View
2
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS LONDRINA
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
VITÓRIA LISBOA CALIFANI
DIAGNÓSTICO DA ARBORIZAÇÃO URBANA DE TRÊS SETORES DO MUNICÍPIO DE LONDRINA, PR
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
LONDRINA
2021
VITÓRIA LISBOA CALIFANI
DIAGNÓSTICO DA ARBORIZAÇÃO URBANA DE TRÊS SETORES DO MUNICÍPIO DE LONDRINA, PR
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso Superior de Engenharia Ambiental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Ambiental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Londrina.
Orientadora: Profa. Dra. Patrícia Carneiro Lobo
Faria
LONDRINA 2021
11/02/2021 SEI/UTFPR - 1862355 - Graduação: Termo de Aprovação TCC Aluno
https://sei.utfpr.edu.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=2043519&infra_sistema=… 1/1
Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
DEP. ACADEMICO DE AMBIENTAL-LD
TERMO DE APROVAÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - TCC
DIAGNÓSTICO DA ARBORIZAÇÃO URBANA DE TRÊS SETORES DO MUNICÍPIO DE LONDRINA, PR.
Por
Vitória Lisboa Califani
Monografia apresentada às 14 horas do dia 08 de fevereiro de 2021 como requisito parcial para a conclusão do Curso de Graduação em EngenhariaAmbiental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Londrina. A candidata foi arguida pela Banca Examinadora composta pelos professoresabaixo assinados. Após deliberação e conferidas, bem como achadas conforme, as alterações indicadas pela Banca Examinadora, o trabalho de conclusãode curso foi considerado APROVADO.
Banca examinadora:
Profa. Káa Valéria Marques Cardoso Prates MembroProf. Marcelo Hidemassa Anami MembroProfa. Patrícia Carneiro Lobo Faria OrientadorProf. Orlando de Carvalho Junior Professor(a) responsável TCCII
Documento assinado eletronicamente por (Document electronically signed by) PATRICIA CARNEIRO LOBO FARIA, PROFESSOR DO MAGISTERIO SUPERIOR, em (at)11/02/2021, às 13:11, conforme horário oficial de Brasília (according to official Brasilia-Brazil me), com fundamento no (with legal based on) art. 6º, § 1º, do Decreto nº8.539, de 8 de outubro de 2015.
Documento assinado eletronicamente por (Document electronically signed by) KATIA VALERIA MARQUES CARDOSO PRATES, PROFESSOR ENS BASICO TECNTECNOLOGICO, em (at) 11/02/2021, às 14:13, conforme horário oficial de Brasília (according to official Brasilia-Brazil me), com fundamento no (with legal based on) art.6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.
Documento assinado eletronicamente por (Document electronically signed by) ORLANDO DE CARVALHO JUNIOR, PROFESSOR DO MAGISTERIO SUPERIOR, em (at)11/02/2021, às 16:37, conforme horário oficial de Brasília (according to official Brasilia-Brazil me), com fundamento no (with legal based on) art. 6º, § 1º, do Decreto nº8.539, de 8 de outubro de 2015.
Documento assinado eletronicamente por (Document electronically signed by) MARCELO HIDEMASSA ANAMI, PROFESSOR ENS BASICO TECN TECNOLOGICO, em (at)11/02/2021, às 16:40, conforme horário oficial de Brasília (according to official Brasilia-Brazil me), com fundamento no (with legal based on) art. 6º, § 1º, do Decreto nº8.539, de 8 de outubro de 2015.
A autencidade deste documento pode ser conferida no site (The authencity of this document can be checked on the website) hps://sei.upr.edu.br/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0, informando o código verificador (informing the verificaon code) 1862355 e o código CRC (and the CRC code) 0E7D17C9.
Referência: Processo nº 23064.024460/2020-36 SEI nº 1862355
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Márcia Lisboa e Vicente Califani, por sempre apoiarem minhas decisões,
me proporcionando momentos de lucidez quando eu mais precisava.
Aos meus amigos de graduação, Aline Marinhos, Arthur Janoni, Bianca Fernandes, Ellen
Lima, Ellen Paim, Gabriela Zoli, Giovanni Peixoto, Janaina Casado, Julia Gomes e João
Locatelli por toda amizade e dedicação.
As minhas amigas Julia Gaspar, Jackeline Bastos, Erica Matsuda e Renata Landgraf, por
sempre me apoiarem.
Aos meus amigos de estágio que nunca hesitaram em transmitir sabedoria.
À Patrícia Carneiro Lobo Faria, uma profissional incrível que me ajudou desde o começo
desse projeto. Sem esse apoio eu não teria me desafiado tanto a trabalhar com esse
assunto, como me desafiei. Sempre confiei em você, professora, e agradeço por ter feito
o mesmo por mim.
À Ligia Flávia Antunes Batista pela supervisão, ensino e dedicação ao projeto e aos
alunos.
Aos colegas que participaram da coleta de dados e do georreferenciamento dos
mesmos.
RESUMO CALIFANI, V. L. Diagnóstico da arborização urbana de três setores do município de Londrina, PR. 2021. 78 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Bacharelado em Engenharia Ambiental. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Londrina, 2021. A arborização urbana, formada pelas árvores que compõem a paisagem em ruas e avenidas, traz benefícios ecológicos, sociais e econômicos para a cidade e sua população. Contudo, para que um município usufrua dos benefícios da arborização, é preciso compatibilizar a estrutura do meio físico com a presença das árvores, para reduzir os eventuais conflitos. Nesse contexto se insere o presente trabalho, o qual teve por objetivo fazer um diagnóstico da arborização urbana de três setores de Londrina, PR, denominados Aeroporto, Centro Cívico e Gleba Palhano. As informações coletadas foram: nome comum da planta, altura, CAP, relação entre copa e fiação, aspectos fitossanitários e de manutenção, distância para estabelecimento de coordenadas, espaços disponíveis para novos plantios, entre outras. Confrontouse a situação da arborização a alguns tópicos do Plano Diretor de Arborização Urbana de Londrina, buscando identificar ações de gestão para melhor atender aos objetivos da Lei. O diagnóstico foi feito a partir de um inventário da arborização realizado em 2018, no qual foram registradas informações referentes às árvores e aos elementos da infraestrutura urbana. Os dados de campo foram coletados por acadêmicos de Engenharia Ambiental. Foram georreferenciados 8.136 pontos, sendo que 68,60% são árvores, 26,59% espaços disponíveis para o plantio de novas árvores, 3,84% covas e tocos e 0,97% de árvores mortas em pé. Foram identificadas 142 espécies, sendo 55 nativas e 87 exóticas e 10 têm seu plantio proibido pela legislação. As dez espécies mais abundantes em cada setor foram responsáveis por compor mais da metade da comunidade arbórea. Nos três setores, a espécie mais abundante foi o Oiti (Licania tomentosa), cuja frequência encontrase acima do recomendado pela legislação, no Aeroporto e na Gleba Palhano. Nos três setores a maioria das árvores possuía altura menor que 6,0 metros, sendo que a prática de topiaria no Oiti contribui para essa informação, visto que predominam, na comunidade, árvores cujas espécies são de grande porte (cerca de 45% em cada setor). Detectouse que 25,87% das árvores estão quebrando as calçadas no seu entorno, que 12,09% apresentam muretas ao seu redor e que 5,35% não possuíam área livre no seu entorno. A ocorrência de problemas como cupim, broca e/ou danos no caule, foi constatada em 8,32% das plantas, 3,40% sofrem com a poda drástica ou topiaria e 1,24% possuem o gradil de forma irregular, danificando os indivíduos. Desta forma, foi possível listar ações de melhoria, tendo em vista as irregularidades observadas como a existências de espécies proibidas por lei, o percentual de espécies exóticas se comparados com as nativas e a ocorrência de práticas como topiaria e poda drástica. Também se propôs a implantação de programas para sensibilização da comunidade, considerando que a partir do diagnóstico foi possível perceber que as práticas irregulares são um sintoma de que a população está distante da legislação.
Palavras chave: Plano Diretor de Arborização Urbana; Ecologia urbana; Gestão ambiental urbana.
ABSTRACT
CALIFANI, V. L. Diagnosis of the urban trees in three sectors of Londrina, PR. 2021. 78 p. Final Paper (Undergraduate) – Bachelor degree in Environmental Engineering. Federal Technological University of Paraná (UTFPR). Londrina, 2021. Urban trees, defined as the trees that are part of the landscape on streets and avenues, provide ecological, social and economic benefits to the city and its population. However, for a town to enjoy the benefits of urban trees, it is necessary to make the structure of the physical environment compatible with the presence of trees, in order to reduce the possible conflicts. The aim of the present work is to make a diagnosis of urban trees in three sectors of Londrina, PR, called Aeroporto, Centro Cívico and Gleba Palhano. The main data collected were common name of the plant, height, CAP, relationship between the canopy and the wiring, phytosanitary and maintenance aspects, spaces available for new plantings and distances for establishing coordinates. The situation found was compared to some topics in the Londrina Urban Trees Master Plan, seeking to identify management actions to reach the guidelines of the Law. The urban trees assessment was conducted during 2018 and data of urban infrastructure were also recorded. A group of Environmental Engineering students collected field data. A total of 8,136 points were georeferenced, of which 68.60% were trees, 26.59% were spaces available for planting new trees, 3.84% pits and stumps and 0.97% were dead trees. In total, 142 species were identified, being 55 native, 87 exotics, and 10 are prohibited from planting by Law. The 10 most common species, in each sector, account for more than half of all trees. Oiti (Licania tomentosa) was the most common species in the three sectors, and its frequency is above the recommended by the legislation, both at the Airport and in the Gleba Palhano. In the three sectors, most trees had a height of less than 6.0 meters and the practice of topiary in Oiti contributes to this situation, since trees whose species are large predominate in the community (about 45% in each sector). It was found that 25.87% of the trees broke the sidewalks around them, that 12.09% were surrounded by short walls and that 5.35% did not have enough free area around them. Problems such as termites, borers and/or damage were detected in 8.32% of the plants, 3.40% suffer from drastic or topiary pruning and 1.24% have a fence damaging the individuals. Thereby it was possible to list improvement actions, in view of the irregularities, such as the existence of species prohibited by law, the percentage of exotic species compared to native species and the occurrence of practices such as topiary and drastic pruning. It was also proposed the implementation of programs to raise community awareness, since the diagnosis revealed that irregular practices are a symptom that the population is distant from the legislation.
Palavras chave: Urban Trees Master Plan; Urban ecology; Urban environmental management.
LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Exemplo de mapa de arruamento com as árvores cadastradas ................. 25
Figura 2 – Bairros e regiões da cidade de Londrina. .................................................... 29
Figura 3 – Bairros contemplados nos três setores inventariados: Aeroporto, Centro
Cívico e Gleba Palhano. .............................................................................. 30
Figura 4 – Elementos amostrados e georreferenciados no inventário da arborização
urbana no Setor Aeroporto. ......................................................................... 36
Figura 5 – Elementos amostrados e georreferenciados no inventário da arborização
urbana no Setor Gleba Palhano. ................................................................. 37
Figura 6 – Elementos amostrados e georreferenciados no inventário da arborização
urbana no Setor Centro Cívico. ................................................................... 38
Figura 7 – Exemplar de Oiti (Licania tomentosa) localizado no Setor Centro Cívico.... 45
Figura 8 – Exemplar de Ipêbranco (Tabebuia roseoalba) localizado no Setor Gleba
Palhano. ...................................................................................................... 45
Figura 9 – Distribuição espacial do Oiti (Licania tomentosa) no Setor Aeroporto,
atingindo 16,86% de frequência. ................................................................. 46
Figura 10 – Distribuição espacial do Oiti (Licania tomentosa) e do Ipêbranco (Tabebuia
roseoalba) no Setor Gleba Palhano com frequência acima de 10%. .......... 47
Figura 11 – Distribuição de frequência das classes de altura para as árvores amostradas
por setor. ..................................................................................................... 50
Figura 12 – Distribuição de frequência das classes de CAP para as árvores amostradas
por setor. ..................................................................................................... 51
Figura 13 – Distribuição de frequência das classes de altura para o Oiti (Licania
tomentosa) nos três setores inventariados. ................................................. 52
Figura 14 – Distribuição de frequência das classes de CAP para o Oiti (Licania tomentosa)
por setor. ..................................................................................................... 53
Figura 15 – Exemplar de Sibipiruna (Poincianella pluviosa) com área livre insuficiente e
raízes quebrando a calçada. ....................................................................... 56
Figura 16 – Exemplos de irregularidades como muretas ao redor da árvore e plantio de
Murta (Murraya paniculata), espécie com plantio proibido pela legislação.. 56
Figura 17 – Exemplar de Chapeu de Sol (Terminalia catappa) com ausência de área livre
para infiltração de água e com quebra de calçada aparente. ...................... 57
Figura 18 – Exemplo de poda drástica em uma árvore do Setor Centro Cívico. ............ 58
Figura 19 – Exemplo de topiaria realizada em uma árvore de Oiti (Licania tomentosa) nos
Setores Centro Cívico (A) e Gleba Palhano (B), respectivamente. ............. 58
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Aspectos gerais do inventário da arborização urbana em três setores do
município de Londrina, PR. ......................................................................... 35
Tabela 2 – Relação das espécies amostradas, sua origem e frequência relativa em cada
setor inventariado no município de Londrina, PR. ....................................... 39
Tabela 3 – Frequência relativa de indivíduos de acordo com o porte da espécie nos três
setores inventariados. ................................................................................. 50
Tabela 4 – Espécies que apresentam valores máximos e mínimos para as variáveis
altura e circunferência à altura do peito em cada setor. .............................. 54
Tabela 5 – Percentual de ocorrência de árvores com irregularidades que demandam
atenção em três setores do município de Londrina, PR, inventariadas em
2018. ........................................................................................................... 55
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Bairros que abrangem a área do inventário da arborização urbana. ........... 29
Quadro 2 – Relação entre os parâmetros analisados no inventário e os artigos do Plano
Diretor de Arborização Urbana de Londrina (Lei nº 11.996/2013) ............... 34
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 12
2 OBJETIVOS ...................................................................................................... 14
2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 14
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................. 14
3 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................ 15
3.1 ARBORIZAÇÃO URBANA................................................................................. 15
3.2 PLANO DIRETOR DE ARBORIZAÇÃO URBANA ............................................ 19
3.2.1 Plano Diretor de Arborização Urbana de Londrina/PR ...................................... 21
3.3 INVENTÁRIO E DIAGNÓSTICO DA ARBORIZAÇÃO URBANA ...................... 23
4 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................. 28
4.1 ÁREA DE ESTUDO ........................................................................................... 28
4.2 INVENTÁRIO DA ARBORIZAÇÃO URBANA .................................................... 31
4.3 ANÁLISE DOS DADOS E DIAGNÓSTICO........................................................ 32
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 35
5.1 ASPECTOS GERAIS......................................................................................... 35
5.2 CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE ARBÓREA ........................................ 39
5.2.1 Estrutura de tamanho da comunidade .............................................................. 49
5.3 ASPECTOS FITOSSANITÁRIOS E DE MANUTENÇÃO .................................. 55
5.4 PROPOSTA DE AÇÕES ................................................................................... 60
6 CONCLUSÃO .................................................................................................... 62
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 63
APÊNDICE A LISTA COM TODAS AS ESPÉCIES AMOSTRADAS NA ARBORIZAÇÃO URBANA NOS TRÊS SETORES ESTUDADOS ............................... 73
ANEXO A MODELO DA PLANILHA UTILIZADA NO INVENTÁRIO DA ARBORIZAÇÃO URBANA ............................................................................................ 78
12
1 INTRODUÇÃO
Um dos fatores que afeta a vida do homem é a condição ambiental das cidades,
que é influenciada, por exemplo, pelas atividades desenvolvidas nos centros urbanos, as
quais causam prejuízos que, em parte, podem ser evitados a partir do planejamento
urbano, por meio das áreas verdes e da arborização de ruas (MILANO, 1987).
