAS INICIATIVAS 22
2.1 INTRODUÇÃO 22
2.2 SEGURANÇA DOS PROCESSOS INDUSTRIAIS 22
2.2.1 Cenário Mundial 22
2.2.2 Cenário Local 27
2.2.3 Prevenção 29
2.2.4 Controle 31
2.2.5 Remediação 32
2.2.6 Programa de Gerenciamento de Riscos 32
2.3 ECOLOGIA INDUSTRIAL 33
2.4 ANÁLISE DO CICLO DE VIDA (ACV) 35
2.5 INTER-RELAÇÃO ENTRE AS INICIATIVAS AMBIENTAIS 37
2.6 INDICADORES DE DESEMPENHO 40
2.7 CONCLUSÃO 48
3 DESIGN FOR ENVIRONMENT (DFE) – O PROCESSO DE
PROJETAR E PRÁTICAS RELEVANTES
49
3.1 INTRODUÇÃO 49
3.2 INSERÇÃO DO DFE EM PROJETOS 49
3.3 DFE – CORRELACIONANDO GANHOS FINANCEIROS
COM GANHOS EM SAÚDE, SEGURANÇA E MEIO AMBIENTE
54
13
3.4 O PROCESSO DE PROJETAR 57
3.5 METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DE SUPORTE PARA
ANÁLISE DE ALTERNATIVAS NO PROCESSO DE PROJETAR
61
3.5.1 Estabelecimento e Estruturação do Problema /
Necessidade
62
3.5.2 Coleta de Dados e Informações 63
3.5.3 Geração das Alternativas e Análise dos Dados: 63
3.5.4 Julgamento das Alternativas e Escolha 64
3.5.5 Análise de Sensibilidade 64
3.5.6 Geração do Relatório Final e Divulgação 65
3.6 METODOLOGIA PARA ANÁLISE DE ALTERNATIVAS COM
TECNOLOGIAS LIMPAS – CTSA (CLEANER TECHNOLOGIES
SUBSTITUTES ASSESSMENT). EXEMPLO PRÁTICO DE UMA
METODOLOGIA PARA ANÁLISE DE ALTERNATIVAS
65
3.7 DFE – ALGUMAS ABORDAGENS PRÁTICAS
RELEVANTES
70
3.7.1 Casos Industriais Relevantes 70
3.7.2 Casos de Fomento do DfE nos Estados Unidos,
Dinamarca e Japão
72
3.8 CONCLUSÃO 78
4 DESIGN FOR ENVIRONMENT (DFE) E SISTEMAS DE
GESTÃO
79
4.1 INTRODUÇÃO 79
4.2 SISTEMAS DE GESTÃO 79
4.2.1 Visão Geral 79
4.2.2 Integração 82
14
4.3 CONCLUSÃO 86
5 MONSANTO NORDESTE: PROCESSO, RESULTADOS E
SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADA
88
5.1 INTRODUÇÃO 88
5.2 A FÁBRICA 88
5.2.1 Unidade de Produção do Tricloreto de Fósforo
(PCl3)
90
5.2.2 Unidade de Produção do DSIDA – Ácido DiSódico
Imino DiAcético
92
5.2.3 Unidade de Produção do PIA - Ácido Fosfonometil
Imino DiAcético
95
5.2.4 Emissões atmosféricas 97
5.2.5 Efluentes Líquidos 98
5.2.6 Resíduos Sólidos 101
5.3 SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADA DA MONSANTO
NORDESTE S/A
102
5.3.1 Mapeamento dos Processos Internos 105
5.4 SITUAÇÃO ATUAL DO DFE, PRÁTICAS DE PREVENÇÃO,
CONTROLE E REMEDIAÇÃO NA MONSANTO
107
5.4.1 Programas Corporativos 107
5.5 CONCLUSÃO 109
6 ESTRATÉGIA PROPOSTA PARA IMPLEMENTAÇÃO DO
DESIGN FOR ENVIRONMENT (DFE) NA MONSANTO
NORDESTE S/A
111
6.1 INTRODUÇÃO 111
6.2 REQUISITOS FUNDAMENTAIS PARA A IMPLEMENTAÇÃO 111
15
6.2.1 Ação ou Realização do Produto ou Serviço 112
6.2.2 Gestão do Processo de Implementação 113
6.3 GUIA BÁSICO DE AVALIAÇÕES DE SAÚDE, SEGURANÇA
E MEIO AMBIENTE COM FOCO EM DESIGN FOR
ENVIRONMENT (DFE)
125
6.3.1 Referências 126
6.3.2 Recursos Diferenciais do Guia Básico 127
6.3.3 Estudo de Caso 132
7 CONCLUSÃO 140
REFERÊNCIAS 143
ANEXOS 148
APÊNDICES 190
16
1. INTRODUÇÃO
1.1. CARACTERIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO
Um sistema de gestão ambiental tem o objetivo de prover uma estrutura
de gerenciamento direcionando as empresas na integração das questões
ambientais ao conjunto de atividades do negócio. Esta estrutura requer o
estabelecimento de uma política, objetivos e metas, definição de
responsabilidades, programas internos de capacitação, controle e
verificação das rotinas operacionais, visando a melhoria do seu
desempenho ambiental.
Um exemplo de sistema de gestão ambiental é o sistema ISO 14.001
(ABNT, 1996), desenvolvido pela ISO – International Standards
Organization.
Ao avaliar os resultados do desempenho de empresas que
implementaram sistemas de gestão ambiental ou de saúde e segurança,
percebe-se que apesar de contribuírem com a melhoria do desempenho
nestas questões, não são suficientes no direcionamento das mesmas no
sentido da eliminação dos perigos, da poluição e do resíduo zero, através
do emprego preferencial de processos e tecnologias mais limpas.
O objetivo desta dissertação é propor uma estratégia para a introdução do
conceito de prevenção da poluição, eliminação dos perigos e do uso de
tecnologias mais limpas para a Monsanto Nordeste S/A, tomando-se
como base a abordagem proposta pelo Design for Environment (DfE) e
inserindo-a através do Sistema de Gestão Integrada (SGI) de saúde,
segurança, meio ambiente e qualidade, implantado na unidade.
O Design for Environment (DfE) é uma iniciativa que direciona
considerações ambientais e de saúde e segurança na fase de projeto,
visando evitar ou minimizar os impactos das atividades produtivas ao
longo do seu ciclo de vida, incluindo: extração de matérias-primas,
transporte, manufatura, embalagem e distribuição, uso do produto ou
serviços e disposição final, tendo sido concebido pela USEPA em 1991
17
como um programa de adoção voluntária pelas indústrias, organizações
governamentais e não governamentais em geral.
Ao endereçar estas considerações já na fase de projeto de seus
processos, as empresas estarão adotando medidas que podem eliminar
ou minimizar os impactos ambientais às pessoas e ao meio ambiente,
trabalhando, preferencialmente, com enfoque de prevenção, ou seja, na
não geração de perigos.
Evitando-se a geração destes perigos, como por exemplo a poluição, não
haverá a necessidade de sistemas de proteção múltiplos que encarecem
o investimento inicial com equipamentos de controle e, futuramente, com
seus respectivos gastos de inspeção e manutenção.
Os processos projetados segundo esta ótica tendem a ser considerados
inerentemente seguros e ter desempenhos ambientais mais expressivos,
do que aqueles que atuam apenas controlando a poluição gerada, ou de
forma mais ampla, controlando os seus perigos, mesmo que sejam
adotados, sistemas de gestão como a ISO 14.001 (ABNT, 1996), OHSAS
18.001 (BSI, 1999) e outras similares1.
Um sistema de gestão integrado ao Design for Environment (DfE) tende a
potencializar o desempenho final da unidade em saúde, segurança e meio
ambiente, pois agrega as vantagens de ambas as iniciativas.
A estratégia proposta para a integração do Design for Environment (DfE)
ao Sistema de Gestão Integrada (SGI) da Monsanto Nordeste, é formada
por quatro etapas principais:
a) Planejamento,
b) Execução ou implementação,
c) Acompanhamento e verificação,
d) Análise crítica e melhoria.
Ressaltam-se três aspectos relevantes nesta estratégia:
1 Para informações complementares acerca destes sistemas de gestão, consultar o Capítulo 4.
18
a) Definição de indicadores de desempenho com enfoque de
prevenção, controle e remediação,
b) Duas linhas de abordagens paralelas para inserção do Design for
Environment (DfE):
o Através das avaliações de saúde, segurança e meio ambiente
em projetos,
o Através de projetos com ganhos financeiros correlacionados
com os ganhos de saúde, segurança e meio ambiente no
Programa Seis Sigma2,
c) Elaboração de um Guia Básico de Avaliações de Saúde,
Segurança e Meio ambiente com foco em Design for Environment
(DfE), a ser utilizado durante a execução de projetos e destinado a
engenheiros e projetistas. O objetivo deste guia é disponibilizar
uma metodologia orientativa no endereçamento das ações de
prevenção controle e remediação executadas durante as diversas
fases de execução de um projeto. Para tanto, foram propostos:
o Um conjunto de formulários de avaliações contendo,
aproximadamente, 300 aspectos a serem verificados,
o Uma sistemática de mensuração do perfil de ações
endereçadas com enfoque de controle, remediação e
prevenção, bem como sua representação gráfica. Gráficos
do tipo radar são gerados sendo possível visualizar e
comparar graficamente o desempenho do projeto ao longo
das suas etapas.
Existem vários benefícios no uso dessa estratégia, por exemplo:
a) Os aspectos de saúde, segurança e meio ambiente são tratados já
no nascedouro das novas idéias / modificações, evitando-se o
2 Abordagem metodológica que visa a melhoria da qualidade dos produtos e processos com concomitante redução de custos através da otimização, implicando na redução de defeitos buscando-se um nível de qualidade mínimo de 3,4 DPMO (defeitos por milhão de oportunidades), aplicando-se ferramentas de análises e técnicas estatísticas direcionadas.
19
retrabalho e uso de tecnologias inadequadas, evitando-se o
desgaste de mudar a idéia do autor por não terem sido
considerados os conceitos de prevenção de perigos, tecnologias e
práticas mais limpas na proposta inicial do projeto,
b) O projeto é avaliado pelos próprios elaboradores do projeto e das
modificações (engenheiros e projetistas), propagando o
conhecimento do conceito para fora da área de Saúde, Segurança
e Meio ambiente,
c) Pode ser utilizado por outras unidades da corporação caso se
mostre uma estratégia eficiente e de aplicação ampla.
d) Utiliza os benefícios de um sistema de gestão já implantado,
e) O Design for Environment (DfE) é introduzido de forma integrada.
Uma iniciativa ou ferramenta implementada isoladamente sempre
passa o sentimento de mais trabalho, por não estar
contextualizada,
f) A seleção de projetos com DfE inseridos para participação no
programa Seis Sigma, dará uma projeção positiva unindo ganhos
ambientais e econômicos.
Esta estratégia foi construída considerando as abordagens disponíveis na
literatura pesquisada para o Design for Environment (DfE) e seus temas
correlatos, os programas internos da Monsanto e suas necessidades
atuais, bem como a experiência profissional da autora adquirida em 15
anos de trabalho em indústrias petroquímicas e químicas nas áreas de
engenharia de projetos, processos, manufatura e saúde, segurança e
meio ambiente.
A tradução mais próxima do termo Design for Environment (DfE) para o
Português é Projeto para o Meio ambiente. O termo em Português tende a
expressar a idéia de serem inseridas preocupações com os impactos
gerados sobre o equilíbrio ecológico ao se projetar uma unidade
industrial. O termo original em Inglês, significa inserir nas avaliações de
20
projetos, além destas questões, considerações sobre saúde e segurança.
Adicionalmente, o termo design tende a expressar uma abrangência maior
que o termo projeto, incluindo no seu contexto, além de projetos de
unidades industriais, o desenho de produtos e embalagens, serviços,
projetos de logística, entre outros. Portanto, considerando a diferença de
abrangência dos termos, sendo a abrangência em Inglês mais apropriada
aos objetivos desta dissertação, e que o termo design já é conhecido no
Brasil, optou-se por manter a expressão inglesa e sua abreviatura
associada, DfE, a partir dos próximos capítulos.
1.2. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
Esta dissertação encontra-se estruturada em sete capítulos.
O primeiro capítulo introduz, resumidamente, o tema Design for
Environment (DfE) e a abordagem proposta para incorporação do mesmo
na Monsanto Nordeste S/A.
O segundo capítulo, Design for Environment (DfE) e Outras Iniciativas,
aborda conceitualmente algumas iniciativas próximas ao tema, como,
segurança de processos, ecologia industrial, análise do ciclo de vida e
indicadores de desempenho, contextualizando o tema.
O terceiro capítulo, Design for Environment (DfE) - O Processo de Projetar
e Práticas Relevantes, aborda o tema projetos, detalhando suas fases e
como se dá a inclusão do Design for Environment (DfE) no seu escopo.
Procurando-se exemplificar os ganhos com a aplicação do DfE, estão
apresentados alguns casos na indústria e práticas de divulgação e
fomento nos Estados Unidos, Dinamarca e Japão.
O quarto capítulo, Design for Environment (DfE) e Sistemas de Gestão,
aborda o tema sistemas de gestão e os benefícios de sua integração com
o DfE. Procurando-se exemplificar esta integração, o Sistema de Gestão
Ambiental Integrado da USEPA (IEMS), é apresentado, procurando-se
evidenciar a diferença entre um sistema integrado e um sistema de gestão
convencional.
21
O quinto capítulo, Monsanto Nordeste: Processo, Resultados e Sistema
de Gestão Integrada, apresenta o processo produtivo e alguns resultados
de geração de resíduos, efluentes e emissões geradas, algumas
oportunidades de aplicação do DfE em projetos específicos, e o Sistema
de Gestão Integrada, sua estruturação e situação atual de inserção do
DfE no seu escopo.
O sexto capítulo, Estratégia Proposta para Implementação do Design for
Environment (DfE) na Monsanto Nordeste S/A, apresenta uma proposta
estruturada baseada no ciclo - PDCA – Plan (planejar) – Do (fazer) –
Check (verificar) – Act (Corrigir e melhorar), destacando-se a etapa de
execução com duas rotas de abordagem (projetos Seis Sigma e
avaliações de saúde, segurança e meio ambiente em projetos), propostas
de indicadores e disponibilização de um Guia Básico de Avaliações de
Saúde, Segurança e Meio ambiente com foco em Design for Environment
(DfE).
Finalmente, o sétimo capítulo, apresenta as conclusões desta dissertação
que consistem na identificação de oportunidades de implementação de
ações de prevenção na Monsanto Nordeste S/A através da estratégia de
integração do Design for Environment (DfE) com o Sistema de Gestão
Integrada frente as lacunas existentes, nos resultados gerais obtidos com
a aplicação da sistemática de avaliação de projetos do guia básico
proposto no estudo de caso, nas limitações desta aplicação e sugestões
para avaliações e trabalhos futuros.
22
2. DESIGN FOR ENVIRONMENT (DfE) E OUTRAS INICIATIVAS
2.1. INTRODUÇÃO
Este capítulo tem o objetivo de desenvolver uma revisão bibliográfica
sobre o DfE e outras iniciativas correlatas, buscando:
� contextualizar o DfE entre as diversas iniciativas ambientais e de
saúde e segurança existentes, particularmente, a segurança de
processos, ecologia industrial e análise do ciclo de vida, bem como
discutir a aplicabilidade das mesmas,
� Apresentar algumas abordagens relevantes sobre indicadores de
desempenho em saúde, segurança e meio ambiente.
2.2. SEGURANÇA DOS PROCESSOS INDUSTRIAIS
A segurança de processos será abordada apresentando-se sua evolução
no cenário mundial e no cenário local do Pólo Petroquímico de Camaçari.
2.2.1. Cenário Mundial
Até meados da década de 70, a segurança dos processos industriais e
seus impactos ambientais eram tratados no âmbito das empresas sem
maiores interferências externas.
A partir daí, parcelas da sociedade, autoridades governamentais e
membros da própria indústria passaram a mostrar sua insatisfação com o
quadro crescente de poluição e ocorrências de grandes acidentes
industriais.
A nível mundial o início das discussões sobre os problemas ambientais
remonta de meados da década de 70. Alguns dos principais marcos das
discussões ambientais foram:
� 1972: Primeira Conferência Ambiental das Nações Unidas
(Estocolmo): Nesta conferência os problemas ambientais eram
encarados como conseqüência do desenvolvimento econômico.
23
Acreditava-se que as tecnologias de controle da poluição (end-of-
pipe) eram a solução destes problemas (Dienderen, 2000),
� 1982: Segunda Conferência Ambiental das Nações Unidas
(Nairobi): As discussões sobre desenvolvimento sócio-econômico e
problemas ambientais foram fortalecidas. Concluiu-se que as
tecnologias até então aplicadas, não eram suficientes para resolver
os problemas ambientais globais (Dienderen, 2000),
� 1983: Criação da Comissão Mundial para o Meio ambiente e
Desenvolvimento. As Nações Unidas delegaram a esta comissão a
tarefa de formular um programa universal para reverter o quadro de
impactos ambientais crescentes, fomentando quatro focos
principais (Dienderen, 2000):
o O desenvolvimento de uma política ambiental global de
longo prazo,
o O aumento do processo de colaboração entre os países
industrializados e os países em desenvolvimento,
o O aumento da eficiência das ações das comunidades
internacionais quando problemas ambientais são
detectados,
o A formulação de um programa de ações comum de longo
prazo sobre a resolução das questões ambientais.
� 1987: Elaboração do relatório Nosso Futuro Comum pela Comissão
Mundial para o Meio ambiente e Desenvolvimento. Este relatório
apresentou a visão da comissão sobre os quatro focos levantados
em 1983. O Relatório foi dividido em três partes (Dienderen, 2000):
o A primeira parte, “Nossas Análises de Futuro”, aborda os
principais problemas ambientais do planeta e um pleito para
o estabelecimento de ações rumo ao desenvolvimento
sustentável,
24
o A segunda parte, “O Desafio Comum”, enfatizou o problema
do crescimento populacional e a produção de alimentos,
bem como a necessidade de políticas para o uso de
energias mais sustentáveis e políticas industriais,
o A terceira parte, “Esforços Comuns”, enfatiza a necessidade
de uma política de aproximação entre os esforços
desenvolvidos pelos países.
� 1987: Protocolo de Montreal. Compromisso assumido em
Conferência das Partes visando a proteção da camada de ozônio
mediante a adoção de medidas cautelatórias para controlar, de
modo eqüitativo, as emissões globais de substâncias que a
destroem, com o objetivo final da eliminação (UNEP, 1987).
� 1989: Convenção da Basiléia. As descobertas de vários casos de
transporte ilegal de resíduos tóxicos oriundos de países
industrializados para países em desenvolvimento ou
subdesenvolvidos provocaram uma reação internacional levando o
PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(UNEP – United Nations Environment Programme), a preparar uma
proposta de convenção internacional para controlar o transporte
entre fronteiras de resíduos perigosos. Os objetivos principais da
Convenção da Basiléia eram (UNEP, 1989):
o Minimizar a geração de resíduos perigosos considerando-se
os aspectos sociais, tecnológicos e econômicos,
o Controlar e reduzir a movimentação de resíduos perigosos
entre fronteiras, forçando a dispô-los, o mais próximo
possível da fonte geradora em instalações que
proporcionem a segurança adequada ao meio ambiente e a
saúde dos trabalhadores e comunidades,
o Impedir o transporte de resíduos perigosos para países que
tenham legislações internas que o proíbam ou para países
25
onde haja dúvidas sobre a capacitação para o
gerenciamento adequado da sua disposição,
o Fomentar a troca de informações sobre gerenciamento
adequado de resíduos perigosos, buscando-se minimizar a
ocorrência de transportes ilegais.
� 1990: Promulgação da lei de Prevenção da Poluição – Pollution
Prevention Act dos Estados Unidos, que formalizou uma política
nacional incluindo o comprometimento com a redução da geração
de resíduos, fomentando, primariamente, a adoção de medidas de
prevenção da poluição: redução na fonte, reuso, reciclo entre
outros.
Segundo a USEPA & Centro para Produtos e Tecnologias Limpas
da Universidade do Tennessee – Center for Clean Products and
Clean Technologies (1996), em 1992, as indústrias americanas
gastaram mais de US$ 30 bilhões para se manterem dentro dos
padrões ambientais estabelecidos pela legislação americana em
vigor, mesmo assim ainda lançavam bilhões de toneladas de
produtos tóxicos no ambiente.
Estes dados indicavam para um caminho de busca de tecnologias
limpas ao contrário do tradicional controle de fim de tubo, “sujar
para depois limpar”.
� 1992: Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento e
Meio ambiente – ECO –92, onde os principais assuntos discutidos
foram: desenvolvimento sustentável, proteção das florestas,
mudanças no clima do planeta e biodiversidade.
Nesta conferência foi elaborada a Agenda 21, documento criado
com objetivo estabelecer um programa de ações para o século 21
visando promover o desenvolvimento sustentável em escala
planetária, tentando conciliar o desenvolvimento com preservação
ambiental. Contribuíram para sua elaboração instituições
26
governamentais e a sociedade civil de, aproximadamente, 172
países (UNEP, 1992).
� 1997: O Protocolo de Kyoto foi o compromisso assumido em
consenso na Conferência das Partes (CP-3) segundo o qual os
países industrializados reduziriam suas emissões combinadas de
gases de efeito estufa em pelo menos 5% em relação aos níveis de
1990 até o período entre 2008 e 2012. Esse compromisso, com
vinculação legal, promete produzir uma reversão da tendência
histórica de crescimento das emissões iniciadas nesses países há
cerca de 150 anos (UNEP, 1997).
� 2002: Conferência Mundial para o Desenvolvimento Sustentável,
coordenada pelo PNUMA, em Johannesburg, reafirmou os
compromissos assumidos na Agenda 21 e elaborou um plano para
cumprimento das ações remanescentes. (UNEP, 2003)
Sem dúvida que a poluição crescente dos rios, oceanos e do ar
(principalmente das grandes cidades) contribuíram para este quadro de
descontentamento; contudo, as ocorrências de grandes acidentes
ambientais foram um marco na provocação das discussões e das novas
exigências por parte dos órgãos regulatórios.
Estão listados, a seguir, alguns destes principais acidentes:
Flixborough, Inglaterra – 1974: Explosão de nuvem de ciclohexano, aproximadamente 28 mortos, 53 feridos. Danos atingiram aproximadamente 10 Km de raio. Custos de aproximadamente US$ 180.000.000,00.
Seveso – Itália – 1976: Vazamento de dioxina, 500 feridos, Custos de aproximadamente US$ $4.500.000,00
Bhopal – Índia – 1984: Vazamento de gás tóxico: 25t de metil isocianato, 2.300 mortos e 170.000 feridos. Custos superiores a US$ 500.000.000,00
San Juanico – México – 1984: Explosão de uma unidade de armazenamento de gás liquefeito de petróleo, mais de 500 mortos. Custos superiores a US$ 20.000.000,00
Pasadena, Tx – Estados Unidos – 1989: Explosão em uma planta de polietileno devido a um vazamento de eteno, aproximadamente 23 mortos e 130 feridos. Custos superiores a US$ 750.000.000,00.
QUADRO 1: Acidentes Industriais Relevantes (Attalah, 1994)
27
Em 1992, a Agência de Segurança e Saúde Ocupacional Americana –
OSHA (Occupational Safety and Health Administration), motivada pelas
grandes ocorrências acidentais e pela pressão popular, após o acidente
em Pasadena, publica uma norma para Gerenciamento de Segurança de
Processos, PSM – Process Safety Management - Standard 29 CFR
1910.119 (OSHA, 1992).
O objetivo do PSM era definir os requisitos mínimos de gerenciamento de
riscos para as unidades industriais que operavam com produtos perigosos
em quantidades significativas, visando garantir a proteção dos
trabalhadores, comunidades e do meio ambiente.
2.2.2. Cenário Local
No cenário brasileiro, em particular, os estados de São Paulo e Bahia
regulamentaram a exigência de Programas de Gerenciamento de Riscos
para unidades industriais perigosas. Em São Paulo, a agência ambiental -
CETESB, desenvolveu um manual de orientação para estudos de
análises de risco, onde estão estabelecidos os critérios de
enquadramento de empresas passíveis de possuírem um programa de
gerenciamento de riscos (CETESB, 1999).
No Estado da Bahia, em particular para o processo de licenciamento da
ampliação do Pólo Petroquímico de Camaçari, nos termos da Resolução
CEPRAM 620 de 21 de julho de 1992, regulamentou-se a exigência de
análises de risco das empresas situadas no complexo básico. Em 2001,
além da reavaliação dos riscos das instalações, a Resolução CEPRAM
2878, referente à revisão dos condicionantes da Licença de Operação do
Pólo Petroquímico de Camaçari, no seu artigo 12o exigiu a implantação de
um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).
Em 13 de setembro de 2002 o COFIC (Comitê de Fomento Industrial de
Camaçari) promoveu um Seminário Internacional sobre Gerenciamento de
Riscos onde o tema foi debatido e algumas empresas como a DuPont,
Dow Química, Braskem e Monsanto apresentaram suas experiências.
28
Neste seminário, Araújo (2002) ressaltou a necessidade de integrar ao
PGR as demais iniciativas relacionadas à saúde, segurança e meio
ambiente, buscando-se maior ênfase na eliminação dos perigos e na
prevenção da poluição, redirecionando o foco do tratamento das questões
ambientais do tradicional fim de tubo ou end-of-pipe para as ações que
evitem a criação da poluição.
Adicionalmente, a autora também apresentou o gerenciamento de riscos
de processos sendo abordado sob três diferentes níveis de ação:
prevenção, controle e remediação. Para ilustrar esta abordagem foi
utilizada a relação entre riscos, perigos e proteções, conforme se segue:
Proteçõess)financeiro / sinstalaçõe e ambiente-meio pessoas, às ( Perigos
=Risco
O perigo pode ser definido como uma fonte ou uma situação com
potencial para provocar danos em termos de lesão, doença, dano a
propriedade, dano ao meio ambiente ou a uma combinação destes (BSI,
99). O perigo está diretamente associado a natureza intrínseca do
potencial agente causador do dano.
As proteções estão associadas às salvaguardas ou barreiras a serem
colocadas entre os alvos (pessoas, meio ambiente e instalações), de
modo a minimizar a probabilidade de ocorrência de um determinado
cenário acidental. Ou seja, o risco só pode ser eliminado se o perigo for
eliminado. Porém, pode ser diminuído pela minimização dos perigos ou
pela colocação de proteções.Os subitens seguintes 2.2.3 a 2.2.5
detalham os três níveis de ação acima citados e o subitem 2.2.6
contextualiza a necessidade de implementação de um programa de
gerenciamento de riscos com uma abordagem preferencial em prevenção.
29
2.2.3. Prevenção
Observando-se a relação anterior, percebe-se que a eliminação do risco
às pessoas, meio ambiente e danos materiais, ocorre através da
eliminação dos perigos associados. Ou seja, atuando no numerador da
relação.
Similarmente, o conceito de prevenção da poluição está diretamente
associado à eliminação ou redução preferencial dos perigos ambientais
na fonte geradora.
Uma visão geral das técnicas empregadas visando a prevenção dos
perigos ambientais e para as pessoas encontra-se ilustrada na figura a
seguir:
FIGURA 1: Técnicas de Prevenção/Redução da Poluição (La Greca, Buckingham, Evans, 1994)
Prevenção da Poluição
Sentido de exploraçãoPrimeiro Depois
Relação ambiental Alta Baixa
Redução na Fonte
Mudança de Produtos
-Substituição
-Conservação
-Composição
Controle na Fonte
Inserir mudança nos materiais
-Purificação
-Substituição
Boas Práticas Operacionais
-Procedimentos
-Prevenção de perdas
-Gerenciamento das práticas
-Segregação das correntes de efluentes
-Melhorias no manuseio de materiais
-Cronograma de produção
Mudanças Tecnológicas
-Processos
-Equipamentos e lay-out
-Automação
-Condições operacionais
Recuperação e Reuso
-Retorno ao processo original
-Substituição de matérias-primas por outro processo
Recuperação
-Processamento para recuperação de recursos
-Processamento como um co-produto
- Separação e concentração
-Troca de resíduos
-Recuperação de energia e material
-Incineração
-Disposição final
Reciclagem (dentro e fora da unidade)
Tratamento de Resíduos
Prevenção da Poluição
Sentido de exploraçãoPrimeiro Depois
Relação ambiental Alta Baixa
Prevenção da Poluição
Sentido de exploraçãoPrimeiro Depois
Relação ambiental Alta Baixa
Redução na Fonte
Mudança de Produtos
-Substituição
-Conservação
-Composição
Controle na Fonte
Inserir mudança nos materiais
-Purificação
-Substituição
Boas Práticas Operacionais
-Procedimentos
-Prevenção de perdas
-Gerenciamento das práticas
-Segregação das correntes de efluentes
-Melhorias no manuseio de materiais
-Cronograma de produção
Mudanças Tecnológicas
-Processos
-Equipamentos e lay-out
-Automação
-Condições operacionais
Recuperação e Reuso
-Retorno ao processo original
-Substituição de matérias-primas por outro processo
Recuperação
-Processamento para recuperação de recursos
-Processamento como um co-produto
- Separação e concentração
-Troca de resíduos
-Recuperação de energia e material
-Incineração
-Disposição final
Reciclagem (dentro e fora da unidade)
Tratamento de Resíduos
30
Comparando a seqüência de técnicas propostas na Figura 1 com a
relação de risco, perigo e proteções, percebe-se que atuando na redução
dos perigos na fonte, como por exemplo, mudanças de produtos,
materiais e tecnologias, bem como a adoção de boas práticas
operacionais na gestão das rotinas, os perigos estão sendo eliminados ou
minimizados, ou seja, está se atuando no numerador da relação
apresentada anteriormente no Item 2.2.2 e, portanto, em técnicas de
prevenção. As demais abordagens apresentadas, reciclagem e tratamento
dos resíduos configuram técnicas de controle, ou seja, está se atuando no
denominador da relação, inserindo-se proteções.
