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Pesquisa feita pelo mandato da vereadora Amanda Gurgel (PSTU), sobre o acesso à educação infantil em Natal.
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acesso à educação InfantIlem natal
Na Constituição Federal de 1988, o caráter assistencialista das creches foi abandonado, instituindo a educacão como direito fun-damental da criança, direito reafirmado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Mas, a realidade está muito distante de assegurar o acesso à edu-cação, como um direito dos filhos dos trabalhadores.
O objetivo deste relatório é oferecer subsídios quantitativos, mostrando os números desse apartheid social que retira o direito das crianças à educação, e contribuir na luta em defesa do ensino público e gratuito. Este levantamento inicial foi feito a partir de dados do IBGE, do Todos Pela Educação, do MEC/INEP e do Por-tal Transparência, da Prefeitura Municipal do Natal.
Natal, 03 de abril de 2013.
cmeis distribuiçãoA Educação Infantil compreende os Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) e a Pré-Es-
cola, abrangendo a faixa etária do 0 aos 5 anos. Em Natal, em 2012, existiam 69 CMEIs, distribuídos da seguinte maneira: 23 na Região Oeste, 13 na Região Sul, 24 na Região Norte e 9 na Região Leste (DOM 2466). Chama a atenção o fato de que no bairro Nossa Senhora da Apresentação, com 80.000 moradores e com renda média nominal de menos de 1 salário mínimo, haja apenas 1 CMEI.
Acima de 5 tirol, Petrópolis, Areia Preta
Cd. Alta, Praia do Meio, Lagoa seca Nova descoberta, Neópolis, Pitimbu
de 1,8 a 3
barro Vermelho, ribeira, Lagoa Nova, Capim Macio, Ponta Negra, Candelária
de 3 a 5
Potengi, Alecrim Nazaré, Cd. Esperança
de 1,4 a 1,8
santos reis, rocas bairro Nordeste, dix-sept rosado
de 1 a 1,4
redinha, Pajuçara, igapó, Ns. Apresentação Mãe Luíza, Quintas, Cd. Nova, Planalto
de 0,8 a 1
Lagoa Azul, salinas, bom Pastor Felipe Camarão, Guarapes
Menos de 0,8
Fonte: Anuário Natal 2011/2012
norte
24
total
69
303.543
166.491
115.297
218.405oeste
23
leste
9
sul
13
PoPuLAção E rENdA MédiA NoMiNAL
Por sALário MíNiMo
CMEis Por rEGião
5 anos
10.902 9.950
População residente x matrículas (Em 2010, nas redes pública e privada)
63.472 crianças de 0 a 5 anos
matriculados sem matrícula32.45431.018
0-3 anos 4 anos
42.297
10.27312.300
8.768
Total de crianças no município
Crianças com matrículas
Fonte: ibGE / Censo 2010
Fonte: Censo IBGE 2010
evolução das matrículas na educação infantil municipal
matrículas por rede (2010)
Se forem tomadas as matrículas deste ano in-formadas pela Secretaria Municipal da Educação (situação parcial das mat-rículas para 2013) e as matrículas efetuadas em instituições privadas em 2010 (16.763), have ria um déficit em torno de 37.000 crianças, de 0 a 5 anos, sem vagas na edu-cação infantil pública. 2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
6.611
2.144
6.390
3.312
6.654
2012 2013*20112010
3.667
5.614
2.937
Fonte: INEP/MEC. Censo Escolar. (2010-2012). * Dados fornecidos pela SME, em 07/02/13, com excedente de 550.
PrÉ-escola
crecHe
sem vagas
4.830 3.999
Pública Privada
55% 45%
crecHe
7.267 12.764
Pública Privada
36% 64%
PrÉ-escola
0
5000
10000
15000
20000
12.097
16.763
crecHe + PrÉ-escola
Pública Privada
crescimento do setor Privado
rePasses do Projeto PrÉ-escola Para todos
Considerando o universo do Ensino Básico, até 2011 houve uma queda geral no número de ma-triculados, porém, com uma preponderância ao crescimento no ensino particular. Segundo o Censo Escolar MEC/INEP 2002 – 2011 houve uma queda de 18,6% no número de alunos matriculados, sendo de -30,2% no setor público, enquanto que o setor privado cresceu 14,1% no mesmo período. Até 2011, de cada 10 alunos, 4 estavam em escolas particulares. Na falta de dados atualizados sobre as matriculas na rede particular, o que se pode verificar é uma tendência ao crescimento do setor privado a partir do sucateamento e fechamento de vagas no setor público.
A quantidade de crianças fora da escola foi feita em cima das projeções do Censo 2010 e com os dados atuais da rede pública. Isso não substitui a importância de saber qual a demanda real pelas creches e pré-escolas municipais. Esse levantamento só será possível caso volte a ocorrer o cadastra-mento de todas as crianças que não encontram vagas.
São aproximadamente 37 mil crianças que estão em casa, desprovidas de usufruir o direito aos anos iniciais da Educação Básica, sendo cuidadas pelas mães ou familiares que, por sua vez, ficam im-pedidos de exercerem uma atividade remunerada por não terem com quem deixar seus filhos e filhas.
O projeto surge em 2000 com a justificativa de atenuar a demanda excedente nas escolas municipais e centros infantis através da compra de vagas em escolas particulares. O valor orçado para a ação em 2013 é R$ 2,9 milhões (LOA).
É importante levar em consideração o total repassado ao longo de 12 anos para essas instituições e o fato de que essa prática leva ao acomodamento do poder executivo em provi-denciar vagas públicas quando pode lançar mão desse recur-so. É dinheiro público, destinado para a educação pública, mas transferido para escolas privadas.
O Orçamento destinado para a Educação Infantil é de R$ 41,6 milhões. Para atingir o custo aluno ideal por criança, ou seja, para universalizar a Educação Infantil, esse orçamento deveria ser pelo menos de R$ 321,8 milhões. Esse é o inves-timento necessário para garantir o direito à Educação, com a construção de creches e escolas necessárias para atender a demanda, contratação de professores e profissionais concur-sados e pagamento do Piso da categoria, rumo ao do Dieese.
Em vez disso, os governos sempre optaram por repasses insuficientes e insignificantes à Educação, perto de outros gastos, e são responsáveis pela falta de vagas e pela curva des-cendente nas matrículas de 2008 a 2011.
2012
ToTal
2013 (Jan-Mar)
ToTal
Entidades CoM fins lucrativos
Entidades SEM fins lucrativos
r$ 2,94 milhões
r$ 515 mil
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