A arborização urbana corresponde à vegetação arbórea no meio urbano e pode
ser vista como um componente estrutural e funcional da paisagem e desempenha
funções ecológicas como melhoria do microclima, atenuação da poluição atmosférica e
acústica, proteção do solo e fauna, funções estéticas ao introduzir um elemento natural
nas cidades e funções físicas e psíquicas relacionadas ao bem estar do ser humano
(BIONDI; ALTHAUS, 2005).
A fim de evitar conflitos na área urbana como, por exemplo, entre redes de
energia elétrica e as copas de árvores, entre as raízes e o pavimento dos passeios e,
ainda, para minimizar a inadequada seleção de espécies, além de propiciar o
desenvolvimento das árvores, a arborização urbana deve ser planejada para que haja
sua compatibilização com os aspectos espaciais do ambiente urbano e com as
características do meio em que as árvores se inserem (MILANO et al., 2000;
BARCELLOS et al., 2018).
Um dos documentos de gestão e planejamento municipal e que se adequa como
instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana, é o plano
diretor (BRASIL, 1988), o qual, de acordo com o Estatuto da Cidade, deve ser
obrigatoriamente elaborado para cidades com mais de vinte mil habitantes (BRASIL,
2001). Esse planejamento, no âmbito da arborização, é feito por meio do plano diretor de
arborização urbana, um documento de caráter técnico que contempla diretrizes, metas,
ações e normas para serem estabelecidas metas a curto, médio e longo prazo, define
prioridades para as atividades de plantio e manutenção assim como o estabelecimento
de uma política de remoção e reposição de árvores (ARAÚJO; ARAÚJO, 2016).
No entanto, para se conhecer o ambiente urbano, o espaço físico disponível e as
características das espécies arbóreas visando o seu planejamento, é preciso estabelecer
13
um diagnóstico da arborização urbana (MILANO et al., 2000). O diagnóstico pode ser
feito por meio de um inventário, o qual fornece informações sobre o patrimônio arbóreo e
com esses procedimentos se torna possível maximizar os benefícios da arborização
(SILVA; PAIVA; GONÇALVES, 2017).
Nesse contexto se insere o presente trabalho, o qual teve por objetivo realizar
um diagnóstico da arborização urbana em três setores do município de Londrina, aferindo
parâmetros descritos no Plano Diretor de Arborização Urbana (PDAU) do município,
visando propor ações necessárias para adequação aos tópicos da legislação vigente.
14
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo geral do presente trabalho consistiu em realizar um diagnóstico da
arborização urbana em três setores do município de Londrina, sendo eles o Aeroporto, o
Centro Cívico e a Gleba Palhano.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Caracterizar a comunidade que constitui a arborização urbana, avaliando sua
composição específica e aspectos ecológicos como origem das espécies,
relações de tamanho e porte das árvores, tendo em vista artigos específicos do
PDAU;
Verificar a ocorrência de práticas irregulares e de problemas fitossanitários junto
às árvores, tendo em vista artigos específicos do PDAU;
Listar eventuais ações de adequação perante às irregularidades encontradas.
15
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 ARBORIZAÇÃO URBANA
O advento da revolução industrial e tecnológica proporcionou mudanças
significativas no âmbito da ocupação dos espaços rural e urbano, que desencadearam
problemas de cunho sócioambiental e, consequentemente, demandas de políticas
capazes de promover a melhoria da qualidade de vida da população (MENDONÇA; LIMA,
2000). Contudo, ao se observar esses processos de ocupação, é preciso entender que o
ser humano ainda depende da natureza para sua sobrevivência (BOLUND;
HUNHAMMAR, 1999).
A presença de elementos naturais nas áreas urbanizadas, como por exemplo a
vegetação, por meio de suas funções naturais, pode proporcionar uma melhora na
qualidade do ambiente, reduzindo efeitos adversos provocados pela urbanização
(NOWAK, 2006), além de contribuir com o bem estar humano nas cidades (NICODEMO;
PRIMAVESI, 2009).
Assim, a cobertura vegetal é um aspecto negligenciado, porém importante, e que
deve ser levado em consideração no desenvolvimento das cidades (NUCCI, 2008), uma
vez que a vegetação é um elemento central que integra a estrutura da paisagem urbana,
tanto por motivos ecológicos e climáticos, quanto por motivos sociopsicológicos (GRISE;
BIONDI; ARAKI, 2016).
Historicamente, ressaltase que a utilização da vegetação arbórea no espaço
urbano é uma realidade antiga, derivada da prática de reurbanização de Paris,
implantada no século XIX. No Brasil, a prática pôde ser observada a partir do ano de
1937, quando tentouse reproduzir em Recife aspectos da arborização de vias públicas
implantadas na Europa (SILVA; PAIVA; GONÇALVES, 2017).
Ainda de acordo com os autores supramencionados, inicialmente aspectos
estéticos eram a função primordial dos projetos envolvendo a arborização urbana, no
entanto, outras funções podem ser atribuídas às árvores presentes nos ambientes
16
urbanos e a partir disso se obtém benefícios diretos para a população (SILVA; PAIVA;
GONÇALVES, 2017).
De acordo com Lima et al. (1994 apud LOBODA; ANGELIS, 2005, p. 133), as
conceituações de área verde e arborização urbana se dão da seguinte maneira:
ꞏ Área verde: Onde há o predomínio de vegetação arbórea, englobando as praças, os jardins públicos e os parques urbanos. Os canteiros centrais de avenidas e os trevos e rotatórias de vias públicas que exercem apenas funções estéticas e ecológicas, devem, também, conceituarse como área verde. Entretanto, as árvores que acompanham o leito das vias públicas não devem ser consideradas como tal, pois as calçadas são impermeabilizadas. ꞏ Arborização urbana: Diz respeito aos elementos vegetais de porte arbóreo dentro da cidade. Nesse enfoque, as árvores plantadas em calçadas fazem parte da arborização urbana, porém não integram o sistema de áreas verdes.
Sabese que atividades humanas como a impermeabilização ocasionada pela
ocupação do solo por concreto e a verticalização, são responsáveis por fenômenos como
o aumento da temperatura em centros urbanos (NUCCI, 2008; LEAL, 2012; MARTINI;
BIONDI, 2015).
Considerando que as condições do meio urbano exercem influência nos
elementos climáticos, é preciso destacar que um dos benefícios da presença de árvores
é seu efeito no microclima local, uma vez que fornecendo sombra aos pedestres e
veículos, refrescam o ar das cidades e contribuem para amenizar condições climáticas,
melhorando a temperatura do ar (MILANO et al., 2000; BIONDI; ALTHAUS, 2005;
FRANÇA, 2012). Isso se dá por meio de processos como a interceptação, reflexão,
absorção e transmissão de radiação solar, a evapotranspiração, o sequestro de carbono
e também pela redução na emissão de gases em decorrência da diminuição do uso de
equipamentos condicionadores de ar e aquecedores em edificações (MILANO et al.,
2000; NOWAK et al., 2007; NICODEMO; PRIMAVESI, 2009).
A arborização urbana também exerce um papel significativo perante à poluição
atmosférica, amenizandoa (BIONDI; ALTHAUS, 2005) e melhorando a qualidade do ar,
por meio da remoção de poluentes do ar, uma vez que as árvores podem absorver gases
e reter partículas sobre sua superfície (MILANO et al., 2000; NOWAK et al., 2007;
SANESI; GALLIS; KASPERIDUS, 2011).
17
A arborização também reduz a poluição sonora, atuando como barreira de ruídos,
atenuando os efeitos da poluição por meio de sua superfície foliar (MILANO et al., 2000;
CECCHETTO; CHRISTMANN; OLIVEIRA, 2014).
De acordo com Gonçalves e Paiva (2017) a arborização urbana pode atuar no
controle do ciclo hidrológico por meio da interceptação da chuva, da evapotranspiração,
contribuindo para o ciclo na nova formação de chuvas e outro benefício mencionado pelos
autores está relacionado com a solução de problemas pontuais na ventilação urbana,
auxiliando na redução da velocidade dos ventos.
As árvores nas ruas também podem proporcionar efeitos estéticos, como por
exemplo por meio da produção de um contraste harmônico em um ambiente dominado
por concreto e asfalto, adicionando um dinamismo à paisagem urbana por meio de
aspectos como mudança de cor, queda e brotação das folhas, floração e frutificação,
entre outros (BIONDI; ALTHAUS, 2005).
Contudo, para que as árvores possam se desenvolver bem no meio urbano e
com isso fornecer benefícios à população, o seu plantio precisa estar fundamentado em
critérios técnicocientíficos (MILANO, 1984; BIONDI; ALTHAUS, 2005; GONÇALVES;
PAIVA, 2017).
Rossetti, Pellegrino e Tavares (2010), afirmaram que as árvores implantadas nos
passeios públicos sofrem interferências relacionadas com a pavimentação inadequada,
estrangulamento dos canteiros, surgindo conflito das raízes com redes de gás, água e
outras tubulações de concessionárias de serviços públicos. Para os autores, essas
agressões constantes fazem com que as árvores não consigam atingir a maturidade,
tornandoas restritas ao estado juvenil de desenvolvimento.
De acordo com Araújo e Araújo (2016), as árvores que se encontram no ambiente
urbano também têm que enfrentar problemas como o solo compactado ou alterado, com
a presença de entulhos, a deficiência de água e nutrientes, com o espaço reduzido para
o crescimento de raízes e copas, com podas drásticas (mutilação da árvore), danos
mecânicos provocados por veículos, cortadores de grama, anelamento do tronco,
vandalismos, entre outros.
18
Para Gonçalves e Paiva (2017), as principais características das espécies a
serem analisadas antes da escolha, são:
Desenvolvimento: pode ser rápido ou lento, sendo recomendada a escolha de
plantas de crescimento lento, considerando que, normalmente, estas
apresentam folhas persistentes, boa formação de copa (dispensando podas)
e suas raízes são profundas;
Encopamento: se refere ao formato de um vegetal, decorrente de sua
arquitetura natural, ou seja, um fator genético, o qual pode ser mudado
artificialmente com técnicas de jardinagem. O desenvolvimento da copa está
diretamente relacionado com o espaço aéreo disponível, bem como às
intervenções periódicas de poda;
Porte: pode ser pequeno, médio ou grande, sendo que a escolha de uma
árvore de porte inadequado pode resultar nos conflitos com as redes de
energia elétrica, prejudicar a iluminação pública, as fachadas dos prédios e as
placas de sinalização;
Enfolhamento: árvores de folhas grandes, por exemplo, geram maior sujeira,
mas são mais fáceis de limpar, ao passo que folhas pequenas podem provocar
entupimento em calhas e bueiros. Além disso, o enfolhamento é um aspecto
que se relaciona com a capacidade de retenção de poeira e elementos
químicos poluentes;
Enraizamento: para o plantio em calçadas é sugerido o plantio de árvores que
não possuem raízes agressivas e que sejam, de preferência, profundas e
pivotantes, considerando que plantas com raízes superficiais, à medida que
crescem, danificam calçadas e construções; e
Origem: podem ser nativas (originadas na própria região) ou exóticas (trazidas
de outras regiões ou países).
Com relação à origem, é extremamente importante ressaltar que o emprego de
espécies exóticas invasoras na arborização urbana pode trazer impactos ambientais que
afetam a biodiversidade e podem alterar a estrutura e a composição de espécies dos
19
ecossistemas naturais, por meio da repressão ou da exclusão de nativas (ZILLER;
ZENNI; DECHOUM, 2007).
Assim, a escolha das espécies adequadas a serem implantadas na arborização
é de extrema importância, uma vez que quando bem feita irá reduzir os tratos culturais e
de manutenção de árvores em locais errados (GONÇALVES; PAIVA, 2017).
3.2 PLANO DIRETOR DE ARBORIZAÇÃO URBANA
Um dos documentos de gestão e planejamento que se adequa como instrumento
básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana, é o plano diretor (BRASIL,
1988). De acordo com o Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001), o plano diretor é um
documento obrigatório para municípios com mais de vinte mil habitantes e é por meio
dele que o município estabelece diretrizes para assegurar a integração entre as
propriedades urbanas, a paisagem urbana, a ocupação do solo, os serviços públicos
essenciais e o atendimento das necessidades dos cidadãos aliados ao desenvolvimento
das atividades econômicas (BRASIL, 2001).
No âmbito da arborização urbana, esse instrumento deve possuir alguns itens
fundamentais para o seu desenvolvimento, os quais de acordo com Araújo e Araújo
(2016, p.21), são:
a) um inventário das árvores de rua e das atitudes da comunidade; b) desenvolver objetivos e metas de manejo, usando a informação do inventário e as expectativas da comunidade; c) desenvolver um plano de manejo para alcançar esses objetivos; e d) realimentação com novas informações para monitorar todo o processo do Plano Diretor.
É válido destacar que os munícipes também são atores no processo da
elaboração e fiscalização da implantação do plano diretor e isso se dá por meio de
audiências públicas e debates com a participação da população e de associações
representativas dos vários seguimentos da comunidade (BRASIL, 2001).
20
Por meio do Plano da Arborização Urbana (PDAU) as ações de gestão,
implantação, plantio, manutenção e monitoramento das árvores são legitimadas, e sua
adequada formulação e execução também garantem o exercício de polícia perante
tópicos como licenciamento e autorização de poda, corte e substituição de árvores
(BARCELLOS et al., 2018, p.6).
De acordo com Rocha, Leles e Neto (2004), conhecer e analisar as estruturas
das cidades por meio das óticas econômica, social e ambiental são prérequisitos para o
planejamento e a administração de áreas urbanas. O planejamento da arborização
urbana deve integrar os vários setores de serviços públicos urbanos, de tal maneira que
sejam compatibilizadas as características físicas e a susceptibilidade das árvores com o
espaço físico disponível e o ambiente existente nas cidades, de tal modo a determinar os
critérios relevantes que condicionam a escolha das espécies de acordo com a região
(MILANO, 1987; DANTAS; SOUZA, 2004).
De maneira geral, os principais elementos considerados para determinar a
presença de diferentes espécies são: a largura da calçada, a presença de fiação da rede
elétrica e telefônica, as tubulações de água, esgoto e drenagem de águas pluviais, além
dos equipamentos públicos como postes, placas, hidrantes, etc. (GONÇALVES; PAIVA,
2017; BARCELLOS et al., 2018).
No trabalho desenvolvido por Sanches, Costa e Silva Filho (2008) foi realizada
uma análise dos Planos Diretores de Arborização de Porto Feliz/SP, Goiânia/GO,
Vitória/ES e Porto Alegre/RS e, com relação aos programas de ações previstos no
planejamento, constataram que há uma semelhança nos objetivos principais dos Planos
de Goiânia e Vitória, sendo que estes contemplam programas de plantio, de manejo, de
manutenção, de monitoramento, de educação ambiental, entre outros.
Esses objetivos não se distanciam do PDAU de Porto Alegre, o qual contempla
algumas atividades como o plano de manejo, o programa de manutenção, capacitação
da mãodeobra e estabelecimento de convênio, por exemplo (SANCHES; COSTA;
SILVA FILHO, 2008).
