ENCONTRO DE Amblyomma aureolatum EM ESCOLA SITUADA NO CENTRO DE DIADEMA - SP

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Descreve o encontro de exemplar macho de A. aureolatum em um cão estritamente domiciliado em área urbana da Região Metropolitana de São Paulo. Ressalta-se que o animal nunca havia se deslocado para outros locais, e não tinha contato com nenhum outro animal a não ser, eventualmente, pássaros que pousavam no local.

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  • INTRODUOINTRODUO

    No Servio de Controle de Zoonoses (CCZ) do Municpio de Diadema, desde a incluso do agravo na lista das DNC, estruturou um servio de vigilncia acarolgica com o objetivo de identificar as espcies de carrapato presentes no municpio e auxiliar o Servio de Epidemiologia e Controle de Doenas nas investigaes de casos suspeitos.

    De 1957 a 1982, os 63 casos humanos de FMB registrados no Hospital Emlio Ribas, eram provenientes dos Municpios de Mogi das Cruzes, Diadema e Santo Andr.

    A Febre Maculosa Brasileira (FMB) uma riquetsiose, de curso muitas vezes fatal, que tem como agente etiolgico a Rickettsia rickettsii, e como vetores alguns carrapatos do gnero Amblyomma.

    Durante as aes desencadeadas nas investigaes desses casos, verificou-se que a espcie vetora da doena na RMSP primordialmente o carrapato Amblyomma aureolatum, diferentemente das outras regies do Pas com transmisso de FMB cujo vetor principal o Ambliomma cajennense.

    DESCRIO DO CASO - LocalizaoDESCRIO DO CASO - Localizao

    Em 14/11/2005, o CCZ recebeu um carrapato macho, da espcie Amblyomma aureolatum (identificado no Laboratrio de Entomologia da SUCEN) coletado em um co. O caro havia sido recolhido numa escola particular, situada na Rua Ari Barroso, no bairro do Centro.

    Esse bairro urbanizado, apresentando pequenas reas verdes, sombreadas e midas (fotos 1 a 3).

    Verificando os registros de Vigilncia Acarolgica o CCZ identificou que houve duas outras ocorrncias de A. aureolatum, ambos machos, provenientes do bairro do Centro (Foto 4)

    ENCONTRO DE ENCONTRO DE Amblyomma aureolatumAmblyomma aureolatum EM ESCOLA EM ESCOLA SITUADA NO CENTRO DE DIADEMA - SPSITUADA NO CENTRO DE DIADEMA - SP

    Michelle Macedo SoaresMichelle Macedo SoaresServio de Controle de Zoonoses - Prefeitura do Municpio de DiademaServio de Controle de Zoonoses - Prefeitura do Municpio de Diadema

    Departamento de Vigilncia Sade Servio de Controle de ZoonosesDepartamento de Vigilncia Sade Servio de Controle de ZoonosesR. Ipo, 40 Inamar Diadema SP. Fone: (11) 4057-7927 ou 4059-5892. E-mail: ccz@diadema.sp.gov.brR. Ipo, 40 Inamar Diadema SP. Fone: (11) 4057-7927 ou 4059-5892. E-mail: ccz@diadema.sp.gov.br

    DESCRIO DO CASO - InvestigaoDESCRIO DO CASO - Investigao

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICASREFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    A ocorrncia relatada reveste-se de importncia visto o desconhecimento ainda existente a respeito da adaptao desta espcie de carrapato ao meio urbano, aliado ao fato deste cachorro viver sem nenhum contato com outras reas verdes exceto o pequeno jardim existente na prpria escola.

    Assim, poderia se aventar a possibilidade do carreamento de ninfas do A. aureolatum, por meio de pssaros, para reas como esta dentro da RMSP, onde venham a tornar-se adultos e infestar ces e, possivelmente, at pessoas.

    Ressalta-se, ainda, a importncia da implantao da Vigilncia Acarolgica nos municpios da RMSP, de forma a atingir tanto as Unidades de Sade, quanto a populao em geral pois, por meio das notificaes que chegam aos CCZs, ocorrncias como esta acima relatada podero ser divulgadas comunidade cientfica em geral, colaborando na gerao de novos conhecimentos sobre a espcie.

    Figura 1 Municpios da Regio Metropolitana de So Paulo com casos humanos de FMB, reportados a partir de 1998.

    So Paulo

    So Bernardo do Campo

    Diadema

    Santo Andr

    Mogi das Cruzes

    MauRibeiro

    Pires

    O Amblyomma aureolatum apresenta ciclo biolgico trioxeno, tendo formas imaturas encontradas em aves e formas adultas em ces. H relatos em literatura de que suas larvas e ninfas so frequentes em roedores silvestres do gnero euryzygomatomys spinosus. Seu habitat consiste de reas de mata primria ou secundria, sombreada e mida, que na RMSP so representadas pelos recortes remanescentes da mata atlntica, e por reas verdes resultantes do plantio de rvores diversas.

    CONCLUSESCONCLUSES

    Quanto ao cachorro, este vivia estritamente no espao da escola, no tinha acesso rua nem deslocamentos para outros locais.

    O carrapato encaminhado ao CCZ havia sido coletado na regio do pescoo do cachorro. Posteriormente a este episdio, e at maio de 2009, nunca mais foram encontrados outros carrapatos da mesma espcie neste animal.

    Na visita domiciliar, o CCZ verificou que a escola, que atende crianas at 6 anos de idade, apresenta um jardim, numa estreita faixa circulando os limites do terreno, composto por plantas ornamentais de grande, mdio e pequeno porte (fotos 5 e 6).

    Verificou, tambm, que o nico animal habitante do local um cachorro (Foto 7), e que, alm deste, apenas pssaros eram vistos com frequncia. No se obteve a informao de quais espcies de pssaro foram observados.A partir de 1998, novos casos humanos

    passaram a ser notificados em alguns municpios da Regio Metropolitana de So Paulo (RMSP), conforme demonstrado na Figura 1.

    Como o conhecimento cientfico acumulado acerca do Amblyomma aureolatum ainda incipiente, sendo muitos aspectos do seu comportamento em reas metropolitanas desconhecido, esse relato interessante por ser diferente do apresentado em outros trabalhos.

    Guimares J. H.; Tucci E. C.; Barros-Battesti D. M. Ectoparasitos de importncia veterinria. So Paulo: Pliade, 2001. 215 p.

    Rodrigues D. S. et al. Biology of Amblyomma aureolatum (Pallas, 1772) (Acari: Ixodidae) on some laboratory hosts in Brazil. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 9, n. 6, p. 853-856. 2002.

    Pinter A. et al. Study of the seasonal dynamics, life cycle, and host specificity of Amblyomma aureolatum (Acari: Ixodidae). J. Med. Entomol. v. 41, n. 3, p. 324-332. 2004.

    Neves, V. L. F. C. (Coord.) et al. Manual de Vigilncia acarolgica. So Paulo: SUCEN, 2004. 62 p.

    Foto 2. Vista area do local da escola com a distncia para as reas verdes mais prximas.

    300m

    210m

    260m

    260m

    Foto 3. Vista area da escola, cuja rea total de 883 m2.

    Foto 4. Localizao de outros exemplares de A. aureolatum: Avenida 7 de Setembro e Rua So Lus.

    2,25Km

    2,00

    Km

    Foto 1. Vista area do local da escola com a distncia para as reas de mata com populao de A. aureolatum.

    Parque Estadual das Fontes do

    Ipiranga

    Bordas da Represa Billings

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    Foto 7. O cachorro da escola.

    Foto 5. Jardim da escola. Foto 6. Jardim e parquinho da escola.

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