Esta comparação é, particularmente, relevante ao processo de
treinamento e conscientização de engenheiros e técnicos, pois ilustra o
sentido de aplicação de técnicas e práticas de prevenção nas atividades
industriais.
Segundo La Greca, Buckingham e Evans (1994), a prevenção da poluição
tem uma abordagem ampla, incluindo o gerenciamento de produtos
químicos visando a redução dos riscos associados, bem como a
identificação e estimativa de emissões e minimização de resíduos
gerados.
A abordagem da prevenção no gerenciamento de riscos de processos
proposta por Araújo (2002) é igualmente ampla, buscando a eliminação
ou minimização dos perigos às pessoas, ao meio ambiente e danos
financeiros associados a um processo, atuando-se na fonte geradora. Os
processos projetados sob este enfoque tendem a ser inerentemente
seguros. Nos itens 3.5 e 3.6 estão apresentadas algumas técnicas para
seleção de processos e tecnologias mais limpas e, portanto, com o
enfoque de prevenção.
Apesar de mais interessante e viável ambientalmente, este enfoque ainda
não é uma prática corrente nas indústrias. O conhecimento destas
iniciativas ainda encontra-se bastante restrito aos profissionais da área
ambiental não sendo de domínio dos profissionais que gerenciam os
31
processos produtivos. Difundir este conhecimento deve ser uma
consideração importante no planejamento de atividades dos
departamentos de saúde, segurança e meio ambiente das empresas que
desejem melhorar seus desempenhos associados.
2.2.4. Controle
Considerando-se a relação de risco e perigo citada no Item 2.2.2, o
controle pressupõe a não atuação no numerador (perigos), trabalhando-
se apenas no denominador da relação. Ou seja, no uso de medidas de
proteção/controle. Tradicionalmente, este tem sido o terreno de trabalho
dos técnicos. Observando-se a Figura 1, as abordagens de reciclagem e
tratamento dos resíduos configuram técnicas de controle, ou seja, está se
atuando no denominador da relação, inserindo-se proteções.
São exemplos de medidas de controle: alarmes, intertravamentos, planos
de inspeção, equipamentos de proteção individual, tratamento de
efluentes, auditorias, permissões de trabalho, análises de risco de tarefas
entre outros.
Uma questão importante é, que além da não eliminação dos perigos
devem ser considerados os custos da implantação e manutenção das
proteções e medidas de controle, dos planos de inspeção destas
proteções e das futuras substituições.
Com o objetivo de reforçar a aplicação de tecnologias e práticas mais
limpas, recomenda-se que a definição das medidas de controle só seja
feita após a avaliação das as medidas de prevenção aplicáveis.
Em processos industriais as medidas de controle são necessárias, ainda
que sejam bem aplicadas tecnologias e práticas de prevenção, pois os
perigos são inerentes a natureza dos mesmos.
As medidas de controle podem ser mais eficazes quando avaliadas de
forma planejada ou antecipada. Por exemplo, desenvolvendo-se uma
análise de riscos para a execução de uma tarefa, antecipadamente,
haverá tempo hábil para se avaliar o método de execução proposto, local,
32
interferências e recursos. Se esta análise é feita próxima a sua realização,
a qualidade desta análise poderá ser comprometida devido ao curto prazo
para análise.
2.2.5. Remediação
A esta ação estão associadas as falhas apresentadas pelas proteções
citadas no tratamento de controle. Aqui estão inseridos: os planos de
emergência, contingência e remediação para o caso de vazamentos,
emissões, liberações, fatalidades, recuperação de solos contaminados,
etc.
Em processos industriais estes planos devem ser previamente
estabelecidos e ter um programa de treinamento associado.
2.2.6. Programa de Gerenciamento de Riscos
Os programas de gerenciamento de riscos atualmente em vigor ainda
estão focados principalmente no controle e nas técnicas de remediação.
Alterar o foco destes programas para a prevenção é uma mudança de
paradigma, em particular no âmbito de conhecimento dos técnicos que
operam os processos produtivos.
Segundo Kiperstok et al (2001, p.19) “a prevenção da poluição representa
um novo paradigma para equacionar o problema da poluição, pois
transfere o eixo da discussão dos limites da fábrica para o interior do
processo produtivo...”
Segundo Graedel and Allenby (1995, p.61) “colocar a discussão num
contexto de ecologia industrial implica em correlacionar a necessidade de
um produto com a sua produção responsável que ainda assim impõe
algum nível de impacto sobre as pessoas, meio ambiente e recursos. A
priorização e escolha entre alternativas devem faze parte deste quadro.
Um conceito crucialmente importante em tomar decisões lógicas sobre
indústria e vida é que o risco não pode ser evitado, ele deve ser aceitável
e priorizado.”
33
Considerando-se as abordagens apresentadas, um programa de
gerenciamento de riscos deve seguir uma estratégia sustentável,
contemplando:
� Uma abordagem ampla: prevenção, controle e remediação,
� Uma abordagem temporal de riscos dos processos e produtos:
antecipação, gerenciamento da rotina e suas modificações e
desativação ou disposição final,
� O uso de ferramentas adequadas de avaliação de riscos e análise
de sua significância e aceitabilidade,
� A capacitação do corpo técnico,
� O emprego de técnicas de gestão,
� O uso de indicadores representativos (prevenção, controle e
remediação) para avaliação de desempenho.
2.3. ECOLOGIA INDUSTRIAL
O termo ecologia industrial surge da comparação entre os processos da
natureza e os processos produtivos fundamentando-se na manutenção do
equilíbrio / balanço de massa e energia (Graedel e Allenby, 1995).
O objetivo da ecologia industrial é a otimização dos processos industriais,
tipicamente operantes em ciclos abertos: usando matérias-primas e
gerando resíduos, em busca da harmonia dos ciclos fechados
encontrados na natureza onde os resíduos gerados por um componente
do ecossistema são transformados e reaproveitados dentro do mesmo
ambiente. Procura-se fomentar a criação de ecossistemas industriais
harmonizados com o meio ambiente buscando-se eliminar a geração de
resíduos. A figura abaixo busca representar a otimização dos ciclos.
34
FIGURA 2: Fluxo de material em um ecossistema industrial (Graedel e Allenby, 1995)
A Figura 2 representa a otimização dos ecossistemas industriais. Esta
otimização deve ocorrer, primeiramente, dentro dos próprios processos
(representada pelo ciclos em torno dos processos), onde deve-se buscar
oportunidades internas de otimização dos recursos, minimizando a
geração de resíduos. De forma complementar a otimização dos processos
internos, deve-se promover a inter relação entre os diversos componentes
da cadeia produtiva, fazendo com que os mesmos interajam, excedendo
os seus limites de atuação em busca de oportunidades para o melhor
aproveitamento de matéria-prima e energia.
Estas oportunidades surgem na medida em que se encontra utilização
para os resíduos gerados pelos diversos componentes dos ecossistemas
seja como matérias-primas, insumos ou outra forma de necessidade.
A ecologia industrial procura otimizar os ciclos de materiais, desde as
matérias-primas aos produtos finais, visando a eliminação da disposição
final dos resíduos. (Graedel e Allenby, 1995).
Estes princípios estão alinhados com o DfE. É importante que ao projetar
unidades industriais sejam avaliadas oportunidades de otimizações
Resíduos Limitados
Produtor ou Extrator
Fabricante ou Processador
Processador de resíduos
Consumidor
Recursos Limitados
35
internas aos processos, ou externas com outras unidades industriais tais
como: economia de energia, aproveitamento de matérias-primas, uso de
resíduos como subprodutos, entre outros.
2.4. ANÁLISE DO CICLO DE VIDA (ACV)
O tema pode ser entendido como uma abordagem do berço ao túmulo
(cradle to grave) dos produtos, processos e serviços oferecidos pelas
companhias, considerando que em todos os estágios do ciclo de vida do
negócio existem impactos econômicos e ambientais associados bem
como oportunidades de melhorias e ganhos integrados.
Esta abordagem extrapola os limites de cada unidade produtiva,
considerando, de fato, toda a cadeia de produção: matérias-primas,
manufatura, transporte, distribuição e assistência técnica, uso / reuso /
reciclagem e gerenciamento de resíduos (efluentes líquidos, resíduos
sólidos, emissões atmosféricas, etc.). A este conceito contextualiza-se o
seu gerenciamento (Environment Australia, 2001).
A Análise do Ciclo de Vida traz uma avaliação dos possíveis impactos
ambientais provocados pelas tomadas de decisão nas companhias acerca
dos diversos estágios do ciclo de vida do seu produto ou negócio. Por
exemplo:
� Quais produtos serão feitos,
� O projeto destes produtos e suas embalagens,
� Fontes de matérias-primas, utilidades, insumos,
� Armazenamento e logística,
� Gerenciamento dos resíduos gerados.
A figura a seguir ilustra os diversos estágios do ciclo de vida a serem
considerados:
36
FIGURA 3: Estágios do ciclo de vida de um produto típico e seus possíveis impactos associados. (Environment Australia, 2001)
A Figura 3 ilustra a interação entre as fases do ciclo de vida de um
produto e o meio ambiente, através da utilização de recursos naturais e a
devolução dos resíduos gerados no processo produtivo. A otimização das
fases do ciclo de vida em busca de maior eficiência, produtos projetados
com facilidades para reparo, reuso e reciclagem, contribuem para a
minimização dos impactos gerados.
A ISO 14.040 - Environmental Management – Life Cycle Assessment –
Principles and Framework, propõe uma metodologia para realizar uma
análise do ciclo de vida. Os seus passos principais são os seguintes:
geração do inventário de entradas e saídas relevantes de um sistema,
avaliação dos impactos associados a estas entradas e saídas e
interpretação dos resultados.
Extração de matéria-prima
e processamento Manufatura
Embalagem e Distribuição
Uso do Produto
Fim da Vida
Reciclando
Ent
rada Res
íduo
Entr
ada
Res
ídu
oEnt
rada
Res
íduo
Entrada
Resíduo
Entrada
Resíduo
Reparo e reuso
Reciclando
Extração de matéria-prima
e processamento Manufatura
Embalagem e Distribuição
Uso do Produto
Fim da Vida
Reciclando
Ent
rada Res
íduo
Entr
ada
Res
ídu
oEnt
rada
Res
íduo
Entrada
Resíduo
Entrada
Resíduo
Extração de matéria-prima
e processamento Manufatura
Embalagem e Distribuição
Uso do Produto
Fim da Vida
Reciclando
Ent
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Ent
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Ent
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ídu
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Res
íduoE
ntra
daR
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uoEnt
rada
Res
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Entrada
Resíduo
Entrada
Resíduo
Entrada
Resíduo
Entrada
Resíduo
Entrada
Resíduo
Entrada
Resíduo
Reparo e reuso
Reciclando
37
“A ACV ainda está em um estado inicial de desenvolvimento. Algumas
fases desta técnica como a fase de avaliação dos impactos ainda está no
estágio de infância. Um trabalho considerável ainda resta a ser feito e é
necessária a incorporação de experiências práticas visando o
desenvolvimento da técnica e da sua praticidade, portanto, os resultados
obtidos com a ACV devem ser interpretados e aplicados
apropriadamente.” (ISO, 1997, p.3).
2.5. INTER-RELAÇÃO ENTRE AS INICIATIVAS AMBIENTAIS
As iniciativas ambientais possuem especificidades que potencializam
determinados enfoques, não existindo iniciativas completas ou melhores
que outras, mas sim aquelas aplicáveis a cada necessidade.
O Instituto Americano de Engenheiros Químicos (American Institute of
Chemical Engineers – AIChE) avaliou as necessidades dos engenheiros e
técnicos de projetos no que se refere às questões de saúde, segurança e
meio ambiente e optou por criar uma ferramenta própria considerando as
iniciativas ambientais existentes e mais aplicáveis a estas necessidades:
� Prevenção da Poluição: Pollution Prevention (P2)
� Projeto para o Meio-Ambinte: Design for Environment (DfE),
� Segurança Intrínseca: Inherent Safety (SI),
� Química Verde: Green Chemistry (QV), e
� Tecnologia Verde: Green Technology (TV).
38
Para o AIChE cada abordagem possui componentes próprios e
componentes semelhantes havendo uma sobreposição parcial entre elas,
na forma de abordar várias questões. Graficamente, pode-se verificar na
figura a seguir:
FIGURA 4: Sobreposição das Iniciativas Ambientais (AIChE, 2001)
Ainda segundo o AIChE (2001, p.2), “não obstante haver sobreposição
entre estas ferramentas nenhuma possui a abrangência necessária para
cobrir todos os aspectos de saúde, segurança e meio ambiente, e atender
às necessidades multidisciplinares de químicos, engenheiros,
profissionais de meio ambiente, saúde e segurança e gerentes de
negócios”.
A Little Inc. (2001) em publicação realizada para o AIChE apresenta a
seguinte tabela comparativa entre as iniciativas citadas na Figura 4:
TABELA 1: Cada Paradigma tem um foco distinto. (Little, 2001)
SI
QV
TV
SI
QV
TV
39
Buscando integrar e potencializar o uso destas iniciativas, a AIChE
desenvolveu uma abordagem denominada MERITT - Maximizing EHS
Returns by Integrating Tools and Talents (Maximizando Saúde,
Segurança e Meio ambiente Integrando Ferramentas e Talentos) que se
propõe a desenvolver uma melhor integração das questões de meio
ambiente, saúde e segurança nas etapas iniciais de um projeto buscando
trazer benefícios econômicos a serem incorporados mais rapidamente do
que as soluções encontradas caso as análises sejam feitas de forma
seqüencial e nas fases posteriores (AIChE, 2001).
Esta abordagem pode ser descrita como um processo orientado que
organiza diversas iniciativas, técnicas e ferramentas de análise de saúde,
segurança e meio ambiente já disponíveis na literatura e que possuem
potencial de serem usadas nas diversas fases de um projeto.
Adicionalmente, a MERITT propõe uma estratégia de implementação para
inserir as análises de saúde, segurança e meio ambiente nas diversas
fases de um projeto, baseada no desenvolvimento de cinco princípios
básicos: comprometimento gerencial, integração entre as especialidades
(áreas / departamentos), comunicação entre os membros do time de
análise, colaboração entre os envolvidos e continuidade entre as diversas
fases do projeto.
A MERITT é uma abordagem interessante para a elaboração de um
projeto, pois o levantamento apresentado de iniciativas e ferramentas de
análise, reflete a multidisciplinaridade de aspectos a serem analisados. No
entanto, há necessidade de consultas a literaturas adicionais sobre a
forma de utilização destas ferramentas. Isto traz dificuldades para
utilização direta por engenheiros de projeto e processos, necessitando um
suporte de especialistas da área de saúde, segurança e meio ambiente.
Portanto, ainda há uma lacuna referente às necessidades de engenheiros
e projetistas das indústrias na elaboração de seus projetos e
modificações, referente a uma ferramenta que lhes proporcione maior
independência na condução das análises de saúde, segurança e meio
40
ambiente, transferindo para este público maior conhecimento e
responsabilidade pelo desempenho ambiental de seus projetos.
Estas necessidades também refletem uma necessidade interna da
Monsanto Nordeste S/A, estando contempladas nos objetivos desta
dissertação.
Verifica-se, então, uma oportunidade de desenvolvimento de uma
ferramenta potencializada, contemplando:
� Considerações de saúde, segurança e meio ambiente cobertas
pelas diversas iniciativas, eliminando-se as redundâncias,
� Facilidade de utilização direta por engenheiros e projetistas,
� O perfil de ações a serem investidas em prevenção, controle e
remediação,
2.6. INDICADORES DE DESEMPENHO
A definição de indicadores que retratem e comuniquem de forma ampla e
clara o desempenho ambiental, tem sido um grande desafio aos
ambientalistas, governos e empresas.
Cinq-Mars (1997) argumenta que é necessário a definição de indicadores
de desempenho para que haja a consolidação do processo de
comunicação entre ambientalistas e empresários, encontrando uma
linguagem comum, e aproximando comunidades que freqüentemente não
conversam.
A Agência de Proteção Ambiental da Austrália – Environment Australia
apud Furtado (2001a) cita que os indicadores de desempenho precisam
ser: importantes, viáveis, confiáveis, compreensíveis e úteis.
A Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento –
(Organization for Economic Cooperation and Development) OECD (2001)
promoveu um workshop sobre indicadores para a prevenção da geração
de resíduos. A estruturação teórica para organização das discussões,
usou como base o modelo “estado pressão e resposta” (pressure-state-
41
response). Este modelo considera que as atividades humanas exercem
“pressões” no ambiente (neste caso, geração de resíduos) e muda sua
qualidade e a quantidade de recursos naturais (o estado). A sociedade, o
governo e outros segmentos sociais respondem a essas mudanças
através de políticas ambientais, economia geral e setorial (a sociedade
responde).
Os indicadores de pressão estão vinculados aos padrões de produção e
consumo com duas categorias de indicadores: direta e indireta:
� Pressão direta: Referem-se às tendências ou geração quantitativas
de resíduos. Exemplo: resíduos de embalagens, demolições,
tendências para a geração de resíduos perigosos, conteúdo
energético do resíduo, entre outros.
� Pressão indireta: Referem-se às variáveis que impulsionam as
pressões diretas. Exemplo: tamanho da população, empregos,
consumo de bens duráveis e não duráveis, entre outros.
O estabelecimento destes indicadores visa suportar o estabelecimento de
planos e políticas, estimativas de gastos e investimentos, programas que
promovam mudanças e melhorias tecnológicas, instrumentos
educacionais e mudança comportamental da sociedade.
O Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável - World
Business Council for Sustainable Development – WBCSD (2000a),
apresentou uma abordagem de quatro categorias de indicadores para
direcionar e suportar uma gestão empresarial sustentável. A Figura 5
ilustra esta abordagem.
42
FIGURA 5: Indicadores para a Sustentabilidade (WBCSD, 2000a)
As quatro categorias de indicadores estão vinculadas aos estágios de
desenvolvimento rumo à sustentabilidade:
� Conformidade: quando as empresas atuam basicamente em
atendimento à legislação,
� Produção mais limpa: quando as empresas atuam preventivamente
evitando a poluição,
� Eco-eficiência3: quando os ganhos ambientais e os benefícios
econômicos são correlacionados,
3 Eco-eficiência: “Disponibilização de bens e serviços a preços competitivos satisfazendo as necessidades humanas, contribuindo para a qualidade de vida e reduzindo progressivamente o impacto ecológico e a intensidade de utilização de recursos ao longo do ciclo de vida, até se atingir um nível compatível com a capacidade de renovação estimada para o planeta Terra.” (WBCSD, 2000b)
Empresariado Responsável
Eco-eficiência
Produção Mais Limpa
Produção Mais Limpa
Conformidade
PegadaEcológica
FatorX
Agenda21
DesenvolvimentoSustentável
Auditoria de Gestão Ambiental
Carta EmpresarialPara o
DesenvolvimentoSustentável
Normas do SistemaDe GestãoAmbiental
Estratégia deSustentabilidade
Legislação
deComando e
Controle
Acordos Econômicos
Instrumentos
Econômicos
Tempo
Sus
tent
abili
dade
Indicadores de Sustentabilidade
Empresariado Responsável
Eco-eficiência
Produção Mais Limpa
Produção Mais Limpa
Conformidade
PegadaEcológica
FatorX
Agenda21
DesenvolvimentoSustentável
Auditoria de Gestão Ambiental
Carta EmpresarialPara o
DesenvolvimentoSustentável
Normas do SistemaDe GestãoAmbiental
Estratégia deSustentabilidade
Legislação
deComando e
Controle
Acordos Econômicos
Instrumentos
Econômicos
Tempo
Sus
tent
abili
dade
Empresariado Responsável
Eco-eficiência
Produção Mais Limpa
Produção Mais Limpa
Conformidade
PegadaEcológica
FatorX
Agenda21
DesenvolvimentoSustentável
Auditoria de Gestão Ambiental
Carta EmpresarialPara o
DesenvolvimentoSustentável
Normas do SistemaDe GestãoAmbiental
Estratégia deSustentabilidade
Auditoria de Gestão Ambiental
Carta EmpresarialPara o
DesenvolvimentoSustentável
Normas do SistemaDe GestãoAmbiental
Estratégia deSustentabilidade
Legislação
deComando e
Controle
Acordos Econômicos
Instrumentos
Econômicos
Tempo
Sus
tent
abili
dade
Indicadores de Sustentabilidade
43
� Empresariado responsável: quando os vetores de prosperidade
econômica e balanço ecológico estão equilibrados com justiça
social.
Uma abordagem abrangente para a gestão empresarial sustentável
deveria abarcar grupos de indicadores para os estágios acima
mencionados.
Ainda na Figura 5 (círculos), estão apresentadas algumas ferramentas
utilizadas na implementação destes estágios: auditorias de meio
ambiente, saúde e segurança (Environment Health & Safety - EHS), a
Carta Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável da Câmara
Internacional do Comércio (Business Charter for Sustainable Development
of International Chamber of Commerce – ICC) e as normas do Sistema de
Gestão Ambiental – SGA (WBCSD, 2000a).
As elipses da Figura 5 apresentam os progressos políticos destacando-se
a idéia de desenvolvimento sustentável4, transformando-se
posteriormente num programa mais concreto de ação com a Agenda 21 e
seguindo-se o conceito do Fator X5, requerendo objetivos quantificados no
incremento da eco-eficiência e na redução do impacto na economia em
geral. Um quarto passo poderá ser a noção de Pegada Ecológica
(ecological footprint), que argumenta que o espaço disponível para a
atividade humana no planeta é limitado e que deveria ser distribuído mais
eqüitativamente (WBCSD, 2000a)
As setas verticais mostram estágios na evolução de instrumentos
reguladores em direção ao desenvolvimento sustentável, iniciando pela
Legislação de Comando e Controle, passando para acordos reguladores
e incentivos econômicos mais eficientes, para complementar ou, mesmo,
substituir, a confiança anterior na legislação (WBCSD, 2000a).
4 Desenvolvimento Sustentável: Processo de gestão que visa equilibrar o desenvolvimento econômico, balanço ecológico e justiça social em prol da presente e das futuras gerações (WBCSD, 2000a). 5 Fator X: São alvos de eco-eficiência. Exemplo: Fator 4 significa duplicar o rendimento com a metade dos recursos. Ou seja, mais valor com impacto reduzido através da melhoria da eficiência. (WBCSD, 2000a)
44
O WBCSD (2000b) desenvolveu um guia orientativo para as empresas
avaliarem e divulgarem, mais consistentemente, o desempenho ambiental
de seus processos produtivos, focando em uma abordagem de eco-
eficiência; ou seja, na correlação entre os pilares de ganhos econômicos
e balanço ecológico. Este guia foi denominado: Medir a Eco-eficiência –
Um Guia para Comunicar o Desempenho da Empresa.
A metodologia apresentada no guia define a seguinte relação para
representar a eco-eficiência:
ambiental Influênciaserviço ou produto do Valor
=eficiência-Eco
Os indicadores de eco-eficiência são divididos em duas categorias:
� Aplicação genérica: podendo ser utilizados de forma abrangente
pelos diversos setores produtivos. O valor do produto ou serviço
pode ser expresso como:
o Quantidade de bens ou serviços produzidos ou fornecidos
aos clientes,
o Vendas líquidas
A influência ambiental na criação do produto ou serviço pode ser
expressa como:
o Consumo de energia
o Consumo de materiais
o Consumo de água
o Emissões de gases com efeito estufa (GEE)
o Emissões de substâncias deterioradoras da camada de
ozônio (SDCO).
� Específicos do negócio: adaptam-se à especificidade de cada
negócio. Estão incluídos nesta categoria os indicadores relativos à
utilização dos produtos ou serviços, tendo a influência ambiental
expressas, por exemplo, como: resíduos das embalagens,
45
emissões durante a utilização / descarte, consumo de energia no
uso, entre outros.
A Monsanto Company, fez parte deste grupo de desenvolvimento da
metodologia, com o então, chefe executivo mundial de operações,
Hendrick Verfaillie, atuando como co-líder. A Monsanto Company veio a
gerar o seu primeiro relatório de desempenho, segundo estes critérios, em
2000, referente ao ano de 1999.
Segundo Verfaillie (Monsanto Company, 2000, p.2) “a intenção da
Monsanto com este primeiro relatório é oferecer uma visão estatística das
nossas operações e uma janela para os impactos dos nossos produtos no
mundo”.
Uma outra edição do relatório foi emitida em 2002, referente aos anos de
2000 e 2001. Na figura a seguir, pode-se observar alguns exemplos dos
indicadores:
FIGURA 6: Exemplos de Indicadores de Eco-eficiência da Monsanto segundo metodologia WBCSD (Monsanto Company, 2002)
Consumo de Energia
Produção (toneladas) / Influência Ambiental(gigajoules)
Menos Eficiente Mais Eficiente
Consumo de Água
Produção (toneladas) / Influência Ambiental(metros cúbicos)
Menos Eficiente Mais Eficiente
Consumo de Energia
Produção (toneladas) / Influência Ambiental(gigajoules)
Menos Eficiente Mais Eficiente
Consumo de Energia
Produção (toneladas) / Influência Ambiental(gigajoules)
Menos Eficiente Mais Eficiente
Consumo de Água
Produção (toneladas) / Influência Ambiental(metros cúbicos)
Menos Eficiente Mais Eficiente
Consumo de Água
Produção (toneladas) / Influência Ambiental(metros cúbicos)
Menos Eficiente Mais Eficiente
46
A Figura 6 mostra dois exemplos de indicadores de eco-eficiência de
aplicação genérica: o consumo de energia e o consumo de água. Os
indicadores refletem a relação entre a saída (produção) e a influência
ambiental (consumos). Quanto maior esta relação, mais eficientes são os
processos produtivos; ou seja, produzirem mais com menos.
Ruiz (2000) tabelou alguns tipos de indicadores de desempenho
praticados por empresas químicas para representarem o desempenho
ambiental dos seus processos, conforme tabela a seguir.
Empresa Indicador Ambiental Comentários
Roche Total mássico de resíduos6 gerados
(efluente líquidos, resíduos sólidos e
emissões), antes do tratamento de fim de
tubo, por unidade mássica de produto final
3M Total mássico de resíduos6 gerados como
uma fração da massa total saída de um
processo (incluindo produtos, subprodutos
e resíduos6)
Polaroid Total mássico de produtos químicos ou
resíduos6 em cada uma das cinco
categorias por unidade padrão ou produto
Todos os produtos químicos classificados
como matérias-primas e resíduos foram
classificados em uma das cinco categorias,
com base no perigo relativo destas
substâncias.
Rohm and
Hass
Soma mássica ponderada dos resíduos6
por unidade mássica de produto
Os fatores de ponderação são o produto do
grau de toxicidade (baseado no padrão de
saúde da NFPA) e a “forma de descarte no
meio ambiente”, onde o grau está baseado
em quando e como o resíduo6 é disposto: o
resíduo6 é diretamente descartado, tratado
antes do descarte, reciclado ou reutilizado.
Imperial
Chemical
Industries
Emissões equivalentes em referência a
uma classificação de dez categorias de
impactos ambientais
Os fatores de potência para cada categoria
são desenvolvidos baseados em estudos
publicados e padrões
TABELA 2 Indicadores de Desempenho Ambiental para Avaliação de Processos em Indústrias Químicas. (Ruiz, 2000)
6 O termo resíduo aqui empregado é uma tradução do termo waste e estão incluídos os efluentes líquidos, resíduos sólidos e emissões gasosas.
47
A Tabela 2 apresenta alguns indicadores que podem ser classificados
como específicos do negócio, tomando-se como base a metodologia do
WBCSD. Os indicadores citados da Roche e da 3M são similares,
relacionando os resíduos gerados com o produto final e o total de
produtos gerados, respectivamente. São indicadores largamente usados
pelas indústrias.
A Polaroid cita um indicador também similar. Porém, categorizando os
produtos ou resíduos pelo seu perigo associado. A Rohm and Hass
também categoriza os seus resíduos em função do seu perigo (toxicidade)
e os correlaciona com o produto final.
A Imperial Chemical Industries cita um indicador de emissões
classificando os poluentes em função dos seus impactos potenciais.
Observando-se a Tabela 2, percebe-se ainda uma forte ênfase em
indicadores que expressam práticas de controle, existindo uma lacuna em
indicadores que expressem mais claramente as práticas de prevenção,
como: uso de tecnologias limpas, eliminação ou minimização de impactos
pelo emprego de técnicas de prevenção em projetos ou modificações,
ganhos financeiros correlacionados com eliminação ou minimização de
impactos ambientais e à saúde, entre outros. O estabelecimento de
indicadores que possam expressar os ganhos em prevenção, é um
requisito fundamental para fomentar a aplicação e o investimento em
ações e iniciativas de prevenção, tais como o DfE entre outras.
Dentro deste enfoque, no Item 6.2.2.1.2, são sugeridos alguns
indicadores de desempenho categorizados em prevenção, controle e
remediação, suportando a estratégia proposta para implementação do
DfE na Monsanto Nordeste S/A.
48
2.7. CONCLUSÃO
Neste capítulo, buscou-se correlacionar o DfE com outras iniciativas
ambientais que contribuem com o entendimento do assunto: Segurança
de Processos, Ecologia Industrial e Análise do Ciclo de Vida. Pode-se
concluir que apesar de existirem sobreposições entre elas na forma de
tratar algumas questões de saúde, segurança e meio ambiente, não
existem iniciativas melhores que outras, e sim aquelas mais aplicáveis a
cada caso.
Comentou-se que ainda há uma lacuna expressiva no conhecimento por
parte de engenheiros e projetistas no conhecimento e entendimento
destas iniciativas, identificando-se uma oportunidade para o
desenvolvimento de uma ferramenta de uso fácil e independente (sem o
suporte direto de técnicos da área de saúde, segurança e meio ambiente)
na aplicação destas iniciativas nas avaliações de saúde, segurança e
meio ambiente desenvolvidas em projetos e modificações de processos,
contribuindo para a disseminação do conhecimento do DfE.