21
3.2.1 Plano Diretor de Arborização Urbana de Londrina/PR
Assim como inúmeras cidades, Londrina, Paraná, testemunhou o seu rápido
crescimento na zona urbana ao longo do tempo. Esse processo se tornou responsável
pela retirada da vegetação natural para implantação da malha urbana na cidade
(BARROS; VIRGILIO, 2003).
Em 1998 foi instituído o primeiro Plano Diretor de Londrina, o qual estabeleceu
diretrizes políticas para a área ambiental visando compatibilizar a ocupação urbana com
a vegetação e corpos d’água, com áreas de interesse paisagístico, a fim de garantir a
qualidade urbanística e ambiental (LONDRINA, 1998).
O Plano Diretor de 1998 foi revisado em 2008 pela Lei nº 10.637, de 24 de
dezembro de 2008 a qual determinou a elaboração e implantação de um Plano de
Arborização (LONDRINA, 2008), o qual foi instituído por meio da Lei nº 11.996, de 30 de
dezembro de 2013 (LONDRINA, 2013).
Conforme preconiza o plano diretor, no PDAU de Londrina se encontram
informações relevantes para a gestão da arborização, abordando tópicos referentes ao
plantio de mudas, aos aspectos da estrutura urbana para que esta comporte as espécies,
às ações de adequação e às proibições, tendo em vista as características das árvores
(LONDRINA, 2013).
Os principais objetivos do PDAU consistem em atingir e manter permanente
densidade arbórea máxima sobre vias e áreas urbanas do município, estabelecer e
fiscalizar ações para institucionalizar a infraestrutura urbana, promover a arborização e
as áreas verdes urbanas, por meio de benefícios como redução da poluição sonora e
atmosférica, proteção dos recursos hídricos e preservação da biodiversidade nativa, além
de estabelecer um programa de diagnóstico, ação e acompanhamento da arborização (e
áreas verdes urbanas), tendo em vista o seu planejamento, avaliação, conservação,
manejo, reposição, expansão, controle, fiscalização e participação popular, conforme
preconiza o Art. 4º, inciso VI (LONDRINA, 2013).
Algumas informações disponibilizadas pelo PDAU (LONDRINA, 2013) incluem:
22
Determinação do local disponível ao plantio permanente de um exemplar
de vegetação arbórea nas vias públicas, a qual deve seguir a distância
mínima de elementos da infraestrutura urbana como, por exemplo, caixas
de inspeção, bocas de lobo, hidrantes, canaleta gramada, guia rebaixada,
rede elétrica e largura das calçadas;
Características da muda para o plantio como altura mínima, diâmetro à
altura do peito, altura, isenção de pragas e doenças, sistema radicular
bem formado e consolidado;
Características dos berços que abrigarão novas mudas;
Quanto às espécies, determina quais árvores terão prioridade de plantio,
com relação à origem, ao porte, ao sistema radicular e foliar, tamanho dos
frutos e características dos galhos;
Proibição de plantio de exemplares de Ficus benjamina e espécies
exóticas invasoras que constam na Res. IAP 95/2007 e suas atualizações
ou listada por órgão oficial;
Determina as relações de largura da calçada, o porte de árvores e os
equipamentos de infraestrutura urbana;
Estabelece quais são as práticas de manutenção, quando o corte de
exemplar é permitido, quais são as práticas proibidas, como por exemplo
a poda de raízes, topiaria e drásticas;
Aponta diretrizes para o plantio em praças, loteamentos e construções e
fundos de vale;
Determina as penalidades previstas para as infrações cometidas; e
Estipula que os recursos necessários para a implantação e a execução
do PDAU serão garantidos com base nas fontes oriundas da dotação
orçamentária do Município, valor das multas por infrações e recursos de
programas federal e estadual;
23
O PDAU ainda conta com o Decreto nº 305/2015, o qual complementa as
diretrizes da Lei nº 11.996/2013 e apresenta uma lista de espécies recomendadas para
plantio na área urbana de Londrina.
3.3 INVENTÁRIO E DIAGNÓSTICO DA ARBORIZAÇÃO URBANA
O processo de avaliação da arborização depende da realização de inventários
nas vias públicas, tendo em vista que é por meio destes que se conhece o patrimônio
arbóreo e se identificam as necessidades de manejo (SILVA; PAIVA; GONÇALVES,
2017). Para esses autores, o inventário da arborização é definido como uma atividade
que busca “obter informações, geralmente qualiquantitativas, da arborização presente
no ambiente urbano” (SILVA; PAIVA; GONÇALVES, 2017, p. 18).
Para Smiley e Baker (1988), o inventário deve partir do seguinte princípio:
definição de quais árvores são interessantes para o estudo em questão e por que se
deseja coletar informações sobre elas. Além disso, reiteram o que foi descrito por Phillips
(1979) e elencam os seguintes motivos para a elaboração do inventário: determinação
de um programa de manutenção de árvores, valoração das árvores, identificação e
priorização do trabalho a ser feito com as árvores, aumento da eficiência dos trabalhos
de manutenção, sendo que o resultado final pode fornecer uma base para informação e
educação da população (SMILEY; BAKER, 1988).
O inventário para avaliar a arborização urbana pode ter caráter quantitativo, ou
seja, referente à contagem do número de indivíduos, ou qualitativo, referente à qualidade
das árvores e deve ser feito por meio do censo ou da amostragem, sendo que o censo
implica na enumeração de todos os indivíduos presentes na área de estudo, e a
amostragem na análise de uma porção da população para a obtenção de estimativas
representativas do todo (SILVA; PAIVA; GONÇALVES, 2017; BARCELLOS et al., 2018).
Quando não é possível realizar o censo, a obtenção de dados deve ocorrer por
inventário amostral, sendo que a unidade amostral “pode ser uma rua, quadra, quarteirão,
trechos de rua, um grupo de quarteirões, ou ainda pode ser resultado de um processo de
24
divisão de áreas utilizando mapas da cidade ou área a ser inventariada” (BARCELLOS
et al. 2018, p. 25).
Tendo conhecimento dos objetivos específicos do levantamento, se determina
qual metodologia pode ser utilizada para a realização do inventário. Assim, são
delimitados quantos dados serão coletados no inventário e como eles serão atualizados
para usos futuros (SMILEY, BAKER, 1988; MILANO et al., 2000; SILVA; PAIVA;
GONÇALVES, 2017). Além disso, a obtenção e a organização dos dados fornecem
valores agregados como total, médias, porcentagens, gráficos ou tabelas e são essas
informações que se tornam subsídios para o manejo (ARAÚJO; ARAÚJO, 2016).
De maneira geral em um inventário são levantadas as seguintes variáveis:
localização do vegetal de tal forma que seja possível checar detalhes in loco ou por meio
de um sistema computacional de banco de dados; características dos vegetais como
nome vulgar (ou comum) e científico, altura total, altura da primeira bifurcação, diâmetro
do tronco por meio do DAP (diâmetro a altura do peito), diâmetro da copa, tipo de copa;
condições físicosanitárias, do sistema radicular e do meio, como largura das ruas e dos
passeios, área livre ou área de crescimento, compatibilidade da arborização com a
iluminação pública, entre outros (SILVA; PAIVA; GONÇALVES, 2017; BARCELLOS et
al., 2018).
O inventário da arborização integra o processo de diagnóstico, o qual deve
conceber informações sobre o patrimônio arbóreo da cidade, a localização de áreas para
novos plantios, a verificação de quais práticas de manutenção são necessárias, a
definição de quais são as prioridades na intervenção, a definição de políticas de
administração, assim como o estabelecimento de previsões orçamentárias (BARCELLOS
et al., 2018).
Assim, a partir do inventário é gerado um banco de dados os quais devem ser
analisados via softwares que podem ser específicos para inventário ou por meio de
planilhas eletrônicas (SILVA; PAIVA; GONÇALVES, 2017).
Para Silva Filho et al. (2002), o uso de banco de dados relacional, ou seja, um
modelo que permite a elaboração de um relacionamento lógico entre as informações
referentes à espécie e as referentes ao indivíduo, é de extrema importância para a
25
arborização, pois fornece informações sobre o entorno onde o indivíduo arbóreo se
insere, permite a realização de pesquisas por espécie, bairro ou rua, o cruzamento de
informações, além de fornecer resultados sobre a valoração de indivíduos cadastrados,
a diversidade nos bairros e na cidade.
O Sistema de Informações Geográficas (SIG) é outra ferramenta capaz de
auxiliar nas análises e apresentar resultados da arborização, sendo que por meio deste
é possível obter um levantamento das árvores localizadas nas vias públicas, usando
“mapas caracteristicamente constituídos, onde encontramse informações cartográficas
de logradouros, lotes, quadras, edificações, postes, árvores e códigos identificadores de
cada árvore” (COUTINHO; LIMA, 1997, p.114).
A Figura 1 ilustra a representação de árvores cadastradas ao longo do
arruamento de um município, realizada por meio do georreferenciamento e
geoprocessamento de dados, conforme recomendado no manual para elaboração de
planos municipais de arborização urbana para o Estado do Paraná (BARCELLOS et al.,
2018).
Figura 1 – Exemplo de mapa de arruamento com as árvores cadastradas
Fonte: Barcellos et al. (2018, p.29).
26
Nesse sentido, o banco de dados georreferenciado se torna uma importante
ferramenta em termos de gestão, podendo ser executado com baixo custo (PORTO;
BATISTA; FARIA, 2019).
Após o diagnóstico é possível elaborar um relatório evidenciando os resultados
das análises, os quais, de acordo com Barcellos et al. (2018), devem ser apresentados
em tabelas e gráficos e a arborização deve ser ilustrada por meio de fotos. Ainda, dados
cadastrais apresentados em mapas devem ser disponibilizados em formato digital.
Para Silva, Paiva e Gonçalves (2017), o primeiro passo para o processo de
avaliação para o diagnóstico consiste na enumeração das espécies encontradas,
geralmente seguidas de suas frequências absolutas e relativas, sendo que a primeira
manifesta o número de indivíduos encontrados e a segunda, suas correspondências em
termos percentuais, tendo como base o número total de indivíduos encontrados.
A seguir, são elencadas as informações que geralmente integram o inventário e
o diagnóstico da arborização (SILVA; PAIVA, GONÇALVES, 2017, BARCELLOS et al.
2018; SAMPAIO et al., 2019; SÃO PAULO, 2020).
Localização da árvore como nome da rua, número do endereço postal mais
próximo;
Características da árvore como identificação da espécie (nome popular e
científico), origem, porte, altura, circunferência à altura do peito (CAP) ou
diâmetro à altura do peito (DAP);
Relação das espécies identificadas no inventário, seguidas de seus valores de
frequência absoluta e relativa;
Aspectos fitossanitários, como a presença de pragas e doenças, necessidade
de poda, de remoção,
Identificação e quantificação de locais para novos plantios de árvores; e
Características do meio como largura da calçada, distância de postes e
esquinas, presença de redes de serviços de eletricidade e telefonia, etc.
Além disso, como mencionam Barcellos et al. (2018), no diagnóstico também
devem ser elencados pontos críticos, os quais devem ser as prioridades do município, no
que diz respeito ao planejamento e manejo, sendo eles, por exemplo:
27
Árvores com características não adequadas ao local, como produtoras de
substâncias tóxicas, alergênicas, com espinhos ou frutos grandes;
Aspectos fitossanitários, como cupim, brocas e fungos, os quais fazem
com que seja necessária uma análise de risco de queda;
Arborização composta por uma única espécie;
Defeitos estruturais nas árvores, sinais e tipos de podas realizadas, entre
elas a drástica;
Acessibilidade de pedestres tendo em vista a legislação à nível municipal,
estadual e federal, por exemplo;
Bairros pouco arborizados; e
Existência de espécies exóticas invasoras.
Convém mencionar que no estado do Paraná, as espécies exóticas invasoras
podem ser consultadas na Lista de Espécies Exóticas Invasoras do Paraná, a qual foi
reconhecida pela Portaria IAP nº 59, de 15 de abril de 2015 e provém “referência acerca
de espécies que causam impactos a outras espécies e ao meio ambiente” (IAP, 2015).
Podese concluir, portanto, que a partir do diagnóstico o município pode definir
práticas de manejo, planejamento e/ou replanejamento para a arborização local e
delinear, assim, o uso do orçamento municipal, fazendo com que o processo de tomada
de decisões seja facilitado (SILVA; PAIVA; GONÇALVES, 2017).
Nesse sentido, é possível observar a existência de diversos trabalhos de
inventário e diagnóstico da arborização em municípios do estado do Paraná (MILANO,
1984; BIONDI; ALTHAUS, 2005; SAMPAIO; ANGELIS, 2008; DELESPINASSE et al.,
2011) e de documentos como o Plano Municipal de Arborização Urbana de Bom Sucesso
do Sul (PR), o Plano Diretor de Arborização Urbana de Toledo (PR) e o Plano de Gestão
da Arborização Urbana de Maringá (PR), os quais evidenciam como o inventário
associado à essas análises são importantes para integrar o processo de planejamento
(TOLEDO, 2012; BOM SUCESSO DO SUL, 2018; SAMPAIO et al., 2019).
28
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 ÁREA DE ESTUDO
Londrina é um município localizado na região norte do estado do Paraná, com
população estimada em 569.733 habitantes. A área territorial do município abrange
1.652,57 km² o que implica em uma densidade demográfica de aproximadamente 344
habitantes/km² (IBGE, 2019). Londrina está localizada entre as coordenadas 23°08’47" e
23°55’46" Sul e entre 50°52’23" e 51°19’11" a Oeste (LONDRINA, 2020a) e possui
classificação climática do tipo Cfa, de acordo com Köppen (NITSCHE et al., 2019), ou
seja, úmido em todas as estações e com verões quentes (MENDONÇA; DANNI
OLIVEIRA, 2007).
A cidade conta com aproximadamente 55 bairros, os quais são divididos em cinco
regiões: Centro – 10 bairros, Leste – 13 bairros, Norte – 10 bairros, Oeste – 12 bairros e
Sul – 10 bairros, como se observa na Figura 2 (IPPUL, 2013; LONDRINA, 2020b). O
presente diagnóstico se desenvolveu a partir de um inventário da arborização realizado
em 2018, o qual abrangeu o centro histórico do município e os bairros no seu entorno,
contemplando áreas residenciais, comerciais, de serviços médicos e o Centro Cívico
(PORTO; BATISTA; FARIA, 2019).
A coleta de dados para o inventário da arborização foi feita por uma equipe de
acadêmicos do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Tecnológica Federal do
Paraná (UTFPR), Câmpus Londrina, integrantes de um projeto de extensão do
Departamento Acadêmico de Ambiental (DAAMBLD) desenvolvido em parceria com a
Empresa Júnior de Engenharia Ambiental da UTFPRLD, a qual foi responsável pela
gestão financeira do mesmo.
No presente trabalho foram escolhidos três setores para o diagnóstico, os quais
ainda não foram caracterizados em momentos anteriores: um está localizado próximo ao
Aeroporto Municipal de Londrina, o outro próximo à Prefeitura Municipal de Londrina e o
terceiro é uma região que conta com recente expansão de condomínios residenciais
verticais (MACHADO; COLAVITE; STIPP, 2005) e, mais recentemente, comerciais.
29
Uma vez que a coleta de dados não foi pautada pela delimitação dos bairros,
convencionouse nomear os setores em que foi feita a amostragem em Aeroporto, com
área de 2,64 km², Centro Cívico (1,36 km²) e Gleba Palhano (2,23 km²), respectivamente.
