DO ATLETA PROFISSIONAL DE FUTEBOL Apresentação: Cléverson Elizabete

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DO ATLETA PROFISSIONA

L DE FUTEBOL

Apresentação:CléversonElizabete

As práticas esportivas remontam às mais primitivas civilizações (maias, incas e egípcios) possuindo, muitas vezes, cunho religioso. Na antigüidade, elas ganharam importância na Grécia e, na Idade Média, reapareceram de forma selvagem, transformando-se até mesmo em batalhas campais, o que levou Eduardo II, em 1314 e Eduardo III, em 1349, a proibirem sua prática.

No que tange especificamente ao futebol, existem relatos chineses sobre uma prática militar parecida com ele, já em 2500 anos a.C. O Egito antigo e a Grécia também revelam, através de suas pinturas, jogos semelhantes ao futebol.

No Brasil, esse esporte chegou, segundo alguns, em 1878, com os tripulantes do navio Criméia que, ao desembarcarem no Rio de Janeiro, disputaram uma partida. Segundo outros autores, a introdução do futebol no Brasil ocorreu em 1884, através de Charles Miller, filho de ingleses que, ao retornar da Inglaterra, onde estudou, trouxe bolas, uniformes de futebol, bomba de encher a bola e a agulha1.

A aposentadoria diferenciada para o atleta profissional de futebol, assim como a do jornalista, foi extinta com a MP nº 1.523, convertida na Lei 9.528, de 10 de dezembro de 1997.

Este benefício era concedido com base na Lei nº 5.939, de 19 de novembro de 1973 e previa a aposentadoria por tempo de serviço àquele que tivesse praticado, com vínculo empregatício e remuneração, em associação desportiva integrada ao sistema desportivo nacional, a modalidade de futebol.

A comprovação da condição de atleta profissional de futebol era feita por meio da carteira de atleta ou CTPS do atleta profissional de futebol, contendo os seguintes dados:

I – identificação e qualificação do atleta;II – denominação da associação empregadora e respectiva federação;III – data de início e término do contrato de trabalho;IV – número de registro no Conselho Superior de Desportos ou na Confederação ou no Conselho Regional de Desportos ou Federação;V – remuneração e respectivas alterações.

A partir da promulgação da Lei 6.354/76, o jogador profissional de futebol passou a ser considerado empregado celetista.

O atleta que praticar o futebol, em caráter profissional, é considerado empregado da associação desportiva que se utilizar de seus serviços mediante salário e subordinação jurídica.

Os componentes salariais estão inseridos no art. 457, § 1º, da CLT, aplicável subsidiariamente ao atleta.

Art.457. Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.

§1º. Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador. (...)

Antes disso, entretanto, a condição de segurado obrigatório da Previdência Social já era garantida ao jogador profissional de futebol, uma vez que, exercendo atividade remunerada, estava incluído no regime da Lei 3.807/60 (Lei Orgânica da Previdência Social).

No que tange a Lei 6.354 DE 2 DE SETEMBRO DE 1976, Essa lei dispõe sobre as relações de trabalho do atleta profissional de futebol e dá outras providências.Seus pontos mais importantes são:

I - Considera-se empregador a associação desportiva que mediante qualquer modalidade de remuneração utilize dos serviços de atletas profissionais de futebol na forma definida na lei.

II – Considera-se empregador, o atleta que praticar o futebol sob a subordinação de empregador, mediante remuneração e contrato.

III – Os contratos de trabalho do atleta devem ser celebrados por escrito e conter todas as suas qualificações, prazo de vigência que não poderá ser inferior a três meses e superior a dois anos, remuneração especificada, sendo que os contratos serão devidamente registrados no Conselho Regional de Desportos e inscritos nas entidades desportivas de direção regional na respectiva confederação.

IV- Aos atletas profissionais de futebol aplicar-se-á as normas gerais da legislação do trabalho e da previdência social, exceto naquilo que forem incompatíveis com as disposições da lei (Art.28).

A Lei 9528, a qual vigora, revogou o art.22 da Lei 8212/91 constando o seguinte:

“Art.22................................................................................................................................................

I - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa.

II - para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, conforme dispuser o regulamento, nos seguintes percentuais, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:............................................................................................................................................................

§ 2º (VETADO)............................................................................................................................................

 

§ 6º A contribuição empresarial da associação desportiva que mantêm equipe de futebol profissional destinada à Seguridade Social, em substituição à prevista nos incisos I e II deste artigo, corresponde a cinco por cento da receita bruta, decorrente dos espetáculos desportivos de que participem em todo território nacional em qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos internacionais, e de qualquer forma de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e de transmissão de espetáculos desportivos.