Considerando-se que as iniciativas de proteção à saúde, segurança e
meio ambiente, possuem ações de prevenção, controle e remediação,
também discutiu-se que as práticas atuais estão focadas, sobretudo, em
ações de controle e remediação, onde o conceito de prevenção não está
claramente entendido pelos técnicos responsáveis pelos projetos e pela
operação dos processos.
Para concluir, apresentou-se alguns tipos de indicadores ambientais
ressaltando-se a necessidade do estabelecimento de indicadores de
desempenho que reflitam o esforço em ações de controle e remediação,
mas, principalmente, ações de prevenção.
No próximo capítulo, serão abordados mais detalhadamente o DfE no
processo de projetar, alguns casos de sucesso na indústria e algumas
práticas relevantes de fomento adotadas pelos governos dos Estados
Unidos, Dinamarca e Japão.
49
3. DESIGN FOR ENVIRONMENT (DfE) – O PROCESSO DE
PROJETAR E PRÁTICAS RELEVANTES
3.1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste capítulo é contextualizar o DfE, explorando:
� O seu conceito e aplicação em projetos,
� A importância de correlacioná-lo com ganhos financeiros,
� O processo de projetar,
� Alguns casos de aplicação na indústria e algumas formas de
fomentar o DfE adotadas pelos Estados Unidos, Japão e Austrália.
3.2. INSERÇÃO DO DFE EM PROJETOS
Utilizar os conceitos do DfE significa inserir no processo de projetar as
questões de saúde, segurança e meio ambiente, em todas as fases do
ciclo de vida do projeto, enfocando o uso de tecnologias mais limpas e
eliminação ou redução dos perigos ambientais e ocupacionais na fonte.
Segundo Paton (1997, p.349) “DfE é uma iniciativa que fornece
estratégias e técnicas para projetar e produzir produtos ambientalmente
responsáveis com plena capacidade de concorrer no mercado
internacional.”
Segundo Kiperstok (2001, p.13) “A raiz do DfE é o processo de projetar.
Projeto é essencialmente um processo de inovação. Porém, os métodos
de projeto tanto associados ao Desenho Industrial como em outras áreas,
não tem sido inseridos em seus respectivos contextos sociais e
ambientais até então. Tradicionalmente, os fatores de função, aparência e
custos têm dominado quase por completo os processos de projeto.”
Apesar de serem crescentes as inclusões das avaliações de saúde,
segurança e meio ambiente nas modificações de projeto e grandes
investimentos na indústria, percebe-se ainda, serem conduzidas de forma
remediativa. Os projetos são desenvolvidos focando-se, primeiramente, o
50
atendimento aos requisitos produtivos seguindo-se as análises de saúde,
segurança e meio ambiente. Conseqüentemente, as medidas de
segurança e meio ambiente tendem a se adequar ao processo proposto,
provendo soluções de controle (fim de tubo) para atendimento à
legislação ou a algum padrão corporativo ou internacional mais restritivo.
Talvez um dos fatores que contribua para o estabelecimento desta forma
de condução dos projetos, seja o desconhecimento dos técnicos
envolvidos, sobre as iniciativas ambientais e de segurança mais
inovadoras como a prevenção da poluição e o uso de tecnologias limpas
ou mais limpas, sendo abordadas, sobretudo, nas fases iniciais do projeto.
Segundo Gradell e Allenby apud Kiperstok (2001, p. 13.) “Nas fases
iniciais é normalmente mais fácil alterar o projeto para adequar-se aos
fatores ambientais do que nas fases subseqüentes. Por exemplo, é mais
simples e menos caro reduzir emissões de gases ácidos removendo
compostos de enxofre da matéria-prima do que capturá-los.”
Há ainda, por exemplo, uma crença de que se não violamos parâmetros
ambientais da legislação, se temos bons sistemas de proteção com
redundâncias de intertravamentos, se temos bons equipamentos de
controle e combate a emergências, e se também usamos os EPI’s
adequados, estamos ambientalmente corretos e tratando bem da nossa
saúde.
Para mudar este quadro na indústria, faz-se necessário um esforço dos
representantes das áreas de saúde, segurança e meio ambiente, no
sentido de transferir os conceitos de tecnologias limpas e prevenção da
poluição para os técnicos diretamente responsáveis pela criação e
operação de novos produtos, processos e serviços.
Uma forma de facilitar esta transferência de conhecimentos é inserir as
componentes de saúde, segurança e meio ambiente no conjunto de
análises das funções de projeto desenvolvidas por engenheiros e
projetistas.
51
Dentro desta visão, Graedel e Allenby (1995) utilizaram uma forma
simplificada para apresentar esta integração entre as funções, denominada
Projeto para X (Design for X – DfX), onde X pode ser substituído por uma
série de “variáveis”:
� DfA (Assembly) – Projeto para montagem: Facilidade de montagem,
uso de peças padronizadas, etc..
� DfM (Manufacturability) – Projeto para Manufatura: Como o projeto
pode facilitar a própria manufatura do produto.
� DfT (Testability) – Projeto para Teste: Projeto que leva em conta a
fase de testes e integração de componentes complexos.
� DfS (Serviciability) – Projeto para Serviços: Projeto que facilita
instalação. Além de manutenção, reparo e modificação futura.
� DfR (Reliability) – Projeto para Confiabilidade: A consideração da
confiabilidade do produto frente aos problemas de cargas
eletrostáticas, corrosão, resistência à ambientes variáveis, etc.
� DfSL (Safety and Liability Prevention) – Projeto para a Segurança e
Prevenção de Passivos: Projeto dentro dos padrões de segurança
para prevenir acidentes e questões de responsabilidade legal.”
Facilmente, então, insere-se a função ambiental nesta sistemática,
trazendo o DfE (Design for Environment).
O Centro Nacional para Projetos do Instituto Real de Tecnologia de
Melbourne, National Centre for Design at the Royal Melbourne Institute of
Technology – RMIT definiu uma metodologia de aplicação do DfE usando
como base o projeto sobre as diversas fases do ciclo de vida dos produtos
/ serviços. (RMIT apud Environment Australia, 2001)
O quadro a seguir ilustra a abordagem proposta por esta metodologia:
52
QUADRO 2: Aplicação do DfE através do Ciclo de Vida de um Produto (RMIT apud Environment Austrália. 2001)
O quadro anterior descreve o que deve ser considerado nas diversas
fases do ciclo de vida de um produto ao desenvolver um projeto.
Extração e processamento de matéria-prima
•Projeto para a conservação de recursos
•Projeto para materiais de baixo impacto
•Projeto para a conservação de biodiversidade
Manufatura / embalagem e distribuição
•Projeto para a produção limpa
•Projeto para embalagem de baixo impacto
•Projeto para a distribuição eficiente
Uso do Produto
•Projeto para a eficiência energética
•Projeto para a conservação da água
•Projeto para a minimização do consumo
•Projeto para o uso de baixo impacto
•Projeto para o reuso e reparo
•Projeto para a durabilidade
Fim da Vida
•Projeto para o reuso
•Projeto para manufatura
•Projeto para a desmontagem
•Projeto para a reciclagem
•Projeto para o descarte seguro
Extração e processamento de matéria-prima
•Projeto para a conservação de recursos
•Projeto para materiais de baixo impacto
•Projeto para a conservação de biodiversidade
Manufatura / embalagem e distribuição
•Projeto para a produção limpa
•Projeto para embalagem de baixo impacto
•Projeto para a distribuição eficiente
Uso do Produto
•Projeto para a eficiência energética
•Projeto para a conservação da água
•Projeto para a minimização do consumo
•Projeto para o uso de baixo impacto
•Projeto para o reuso e reparo
•Projeto para a durabilidade
Fim da Vida
•Projeto para o reuso
•Projeto para manufatura
•Projeto para a desmontagem
•Projeto para a reciclagem
•Projeto para o descarte seguro
53
Para melhor exemplificar segue-se um detalhamento do primeiro estágio:
Extração e Processamento de matérias-primas apresentado no quadro a
seguir:
QUADRO 3: Detalhamento do Primeiro Estágio da Metodologia – RMIT para implementação do DfE - na Extração e Processamento de Matéria-Prima. (RMIT apud Environment Australia. 2001)
Exemplos – DfE Estratégias
Reduzindo impactos de matérias-primas
Estratégias para a reduçã o de impactos ambientais da extraçã o e processamento de maté rias-primas podem ser divididas naquelas que se preocupam com a conservaçã o dos recursos usando materiais de baixoimpacto e conservaçã o dabiodiversidade.
Projeto para a conservaçã o de recursos inclui:
•Uso mínimo de material requerido para a funçã o
•Uso de materiais renováveis
•Evitar o uso de materiais que consomem recursos limitados
•Usar materiais reciclados ou recicláveis
•Usar resíduos como produtos
Projeto para materiais de baixo impacto inclui:
•Evitar o uso de materiais feitos com substâncias tóxicas ou perigosas
•Evitar o uso de substâncias que destroem a camada de ozônio
•Minimizar a produçã o de gases que provocam o efeito estufa
•Uso de materiais com baixa energia
•Uso de materiais que são facilmente reutilizados e reciclados
Projeto para a conservaçã o da biodiversidade inclui:
•Evitar o uso de materiais que impactem a biodiversidade
•Uso de materiais que sejam produzidos de forma sustentável
Reduzindo o uso de impactos da manufatura e distribuiçã o
Existem vá rias maneiras pelas quais as companhias podem ajudar a maximizar a eficiência e minimizar os impactos do ciclo de vida do produto durante a manufatura. Isto inclui:
•Minimizaçã o da variedade de materiais
•Evitar a geraçã o de resíduos
•Reduzir o número de componentes e partes
•Integrar funções
•Simplificaçã o de montagens
•Seleçã o de materiais de baixo impacto e processos
O impacto ambiental da distribuiçã opode ser reduzida através:
•Reduzindo o peso dos produtos e suas embalagens para poupar energia no transporte
•Embalagem para o transporte seja reutilizável ou reciclável
•Maximizar a eficiência da embalagem
•Escolha de um sistema de transporte eficiente
Exemplos – DfE Estratégias
Reduzindo impactos de matérias-primas
Estratégias para a reduçã o de impactos ambientais da extraçã o e processamento de maté rias-primas podem ser divididas naquelas que se preocupam com a conservaçã o dos recursos usando materiais de baixoimpacto e conservaçã o dabiodiversidade.
Projeto para a conservaçã o de recursos inclui:
•Uso mínimo de material requerido para a funçã o
•Uso de materiais renováveis
•Evitar o uso de materiais que consomem recursos limitados
•Usar materiais reciclados ou recicláveis
•Usar resíduos como produtos
Projeto para materiais de baixo impacto inclui:
•Evitar o uso de materiais feitos com substâncias tóxicas ou perigosas
•Evitar o uso de substâncias que destroem a camada de ozônio
•Minimizar a produçã o de gases que provocam o efeito estufa
•Uso de materiais com baixa energia
•Uso de materiais que são facilmente reutilizados e reciclados
Projeto para a conservaçã o da biodiversidade inclui:
•Evitar o uso de materiais que impactem a biodiversidade
•Uso de materiais que sejam produzidos de forma sustentável
Reduzindo os impactos damanufatura e distribuição
Existem vá rias maneiras pelas quais as companhias podem ajudar a maximizar a eficiência e minimizar os impactos do ciclo de vida do produto durante a manufatura. Isto inclui:
•Minimizaçã o da variedade de materiais
•Evitar a geraçã o de resíduos
•Reduzir o número de componentes e partes
•Integrar funções
•Simplificaçã o de montagens
•Seleçã o de materiais de baixo impacto e processos
O impacto ambiental da distribuiçã opode ser reduzida através:
•Reduzindo o peso dos produtos e suas embalagens para poupar energia no transporte
•Embalagem para o transporte seja reutilizável ou reciclável
•Maximizar a eficiência da embalagem
•Escolha de um sistema de transporte eficiente
Exemplos – DfE Estratégias
Reduzindo impactos de matérias-primas
Estratégias para a reduçã o de impactos ambientais da extraçã o e processamento de maté rias-primas podem ser divididas naquelas que se preocupam com a conservaçã o dos recursos usando materiais de baixoimpacto e conservaçã o dabiodiversidade.
Projeto para a conservaçã o de recursos inclui:
•Uso mínimo de material requerido para a funçã o
•Uso de materiais renováveis
•Evitar o uso de materiais que consomem recursos limitados
•Usar materiais reciclados ou recicláveis
•Usar resíduos como produtos
Projeto para materiais de baixo impacto inclui:
•Evitar o uso de materiais feitos com substâncias tóxicas ou perigosas
•Evitar o uso de substâncias que destroem a camada de ozônio
•Minimizar a produçã o de gases que provocam o efeito estufa
•Uso de materiais com baixa energia
•Uso de materiais que são facilmente reutilizados e reciclados
Projeto para a conservaçã o da biodiversidade inclui:
•Evitar o uso de materiais que impactem a biodiversidade
•Uso de materiais que sejam produzidos de forma sustentável
Reduzindo o uso de impactos da manufatura e distribuiçã o
Existem vá rias maneiras pelas quais as companhias podem ajudar a
Exemplos – DfE Estratégias
Reduzindo impactos de matérias-primas
Estratégias para a reduçã o de impactos ambientais da extraçã o e processamento de maté rias-primas podem ser divididas naquelas que se preocupam com a conservaçã o dos recursos usando materiais de baixoimpacto e conservaçã o dabiodiversidade.
Projeto para a conservaçã o de recursos inclui:
•Uso mínimo de material requerido para a funçã o
•Uso de materiais renováveis
•Evitar o uso de materiais que consomem recursos limitados
•Usar materiais reciclados ou recicláveis
•Usar resíduos como produtos
Projeto para materiais de baixo impacto inclui:
•Evitar o uso de materiais feitos com substâncias tóxicas ou perigosas
•Evitar o uso de substâncias que destroem a camada de ozônio
•Minimizar a produçã o de gases que provocam o efeito estufa
•Uso de materiais com baixa energia
•Uso de materiais que são facilmente reutilizados e reciclados
Projeto para a conservaçã o da biodiversidade inclui:
•Evitar o uso de materiais que impactem a biodiversidade
•Uso de materiais que sejam produzidos de forma sustentável
Reduzindo o uso de impactos da manufatura e distribuiçã o
Existem vá rias maneiras pelas quais as companhias podem ajudar a maximizar a eficiência e minimizar os impactos do ciclo de vida do produto durante a manufatura. Isto inclui:
•Minimizaçã o da variedade de materiais
•Evitar a geraçã o de resíduos
•Reduzir o número de componentes e partes
•Integrar funções
•Simplificaçã o de montagens
•Seleçã o de materiais de baixo impacto e processos
O impacto ambiental da distribuiçã opode ser reduzida através:
•Reduzindo o peso dos produtos e suas embalagens para poupar energia no transporte
•Embalagem para o transporte seja reutilizável ou reciclável
•Maximizar a eficiência da embalagem
•Escolha de um sistema de transporte eficiente
Exemplos – DfE Estratégias
Reduzindo impactos de matérias-primas
Estratégias para a reduçã o de impactos ambientais da extraçã o e processamento de maté rias-primas podem ser divididas naquelas que se preocupam com a conservaçã o dos recursos usando materiais de baixoimpacto e conservaçã o dabiodiversidade.
Projeto para a conservaçã o de recursos inclui:
•Uso mínimo de material requerido para a funçã o
•Uso de materiais renováveis
•Evitar o uso de materiais que consomem recursos limitados
•Usar materiais reciclados ou recicl
maximizar a eficiência e minimizar os impactos do ciclo de vida do produto durante a manufatura. Isto inclui:
•Minimizaçã o da variedade de materiais
•Evitar a geraçã o de resíduos
•Reduzir o número de componentes e partes
•Integrar funções
•Simplificaçã o de montagens
•Seleçã o de materiais de baixo impacto e processos
O impacto ambiental da distribuiçã opode ser reduzida através:
•Reduzindo o peso dos produtos e suas embalagens para poupar energia no transporte
•Embalagem para o transporte seja reutilizável ou reciclável
•Maximizar a eficiência da embalagem
•Escolha de um sistema de transporte eficiente
Exemplos – DfE Estratégias
Reduzindo impactos de matérias-primas
Estratégias para a reduçã o de impactos ambientais da extraçã o e processamento de maté rias-primas podem ser divididas naquelas que se preocupam com a conservaçã o dos recursos usando materiais de baixoimpacto e conservaçã o dabiodiversidade.
Projeto para a conservaçã o de recursos inclui:
•Uso mínimo de material requerido para a funçã o
•Uso de materiais renováveis
•Evitar o uso de materiais que consomem recursos limitados
•Usar materiais reciclados ou recicláveis
•Usar resíduos como produtos
Projeto para materiais de baixo impacto inclui:
•Evitar o uso de materiais feitos com substâncias tóxicas ou perigosas
•Evitar o uso de substâncias que destroem a camada de ozônio
•Minimizar a produçã o de gases que provocam o efeito estufa
•Uso de materiais com baixa energia
•Uso de materiais que são facilmente reutilizados e reciclados
Projeto para a conservaçã o da biodiversidade inclui:
•Evitar o uso de materiais que impactem a biodiversidade
•Uso de materiais que sejam produzidos de forma sustentável
Reduzindo os impactos damanufatura e distribuição
Existem vá rias maneiras pelas quais as companhias podem ajudar a maximizar a eficiência e minimizar os impactos do ciclo de vida do produto durante a manufatura. Isto inclui:
•Minimizaçã o da variedade de materiais
•Evitar a geraçã o de resíduos
•Reduzir o número de componentes e partes
•Integrar funções
•Simplificaçã o de montagens
•Seleçã o de materiais de baixo impacto e processos
O impacto ambiental da distribuiçã opode ser reduzida através:
•Reduzindo o peso dos produtos e suas embalagens para poupar energia no transporte
•Embalagem para o transporte seja reutilizá
áveis
•Usar resíduos como produtos
Projeto para materiais de baixo impacto inclui:
•Evitar o uso de materiais feitos com substâncias tóxicas ou perigosas
•Evitar o uso de substâncias que destroem a camada de ozônio
•Minimizar a produçã o de gases que provocam o efeito estufa
•Uso de materiais com baixa energia
•Uso de materiais que são facilmente reutilizados e reciclados
Projeto para a conservaçã o da biodiversidade inclui:
•Evitar o uso de materiais que impactem a biodiversidade
•Uso de materiais que sejam produzidos de forma sustentável
Reduzindo os impactos damanufatura e distribuição
Existem vá rias maneiras pelas quais as companhias podem ajudar a maximizar a eficiência e minimizar os impactos do ciclo de vida do produto durante a manufatura. Isto inclui:
•Minimizaçã o da variedade de materiais
•Evitar a geraçã o de resíduos
•Reduzir o número de componentes e partes
•Integrar funções
•Simplificaçã o de montagens
•Seleçã o de materiais de baixo impacto e processos
O impacto ambiental da distribuiçã opode ser reduzida através:
•Reduzindo o peso dos produtos e suas embalagens para poupar energia no transporte
•Embalagem para o transporte seja reutilizável ou reciclável
•Maximizar a eficiência da embalagem
•Escolha de um sistema de transporte eficiente
54
Uma outra forma de utilizar a proposta do RMIT, exemplificadas nos
Quadros 2 e 3, é considerá-la complementar a proposta de Graedel e
Allenby (1995). Ou seja, ao se inserir a função ambiental (DfE) como
função de projeto, um grande número de questões ambientais precisam
ser avaliadas. Desta forma, a proposta do RMIT detalha o que deve ser
considerado durante as análises usando o enfoque do ciclo de vida do
produto.
3.3. DFE – CORRELACIONANDO GANHOS FINANCEIROS COM
GANHOS EM SAÚDE, SEGURANÇA E MEIO AMBIENTE
O DfE é uma iniciativa que direciona não apenas considerações
ambientais, de saúde e segurança na fase de projeto, mas também
considerações como ganhos sociais e financeiros.
Paton (1997) identificou alguns processos que apresentam alto potencial
de ganhos ambientais e financeiros:
� Projeto do Produto: São exemplos: redução na quantidade de
material utilizado, reuso e reciclo bem como toda a logística para
isso.
� Projeto do Processo de Manufatura: Aqui o foco deve ser na
avaliação prévia das questões ambientais e de saúde e segurança
antes de efetuar modificações nos processos e da aquisição de
novas tecnologias e equipamentos, buscando-se minimizar custos
operacionais e de manutenção futuros,
� Gerenciamento de Materiais: A seleção de materiais, eliminação de
materiais perigosos e avaliação da utilização destes produtos são
os pontos principais para viabilizar a minimização dos resíduos e
emissões bem como favorecer o reuso e reciclagem, otimizando
custos com a disposição final,
� Gerenciamento de Fornecedores: Três pontos são fundamentais
para a minimização dos impactos ambientais dos processos e
produtos fornecidos: avaliação dos fornecedores nos requisitos de
55
saúde, segurança e meio ambiente de seus processos e produtos,
desenvolvimento de relações para o reuso e reciclo e parceria
tecnológica.
� Vendas: Os processos potenciais para minimização dos impactos
são: embalagem dos produtos (projeto para reuso e reciclagem de
embalagens, otimização de materiais, etc.), previsão e
gerenciamento dos inventários e distribuição.
� Serviços e Suporte: A fabricação de produtos de vida curta, como
os produtos descartáveis e de produtos que tenham a necessidade
de troca e peças de reposição abre uma grande oportunidade para
empresas que trabalhem com reuso e reciclagem de materiais. Um
ponto fundamental para a viabilização deste propósito é o
estabelecimento de uma sistemática de coleta.
O emprego conjunto do DfE com o enfoque acima sugerido favorecerá
uma mudança da tradicional visão do corpo gerencial das empresas, ou
seja: a de que projetos ambientais não possuem retorno financeiro e
estão vinculados apenas ao atendimento de um determinado requisito da
legislação ou para atendimento de alguma norma.
Paton (1997) ressalta a importância de se determinar o impacto financeiro
do Design for Environment (DfE). Os requisitos ambientais não podem ser
apenas tratados como gastos no gerenciamento financeiro da empresa.
As oportunidades de conciliação de ganhos ambientais e financeiros
devem ser perseguidas desde a fase de projeto dos processos e
produtos. Por exemplo, produtos que não foram projetados com requisitos
ambientais para reuso ou reciclagem, dificilmente viabilizarão a sua
desmontagem e coleta. Em contra partida, produtos bem projetados
podem ter custos de desmontagem desprezíveis deixando para coleta,
remanufatura, reuso ou reciclo, apenas as partes de alto valor agregado,
viabilizando todo o processo.
56
A realização de avaliações financeiras de ganhos e de impactos
ambientais é uma tarefa bastante complexa. A USEPA (1996) e Ruiz
(2000) apresentam metodologias que tratam deste tema.
Apesar das companhias estarem cada vez mais conscientes dos aspectos
ambientais em seus negócios, encontram dificuldades em medir estas
considerações, tanto devido às incertezas inerentes a estas avaliações
como também porque as informações, planejamento, e práticas decisórias
atuais não levam estas considerações ambientais suficientemente em
conta.
Segundo a USEPA (1996), algumas companhias estão utilizando técnicas
como:
� Contabilizando Custos no Ciclo de Vida Ambiental - Environmental
Life Cycle Costing (ELCC),
� Análise total de Custos - Total Cost Assessment (TCA)
� Análise do Ciclo de Vida - Life Cycle Assessment (LCA).
Estas técnicas tornam possível a estimativa da viabilidade e retorno
econômico de projetos evitando, principalmente, a geração de passivos
ambientais. A não consideração destes benefícios pode apresentar
investimentos menos atraentes sob o ponto de vista ambiental em relação
ao que eles realmente são.
Segundo a USEPA (1995) detalhar a contabilidade ambiental das funções
de um projeto é fundamental. Alguns custos ambientais podem estar
ocultos na contabilização dos gastos gerais ou de outra forma podem
estar superdimensionados. Uma análise econômica, que considere os
ganhos ambientais, de saúde, segurança e sociais, deve ser conduzida,
apesar da sua complexidade, sob pena de inviabilizar projetos que
possam trazer ganhos reais.
57
3.4. O PROCESSO DE PROJETAR
O bom entendimento do processo de projetar é fundamental na
implementação do DfE.
Ruiz (2000, p.42) cita que “projetar é uma atividade complexa, cujas
entradas são descrições abstratas dos desejos de uma organização e as
saídas uma descrição detalhada de um produto concreto, seu processo
ou sistema satisfazendo os desejos da organização”.
De uma maneira geral, pode-se apresentar as fases de um projeto ao
longo da vida de um processo, conforme figura a seguir:
FIGURA 7: Fases de um projeto ao longo da vida de um processo
Gerenciar Rotina
Fim da Vida Útil do
Produto
Fim da Vida Útil do
Processo
Fase F
inal
Pesquisa
Pré-projeto
Projeto Detalhado
Montagem
Gerenciar Rotina
Não Sim
Revisõ
es de S
aúd
e, Seg
uran
ça e Meio
-Am
bien
te
Fase d
e Pro
jetoF
ase de O
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Partida
AB
C
Gerenciar Rotina
Fim da Vida Útil do
Produto
Fim da Vida Útil do
Processo
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Produto
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Projeto Detalhado
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Fase d
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peraçãoMudanças?
Partida
AB
CA
BC
58
O fluxo geral da vida útil de um processo, ilustrado na Figura 7, apresenta
três fases: projeto, operação e final da vida útil do processo e dos
produtos produzidos.
A fase de projeto (A) apresenta as etapas de: pesquisa, pré-projeto,
projeto detalhado, montagem e partida do processo.
Após a fase de projeto, segue-se a fase de operação (B) ou gestão da
rotina. Aqui estão inseridas atividades, tais como:
� Operação e manutenção,
� Suporte: logística, controle de qualidade, gestão de saúde,
segurança e meio ambiente, etc.
� Vendas e assistência técnica. Estas atividades devem ser
desenvolvidas de forma orientada sobre: uso seguro, reposição,
reciclagem e descarte.
Dentro desta fase é bastante comum a necessidade de se efetuar
mudanças no processo ou nas atividades buscando-se melhorias.
A última fase do fluxo é denominada fase final (C), onde estão inseridos o
final da vida útil do processo produtivo e do produto.
O final da vida útil de um processo através de sua desativação está
associado ao custo benefício para mantê-lo operando. A desativação
parcial ou total de um processo, seja ela temporária ou permanente, deve
ser objeto de avaliação para que seja conduzida de forma segura. Um
processo não deve simplesmente ser parado devido aos riscos de futuros
acidentes para o pessoal da fábrica e para a comunidade com
possibilidades de serem criados passivos ambientais.
Um exemplo que pode ser associado a uma desativação inadequada foi o
caso da fonte radioativa de Césio 137 do Instituto Goiano de
Radioterapia, que ao desativar suas operações nas instalações
localizadas na Avenida Paranaíba, centro de Goiânia, não removeu a
bomba de césio que se encontrava obsoleta, já tendo sido usada para a
prestação de serviços radiológicos. O prédio passou a ser demolido pelo
59
novo comprador, não havendo precauções sobre a segurança do
equipamento radiológico. O prédio foi acessado por catadores de sucata
que removeram a bomba de césio e revenderam para um ferro-velho. O
equipamento foi violado expondo o cloreto de césio. Este acidente,
ocorrido em setembro de 1987, foi o maior acidente radioativo do Brasil
com 4 vítimas e, aproximadamente, 14 toneladas de lixo radioativo.
(Justiça federal, 2000)
Fora dos domínios da fábrica, mas não menos importante, está a
disposição final dos produtos produzidos e suas embalagens. Os produtos
devem ser projetados de forma a minimizarem os seus impactos, por
exemplo: facilitando a reposição de peças defeituosas, reuso e reciclo.
Para todas estas fases, é obrigatória a realização de avaliações de saúde,
segurança e meio ambiente, por uma equipe multidisciplinar, onde o rigor
e profundidade dependerão da complexidade da mudança necessária.
A fase de projeto é o momento ideal para se inserir as questões
ambientais, de saúde e segurança, caracterizando, propriamente, a
inserção do DfE.
Nas etapas iniciais do projeto, mais particularmente na etapa de pesquisa,
o uso dos princípios e ferramentas de tecnologias limpas, análise do ciclo
de vida e ecologia industrial aumentam a chance de se obter melhores
desempenhos em segurança e meio ambiente, pois as premissas ainda
estão sendo estabelecidas e as avaliações das alternativas existentes
passam a incluir os componentes ambientais, de saúde e segurança.
Assim, o DfE é efetivamente inserido no nascedouro das idéias.
Nas etapas seguintes do projeto, os princípios do DfE ainda são aplicados
com eficiência, porém o foco fica cada vez mais voltado para o controle
(atendimento à legislação e a elaboração dos programas e planos de
gestão das questões de saúde, segurança e meio ambiente). Este fato se
deve a menor flexibilidade de alteração de escopo que passa a existir a
medida que o projeto evolui.
60
Após a partida do processo, os princípios do DfE ainda podem ser usados
a medida que ocorram modificações no processo existente.
FIGURA 8: Possibilidade de Inserção dos Princípios da Prevenção ao Longo das Fases de um Processo
A Figura 8 expressa que a medida que o projeto se desenvolve até a
operação do processo e sua desativação, as possibilidades de serem
inseridos os princípios da prevenção através do emprego de tecnologias
limpas e ferramentas como o DfE e Análise do Ciclo vida se tornam
menores. Nas fases iniciais de pesquisa e pré-projeto, a tecnologia a ser
empregada e o seu processo são definidos. Portanto, é possível
considerar os princípios de prevenção e efetuar escolhas de tecnologias e
de rotas de processos com menores impactos ambientais e ocupacionais.
Estas possibilidades diminuem a medida que o projeto é detalhado para
montagem e partida. Nestas fases as atividades de controle dos impactos
ambientais e ocupacionais do processo escolhido são mais relevantes,
tais como o atendimento à legislação e o desenvolvimento de programas
de gestão ambiental e de saúde e segurança.
Pesquisa Pré-Projeto Projeto Detalhado Montagem Partida Produção Final da Vida Útil
DfE, Tecnologias Limpas, Análise do Ciclo de Vida, Ecologia Industrial, etc.
Atendimento à Legislação, programas de gestão, etc.