Os bairros incluídos nos setores são destacados no Quadro 1 e sua localização pode ser
observada na Figura 3.
Figura 2 – Bairros e regiões da cidade de Londrina.
Fonte: IPPUL (2013).
Quadro 1 – Bairros que abrangem a área do inventário da arborização urbana.
Bairro Região de acordo com o IPPUL (2013) Área que compreende o estudo Jardim Brasília
Leste Setor Aeroporto Jardim Aeroporto Jardim Antares Centro Histórico Centro
Vila Ipiranga Centro Setor Centro Cívico Jardim Petrópolis Parque Guanabara Sul
Setor Gleba Palhano Jardim Presidente Oeste Gleba Palhano Fonte: Adaptado de IPPUL (2013).
30
Figura 3 – Bairros contemplados nos três setores inventariados: Aeroporto, Centro Cívico e Gleba Palhano.
Fonte: Autoria própria.
31
4.2 INVENTÁRIO DA ARBORIZAÇÃO URBANA
A Prefeitura Municipal de Londrina foi a responsável pelo fomento ao projeto do
inventário por meio do Edital de Chamamento Público 02/2017 em seu Programa
Municipal de Incentivo ao Verde – PROVERDE. Realizado ao longo de 2018, o projeto
foi coordenado e supervisionado pela Professora Dra. Patrícia Carneiro Lobo Faria e pela
Profa. Dra. Ligia Flávia Antunes Batista. A coleta de dados foi feita a partir de visitas em
campo em equipes de 2 ou 3 alunos, utilizando prancheta, ficha de campo (ANEXO A),
trena e aparelho celular para registro fotográfico.
As informações registradas foram as seguintes: largura da calçada, nome comum
da árvore, altura total por estimativa, CAP medida com fita métrica/trena, afloramento das
raízes, existência de pragas como cupim ou broca (aspecto fitossanitário), presença de
elementos como postes próximos das árvores, relação entre fiação e copa da árvore e
presença de gradil no entorno do tronco da árvore e se as árvores estavam sofrendo com
práticas como poda e topiaria. Também foram registradas a ocorrência de covas, de
árvores mortas, porém em pé, de espaços disponíveis para o plantio de novas árvores e
de tocos de árvores removidas. Essas informações são recorrentemente observadas em
trabalhos relacionados e inventários realizados para a elaboração de PDAUs (MILANO,
1988; LIMA NETO et al. 2010; MAZIOLI, 2012; SAMPAIO et al., 2019; SÃO PAULO,
2020) e recomendadas por Barcellos et al. (2018).
A equipe responsável pela coleta de dados foi treinada para realizar o
reconhecimento das espécies com o auxílio de uma tabela com as principais
características da morfologia foliar de árvores encontradas na arborização, a qual foi
disponibilizada por uma das supervisoras do projeto. Em campo, quando havia dúvidas
quanto ao reconhecimento de algumas espécies encontradas, eram feitos registros
fotográficos de características das árvores e essas fotos eram encaminhadas para um
grupo de mensagens instantâneas com toda a equipe responsável pelo inventário para
que então fosse feito o reconhecimento.
A identificação das espécies foi feita por consulta à literatura (LORENZI, 2008,
2009a, 2009b) pela coordenadora do projeto, Profa. Patrícia C. Lobo Faria. Da mesma
32
forma, as informações sobre a origem e o porte das espécies foi determinado por meio
de pesquisa bibliográfica (LORENZI, 2008, 2009a, 2009b; FLORA DO BRASIL, 2020).
Para a obtenção das coordenadas geográficas de todas as árvores bem como
dos demais elementos (tocos, espaços disponíveis) foram registradas as distâncias, em
campo, do ponto que representa a esquina de cada quadra até o primeiro elemento, do
primeiro ao segundo e assim por diante. Posteriormente, a partir de cálculos, foi possível
determinar as coordenadas (PORTO; BATISTA; FARIA, 2019).
Após a coleta dos dados em campo, foi feita a transcrição dos mesmos para
planilhas eletrônicas e, com a digitação, automaticamente eram determinadas algumas
informações como por exemplo o nome científico da espécie, sua origem e coordenadas
geográficas, o que permitiu a elaboração de mapas.
4.3 ANÁLISE DOS DADOS E DIAGNÓSTICO
Os parâmetros relacionados ao tamanho das plantas, como altura total e CAP
foram analisados em classes de tamanho (SILVA; PAIVA; GONÇALVES, 2017). A altura
total foi categorizada nas seguintes classes:
Classe I: plantas com altura (h) menor ou igual a 6,0 m (h ≤ 6,0 m)
Classe II: plantas com altura maior que 6,0 m e menor ou igual a 12,0 m
(6,0 < h ≤ 12,0 m)
Classe II: plantas com altura maior que 12,0 m e menor ou igual a 18,0 m
(12,0 < h ≤ 18,0 m)
Classe IV: plantas com altura maior que 18,0 m (h > 18,0 m)
Os valores de CAP foram segregados nas seguintes classes:
Classe I: plantas com circunferência menor ou igual a 0,30m (CAP ≤ 0,30
m)
Classe II: plantas com circunferência maior que 0,30 m e menor ou igual
a 0,60 m (0,30 < CAP ≤ 0,60 m)
33
Classe III: plantas com circunferência maior que 0,60 m e menor ou igual
a 0,90 m (0,60 < CAP ≤ 0,90 m)
Classe IV: plantas com circunferência maior que 0,90 m e menor ou igual
a 1,20 m (0,90 < CAP ≤ 1,20 m)
Classe V: plantas com circunferência maior que 1,20 m (CAP > 1,20 m)
Para determinar a diversidade de espécies utilizadas na arborização de cada
setor, utilizouse o índice de diversidade de ShannonWiener, pois este depende
moderadamente da amostragem, é de cálculo simples e é o mais utilizado em trabalhos
sobre arborização urbana (GUREVITCH; SCHEINER; FOX, 2009; RABER; REBELATO,
2010), conforme (Equação 1)
𝐻′ = −𝛴𝑝𝑖 ⋅ 𝑙𝑛 𝑝 𝑖 (1)
Onde,
𝐻′ Índice de Diversidade de ShannonWiener;
𝑙𝑛 Logaritmo natural; e
𝑝𝑖 Frequência relativa de indivíduos por espécie.
Assim, foi possível caracterizar a comunidade arbórea de cada setor, analisar a
relação entre as árvores e os elementos da infraestrutura urbana para então comparar
essas informações com determinados artigos do PDAU (LONDRINA, 2013), os quais
estão destacados no Quadro 2.
34
Quadro 2 – Relação entre os parâmetros analisados no inventário e os artigos do Plano Diretor de Arborização Urbana de Londrina (Lei nº 11.996/2013)
Parâmetros Artigos Diretriz
Caracterização da comunidade arbórea
Origem das espécies Exemplares com plantio proibido
Art. 21 A muda a ser inserida na arborização urbana deverá ter uma altura mínimo de 2,20 m.
Art. 24
70% das espécies devem ser nativas e no máximo 30% exóticas não invasoras adaptadas
(não relacionadas na Portaria IAP nº 95/07); No máximo 10% da mesma espécie, 20% do
mesmo gênero e 30% da mesma família botânica
Art. 25 Proíbe o plantio de Ficus benjamina ou Ficus microcarpa
Art. 26 Proíbe o plantio de exemplar de vegetação
arbórea de espécie exótica invasora listada na Resolução IAP 95/07 e suas atualizações
Art. 57
Determina o corte de exemplar de vegetação arbórea de espécie exótica invasora, listada na
Portaria IAP n° 95/2007 e suas atualizações
Podas, mureta e irregularidades Aspectos fitossanitários e de
manutenção Substituição de exemplares
Art. 22 Determina como deve ser a instalação de gradil em plantios
Art. 45 Determina ações de conservação da arborização urbana
Art. 52 Proíbe poda de topiaria
Art. 53 Proíbe a poda excessiva ou drástica das árvores
Art. 55
Determina que o corte ou transporte de exemplar serão admitidos mediante alguns
casos, entre eles quando o estado fitossanitário o justificar
Art. 56
Determina que a Secretaria Municipal do Ambiente deve continuadamente proceder ao
corte e à substituição de exemplares da arborização urbana que se enquadrem no art.
55
Art. 57 Determina como deve ser o corte de exemplar de espécie exótica invasora listada na Portaria
IAP nº 95/07 Fonte: Autoria própria.
Tendo em vista o diagnóstico a partir dos artigos do PDAU foi possível propor
algumas ações de melhoria para a arborização urbana do município de Londrina.
35
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 ASPECTOS GERAIS
Nos três setores foram registrados 8.316 pontos, sendo que 5.705 (68,60%)
corresponderam a árvores plantadas, 2.211 (26,59%) a espaços disponíveis para o
plantio de novas árvores, 319 (3,84%) a covas e tocos e 81 (0,97%) a árvores que estão
mortas, porém ainda se encontram em pé, ou seja, no seu local de plantio.
O maior número de registros (Tabela 1) foi observado no Aeroporto (Figura 4)
seguido da Gleba Palhano (Figura 5) e do Centro Cívico (Figura 6), fato que decorre da
diferença de esforço amostral, visto que as distâncias percorridas foram bem diferentes.
(Tabela 1). Como todos os elementos georreferenciados ocupam o espaço de uma
eventual árvore, podese afirmar que a densidade relativa foi semelhante nos três
setores, resultando em uma árvore a cada 10 e 11 metros, aproximadamente (Tabela 1).
Tabela 1 – Aspectos gerais do inventário da arborização urbana em três setores do município de Londrina, PR.
Dado Setor
Aeroporto Centro Cívico Gleba Palhano
Área amostrada aproximada (km²) 2,64 1,36 2,23 Extensão percorrida aproximada (km) 27,7 13,47 22,59 Elementos amostrados 3.746 1.817 2.753 Árvores 2.497 1.267 1.941 Distância média entre os elementos (m) 10,21 9,99 11,05 Espaço disponível para o plantio 1.033 469 709 Número de espécies 117 106 102 Índice de ShannonWiener 3,51 3,63 3,18 Espécie mais abundante Oiti Oiti Oiti Frequência relativa da mais abundante (%) 16,86 9,79 15,6
Fonte: Autoria própria.
36
Figura 4 – Elementos amostrados e georreferenciados no inventário da arborização urbana no Setor Aeroporto.
Nota: os elementos amostrados se referem a tocos, covas, espaços disponíveis e árvores mortas em pé.
Fonte: Autoria própria.
37
Figura 5 – Elementos amostrados e georreferenciados no inventário da arborização urbana no Setor Gleba Palhano.
Nota: os elementos amostrados se referem a tocos, covas, espaços disponíveis e árvores mortas em pé.
Fonte: Autoria própria.
38
Figura 6 – Elementos amostrados e georreferenciados no inventário da arborização urbana no Setor Centro Cívico.
Nota: os elementos amostrados se referem a tocos, covas, espaços disponíveis e árvores mortas em pé.
Fonte: Autoria própria.
39
5.2 CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE ARBÓREA
Dentre as 5.706 árvores amostradas nos setores, foram identificadas 142 espécies
(Tabela 2 e APÊNDICE A) sendo que novamente o Aeroporto apresentou o maior valor,
com 117 espécies, porém seu índice de diversidade de ShannonWiener foi levemente
maior no Centro Cívico (Tabela 1).
Tabela 2 – Relação das espécies amostradas, sua origem e frequência relativa em cada setor inventariado no município de Londrina, PR.
(continua)
Nome comum Origem Frequência relativa por setor (%)
Aeroporto Centro Cívico
Gleba Palhano
Oiti Alóctone 16,86(1) 9,79(1) 15,60(1) Ipêbranco Alóctone 4,77(1) 7,73(1) 14,42(1)
Quaresmeira Alóctone 4,69(1) 4,74(1) 9,27(1) Murta(2) Exótica 6,65(1) 6,00(1) 3,66(1)
Sibipiruna Autóctone 4,37(1) 3,71(1) 7,26(1) Ipêroxo Alóctone 3,24(1) 6,16(1) 6,33(1)
Patadevaca Exótica 4,29(1) 5,68(1) 4,89(1) Ligustro Exótica 5,53(1) 5,92(1) 2,83(1)
Ipêamarelo Autóctone 4,08(1) 3,47(1) 4,07(1) Resedá Exótica 2,68 3,08 5,05(1)
Cerejeira Exótica 3,20(1) 1,74 2,78 Hibisco Exótica 3,04 4,18(1) 1,03
Aroeira salsa Autóctone 3,08 2,92 1,49 Cássia Imperial Exótica 3,12 1,10 0,31
Escova de garrafa Exótica 1,88 1,74 1,49 Pitangueira Autóctone 1,84 2,37 1,08
Chapeu de sol Exótica 1,56 2,45 0,77 Palmeira(4) 1,88 0,39 1,39
Tipuana Exótica 2,12 0,47 0,93 Magnóliaamarela Exótica 1,32 2,21 0,51 Manacá da Serra Alóctone 1,32 1,66 0,67
Ipêrosa Autóctone 1,34 1,18 0,93 Canela do Ceilão Exótica 1,28 0,71 0,26
Goiabeira(2) Exótica/Naturalizada 1,08 0,32 0,62 Figueira Benjamina(3) Exótica 0,64 0,39 1,03
Mangueira(2) Exótica 0,56 1,58 0,31 IpêdeElSalvador Exótica 0,60 1,18 0,46
40
Tabela 2 – Relação das espécies amostradas, sua origem e frequência relativa em cada setor inventariado no município de Londrina, PR.
(continua)
Nome comum Origem Frequência relativa por setor (%)
Aeroporto Centro Cívico
Gleba Palhano
Árvore da China Exótica 0,16 0,39 1,03 “Citros”(5) Exótica 0,72 0,24 0,26 Figueira(6) E/N 0,24 1,26 0,10 Abacateiro Exótica 0,20 0,95 0,31 Flamboyant Exótica 0,40 0,63 0,21
Freixo Exótica 0,32 0,47 0,36 Amoreira Exótica 0,40 0,24 0,26
Ipêroxodesetefolhas Autóctone 0,32 0,47 0,15 Resedá Gigante Exótica 0,36 0,47 0,10
Romã Exótica 0,52 0,16 0,10 Mini Flamboyant Exótica 0,20 0,71 0,05 Pingodeouro Autóctone 0,20 0,32 0,26 Espirradeira Exótica 0,40 0,08 0,10 Jacarandá Exótica 0,20 0,39 0,15
Acerola Exótica 0,16 0,39 0,15 Ameixaamarela(2) Exótica 0,24 0,16 0,21
Grevilha(2) Exótica 0,20 0,39 0,10 Cróton Exótica 0,28 0,08 0,15
Eucalipto Exótica 0,04 0,16 0,41 Leucena(2) Exótica 0,04 0,24 0,31
Lichia Exótica 0,28 0,16 0,05 Tulipeira Exótica 0,20 0,16 0,15
Aroeira Pimenteira Autóctone 0,08 0,08 0,31 Leguminosa 0,08 0,24 0,21
Astrapeia Exótica 0,16 0,08 0,15 Atemoia/fruta do conde Nativa 0,20 0,16 0,05
Falso Barbatimão Autóctone 0,04 0,47 0,05 Ingá Nativa 0,12 0,08 0,21
Plátano Exótica 0,04 0,08 0,31 Ficuslira Exótica 0,04 0,32 0,10
Ipêdejardim(2) Exótica 0,16 0,08 0,10 Mirtácea sp1 0,12 0,16 0,10
Araçá Nativa 0,08 0,16 0,10 Jambolão(2) Exótica 0,08 0,16 0,05
Jambovermelho Exótica 0,12 0,08 0,05 Canelinha Autóctone 0,08 0,08 0,05
41
Tabela 2 – Relação das espécies amostradas, sua origem e frequência relativa em cada setor inventariado no município de Londrina, PR.
