Detecção das radiações

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COLÉGIO CENECISTA SÃO ROQUECOLÉGIO CENECISTA SÃO ROQUECURSO DE RADIOLOGIA MÉDICACURSO DE RADIOLOGIA MÉDICA

DISCIPLINA DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICADISCIPLINA DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA

DETECÇÃO DAS RADIAÇÕES DETECÇÃO DAS RADIAÇÕES IONIZANTESIONIZANTES

Prof.: Jader da Silva Neto Orientação: Profa. Fernanda Ostermann Profa. Sandra Denise Prado

DETECÇÃO DAS RADIAÇÕESDETECÇÃO DAS RADIAÇÕES

O uso das radiações ionizantes, implica na necessidade de se estabelecer técnicas de medidas da radiação bem como normas de proteção contra seus efeitos danosos.

COMO MEDIR?COMO MEDIR?

Como a radiação ionizante é invisível aos nossos sentidos, sua detecção é feita a partir de alterações produzidas ao interagir com a matéria;

Existem vários efeitos que são causados pela radiação ionizante que podem ser utilizados na detecção e medida da radiação;

IonizaçãoIonizaçãoCausada diretamente (, ) ou indiretamente (raios X, raios , nêutrons);

Os pares de íons são coletados e a quantidade de pares é relacionada com a quantidade de radiação que gera ionização;

CintilaçãoCintilaçãoProdução de luz devido ao movimento de um elétron orbital com energia mais elevada;

O elétrons é excitado para um orbital com menor energia dentro do material absorvedor;

A luminosidade produzida pode ser convertida em um sinal elétrico;

O tamanho do sinal está relacionado com a quantidade de radiação que gerou a excitação;

AquecimentoAquecimento

A radiação ionizante pode aumentar a temperatura do meio que a absorve;

A leitura de temperatura fornece uma avaliação da dose de radiação;

Pouco usada em proteção radiológica;

TermoluminescênciaTermoluminescênciaOs elétrons do material absorvem energia e são presos em níveis de energia mais elevados;

Quando ocorre aquecimento, os elétrons absorvem energia, liberando-os e emitindo luz;

A quantidade de luz emitida está relacionada com a quantidade de radiação incidente;

Mecanismos químicosMecanismos químicos

A radiação ionizante pode causar alterações químicas, tal como nos filmes radiográficos;

A radiação ionizante aumenta a taxa em que a reação química ocorre e permite medidas de altas doses durante a irradiação de equipamentos médicos;

Mecanismos biológicosMecanismos biológicos

As altas doses de radiação podem causar alterações biológicas em células vivas;

Estas alterações são utilizadas apenas para estimativa da dose em circunstâncias extremas;

DETECTORES DE RADIAÇÃODETECTORES DE RADIAÇÃODispositivos que indicam a presença de energia nuclear, transformando um tipo de informação (radiação) em outro (sinal elétrico ou luminoso);

Seu funcionamento se baseia na interação química ou física das radiações com o detector;

Tipos:Tipos:

Detectores a gás;

Detectores a cintilação;

Detectores termoluminescentes;

Escolha:Escolha:

Depende da radiação (, , , X, prótons, nêutrons);

• Depende da informação desejada (intensidade, energia);

Ex.: Monitoração em Goiânia

DETECTORES A GÁSDETECTORES A GÁS

Câmara cheia de gás (ar) e dois eletrodos;

O ânodo está no centro da câmara eletricamente isolado da carcaça externa (cátodo);

A radiação incidente interage com as paredes da câmara ou com as partículas do gás e produz pares de íons;

A tensão aplicada entre os eletrodos, atrai os íons positivos para o cátodo (negativo) e os elétrons para o ânodo (positivo);

Ocorre variação na tensão do circuito devido a presença de carga no ânodo, gerando uma corrente elétrica no circuito externo;

O surgimento da corrente indica a presença de radiação ionizante;

A intensidade da corrente depende do número de elétrons coletados pelo ânodo (função da tensão aplicada entre o cátodo e o ânodo);

O número de elétrons coletados pelo ânodo depende da quantidade de radiação ionizante e da energia que entram na câmara;

Regiões de detecção nos detectores a gásRegiões de detecção nos detectores a gás

I – Região inicial não-proporcionalI – Região inicial não-proporcionalOs pares de íons formados se recombinam devido à baixa diferença de potencial;

II – Região de saturação de íons (Câmara de ionização)II – Região de saturação de íons (Câmara de ionização)Quando a tensão é suficiente quase todos os íons que se formam são coletados;

A corrente obtida ( 10-12 A) é amplificada e mantida constante para efeitos de medida;

O aumento de corrente depende da quantidade de radiação;

A tensão na fonte deve ser suficiente para manter a corrente de saturação;

Quando usada para medir as radiações e , a câmara deve possuir janelas finas;

Para distinguir entre e , basta colocar uma placa de metal que deslize sobre a janela (a radiação beta é absorvida);

III – Região proporcional (Detector proporcional)III – Região proporcional (Detector proporcional)

A corrente volta a aumentar. Os elétrons acelerados têm energia suficiente para criar novos pares de íons, ocorrendo uma multiplicação, que é proporcional ao número de pares de íons gerados pela radiação primária;

Cada elétron produzido na ionização original pode gerar 104 elétrons adicionais;