§ 7º Caberá à entidade promotora do espetáculo a responsabilidade de efetuar o desconto de cinco por cento da receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos e o respectivo recolhimento ao Instituto Nacional do Seguro Social, no prazo de até dois dias úteis após a realização do evento.

§ 8º Caberá à associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional informar à entidade promotora do espetáculo desportivo todas as receitas auferidas no evento, discriminando-as detalhadamente.

§ 9º No caso de a associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional receber recursos de empresa ou entidade, a título de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos, esta última ficará com a responsabilidade de reter e recolher o percentual de cinco por cento da receita bruta decorrente do evento, inadmitida qualquer dedução, no prazo estabelecido na alínea “b”, inciso I do art. 30 desta Lei.

§ 10. Não se aplica o disposto nos §§ 6º ao 9º às demais associações desportivas, que devem contribuir na forma dos incisos I e II deste artigo e do art. 23 desta Lei.”

HOJE:

PROJETO DE LEI PREVÊ A CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPECIAL AOS JOGADORES DE FUTEBOLRecentemente um tema polêmico voltou a ganhar os holofotes da mídia: o projeto de Lei n.º 7.377/2010 para a concessão de aposentadoria aos campeões mundiais de futebol do Brasil.

A concessão especial seria destinada aos campeões de 58,62 e 70, sob a tríplice justificativa de merecimento, subsistência e igualdade com exilados políticos ou ex-combatentes.

Concede aos jogadores, titulares ou reservas, das seleções brasileiras campeãs das copas mundiais masculinas da Federação Internacional de Futebol – FIFA nos anos de 1958, 1962 e 1970:

I – prêmio em dinheiro; e

I – auxílio especial mensal para jogadores sem recursos ou com recursos limitados.

JURISPRUDÊNCIAS

Tribunal Regional Federal da 5ª Região  PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. AUXÍLIO-DOENÇA. JOGADOR DE FUTEBOL. IMPOSSIBILIDADE.- A PROFISSÃO DE JOGADOR DE FUTEBOL NÃO É CONSIDERADA ESPECIAL PARA FINS DE CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO, NEM ESTÁ SUJEITO A CONDIÇÕES INSALUBRES, PERIGOSAS OU PENOSAS. - RESTANDO COMPROVADO NOS AUTOS QUE O AUTOR APENAS NÃO PODE EXERCER A PROFISSÃO DE JOGADOR DE FUTEBOL, INCABÍVEL A CONCESSÃO DE AUXÍLIO DOENÇA.APELAÇÃO IMPROVIDA.(Número do Processo: 0011968-85.1999.4.05.0000. Relator Desembargador Federal CESAR CARVALHO (Substituto). Data Julgamento30/03/2006. Data da publicação: 05/05/2006. Origem: Tribunal Regional Federal - 5ª Região.)

Para tanto, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais entendeu acerca do auxílio acidente do jogador de futebol:

INSS - AUXÍLIO-ACIDENTE - JOGADOR DE FUTEBOL PROFISSIONAL - CAPACIDADE LABORAL REDUZIDA - NEXO DE CAUSALIDADE - REQUISITOS PREENCHIDOS - BENEFÍCIO DEVIDO - TERMO INICIAL - DATA DA JUNTADA DO LAUDO PERICIAL. É devido o pagamento do benefício de auxílio-acidente àquele que se dedica à atividade de jogador de futebol e, no exercício de sua profissão, tem sua capacidade laboral reduzida, em virtude da lesão sofrida. A data da juntada do laudo pericial aos autos constitui o termo inicial para o pagamento do benefício de auxílio-acidente, se inexistente auxílio-doença ou requerimento administrativo. (Relator: Des.(a) JOSÉ ANTÔNIO BRAGA. Número do Processo: 1.0024.05.857651-3/001(1). Data do Julgamento: 29/07/2008. Data da Publicação: 15/08/2008. TJMG).

CONCLUINDO:

Não há mais a aposentadoria diferencia para o JOGADOR PROFISSIONAL DE FUTEBOL face a Medida Provisória 1.523, convertida na Lei 9.528;

Em razão da Lei 6.354/76, o jogador profissional de futebol passou a ser considerado empregado celetista;

A Lei 9.528 alterou o art.22 da Lei 8212/91 acerca da contribuição da associação desportiva e benefício do jogador de futebol;

CURIOSIDADE: Projeto de Lei 7.377/2010 prevendo aposentadoria aos CAMPEÕES MUNDIAIS do Brasil.

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