(continua)
Nome comum Origem Frequência relativa por setor (%)
Aeroporto Centro Cívico
Gleba Palhano
Pauferro Alóctone 0,04 0,16 0,05 Mussaenda Exótica 0,04 0,08 0,05 Mutamba Autóctone 0,04 0,08 0,05
Indeterminada 1 0,16 0,16 0,10 Pinheiro Exótica 0,20 0,08
Cerejeiradomato Autóctone 0,12 0,08 Jaqueira Exótica 0,04 0,24 Jatobá Alóctone 0,04 0,08
Manacádecheiro Autóctone 0,32 0,39 Melaleuca Exótica 0,04 0,16 Jasmim Exótica 1,04 0,87
Indeterminada 2 0,04 0,08 Graviola Cultivada 0,24 0,08
Jabuticabeira Alóctone 0,16 0,05 Alecrimdecampinas Autóctone 0,08 0,93
Mamoeiro Exótica 0,24 0,05 SantaBárbara Exótica 0,16 0,10
Figueira vermelha Exótica 0,04 0,21 Laurácea 0,16 0,05 Paubrasil Alóctone 0,16 0,05
Peroba Nativa 0,12 0,10 Fedegoso/Manduirana Alóctone 0,04 0,15
Damadanoite Exótica 0,04 0,10 Monguba Alóctone 0,32 0,15 Dedaleiro Autóctone 0,20 0,15
Árvoremastro Exótica 0,04 0,05 Cedro Autóctone 0,04 0,05
Flordecoral Exótica 0,04 0,05 Jamboamarelo Exótica 0,04 0,05
Jasmim da Venezuela Exótica 0,04 0,05 Pessegueiro Exótica 0,04 0,05
Ixoravermelha Exótica 0,12 Mamoneira(2) Cultivada 0,12
Urucum Autóctone 0,12 Árvorepolvo/ árvore
guardachuva /Scheflera Exótica 0,08
42
Tabela 2 – Relação das espécies amostradas, sua origem e frequência relativa em cada setor inventariado no município de Londrina, PR.
(continua)
Nome comum Origem Frequência relativa por setor (%)
Aeroporto Centro Cívico
Gleba Palhano
Cajueiro Alóctone 0,08 ChapeudeNapoleão Exótica 0,08
Clúsia Nativa 0,08 Frutapão Exótica 0,08
Uvaia Autóctone 0,08 Uvajaponesa(2) Exótica/Naturalizada 0,04
Jurubeba Nativa 0,04 Podocarpo 0,04 Primavera Nativa 0,04
Sacambu/Jacarandádolitoral Autóctone 0,04
PinheiroKauri Exótica 0,04 Moringa Exótica 0,04
Niim Exótica 0,04 Magnóliabranca Exótica 0,04
Dracenavermelha Exótica 0,04 Dracenamalaia Exótica 0,04 Cravodaíndia Exótica 0,04
Cipreste Exótica 0,04 Camélia Exótica 0,04 Cafeeiro Cultivada 0,04
Alfeneirodojapão Exótica 0,04 Coraçãodenegro Autóctone 0,32
Frutadesabiá Alóctone 0,32 LofanteradaAmazônia Alóctone 0,32
CabeleiradeVelho Exótica 0,24 Gardênia Exótica 0,24
Sapoti Cultivada 0,16 Vacum Autóctone 0,16
Viburnoperfumado Exótica 0,16 Pauformiga Alóctone 0,16
Aráliaelegante Exótica 0,16 Abricódapraia Exótica 0,08
Alfeneirodojapãoarbustivo Exótica 0,08
Azaleia Exótica 0,08 Baru Alóctone 0,08
43
Tabela 2 – Relação das espécies amostradas, sua origem e frequência relativa em cada setor inventariado no município de Londrina, PR.
(conclusão)
Nome comum Origem Frequência relativa por setor (%)
Aeroporto Centro Cívico
Gleba Palhano
Bicodepapagaio Exótica 0,08 Canafístula Autóctone 0,08
Cássia (flor rosa) 0,08 Cedroaustraliano (Toúna) Exótica 0,08
Dracenaarcoíris Exótica 0,08 Espinheirasanta 0,08 Falso Mangostão
/Bacupari 0,08
Indeterminada (arbusto) 0,08 Janaúba Exótica 0,08 Paineira Autóctone 0,08
Sapindácea sp1 0,08 Vochisiácea sp1 Nativa 0,08 Acáciamimosa Exótica 0,15
Leiteiro Nativa 0,10 Bicodepato sp1 Nativa 0,10
Coqueirodevênus Exótica 0,05 Algodãodobrejo Exótica 0,05
Algodoeiro Alóctone 0,05 Bicodepato sp2 Nativa 0,05
Caferana Exótica 0,05 Cafezeiro Autóctone 0,05
Fotínia Exótica 0,05 Gabiroba Autóctone 0,05
IngádeMetro Autóctone 0,05 Meliácea sp1 0,05
Pimentadajamaica Exótica 0,05 Tapiá Alóctone 0,05
Nota: (1) Dez espécies mais abundantes em cada setor; (2) Espécies exóticas invasoras que se encontram na lista do IAP e têm seu plantio proibido pelo PDAU; (3) Espécie de plantio proibido pelo PDAU (Lei nº 11.996/2013); (4) Espécie de plantio proibido pelo Decreto nº 305/2015); (5) Inclui pés de limão, laranja e outros cítricos; (6) Figueira não identificada e diferente das já reconhecidas e listadas. Fonte: Autoria própria.
Nos três setores as dez espécies mais abundantes representaram mais da
metade da comunidade arbórea, sendo 57,67% para o Aeroporto, 57,38% para o Centro
44
Cívico e 73,38% para a Gleba Palhano, neste caso indicando o uso predominante de
algumas espécies. Ainda, essas 10 espécies são praticamente comuns aos três setores,
visto que seu conjunto totaliza doze espécies (ver início da Tabela 1). Além disso,
verificouse que muitas espécies são exclusivas de um só lugar e/ou possuem somente
um exemplar representado na arborização.
O Oiti (Figura 7) foi a espécie mais abundante nos três setores, sendo que no
Aeroporto e na Gleba Palhano sua frequência (16,86% e 15,60%, respectivamente) está
acima do recomendado pela legislação municipal, que estabelece que “serão, no
máximo, 10% (dez por cento) da mesma espécie, 20% (vinte por cento) do mesmo gênero
e 30% (trinta por cento) da mesma família botânica” (LONDRINA, 2013).
O mesmo aconteceu com a segunda espécie mais abundante na Gleba Palhano,
o Ipêbranco (Figura 8) cuja frequência ficou em 14,42%, sendo que no Centro Cívico
nenhuma espécie ultrapassou o limite recomendado. Na Figura 9 e na Figura 10 é
possível observar a distribuição do Oiti e do Ipêbranco e compreender como o uso
excessivo de uma espécie pode contribuir de forma marcante para a perda da
diversidade, e merece a atenção da administração pública.
Cabe destacar que o Oiti tem seu plantio na área urbana de Londrina
recomendado pelo Decreto Municipal nº 305, de 12 de março de 2015 (LONDRINA,
2015). No entanto, sua ocorrência acima do recomendado pela literatura e pela legislação
merece a atenção de gestores, uma vez que seu plantio continuado pode provocar um
desequilíbrio na arborização.
O percentual máximo de 10% para ocorrência de uma espécie também é
observado em documentos como o Manual de Arborização Urbana elaborado pela
Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG, 2011) e no Plano Municipal de
Arborização Urbana de Andirá (PR) (ANDIRÁ, 2016). Por outro lado, o Guia de
Arborização de Campinas (CPFL ENERGIA, 2008) e o PDAU de Toledo (PR) (TOLEDO,
2012) estabelecem que esse percentual pode ser de até 15%.
45
Figura 7 – Exemplar de Oiti (Licania tomentosa) localizado no Setor Centro Cívico.
Fonte: Autoria própria.
Figura 8 – Exemplar de Ipêbranco (Tabebuia roseoalba) localizado no Setor Gleba Palhano.
Fonte: Autoria própria.
46
Figura 9 – Distribuição espacial do Oiti (Licania tomentosa) no Setor Aeroporto, atingindo 16,86% de frequência.
Fonte: Autoria própria.
47
Figura 10 – Distribuição espacial do Oiti (Licania tomentosa) e do Ipêbranco (Tabebuia roseoalba) no Setor Gleba Palhano com frequência acima de 10%.
Fonte: Autoria própria.
O predomínio do Oiti na arborização foi observado em Uberlândia/MG (SILVA et
al. 2002), Assis/SP (ROSSATTO; TSUBOY; FREI, 2008) e Jataí/GO (BARROS;
GUILHERME; CARVALHO, 2010), o que para Barros, Guilherme e Carvalho (2010),
demonstra que a espécie é amplamente difundida e aceita em determinadas regiões
brasileiras.
48
O fato de as dez espécies mais abundantes no presente estudo apresentarem
mais da metade da população é mais favorável se comparado com o trabalho de Mazioli
(2012), que observou que as cinco espécies com maior frequência representavam
67,65% do total nos bairros estudados em Cachoeiro do Itapemirim (ES). Além disso, nos
três setores as dez espécies mais abundantes representam mais da metade dos
indivíduos que compõem a arborização urbana.
Dentre as 142 espécies reconhecidas, apenas 55 são nativas (38,73%),
(autóctones e alóctones) e 87 (61,27%) são exóticas, sendo que 10 (7,04%) se encontram
na lista do IAP de espécies exóticas invasoras. Com isso, constatouse que há
praticamente o inverso das proporções determinadas no PDAU, visto que o inciso I do
Art. 24 estabelece o máximo de 30% de espécies exóticas.
O predomínio das espécies exóticas é observado em diversas cidades do país.
Silva (2005) quantificou 58,6% de espécies exóticas para Americana (SP), Paiva (2009)
encontrou 57,5% no município de Cosmópolis (PR), e Miranda e Carvalho (2009),
detectaram o predomínio de 64,4% de exóticas em Ponta Grossa (PR). A porcentagem
de exóticas chega a ser maior ainda em Senador Guiomard (AC), onde Maranho et al.
(2012) identificaram 11,7% espécies nativas e 88,3% exóticas.
Esses dados são preocupantes e evidenciam a necessidade do planejamento,
uma vez que a presença de espécies exóticas invasoras na arborização urbana pode
resultar em problemas relacionados à perda da biodiversidade e à modificação das
características naturais dos ecossistemas atingidos (ZILLER; 2001; ZILLER; ZENNI;
DECHOUM, 2007). Assim, é necessário buscar o equilíbrio entre nativas e exóticas e dar
preferência às espécies nativas na arborização urbana, como preconizam várias
publicações (PAIVA et al., 2010; LONDRINA, 2013; BARCELLOS et al., 2018; SAMPAIO
et al., 2019).
Também é importante frisar que a presença da Murta nos três setores deve ser
um alerta para a gestão municipal, pois é uma espécie exótica de ocorrência significativa,
chegando a ser a segunda espécie mais abundante no Setor Aeroporto (6,65%). Essa
espécie tem seu plantio, comércio, transporte e produção proibidos em todo o estado do
Paraná pela Lei estadual nº 15.953/2008 e de acordo com a legislação, o Governo do
49
Estado seria responsável por fiscalizar e elaborar um plano de erradicação de todos os
indivíduos da espécie, com sua devida substituição, plano este que deveria sido
concluído no prazo de 2 anos a partir da publicação da lei (PARANÁ, 2008), ou seja, em
2010.
Com relação ao Índice de ShannonWiener, Meneghetti (2003) ao analisar a
arborização urbana em ruas de Santos (SP) obteve um índice de Shannon para bairros
da orla marítima de Santos (SP) de 2,63 sendo que no total foram identificadas 65
espécies, distribuídas em 1.282 indivíduos. Já Bortoleto et al. (2007), em um estudo da
arborização viária do município Estância de Águas de São Pedro (SP), obtiveram um
índice de 3,90, para 161 espécies distribuídas em 3.654 indivíduos. Nesse estudo, os
autores também verificaram o predomínio de uma espécie, a Sibipiruna, com 13,66% de
ocorrência.
Rossatto, Tsuboy e Frei (2008) observaram que os valores do índice de Shannon
Wiener variaram de 2,31 a 2,86 para diferentes áreas na cidade de Assis (SP), onde
foram encontradas 54 espécies e 1.915 indivíduos arbóreos. Ainda, Raber e Rebelato
(2010) apresentaram um índice de 2,95 para a cidade de Colorado (RS) e Oliveira et al.
(2019) encontraram um índice de 3,40 para a Praça Centenário, Curitibanos (SC).
Os valores obtidos no presente estudo se aproximam do observado para a
Estância de Águas de São Pedro, com 161 espécies (BORTOLETO et al. 2007), o que
indica que os setores estudados apresentam uma comunidade arbórea bastante diversa,
decorrente, provavelmente, da influência da comunidade escolhendo a espécie a ser
plantada. O menor valor observado para a Gleba Palhano decorre da dominância de duas
espécies, o que contribui para diminuir a equabilidade e a diversidade (YARED; COUTO;
LEITE, 2000; GUREVITCH; SCHEINER; FOX, 2009).
5.2.1 Estrutura de tamanho da comunidade
Nos três setores observouse que mais da metade das árvores possuem menos
que 6,0 m de altura (Figura 11), limite que abriga as espécies de pequeno porte e os
jovens de espécies de médio e grande porte. No entanto, quando se analisa o tamanho
50
da árvore, em relação ao porte da espécie, observouse o predomínio de plantas de
grande porte (Tabela 3).
Figura 11 – Distribuição de frequência das classes de altura para as árvores amostradas por setor.
Fonte: Autoria própria.
Tabela 3 – Frequência relativa de indivíduos de acordo com o porte da espécie nos três setores inventariados.
Porte Frequência relativa por setor (%)
Aeroporto Centro Cívico Gleba Palhano Pequeno 21,87 22,42 13,90
Médio 29,76 30,70 41,09 Grande 45,37 44,75 42,74
Não categorizadas 3,00 2,13 2,27 Fonte: Autoria própria.
Com relação à distribuição da CAP (Figura 12), as estruturas observadas no
Aeroporto e no Centro Cívico foram bastante semelhantes, com cerca de 44% e 41% das
51
árvores nas duas primeiras classes de tamanho, 17% e 19% na maior, respectivamente.
Já na Gleba Palhano cerca de 54% das árvores se encontram nas Classes I e II e apenas
12% na maior classe, o que provavelmente se deve ao fato da arborização ser mais
recente, visto que a Gleba Palhano é um bairro ainda em expansão e,
consequentemente, possui uma arborização mais nova, com plantas de menor tamanho.
Figura 12 – Distribuição de frequência das classes de CAP para as árvores amostradas por
setor.
Fonte: Autoria própria.