Pos
sibi
lidad
e de
Inse
rção
Pesquisa Pré-Projeto Projeto Detalhado Montagem Partida Produção Final da Vida Útil
DfE, Tecnologias Limpas, Análise do Ciclo de Vida, Ecologia Industrial, etc.
Atendimento à Legislação, programas de gestão, etc.
Pesquisa Pré-Projeto Projeto Detalhado Montagem Partida Produção Final da Vida Útil
DfE, Tecnologias Limpas, Análise do Ciclo de Vida, Ecologia Industrial, etc.
Atendimento à Legislação, programas de gestão, etc.
Pos
sibi
lidad
e de
Inse
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61
3.5. METODOLOGIAS E FERRAMENTAS DE SUPORTE PARA
ANÁLISE DE ALTERNATIVAS NO PROCESSO DE PROJETAR
Dentro da fase de projeto, a etapa de pesquisa engloba todos os estudos
relativos às análises de alternativas existentes: tecnologias disponíveis,
substâncias, rotas reacionais, etc., tendo como produto de saída um
projeto conceitual.
Segundo Ruiz (2000, p.59), “a questão central em um processo de análise
de alternativas dentro de uma estrutura de projeto ambientalmente
adequado, é equilibrar os objetivos ambientais com os demais objetivos
do projeto”.
A estruturação do problema tem um impacto significativo nesta fase.
Quando o problema é estruturado, as decisões são tomadas respeitando-
se os objetivos para os quais o projeto deve evoluir, e em particular, sobre
as funções que traduzirão os dados produzidos durante as etapas de
coleta e análise, integrando indicadores que possam ser usados para
otimizar e classificar as alternativas.”
De uma maneira geral, para a fase de pesquisa, pode-se estruturar os
passos para a análise de alternativas, conforme figura a seguir:
62
FIGURA 9: Etapas de uma Análise de Alternativas na Fase de Pesquisa de um Projeto
A seguir são apresentados alguns comentários sobre as etapas
individuais do fluxo proposto na Figura 9.
3.5.1. Estabelecimento e Estruturação do Problema /
Necessidade
Aqui são estabelecidos: o escopo do projeto, objetivos, restrições, critérios
de avaliação, metodologias a serem usadas, limites do estudo, etc.
Segundo Ruiz (2000, p.42), “é uma etapa crítica, e que normalmente é
negligenciada.”
Estabelecimentoe Estruturação do
Problema / necessidade
Geração de Alternativas e
Análise de dados
Coleta de dados e informações
3.5.1
3.5.2
3.5.3
Julgamento eEscolha
Análise deSensibilidade
Relatório Final e Divulgação
3.5.4
3.5.5
3.5.6
Estabelecimentoe Estruturação do
Problema / necessidade
Estabelecimentoe Estruturação do
Problema / necessidade
Geração de Alternativas e
Análise de dados
Coleta de dados e informações
3.5.1
3.5.2
3.5.3
Julgamento eEscolha
Análise deSensibilidade
Relatório Final e Divulgação
3.5.4
3.5.5
3.5.6
Julgamento eEscolha
Análise deSensibilidade
Relatório Final e Divulgação
3.5.4
3.5.5
3.5.6
63
A Agência de Proteção Ambiental Americana, Environmental Protection
Agency (USEPA, 1996) sugere que antes de iniciar uma análise de
alternativas proceda-se uma estruturação do trabalho que consiste da
definição da equipe de trabalho, da seleção das alternativas potenciais,
escopo e restrições do projeto.
Também é nesta etapa que se define, por exemplo, a utilização da análise
do ciclo de vida.
3.5.2. Coleta de Dados e Informações
Nesta etapa busca-se coletar dados que suportem a construção das
alternativas, tais como: tecnologias e equipamentos disponíveis, dados
físicos, químicos e toxicológicos de substâncias, recursos energéticos e
naturais disponíveis, entre outros.
3.5.3. Geração das Alternativas e Análise dos Dados:
Esta etapa implica na geração, avaliação e estruturação dos dados
através do uso de métodos de análise e técnicas de engenharia, modelos,
etc., para caracterização das alternativas.
Deve-se escolher alguns indicadores preliminares que caracterizem os
desempenhos individuais das alternativas em análise, principalmente para
os pontos críticos tais como: indicadores econômicos, competitividade,
benefícios sociais, de saúde, segurança e meio ambiente tais como:
toxicidade de substâncias, persistência, mobilidade ambiental, risco, etc.
Curzons (2001) selecionou 10 categorias de indicadores que incluem,
basicamente, aspectos de consumo energético, potenciais danos
ambientais, potenciais danos à saúde, segurança de processos e
existência de solventes. Constable et al (2001), selecionaram alguns
indicadores para processos em bateladas visando auxiliar projetistas e
químicos na seleção de novas rotas e modificações.
Goedkoop et al (1996) desenvolveu um manual para projetistas com eco-
indicadores para suporte em análise de projetos.
64
A empresa de consultoria ambiental Pre-consultants7 desenvolveu um
software denominado ECO-IT (2001) que pode ser utilizado como suporte
a análise de alternativas. Este software utiliza como base metodológica a
análise do ciclo de vida.
É nesta etapa que os arcabouços das alternativas são gerados. A
geração, análise e estruturação dos dados das alternativas devem
contemplar os aspectos que tenham significância no processo de
julgamento, como por exemplo: riscos, atendimento a requisitos legais,
competitividade, custos, benefícios sociais, indicadores de desempenho,
entre outros.
3.5.4. Julgamento das Alternativas e Escolha
O primeiro passo antes de se iniciar o julgamento das alternativas, é a
definição do critério de julgamento.
Nesta etapa uma análise quantitativa deve ser conduzida. As informações
relativas às alternativas individuais devem ser sumarizadas e avaliadas a
luz dos indicadores de desempenho, citados, por exemplo, no item
anterior.
As alternativas em julgamento devem ser classificadas e um relatório
contendo as justificativas das escolhas efetuadas deve ser preparado.
3.5.5. Análise de Sensibilidade
A etapa seguinte é a de análise de sensibilidade, onde são identificadas
as maiores contribuições para as funções-objetivo, robustez, etc.
Nesta etapa as funções de projeto são analisadas sob diferentes
cenários, trazendo para a pauta das discussões a resposta destas
funções ao variar-se determinados parâmetros de interesse e verificando-
se viabilidade das alternativas em análise nestas diferentes condições.
7 Fabricante do software SimaPro, um dos programas mais utilizados para ACV.
65
Este tipo de análise é muito importante, principalmente, para serem
estabelecidas as estratégias de médio e longo prazo para darem
sustentação à alternativa escolhida.
3.5.6. Geração do Relatório Final e Divulgação
A última etapa é a geração do relatório final e da documentação
pertinente.
Deve-se montar uma estratégia de divulgação para o mercado ou para as
partes interessadas, sobre os ganhos ambientais do novo produto, serviço
ou atividade. Deve-se procurar passar informações precisas aos usuários,
clientes ou partes interessadas. Sugere-se avaliar a possibilidade de
desenvolver parcerias com empresas especializadas, no sentido de
promover junto às partes interessadas uma sensibilidade ambiental para
que se perceba os ganhos obtidos.
3.6. METODOLOGIA PARA ANÁLISE DE ALTERNATIVAS COM
TECNOLOGIAS LIMPAS – CTSA (CLEANER TECHNOLOGIES
SUBSTITUTES ASSESSMENT). EXEMPLO PRÁTICO DE UMA
METODOLOGIA PARA ANÁLISE DE ALTERNATIVAS
Este subitem apresenta um exemplo de metodologia estruturada para
análise de alternativas desenvolvida pela USEPA.
A CTSA - Cleaner Technologies Substitutes Assessment é uma
metodologia para análise de alternativas orientando os projetistas em
escolhas que empreguem preferencialmente tecnologias e processos
mais limpos.
É uma ferramenta de comparação entre processos químicos de produção
com tecnologias convencionais e processos produtivos alternativos onde
são consideradas as questões de saúde e risco ao meio ambiente,
competitividade (desempenho, custos, etc.) e conservação dos recursos
entre outros.
66
Segundo a Agência de Proteção Ambiental Americana, Environmental
Protection Agency (USEPA, 1996, cap.1,p.3), “A CTSA não recomenda
alternativas. Ao contrário disto, visa promover a elaboração de
informações que integrem dados de riscos, desempenho e custos
provendo o processo decisório dos negócios com informações de fácil
acesso.”
Os passos da análise podem ser sumarizados no fluxo a seguir:
FIGURA 10: Passos para se desenvolver uma CTSA (USEPA; Tennessee University - Center for Clean Products and Clean Technologies, 1996)
Coletar informações químicas e de processo
Obter dados de risco,desempenho
e custos
Desenvolver metodologiaPara análise de dados
Análise dos dados
Avaliar as questões-chaves de saída
-Benefícios sociais / análise de custos-Sumário das informações da decisão
Desenvolver a CTSA
-Preparar uma proposta-Desenvolver uma revisão / análise-Publicar o documento
Coletar informações químicas e de processo
Obter dados de risco,desempenho
e custos
Desenvolver metodologiaPara análise de dados
Análise dos dados
Avaliar as questões-chaves de saída
-Benefícios sociais / análise de custos-Sumário das informações da decisão
Desenvolver a CTSA
-Preparar uma proposta-Desenvolver uma revisão / análise-Publicar o documento
67
Comparando-se os passos gerais da CTSA apresentados na Figura 10
com o fluxo geral de alternativas proposto na Figura 9, percebe-se uma
similaridade entre ambos, com alguns passos iguais: coleta de dados,
análise de alternativas, julgamento e geração de relatório.
A Figura 11 apresenta mais detalhes das etapas de coleta e análise dos
dados e avaliação das saídas ou julgamento.
FIGURA 11: Fluxo de informação de uma CTSA (USEPA; Tennessee University - Center for Clean Products and Clean Technologies, 1996)
Informações de Processo e Químicas
•Propriedades químicas
•Processo de manufatura química e formulação do produto
•Sumário das tendências ambientais
•Sumário de perigos à saúde das pessoas
•Sumário de perigos ambientais
•Uso de produtos químicos e descrição do processo
•Informações de mercado
•Informações internacionais
Risco
•Práticas de trabalho e fontes de vazamentos
Competitividade
•Situação do atendimento aos requisitos legais
•Avaliação de performance
•Análise de custos
Conservação
•Impacto energético
•Conservação de recursos
Escolha entre alternativas
•Risco, competitividade e sumário dos dados de conservação
•Benefícios sociais / análise de custo
•Sumário das informações da decisão
Oportunidades adicionais de melhoria ambiental
•Prevenção da poluição
•Controle tecnológico
Avaliação das saídas
Análise dos dados
Coleta de dados
Informações de Processo e Químicas
•Propriedades químicas
•Processo de manufatura química e formulação do produto
•Sumário das tendências ambientais
•Sumário de perigos à saúde das pessoas
•Sumário de perigos ambientais
•Uso de produtos químicos e descrição do processo
•Informações de mercado
•Informações internacionais
Informações de Processo e Químicas
•Propriedades químicas
•Processo de manufatura química e formulação do produto
•Sumário das tendências ambientais
•Sumário de perigos à saúde das pessoas
•Sumário de perigos ambientais
•Uso de produtos químicos e descrição do processo
•Informações de mercado
•Informações internacionais
Risco
•Práticas de trabalho e fontes de vazamentos
Risco
•Práticas de trabalho e fontes de vazamentos
Competitividade
•Situação do atendimento aos requisitos legais
•Avaliação de performance
•Análise de custos
Conservação
•Impacto energético
•Conservação de recursos
Conservação
•Impacto energético
•Conservação de recursos
Escolha entre alternativas
•Risco, competitividade e sumário dos dados de conservação
•Benefícios sociais / análise de custo
•Sumário das informações da decisão
Escolha entre alternativas
•Risco, competitividade e sumário dos dados de conservação
•Benefícios sociais / análise de custo
•Sumário das informações da decisão
Oportunidades adicionais de melhoria ambiental
•Prevenção da poluição
•Controle tecnológico
Oportunidades adicionais de melhoria ambiental
•Prevenção da poluição
•Controle tecnológico
Avaliação das saídas
Análise dos dados
Coleta de dados
68
Na coleta de dados são levantadas as características dos produtos e seus
perigos potenciais ao meio ambiente e à saúde, bem como informações
de processo e mercado relevantes.
Na etapa de análise, algumas funções de projeto julgadas relevantes são
analisadas; por exemplo, risco, competitividade e conservação.
Nesta etapa, pode-se utilizar a Árvore de Substitutos para organização
das alternativas, conforme ilustrado na figura a seguir.
FIGURA 12: Árvore de Substitutos do DfE. (USEPA, 2000)
A Árvore de Substitutos da USEPA é uma ferramenta orientativa que
contempla técnicas de prevenção e redução de perigos dado que se
tenha estabelecido uma questão ambiental a ser resolvida.
Exemplificando o seu uso, tomemos um caso apresentado pela USEPA &
Tennessee University - Center for Clean Products and Clean
Technologies. (1996), relativo à substituição do percloroetileno (PCE)
utilizado como solvente em lavagem de roupas a seco. O percloroetileno é
suspeito de ser carcinogênico.
Questão ambiental
Descrever Função
Usar Prod. Químico Alternativo
Opção 1
Avaliar impactos
ambientais
Desempenho
Custos
Opção 2
Opção 3 Modificar processo
Alternativa Tecnológica
Práticas de trabalho alternativas Outros
69
Esta árvore pode ser mais ou menos abrangente dependendo de como a
questão ambiental e a função do processo em análise são estabelecidas.
Os casos a seguir ilustram esta questão:
- Formulando o problema como:
� Questão ambiental: Substituir o PCE nas lavagens a seco
� Função do processo: Lavagem a seco a base de solventes
O próximo passo relativo à busca de alternativas fica muito restrito, pois a
função limita a um processo de lavagem a seco a base de solventes.
- Formulando o problema como:
� Questão ambiental: Eliminar o PCE das lavagens a seco
� Função do processo: Lavagem a seco
Diminuindo-se as restrições da função do processo, é possível uma busca
mais abrangente de alternativas, que vão desde outras opções de
solventes a alternativas tecnológicas. Para este exemplo, avaliaram-se
alternativas tais como: HCFC’s em desenvolvimento, solventes menos
voláteis, novas tecnologias como injeção de nitrogênio e limpeza com
oxigênio sob vácuo.
A magnitude desta abrangência deve ser avaliada de modo a tornar o
estudo atrativo dentro de prazos viáveis.
Na etapa de avaliação das saídas o julgamento das alternativas é
realizado juntamente com a análise de sensibilidades.
Os casos de utilização da CTSA em parceria com a USEPA vêm
conduzindo resultados positivos em termos de ganhos ambientais e
econômicos para as companhias envolvidas. Um exemplo deste tipo de
trabalho foi o projeto PWB - Printed Wiring Board (placa para circuito
impresso) desenvolvido pela USEPA em parceria com as indústrias do
setor. (USEPA, 1997).
70
3.7. DFE – ALGUMAS ABORDAGENS PRÁTICAS RELEVANTES
A seguir serão apresentados alguns casos relevantes de implementação
na indústria bem como algumas formas interessantes de fomento do tema
adotadas pelos governos dos Estados Unidos, Dinamarca e Japão.
3.7.1. Casos Industriais Relevantes
Alguns casos de utilização dos princípios de prevenção de perigos
ambientais e ocupacionais na fase de projeto são referenciados a seguir:
A. MONSANTO:
Em 1991 a Monsanto desenvolveu um novo processo para produção do
DSIDA (Disódioiminodiacético), produto intermediário para a produção do
herbicida Roundup®. O processo anterior utilizava ácido cianídrico,
amônia e formalin (formaldeído, 37% w/w), bem como os efluentes gerados
eram depositados em poços profundos. Com a crescente demanda para a
produção do Roundup® as preocupações com os impactos ambientais
relativos a geração de efluentes, e manipulação de HCN aumentaram,
impulsionando a necessidade de desenvolver uma nova rota para a
produção do DSIDA. O novo processo utiliza a soda cáustica e a
dietanolamina em presença de catalisador. Praticamente não gera
efluentes e produz uma corrente gasosa rica em hidrogênio, que pode ser
queimada em flare (tocha), misturada com gás natural para queima em
caldeiras ou mesmo vendido. (D. Little, 2001).
B. NOVARTIS CROP PROTECTION AG:
A Novartis Crop Protection AG, desenvolveu um programa de avaliação
dos solventes intermediários de seus processos. Aproximadamente 30
tipos de solventes eram manipulados. O critério de avaliação incluiu
considerações tais como: tratabilidade, toxicidade no ar ambiente,
aspectos de higiene (carcinogenicidade, limites de exposição, toxicidade,
etc.), energia necessária para evaporação, habilidade para reciclagem
71
interna no processo, preferência por compostos não halogenados, entre
outras.
A conclusão da avaliação indicou a utilização de nove solventes
preferenciais. Equipamentos e tancagens foram alterados para
adequação a nova realidade. Apenas em uma unidade piloto, a economia
obtida chegou a US$ 33.000,00/ano. (D. Little, 2001).
C. USEPA:
Outros casos de implementação do DfE, foram desenvolvidos pela
indústria em parceria com a USEPA. Uma listagem que resume os
principais projetos e as pessoas de contato encontra-se disponível no
documento Programa DfE - Design For Environment Program. (USEPA,
2001). A seguir estão listados alguns destes projetos:
� Projeto PWB - Printed Wiring Board (placa para circuito impresso),
buscando-se a minimização dos impactos no processo de
manufatura, reduzindo-se os consumos de água e energia, bem
como a substituição de produtos químicos tóxicos (USEPA, 1997).
� Projeto Industrial / Institucional de Formulações para Limpeza,
buscando-se desenvolver juntamente com as indústrias produtoras
de detergentes, formulações menos impactantes ao meio
ambiente,
� Indústria de Mobiliário: Estudos para substituição de solventes e
adesivos na industria de mobiliários que trabalham com espumas,
visando a minimização dos impactos ambientais e ocupacionais.
D. ENVIRONMENT AUSTRALIA:
A agência ambiental australiana também possui um programa de parceria
e fomento do DfE. Alguns casos relevantes podem ser encontrados no
documento, “A Vantagem Verde. Uma Introdução ao DfE para os
Negócios Australianos” - The Green Advantage. An Introduction to Design
72
for Environment for Australian Business, (ENVIRONMENT AUSTRALIA,
2001). A seguir estão apresentados alguns destes casos:
� Caroma Australia Company: Redução do consumo de água em
banheiros e minimização dos impactos de disposição final através
do redesenho de válvulas de descarga,
� Reln Plastics Ltd: Modificações nas embalagens de produtos
domésticos para redução de resíduos sólidos,
� Fugi Xerox: Redesenho de máquinas de escritório (máquinas
copiadoras, por exemplo) visando a remanufatura dos
equipamentos e suas partes individuais, sob um processo de
restauração deixando-os “como novo”. Este enfoque visa minimizar
os impactos no processo de manufatura.
3.7.2. Casos de Fomento do DfE nos Estados Unidos,
Dinamarca e Japão
Este item tem o objetivo de apresentar três formas diferentes de fomentar
a implementação do DfE, não se afirmando aqui, serem estas as únicas
ações adotadas pelos governos destes países na abordagem do tema.
Estas estratégias de fomento são interessantes, pois utilizam diferentes
canais de comunicação para despertar o interesse das empresas:
� Estados Unidos, através da criação de um programa de adoção
voluntária com parceria governo / empresas,
� Dinamarca, através de parcerias entre governo e empresas para a
criação de programas de capacitação de engenheiros e projetistas,
� Japão, através de um programa de incentivo econômico, a
“Compra Verde”, onde foram estabelecidos padrões para
minimização dos impactos ambientais de materiais, mobiliário e
equipamentos a serem fornecidos aos órgãos do governo.
73
A. ESTADOS UNIDOS
No início da década de 90, a Agência de Proteção Ambiental Americana,
United States Environmental Protection Agency – USEPA, passou a
reconhecer a importância de se desenvolver programas com enfoque em
tecnologias limpas e seguras em parceria com as indústrias, no projeto de
produtos, processos e tecnologias ambientalmente corretas e
competitivas.
A USEPA procurou fomentar a inserção de considerações de saúde,
segurança e meio ambiente no nascedouro das idéias, nos novos
projetos, operações e processos, um conceito também conhecido como
Química Verde, promovendo a pesquisa, desenvolvimento e
implementação de tecnologias químicas inovadoras que prevenissem
impactos sob um ponto de vista científico e viável economicamente.
(USEPA, 2001).
Em 1991, A USEPA criou o programa Design for Environment (DfE). O
programa foi criado em caráter voluntário com o objetivo de fomentar o
projeto e o uso de processos mais limpos e seguros. Os princípios do DfE
incluíam:
� A redução do risco através da prevenção da poluição,
� Dar poder às indústrias de articular e definir metas ambientais,
� Integrar objetivos econômicos e desempenho ambiental no
redesign dos sistemas de gerenciamento e de processos
produtivos,
� Criar uma nova parceria entre governo e setor privado.
Dentro destes princípios pode-se perceber a intenção da USEPA em
fomentar a idéia de que “preservar dá dinheiro”, trazendo para o programa
o enfoque econômico, tornando-o mais atrativo para os dirigentes de
empresas.
74
Também se verifica que a USEPA procurou tornar a implantação mais
fácil adotando correlações com outros programas e entidades. Por
exemplo:
� Articulação com o Programa de Gerenciamento de Riscos da
OSHA (Occupational Safety and Health Administration), o PSM
(Process Safety Management),
� Coordenação das ações com os setores industriais, governos e
grupos acadêmicos que suportam a prevenção da poluição. Isto
aumenta a participação e o comprometimento com os diversos
setores da sociedade.
� Identificação de incentivos que encorajem investimentos na
prevenção da poluição. Novamente o enfoque econômico,
fomentando junto aos órgãos de desenvolvimento do governo e
setor privado a iniciativa de pensar em melhorias ambientais como
um negócio lucrativo.
� Criação de produtos de informação de fácil uso, como cases,
artigos, sites na internet, etc. A criação de material técnico e
institucional de propaganda, além de fácil acesso às informações
facilitam o contato com o programa.
� Facultando às empresas a implementarem o programa segundo
suas peculiaridades.
O Programa DfE da USEPA promove uma sistematização do processo de
implementação, incluindo:
� Identificação de um leque de tecnologias, produtos e processos
que podem ser usados para desenvolver uma função particular
com a indústria e as oportunidades de prevenção da poluição
correlatas.
� Avaliar e comparar riscos, desempenho, e alternativas econômicas,
� Disseminar informações relevantes na comunidade industrial,
75
� Promover a melhoria contínua.
Mesmo estando em implantação desde 1992, pode-se perceber que ainda
há um caminho razoável a ser percorrido no que se refere ao uso desta
iniciativa de forma ampla. Discutindo-se esta abrangência com
engenheiros e técnicos da área de saúde, segurança e meio ambiente,
durante o Seminário Internacional sobre Gerenciamento de Riscos
verificou-se que a aplicação destes princípios ainda tende a estar mais
concentrada nas avaliações realizadas pelos técnicos da área ambiental,
inclusive em corporações americanas. O conceito ainda não se encontra
claramente adotado através de procedimentos ou guidelines, nem está
disseminado ao nível dos engenheiros de segurança, de projetos e de
processos (Araújo, 2002).
B. DINAMARCA
Em 1996 a Agência de Proteção Ambiental Dinamarquesa, juntamente
com a Confederação das Indústrias Dinamarquesas, o Instituto para o
Desenvolvimento de Produtos e cinco grandes companhias
desenvolveram um programa para a criação de metodologias e
ferramentas para o projeto de produtos ambientalmente mais amigáveis.
Estas ferramentas foram criadas com o objetivo de auxiliar os projetistas a
desenvolverem avaliações comparativas de produtos.
Estas ferramentas foram denominadas EDIP - Environmental
Development of Industrial Products (Desenvolvimento Ambiental de
Produtos Industriais).
Em 1998, visando disseminar a inserção das considerações ambientais
no projeto de novos produtos, vários seminários foram promovidos pela
Agência de Proteção Ambiental Dinamarquesa, onde projetistas tiveram a
oportunidade de conhecer e discutir métodos e tecnologias disponíveis,
tais como:
� Aspectos ambientais no desenvolvimento de produtos,
� Condições para a proteção ambiental na indústria,
76
� Uso da Análise do Ciclo de Vida,
� Análise de impactos ambientais.
Apesar de não se evidenciar a adoção de um amplo programa de Design
for Environment, em todos as fases do ciclo de vida do processo
produtivo, a estratégia adotada pela Danish EPA para fomentar o projeto
de produtos ambientalmente menos impactantes é muito relevante, pois
tem o foco na transferência de conhecimentos diretamente para os
projetistas.
Esta estratégia vem exemplificar uma forma de disseminação da iniciativa
diretamente para o nível dos executantes, requisito já citado
anteriormente como um dos fatores para o sucesso da implementação
dos conceitos de prevenção dos perigos ambientais, ocupacionais e do
emprego de tecnologias mais limpas na indústria.
C. JAPÃO
Uma outra forma prática de fomentar a implementação do DfE é através
de incentivos econômicos. Este tipo de estratégia, já foi citado
anteriormente ao comentar-se a Figura 5 no que se referia a instrumentos
reguladores em direção ao desenvolvimento sustentável, iniciando pela
Legislação de Comando e Controle evoluindo-se para acordos
reguladores e incentivos econômicos.
Este tipo de prática pode ser exemplificada através da política básica para
a compra verde adotada pelo governo japonês.
O Japão possui uma população bastante numerosa com uma estrutura de
espaço restrita e extremamente consumidora de bens duráveis, como os
equipamentos eletro-eletrônicos, o que representa um problema na
geração de resíduos sólidos e um desafio no projeto de produtos
ambientalmente menos impactantes.
A política para a compra verde define que os órgãos governamentais
devem adquirir produtos com baixo impacto ambiental. Para tanto, são
definidos padrões para diversos produtos (Government of Japan, 2001).
77
A seguir, pode-se ver um exemplo de padrões mínimos de projetos que
devem ser observados pelos órgãos governamentais para adquirirem
seus produtos:
TABELA 3: Padrões de Projetos de Produtos (Government of Japan, 2001)
Na Tabela 3 estão apresentados os requisitos mínimos de projeto para
peças de mobiliário: cadeiras, mesas, prateleiras, etc.
Ao apresentar estes requisitos mínimos para fornecimento de bens
duráveis para suas instalações, o governo japonês impulsiona o mercado
nos seguintes pontos principais:
� Reestruturação dos processos produtivos das empresas que se
propõe a fornecer para o governo. Uma vez que estes processos
foram alterados ou novos processos foram construídos para
produzir produtos menos impactantes, um novo perfil de produtos
passará a ser ofertado no mercado,
� Desperta uma mudança no perfil de consumidores de bens
duráveis, alertando para o problema da disposição final destes
produtos,
78
� Sinaliza uma nova forma de tratar o problema da geração de
resíduos, através da redução dos impactos na fonte.
3.8. CONCLUSÃO
Neste capítulo, procurou-se ressaltar que o bom entendimento do
processo de projetar é fundamental na implementação do DfE, pois as
oportunidades de inserção tornam-se mais claras.
Discutiu-se ainda que dentre as várias fases do projeto, é na etapa de
pesquisa que as oportunidades de inserção do DfE tornam-se mais
relevantes, com ênfase nos aspectos de prevenção, ou seja, no emprego
de tecnologias, processos e práticas mais limpas, onde a escolha de uma
tecnologia ou processo deve ser conduzida utilizando-se metodologias
adequadas para análise de alternativas aumentando as chances de
viabilizar projetos ambientais com um bom retorno financeiro.
Para finalizar, foram apresentados alguns exemplos de implementação do
DfE na indústria americana e australiana, bem como algumas ações de
fomento do tema adotadas pelos Estados Unidos através da criação de
um programa de adoção voluntária com parceria governo / empresas;
Dinamarca, através de parcerias entre o governo e empresas para a
criação de programas de capacitação de engenheiros e projetistas; e
Japão através de um programa de incentivo econômico, a “Compra
Verde”.
Tendo-se concluído o entendimento do DfE no processo de projetar e
vislumbrando-se os ganhos potenciais com a sua aplicação, o próximo
passo será então, iniciar as discussões sobre estratégias de
implementação.
O próximo capítulo inicia esta abordagem focando a discussão em uma
implementação integrada do DfE a um sistema de gestão, considerando
que esta é a estratégia proposta nesta dissertação para inserção do DfE
na Monsanto Nordeste S/A.
79
4. DESIGN FOR ENVIRONMENT (DfE) E SISTEMAS DE GESTÃO
4.1. INTRODUÇÃO
No capítulo anterior apresentou-se o DfE no processo de projetar, e
alguns casos de aplicação com ganhos ambientais e financeiros que
evidenciam a potencialidade da iniciativa.
Vislumbrando-se estes benefícios e considerando-se que uma
implementação inadequada pode reprimir estes ganhos, neste capítulo,
será apresentada uma estratégia de implementação do DfE integrada a
um sistema de gestão ambiental.
Este tipo de abordagem integrada tem como vantagens principais, a
integração com uma iniciativa que já faz parte da gestão do negócio como
também a sua potencialização, considerando-se que serão contempladas
as vantagens das iniciativas individuais.
O objetivo deste capítulo é abordar a integração numa empresa dos
princípios do DfE com um sistema de gestão ambiental pré-existente,
considerando-se que será esta a rota proposta para inserir o DfE na
Monsanto Nordeste S/A. Para exemplificar este tipo de estratégia,
apresenta-se a experiência prática da USEPA, através do seu Sistema de
Gestão Ambiental Integrado (IEMS).
4.2. SISTEMAS DE GESTÃO
4.2.1. Visão Geral
Um sistema de gestão ambiental tem o objetivo de prover uma estrutura
de gerenciamento direcionando as empresas na integração das questões
ambientais ao conjunto de atividades do negócio, visando a melhoria do
seu desempenho ambiental.
