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Peso excessivo pode causardores e erros de postura

Mais de 160 mil retornam às aulasEDUCAÇÃO ||| ACABOU O DESCANSO

Inaê MirandaDA AGÊNCIA ANHANGUERA

inae.miranda@rac.com.br

Mais de 160 mil estudantesdas redes estadual e particularvoltam às aulas em Campinasa partir de hoje. Só nas 158 uni-dades escolares do Estado nacidade são 113 mil estudantes;já nas privadas, 49.429 alunosretomarão as atividades, grada-tivamente, ao longo desta se-mana. O início do ano letivofoi antecipado em uma sema-na em função da Copa doMundo, que será realizada noPaís entre os meses de junho ejulho.

Para auxiliar na organiza-ção do trânsito, a Empresa Mu-nicipal de Desenvolvimentode Campinas (Emdec) mon-tou a Operação Volta às Aulas,iniciada na quinta-feira passa-da, na Escola Americana, naChácara da Barra. Hoje, o tra-balho ocorrerá no entorno desete escolas — Liceu SalesianoNossa Senhora Auxiliadora, Es-cola Estadual Carlos Gomes,Escola Estadual Aníbal de Frei-tas, Colégio de Aplicação PioXII, Colégio Ave Maria, Colé-gio Dom Barreto e Escola Esta-dual Dom Barreto —, com osagentes atuando de manhã e àtarde, na entrada e na saídados estudantes, quando o trân-sito fica mais complicado.

Segundo a autarquia, 36agentes ficarão no entorno dasunidades a cada turno. A açãovisa monitorar o trânsito, ga-rantindo mais fluidez e segu-rança às pessoas, orientar osestudantes, os pais e os condu-tores de veículos no embarquee no desembarque e, ainda, fis-calizar veículos de transporteescolar. A operação da Emdecdeve seguir até 12 de março,em escolas e universidades daregião central e localizadas emvias com grande fluxo de veícu-los e pedestres.

PreparativosEm clima de volta às aulas, nasexta-feira, muitos pais aindalotavam as papelarias em bus-ca do material para os filhos.Era até difícil circular pelos es-tabelecimentos. “Deixamos pa-ra o último dia. Mania de brasi-leiro”, disse Sônia Santos BoaNova, que percorria a quartaloja à procura dos itens neces-sários aos netos Gabriel, de 6anos, e Lucas, de 4. A estudan-te de psicologia Taila Sitta tam-bém estava em busca dos pro-dutos da lista da sobrinha. Ecom recomendações. “Ela mepediu para escolher as coisasmais bonitas e diferentes”, con-tou.

A almoxarife Suelen RibeiroBarbosa levou as filhas Giovan-na Bertoso de Souza, de 9anos, e Emilly Ribeiro Franço-zo, de 7, para escolher cader-nos, lápis, mochilas e afins. Asmeninas garantiram que estãoansiosas para reencontrar oscolegas. “Fiz bastante coisanas férias, mas já estava comsaudades da escola”, falou Gio-vanna. “Viajei, assisti filmes,fui ao shopping, mas tambémestava com vontade de voltar aestudar”, completou Emilly.

Limite de pesoA lista de materiais, no entan-to, não é a única preocupaçãodos pais nesta época do ano. Opeso da mochila deve ser consi-derado, pois o grande volumecarregado nela pode provocardores nas costas e até prejudi-car o desempenho escolar. Pa-ra evitar problemas, especialis-tas defendem que uma criançanão deve carregar, puxar ouempurrar mais do que 10% deseu peso corporal — o máximotolerável é de até 15%.

A questão é tão importanteque a Comissão de Educação,Cultura e Esporte e a Comis-são de Assuntos Sociais do Se-nado Federal aprovaram, emnovembro do ano passado,um projeto de lei que limita opeso das mochilas. Segundo aproposta, o estudante não de-ve levar mais do que 15% deseu peso — uma criança com25 quilos, por exemplo, não po-derá carregar mais do que 3,7quilos na mochila; já um ado-lescente com 45 quilos não de-verá transportar mais do que6,7 quilos. O texto, entretanto,não estabelece como será feitaa fiscalização.

O projeto determina, ainda,que o peso do estudante sejainformado pelos pais ou res-ponsáveis à escola, por escrito,no caso de alunos da Educa-ção Infantil e do Ensino Funda-mental, ou pelos próprios estu-dantes, no caso do Ensino Mé-dio. O texto também exige queas escolas disponibilizem armá-rios para os alunos guardaremparte do material, especialmen-te, nas unidades que funcio-nam em período integral.