A distribuição de altura do Oiti (Figura 13), a espécie mais abundante nos três
setores, mostrou que há o predomínio de árvores com altura menor que 6,0 m. Notouse,
ainda, que no Centro Cívico e na Gleba Palhano a árvore não chega a atingir 12,0 m de
altura. Esse dado pode estar atrelado ao fato de o Oiti representar 73,37% dos indivíduos
que sofrem com a topiaria e 18,57% dos que sofrem com a poda drástica. Além disso,
das árvores que possuem fiação elétrica em contato ou abaixo de sua copa, 15,50% são
52
Oiti. Nos três casos o Oiti corresponde à maior parte dos indivíduos que sofre com
práticas irregulares e de manutenção (ver em item 5.3 mais adiante).
Figura 13 – Distribuição de frequência das classes de altura para o Oiti (Licania tomentosa) nos três setores inventariados.
Fonte: Autoria própria.
Com relação ao CAP do Oiti (Figura 14), percebeuse uma distribuição diferenciada entre
os três setores. Enquanto na Gleba Palhano, cerca de 70% das plantas se encontram
nas duas menores classes de diâmetro, esse percentual varia entre 60 e 46% no
Aeroporto e Centro Cívico, respectivamente. Por outro lado, no Centro Cívico, 24% dos
Oitis se enquadram nas duas maiores classes de CAP, em proporção bem superior aos demais setores (10 e 4%, respectivamente).
53
Figura 14 – Distribuição de frequência das classes de CAP para o Oiti (Licania tomentosa) por setor.
Fonte: Autoria própria.
O PDAU estabelece que as mudas a serem implantadas na arborização urbana
devem ter uma altura mínima para plantio de 2,20 m. No entanto, registrouse plantas
com altura de cerca de 0,50 m e, no geral, essas representam arbustos incluídos na
arborização, assim como indivíduos com altura abaixo da recomendada (Tabela 4). Por
outro lado, as maiores árvores amostradas tiveram altura de 20 a 22 m, sendo que as
espécies representantes foram diferentes em cada setor (Tabela 4).
54
Tabela 4 – Espécies que apresentam valores máximos e mínimos para as variáveis altura e circunferência à altura do peito em cada setor.
Parâmetro Setor
Aeroporto Centro Cívico Gleba Palhano
Altura máxima (m) 22,00 20,00 20,00
Espécie SantaBárbara, Tipuana
Grevilha, IpêdeElSalvador
Leguminosa, Leucena
CAP máximo (m) 3,70 3,90 3,20
Espécie Flamboyant Pauerro Tulipeira
Altura mínima (m) 0,4 0,4 0,5
Espécie Pitangueira Pitangueira Ipêbranco, Manacá da serra
CAP mínimo (m) 0,03 0,02 0,03
Espécie Oiti, Cerejeira, Quaresmeira Oiti Oiti
Fonte: Autoria própria.
No trabalho de Rocha, Leles e Neto (2004), observouse a predominância de
árvores com menos de 6,00 m de altura, em vias públicas de Nova Iguaçu (RJ), o que
para os autores significa que as plantas são jovens. Em um estudo realizado em um
bairro de Patos (PB), Melo, Lira Filho e Júnior (2007), detectaram a maior ocorrência de
indivíduos com valores de altura inferiores a 5,00 m.
Milano (1984) destacou que as variáveis CAP, altura e diâmetro de copa, as quais
podem caracterizar o porte de árvores, são influenciadas pelo tratamento de poda. Dessa
forma é preciso considerar que, nos Setores Aeroporto e Centro Cívico, apesar do
predomínio das árvores estar na menor classe de altura (Classe I), a distribuição mais
equilibrada do CAP pode ser um indicativo de que boa parte das plantas estão tendo seu
tamanho reduzido por conta da prática de poda.
55
5.3 ASPECTOS FITOSSANITÁRIOS E DE MANUTENÇÃO
Com relação aos conflitos, de maneira geral, o setor Gleba Palhano apresentou
os menores valores para as irregularidades analisadas (Tabela 5). Foi observado que
nos três setores o número de árvores quebrando as calçadas (Figura 15) totalizou 1.476,
o que corresponde a 25,87% e ao incluir mortas em pé e tocos (árvores que foram
cortadas e que estavam quebrando a calçada anteriormente), esse valor chega a 26,15%,
com predomínio de ocorrência no Aeroporto (Tabela 5).
Tabela 5 – Percentual de ocorrência de árvores com irregularidades que demandam atenção em três setores do município de Londrina, PR, inventariadas em 2018.
Irregularidade Frequência de ocorrência por setor (%)
Aeroporto Centro Cívico Gleba Palhano Quebrando calçada 31,00 26,76 18,70 Presença de mureta 18,78 8,45 5,87 Área livre ausente 5,73 8,37 2,88
Cupim/broca/dano no caule 9,73 6,27 6,08 Poda drástica 3,84 3,47 2,73
Topiaria 3,04 2,37 4,17 Presença de gradil* 1,72 0,63 1,03
Nota: * presença de gradil quando o indivíduo já está estabelecido e há pouco espaço para a planta Fonte: Autoria própria.
Além disso, 12,09% das árvores amostradas possuíam muretas ao seu redor
(Figura 16), sendo que o maior percentual foi novamente registrado no Aeroporto e 5,35%
não possuíam área livre no seu entorno (Figura 17), sendo o maior percentual observado
no Centro Cívico (Tabela 5).
56
Figura 15 – Exemplar de Sibipiruna (Poincianella pluviosa) com área livre insuficiente e raízes quebrando a calçada.
Fonte: Autoria própria.
Figura 16 – Exemplos de irregularidades como muretas ao redor da árvore e plantio de Murta
(Murraya paniculata), espécie com plantio proibido pela legislação.
Fonte: Autoria própria.
57
Figura 17 – Exemplar de Chapeu de Sol (Terminalia catappa) com ausência de área livre para infiltração de água e com quebra de calçada aparente.
Fonte: Autoria própria.
Com relação aos danos físicos e aos aspectos fitossanitários, problemas como
presença de cupim, broca e/ou danos no caule foram detectados em 8,32% das árvores
nos três setores, sendo o maior percentual observado no Aeroporto (Tabela 5). Além
disso, a poda drástica (Figura 18) e a topiaria (Figura 19) que representam práticas
proibidas no PDAU, ocorreram em apenas 283 árvores (3,40%) nos três setores,
ocorrendo com maior frequência no Aeroporto para ambas situações, novamente.
Portanto, vale destacar que a prática realizada com maior frequência nos Oitis, conforme
mencionado anteriormente. Por fim, verificouse que apenas 1,24% das árvores possuem
gradil no seu entorno de forma a danificar os indivíduos (Tabela 5).
Todas as variações em termos dos percentuais apresentados para cada Setor
indicam que há a necessidade de diferentes abordagens junto à comunidade, de forma a
promover a conscientização e correção das irregularidades encontradas, visando
melhorar a saúde das árvores.
58
Figura 18 – Exemplo de poda drástica em uma árvore do Setor Centro Cívico.
Fonte: Autoria própria.
Figura 19 – Exemplo de topiaria realizada em uma árvore de Oiti (Licania tomentosa) nos
Setores Centro Cívico (A) e Gleba Palhano (B), respectivamente.
Fonte: Autoria própria.
A B
59
Os percentuais de árvores quebrando a calçada são elevados se comparados ao
apresentado por Mazioli (2012) em Cachoeiro do Itapemirim (ES), onde apenas 12,58%
dos indivíduos eram responsáveis por danos no passeio. Por outro lado, Batistel et al.
(2009), em um dos bairros de Quirinópolis (GO), observaram que 34,91% dos indivíduos
apresentaram algum problema com relação à quebra das calçadas e 20,75% destruíam
as mesmas.
No diagnóstico apresentado para a elaboração do Plano de Arborização Urbana
de Bom Sucesso do Sul (PR) foi constatada a existência de espécies cujo crescimento
de raízes acarretou em prejuízos ao passeio público, como consequência do
estrangulamento da muda pelo concreto (BOM SUCESSO DO SUL, 2018).
Nesse sentido é importante ressaltar que os danos físicos no meio também
podem implicar na inutilização dos passeios pelos pedestres, principalmente àqueles com
mobilidade reduzida e, consequentemente, esses podem ser forçados a andar com os
carros que transitam nas vias (MEIRELES; OLIVEIRA, 2017).
De modo geral o percentual de ocorrência de mureta ao redor da árvore foi menor
do que o valor apresentado por Santiago (2018), que detectou que 20,66% dos elementos
possuíam a estrutura, no município de Ivaté (PR). Já com relação à área livre, Silva et al.
(2008) apontaram que o manejo inadequado da arborização na área estudada em
Mariópolis (PR) era responsável por diversos problemas, entre eles o fato de a maioria
das árvores se encontrarem com áreas livres menores do que 1 m² e os levantamentos
e as rachaduras nas calçadas, serem provocados, principalmente por espécies de grande
porte.
Com relação aos danos físicos e aspectos fitossanitários, temse uma boa
indicação de que a população dos 3 setores é sadia. Melo, Lira Filho e Júnior (2007)
detectaram que 88,47% das árvores apresentavam boas condições fitossanitárias em um
bairro de Patos (PB) e vão ao encontro com os dados apresentados por Mazioli (2012),
que observou que uma elevada parcela dos indivíduos, 84,08%, apresentou problemas
dessa natureza em bairros de Cachoeiro Itapemirim (ES).
O percentual de indivíduos que sofreram com as práticas de poda drástica e
topiaria é baixo se comparado com o valor apresentado por Santos et al. (2015), onde
60
31,2% das árvores localizadas em vias públicas de Aracaju (SE) sofreram com a poda
drástica. Para Mazioli (2012), problemas em decorrência de podas mal feitas podem ser
uma resposta ao manejo inadequado, podendo a prática, inclusive, resultar na morte de
plantas ou ainda ser uma consequência da utilização de plantas que não se adaptaram
à região em que foram implantadas, reforçando que estas podem se tornar alvos do
ataque de pragas ou doenças.
Quanto ao gradil, autores como Silva et al. (2018) destacaram que 35% das
mudas plantadas em um bairro de Recife (PE) precisavam de gradil para sua
manutenção. Apesar de a utilização de um tutor como o gradil ser recomendada por
documentos como o Guia de Arborização de Campinas (CPFL ENERGIA, 2008) e o
Plano de Arborização Urbana de Itanhaém (SP) (ITANHAÉM, 2018), é preciso cuidados
com sua utilização, uma vez que a proteção de gradil deve garantir o adequado
desenvolvimento da planta (CPFL ENERGIA, 2008), sendo removido quando não mais
necessário. Dessa forma, podese dizer que o percentual de árvores com gradil na área
de estudo é um indício de que as diretrizes de arborização devem alcançar os munícipes,
principalmente no que diz respeito à manutenção das árvores.
É importante destacar que a ocorrência de podas drásticas e de topiaria,
construção de mureta e ausência de área livre no entorno da planta, assim como a não
retirada do gradil após cumprimento de sua função são indícios de que a população ainda
não está familiarizada com as instruções e normas para a arborização, o que aumenta
os obstáculos para a gestão municipal, inclusive no que se refere aos gastos com a
arborização.
5.4 PROPOSTA DE AÇÕES
Tendo em vista o diagnóstico para os parâmetros analisados, seguem algumas
propostas de manejo para adequação dos principais problemas encontrados na
arborização dos três setores estudados:
Diante da situação atual das espécies que compõem os ambientes
estudados, sugerese a substituição das plantas exóticas invasoras por nativas e também
61
daquelas que têm seu plantio proibido, com destaque à Murta que se encontra entre as
mais abundantes nos três setores. Com isso, esperase, também, contribuir para atingir
as proporções estabelecidas pelo PDAU quanto à origem das espécies;
Considerando os limites percentuais para a existência de indivíduos da
mesma espécie, sugerese a suspensão de novos plantios de Oiti no Aeroporto e na
Gleba Palhano, e de Ipêbranco na Gleba Palhano, assim como o planejamento para a
retirada de exemplares que estão em excesso, de acordo com a lei;
Uma vez que um dos objetivos do PDAU, de acordo com o art. 4º, inciso I é
“atingir e manter permanente densidade arbórea máxima sobre vias e áreas urbanas do
Município de Londrina” (LONDRINA, 2013), sugerese a utilização dos espaços
disponíveis para o plantio de novas árvores visando atender à legislação;
Recomendase a retirada de tocos tanto para garantir a acessibilidade
quanto para a utilização dos espaços disponibilizados após sua remoção;
Havendo a necessidade de remoção/substituição de uma grande
quantidade de árvores, recomendase a realização de audiências públicas para informe
da população, como é sugerido pelo Plano de Arborização Urbana de Bom Sucesso do
Sul (PR) (BOM SUCESSO DO SUL, 2018); e
Por fim, recomendase a implantação de programas para a sensibilização
da comunidade, envolvendo atividades de educação ambiental e arborização urbana,
explorando os benefícios que as árvores proporcionam no ambiente urbano uma vez que
de acordo com o diagnóstico apresentado no PDAU de Toledo (PR), muitos problemas
da arborização urbana são resultantes da intervenção da comunidade e, portanto, se
torna necessário formular e executar Programas de Conscientização Pública e Educação
Ambiental (TOLEDO, 2012).
62
6 CONCLUSÃO
Os três setores apresentaram valores semelhantes para os parâmetros
estudados, principalmente no que diz respeito à estrutura da comunidade arbórea, aos
tamanhos das árvores e às origens das espécies, reflexo de um modelo de arborização
sem um planejamento ou um programa atuante. Destacase o elevado número de
espécies em cada setor (mais de 100).
Detectouse a ocorrência de 2 espécies (Oiti e Ipêbranco) com a distribuição de
frequência acima do recomendado pelo PDAU de Londrina, fato que requer atenção da
gestão municipal, ainda mais considerando que essas espécies estão incluídas no
Decreto Municipal nº 305/15, que apresenta uma lista de espécies recomendadas para
plantio na área urbana do município.
A proporção de espécies nativas e exóticas se encontra bem acima do
determinado por lei e constatouse a ocorrência de espécies que têm seu plantio proibido
por legislações em diferentes níveis, com destaque à murta, que chega a ser a segunda
mais abundante no setor Aeroporto. Esses fatos corroboram a ideia de que o município
precisa estabelecer e colocar em prática um programa para sua erradicação.
Nos três setores, a maioria dos indivíduos possuem altura menor ou igual a 6,0
m, apesar de a maioria das espécies serem de grande porte. As práticas de poda e
topiaria contribuem, em parte, para este predomínio, principalmente em função da
topiaria no Oiti.
De forma geral, com relação aos aspectos fitossanitários, a comunidade
apresentase sadia. A ocorrência de práticas ilegais como implantação de mureta, poda
drástica e de topiaria evidencia a necessidade de aproximar a comunidade do PDAU.
A partir do presente trabalho foi possível evidenciar os problemas da arborização
urbana na área estudada, o que possibilitou a listagem de ações tendo em vista o manejo
da arborização urbana. Por mais que o município conte com o PDAU, percebese que os
conflitos ainda existem e considerando que os planos diretores devem ser revisados
periodicamente, foi possível perceber a importância do inventário e diagnóstico para esse
processo de replanejamento.