Um exemplo de sistema de gestão ambiental é o proposto pela norma
ISO 14.001, desenvolvido pela organização internacional de normas, ISO
80
– International Standards Organization que, em linhas gerais, possui os
seguintes requisitos:
� Desenvolvimento de uma política ambiental que exponha o
compromisso da empresa em relação ao desempenho ambiental,
� Elaboração de um planejamento das ações através do
estabelecimento dos objetivos e metas considerando os seus
impactos ambientais e o atendimento à legislação,
� Organização e estruturação das atividades operacionais.
Recomendando-se uma estrutura de responsabilidades, programa
de treinamento, elaboração de procedimentos e controle de
documentos, controle operacional, preparação e atendimento a
emergências e comunicação,
� Verificação e ação corretiva contemplando o monitoramento e
medição, a definição do tratamento das não conformidades, ações
corretivas e preventivas, registros necessários para evidenciar o
atendimento aos requisitos e o estabelecimento de um programa
de auditorias,
� Análise crítica.
Estruturas simulares são propostas por outros sistemas de gestão como,
por exemplo:
� BS 8.800 – Sistema de Gestão de Saúde Ocupacional e
Segurança: “Occupational Health and Safety Management
Systems”.
� OHSAS 18.001 – Série de Avaliação de Segurança e Saúde no
Trabalho: “Occupational Health and Safety Management Systems”.
� NBR ISO 9.001:2.000 – “Sistemas da Qualidade: Modelo para
Garantia da Qualidade em Desenvolvimento, Produção, Instalação
e Serviços Associados”.
81
Em busca de aumentar competitividade no mercado, verifica-se uma
demanda crescente das empresas pela obtenção de certificações nestes
sistemas.
Segundo a QSP - Centro da Qualidade, Segurança e Produtividade para
o Brasil e América Latina (2003), até setembro de 2003 a quantidade de
empresas certificadas, no Brasil eram:
� ISO 9001.2000 (Sistema de Gestão da Qualidade): 3.337
empresas
� ISO 14.001 (Sistema de Gestão Ambiental): 632 empresas
� OSHAS 18.001 / BS 8.800 (Sistemas de Gestão de Saúde e
Segurança): 107 empresas
Conforme citado no Capítulo 1, os sistemas de gestão, mesmo
contribuindo para a melhoria do desempenho ambiental das empresas,
não são suficientes para direcioná-las no sentido da eliminação dos
perigos, da poluição e do resíduo zero.
Segundo Furtado (2001b, p.1) “A certificação não qualifica a empresa
para a PL ou P+L, mas a adoção das duas últimas dará substancial
aumento no perfil de excelência, do ponto de vista da responsabilidade
ambiental e em relação à concorrência, se complementada pela obtenção
da ISO 14.001”.
Um Programa de DfE fornece as ferramentas e orientações mais
específicas para se buscar a excelência ambiental através da prevenção
da poluição. Adicionalmente, o DfE encoraja as empresas a considerarem
as questões ambientais e de saúde e segurança no nascedouro dos
projetos focando no uso de tecnologias mais limpas.
Por que, então, não integrar estas iniciativas e assegurar um melhor
desempenho ambiental?
Na verdade, o que se busca aqui é a utilização de um sistema de gestão
mais robusto e voltado para a prevenção dos perigos e da poluição, bem
82
como integrado com as demais iniciativas das empresas como os
sistemas de gerenciamento de saúde, segurança e qualidade.
Um sistema de gestão deve ter esta abrangência sob pena de perder
prematuramente sua eficácia.
A necessidade desta abrangência é vista por Vianna apud Souza e
Andrade (1996, p.165), “o gerenciamento ambiental pode ser definido
como a integração dos sistemas organizacionais e programas a fim de
permitir: o controle e a redução dos impactos no meio ambiente devido a
operações e produtos; cumprimento das leis e normas ambientais,
desenvolvimento e uso de tecnologias apropriadas para minimizar ou
eliminar resíduos industriais; monitoramento e avaliação dos processos e
parâmetros ambientais, eliminação ou redução dos riscos ao meio
ambiente; utilização de tecnologias limpas com o objetivo de minimizar os
gastos de energia e de materiais; melhoria do relacionamento com a
comunidade e o governo; antecipação de questões ambientais que
possam causar problemas ao meio ambiente, particularmente à saúde
humana.”
4.2.2. Integração
A implementação dissociada dos sistemas de gestão de saúde,
segurança, meio ambiente e da qualidade geram problemas de aceitação
pelo público interno das organizações, que recebe vários “pacotes” sem a
preocupação de serem coerentes entre si, representando, na prática,
várias peças de um “quebra-cabeças”.
A integração entre as iniciativas ambientais, de saúde, segurança e
qualidade parece ser o caminho mais coerente para a obtenção de
melhores resultados nos aspectos de gerenciamento.
A implementação de um sistema de gestão integrada, potencializado pela
inserção do DfE, torna-o mais “orientado para o resultado” enfatizando a
prevenção da poluição, eliminação e redução do risco para as pessoas e
83
para o meio ambiente, gerenciamento inteligente dos recursos e mais
competitividade econômica.
Considerando a base de um Sistema de Gestão Ambiental proposto pela
ISO 14.001 já implementado por uma série de empresas nos Estados
Unidos, e os princípios do DfE foi possível para a USEPA propor um
sistema integrado denominado IEMS (Integrated Environmental
Management System).
A experiência da USEPA está aqui apresentada, em função do seu grau
de estruturação e por já estar sendo largamente aplicada.
A USEPA (2002), recomenda a implementação de um IEMS através dos
seguintes passos principais:
QUADRO 4: Passos principais para implementação de um IEMS. (USEPA, 2000)
84
O quadro apresenta os passos gerais para implementação do IEMS pela
USEPA. Para facilitar o entendimento dos passos propostos, adicionou-se
a primeira coluna agrupando-os segundo a abordagem do ciclo PDCA –
Plan (planejar) – Do (fazer) – Check (verificar) – Act (Corrigir e melhorar).
A USEPA através de dois documentos-base propõe o processo de
implementação:
� Guia de Implementação – Sistema de Gestão Ambiental Integrado
(Integrated Environmental Management Systems - Implementation
Guide), que apresenta os detalhes da estratégia de implementação
do IEMS. (USEPA, 2000).
� Sistema de Gestão Ambiental – Incorporando o DfE na sua Política
Ambiental – Proposta (Environmental Management Systems -
Incorporating DfE Into Your Environmental Policy—DRAFT).
USEPA (1999a)
O IEMS, devido a sua integração com o DfE, diferencia-se dos sistemas
de gestão tradicionais, particularmente, nos passos: 5, 7 e 10 do Quadro
2, conforme detalhado a seguir:
a) Passo 5 do IEMS, onde deve-se escolher indicadores de
desempenho que reflitam o esforço empregado, principalmente em
ações de prevenção. Este assunto será abordado com mais
detalhes no Item 6.2.2.1.2.
b) Passo 7 do IEMS. No passo de execução, o DfE deve contribuir
dando um caráter mais objetivo no uso de práticas, processos e
tecnologias mais limpas. Para isso, deve-se utilizar ferramentas
que suportem estas ações.
A USEPA (2000) ressalta, no seu guia de implementação, o uso de
alguns princípios e ferramentas, tais como:
� Identificar e comparar alternativas tecnológicas e avaliar os
seus impactos externos ao negócio (sociais, regulatórios,
etc.),
85
� Usar técnicas de análises de alternativas em novos projetos.
Os itens 3.5 e 3.6 desta dissertação abordam este tema.
� Usar os princípios hierárquicos da prevenção da poluição
para avaliar e enfocar tratamentos de questões ambientais.
A figura a seguir é apresentada no guia de implementação
da USEPA, realçando a prioridade das ações de redução na
fonte:
FIGURA 13: Princípios Hierárquicos da Prevenção da Poluição. (USEPA, 2000)
Este mesmo enfoque é apresentado por La Greca, Buckingham
e Evans (1994) estando apresentado no Item 2.2.1, Figura 1.
Redução na Fonte
Substitutos
Mudança no processo
Gerenciamento das práticas de trabalho
Reuso / Reciclagem
Controle Tecnológico
Disposição
Redução na Fonte
Substitutos
Mudança no processo
Gerenciamento das práticas de trabalho
Reuso / Reciclagem
Controle Tecnológico
Disposição
86
� Integrar as considerações ambientais nas decisões diárias
incluindo desempenho e custos de forma a prover uma
solução competitiva,
� Trabalhar em parceria com as partes interessadas e com a
participação dos empregados na avaliação e escolha de
alternativas, encorajando uma comunicação aberta.
� Promover a melhoria contínua do processo de avaliação de
alternativas, buscando soluções inovadoras e promovendo a
capacitação de seus técnicos.
c) Passo 10 do IEMS, onde o processo de melhoria contínua deve ser
claramente identificado pela verificação do resultados atingidos
através das metas e indicadores, procurando-se correlacionar com
os benefícios econômicos obtidos. Este passo diferencia-se dos
sistemas de gestão tradicionais pois há um compromisso mais
objetivo com os princípios da prevenção, tais como: evitar geração
de resíduos, exploração sustentável das fontes de matérias-primas
e recursos naturais e o uso de indicadores que representem estas
melhorias. (Furtado, 2001b).
4.3. CONCLUSÃO
Neste capítulo discutiu-se sobre a integração do DfE com um sistema de
gestão ambiental, destacando-se as diferenças para um sistema de
gestão convencional.
O que se espera como resultado desta integração é um sistema de gestão
mais robusto e tendo a sua melhoria contínua mais orientada para o
resultado.
Ressaltaram-se os passos de:
� Definição de indicadores de desempenho com ênfase em
prevenção,
87
� Execução dos projetos e das rotinas operacionais orientadas para
o emprego de tecnologias, processos e práticas mais limpas,
Com o objetivo de apresentar uma experiência prática, utilizou-se o IEMS
– Sistema de Gestão Integrada da USEPA, para demonstrar o perfil dos
passos da integração.
No próximo capítulo apresenta-se a Monsanto Nordeste S/A, o processo
produtivo e seu Sistema de Gestão Integrada visando a identificação de
oportunidades de aplicação dos princípios da produção mais limpa e do
DfE.
88
5. MONSANTO NORDESTE: PROCESSO, RESULTADOS E SISTEMA
DE GESTÃO INTEGRADA
5.1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste capítulo é apresentar de forma geral a Monsanto
Nordeste S/A visando contextualizar o ambiente onde se deseja
implementar o DfE, o Sistema de Gestão Integrada, bem como o enfoque
dado pela empresa às questões de prevenção de perigos e da poluição.
5.2. A FÁBRICA
A Monsanto Nordeste S/A é subsidiária da Monsanto do Brasil Ltda. É o
maior complexo industrial da Monsanto no Brasil e o primeiro a produzir,
fora dos Estados Unidos, a matéria-prima básica (Ácido Fosfonometil
Imino DiAcético) do herbicida RoundUp, produto comercializado em mais
de 100 países e líder no mercado. Com essa fábrica o Brasil não só deixa
de importar matérias primas como também passa a exportar,
principalmente para a Argentina.
Concebida em 1998, iniciou suas operações em outubro de 2001. As
matérias-primas e insumos são fornecidos como se segue:
� Fósforo: Produto importado, vem em isotanques. Os fornecedores
são a própria Monsanto e a Thermophos.
� Cloro: Fornecido através de tubovia (cloro gás). O fornecedor é a
Braskem – Vinílicos – Cloro/Soda – Bahia.
� Soda Cáustica: Fornecida através de tubovia. O fornecedor é a
Braskem – Vinílicos – Cloro/Soda – Bahia.
� Formaldeído: Fornecido através de tubovia. O fornecedor é a
Copenor.
� Dietanolamina: Produto importado. Recebido e estocado na
Brasterminais e na Monsanto. Transportado do terminal à
Monsanto através de carretas-tanque.
89
� Catalisador: Produto recebido em tambores de 200 litros. Fornecido
pela Degussa.
� Utilidades: Fornecidas em tubovias pela Braskem – Unidade de
Insumos Básicos.
A fábrica está instalada em um terreno de 631 mil metros quadrados no
Pólo Petroquímico de Camaçari, tendo três unidades de produção de
insumos químicos para a produção do Herbicida RoundUp:
PCl3 – Tricloreto de Fósforo
DSIDA – Ácido DiSódico Imino DiAcético
PIA – Ácido Fosfonometil Imino DiAcético
FIGURA 14: Unidades de Produção da Monsanto Nordeste e seus clientes.
Os fluxogramas das unidades individuais estão ilustrados nas figuras a
seguir.
Ao longo da realização deste trabalho foram identificadas oportunidades
de produção mais limpa e serão apresentadas nos itens das descrições
dos processos das unidades de processos.
Unidade
PCl3
Unidade
PCl3
Unidade
DSIDA
Unidade
DSIDA
Unidade
CT
Unidade
PIA
PCL3 - Tricloreto
de Fósforo
DSIDA
PIA Glifosato
DEA - Dietanolamina
NaOH - Soda Caústica
CH2O - Formaldeido
Cl2 - Cloro
P4 - Fósforo
Catalisador
Unidades de São José
dos Campos-S.P. e
Zarate - Argentina
Planta de Camaçari
Unidade
A&F
Unidade
PCl3
Unidade
PCl3
Unidade
DSIDA
Unidade
DSIDA
Unidade
CT
Unidade
PIA
PCL3 - Tricloreto
de Fósforo
DSIDA
PIA Glifosato
DEA - Dietanolamina
NaOH - Soda Caústica
CH2O - Formaldeido
Cl2 - Cloro
P4 - Fósforo
Catalisador
Unidades de São José
dos Campos-S.P. e
Zarate - Argentina
Planta de Camaçari
Unidade
A&F
90
5.2.1. Unidade de Produção do Tricloreto de Fósforo (PCl3)
FIGURA 15: Unidade do PCl3.
O tricloreto de fósforo é produzido através da reação, em um processo
contínuo, entre fósforo elementar e cloro gás em presença de um leito de
PCl3.
Durante a fase de projeto desta unidade, optou-se pela compra de cloro
gás ao invés de cloro líquido e não instalação de vasos de estocagem,
atuando-se na prevenção e reduzindo-se os perigos na fonte, conforme
os princípios do DfE. Para exemplificar, nas condições em que o cloro gás
é enviado na tubovia, a sua massa específica é de aproximadamente 13,4
Kg/m3. Caso o cloro fosse enviado no estado líquido a sua massa
específica seria de 1194 Kg/m3, nas condições de processo. Portanto, em
CLOROGÁS
CONDENSAÇÃO E
PURIFICAÇÃO
ESTOCAGEM DE PRODUTO
PCL3
TANQUE DE RESÍDUOS
LAVADOR
DESCARGA / ESTOCAGEM DE
FÓSFORO
REATOR
LAVADOR
Emissão gasosa
CETREL
CETRELCETREL
Emissão gasosa
Efluente Líquido
CLOROGÁS
CONDENSAÇÃO E
PURIFICAÇÃO
ESTOCAGEM DE PRODUTO
PCL3
TANQUE DE RESÍDUOS
LAVADOR
DESCARGA / ESTOCAGEM DE
FÓSFORO
REATOR
LAVADOR
Emissão gasosa
CETREL
CETRELCETRELCETRELCETREL
Emissão gasosa
Efluente Líquido
91
caso de vazamentos na tubovia uma quantidade, aproximadamente, 90
vezes maior de cloro seria liberado se o transporte fosse feito no estado
líquido.
O PCl3 produzido é vaporizado no reator, sendo posteriormente
recuperado em um sistema de condensadores e enviado para os tanques
de estocagem.
O produto, nos tanques de estocagem, é mantido em atmosfera inerte de
nitrogênio e bombeado para a unidade de produção de N-Fosfonometil
Iminodiacético (PIA) de acordo com as necessidades de produção
daquela unidade (ver Figura 17).
Os gases provenientes do sistema de condensação-purificação são
enviados para um sistema de lavagem de gases de processo e os
efluentes líquidos desta operação, são enviados para o sistema de
efluentes de processo e posteriormente para o tanque de equalização
(Sistema Orgânico-SO) e Cetrel – Central de Tratamento de Efluentes do
Pólo Petroquímico de Camaçari.
As emissões atmosféricas desta unidade, na saída do lavador de
processos é composta, basicamente, de vapores de água e traços de HCl.
A eficiência de remoção dos vapores de HCl produzidos é de 99,99%.
O efluente líquido do lavador é gerado pela água de abatimento de gases,
onde há uma adição de soda cáustica para otimizar o processo de
remoção. A vazão desta corrente é de aproximadamente 600 Kg/h e
enviada à Cetrel.
Com periodicidade trimestral o reator é parado para limpeza, quando são
removidos contaminantes que acompanham o fósforo. As linhas
pontilhadas do fluxo ilustram este fluxo. O efluente líquido gerado é
enviado ao tanque de resíduos, seguindo para a Cetrel.
Dentro do enfoque de produção mais limpa, verifica-se uma oportunidade
de atuação junto aos fornecedores de P4 (fósforo), no sentido de
aumentarem a pureza do mesmo, o que poderia propiciar a redução na
92
freqüência de paradas bem como eliminar ou reduzir a presença de
arsênico no efluente orgânico.
5.2.2. Unidade de Produção do DSIDA – Ácido DiSódico Imino
DiAcético
FIGURA 16: Unidade do DSIDA
O DSIDA (disódioiminodiacético) é produzido em bateladas. A reação
ocorre pela adição de hidróxido de sódio e dietanolamina na presença do
catalisador CuPtC (cobre-platina suportado em carvão). Como se trata de
uma reação endotérmica, adiciona-se vapor d’água à jaqueta do reator de
forma controlada. O produto vaporizado no reator, é condensado e
retorna ao reator. Durante a fase reacional hidrogênio é produzido e
queimado em tocha ou “flare”. Apesar de não se ter a composição real
desta emissão, estima-se que, aproximadamente, 56 t/ano de hidrogênio
são geradas e lançadas para queima, não sendo aproveitadas.
ESTOCAGEM DE DEA
ESTOCAGEM DE SODA
CÁUSTICA
ESTOCAGEM DE CATALISADOR
REATORES
TOCHA (FLARES)
SISTEMA DE FILTRAÇÃO
ESTOCAGEM DE CATALISADOR
RECICLADO
COLETOR DE ÁGUA DE LAVAGEM
Emissão Gasosa
CATALISADORP/ RECICLAGEM
ESTOCAGEM DE PRODUTO
DSIDA
CETRELCETREL
ESTOCAGEM DE DEA
ESTOCAGEM DE SODA
CÁUSTICA
ESTOCAGEM DE CATALISADOR
REATORES
TOCHA (FLARES)
SISTEMA DE FILTRAÇÃO
ESTOCAGEM DE CATALISADOR
RECICLADO
COLETOR DE ÁGUA DE LAVAGEM
Emissão Gasosa
CATALISADORP/ RECICLAGEM
ESTOCAGEM DE PRODUTO
DSIDA
CETRELCETRELCETRELCETRELCETRELCETREL
93
Após concluída a reação, água de refrigeração é adicionada à mesma
jaqueta, de modo a obter-se o DSIDA a uma temperatura adequada para
o processo de filtração subseqüente, separando o DSIDA do catalisador.
Após lavagem com água de processo em sistema fechado, o catalisador
em meio aquoso, é reutilizado como matéria-prima para o reator. Após
alguns ciclos de reutilização, o catalisador é enviado ao fornecedor para
reprocesso e recuperação da atividade.
O produto filtrado (DSIDA) é resfriado e enviado para os tanques de
estocagem de produto acabado.
Considerando-se as emissões geradas nesta unidade, o hidrogênio
formado durante a reação pode configurar alguma oportunidade para o
desenvolvimento de estudos de alternativas eco-econômicas que
viabilizem a sua utilização.
Algumas possíveis alternativas a serem consideradas para esta corrente
são:
a. Utilização como terminador de cadeia em reações de polimerização
na produção de resinas termoplásticas.
Considerando-se o Pólo Petroquímico como base de clientes
potenciais, estima-se uma necessidade atual de 30 t/ano – 35 t/ano
de hidrogênio com alto grau de pureza.
O preço de venda do hidrogênio para este fim, varia entre R$
1,73/Nm3 (tubovias) a R$ 2,3/Nm3 (cilindros).
O ganho potencial com a venda deste hidrogênio, considerando-se
56 t/ano e fornecimento em tubovia é de R$ 1.150.000,00/ano, o
que poderia viabilizar a instalação de uma unidade de purificação e
demais equipamentos intermediários que evitem interferências no
processo reacional.
94
b. Utilização como gás de queima em células combustíveis para a
produção de vapor. A Monsanto consome cerca de 4.400 t/mês de
vapor de 42 Kgf/cm2 e 2.700 t/mês de vapor de 15 Kgf/cm2. O
máximo ganho energético possível representaria,
aproximadamente, 3,5% da energia mensal consumida,
representado uma economia potencial máxima de R$
150.000,00/ano. Seriam necessários investimentos em
equipamentos intermediários para captação da corrente e não
interferir no processo reacional, bem como em equipamentos para
geração de vapor.
c. Utilização como gás de queima para o oxidador térmico do PIA. O
que poderia representar uma economia potencial de R$
100.000,00/ano. Seriam necessários investimentos em
equipamentos intermediários conforme citado no item anterior.
Será necessário desenvolver-se uma avaliação técnico-financeira mais
detalhada para determinar a atratividade destes projetos.
95
5.2.3. Unidade de Produção do PIA - Ácido Fosfonometil Imino
DiAcético
FIGURA 17: Unidade do PIA
O processo é composto pelas seguintes etapas:
• Hidrólise do Tricloreto de Fósforo (PCl3) / Acidificação do DSIDA
PCl3 é hidrolisado a ácido fosforoso (H3PO3) na presença de uma solução
aquosa de DSIDA. Esta reação é exotérmica e os vapores gerados são
resfriados em um condensador externo e retornados ao hidrolisador. Os
incondensáveis, ricos em HCl (ácido clorídrico) são enviados para o
sistema de recuperação onde 99,95% do HCl é abatido. Originalmente, o
efluente (HCl) era enviado para os tanques de equalização onde
juntamente com os outros efluentes líquidos da fábrica, era neutralizado
com NaOH (hidróxido de sódio)e posteriormente enviado para Cetrel
(Sistema Orgânico-SO).
Um projeto para aproveitamento desta corrente foi desenvolvido e a
Monsanto vem trabalhando em parceria com a Universidade Federal da
HYDROLIZADORESREATORES
CRISTALIZADORES
SISTEMA DE CENTRIFUGAÇÃO
SJC eZARATE
OXIDADOR TÉRMICO LAVADOR
DESCARGA/ESTOCAGEM DE
FORMALIN
PCl3
VENT
LAVADOR
VENT
SODACÁUSTICA
PCl3
CETRELCETREL
CETRELCETREL
CETRELCETRELSODA
CAUSTICA
DSIDA
HYDROLIZADORESREATORES
CRISTALIZADORES
SISTEMA DE CENTRIFUGAÇÃO
SJC eZARATE
OXIDADOR TÉRMICO LAVADOR
DESCARGA/ESTOCAGEM DE
FORMALIN
PCl3
VENT
LAVADOR
VENT
SODACÁUSTICA
PCl3
CETRELCETRELCETRELCETRELCETRELCETREL
CETRELCETRELCETRELCETRELCETRELCETREL
CETRELCETRELCETRELCETRELCETRELCETRELSODA
CAUSTICA
DSIDA
96
Bahia através da rede MHEN8 no sentido de desenvolver uma utilização
para a corrente ácida oriunda da área do PIA. Esta corrente tem um teor
de HCl da ordem de 26%- 33%.
O potencial de redução de efluente é da ordem de 55.000 m3/ano com
benefícios econômicos que podem atingir R$ 5,7M/ano.
• Reação de Fosfonometilação / Neutralização
O ciclo do reator de fosfonometilação é iniciado com a carga de uma
batelada do hidrolisador. Esta carga contém H3PO3 (ácido fosforoso), IDA
(imino diacético), NaCl (cloreto de sódio), HCl (ácido clorídrico) e H2O
(água). Em seguida são adicionados o formaldeído (formalin) e o restante
da solução de DSIDA requerida pelo processo.
O formaldeído reage com o IDA e o H3PO3 para formar o PIA (ácido
fosfonometiliminodiacético). A reação é mantida a uma temperatura de
100oC através de um controle de temperatura com vapor de baixa
pressão circulando na jaqueta. O N-Fosfonometil Iminodiacético (PIA)
gerado, precipita no reator gerando uma lama (slurry).
Durante a reação, os vapores gerados são condensados e devolvidos ao
reator. Os gases incondensáveis são enviados para o lavador de gases
antes de serem enviados para o oxidador térmico.
O Oxidador Térmico utilizando gás natural como combustível, incinera
(~980°C) as correntes ricas em compostos orgânicos voláteis, geradas
nos reatores. Em caso de detecção de qualquer problema em seu
funcionamento, as correntes são automaticamente enviadas para o
Scrubber de Processo (Lavador de Gases), sendo abatidas com soda
cáustica em solução aquosa sendo o efluente aquoso direcionado para a
Cetrel.
8 Rede baiana para a otimização ambiental e controle de processos, tendo como instituição líder a Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia, tendo como tema central a o desenvolvimento de metodologias, métodos, aplicação industrial e capacitação de recursos humanos em tecnologias de redes simultâneas de transferência de massa e energia, visando uma maior eco-eficiência nos processos produtivos da indústria baiana.
97
• Cristalização / Centrifugação
A batelada do reator é descarregada por gravidade nos cristalizadores e
resfriada a 50oC. Para evitar a precipitação de NaCl é adicionada água ao
sistema.
Do cristalizador a lama é transferida para os tanques de alimentação das
centrífugas. O N-Fosfonometil Iminodiacético (PIA) é separado do liquor-
mãe e lavado com água numa centrífuga horizontal de velocidade
variável. O efluente é enviado para os tanques de equalização e
posteriormente enviados para CETREL (Sistema Orgânico-SO).
Após a centrífuga o N-Fosfonometil Iminodiacético (PIA), é acondicionado
em sacos plásticos de 23 toneladas dentro de contentores para envio a
outras unidades industriais da Monsanto.
Originalmente, os contentores transportavam 20 toneladas. Um trabalho
de otimização foi feito propiciando o transporte de 23 toneladas,
otimizando os custos com transporte e com incineração dos sacos
plásticos. Ainda pode-se verificar oportunidades para otimização desta
embalagem final, desde a não utilização ao seu reuso, reciclo.
5.2.4. Emissões atmosféricas
TABELA 4: Estimativa de Emissões Atmosféricas. Valores obtidos em 2002.
98
Conforme já observado anteriormente há oportunidades atrativas de
minimização / eliminação das emissões de hidrogênio através da
reutilização da mesma.
A Tabela 4 apresenta as principais emissões atmosféricas da unidade.
As emissões de NOx provêm das reações de queima na tocha (flare) e no
oxidador térmico.
A estimativa de emissões do formaldeído foi obtida através de
amostragens no lavador de gases de processo do PIA.
A estimativa de emissões do HCl foi obtida através de amostragens nos
lavadores de gases de processo do PIA e do PCl3.
A estimativa de emissões de CH3Cl foi obtida na saída do oxidador
térmico. Avaliou-se a sua eficiência sendo encontrado 99,999999% para
destruição do cloreto de metila.
A estimativa de emissão de CO2 foi realizada por balanço de massa com
base no consumo anual de gás natural para queima na tocha (flare) e no
oxidador térmico.
5.2.5. Efluentes Líquidos
A rede de efluentes líquidos da unidade encontra-se representada na
Figura 18.
99
FIGURA 18: Sistema de Coleta de Efluentes Líquidos: Orgânicos e Não Contaminados
Os efluentes gerados são classificados em orgânicos (SO) e efluentes de
águas não contaminadas (SN). Os valores médios de geração para 2002
encontram-se nas Tabelas 5 e 6:
TABELA 5: Geração de Efluentes Orgânicos. Média em 2002
TABELA 6: Geração de Águas Não Contaminadas. Média em 2002
Efluentes de Processo
Diques nas Areas de Processo
Area de Processo - Indus.(pisos,canaletas e ruas)
Torre de refrigeração(blowdown)Purgadores
Area Administrativa incluíndo telhados
Telhados e coberturasnas areas de processo
Area não utilizada
Area de Tancagem (diques) e Area de Des-
carregamento
Bacia ou Tanque deEqualização eEmergência
Bacia de Retenção(30 minutos de Chuvas)
Efluentes de sanitários eCozinha Industrial
Drenagem Natural
Sistema não-contamina-do CETREL
Sistema Orgânico -CETREL
Após 30 minutos abrir para sistemanão contaminado
Sem contaminantes
Sem contaminantes
Contaminada
Contaminada
Efluentes de Processo
Diques nas Areas de Processo
Area de Processo - Indus.(pisos,canaletas e ruas)
Torre de refrigeração(blowdown)Purgadores
Area Administrativa incluíndo telhados
Telhados e coberturasnas areas de processo
Area não utilizada
Area de Tancagem (diques) e Area de Des-
carregamento
Bacia ou Tanque deEqualização eEmergência
Bacia de Retenção(30 minutos de Chuvas)
Efluentes de sanitários eCozinha Industrial
Drenagem Natural
Sistema não-contamina-do CETREL
Sistema Orgânico -CETREL
Após 30 minutos abrir para sistemanão contaminado
Sem contaminantes
Sem contaminantes
Contaminada
Contaminada
100
Os efluentes orgânicos (SO) são gerados a partir dos efluentes sanitários
e cozinha industrial e das unidades de processo.
Um tanque de coleta de efluentes em cada unidade produtiva recebe as
correntes de purga do processo, águas de lavagem e chuva. Destes
tanques os efluentes são direcionados aos tanques de equalização para
controle de pH e posteriormente para o Sistema Orgânico (SO) da Cetrel.
Aproximadamente, 95% do efluente orgânico é oriundo da unidade do PIA
sendo que a corrente de HCl, atualmente em fase de estudos para
desenvolvimento de mercado, representa aproximadamente 10% da
vazão de efluente orgânico gerado, já se considerando a soda cáustica
necessária à neutralização da mesma.
