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Dos Vícios
Redibitórios
Art. 441 à 446 CC
VÍCIO
Do latim vitium (defeito, falha, má
qualidade, imperfeição), em sentido
amplo significa o defeito, a falha, a
imperfeição, ou a irregularidade, com que
se possam apresentar as coisas, as
pessoas, ou os atos.
De Plácido e Silva Vocabulário Jurídico
REDIBIÇÃO
Do latim redhibitio, de redhibere (devolver
coisa defeituosa, restituir), como vocábulo
jurídico exprime ou designa a ação que
compete ao comprador para resilir o
contrato de compra e venda, sob
alegação de vícios ou defeitos na coisa
adquirida.
De Plácido e Silva Vocabulário Jurídico
VÍCIO REDIBITÓRIO
Resulta da existência de vícios, ou
defeitos ocultos da coisa, cuja venda se
procede, existentes ao tempo da
aquisição, e que a tornam imprestável, ou
imprópria ao seu uso, ou destino,
diminuindo, por isso, o seu justo valor.
De Plácido e Silva Vocabulário Jurídico
Obrigações de Garantia
O alienante deve garantir ao
adquirente que ele possa usufruir da
coisa conforme sua natureza e
destinação.
Essa obrigação resulta do princípio
da boa fé que deve nortear a
conduta dos contratantes.
Requisitos Legais
Art. 441. A coisa recebida em virtude
de contrato comutativo pode ser
enjeitada por vícios ou defeitos
ocultos, que a tornem imprópria ao
uso a que é destinada, ou lhe
diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a
disposição deste artigo às doações
onerosas.
Requisitos Legais
a) Coisa adquirida em virtude de
contrato comutativo ou de doação
onerosa (encargo);
b) Defeito prejudicial à utilização da
coisa ou determinante da
diminuição de seu valor.
Direito do
Adquirente
Código Civil
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa,
redibindo o contrato (art. 441), pode
o adquirente reclamar abatimento no
preço.
Código Civil
Art. 443. Se o alienante conhecia o
vício ou defeito da coisa, restituirá o
que recebeu com perdas e danos; se
o não conhecia, tão-somente
restituirá o valor recebido, mais as
despesas do contrato.
Código Civil
Art. 444. A responsabilidade do
alienante subsiste ainda que a coisa
pereça em poder do alienatário, se
perecer por vício oculto, já existente
ao tempo da tradição.
Prazos
Art. 445. O adquirente decai do
direito de obter a redibição ou
abatimento no preço no prazo de
trinta dias se a coisa for móvel, e de
um ano se for imóvel, contado da
entrega efetiva; se já estava na
posse, o prazo conta-se da
alienação, reduzido à metade.
Código Civil art. 445
§ 1º. Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
§ 2º. Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.
Julgado
Direito civil. Vício redibitório. Pretensão ao pagamento dos gastos efetuados com o conserto do motor do veículo. Desinteresse em redibir ou obter redução do preço. Decadência inocorrente. Prazo prescricional que não flui. Recurso provido. O art. 445 do Código Civil dispõe sobre o direito que detém o adquirente de redibir ou obter o abatimento no preço da coisa móvel ou imóvel adquirida, fixando os prazos para que opere a decadência desse direito.
Julgado (continuação)
Quando adquirente pretende redibir, ou seja,
anular o contrato comutativo celebrado, em que o
automóvel por ele adquirido foi entregue com
vício oculto que impossibilitava o uso, ou quando
pretende obter abatimento do preço pago, tem
prazo de trinta dias para fazê-lo. Outro é o
regramento legal, se o adquirente constata a
existência de vício oculto no motor do veículo
adquirido somente após a compra, manda
consertar o veículo e pretende obter do vendedor
indenização pelos gastos efetuados com o
conserto.
Julgado (continuação)
Não se tem aí ação redibitória ou quanti
minoris, mas mera pretensão condenatória,
cujo prazo decadencial não é regulado pelo
art. 445 do Código Civil. Inocorrente a
decadência. Recurso provido. Sentença
cassada”.
(TJDF – Ap. Cível Acórdão 269775, 5-4-2007,
1ª Turma Recursal – Rel. Esdras Neves)
Contagem do Prazo
Art. 446. Não correrão os prazos do
artigo antecedente na constância de
cláusula de garantia; mas o
adquirente deve denunciar o defeito
ao alienante nos trinta dias seguintes
ao seu descobrimento, sob pena de
decadência.
Ações Cabíveis
Ação Redibitória;
Ação Quanti Minoris ou Estimatória;
Prazo decadencial para ajuizamento,
contados da tradição:
a)Bem móvel (30 dias);
b)Bem imóvel (1 ano).
Revisando
1. Coisa recebida por contrato comutativo, ou doação onerosa;
2. Defeitos sejam ocultos, não se configurando quando facilmente verificáveis;
3. Que existam ao tempo da alienação e perdurem até a reclamação;
4. Desconhecidos do adquirente;
5. Que sejam graves, a ponto de prejudicar ou diminuir seu valor.
Código de Defesa
do Consumidor
Diferenças no Código de
Defesa do Consumidor
Considera vícios redibitórios tanto os
defeitos ocultos como também os
aparentes ou de fácil constatação;
Os prazos são decadenciais;
Para vícios aparentes em produto não
durável, prazo de 30 dias; Produto
durável, prazo de 90 dias; Contados a
partir da entrega do produto ou do
término da execução dos serviços;
Diferenças no Código de
Defesa do Consumidor
A reclamação comprovada, obsta a
decadência, até resposta negativa e
inequívoca;
Em se tratando de vícios ocultos, os
prazos são os mesmos, sendo a
contagem a partir da descoberta;
Os fornecedores tem 30 dias para
solucionar o vício, a partir da
reclamação;
Pode o Consumidor exigir:
1. A substituição do produto;
2. A restituição da quantia paga,
atualizada, sem prejuízos de eventuais
perdas e danos;
3. O abatimento proporcional do preço.
Observação
* O prazo mencionado pode ser
reduzido, de comum acordo, para o
mínimo de sete dias, ou ampliado até o
máximo de cento e oitenta dias (art. 18,
§§ 1º e 2º).
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