63
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDIRÁ. Lei nº 2.804, de 21 de setembro de 2016. Institui o Plano Municipal de Arborização Urbana de Andirá e dá outras providências. Andirá, PR. Disponível em: <https://andira.pr.gov.br/instances/6/uploads/documents/8263_9ac54fc3686e82ad420bee7b79e4e075ee0f9158.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2021. ARAÚJO, M. N. de; ARAÚJO, A. J. de. Arborização Urbana. Séries de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar. CREAPR: Curitiba, PR. 2016. Disponível em: <https://www.creapr.org.br/ws/wpcontent/uploads/2016/12/arborizacaourbana.pdf>. Acesso em: 01 dez. 2020. BARCELLOS, A. et al. Manual para elaboração do plano municipal de arborização urbana. 2. ed. Curitiba: Ministério Público do Estado do Paraná, 2018. 67 p. BARROS, E. F. S.; GUILHERME, F. A. G.; CARVALHO, R. dos S. Arborização urbana em quadras de diferentes padrões construtivos na cidade de Jataí. Revista Árvore, v. 34, n. 2, p. 287295, 2010. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S010067622010000200011>. Acesso em: 16 jan. 2021. BARROS, M. V. F.; VIRGILIO, H. Praças: espaços verdes na cidade de Londrina. Revista Geografia (Londrina), v. 12, n. 1, p. 533544, 2003. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.5433/24471747.2003v12n1p533>. Acesso em: 02 dez. 2020. BATISTEL, L. M. et al. Diagnóstico qualitativo e quantitativo da arborização urbana nos bairros Promissão e Pedro Cardoso, Quirinópolis, Goiás. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, v. 4, n. 3, p. 110129, 2009. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/revsbau/article/view/66426>. Acesso em: 16 jan. 2021. BIONDI, D.; ALTHAUS, M. Árvores de rua de Curitiba: cultivo e manejo. Curitiba: FUPEF, 2005. 177 p. BOLUND, P.; HUNHAMMAR, S. Ecosystem services in urban areas. Ecological economics, v. 29, n. 2, p. 293301, 1999. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/S09218009(99)000130>. Acesso em: 31 jul. 2020. BOM SUCESSO DO SUL. Plano Municipal de Arborização Urbana. Bom Sucesso do Sul, PR. 2018. 96p. Disponível em: <https://meioambiente.mppr.mp.br/arquivos/File/Plano_de_Arborizacao_Urbana_de_Bom_Sucesso_do_Sul.pdf>. Acesso em: 08 jan. 2021. BORTOLETO, S. et al. Composição e distribuição da arborização viária da estância de Águas de São PedroSP. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, v.
64
2, n. 3, p. 3246, 2007. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/revsbau/article/view/66327>. Acesso em: 20 dez. 2020. BRASIL, Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 jul. 2001. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1990. CECCHETTO, C. T.; CHRISTMANN, S. S.; OLIVEIRA, T. D. de. Arborização urbana: importância e benefícios no planejamento ambiental das cidades. In: XVI Seminário Internacional de Educação no Mercosul. Anais eletrônicos... Cruz Alta, RS, p. 113, 2014. Disponível em: <https://www2.ufrb.edu.br/petmataatlantica/images/PDFs/ARTIGOARBORIZACAOURBANAIMPORTANCIAEBENEFICIOSNOPLANEJAMENTOAMBIENTALDASCIDADES1.PDF>. Acesso em: 29 jul. 2020. CEMIG. Companhia Energética de Minas Gerais. Manual de arborização. Belo Horizonte: Cemig / Fundação Biodiversitas, 2011. 112. p. Disponível em: <http://www.cemig.com.br/ptbr/atendimento/Documents/Manual_Arborizacao_Cemig_Biodiversitas.pdf>. Acesso em: out. 2020. CPFL ENERGIA. Arborização urbana viária: aspectos de planejamento, implantação e manejo. Campinas, SP: CPFL Energia, 2008. 120 p. Disponível em: <https://www.rgers.com.br/energiassustentaveis/meioambiente/Documents/Guia_Arborização_Meio_Ambiente.pdf>. Acesso em 07 jan. 2021. COUTINHO, C. L.; LIMA, J. P. C. de. Métodos de amostragem para avaliação de arborização urbana. Revista Floresta e Ambiente, v. 4, p. 110116, 1997. Disponível em: <https://www.floram.org/journal/floram/article/588e2252e710ab87018b472c>. Acesso em: 29 jul. 2020. DANTAS, I. C.; SOUZA, C. M. C. de. Arborização urbana na cidade de Campina GrandePB: Inventário e suas espécies. Revista de Biologia e Ciências da Terra, v. 4, n. 2, 2004. Disponível em: <https://www.redalyc.org/pdf/500/50040205.pdf>. Acesso em: 24 nov. 2020. DELESPINASSE, C. F. B. et al. Cenário da arborização urbana nas maiores cidades do Estado do Paraná. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, v. 6, n. 3, p. 149171, 2011. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/revsbau/article/view/66480>. Acesso em: 10 dez. 2020. FLORA DO BRASIL, 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/>. Acesso em: 03 jan. 2021.
65
FRANÇA, M. S. de. Microclimas e suas relações com o uso do solo no entorno de duas escolas públicas na cidade de Cuiabá/MT. Revista Educação, Cultura e Sociedade. v.2, n.2, p.148161, jul./dez. 2012. Disponível em: <http://sinop.unemat.br/projetos/revista/index.php/educacao/article/view/751/710>. Acesso em: 27 jul. 2020. GONÇALVES W.; PAIVA, H. N. de. Árvores para o Ambiente Urbano. 2 ed. Viçosa: Aprenda Fácil, 2017. 271 p. GRISE M. M.; BIONDI, D.; ARAKI, H. A floresta urbana na cidade de Curitiba, PR. Revista Floresta, v. 46, n. 4, p. 425438, 2016. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/floresta/article/view/42212>. Acesso em: 30 jul. 2020. GUREVITCH, J.; SCHEINER, S. M.; FOX, G. A. Ecologia Vegetal. Porto Alegre: Artemed, 2009. 574p. IAP. Lista de espécies exóticas invasoras do Paraná. 2015. Disponível em: <http://www.iap.pr.gov.br/arquivos/File/PEEI_PR/Folder_Web_geral.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2020. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Panorama – Londrina. 2019. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pr/londrina/panorama>. Acesso em: 20 jul. 2020. IPPUL – Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina. Bairros e Regiões. 2013. Disponível em: <http://www1.londrina.pr.gov.br/dados/images/stories/Storage/ippul/mapas_tematicos/bairros_regioes_a4.pdf>. Acesso em: 03 dez. 2020. ITANHAÉM. Plano de Arborização Urbana de Itanhaém. 2018. Disponível em: <http://www2.itanhaem.sp.gov.br/wpcontent/uploads/2020/09/PlanodeArborizaçãodeItanhaém_2019.pdf>. Acesso em: 07 jan. 2021. LEAL, L. A influência da vegetação no clima urbano da cidade de Curitiba PR. 172 f. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal) Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2012. Disponível em: <http://www.floresta.ufpr.br/posgraduacao/defesas/pdf_dr/2012/t316_0358D.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2020. LIMA NETO, E. M. de et al. Arborização de ruas e acessibilidade no bairro centro de CuritibaPR. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, v. 5, n. 4, p. 4056, 2010. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/revsbau/article/view/66316>. Acesso em: 30 jul. 2020. LOBODA, C. R.; ANGELIS, B. L. D. de. Áreas verdes públicas urbanas: conceitos, usos e funções. Ambiência, v. 1, n. 1, p. 125139, 2005. Disponível em:
66
<https://revistas.unicentro.br/index.php/ambiencia/article/view/157>. Acesso em: 13 dez. 2020. LONDRINA. Lei nº 7.482, de 20 de julho de 1998. Institui o plano diretor do município de londrina e dá outras providências. Jornal Oficial do Município de Londrina, Londrina, PR, 20 jul. 1998. LONDRINA. Lei nº 10.637, de 24 de dezembro de 2008. Institui as diretrizes do Plano Diretor Participativo do Município de Londrina PDPML e dá outras providências. Jornal Oficial do Município de Londrina, nº 1047, Londrina, PR, 23 dez. 2008. LONDRINA. Lei nº 11.996, de 30 de dezembro de 2013. Institui o Plano Diretor de Arborização Urbana do Município de Londrina. Jornal Oficial do Município de Londrina, nº 2234, Londrina, PR, 30 dez. 2013. LONDRINA. Decreto nº 305, de 12 de março de 2015. Regulamenta a Lei nº 11.996, de 30 de dezembro de 2013 Institui o Plano Diretor de Arborização no Município de Londrina. Jornal Oficial do Município de Londrina, nº 2663, Londrina, PR. LONDRINA. Prefeitura de Londrina – A Cidade: Geografia. 2020a. Disponível em: <https://www1.londrina.pr.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1251&Itemid=4&limitstart=2>. Acesso em: 25 nov. 2020. LONDRINA. SIGLON Bairros. 2020b. Disponível em: <https://www.londrina.pr.gov.br/downloadssiglon>. Acesso em: 20 jul. 2020. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. 5. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. v. 1. 384 p. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do nativas do Brasil. 3 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2009a. vol. 2. 384 p. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 1 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2009b. vol. 3. 386 p. MACHADO, W.; COLAVITE, A. P.; STIPP, N. A. F. Avaliação de impactos ambientais através de interação na Gleba Palhano – LondrinaPR. In: X Encontro de Geógrafos da América Latina. Anais eletrônicos... São Paulo, SP. p. 82808295, 2005. Disponível em: <http://observatoriogeograficoamericalatina.org.mx/egal10/Teoriaymetodo/Metodologicos/08.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2021. MARANHO, A. S. et al. Levantamento censitário da arborização urbana viária de Senador Guiomard, Acre. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana,
67
v. 7, n. 3, p. 4456, 2012. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/revsbau/article/view/66532>. Acesso em: 15 jan. 2021. MARTINI, A.; BIONDI, D. Microclima e conforto térmico de um fragmento de floresta urbana em Curitiba, PR. Floresta e Ambiente, v. 22, n. 2, p. 182193, 2015. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/21798087.082114>. Acesso em: 30 dez. 2020. MAZIOLI, B. C. Inventário e diagnóstico da arborização urbana de dois bairros da cidade de Cachoeiro do Itapemirim, ES. 2012. 53f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Florestais) – Universidade Federal do Espírito Santo, Jerônimo Monteiro, 2012. Disponível em: <https://florestaemadeira.ufes.br/sites/florestaemadeira.ufes.br/files/field/anexo/tcc_bruno_collodetti_mazioli.pdf>. Acesso em: 05 dez. 2020. MEIRELES, A. O.; OLIVEIRA, A. G. Análise da arborização urbana de vias públicas no centro de MorrinhosGO. In: I Simpósio Interdisciplinar em Ambiente e Sociedade. Anais eletrônicos... Goiás, 2017. Disponível em: <https://www.anais.ueg.br/index.php/sias/article/view/12007>. Acesso em: 16 jan. 2021. MELO, R. R. de; LIRA FILHO, J. A. de; JÚNIOR, F. R. Diagnóstico qualitativo e quantitativo da arborização urbana no bairro Bivar Olinto, Patos, Paraíba. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, v. 2, n. 1, p. 6480, 2007. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/revsbau/article/view/66241>. Acesso em: 20 dez. 2020. MENDONÇA, F.; DANNIOLIVEIRA, I. M. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Texto, 2007. 206p. MENDONÇA, M das G.; LIMA, S. do C. Histórico da gestão ambiental no município de Uberlândia. Caminhos de Geografia. v. 1, n. 1, p. 817, 2000. Disponível em: <http://www.seer.ufu.br/index.php/caminhosdegeografia/article/view/15248 >. Acesso em 25 nov. 2020. MENEGHETTI, G. I. P. Estudo de dois métodos de amostragem para inventário da arborização de ruas dos bairros da Orla Marítima do Município de Santos, SP. 2003. 100f. Dissertação (Mestrado em Recursos Florestais). Escola Superior de Agricultura “Luiz de “Queiroz”, Piracicaba, SP, 2003. Disponível em: <https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde27112003100603/ptbr.php>. Acesso em: 20 dez. 2020. MILANO, M. et al. Arborização de vias públicas. 1. ed. Rio de Janeiro, 2000. 219 p. MILANO, M. S. Avaliação e análise da arborização de ruas de Curitiba PR. 1984. 154f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais). Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, 1984. Disponível em: <https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/40695/D%20%20MIGUEL%20SEREDIUK%20MILANO.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 29 jul. 2020.
68
MILANO, M. S. O planejamento da arborização, as necessidades de manejo e tratamentos culturais das árvores e ruas de Curitiba – PR. Revista Floresta, v. 17, 1987. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/floresta/article/view/6381/4578>. Acesso em: 29 jul. 2020. MILANO, M. S. Avaliação qualiquantitativa e manejo da arborização urbana: exemplo de Maringá PR. 1988. 136f. Tese (Doutorado em Ciências Florestais). Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, 1988. Disponível em: <https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/24817>. Acesso em: 29 jul. 2020. MIRANDA, T. O. de; CARVALHO, S. M. Levantamento quantitativo e qualitativo de indivíduos arbóreos presentes nas vias do bairro da Ronda em Ponta GrossaPR. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, v. 4, n. 3, p. 143157, 2009. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/revsbau/article/view/66436>. Acesso em: 15 jan. 2021. NICODEMO, M. L. F.; PRIMAVESI, O. Por que manter árvores na área urbana? Embrapa Pecuária SudesteDocumentos (INFOTECAE), 2009. Disponível em: <https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/82803/1/Documentos89.pdf>. Acesso em: 29 jul. 2020. NITSCHE, P. R. et al. Atlas Climático do Estado do Paraná. Instituto Agronômico do Paraná. Londrina, 2019. 210 p. Disponível em: <http://www.iapar.br/arquivos/File/zip_pdf/AtlasClimaticoPR.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2020. NOWAK, D. J. et al. Assessing urban forest effects and values: New York City's urban forest. US Department of Agriculture, Forest Service, Northern Research Station, 2007. Disponível em: <https://www.milliontreesnyc.org/downloads/pdf/ufore_study.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2020. NOWAK, D. J. Institutionalizing urban forestry as a “biotechnology” to improve environmental quality. Urban Forestry & Urban Greening, v. 5, n. 2, p. 93100, 2006. Disponível em: <https://www.fs.usda.gov/treesearch/pubs/15867>. Acesso em: 30 jul. 2020. NUCCI, J. C. Qualidade Ambiental e Adensamento Urbano: Um estudo de Ecologia e Planejamento da Paisagem aplicado ao distrito de Santa Cecília (MSP). 2. ed. Curitiba: O autor, 2008. 150 p. Disponível em: <https://tgpusp.files.wordpress.com/2018/05/qualidadeambientaleadensamentourbanonucci2008.pdf>. Acesso em: 16 jan. 2021. OLIVEIRA, J. D. de. et al. Diagnóstico da arborização da Praça Centenário, Curitibanos, Santa Catarina, Brasil. Acta Biológica Catarinense, v. 6, n. 3, p. 2336, 2019.