Os tanques de equalização são operados em série e mantidos no nível de
25% do seu volume. Neste sistema, há controle cáustico e ácido em linha
para ajuste do pH nos limites de 6 a 9.
O sistema de águas não contaminadas (SN) é composto pelas purgas das
torres de refrigeração e pelos efluentes oriundos das águas pluviais não
contaminadas.
As águas de chuvas oriundas dos telhados das áreas de produção e das
áreas administrativas (telhados e áreas asfaltadas) são direcionadas para
o sistema de coleta de águas pluviais da fábrica, e delas para o sistema
de águas não contaminadas (SN) da Cetrel.
Todo o material coletado nas áreas de contenção dos tanques de
estocagem e nas áreas de descarregamento são retidas até a interrupção
das chuvas e então amostradas e analisadas. Em caso de contaminação,
o material será bombeado para os efluentes do Sistema Orgânico (SO).
Caso contrário, será enviado para o Sistema de Águas Não
Contaminadas (SN).
A bacia de retenção de águas de chuva com capacidade de 7000m3, foi
dimensionada considerando uma recorrência (precipitação pluviométrica)
de 25 anos, durante um evento de 30 minutos. Após os 30 minutos
101
iniciais, as águas são conduzidas para o Sistema de Águas Não
Contaminadas (SN) da Cetrel. Após o desvio para o Sistema de Águas
Não Contaminadas (SN), o material da bacia de retenção de águas
pluviais será amostrado e analisado. Se os resultados forem considerados
dentro dos limites, serão então bombeados para o SN. Se estiverem
acima dos limites permitidos, o conteúdo será bombeado o Sistema
Orgânico (SO).
Observando-se a Tabela 6, pode-se verificar que existem oportunidades
de utilização das águas pluviais, particularmente oriundas dos telhados
das edificações e áreas administrativas, retidas na bacia de água de
chuva, totalizando um volume anual de aproximadamente 16.000 m3, sem
grandes investimentos, através do redirecionamento das mesmas para
tanques de coleta, com utilização potencial em irrigação de jardins,
reabastecimento da bacia de incêndio entre outros, em complementação /
substituição a água potável oriunda de poço interno da unidade.
Outras oportunidades para utilização das correntes de purga de torres de
refrigeração e das águas pluviais oriundas dos diques de processos
devem ser melhor investigadas.
5.2.6. Resíduos Sólidos
TABELA 7: Geração de Resíduos Sólidos. Média 2002
A tabela anterior apresenta a geração média anual dos resíduos sólidos
da unidade.
102
Os resíduos sólidos enviados para incineração são oriundos
principalmente: das atividades de pintura tais como: trapos e resíduos de
tintas e solventes contaminados; produtos químicos de laboratório;
resíduos de EPI’s contaminados com fósforo e sacos plásticos de
embalagem de PIA contaminados com o produto.
Os resíduos industriais são oriundos, principalmente, de EPI’s inutilizados,
resíduos de isolamentos, madeiras de pallets e embalagens de
equipamentos, sacos plásticos de peças e equipamentos, juntas, gaxetas,
entre outros.
Os resíduos ordinários são oriundos principalmente das atividades
administrativas e de refeitório.
O óleo enviado para reciclagem é oriundo das atividades de lubrificação e
as lâmpadas de mercúrio também são enviadas para uma empresa
recicladora.
Está em fase de implantação um programa de organização e limpeza com
vistas à redução dos resíduos sólidos gerados bem como um programa
de reciclagem dos resíduos ordinários e industriais.
O primeiro passo para a implementação do programa foi a criação de um
comitê e o levantamento detalhado dos resíduos gerados.
Os passos seguintes focarão na busca de alternativas para eliminação /
redução dos impactos, usando como referência o princípio hierárquico da
prevenção da poluição citado por La Greca, Buckingham e Evans (1994)
e ilustrado na Figura 1 desta dissertação.
5.3. SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADA DA MONSANTO
NORDESTE S/A
A Monsanto Nordeste S/A, possui um Sistema de Gestão Integrada (SGI)
tendo como objetivo definir os meios, as inter-relações e organização
necessária para que se desenvolva, de forma consistente, um sistema de
gestão onde os aspectos de qualidade, meio ambiente, saúde e
segurança sejam identificados, monitorados e melhorados.
103
O escopo normativo contempla as seguintes normas internacionais de
referência:
� NBR ISO 9001:2000 – “Sistemas da Qualidade: Modelo para
Garantia da Qualidade em Desenvolvimento, Produção,
Instalação e Serviços Associados”;
� NBR ISO 14001:1996 - “Sistema de Gestão Ambiental -
Especificação e Diretrizes para Uso”;
� OHSAS 18001 – Série de Avaliação de Segurança e Saúde no
Trabalho: “Occupational Health and Safety Management
Systems”.
Além destas normas internacionais, foram utilizados as seguintes
diretrizes corporativas e programas voluntários em andamento a nível
mundial na Monsanto:
� Programa de Atuação Responsável (AR), junto à ABIQUIM -
Associação Brasileira das Indústrias;
� Monsanto ESH (Environment, Safety and Health) Fundamental
Requirements – Requisitos Fundamentais de Saúde, Segurança e
Meio ambiente da Monsanto, conjunto de diretrizes elaboradas pela
equipe técnica corporativa da companhia, no intuito de
representarem os requisitos mínimos exigidos para cumprimento
por todas as unidades da corporação;
� Monsanto OM (Occupational Medicine) Fundamental Requirements
– Requisitos Fundamentais de Medicina Ocupacional da Monsanto,
conjunto de diretrizes elaboradas pela área técnica corporativa de
Medicina Ocupacional da companhia no intuito de representarem
os requisitos mínimos exigidos para cumprimento;
� Process Documentation and Management of Changes –
Documentação de Processo e Gerenciamento de Mudanças,
diretriz da Monsanto onde são apresentados os requisitos mínimos
104
para gerenciamento do acervo tecnológico incluindo ações de
organização, gerenciamento de mudanças e guarda;
� QA - Quality Assurance Guideline – Guia de Garantia da Qualidade
da Monsanto onde são apresentados os requisitos para garantia da
qualidade do produto;
A Política Integrada de saúde, segurança, meio ambiente e qualidade da
Monsanto Nordeste preconiza:
Integrar a cadeia de produtos agrícolas de forma sustentável, gerenciando
os processos de trabalho em atendimento aos requisitos de qualidade,
meio ambiente, segurança e saúde, visando:
� Assegurar a base das operações buscando a excelência em
custos, volumes e qualidade dos produtos;
� Assegurar a liberdade de operação através do cumprimento pleno
das legislações, regulamentos aplicáveis, assim como prevenção,
controle e remediação dos perigos/riscos e aspectos/impactos que
resultem em danos às pessoas, ao meio ambiente e perdas
materiais.
� Assegurar um crescimento sustentável através de investimentos e
projetos que visam melhorar continuamente o desempenho do
negócio.
� Manter um ambiente vencedor através do envolvimento,
capacitação, diversidade e reconhecimento das pessoas.
Os objetivos do Sistema de Gestão Integrada bem como o escopo do
processo de gestão propriamente dito, encontram-se sumarizados no
Manual do Sistema de Gestão Integrada e, de forma descendente
imediata em 4 procedimentos, denominados procedimentos de sistema:
� Controle de Documentos e Registros e Identificação e Acesso aos
Requisitos Legais e Outros Requisitos
� Comunicação com as Partes Interessadas
105
� Auditorias Internas
� Gerenciamento de Riscos
5.3.1. Mapeamento dos Processos Internos
A ISO 9001-2000 promove a adoção de uma abordagem de processo
para o desenvolvimento, implementação e melhoria da eficácia do sistema
de gestão da qualidade de uma organização.
Uma atividade que usa recursos e que é gerenciada de forma a
possibilitar transformação de entradas em saídas pode ser considerada
um processo. Freqüentemente a saída de um processo é a entrada para o
processo seguinte. Em uma organização, as áreas ou departamentos,
podem ser considerados “processos”.
Pode-se identificar algumas vantagens neste tipo de abordagem:
� Controle contínuo sobre a ligação entre os processos individuais
dentro do sistema de processos, bem como sua combinação e
interação.
� Entendimento das necessidades internas,
� Identificação de gargalos e retrabalho,
� Melhoria contínua de processos baseada em medições objetivas
A Monsanto Nordeste S/A, possui 14 processos internos (áreas):
� Processo de Produção
� Processo de Planejamento e Controle da Produção (PCP)
� Processo de Logística
� Processo de Aquisição
� Processo de Almoxarifado
� Processo de Manutenção
� Processo de Engenharia
� Processo de Automação
106
� Processo de Laboratório
� Processo de Tecnologia
� Processo de Tecnologia da Informação (TI)
� Processo de Recursos Humanos (RH)
� Processo de Controladoria
� Processo de Gestão da Qualidade, Meio Ambiente, Segurança e
Saúde (QESH)
Para o ano de 2003 a empresa definiu 9 indicadores estratégicos,
vinculados à política, e 24 indicadores de processos que fazem parte do
acompanhamento periódico do desempenho da unidade, através das
análises críticas do SGI.
Os resultados de 2003 indicaram que, aproximadamente, 79% das metas
estabelecidas para estes indicadores foram atingidas. As metas não
atingidas estarão sendo reavaliadas na próxima análise crítica do sistema.
O Sistema de Gestão Integrada foi auditado pela BVQI - Bureau Veritas
Quality International em Dezembro de 2003 e tendo sido recomendada a
sua certificação. Nenhuma não conformidade foi encontrada.
Em 2002 e 2003 também ocorreram auditorias de saúde, segurança e
meio ambiente conduzidas pela área técnica corporativa da companhia
buscando-se evidenciar o cumprimento aos requisitos fundamentais.
Nenhuma não conformidade foi encontrada, e algumas sugestões de
melhoria foram apresentadas pelo grupo usando como referência boas
práticas realizadas em outras unidades da corporação.
Apesar dos princípios do DfE relacionados ao uso preferencial de
tecnologias e práticas mais limpas, fazerem parte das diretrizes da
unidade expressas no Manual do SGI, as potencialidades de ganhos
através do uso dos princípios desta iniciativa ainda não são de domínio e
conhecimento pleno entre os técnicos e engenheiros. Os próximos itens
107
detalham este assunto e introduzem as oportunidades de integração do
DfE ao SGI.
5.4. SITUAÇÃO ATUAL DO DFE, PRÁTICAS DE PREVENÇÃO,
CONTROLE E REMEDIAÇÃO NA MONSANTO
A documentação técnica de saúde, segurança e meio ambiente, seja ela
corporativa ou da Unidade de Camaçari, refletem a aplicação dos
princípios do DfE através de práticas de prevenção e planejamento das
práticas de controle e remediação. No entanto, não apresentam uma
diferenciação clara entre estes conceitos, nos termos citados no Item 2.2
desta dissertação. Deste modo, os ganhos com as ações de prevenção
não são claramente visíveis, bem como os gastos adicionais com ações
de inspeção e manutenção nas práticas de controle. Por exemplo, ao se
instalar um equipamento de controle de poluição, haverá necessidade de
intertratamentos, alarmes, detectores de gases, entre outros, havendo
conseqüentemente, necessidade de planos de manutenção, inspeção,
auditorias e sistemas para controle destes mesmos planos e suas
pendências.
5.4.1. Programas Corporativos
A área técnica corporativa de saúde, segurança e meio ambiente da
Monsanto utiliza os princípios do DfE. Isto, porém, não está formalmente
caracterizado como um programa específico da companhia a ser aplicado
em todas as unidades industriais. No entanto, algumas destas diretrizes
estão refletidas em programas corporativos.
Estes programas visam a prevenção de futuros danos às pessoas, meio
ambiente e às instalações e a conseqüente geração de passivos através
de avaliações de antecipação em seus negócios. Estes programas
principais são:
� Avaliação inicial dos riscos de negócios adquiridos:
Avaliações antecipativas de terrenos, unidades produtivas, impactos
sócio-culturais, entre outros, com vistas à identificação, avaliação e
108
documentação dos riscos envolvidos na aquisição de empreendimentos
nos termos do Programa 10: Avaliações de Saúde, Segurança e Meio
ambiente em Propriedades e Negócios em Aquisição - ESH Reviews of
Divestitures or Acquisitions of Property and / or Business (2001). De uma
forma geral este tipo de análise, dado a sua magnitude financeira, é
coordenada pela área técnica corporativa da Monsanto, responsável pela
geração de padrões de saúde, segurança e meio ambiente.
� Avaliação dos riscos de processo nos projetos de maior
investimento:
O processo produtivo proposto tem seu risco avaliado antes da partida da
unidade e, a partir daí, segundo uma freqüência pré-estabelecida de
acordo com as características dos produtos manipulados, nos termos do
Programa 2: Segurança das Instalações - Facility Safety (2001).
Para o projeto de novas unidades ou modificações nas instalações
existentes são requeridas avaliações de segurança nos termos do
procedimento corporativo No. 18: Avaliações para Prevenção de Perdas e
Segurança em Projetos (Project Safety and Loss Prevention Review).
Este documento aborda os aspectos relevantes a serem considerados
nas diversas fases de um projeto, contemplando ações de prevenção,
controle e remediação. É recomendado que cada planta desenvolva seu
procedimento local visando atender suas necessidades específicas e que,
no geral, reflita as diretrizes deste documento.
White (1998), membro da equipe técnica corporativa ambiental,
desenvolveu um formulário de verificação a ser utilizado em projetos de
maior investimento financeiro (projetos de capital), para a consideração de
aspectos ambientais.
Este documento apresenta considerações a serem revisadas nas diversas
fases de um projeto. Na fase de pesquisa, há a inclusão de considerações
compatíveis com os princípios da produção mais limpa, tais como:
substituição por materiais ambientalmente menos agressivos,
desenvolvimento de processos que elevem os índices de produção,
109
inovações tecnológicas que reduzam a geração de efluentes, eficiência
energética, entre outros.
� Avaliação Inicial dos Processadores Externos:
Os processadores externos de resíduos e produtos intermediários são
avaliados conforme o Programa 7 da Monsanto, Avaliação de
Processadores Externos (Outside Processors Assessment) ,
considerando a capacidade e responsabilidade dos processadores
externos no tratamento dos resíduos da Monsanto.
� Avaliação Inicial das Distribuições:
As diretrizes de saúde, segurança e meio ambiente para o gerenciamento
adequado do transporte das matérias-primas e dos produtos da Monsanto
bem como das empresas responsáveis pelo armazenamento externo
temporário são cobertas pelo Programa 5: Distribuição – Distribution
(2001). O programa estabelece a realização de auditorias inicial e
periódicas para avaliação.
5.5. CONCLUSÃO
Apesar dos princípios do DfE relacionados ao uso preferencial de
tecnologias e práticas mais limpas, caracterizadas dentre outras como
ações preventivas, fazerem parte das diretrizes da unidade expressas no
Manual do SGI e, mais especificamente, do Procedimento de
Gerenciamento de Riscos, ainda não é clara para a comunidade interna a
real diferença entre ações de prevenção e de controle. Isto pode ser
evidenciado no enfoque dado dentro do SGI em ações de controle, tais
como: planos de inspeção e manutenção, controle e atendimento a
requisitos legais, planos de auditorias, controle operacional, sistemas de
proteção, etc.
As principais razões para isto decorrem de:
� A unidade só possuir dois anos de operação onde o foco desde a
partida da planta em outubro de 2001, estava direcionado para o
110
“controle” visando o atendimento à legislação, particularmente aos
condicionantes da licença de operação,
� A implantação do SGI ainda é muito recente,
� Esta abordagem diferenciada entre prevenção e controle, bem
como seus benefícios, não são claramente explicitados na
documentação de rotina,
� Esta abordagem ainda está sendo inserida na documentação
operacional,
� Ainda haver a visão de que atender os padrões da legislação
garante um bom desempenho.
Para reverter-se este quadro propõe-se iniciar o processo de inserção do
DfE nos termos propostos no Capítulo 6 desta dissertação.
Pode-se perceber que existem várias oportunidades no processo
produtivo, conforme identificado no Item 5.2, para introdução dos
princípios de tecnologias e práticas mais limpas através do DfE. A
estratégia para implementação destas iniciativas e outras similares
também está contemplada no Capítulo 6.
111
6. ESTRATÉGIA PROPOSTA PARA IMPLEMENTAÇÃO DO DESIGN
FOR ENVIRONMENT (DfE) NA MONSANTO NORDESTE S/A
6.1. INTRODUÇÃO
O sucesso ou insucesso de um programa está relacionado, dentre alguns
fatores, a real necessidade de sua implementação. Para tanto, devem ser
identificados as perspectivas de ganho e os recursos necessários a esta
implementação.
Questões como visão de futuro e sobrevivência da empresa,
competitividade nos mercados locais e internacionais, imagem da
empresa, responsabilidade social e balanço financeiro (investimentos,
gastos e ganhos) devem ser avaliados.
A realização de um diagnóstico inicial é fundamental para se estabelecer
os recursos e se avaliar a viabilidade de implementação, sob pena do
programa não fazer parte da vontade e do negócio da empresa. A
existência de outros programas e sistemas de gestão (ambiental saúde,
segurança, entre outros) devem ser pensados buscando-se otimizar
recursos e potencializar as iniciativas existentes.
O objetivo deste capítulo é apresentar uma proposta de estratégia de
implementação do DfE para a Monsanto Nordeste S/A.
6.2. REQUISITOS FUNDAMENTAIS PARA A IMPLEMENTAÇÃO
A estratégia de implementação do DfE é o ponto crucial para o seu
sucesso.
As questões iniciais a serem consideradas são as demais iniciativas
correlatas já implementadas, especialmente o SGI - Sistema de Gestão
Integrada por já ter estabelecido uma estratégia de gestão das questões
de saúde, segurança, meio ambiente e qualidade.
A estratégia de implementação proposta para integrar o DfE ao SGI está
baseada no ciclo PDCA - Plan (planejar) – Do (fazer) – Check (verificar) –
Act (Corrigir e melhorar), conforme figura a seguir:
112
FIGURA 19: Elementos Estratégicos para implementação do DfE
A Figura 19 busca ilustrar a dinâmica dos processos produtivos onde o
DfE será utilizado, através da ação ou realização do produto (centro da
figura) e uma proposta de gestão do processo de implementação do DfE
(borda da figura) utilizando os elementos tradicionais de gestão do SGI:
planejamento, execução ou implementação, acompanhamento e
verificação e análise crítica e melhoria. Os sub-itens seguintes
apresentam maiores detalhes desta proposta.
6.2.1. Ação ou Realização do Produto ou Serviço
A ação ou realização do produto ou serviço representa a dinâmica do
processo produtivo, onde o DfE pode ser empregado. Os principais
elementos deste processo são:
Planejamento
Acompanhamento e Verificação
ProcessoEntradas Saídas
Materiais
Requisitos do Mercado e Partes
Interessadas
Recursos
Produto Final e Resíduos
Ação ou Realização do Produto
Execu
ção o
u
Imp
lemen
taçãoAn
ális
e C
ríti
ca
e M
elh
ori
aPlanejamento
Acompanhamento e Verificação
ProcessoEntradas SaídasProcessoEntradas Saídas
Materiais
Requisitos do Mercado e Partes
Interessadas
Recursos
Produto Final e Resíduos
Ação ou Realização do Produto
Execu
ção o
u
Imp
lemen
taçãoAn
ális
e C
ríti
ca
e M
elh
ori
a
113
� Entradas: Representadas, de forma global, pela introdução de
materiais (matérias-primas, insumos, utilidades, etc.), os requisitos
do mercado e partes interessadas. Aqui há um vasto campo de
aplicação dos princípios do DfE. Por exemplo, no Item 3.3 citam-se
oportunidades de ganhos no gerenciamento de materiais e de
fornecedores, e no guia básico de implementação do DfE,
apresentado no Anexo 1, também estão apresentadas questões
específicas sobre compras, logística e manipulação de produtos
segundo abordagens de controle e prevenção.
� Saídas: Representadas pelos produtos, serviços, e resíduos
gerados. Da mesma forma que no item anterior o DfE tem
aplicações na gestão de vendas, serviços e suporte, projeto do
produto, logística final, entre outros.
� Recursos: Representados pelas necessidades que suportam as
transformações, por exemplo, recursos humanos, financeiros,
ambientais, entre outros.
Aqui também há possibilidade de aplicação dos princípios do DfE.
Investimentos em treinamento de pessoal, melhoria da qualidade
de vida das comunidades e parcerias com entidades de pesquisa
para o desenvolvimento de novas tecnologias, são alguns
exemplos de ações de prevenção. No Item 6.2.2.3.2 são propostos
alguns indicadores que englobam estas questões.
6.2.2. Gestão do Processo de Implementação do DfE
A proposta de gestão do processo de implementação do DfE pode ser
representada, de forma seqüenciada pela figura a seguir:
114
FIGURA 20: Passos Gerais da Proposta para Gestão do Processo de Implementação do DfE na Monsanto Nordeste
Os sub-itens a seguir detalham o conteúdo da Figura 20.
6.2.2.1. Planejamento
Propõem-se os seguintes passos para comporem o planejamento da
implementação do DfE:
6.2.2.1.1. Definição da Implementação do DfE pela Alta
Direção
A definição da implementação está relacionada com o entendimento dos
ganhos potenciais e, conseqüente, comprometimento gerencial frente à
alocação dos recursos necessários. Para tanto, recomenda-se:
Definir a necessidade
Avaliar as oportunidades de
ganho
Definir Responsável pela
Coordenação
Prover Treinamento e Sensibilização
Avaliações de Novos Projetos /
Mudanças
Definir Objetivos e MetasDefinir Indicadores
Avaliar Recursos Necessários
Selecão / Execução de Projetos
(Seis Sigma)
Guia Básico de Avaliações de
Saúde, Segurança e Meio-Ambiente
Acompanhamento e Auditorias
Análise Crítica
Realizar Diagnóstico
Guia Básico de Avaliações de
Saúde, Segurança e Meio-Ambiente
Definição da Implementação
Diagnóstico e Planejamento da Execução
Execução
(6.2.2.2)
Acompanhamento e Verificação
(6.2.2.3)
Planejamento da Implementação
(6.2.2.1)
Análise Crítica e Melhoria
(6.2.2.4)
Retroalimentação
Definir a necessidade
Avaliar as oportunidades de
ganho
Definir Responsável pela
Coordenação
Definir Responsável pela
Coordenação
Prover Treinamento e Sensibilização
Avaliações de Novos Projetos /
Mudanças
Definir Objetivos e MetasDefinir Indicadores
Avaliar Recursos Necessários
Selecão / Execução de Projetos
(Seis Sigma)
Guia Básico de Avaliações de
Saúde, Segurança e Meio-Ambiente
Acompanhamento e Auditorias
Análise Crítica
Realizar Diagnóstico
Guia Básico de Avaliações de
Saúde, Segurança e Meio-Ambiente
Definição da Implementação
Diagnóstico e Planejamento da Execução
Execução
(6.2.2.2)
Acompanhamento e Verificação
(6.2.2.3)
Planejamento da Implementação
(6.2.2.1)
Análise Crítica e Melhoria
(6.2.2.4)
Retroalimentação
115
a) Definir a Necessidade
É fundamental que a diretoria e o nível gerencial da empresa entendam
os ganhos potenciais com a inserção do DfE no Sistema de Gestão
Integrada e no desenvolvimento de projetos em conjunto com o Programa
Seis Sigma, para que apóiem a sua implementação tornando-o parte do
planejamento do negócio e da cultura da unidade.
É particularmente importante que sejam entendidos os conceitos de
prevenção, controle e remediação, para que se tornem visíveis os ganhos
com as ações de prevenção, bem como devem ser explicitados os gastos
adicionais nas práticas de controle com ações de inspeção, auditorias e
sistemas para controle destes mesmos planos e suas pendências,
conforme explicitado nos itens 2.2 e 5.4. Recomenda-se que estes custos
e suas reduções potenciais com o emprego do DfE, sejam levantadas
para apresentação e discussão.
Como forma de sensibilização, pode-se utilizar alguns casos de aplicação,
tais como os citados no Item 3.7, os casos desenvolvidos pela USEPA
(2001) e pelo RMIT (Environment Austrália, 2001).
Sugere-se que a implementação do DfE seja sugerida como um fator
potencializador para a melhoria contínua do SGI, podendo este assunto
ser apresentado em reunião de análise crítica do SGI pelo nível gerencial.
b) Avaliar as Oportunidades de Ganho
A estimativa de potenciais ganhos financeiros e necessidade de recursos
devem ser considerados. A definição destes processos potenciais é
importante para que sejam identificados os focos de atuação.
Estes ganhos potenciais devem ser comunicados aos envolvidos visando
facilitar o processo de implementação.
116
6.2.2.1.2. Diagnóstico e Planejamento da Execução
O diagnóstico e o planejamento estão relacionados a uma avaliação das
lacunas existentes no Sistema de Gestão Integrada visando incorporar o
DfE. Após identificação das lacunas deve-se estabelecer um plano de
ação e sua inclusão nos objetivos e metas. As etapas deste passo são:
a) Realizar um Diagnóstico
Deve-se conduzir um diagnóstico inicial confrontando-se o Sistema de
Gestão frente aos princípios do DfE. Questões como política,
procedimentos, programas, comprometimento gerencial e envolvimento
dos empregados devem ser avaliados.
Uma referência de diagnóstico é apresentada pela USEPA (1999), no
documento: Ferramenta de Diagnóstico – Incorporando DfE ao seu
Diagnóstico – Proposta (Gap Analysis Tool - Incorporating DfE Into Your
Gap Analysis — DRAFT).
Uma amostragem das questões abordadas neste documento está
apresentada no quadro a seguir. Para esta amostragem, inseriu-se, como
exemplo, o diagnóstico do SGI.
117
QUADRO 5: Diagnóstico da Monsanto NE – SGI x DfE. Usando modelo da USEPA (1999)
O Quadro 5 apresenta uma análise preliminar de alguns requisitos do DfE
a serem inseridos no Sistema de Gestão Integrada, tomando-se como
base o documento de diagnóstico da USEPA. Verifica-se que a maioria
dos itens avaliados necessita de ajustes para completa adequação e
devem ser discutidos para o estabelecimento de um plano de ações.
Mesmo o documento da USEPA contemplando vários requisitos
importantes na integração do DfE a um sistema de gestão, deve ser
criticado pela equipe de implementação e complementado com base nas
necessidades estabelecidas nos objetivos e metas.
b) Definir Objetivos e Metas
A integração do DfE com o Sistema de Gestão Integrada deve fazer parte
dos objetivos e Metas da corporação. Estes objetivos e metas devem ser
118
distribuídos pelas áreas e pelos empregados envolvidos fazendo parte de
suas avaliações de desempenho.
Os objetivos e metas devem ser estabelecidos após a realização de um
diagnóstico inicial e suas implicações no processo de implementação,
bem como a definição do momento mais adequado para a inserção,
considerando-se os objetivos da corporação e os recursos necessários.
c) Definição dos Indicadores
Conforme abordado nos itens 2.2.6 e 2.6 um programa de gerenciamento
sustentável deve possuir indicadores de desempenho, considerando-se
uma abordagem ampla dos processos através dos estágios de
desenvolvimento rumo à sustentabilidade (conformidade, produção mais
limpa, eco-eficiência e empresariado responsável). Porém, é fundamental
que estes indicadores sejam agrupados e classificados de acordo com
seus focos em: prevenção, controle e remediação, de modo a evidenciar
os esforços empregados em práticas e produção mais limpas, como
também o balanceamento adequado de esforços nestas três abordagens.
Como indicadores de prevenção sugere-se:
� Investimentos anuais em projetos de prevenção,
� Quantidade de modificações geradas no processo e nos serviços
internos com objetivo de minimização de impactos ambientais e
ocupacionais com abordagem de redução da fonte, substituição de
produtos por outros de menor toxicidade, mudanças de
procedimentos e práticas, reuso e reciclagem,
� Investimentos anuais em parcerias com entidades de pesquisa
para o desenvolvimento e uso de tecnologias mais limpas,
� Investimentos com a melhoria da qualidade de vida da
comunidade,
� Ganhos financeiros obtidos com os projetos integrados Seis Sigma
/ DfE,
119
� Percentagem de homem-hora treinado em relação ao Homem-hora
trabalhado,
� Relação entre oportunidades e incidentes (OI).
1000×Incidentes + Melhoria de desOportunida
Incidentes=OI
Este indicador busca incentivar a identificação de oportunidades de
ganhos e melhorias, preferencialmente, eliminando-se os perigos ou
mesmo controlá-los, evitando-se a ocorrência de eventos indesejados
(incidentes).
Como indicadores de controle sugere-se:
� Indicadores de Eco-eficiência, conforme descrito no Item 2.5,
Figura 5, para consumo de matérias-primas, energia elétrica,
vapor, gás natural e água. Como indicadores de controle, devem
ser calculados mensalmente, buscando-se manter os consumos
conforme as metas estabelecidas.
Estes indicadores podem ser considerados de prevenção, caso
sejam utilizados para expressar mudanças nos processos. Com
esta finalidade devem ser calculados em base anual, por exemplo.
� Indicador de eco-toxicidade. Sugere-se avaliar o indicador usado
pela Rohm and Hass, citado no Item 2.6, Tabela 2. Como ponto de
partida pode-se considerar os resíduos classe 1 e os produtos
químicos com potencial de dano à saúde níveis 3 e 4, conforme
critério estabelecido pela Associação Nacional de Proteção contra
Incêndios (National Fire Protection Association) através de sua
norma NFPA 704. Da mesma forma que os indicadores de eco-
eficiência, podem ser utilizados como indicadores de prevenção.
Os indicadores de remediação já em uso, sugere-se que sejam mantidos
(Monsanto, 2003a):
� Taxa de freqüência de incidentes pessoais em relação ao total de
homens-hora trabalhadas,
120
� Violações legais,
� Vazamentos ou emissões em quantidades reportáveis. Para a
identificação destas quantidades deve-se consultar o Manual de
Registro de Emissões da Monsanto (Monsanto Release Reporting
Manual Rev.: Sep. 15, 1998)
� Taxa de incidentes de logística relacionadas à embalagem,
armazenagem e transporte em função da quantidade de viagens,
� Geração de resíduos Classe 1,
� Geração de efluentes.
