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Diário do Professor 25 e 27 de Novembro
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DIÁRIO DO PROFESSOR (25 2 27 DE NOVEMBRO)
Como rotina já pré-estabelecida, a aula de quarta-feira
iniciou-se com a discussão do Plano do Dia assim como a execução
das tarefas.
No Ler, Mostrar e Contar houve duas apresentações que me
atraíram mais. O D., que é um aluno que tem algumas
limitações na leitura e na escrita, apresentou um tipo de texto
diferente daqueles que habitualmente são apresentados.
Apresentando um relato do dia-a-dia, nesta apresentação
podemos ver uma evolução na Língua Portuguesa .
A A. R. levou uma foto da avó e contou algumas histórias
acerca desta. O que mais me cativou foi o facto de a aluna não
ter utilizado nenhum suporte escrito para narrar as histórias.
Nos comentários, foi-lhe sugerido que passasse essas histórias
para papel para podê-las recordar para sempre.
Na Língua Portuguesa foi distribuída uma ficha de trabalho
que continha o texto trabalhado na aula anterior, “O Coração
do Mundo”. Nesta ficha os alunos tinham que preencher duas
colunas, uma com nomes e outra com adjectivos. Para o
preenchimento das mesmas a professora relembrou-lhes as
diferenças entre nomes e adjectivos. Outro exercício foi a
ilustração do planeta “o Coração do Mundo”, assim como uma
lista de adjectivos que o personificasse. Este exercício, que à
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partida parece pouco relevante, é bastante importante, pois
permite que nos apercebamos como é que os alunos interpretam
aquilo que lêem.
Na Matemática Colectiva , foi-lhes distribuída uma ficha de
trabalho com três situações problemáticas. Como sempre, a
professora relembrou-lhes que podiam utilizar a estratégia com
a qual se sentiam mais à vontade para resolver os problemas,
utilizando os auxiliares que quisessem. O que era pretendido
com estes exercícios era uma introdução à multiplicação.
Enquanto os alunos resolviam a ficha, fomos circulando pela
sala com o intuito de os ajudarmos. Nenhum aluno teve
dificuldade na resolução deste exercício, mas nem todos
utilizaram a multiplicação como forma de resolução. Como os
alunos usavam somas sucessivas, a professora Sofia dizia-lhes
que, por exemplo, 3+3+3+3 era igual a 4x3.
A B. M. e o D. foram resolver o primeiro problema: “O
Henrique e os amigos estão a fazer colecção de cromos de cães.
Cada saqueta tem três cromos. Se o Henrique tiver quatro
saquetas, quantos cromos tem?” Estes alunos resolveram o
exercício usando somas sucessivas, 3+3+3+3=12. A professora
disse-lhes que também poderia ser 4x3=12.
A C. e o H. foram resolver o segundo problema: “E se cada
saqueta tivesse 2 cromos, quantos cromos teria o Henrique?” Estes
responderam que o resultado seria 2+2+2+2=8 ou 4x2=12. A
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professora perguntou-lhes porque é que seria 4x2, ao que estes
responderam que o 2 aparecia 4 vezes. A L., a A. R. e o H. foram
resolver o terceiro problema: “Na sala da pré da escola da
Susana estiveram a substituir as rodas dos 5 triciclos. Quantas
rodas substituíram?” A sua resposta foi 3+3+3+3+3=15 ou
5x3=15.
Na minha opinião, esta forma de trabalhar é bastante
significativa para os alunos, pois apesar de nem todos terem
recorrido logo à multiplicação para resolverem os problemas,
viram que esta era uma forma muito mais rápida de chegar ao
resultado final, assimilando que esta não é mais do que somas
sucessivas.
No tempo de Trabalho de Projecto , como nas anteriores
semanas, estive a trabalhar com o grupo que tinha o projecto dos
egípcios. Este grupo já estava na fase final do seu projecto, por
isso ajudei-os a preparar a sua apresentação. Devo dizer que este
trabalho foi bastante aprazível, pois a distribuição das tarefas
fez-se sem nenhuma discussão e todos trabalharam
harmoniosamente.
Depois do almoço, no Tempo de Estudo Autónomo , trabalhei com
o J.. No seu PIT a única coisa que lhe faltava fazer era escrever
um texto, assim sendo ajudei-o na construção do mesmo. Para
isso utilizámos os cartões de imagens. Para mim foi uma
agradável surpresa a forma como este texto foi elaborado, pois
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para além da enorme imaginação do J., este não demonstrou
quase nenhuma dificuldade na escrita do mesmo. Este aluno
não deu erro quase nenhum e tem uma caligrafia bastante
cuidada. Em conversa com a professora Sofia esta disse-nos que a
mãe do aluno trabalha muito em casa com ele e que este era o
único aluno que levava o PIT para casa.
O Conselho de Cooperação de sexta-feira, decorreu nos mesmos
moldes dos anteriores. Primeiro foram discutidas as tarefas. É
engraçado como os alunos são bastante sinceros, pois são capazes
de admitir que não executaram as suas tarefas da melhor
maneira. A professora chamou à atenção o facto de o D. nesta
semana ter escrito muitas vezes na coluna do Não Gostei , dizendo
que talvez ele não estivesse muito bem-disposto por isso é que
não aceitava tão bem as brincadeiras dos colegas. A professora
disse-lhes que tinham que ser mais tolerantes e questionou-os
acerca do facto de admitirem as brincadeiras a uns e não as
admitirem a outros. Neste Conselho surgiu uma proposta
interessante, o de fazer um registo para a mala das histórias. É
curiosa a necessidade que os alunos sentem para registar tudo
aquilo que fazem.
Na reunião que fazemos com a professora, estivemos a falar
sobre o ditado. Esta alertou-nos para o facto do ditado colectivo
ser prejudicial. Quando um professor faz um ditado colectivo,
não se apercebe do erro no momento, só mais tarde quando é
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corrigido. O importante no ditado não é saber quantos erros
aquele aluno deu e trabalhá-los mais tarde, mas sim trabalhá-
los no momento. Para isso o melhor é o ditado individual, pois o
professor estando a ditar para um aluno em particular,
apercebesse no preciso momento do erro cometido podendo
trabalhá-lo de imediato.
Outro assunto discutido na reunião foi o PIT . Este
instrumento (…)” permite a cada um trabalhar segundo as
necessidades que progressivamente vai consciencializando na
interacção com os outros, de modo a progredir no currículo [e
que] possibilita a cada aluno a gestão efectiva do seu percurso e
dá-lhe a dimensão da sua participação em toda a vida da
turma ao longo da semana” (…) (Santana, 1999).
Sendo o PIT um instrumento de trabalho individual,
permite uma diferenciação pedagógica, assim nem todos os
alunos têm que trabalhar a mesma actividade, mas sim aquilo
que realmente precisam. Claro que o professor tem um papel
fundamental neste processo, pois deverá orientar, de alguma
forma, o aluno para as suas dificuldades.
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