69
Disponível em: <https://pdfs.semanticscholar.org/f3fe/c2edac15d9fcdca30ad165d8991ab0c36579.pdf>. Acesso em: 20 dez. 2020. PAIVA, A. V. de. et al. Inventário e diagnóstico da arborização urbana viária de Rio Branco, AC. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, v. 5, n. 1, p. 144159, 2010. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/revsbau/article/view/66256>. Acesso em: 21 dez. 2020. PAIVA, A. V. de. Aspectos da arborização urbana do Centro de Cosmópolis–SP. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, v. 4, n. 4, p. 1731, 2009. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/revsbau/article/view/66446>. Acesso em: 15 jan. 2021. PARANÁ. LEI Nº 15.953 de 24 de setembro de 2008. Proíbe o plantio, comércio, transporte e produção da planta Murta (Murraya paniculata), por ser vegetal hospedeiro da bactéria Candidatus liberibacter ssp., disseminada pelo inseto vetor Diaphorina citri, transmissor da praga denominada Huanglongbing (HLB Greening). Diário Oficial do Estado. Curitiba, PR, 24 set. 2008. PARANÁ. Portaria IAP nº 059, de 15 de abril de 2015. Reconhece a Lista Oficial de Espécies Exóticas Invasoras para o Estado do Paraná, estabelece normas de controle e dá outras providências. Curitiba, PR. Disponível em: <http://www.iap.pr.gov.br/arquivos/File/Lista_invasoras_PR_corrigida_set_2015.pdf>. Acesso em: 04 dez. 2020. PHILLIPS, L. F. Implementing a street tree inventory and planning system. Weeds, Trees and Turf, v. 18, n. 12, p. 1823, 1979. Disponível em: <https://archive.lib.msu.edu/tic/wetrt/article/1979dec18.pdf>. Acesso em: 29 jul. 2020. PORTO, L. R.; BATISTA, L. F. A.; FARIA, P. C. L. Georreferenciamento da Arborização Urbana em LondrinaPR. In: ANAIS DO XIX SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO, Santos, 2019. Anais eletrônicos... São José dos Campos: INPE, 2019. p. 13031306. Disponível em: < https://proceedings.science/sbsr2019/papers/georreferenciamentodaarborizacaourbanaemlondrinapr>. Acesso em: 03 dez. 2020.
RABER, A. P.; REBELATO, G. S. Arborização viária do município de Colorado, RSBrasil: análise qualiquantitativa. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, v. 5, n. 1, p. 183199, 2010. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/revsbau/article/view/66260>. Acesso em: 28 jul. 2020. ROCHA, R. T. da; LELES, P. S. S.; NETO, S. N. de O. Arborização de vias públicas em Nova Iguaçu, RJ: o caso dos bairros Rancho Novo e Centro. Revista Árvore, Viçosa
70
MG, v. 28, n. 4, p. 599607, 2004. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/rarv/v28n4/22609>. Disponível em: <29 jul. 2020> ROSSATTO, D. R.; TSUBOY, M. S. F.; FREI, F. Arborização urbana na cidade de AssisSP: uma abordagem quantitativa. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, v. 3, n. 3, p. 116, 2008. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/revsbau/article/view/66359>. Acesso em: 20 dez. 2020. ROSSETTI, A. I. N; PELLEGRINO, P. R. M.; TAVARES, A. R. As árvores e suas interfaces no ambiente urbano. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, v. 5, n. 1, p. 124, 2010. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/revsbau/article/view/66231>. Acesso em: 02 jan. 2021. SAMPAIO, A. C. F.; ANGELIS, B. L. D. de. Inventário e análise da arborização de vias públicas de MaringáPR. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, v. 3, n. 2, p. 3757, 2008. Disponível em: <https://core.ac.uk/download/pdf/328080038.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2020. SAMPAIO, M. B. et al. Plano de Gestão da Arborização Urbana – PGAU. Maringá, PR. 2019. 179 p. Disponível em: <http://www2.maringa.pr.gov.br/sistema/arquivos/9766d9d24016.pdf>. Acesso em: 14 jan. 2021. SANCHES, P. M.; COSTA, J. A. da.; SILVA FILHO, D. F. da. Análise comparativa dos planos diretores de arborização enquanto instrumento de planejamento e gestão. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, v. 3, n. 4, p. 5374, 2008. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/revsbau/article/view/66373>. Acesso em: 15 jan. 2021. SANESI, G.; GALLIS, C.; KASPERIDUS, H. D. Urban forests and their ecosystem services in relation to human health. In: Forests, trees and human health. Springer, Dordrecht, 2011. p. 2340. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/251099297_Urban_Forests_and_Their_Ecosystem_Services_in_Relation_to_Human_Health>. Acesso em: 01 jan. 2021. SANTIAGO, A. F. Levantamento da arborização da área central do município de Ivaté – PR. 2018. 35. Monografia (Especialização em Gestão Ambiental em Municípios). Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2018. Disponível em: <http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/15565>. Acesso em: 20 dez. 2020. SANTOS, C. Z. A. dos. et al. Análise qualitativa da arborização urbana de 25 vias públicas da cidade de AracajuSE. Ciência Florestal, v. 25, n. 3, p. 751763, 2015. Disponível em: <https://doi.org/10.5902/1980509819678>. Acesso em: 15 jan. 2021.
71
SÃO PAULO. Plano Municipal de Arborização Urbana – PMAU. São Paulo, 2020. 528 p. Disponível em: <https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/meio_ambiente/arquivos/pmau/PMAU_texto_final.pdf>. Acesso em: 16 jan. 2021. SILVA, A. G. da.; PAIVA, H. N. de; GONÇALVES, W. Avaliando a Arborização Urbana. 2. ed. Viçosa: Aprenda Fácil, 2017. 296 p. SILVA, E. M. da. et al. Estudo da arborização urbana do bairro Mansour, na cidade de UberlândiaMG. Caminhos de Geografia, v. 3, n. 5, p. 7383, 2002. Disponível em: <http://www.seer.ufu.br/index.php/caminhosdegeografia/article/view/15291>. Acesso em: 15 jan. 2021. SILVA, L. A. C. da. et al. Análise qualiquantitativa da composição arbórea do bairro da Encruzilhada, Recife (Brasil). Revista Brasileira de Meio Ambiente, v. 4, n. 1, p. 199206, 2018. Disponível em: <https://www.revistabrasileirademeioambiente.com/index.php/RVBMA/article/view/119>. Acesso em: 15 jan. 2021. SILVA, L. F. da. Situação da arborização viária e proposta de espécies para os bairros Antônio Zanaga I e II, da cidade de Americana/SP. 2005. 80 p. Dissertação (Mestrado em Agronomia). Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP, 2005. Disponível em: <https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11136/tde11012006155546/ptbr.php>. Acesso em: 15 jan. 2021. SILVA, L. M. et al. Inventário da arborização em duas vias de Mariópolis/PR. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, v. 3, n. 1, p. 3653, 2008. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/revsbau/article/view/66243>. Acesso em: 20 dez. 2020. SILVA FILHO, D. F. da. et al. Banco de dados relacional para cadastro, avaliação e manejo da arborização em vias públicas. Revista Árvore, v. 26, n. 5, p. 629642, 2002. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S010067622002000500014>. Acesso em: 29 jul. 2020. SMILEY, E. T.; BAKER, F. A. Options in street tree inventories. Journal of Arboriculture. v. 14, n. 2, p. 3642, 1988. Disponível em: <https://www.researchgate.net/profile/Fred_Baker2/publication/237758568_OPTIONS_IN_STREET_TREE_INVENTORIES/links/00b7d52b0b9bb58728000000/OPTIONSINSTREETTREEINVENTORIES.pdf>. Acesso em: 29 jul. 2020. TOLEDO. Plano Diretor de Arborização Urbana – PDAU. Toledo, PR. 2012. 133p. Disponível em: <https://www.toledo.pr.gov.br/sites/default/files/planodearborizacaotoledo.pdf>. Acesso em: 08 jan. 2021.
72
YARED, J. A. G.; COUTO, L.; LEITE, H. G. Diversidade de espécies em florestas secundária e primária, sob efeito de diferentes sistemas silviculturais, na Amazônia Oriental. Embrapa Amazônia OrientalArtigo em periódico indexado (ALICE), 2000. Disponível em: <https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/173666/1/Diversidadesdeespecies.pdf>. Acesso em: 23 jan. 2021. ZILLER, S. R. Os processos de degradação ambiental originados por plantas exóticas invasoras. Ciência Hoje, v. 30, 2001. Disponível em: <http://institutohorus.org.br/download/artigos/Ciencia%20Hoje.pdf>. Acesso em: 03 jan. 2021. ZILLER, S. R.; ZENNI, R. D.; DECHOUM, M. de S. Espécies exóticas invasoras na arborização urbana: problemas e soluções. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARBORIZAÇÃO URBANA, XI. 2007. p. 18. Disponível em: < https://www.researchgate.net/profile/Silvia_Ziller/publication/282125720_Especies_exoticas_invasoras_na_arborizacao_urbana/links/5603f3ae08ae596d2592172f.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2021.
73
APÊNDICE A - LISTA COM TODAS AS ESPÉCIES AMOSTRADAS NA
ARBORIZAÇÃO URBANA NOS TRÊS SETORES ESTUDADOS
Nome comum Nome científico
Abacateiro Persea indica Abricódapraia Mimusops coriacea Acáciamimosa Acacia podalyriifolia
Acerola Malpighia glabra Alecrimdecampinas Holocalyx balansae
Alfeneirodojapão Ligustrum japonicum Alfeneirodojapãoarbustivo Ligustrum japonicum
Algodãodobrejo Hibiscus tiliaceus Algodoeiro Heliocarpus popayanensis
Ameixaamarela Eriobotrya japonica Amoreira Morus nigra
Araçá Psidium sp Aráliaelegante Dizygotheca elegantissima
Aroeira Pimenteira Schinus terebinthifolia Aroeira salsa Schinus molle
Árvore da China Koelreuteria bipinnata Árvoremastro Polyalthia longifolia
Árvorepolvo/ árvore guardachuva /Scheflera Schefflera actinophylla
Astrapeia Dombeya wallichii Atemoia/fruta do conde
Azaleia Rhododendron simsii Baru Dipteryx alata
Bico de Papagaio Euphorbia pulcherrima Bico de Pato 1 Machaerium sp 1 Bico de Pato 2 Machaerium sp 2
Cabeleira de Velho Euphorbia leucocephala Café Coffea arabica
Caferana Bunchosia armeniaca Cafezeiro Casearia sylvestris Cajueiro Anacardium occidentale Camélia Camellia sinensis
Canafístula Peltophorum dubium Canela do Ceilão Cinnamomum zeylanicum
Canelinha Nectandra megapotamica
74
Nome comum Nome científico
Cássia Imperial Cassia fistula Cassia sp (flor rosa) Cassia sp (flor rosa)
Cedro Cedrela fissilis Cedroaustraliano (Toúna) Toona ciliata
Cerejeira Prunus spp Cerejeira do mato Eugenia involucrata
Chapeu de Napoleão Thevetia thevetioides Chapeu de sol Terminalia catappa
Cipreste Gimnosperma "Citros" Citrus spp Clusia Clusia sp
Coqueirodevênus Dracaena fragrans Coraçãodenegro Poecilanthe parviflora
Cravodaíndia Syzygium aromaticum Cróton Codiaeum variegatum
Damadanoite Cestrum sp Dedaleiro Lafoensia pacari
Dracenaarcoíris Dracaena marginata Dracenavermelha Cordyline fruticosa
Dracenamalaia Dracaena reflexa Escova de garrafa Callistemon viminalis Espinheirasanta Maytenus sp
Espirradeira Nerium oleander Eucalipto Eucalyptus sp
Falso Barbatimão Cassia leptophylla Falso Mangostão /Bacupari Garcinia sp
Fedegoso/Manduirana Senna macranthera Ficuslira Ficus lyrata Figueira Ficus spp
Figueira Benjamina Ficus benjamina Figueira vermelha Ficus auriculata
Flamboyant Delonix regia Flordecoral Jatropha multifida
Fotínia Photinia x fraseri Freixo Fraxinus americana
Frutadesabiá Acnistus arborescens Frutapão Artocarpus altilis Gabiroba Campomanesia xanthocarpa Gardênia Gardenia jasminoides
75
Nome comum Nome científico
Goiabeira Psidium guajava Graviola Annona muricata Grevilha Grevillea robusta Hibisco Hibiscus sp
Indeterminada (arbusto) Indeterminada 1
Ingá Inga sp Ingádemetro Inga edulis Ipêamarelo Handroanthus chrysotrichus Ipêbranco Tabebuia roseoalba
IpêdeElSalvador Tabebuia pentaphylla Ipêdejardim Tecoma stans
Ipêrosa Handroanthus impetiginosus Ipêroxo Handroanthus avellanedae
Ipêroxodesetefolhas Handroanthus heptaphyllus Ixoravermelha Ixora sp Jabuticabeira Plinia cauliflora
Jacarandá Jacaranda mimosifolia Jamboamarelo Syzygium jambos
Jambolão Syzygium cumini Jambovermelho Syzygium malaccense
Janaúba Euphorbia umbellata Jaqueira Artocarpus heterophyllus Jasmim Plumeria rubra
Jasmim da venezuela Plumeria pudica Jatobá Hymenaea courbaril
Laurácea Lauraceae Leguminosa Fabaceae
Leiteiro Tabernaemontana sp Leucena Leucaena leucocephala
Lichia Litchi chinensis Ligustro Ligustrum lucidum
LofanteradaAmazônia Lophantera lactescens Magnóliaamarela Magnolia champaca Magnóliabranca Magnolia grandiflora
Mamoeiro Carica papaya Mamoneira Ricinus communis
Manacá da Serra Tibouchina mutabilis
76
Nome comum Nome científico
Manacádecheiro Brunfelsia uniflora Mangueira Mangifera indica Melaleuca Melaleuca leucadendra Meliácea Meliacaeae
Mini Flamboyant Caesalpinia pulcherrima Mirtácea Myrtaceae Monguba Pachira aquatica Moringa Moringa oleifera Murta Murraya paniculata
Mussaenda Mussaenda sp Mutamba Guazuma ulmifolia
Niim Azadirachta indica Oiti Licania tomentosa
Paineira Ceiba speciosa Palmeira Arecaceae
Patadevaca Bauhinia sp Paubrasil Paubrasilia echinata Pauferro Libidibia ferrea var. leiostachya
Pauformiga Triplaris americana Peroba Aspidosperma sp
Pessegueiro Prunus persica Pimentadajamaica Pimenta dioica
Pingodeouro Duranta erecta Pinheiro Gimnosperma
PinheiroKauri Agathis robusta Pitangueira Eugenia uniflora
Plátano Platanus acerifolia Podocarpo Podocarpus sp Primavera Bougainvillea sp
Quaresmeira Tibouchina granulosa Resedá Lagerstroemia indica
Resedá Gigante Lagerstroemia speciosa Romã Punica granatum
Sacambu/Jacarandádolitoral Platymiscium floribundum SantaBárbara Melia azedarach
Sapindácea Sapindaceae Sapoti Manilkara zapota
Sibipiruna Poincianella pluviosa Solanum Solanum spp
77
Nome comum Nome científico
Tapiá Alchornea sp Tipuana Tipuana tipu Tulipeira Spathodea campanulata Urucum Bixa orellana
Uvajaponesa Hovenia dulcis Uvaia Eugenia pyriformis
Vacum Allophylus edulis Viburnoperfumado Viburnum odoratissimum
Vochisiácea Vochysiaceae
78
ANEXO A - MODELO DA PLANILHA UTILIZADA NO INVENTÁRIO DA ARBORIZAÇÃO URBANA
Lado: Digitado por:
Rua mapeada: Rua de cruzamento início: Rua de cruzamento final:
Cup
im
Nome C
omum
Ref
. do
end.
Rua
Alt.
Fus
te
Áre
a liv
re
CA
P (m
)
Fiaç
ão
Por
te
n. R
amos
Dis
tânc
ia(m
)
Núm
ero
Científi
co
Ori
gem
Cal
çada
(m)
Dan
o ca
ule
Cau
le in
clin
ado
Rai
z qu
ebra
ndo
Pos
te
Mur
eta
Topi
arai
a
Pod
a dr
ástic
a
Gra
dil
Bro
ca
Alt.
Tot
al
Recommended