Com a proposta de integração do DfE ao SGI, sugere-se reavaliar os
atuais indicadores de desempenho de modo a melhor refletir o
desempenho da unidade em relação ao seu compromisso com os
princípios da prevenção, dado que para 2003 contabilizou-se,
aproximadamente, 12% com abordagem de prevenção, 64% de controle e
24% de remediação (Monsanto, 2003a).
Além dos indicadores acima sugeridos, recomenda-se que o grupo de
coordenação do SGI avalie o processo da qualidade sob uma ótica de
prevenção, atuando com um enfoque de melhoria da produtividade dos
processos das áreas apresentados no Item 5.3.1, definindo indicadores
que saiam do tradicional foco de atuação do controle das operações do
processo produtivo, produto final e gestão das ações corretivas e
preventivas.
d) Avaliar Recursos Necessários
A viabilização da integração está diretamente relacionada ao
equacionamento dos recursos existentes, sejam eles financeiros ou de
pessoal. O estabelecimento destes recursos deve ser feito com o
envolvimento de todas as áreas. Recomenda-se também uma consulta
direta aos empregados envolvidos.
121
e) Definir Responsável pela Coordenação
É necessário que haja uma equipe designada para administrar este
processo de integração. Coordenando atividades tais como: treinamentos,
acompanhamento da execução dos projetos e participação nas revisões
de saúde, segurança e meio ambiente, visando treinar os diversos
envolvidos nas ferramentas do DfE. Dentre os membros desta equipe
recomenda-se a designação de um coordenador que deverá liderá-la e
desenvolver um elo de comunicação com o corpo gerencial.
Este coordenador deverá ser devidamente treinado para adquirir
conhecimentos e capacitar-se sobre os princípios da prevenção e DfE nas
questões de saúde, segurança e meio ambiente. Recomenda-se uma
avaliação dos cursos de pós-graduação disponíveis no mercado e que o
perfil deste coordenador seja previamente discutido e estabelecido pelo
corpo gerencial.
Recomenda-se que a base desta equipe seja a mesma base que
coordena o SGI e que, adicionalmente, sejam incluídos: o coordenador
dos projetos Seis Sigma, um representante da área de projetos e o líder
de segurança de processos da unidade.
6.2.2.2. Execução
A etapa de execução contempla desde a capacitação e fomento do tema
à implementação de campo sob duas abordagens paralelas: inserção do
DfE em novos projetos e modificações no processo original e em projetos
Seis Sigma. As etapas propostas são:
6.2.2.2.1. Prover Treinamento e Sensibilização
Caberá ao coordenador programar os treinamentos necessários para
todos os envolvidos. Os treinamentos de sensibilização são essenciais
para os gerentes, supervisores e líderes em geral, para que estes possam
coordenar a implantação em suas áreas. O conteúdo programático e a
carga horária deste treinamento de sensibilização devem considerar o
nível de envolvimento com o processo de implementação. No Anexo 2,
122
consta um quadro contendo uma proposta dos assuntos a serem
abordados e carga horária em função do público alvo.
A forma de capacitação dos empregados deve contemplar desde
treinamentos formais a campanhas de sensibilização e informação.
6.2.2.2.2. Seleção de Projetos (Seis Sigma) / Guia
Básico de Avaliações de Saúde, Segurança e Meio
ambiente com foco em Design for Environment (DfE)
Para promover e fomentar a implementação do DfE, deve-se selecionar
alguns projetos com bom potencial de ganhos ambientais e financeiros e
aplicar as técnicas de DfE.
Sugere-se buscar com estes projetos os ganhos obtidos pelo emprego de
uma abordagem de prevenção, utilizando-se o enfoque metodológico dos
projetos Seis Sigma.
Breyfogle (1999), propõe a seguinte seqüência de passos para a
implementação de um projeto Seis Sigma:
� Criar um processo de avaliação de projetos candidatos,
� Desta lista de projetos candidatos estimar as oportunidades de
ganhos financeiros,
� Escolher um projeto de porte suficiente que tenha importância para
o negócio da empresa,
� Caso um projeto, após ser iniciado, torne-se grande ou pequeno
demais, deve-se procurar refazer o escopo do mesmo,
� Deve-se formar uma equipe de trabalho, coordenada por alguém
com domínio em técnicas estatísticas,
� Deve-se escolher coordenadores que tenham responsabilidade
sobre o processo em questão, facilitando a evolução dos trabalhos,
� A equipe deve revisar periodicamente o projeto e seu plano de
trabalho,
123
� Após conclusão dos trabalhos todo o material gerado deve ser
adequadamente documentado.
Um exemplo prático de utilização do Seis Sigma integrado a estudos de
melhoria de eco-eficiência, é o caso da Noranda Aluminum que criou um
grupo de trabalho para atendimento ao Protocolo de Kyoto, visando
identificar oportunidades de melhorias tecnológicas e de redução do
consumo de energia em conjunto com a USEPA (Five Winds International,
2000).
As ferramentas técnicas recomendadas como referência são:
� O Guia Básico de Avaliações de Saúde, Segurança e Meio
ambiente com foco em Design for Environment (DfE)
proposto no Item 6.3,
� As técnicas estatísticas dos projetos Seis Sigma. Breyfogle
(1999),
� Metodologias e ferramentas para Análise de Alternativas,
conforme descrito no Item 3.5 desta dissertação.
Estes projetos devem ser bem divulgados para o público interno e para as
partes interessadas.
6.2.2.2.3. Avaliações de Novos Projetos e Mudanças /
Guia Básico de Avaliações de Saúde, Segurança e
Meio ambiente com foco em Design for Environment
(DfE)
Conforme estabelecido em documentação corporativa da companhia, nos
termos do procedimento corporativo No. 18: Avaliações para Prevenção
de Perdas e Segurança em Projetos (Project Safety and Loss Prevention
Review), cabe às unidades desenvolverem seus procedimentos locais
para avaliações de seus projetos e modificações. Na unidade de
Camaçari este requisito foi atendido através do procedimento QESH-IT-
04-004: Gerenciamento de Mudanças – MOC.
124
Conforme já citado no Item 5.4, os documentos técnicos atuais apesar de
considerarem algumas ações de prevenção e ações de controle e
remediação, não apresentam uma diferenciação clara destes conceitos,
não sendo evidentes, para engenheiros e projetistas, os benefícios das
práticas de prevenção e os custos associados às práticas de controle.
Com o objetivo de preencher esta lacuna, desenvolveu-se o guia básico
de avaliações (Anexo 1), a ser utilizado como referência por engenheiros
e projetistas, em projetos de novas unidades ou armazéns de produtos
químicos e novas instalações prediais, modificações dos processos que
manipulem materiais perigosos classificados como HHM (High Hazards
Materials) conforme definido no Procedimento de Gerenciamento de
Mudanças da Monsanto Nordeste S/A ou modificações que impliquem em
mudanças significativas nas classificações dos riscos atuais, ou seja, que
recaiam na região de severidade crítica ou catastrófica, conforme
estabelecido na matriz de riscos do Procedimento de Análise de Risco
Integrada do SGI (Apêndice 1).
No Item 6.3 pode-se obter informações sobre sua utilização.
6.2.2.3. Acompanhamento e Verificação do Desempenho
6.2.2.3.1. Acompanhamento e Auditorias
Cabe ao coordenador da implementação elaborar o acompanhamento
dos trabalhos.
Sugere-se que seja elaborado um relatório mensal com a tendência dos
indicadores sugeridos no Item 6.2.2.1.2.c., o andamento dos projetos DfE
e uma visão geral das revisões de saúde, segurança e meio ambiente
realizadas.
É importante a divulgação do relatório em todos os níveis da empresa.
Para garantir a integração, itens relacionados a DfE devem ser inseridos
no Plano de Auditorias do SGI. Os auditores devem ser treinados nos
125
princípios do DfE. Recomenda-se que recebam o mesmo treinamento
proposto para engenheiros e gerentes conforme proposto no Anexo 2.
6.2.2.3.2. Análise Crítica
O ciclo de análise crítica do SGI deve inserir o processo de integração
com o DfE.
Como itens desta análise sugere-se avaliar o plano de implementação
frente aos prazos estabelecidos.
Para a etapa de execução, após o estabelecimento dos novos
indicadores, o desempenho do sistema de gestão integrada da unidade
deve ser avaliado. Recomenda-se evidenciar os ganhos obtidos com a
integração SGI e DfE.
6.3. GUIA BÁSICO DE AVALIAÇÕES DE SAÚDE, SEGURANÇA E
MEIO AMBIENTE COM FOCO EM DESIGN FOR ENVIRONMENT
(DFE)
O guia básico (Anexo 1) é um documento destinado a auxiliar
engenheiros e projetistas nas avaliações de saúde, segurança e meio
ambiente de seus projetos e como conseqüência permear conhecimento
sobre os princípios de prevenção para os responsáveis pela operação,
refletindo-se em boas práticas operacionais.
Estão disponíveis neste guia:
� Um fluxo de ações a serem consideradas durante as avaliações de
saúde, segurança e meio ambiente nas diversas fases de um
projeto,
� Uma sistemática de avaliação comparativa do grau de ações
ligadas a controle & remediação frente às ações de prevenção.
Para tanto, foram propostos:
o Um conjunto de formulários de avaliações contendo,
aproximadamente, 300 itens a serem verificados,
126
o Uma sistemática de mensuração do perfil de atendimento
aos requisitos de controle / remediação e prevenção, bem
como sua representação gráfica.
6.3.1. Referências
Para a elaboração deste guia básico usou-se como referências:
� O procedimento corporativo No. 18: Avaliações para Prevenção de
Perdas e Segurança em Projetos (Project Safety and Loss
Prevention Review) e suas referências. Este documento apresenta,
de forma detalhada, os aspectos tais como: eliminação / redução
dos perigos através da escolha de tecnologias menos impactantes,
substituição de produtos químicos, avaliação de erros humanos,
análises de riscos, verificações em equipamentos,
intertravamentos, sistemas elétricos, entre outros. Este
procedimento cita, ainda, a importância de serem envolvidos
técnicos da área de higiene ocupacional e de meio ambiente, que
devem preparar relatórios específicos.
� O Procedimento de Gerenciamento de Mudanças da Monsanto
Nordeste. Este procedimento define o ciclo de aprovações e as
considerações técnicas a serem avaliadas nos projetos cujo porte
recaem sob responsabilidade da unidade. As questões de saúde,
segurança e meio ambiente são verificadas através dos Checklists
de Risco Maior e Risco Menor, cobrindo aspectos de: controle,
instrumentação e automação, sistemas elétricos, programas de
gestão ambiental, legislação, atendimento e combate a
emergências, segurança do produto, segurança pessoal e saúde,
segurança de processos, análises de risco, projeto de
equipamentos, condições de operação dos processos. Possuem,
aproximadamente, 130 itens de verificação. São bastante
completos considerando-se uma abordagem de controle. Porém,
não possuem um bom enfoque de prevenção nem uma avaliação
numérica e gráfica para estimativa do perfil de atendimento.
127
� Os checklists de Design for Environment disponíveis em Graedel &
Allenby (1998) cobrem aspectos de geração e uso de recursos
naturais, minimização da geração de resíduos, efluentes e
emissões, seleção de materiais, distribuição, manutenção, entre
outros. Possuem, aproximadamente, 125 itens verificação, e uma
proposta de mensuração dos impactos ao longo do ciclo de vida
do processo ou do produto. Os aspectos de prevenção não estão
separados dos aspectos de controle e remediação.
� Os checklists de auditoria interna da Industry Canada (2001). Estes
checklists cobrem aspectos de gerenciamento, projeto de produtos,
compras, controladoria, comunicação e marketing, produção e
distribuição, programas de gerenciamento ambiental. Estes
checklists possuem 60 itens de verificação e uma sistemática para
estimar o perfil de eco-eficiência e priorização através do custo
benefício das ações propostas. Os itens de verificação não são tão
completos quando comparados com os anteriormente citados,
porém a sistemática de avaliação é uma boa ferramenta gerencial.
6.3.2. Recursos Diferenciais do Guia Básico
Considerando-se as referências pesquisadas, as atuais necessidades dos
engenheiros e projetistas da Monsanto e a presente proposta de
integração do DfE ao SGI, buscou-se desenvolver um guia com os
seguintes recursos:
a) Inclusão dos aspectos de saúde, segurança e meio ambiente em
um único documento,
b) Além de serem consideradas as fases de pesquisa, pré-projeto,
projeto, montagem e partida, inseriu-se também a fase de
desativação,
c) As avaliações de saúde, segurança e meio ambiente foram
divididas sob dois enfoques tornando possível avaliar o perfil do
projeto ao longo do ciclo de vida do processo:
128
� Ações de controle e remediação: Através do atendimento a
requisitos da legislação, programas e planos de gerenciamento e
controle,
� Ações de prevenção: através da verificação do emprego de
tecnologias, processos e práticas operacionais mais limpas,
análises do ciclo de vida, entre outras iniciativas.
d) Os aspectos de saúde, segurança e meio ambiente levantados,
não estão restritos ao processo produtivo. Foram inseridas
algumas funções de projeto com caráter de gerenciamento,
permeando para o pós-partida, uma gestão da rotina considerando-
se o conceito da prevenção,
e) Procurou-se considerar as funções de projeto mais importantes
para o negócio da unidade. Para tanto, as listas de verificação
foram divididas da seguinte forma:
e.1) Controle e Remediação:
Este enfoque está sub-dividido em 5 categorias contendo
aproximadamente 235 itens de verificação:
� Projeto para a Manutenção e Serviços:
Aqui foram inseridos os aspectos relativos à confiabilidade operacional,
instalação e operação dos equipamentos de processo; planos de
manutenção, inspeção e testes; lay-out e infraestrutura para liberação de
serviços.
� Projeto para a Saúde:
Aqui foram inseridos os aspectos relativos ao controle e identificação de
produtos químicos e higiene industrial.
� Projeto para a Segurança Industrial e de Processos:
Aqui foram inseridos os aspectos relativos às normas de engenharia para
projetos de equipamentos, dispositivos de segurança, intertravamentos,
segurança de equipamentos elétricos, instrumentação, análises de risco,
129
sinalização de segurança, condições inseguras e atendimento a
emergências.
� Projeto para Compras e Logística:
Aqui foram inseridos os aspectos relativos a aquisição de materiais e
serviços de terceiros, programa de gestão de contratados na unidade,
qualificação de fornecedores, inspeção prévia, condições físicas de
almoxarifados, programa de auditorias em transportadoras e terminais
portuários, inspeção em tubovias, planos de emergência e simulados no
transporte e em tubovias.
� Projeto para a Gestão e Controle da Poluição:
Aqui foram inseridos os aspectos relativos ao atendimento à legislação,
programas de gerenciamento ambiental, controle e inspeção dos
efluentes líquidos, emissões atmosféricas, resíduos sólidos e águas
subterrâneas.
e.2) Prevenção:
O enfoque da prevenção está direcionado para o emprego de tecnologias,
processos e práticas operacionais mais limpas. Esta verificação foi
denominada Projeto para Produção mais Limpa e foram levantados,
aproximadamente, 65 itens de verificação.
Aqui estão contemplados os aspectos relativos a:
� Conservação de energia e recursos naturais:
Aqui estão contemplados os aspectos relativos a projetos de processos e
instalações prediais visando a minimização do consumo de energia,
aquisição de bens duráveis de baixo consumo, otimização de balanços
energéticos, programas de conservação de energia e recursos naturais,
qualidade e pureza das matérias-primas e programas de reciclo e reuso,
entre outros.
130
� Manufatura do produto:
Aqui foram contemplados os aspectos de utilização da análise do ciclo de
vida do produto / processo como referência, índices operacionais,
eliminação / minimização de efluentes e resíduos, eficiência de
equipamentos, otimização de embalagens e seu reuso e reciclo, projetos
com inovações tecnológicas, ente outros.
� Equipamentos de Processos:
Aqui foram contemplados os aspectos de lay-out de tubulações
enterradas visando a proteção das águas subterrâneas e de
dimensionamento de equipamentos de processos buscando aumento de
eficiência.
� Segurança dos Produtos Manipulados:
Aqui foram contemplados os aspectos de riscos dos produtos
manipulados, procurando-se soluções de substituição, minimização de
inventários, testes entre outros.
� Compra de Materiais e Logística:
Aqui foram considerados os aspectos de elaboração de políticas de
compra verde, desenvolvimento de parcerias com outras indústrias para
identificação de utilizações potenciais dos efluentes gerados internamente
e / ou de resíduos de outras empresas como insumos, desenvolvimento
regional de fornecedores alternativos, otimização das rotas de transporte
de matérias-primas, embalagens para o transporte sendo encaminhadas
para reuso ou reciclagem, entre outros.
131
� Controladoria:
Aqui estão contemplados os aspectos de identificação dos custos de
saúde, segurança e meio ambiente no produto final, definição de
indicadores para o acompanhamento periódico, comunicação dos custos
com saúde, segurança e meio ambiente aos envolvidos, entre outros.
f) Definição de uma sistemática de mensuração do perfil de
atendimento aos requisitos de controle / remediação e prevenção,
bem como sua representação gráfica.
Para todas as fases do processo as listas de verificação são preenchidas,
conforme critério abaixo:
TABELA 8: Critérios de Avaliação das Revisões de Saúde, Segurança e Meio ambiente
Deve-se realizar um acompanhamento do percentual de atendimento dos
requisitos estabelecidos para todas as fases em avaliação.
Os gráficos de acompanhamento são gerados para cada fase avaliada. O
gráfico apresentado na figura a seguir é um exemplo gerado para a fase
de pesquisa.
12345
NAAtendido
Não aplicável ao projeto
LegendaNão atendido
Fracamente atendidoAtendido parcialmente
Razoavelmente atendido
132
FIGURA 21: Gráficos de Acompanhamento do Grau de Atendimento aos Requisitos Estabelecidos
Pode-se observar na figura acima que quanto mais uniforme for a figura e
mais próxima ao hexaedro de 100%, o projeto estará mais próximo ao
atendimento aos requisitos de controle e prevenção.
É esperado que a figura evolua a medida que o projeto siga o seu
andamento.
6.3.3. Estudo de Caso
O objetivo do estudo de caso foi o de testar a consistência da sistemática
proposta no guia básico para avaliação comparativa do grau de ações
ligadas a controle & remediação frente às ações de prevenção conforme
disposto no Item 6.3.2.
Utilizou-se como base de aplicação o projeto da Monsanto Nordeste S/A
em operação no Pólo Petroquímico de Camaçari, Brasil, desde Outubro
de 2001. Esta escolha deveu-se basicamente, a ser este um projeto de
grandes dimensões, facilitando a verificação da consistência da
sistemática proposta e dado o acompanhamento da autora desde as
fases iniciais de projeto.
As limitações deste estudo de caso estão refletidas, principalmente:
Avaliação da Fase de Pesquisa
20
35
38
2021
20
0
50
100Manutenção & Serviços
Saúde
Segurança Industrial e Processos
Compras e Logística
Gestão & Controle da Poluição
Produção mais Limpa
133
� Na aplicação desenvolvida exclusivamente pela autora, estando
baseada em sua experiência profissional e acompanhamento
desde as fases iniciais de projeto da Monsanto Nordeste S/A.
� Na aplicação retroativa da sistemática proposta. O projeto da
unidade desenvolveu-se entre 1999 e 2001.
Um ganho adicional esperado deste estudo de caso foi a possibilidade de
identificação de oportunidades de melhoria no processo e práticas atuais
através do emprego de técnicas de produção mais limpa tomando-se
como referência os requisitos propostos.
6.3.3.1. Desenvolvimento
O primeiro passo do estudo de caso foi preencher os formulários de
verificação para todas as fases do projeto. Os formulários preenchidos
encontram-se disponíveis no Anexo 3.
O segundo passo foi a avaliação dos gráficos gerados para cada fase do
projeto, conforme descrito a seguir.
134
FIGURA 22: Representação Gráfica da Avaliação das Funções de Projeto nas Diversas Fases do Projeto
Monsanto Nordeste S/A.
Avaliação da Fase de Pesquisa
20
35
38
2021
20
0
50
100Manutenção & Serviços
Saúde
Segurança Industrial e Processos
Compras e Logística
Gestão & Controle da Poluição
Produção mais Limpa
Avaliação da Fase de Pré-Projeto
25
212047
45 28
0
50
100Manutenção & Serviços
Saúde
Segurança Industrial e Processos
Compras e Logística
Gestão & Controle da Poluição
Produção mais Limpa
Avaliação da Fase de Projeto Detalhado
6150
69
67
8792
0
50
100Manutenção & Serviços
Saúde
Segurança Industrial e Processos
Compras e Logística
Gestão & Controle da Poluição
Produção mais Limpa
Avaliação da Fase de Montagem
52
69
73
64
87 920
50
100Manutenção & Serviços
Saúde
Segurança Industrial e Processos
Compras e Logística
Gestão & Controle da Poluição
Produção mais Limpa
Avaliação da Fase de Partida
54
71
9494
7880
0
50
100Manutenção & Serviços
Saúde
Segurança Industrial e Processos
Compras e Logística
Gestão & Controle da Poluição
Produção mais Limpa
135
Na fase de pesquisa pode-se observar uma componente de 38% de
atendimento para os requisitos de prevenção (produção mais limpa) e
uma média de 23% para os requisitos de controle e remediação
representados pelas funções: manutenção e serviços, saúde, segurança
industrial e de processos, compras e logística e gestão e controle da
poluição.
Nesta fase, várias definições conceituais elevaram a componente de
prevenção, tais como: o tipo de tecnologia a ser utilizada buscando a
minimização dos efluentes gerados, maior eficiência no consumo
energético e nos índices de processo, escolha de matérias-primas com
menos contaminantes, inovações propostas no processo de enchimento
dos contentores de produto final, estudos de tratabilidade de efluentes,
etc.
A componente de 23% de controle deveu-se, basicamente, a identificação
dos itens de controle, que apesar de não serem enfocados nesta fase,
deveriam ser avaliados em algumas das fases posteriores, conforme
orientação explicitada na metodologia proposta.
Na fase de pré-projeto a componente de prevenção sobe para 45% e a
componente média de controle para 28%. Nesta fase algumas definições
conceituais de prevenção continuaram, tais como: definição básica de
alguns equipamentos de melhor desempenho operacional disponíveis no
mercado, definição preliminar de lay-out visando a otimização de
transporte entre os processos, não utilização de tubulações enterradas,
definição preliminar de um fluxograma de processos visando otimização
energética, entre outros. A componente de controle não apresentou um
incremento relevante.
Na fase de projeto detalhado a componente de prevenção sobe para 50%
onde as ações relevantes decorreram dos levantamentos de impactos nos
transportes de matérias-primas visando a definição das melhores rotas e
avaliações detalhadas das eficiências dos equipamentos de processos e
suas respectivas garantias. A componente média de controle apresenta
136
um crescimento expressivo subindo para 75%, já superando,
percentualmente, os requisitos de prevenção. As ações de controle
relevantes foram decorrentes de se iniciarem as definições dos planos de
inspeção, programas gestão de saúde, segurança e meio ambiente,
detalhamento das instalações dos equipamentos visando facilidades
operacionais e de manutenção, análises de riscos, levantamento de:
EPI’s, equipamentos de segurança e proteção contra incêndios, início da
preparação dos procedimentos de testes de equipamentos, sinalização de
tubulações, entre outros.
Na fase de montagem os crescimentos das componentes de prevenção e
controle foram discretos subindo para 52% e 77%, respectivamente,
quando ocorreram, basicamente, ações de continuidade.
Na fase de partida as componentes de prevenção e controle subiram para
54% e 83%, respectivamente. Dentro da prevenção pode-se destacar a
aquisição de bens duráveis com requisitos de minimização de consumo
energético e definição das alocações dos custos ambientais, de saúde e
segurança e responsabilidades pelo gerenciamento estabelecidas,
preferencialmente, pelas áreas geradoras dos impactos.
Um ponto interessante a ser ressaltado é que a despeito da planta ter
sido projetada sob o conceito de prevenção a pontuação máxima obtida
foi 54%. Isto deve-se, principalmente, ao fato de que os checklits ora
propostos incorporam novas tendências deste conceito no projeto de
práticas gerenciais como por exemplo, logísitica e controladoria
extrapolando o campo de aplicação da “tecnologia limpa” para além dos
projetos de plantas industriais. As ações de controle de maior relevância
foram: conclusão dos procedimentos operacionais e de saúde, segurança
e meio ambiente, obtenção das licenças operacionais, aquisição de:
EPI’s, equipamentos de combate, equipamentos de liberação de serviços,
equipamentos de monitoramento pessoal, avanços nos planos de
inspeção de equipamentos, aquisição de equipamentos de manutenção e
137
a finalização do processo de qualificação dos fornecedores de serviços
com contrato fixo na unidade.
Ao analisar a evolução do atendimento aos requisitos de prevenção e
controle e remediação, neste estudo de caso, foi possível constatar, as
afirmações relacionadas à Figura 8, ou seja, que nas fases iniciais do
projeto, as ações de prevenção são mais relevantes, pois como o projeto
conceitual ainda está em discussão há uma maior liberdade para
alterações no sentido de serem usadas tecnologias mais limpas, o que vai
diminuindo com o andamento das fases do projeto, dando lugar às ações
de controle. O próximo gráfico ilustra esta constatação.
FIGURA 23: Gráfico de Tendências dos Incrementos Médios Acumulados de Ações nas Fases do Projeto do Estudo de Caso
Os valores pontuais da fase de pesquisa são os pontos de partida para
cálculo do primeiro incremento percentual para o pré-projeto. Os demais
incrementos seguem calculados de forma acumulada. As retas
apresentadas foram ajustadas aos pontos com o objetivo de tornar a
constatação apresentada de mais fácil visualização.
Gráfico de TendênciasIncremento Médio Acumulado de Ações Durante o Projeto
Estudo de Caso
38
615
5260
1412
5
54
23
0
20
40
60
80
100
Pesquisa Pré-projeto Projeto Detalhado Montagem Partida
Fases do Projeto
%
Incremento médio de ações de prevenção Incremento médio de ações de controle
Linear (Incremento médio de ações de prevenção) Linear (Incremento médio de ações de controle)
138
6.3.3.2. Oportunidades Identificadas na Função Produção
mais Limpa
Avaliando-se a lista de verificações da função Produção mais Limpa e as
potenciais oportunidades de ganhos ambientais e financeiros citadas no
Item 5.2, sugere-se que os itens listados a seguir sejam avaliados como
projetos potenciais para serem inseridos no Programa Seis Sigma como
projetos DfE:
� Reutilização das águas pluviais.
Água para uso em descargas sanitárias (sistema de tubulação
separado de torneiras,chuveiros, etc.), reinserção no solo de águas
pluviais não contaminadas, entre outros.
� Reutilização das águas de purga das torres de refrigeração,
� Utilização interna ou venda da corrente gasosa, rica em
hidrogênio, oriunda dos reatores do DSIDA,
� Reavaliação do sistema de iluminação de prédios administrativos
e área operacional visando redução de consumo e substituição das
lâmpadas a base de mercúrio,
� Programa para avaliação das embalagens de materiais fornecidos
visando redução de resíduos e seus custos,
� Reuso ou reciclo das embalagens plásticas do produto final (PIA),
ou outro tipo de embalagem com menor impacto e custos para
incineração,
� Desenvolvimento de uma política de compra verde,
� Desenvolver um programa de auditorias em fornecedores visando
qualificá-los e desenvolver parcerias para reuso, reciclo e
desenvolvimento tecnológico,
� Desenvolvimento de uma sistemática de acompanhamento
mensal dos custos ambientais associados à produção, incluindo: os
monitoramentos das emissões e monitoramentos de higiene
139
ocupacional, disposição de resíduos, tratamento de efluentes,
custos de atendimento a requisitos legais, entre outros. Esta
sistemática deve considerar os custos associados com saúde e
segurança e meio ambiente. Avaliar a possibilidade de criação de
indicador,
� Cálculo do custo do produto final considerando o real custo
ambiental durante o ciclo seu ciclo de vida: Sugere-se avaliar a
referência: Total Cost Assessment Methodology Manual, AIChE
Center for Waste Reduction Technology, June 1999.
140
7. CONCLUSÃO
Utilizar os conceitos do Design for Environment (DfE) significa inserir no
processo de projetar as questões de saúde, segurança e meio ambiente,
em todas as fases do ciclo de vida do projeto, enfocando o uso de
tecnologias mais limpas e eliminação ou redução dos perigos ambientais
e ocupacionais na fonte.
Esta dissertação propõe uma estratégia para implementação do DfE
integrado ao Sistema de Gestão Integrada – SGI da Monsanto Nordeste
S/A, baseada em 4 elementos fundamentais: planejamento, execução,
acompanhamento e verificação e análise crítica e melhoria contínua. Os
pontos principais desta proposta são:
� Definição de indicadores de desempenho classificados em
prevenção, controle e remediação,
� Disponibilização de uma ferramenta básica de referência para
engenheiros e projetistas, o Guia Básico de Revisões de Saúde,
Segurança e Meio ambiente com foco em DfE.
Este guia, a ser utilizado nas fases de projeto para avaliação das
questões de saúde, segurança e meio ambiente, apresenta uma proposta
de avaliação comparativa do grau de ações ligadas a controle e
remediação frente às ações de prevenção, estando disponíveis:
� Um conjunto de formulários de avaliações contendo,
aproximadamente, 300 itens a serem verificados,
� Uma sistemática de mensuração do perfil de atendimento aos
requisitos de controle / remediação e prevenção, bem como sua
representação gráfica.
Desenvolveu-se um estudo de caso visando-se testar a consistência da
sistemática proposta.
141
Utilizou-se como base de aplicação o projeto da Monsanto Nordeste S/A
em operação no Pólo Petroquímico de Camaçari, Brasil, desde Outubro
de 2001. Esta escolha deveu-se basicamente, a ser este um projeto de
grandes dimensões, facilitando a verificação da consistência da
sistemática proposta e o acompanhamento pela autora desde as fases
iniciais de projeto.