Um pequeno aumento de tensão gera grande variação de corrente (fonte estável) e isso pode ser atribuído a radiação incidente;

Se for exposto tanto à radiação como de mesma energia, a radiação irá produzir mais pares de íons para a mesma trajetória, resultando em maior corrente;

IV – Região de proporcionalidade limitadaIV – Região de proporcionalidade limitada

A multiplicação de íons passa a ser não linear;

V- Região Geiger Müller (Detector Geiger MüllerV- Região Geiger Müller (Detector Geiger Müller)

Usam gás semelhante ao P-10 (90% argônio e 10% metano);

Aumentando ainda mais a tensão, a multiplicação ocorrida no gás se torna tão intensa que apenas uma partícula ionizante é capaz de produzir uma avalanche ao longo do ânodo, resultando num valor alto de corrente, mesmo que a energia seja baixa;

Logo não é possível distinguir entre as radiações e .;

Têm a vantagem de o sinal de saída ser da ordem de alguns volts, não necessitando, portanto, amplificação;

VI – Região de descarga contínuaVI – Região de descarga contínua

Para tensões mais elevadas, ocorre a ionização das moléculas do gás diretamente, produzindo grandes correntes (centelhas), mesmo sem a presença de radiação, de modo que não é possível operá-los nessa região;

DETECTORES TERMOLUMINESCENTESDETECTORES TERMOLUMINESCENTES

Os cristais termoluminescentes armazenam energia nas camadas eletrônicas dos átomos. Com o aquecimento a energia é liberada na forma de luz visível e UV;

A quantidade de luz emitida é proporcional à exposição à radiação;

Podem ser fluorescentes, se a emissão de luz ocorre num tempo menor que 10-6 s após a irradiação, ou fosforescentes para intervalos maiores do que 10-6 s;

Se a fosforescência é acelerada pelo aquecimento do cristal, este será chamado fósforo termoluminescente, devido ao fenômeno da termoluminescência (TL);

Os TL mais usados em dosimetria pessoal são : LiF, CaF2, CaSO4 e Li2B4O7 , BeO e Al2O3 ;

Quando expostos à radiação ionizante, acumulam a energia transferida da radiação por períodos relativamente longos (meses);

Vantagens:

ODisponíveis em diversas forma sólidas: discos, cilindros, fitas, pó, etc;

A leitura de dose é praticamente independente da taxa de dose;

Podem ser reutilizados;

Filmes dosimétricosFilmes dosimétricos

Consistem em dois filmes fotográficos dentro de um chassi envolvido por um plástico;

Sua utilização hoje, se baseia na observação feita por Becquerel, verificando que a radiação escurecia um filme exposto à ela;

A leitura da exposição é feita por comparação de densidades com um filme dosimétrico modelo, uma vez que a densidade do filme exposto é modificada pela radiação recebida;

Vantagens:

Fornece a leitura permanente de exposição;

A queda do filme não afeta a leitura da exposição;

Alguns filmes são embalados em saquinhos de alumínio, oferecendo proteção em ambientes úmidos;

Desvantagem:

Não permite leitura direta de modo que não é possível saber a exposição recebida em determinado momento, somente após seu processamento e leitura, o que demora alguns dias;

MONITORAÇÃO INDIVIDUALMONITORAÇÃO INDIVIDUAL

Feita através de dosímetros individuais colocados sobre o corpo (na altura do peito e sobre o avental de chumbo) do indivíduo para controlar as exposições ocupacionais;

Características:

A perda do registro da dose acumulada durante o intervalo de medida é mínima, em condições normais de uso;

Não atrapalham o técnico durante sua jornada e é de fácil leitura;

LEGISLAÇÃOLEGISLAÇÃO

Portaria 453: Estabelece a Monitoração Individual para todo indivíduo que trabalha com raios X diagnóstico;

O trabalhador deve usar dosímetro individual de leitura indireta durante toda a sua jornada de trabalho e enquanto estiver em área controlada;

Os dosímetros individuais devem ser utilizados na região mais exposta do tronco (sobre o avental de chumbo) e trocados mensalmente;

Os dosímetros individuais devem ser obtidos apenas em laboratórios de monitoração individual credenciados pela CNEN;

Na ausência do usuário, os dosímetros individuais devem permanecer:

em local seguro;

com temperatura moderada;

com baixa umidade;

longe de fontes de radiação ionizante;

junto ao dosímetro padrão, sob supervisão do SPR.

Para indivíduos que trabalham em mais de um serviço:

Os titulares de cada serviço devem garantir que a soma das exposições ocupacionais de cada indivíduo não ultrapasse os limites que são estabelecidos pela Portaria 453;

Referências BibliográficasReferências Bibliográficas

INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY. Disponível em: < http://www-pub.iaea.org/mtcd/publications/accres.asp>. Acesso em: 4 nov. 2007.

SANCHES, M. P. Proteção Radiológica – Módulo I. São Paulo: IPEN/CNEN/SPR, 2003. 280 p.

TAUHATA, L.; SALATI, I. P. A.; DI PRINZIO, R.; DI PRINZIO, A. R. Radioproteção e Dosimetria: Fundamentos. 5 revisão. Rio de Janeiro: IRD/CNEN, 2003. 242 p.

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