Escabiose Correto

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AUTARQUIA EDUCACIONAL DO BELO JARDIM- AEBFACULADADE DE FORMAÇÃO DO PROFESSORES – FABEJA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

ESCABIOSESarcoptes scabiei

Belo Jardim - 2012

IntroduçãoA escabiose foi uma das principais doenças humanas que

teve sua causa conhecida; é uma doença contagiosa humana e de outros animais, pertencentes a diferentes famílias. Já no homem apenas uma espécie, a espécie Sarcoptes Scabiei provoca tal lesão, conhecida como sarna sarcópta ou escabiose. Antigamente essa sarna era muito comum entre a população, posteriormente, o advento de medicamentos mais eficazes e higiene mais aprimorada, ela tornou- se rara. Entretanto a partir da década de 70, elevou-se o numero de pessoas apresentando esse parasito. Estima-se que as principais razões foram o aumento da população, facilitando o maior contato em ambientes coletivos, promiscuidade sexual e mudança no comportamento humano e geral.

Sarcoptes scabiei - Epidemiologia

•Sarcoptes scabiei var. hominis – homem• Sarcoptes scabiei var. suis – suínos• Sarcoptes scabiei var. bovis – bovinos• Sarcoptes scabiei var. ovis – ovinos

• São bastante adaptadas aos respectivos hospedeiros e com alta especificidade parasitária. •Quando ocorrem infestações cruzadas os parasitas não conseguem se estabelecer no hospedeiro para o qual não estão adaptados → dermatite transitória.

Conceito

Parasitose da pele causada por um ácaro cuja penetração deixa lesões em forma de vesículas, pápulas ou pequenos sulcos, nos quais ele deposita seus ovos.

Nome popularA escabiose é comumente conhecida como SARNA. Agente etiológicoÁcaro Sarcoptes scabiei Hospedeiros mamíferos (Homem)

Sarcoptes scabiei – Morfologia

Corpo de aspecto globoso;

Medindo cerca de 400 micrometros de comprimento e 300

micrometros de largura;

Pernas curtas e grossas;

Abertura genital forma uma fenda estreita e comprida paralela às

estriações do corpo;

Estriações dorsais quebradas por grandes escamas pontiagudas;

Setas dorsais fortes parecendo espinhos;

Ânus terminal.

Ácaro Sarcoptes scabiei

Ácaro Sarcoptes scabiei

Fonte:http://www.coccidia.icb.usp.br/disciplinas/BMP222/aulas/Acaros_de_mamiferos_2009.pdf

Ácaro Sarcoptes scabiei

Fonte:http://www.coccidia.icb.usp.br/disciplinas/BMP222/aulas/Acaros_de_mamiferos_2009.pdf

Sarcoptes scabiei - Ciclo de Vida

•O ciclo de vida inteiro ocorre no hospedeiro;

•As fêmeas penetram na epiderme e fazem túneis sub córneos,

cerca de 2 a 3 mm/ dia;

•Cada túnel possui uma fêmea, ovos e fezes;

• Cada fêmea ovipõe 1 a 3 ovos por dia em uma vida reprodutiva de

cerca de 2 meses;

•Período de incubação de 3 a 5 dias;

•Após o período de incubação os ovos eclodem pondo em liberdade

larvas hexápodes.

•A larva se torna uma protonifa 2 a 3 dias depois e se abriga nos

folículos pilosos;

• Alguns dias depois ela se torna uma tritoninfa e depois um adulto;

• Acasalamento (cópula) ocorre na superfície da pele;

• O macho morre rapidamente após o acasalamento;

• O ciclo total dura cerca de 11 à 17 dias;

• Durante a infestação, o número de parasitas aumenta muito

rápido, depois cai e se estabiliza.

Sarcoptes scabiei - Ciclo de Vida

Sarcoptes scabiei - Ciclo de Vida

Manifestações Clinicas

•A perfuração da epiderme juntamente com produtos do

metabolismo do parasito e a ação de sua saliva gera um prurido

intenso;

• Os parasitas não mordem e nem sugam sangue. Alimentam-se de

fluidos intercelulares (linfa);

•A coçagem pode agravar a situação ao produzir escoriações que

facilitam o estabelecimento de infecções microbianas secundarias.

Manifestações Clinicas

•O principal sintoma é a prurido, que em geral é intenso e bastante

incômodo, sendo referido com mais frequência durante a noite.

•Objetivamente presenciam-se na pele sulcos (que representam os

túneis onde a fêmea do parasita deposita seus ovos) e lesões do

tamanho da cabeça de um alfinete, onde se encontra a fêmea.

Manifestações Clinicas

•A distribuição das lesões cutâneas é característica, afetando

principalmente os espaços entre os dedos das mãos, axilas, cintura,

nádegas, mamas, órgão genital masculino e pés. Nas crianças as

lesões atingem também a face, as plantas, as palmas, o couro

cabeludo e o pescoço.