As limitações deste estudo de caso estão refletidas, principalmente:
� Na aplicação desenvolvida exclusivamente pela autora, estando
baseada em sua experiência profissional e no seu
acompanhamento desde as fases iniciais de projeto da Monsanto
Nordeste S/A.
� Na aplicação retroativa da sistemática proposta. O projeto da
unidade desenvolveu-se entre 1999 e 2001.
Mesmo considerando-se estas limitações, pode-se constatar, através dos
resultados obtidos, a evolução do perfil de atendimento aos requisitos de
prevenção, controle e remediação ao longo das fases do projeto, bem
como foi possível levantar oportunidades de aplicação de tecnologias e
práticas mais limpas no processo produtivo.
Ganhos adicionais foram obtidos por terem sido inseridas nas listas de
verificações, funções de projeto com caráter de gerenciamento, tais como,
compras, logística e controladoria. Dado que a sua implementação será
integrada ao SGI, os princípios do DfE são, também transferidos para a
gestão do sistema, implicando na adoção de práticas de prevenção no
gerenciamento dos processos das áreas e na definição de melhores
indicadores de desempenho.
Como estudos complementares futuros, sugere-se que:
� A sistemática seja aplicada e validada por engenheiros e projetistas
da Monsanto Nordeste S/A,
� As oportunidades levantadas na função produção mais limpa sejam
classificadas em função do seu custo x benefício e disponibilizadas
142
como projetos potenciais a serem avaliados no programa Seis
Sigma x DfE, dentro do ciclo de melhoria contínua do Sistema de
Gestão Integrada.
� Os requisitos listados nas funções de controle sejam avaliados com
o objetivo de otimizar as práticas e programas atuais.
143
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MONSANTO NORDESTE S/A. Procedimento de Comunicação com as Partes Interessadas, 2003.
MONSANTO NORDESTE S/A. Procedimento de Gerenciamento de Mudanças, 2002.
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147
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USEPA – United States Environmental Protection Agency. Design for Environment – Publications List, 2002. Disponível em <http://www.epa.gov/opptintr/library/ppicdist.htm>. Acesso em 17 mar. 2002.
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USEPA – United States Environmental Protection Agency. Gap Analysis Tool - Incorporating DfE Into Your Gap Analysis — DRAFT, 1999b.
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WBCSD - World Business Council for Sustainable Development. Medir a Eco-eficiência: Um Guia para Comunicar o Desempenho da Empresa, 2000b.
WHITE, Randy. Checklist for Environmental Aspects of LP & EC Reviews. 1998.
149
ANEXO 1
Guia Básico de Revisões de Saúde, Segurança e Meio ambiente com foco em Design for
Environment (DfE)
150 Mestrado Profissional em Gerenciamento Ambiental e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo, da Universidade Federal da Bahia
Documento de Referência:
Design For Environment nos grandes investimentos e Modificações de Projeto / Processo vinculado ao Sistema de Gestão Integrada da Monsanto Nordeste S/A
Guia Básico de Avaliações de Saúde, Segurança e Meio ambiente com foco em
Design for Enviroment (DfE).
ANEXO 1
1 - Objetivo:
Estabelecer um guia orientativo para a realização de avaliações de saúde,
segurança e meio ambiente com foco na prevenção dos perigos e da
poluição através da abordagem do Design for Environment (DfE), a ser
utilizado na concepção e elaboração de novos projetos e produtos e suas
mudanças posteriores até a desativação do processo e disposição final
dos produtos.
2 – Definições Básicas:
2.1. Abordagem:
A abordagem do DfE, neste guia, foi preparada sob dois enfoques:
Controle e Remediação e Prevenção, totalizando, aproximadamente, 300
itens de análise dispostos em um conjunto de formulários de verificação
propostos.
Para tanto, foram elaborados formulários de análise divididos em:
a) Controle e Remediação: através do atendimento à requisitos da
legislação, programas e planos de gerenciamento e controle.
O enfoque de controle está dividido em:
� Projeto para a Manutenção e Serviços,
� Projeto para a Saúde,
� Projeto para a Segurança Industrial e de Processos,
� Projeto para Compras e Logística,
� Projeto para a Gestão e Controle da Poluição,
151 Mestrado Profissional em Gerenciamento Ambiental e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo, da Universidade Federal da Bahia
Documento de Referência:
Design For Environment nos grandes investimentos e Modificações de Projeto / Processo vinculado ao Sistema de Gestão Integrada da Monsanto Nordeste S/A
Guia Básico de Avaliações de Saúde, Segurança e Meio ambiente com foco em
Design for Enviroment (DfE).
ANEXO 1
b) Prevenção: através da verificação do uso dos conceitos de
tecnologias limpas, análises do ciclo de vida, entre outras
iniciativas inseridas nos formulários de verificação propostos. O
enfoque da prevenção denominou-se:
� Projeto para a Produção mais Limpa.
2.2. Fases de um Projeto:
As fases de um projeto ou mudança onde serão feitas as avaliações são:
pesquisa, pré-projeto, projeto detalhado, montagem, partida e
desativação.
2.3. Acompanhamento:
Para todas as fases do projeto os formulários deverão ser preenchidos.
Os gráficos são automaticamente gerados. As pendências da fase
anterior devem ser verificadas.
2.4. Mudanças:
Qualquer alteração realizada nas instalações, nos equipamentos, nos
procedimentos, inventários e produtos que modifiquem o escopo
documentado do arquivo tecnológico.
2.5. Avaliação Econômica:
Recomenda-se o cálculo da estimativa da viabilidade econômica dos
projetos considerando-se os ganhos em saúde, segurança e meio
ambiente, nos termos das referências citadas nos itens 5.10 e 5.11.
152 Mestrado Profissional em Gerenciamento Ambiental e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo, da Universidade Federal da Bahia
Documento de Referência:
Design For Environment nos grandes investimentos e Modificações de Projeto / Processo vinculado ao Sistema de Gestão Integrada da Monsanto Nordeste S/A
Guia Básico de Avaliações de Saúde, Segurança e Meio ambiente com foco em
Design for Enviroment (DfE).
ANEXO 1
3 - Descrição:
Novo projeto / produto ou modificação (3.1)
Projeto DfE Selecionado
Fase de Pesquisa
BREYFOGLE, Forrest W. Six Sigma Overview and Implementation. In: Implementing Six Sigma: Smarter Solutions Using Statistical Methods.
EPA – United States Environmental Protection Association. Valuing Potential Environmental Liabilities for Managerial Decision-Making: A Review of Available Techniques
RUIZ, Jose A. C. Decision Support Tools for Environmentally Conscious Chemical Process Design.
Fase de Pré-projeto
Fase de Projeto Detalhado
Fase de Montagem
Fase de Partida
Formulários de Avaliações de Saúde, Segurança e Meio ambiente
Fase de Desativação
153 Mestrado Profissional em Gerenciamento Ambiental e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo, da Universidade Federal da Bahia
Documento de Referência:
Design For Environment nos grandes investimentos e Modificações de Projeto / Processo vinculado ao Sistema de Gestão Integrada da Monsanto Nordeste S/A
Guia Básico de Avaliações de Saúde, Segurança e Meio ambiente com foco em
Design for Enviroment (DfE).
ANEXO 1
3.1) Avaliações de Saúde, Segurança e Meio ambiente:
As avaliações devem ser realizadas para projetos de novas unidades ou
armazéns de produtos químicos e novas instalações prediais,
modificações dos processos que manipulem materiais perigosos
classificados como HHM (High Hazards Materials) conforme definido no
Procedimento de Gerenciamento de Mudanças da Monsanto Nordeste
S/A, ou modificações que impliquem em mudanças significativas nas
classificações dos riscos atuais, ou seja, que recaiam na região de
severidade crítica ou catastrófica, conforme estabelecido na matriz de
riscos do Procedimento de Análise de Risco Integrada do SGI
(Documentação Monsanto Nordeste S/A: SGI-IT-03-001).
Deve-se eleger uma equipe multidisciplinar para efetuar as avaliações.
Desta equipe devem fazer parte: algum representante da área de saúde,
segurança e meio ambiente, o engenheiro ou coordenador responsável
pelo projeto, os demais membros devem ser convidados de acordo com o
escopo do projeto.
Para todas as fases os formulários disponíveis em anexo devem ser
preenchidos eletronicamente. Os formulários estão confeccionados em
planilhas excel e um gráfico de percentual de atendimento é
automaticamente gerado.
Estes formulários são preenchidos segundo o critério estabelecido na
legenda a seguir:
12345
NAAtendido
Não aplicável ao projeto
LegendaNão atendido
Fracamente atendidoAtendido parcialmente
Razoavelmente atendido
154 Mestrado Profissional em Gerenciamento Ambiental e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo, da Universidade Federal da Bahia
Documento de Referência:
Design For Environment nos grandes investimentos e Modificações de Projeto / Processo vinculado ao Sistema de Gestão Integrada da Monsanto Nordeste S/A
Guia Básico de Avaliações de Saúde, Segurança e Meio ambiente com foco em
Design for Enviroment (DfE).
ANEXO 1
Caso um item não seja pertinente para uma fase específica, mas que
venha a ser em uma fase seguinte, não deve ser preenchido com NA,
mas sim com 1 para que a evolução no projeto seja percebida.
3.2. Fases do Projeto:
As seis avaliações devem ser realizadas nas seguintes fases:
3.2.1. Pesquisa:
A etapa de pesquisa engloba todos os estudos relativos às análises de
alternativas existentes: tecnologias disponíveis, substâncias, rotas
reacionais, etc., tendo como produto de saída um projeto conceitual.
Nesta fase, recomenda-se utilizar as referências blibliográficas
apresentadas no fluxo anterior.
De uma maneira geral, as etapas gerais da fase de pesquisa pode ser
representadas pelo fluxo seguinte:
Estabelec im ento e Estru turaç ão do Problem a
/ nec essidade
G eraç ão de A lternativas e A nális e
Anális e das A lternativas
Julgam ento e Esc olha
Análise de S ensibilidade
C oleta de dados e inform aç ões
R elatório Final e D ivulgaç ão
Estabelec im ento e Estru turaç ão do Problem a
/ nec essidade
G eraç ão de A lternativas e A nális e
G eraç ão de A lternativas e A nális e
Anális e das A lternativasAnális e das A lternativas
Julgam ento e Esc olhaJulgam ento e Esc olha
Análise de S ensibilidade
Análise de S ensibilidade
C oleta de dados e inform aç ões
C oleta de dados e inform aç ões
R elatório Final e D ivulgaç ão
155 Mestrado Profissional em Gerenciamento Ambiental e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo, da Universidade Federal da Bahia
Documento de Referência:
Design For Environment nos grandes investimentos e Modificações de Projeto / Processo vinculado ao Sistema de Gestão Integrada da Monsanto Nordeste S/A
Guia Básico de Avaliações de Saúde, Segurança e Meio ambiente com foco em
Design for Enviroment (DfE).
ANEXO 1
7.1. ESTABELECIMENTO E ESTRUTURAÇÃO DO PROBLEMA /
NECESSIDADE
Aqui são estabelecidos: o escopo do projeto, objetivos, restrições, critérios
de avaliação, metodologias a serem usadas, limites do estudo, etc.
Antes de iniciar uma a análise de alternativas proceda-se uma
estruturação do trabalho que consiste da definição da equipe de trabalho,
da seleção das alternativas potenciais, escopo e restrições do projeto.
Também é nesta etapa que se define, por exemplo, a utilização da análise
do ciclo de vida.
7.2. COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES
Nesta etapa busca-se coletar dados que suportem a construção das
alternativas, tais como: tecnologias e equipamentos disponíveis, dados
físicos, químicos e toxicológicos de substâncias, recursos energéticos e
naturais disponíveis, entre outros.
7.3. GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS E ANÁLISE DOS DADOS:
Esta etapa implica na geração, estruturação e avaliação dos dados
através do uso de métodos de análise e técnicas de engenharia, modelos,
etc., para caracterização das alternativas.
Deve-se escolher alguns indicadores preliminares que caracterizem os
desempenhos individuais das alternativas em análise, principalmente para
os pontos críticos tais como: indicadores econômicos, competitividade,
benefícios sociais, de saúde, segurança e meio ambiente tais como:
toxicidade de substâncias, persistência, mobilidade ambiental, risco, etc.
Para o estabelecimento dos indicadores sugere-se consultar as
referências 5.5 a 5.8.
156 Mestrado Profissional em Gerenciamento Ambiental e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo, da Universidade Federal da Bahia
Documento de Referência:
Design For Environment nos grandes investimentos e Modificações de Projeto / Processo vinculado ao Sistema de Gestão Integrada da Monsanto Nordeste S/A
Guia Básico de Avaliações de Saúde, Segurança e Meio ambiente com foco em
Design for Enviroment (DfE).
ANEXO 1
A empresa de consultoria ambiental Pre-consultants desenvolveu um
software denominado ECO-IT, referência 5.9, que pode ser utilizado como
suporte a análise de alternativas. Este software utiliza como base
metodológica a análise do ciclo de vida.
7.4. JULGAMENTO DAS ALTERNATIVAS E ESCOLHA
O primeiro passo antes de se iniciar o julgamento das alternativas, é a
definição do critério de julgamento.
Nesta etapa uma análise quantitativa deve ser conduzida. As informações
relativas às alternativas individuais devem ser sumarizadas e avaliadas a
luz dos indicadores de desempenho, citados, por exemplo, no item
anterior.
As alternativas em julgamento devem ser classificadas e um relatório
contendo as justificativas das escolhas efetuadas deve ser preparado.
7.5. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE
A etapa seguinte é a de análise de sensibilidade, onde são identificadas
as maiores contribuições para as funções-objetivo, robustez, etc.
Nesta etapa as funções de projeto são analisadas sob diferentes
cenários, trazendo para a pauta das discussões a resposta destas
funções ao variar-se determinados parâmetros de interesse e verificando-
se viabilidade das alternativas em análise nestas diferentes condições.
Este tipo de análise é muito importante, principalmente, para serem
estabelecidas as estratégias de médio e longo prazo para darem
sustentação à alternativa escolhida.
157 Mestrado Profissional em Gerenciamento Ambiental e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo, da Universidade Federal da Bahia
Documento de Referência:
Design For Environment nos grandes investimentos e Modificações de Projeto / Processo vinculado ao Sistema de Gestão Integrada da Monsanto Nordeste S/A
Guia Básico de Avaliações de Saúde, Segurança e Meio ambiente com foco em
Design for Enviroment (DfE).
ANEXO 1
7.6. GERAÇÃO DO RELATÓRIO FINAL E DIVULGAÇÃO
A última etapa é a geração do relatório final e da documentação
pertinente.
Deve-se montar uma estratégia de divulgação, no mercado ou com as
partes interessadas, os ganhos ambientais do novo produto, serviço ou
atividade. Deve-se procurar passar informações precisas aos usuários,
clientes ou partes interessadas. Sugere-se avaliar a possibilidade de
desenvolver parcerias com empresas especializadas, no sentido de
promover junto às partes interessadas uma sensibilidade ambiental para
que se perceba os ganhos obtidos.
3.2.2. Pré-projeto:
A documentação de referência a ser buscada visando possibilitar o
preenchimento do formulário é: descrição da operação, descrição do
processo, fluxogramas de processos, layout preliminar dos equipamentos,
lista de equipamentos, MSDSs (Material Safety Data Sheets) e lista de
efluentes ou resíduos, etc.
3.2.3. Projeto Detalhado: (substancialmente completo):
Os documentos mínimos necessários são: fluxogramas de engenharia,
fluxogramas de processos, balanços de massa e energia, layout definitivo,
lista e classificação de interlocks, folhas de dados e desenhos dos
equipamentos, recomendações do Pré-Projeto, estratégia de montagem,
entre outros.
3.2.4. Montagem:
Os documentos de referência desta fase são os documentos da fase
anterior e todos os licenciamentos necessários. Os documentos a serem
produzidos são: registros de testes e inspeções de qualidade dos
158 Mestrado Profissional em Gerenciamento Ambiental e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo, da Universidade Federal da Bahia
Documento de Referência:
Design For Environment nos grandes investimentos e Modificações de Projeto / Processo vinculado ao Sistema de Gestão Integrada da Monsanto Nordeste S/A
Guia Básico de Avaliações de Saúde, Segurança e Meio ambiente com foco em
Design for Enviroment (DfE).
ANEXO 1
equipamentos, tubulações, instrumentos, etc. fluxogramas atualizados,
etc.
3.2.5. Partida:Os documentos de referência são: recomendações das
fases anteriores, fluxogramas de engenharia “as built”, relatórios de
“punch-lists”, manual de operação, plano de emergência, status do
treinamento dos funcionários, entre outros.
3.2.6. Desativação:Nesta fase deve-se verificar todas as questões
relativas a licença de operação e todas as comprovações legais
necessárias para que se assegure uma desativação segura, bem como
procedimentos para parada e bloqueio.
Questões como interação com outras plantas e processo, licenças,
integridade de lacres, sinalizações, entre outros devem ser avaliadas.
Sinalização clara e comunicação devem ser efetuadas a todos os
envolvidos. Segurança Patrimonial deve ser provida se necessário.
4 - Responsabilidades:
4.1. Gerente de Planta:
- Garantir que as recomendações das avaliações, uma vez acordadas
entre os envolvidos, sejam cumpridas.
- Prover os recursos necessários para o gerenciamento adequado dos
riscos.
4.2. Gerentes das Áreas:
- Guiar sua equipe com uma visão prevencionista, tendo como foco a
minimização e/ou eliminação de seus impactos.
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Documento de Referência:
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Guia Básico de Avaliações de Saúde, Segurança e Meio ambiente com foco em
Design for Enviroment (DfE).
ANEXO 1
- Prover treinamento sobre gerenciamento de riscos para a sua equipe.
4.3. Coordenador das Avaliações:
- Coordenar as avaliações e os projetos nos termos deste documento.
- Disponibilizar treinamentos e capacitação para todos os envolvidos.
5 - Referências:
5.1. BREYFOGLE, Forrest W. Six Sigma Overview and Implementation.
In: Implementing Six Sigma: Smarter Solutions Using Statistical
Methods. Austin: John Wiley & Sons, 1999. cap. 1, p. 23-24.
5.2 EPA – United States Environmental Protection Association;
Tennessee University - Center for Clean Products and Clean
Technologies. Cleaner Technologies Substitutes Assessment – A
Methodology & Resource Guide, 1996. Disponível em
<http://www.epa.gov/opptintr/dfe/tools/ctsa/notack.htm>. Acesso em 17
mar. 2002.
5.3. EPA – United States Environmental Protection Association. Valuing
Potential Environmental liabilities for Managerial Decision-Making: A
Review of Available Techniques, 1996.
5.4. RUIZ, Jose A. C. Decision Support Tools for Environmentally
Conscious Chemical Process Design. Massachusetts Institute of
Technology, 2000.
5.5. CURZONS, Alan D. et al. So you think your process is green, how do
you know? Using principles of sustainability to determine what is green. A
Corporate Perspective. The Royal Society of Chemistry, mar.2001.
160 Mestrado Profissional em Gerenciamento Ambiental e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo, da Universidade Federal da Bahia
Documento de Referência:
Design For Environment nos grandes investimentos e Modificações de Projeto / Processo vinculado ao Sistema de Gestão Integrada da Monsanto Nordeste S/A
Guia Básico de Avaliações de Saúde, Segurança e Meio ambiente com foco em
Design for Enviroment (DfE).
ANEXO 1
5.6. CONSTABLE, David J. C.. Green chemistry measures for process
research and development. The Royal Society of Chemistry, mar.2001.
5.7. GOEDKOOP, M.; DEMMERS, M.; COLLIGNON M.. The Eco-
indicator 95, 1996.
5.8 FIVE WINDS INTERNATIONAL - The Role of Eco-efficiency: Global
Challenges and Opportunities in the 21st Century Part 1: Overview
and Analysis, 2000.
5.9. ECO-IT Eco-indicator Tool, version 1.1. Pre-consultants, 2001.
Software.
5.10. USEPA – United States Environmental Protection Agency. An
Introduction to Environmental Accounting As A Business
Management Tool: Key Concepts And Terms, 1995.
5.11. USEPA – United States Environmental Protection Agency. Valuing
Potential Environmental Liabilities for Managerial Decision-Making: A
Review of Available Techniques, 1996.
6. ANEXOS:
- Formulários de Avaliações de Saúde, Segurança e Meio ambiente
161
Projeto para Manutenção e serviços
Projeto No.: Título do Projeto12
Data Responsável (is) pela Análise 345
NA
Pesquisa Pré-Projeto Projeto Detalhado Montagem Partida DesativaçãoPontuação Pontuação Pontuação Pontuação Pontuação Pontuação
(1-5) (1-5) (1-5) (1-5) (1-5) (1-5)Equipamentos de Processo
1
Foram considerados bloqueios individuais nos headers de suprimentos de utilidades das unidades e headers de venteio de gases de processos propiciando testes e serviços de forma individualizada sem necessariamente parar as demais unidades?
2Foram consideradas a instalação de pontos de suprimento de energia na área para a utilização de equipamentos elétricos?
3
Avaliou-se a necessidade de instalação de linhas de recirculação / dispositivos necessários em caso de obstruções/bloqueios? Caso positivo serão/foram instalados?
4Existe espaço e bloqueios necessários para o caso de manutenção dos equipamentos e liberações de serviços?
6Estão especificados para os flanges: a) especificação do torque de aperto, b) juntas conforme especificações?
7Gaxetas / caixas de gaxetas compatíveis com o fluido de processo, pressão e temperatura?
8Os equipamentos possuem instruções de parada, partida, manutenção, limpeza e operação?
9
Avaliou-se o impacto da mudança nas instalações não alteradas tipo instrumentação, suportes, bases e fundações, equipamentos a montante/jusante, unidades vizinhas devido a alterações no novo nível de pressão de operação/projeto, alteração do tipo de fluxo para pulsante, novo nível de temperatura de operação / projeto, vibração, etc?
Planos de Manutenção, Inspeção e Teste
10A legislação aplicável e normas correlacionadas foram consideradas (NR-13, ANSI, ASME, etc.) para elaboração dos planos?
11
Os planos de inspeção consideraram critério de criticidade de equipamentos como: intertravamentos, alarmes, equipamentos de controle da poluição e que estejam correlacionados com a licença de operação, equipamentos de combate a emergências, etc.?
12O programa de manutenção contempla uma listagem especificando a frequência da manutenção/inspeção?
13A forma de evidenciar/registrar as inspeções foi definida? Definiu-se a temporalidade e local de guarda destas evidências?
14Há plano para avaliação do isolamento elétrico (Testes "Megger", corrente de fuga "HIPOT", etc.) ?
15 Listagem dos equipamentos com registros para rodízio?
16Especificou-se o método de inspeção e testes de juntas antes da instalação no campo?
17Testes e instalações dos dispositivos de segurança/alívio de vácuo/pressão conforme:ASME, API-RP (2000/2001)?
18
Registros para Inspeções/Programa de Manutenção, especificando a frequência de manutenção dos dispositivos de segurança/alívio considerando a legislação específica e o histórico em unidades similares?
19
Estabeleceram-se requisitos para testes de vazamentos? Deve-se elaborar procedimentos operacionais para testes de vazamentos após serviços de manutenção em equipamentos e tubulações que trabalham com hidrocarbonetos acima do seu ponto de fulgor e produtos perigosos.
20 Existe um plano para avaliação periódica dos purgadores de vapor?
Não atendidoFracamente atendidoAtendido parcialmente
Razoavelmente atendidoAtendido
Não aplicável ao projeto
Item Descrição
Legenda
164
Projeto para Segurança Industrial e de Processos
Projeto No.: Título do Projeto12
Data Responsável (is) pela Análise 345
NA
Pesquisa Pré-Projeto Projeto Detalhado Montagem Partida DesativaçãoPontuação Pontuação Pontuação Pontuação Pontuação Pontuação
(1-5) (1-5) (1-5) (1-5) (1-5) (1-5)Equipamentos
1
Os padrões de engenharia (confiabilidade, normas de projeto, testes, especificações de equipamentos, critérios de aceitabilidade, especificações de produtos) foram definidos para todas as fases do projeto? Estão atualizados? Foram verificadas as normas do país? Há incompatibilidades?
2As bases e suportação dos novos equipamentos em relação às instalações existentes foram avaliados e estão seguros?
3Os bloqueios dos equipamentos foram projetados imaginando futuras entradas (espaço confinado) para inspeções?
4Máxima pressão admissível de trabalho "MAWP" do equipamento de acordo com as normas técnicas recomendadas?
5
Sistema de selagem novo ou modificado adequado? Tais como selos de bombas e agitadores: a) características de compatibilidade entre o fluido e o processo b) sinalização / identificação dos tubos de "flush" de selagem para assegurar correta montagem após manutenção.c) refrigeração do selo, considerando possibilidade de aquecimento em caso de bloqueio indevido d) Procedimentos de operação e folha de dados dos equipamentos com as informações de selos revisados e instalados e) Potencial de falha do selo: riscos de vazamento para processo ou ambiente, estilhaçamento, etc f) Fornecedores dos selos importados possuem condição de suprimento adequada?
6Flúidos de selagem compatíveis? Avaliou-se possibilidade de contaminação cruzada com o processo? Está seguro?
7Avaliou-se se estão adequados mangotes e juntas de expansão: a) classe de pressão, b) testes e inspeções?
8Avaliou-se as tubulações, vasos e os seus suportes considerando dilatação, contração, vibração, etc.? Estão seguros?
9Dispositivos de proteção dos equipamentos rotativos/ partes móveis conforme as regulamentações existentes?
10
Capacidade de alívio dos dispositivos de segurança e alívio de pressão e vácuo considerando: a) bloqueio indevido, b) perda de utilidades, c) expansão térmica, d) fogo externo: vaporização,picos e variações de processo, incluindo parada/partida, carregamento, descarreg., resfriamento de tanques, etc. e) falhas em válvulas, tubulações, tubos de troc. de calor, d) potencial de vácuo devido a resfriamento/ou condensação brusca?
11Considerou-se contra-pressão na tubulação de descarga e/ou coletores ("headers") de alívio no projeto dos dispositivos de segurança/alívio ?
12
Tubulações de descarga dos dispositivos de segurança / alívio de vácuo / pressão possuem: a) direcionamento para "local seguro", considerando afastamento de locais de acesso (plataformas, passarelas, escadas, etc.), b) suportes adequados para estas tubulações c) previsão de drenos ou furos de drenagem?
13
Considerado no projeto potencial de obstrução do dispositivo de segurança / alívio de pressão / vácuo especialmente em serviços com fluidos incrustrantes ou que se solidificam a temperatura ambiente?
14Considerado no projeto potencial para ocorrência de "golpe de ariete", escoamento de mistura bifásica, tipo água/vapor, etc.?
15
O projeto considera a instalação de indicadores de pressão entre os discos de ruptura e as válvulas de segurança?
16
Foram adquiridos dispositivos de trava, lacre e identificação (LOTO), para válvulas, chaves seccionadoras, etc.?
Item Descrição
AtendidoNão aplicável ao projeto
Atendido parcialmenteRazoavelmente atendido
LegendaNão atendido
Fracamente atendido
170
Projeto para Tecnologia Limpa
Projeto No.: Título do Projeto12
Data Responsável (is) pela Análise 345
NA
Pesquisa Pré-Projeto Projeto Detalhado Montagem Partida DesativaçãoPontuação Pontuação Pontuação Pontuação Pontuação Pontuação
(1-5) (1-5) (1-5) (1-5) (1-5) (1-5)Conservação de Energia e Recursos Naturais
1Os circuitos de iluminação foram projetados visando evitar o exesso de lâmpadas?
2
Consumo de energia proveniente de iluminação de prédios controlado por "timer" ou sistema similar evitando desperdícios? Iluminação externa controlada por fotosensores?
3
Foram consideradas a utilização de energia solar para pequenas utilizações, exemplo: refeitório, pequenas estações distantes visando inclusive a economia com passagem de cabos?
4
Instalações físicas construídas maximizando a utilização da iluminação, ventilação natural e materiais das paredes usando nova tecnologia de concretos tipo isolante-térmico de baixo custo visando diminuir o consumo com ar condicionado?
5Utilização de motores de CC / variadores de velocidades para controle de fluxo em substituição a válvulas de controle para controle de vazão?
6O projeto de iluminação considerou o uso de lâmpadas econômicas e que não sejam preferencialmente a base de compostos de mercúrio?
7 Os monitores de vídeo possuem sistema de "screen saver"?
8Os equipamentos internos dos prédios foram adquiridos considerando, também, os requisitos de baixo consumo de energia?
9
O balanço energético da planta está otimizado? Correntes aquecidas de processo (gases de exaustão de chaminés, por exemplo) foram consideradas como fontes de aquecimento para correntes frias a serem aquecidas? Haverá impacto no status atual com a modificação sugerida?
10
O combustível de queima da caldeira, fornos, oxidadores térmicos, etc., consideraram a utilização de resíduos, correntes de processo, correntes ou resíduos gerados internamente ou externamente à planta?
11As unidades de processo foram localizadas considerando minimizar os gastos de energia com o transporte de correntes de processo?
12
O projeto contemplou a utilização das águas pluviais? Ex.: Água para uso em descargas sanitárias (sistema de tubulação separado de torneiras,chuveiros, etc.), reinserção no solo de águas pluviais não contaminadas, etc.
13O projeto contemplou a reutilização das águas de purga das torres de resfriamento?
14Foi desenvolvido um programa de conservação de recursos naturais (energia, água, matérias-primas, insumos e utilidades) para o pós-partida deste projeto?
15
Há um programa de utilização de matérias-primas, insumos e outros produtos de suprimento preferencialmente renováveis e de maior pureza visando minimizar a geração de efluentes?
16Há um programa de reuso, reciclo ou reprocesso (interno ou externo) de resíduos, emissões ou efluentes gerados?
Item Descrição
AtendidoNão aplicável ao projeto
LegendaNão atendido
Fracamente atendidoAtendido parcialmente
Razoavelmente atendido
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