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Editores: Adriana Villar, Claudio Liza Junior, Jorge Massarolo, Luís Fernando Manzoli e Marcia Marcon Chefe de reportagem: Guilherme Busch

Apesar do projeto de lei quedetermina o peso máximo namochila, é preciso que os pro-fessores orientem os alunos eos pais e que esses últimos fi-quem sempre de olho no queos filhos estão carregando. Se-gundo a coordenadora pedagó-gica da Educação Infantil doColégio Progresso, Lena Cy-priano, a melhor maneira deevitar que crianças e adoles-centes levem muito peso namochila é inspecioná-la diaria-mente. “No Infantil, elas só tra-zem a agenda e a lancheira. Al-gumas mães mandam trocade roupa, mas não fica tão pe-sado. Do 1º ao 5º anos, perce-bemos que a criança, normal-mente, põe mais coisa do queprecisa. Nosso papel é orien-tar os estudantes e os pais emrelação à organização do mate-rial que será necessário naque-le dia. Os mais velhos, porexemplo, têm o hábito de dei-xar todos os livros na bolsa pa-ra não esquecer”, comentou.

A socióloga Lara Andréa Cri-velaro verifica frequentementea mochila dos filhos mais no-vos, os gêmeos Lucca e Ânge-lo, de 12 anos. “Eles carregamtudo na mochila, que é enor-me. Todos os dias, peço paramudarem o material, mas sem-pre escapa algo. Levam livrospara ler no intervalo e nãoleem, álbum de figurinha, pa-pel de rascunho... Na pasta deredação, que deveria ter ape-nas as que serão entregues, fi-cam as do ano inteiro. Elesnão reclamam de dores nascostas, mas minha preocupa-ção é que apresentem proble-mas mais tarde, pois estão emformação”, disse.

Com o filho mais velho,Luiggi, e a enteada Ana Flávia,ambos de 15 anos, a preocupa-ção é menor. “Eles podemusar fichário e levar o materialna mão. Isso facilitou no Ensi-no Médio”, contou. Luiggi ga-rante colaborar com a coluna.“Minha mochila sempre foi amais leve da casa”, contou.Desde o ano passado, ele tro-cou o fichário por caderno,que continua o mesmo ao lon-go do ano. “No fichário vai au-mentando a quantidade de fo-lhas e, consequentemente, opeso. Além disso, fica desorga-nizado”. Como a escola deleadota apostila, fica ainda maisfácil. (IM/AAN)

BILHETE ÚNICO

Cidades

Estudantes das redes estadual e particular de Campinas retomam atividades a partir de hojeFotos: Rodrigo Zanotto/Especial para AAN

Luiggi Crivelaro, Ana Flávia Feltrin e os gêmeos Lucca e Ângelo Crivelaro, com o primo Enrico Monteiro de Almeida: mochilas prontas para as aulas

Taila Sitta foi às lojas encontrar itens bonitos e diferentes para a sobrinha

Emdec elaborouoperação especial paraorganizar o trânsito

● A partir de hoje, estudantescadastrados na Associação dasEmpresas de TransporteColetivo Urbano de Campinas(Transurc) podem voltar acomprar créditos do BilheteÚnico Escolar. O benefíciogarante desconto de 60% novalor da tarifa, que é deR$ 3,00. Segundo o governomunicipal, o passe escolarpode ser requerido por alunosdos Ensinos Fundamental eMédio e de cursosprofissionalizantes das redespública e privada que residamem Campinas e morem a maisde mil metros da unidade deensino. Para ter o benefício, osestudantes cadastrados devematualizar os dados e os novoscandidatos precisam solicitar ocadastramento na Transurc.Em caso de dúvida, o cidadãopode ligar para a Emdec notelefone (19) 3772-1517 ou aTransurc (0800-014-0204)ou, ainda, acessar o sitewww.transurc.com.br. (AAN)

Professores epais precisaminspecionaras mochilas

Oortopedista José LuísZabeu, professor daFaculdade de

Medicina da PontifíciaUniversidade Católica deCampinas (PUC-Campinas),informa que a mochilacarregada de maneirainadequada, com excesso deexcesso e em posição ruim,pode gerar dor. “A criançacom dor não questionamuito, mas vai ficarirritadiça, sem vontade de irà escola”, alerta. De acordocom ele, o peso em excessonão provoca efeitos ouproblemas definitivos, comodesvio de coluna. “A mochilapesada não causa dano

irreversível, mas é comumque surjam dores e erros depostura. Todos sãoproblemas corrigíveis, mas,se passar muito tempo,podem gerar dor e mudançade comportamento”, diz.Segundo ele, é precisorespeitar o limite impostopela estrutura corpórea,independentemente dopróprio peso. “Às vezes, apessoa pode pensar queuma criança gordinhaconsegue carregar um pesoum pouco maior, mas umacriança pesada faz menosexercício, tem menosmusculatura e vai ser maissobrecarregada”. (IM/AAN)

A4 CORREIO POPULARCampinas, segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

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