•Lesões secundárias podem ser devidas ao ato de coçar e arranhar a

pele e apresentam-se principalmente como escoriações, infecções

da pele e nódulos, estes geralmente localizados nas regiões genital,

inguinal e axilar.

Fonte: http:/www.dpd.cdc.gov/dpdx

Sarna Norueguesa ou Crostosa

Uma manifestação exuberante da sintomatologia causada

por uma hipersensibilidade do paciente, e existe uma

extraordinária abundancia de parasitos, caracteriza-se pela

presença de lesões crostosas estratificadas e muito

contagiosa, acomete em indivíduos neuropáticas e

excepcionais.

Fonte: http://www.scielo.org.ar/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1851-300X2010000100004&tlng=

Fonte: http://www.scielo.org.ar/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1851-300X2010000100004&tlng=

Fonte: http://www.scielo.org.ar/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1851-300X2010000100004&tlng=

Transmissão

•A doença é altamente contagiosa através do contato físico;

•A transmissão ocorre por contato pessoal, e também pelo

compartilhamento de roupas de cama e de colchões infectados

pelos parasitas causadores da doença.

•Eventualmente a transmissão pode ser sexual.

•Como os ácaros conseguem sobreviver algumas semanas

fora do hospedeiro, pode ocorrer infestação através do

ambiente e objetos ;

•A sarna não escolhe sexo, raça ou idade. A falta de higiene

pessoal e habitacional facilita a proliferação dos parasitas.

• Cabe ressaltar que a escabiose dos animais é causada por

outros ácaros que não o da variedade humana e raramente há

transmissão para o homem.

Transmissão

Diagnóstico

•O diagnostico pode ser indicado pela sua patogenia clinica,

e a ocorrência de outros casos em relação ao paciente (casos

em pessoas do seu meio de convívio), a confirmação pode

ser dada mediante aplicação de uma fita gomada ou

estratificação da lesão característica.

Fonte: http://www.scielo.org.ar/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1851-300X2010000100004&tlng=

Tratamento •O tratamento e feito por meio de aplicação de inseticida suspenso

em preparação farmacêutica, pode-se utilizar os seguintes:

•Linguane ou BHC na proporção de 1%, as aplicações

prolongadas não são indicadas por serem substancias que irritam a

pele, no entanto toda a forma do sarcoptes scabiei é atingida.

•Medicamentos a base de benzoato de benzila 25%, rotenona,

enchofre e piretrinas, (não destroem os ovos;

•Creme de permetrina 1% tem sido o mais utilizado, por ser mais

eficiente e agradável de usar;

Profilaxia

•A profilaxia basea-se no tratamento concomitante de todos os

casos;

•Aplicação de medidas higiênicas individuais e coletivas;

•Desinfecção de roupas intimas, roupas de cama e toalhas.

Percepção da doença e automedicação em pacientes com escabiose

Artigo Cientifico:

Fabiana Thais KovacsMaria de Fátima de Medeiros Brito

Verificar a percepção dos pacientes com escabiose em

relação à doença, às possibilidades diagnósticas

consideradas, à automedicação realizada e os sentimentos

diante do conhecimento do diagnóstico.

OBJETIVOS

MÉTODOS

Em estudo prospectivo de série de casos, foram

entrevistados 65 pacientes com diagnósticoclínico de

escabiose atendidos no ambulatório de Dermatologia do

Hospital das Clínicas da Universidade Federal de

Pernambuco, em Recife, Brasil.

RESULTADOS

Apenas 47,7% deles acreditavam que seus sintomas fossem

devidos à escabiose, e 86% achavam que esses poderiam ser

devidos a outras enfermidades, como infecções, picada de

insetos e alergia a contactantes. Como automedicação,

observada em 55,4% dos pacientes, os produtos mais utilizados

foram os sabões e as plantas. O diagnóstico da escabiose levou

a sentimentos negativos em 56,7% dos casos.

CONCLUSÕES

O estudo evidenciou ser baixo o grau de suspeição de escabiose

entre os infestados. A automedicação foi utilizada em mais da

metade dos pacientes, geralmente com produtos inadequados

para o tratamento da parasitose. É frequente o diagnóstico da

escabiose levar a sentimentos negativos, indicando a

importância da atenção integral ao paciente.

Tabelas

TABELA 1: Diagnósticos presumidos por 56 pacientes de escabiose que chavam sua dermatose ser devida a outras condições que não a escabiose

Diagnósticos presumidos Casos (N = 56)

%

Picada de inseto ou infecção fúngica, viral, bacteriana ou por agentes parasitários, exceto o S. scabiei

29 51,8

Alergia a contactantes 19 33,9

Doença “do sangue”, “sangue fraco”, colagenoses, reação a alimentos e drogas de uso enteral, psoríase, câncer

10 17,9

Brotoeja, calor, umidade 8 14,3

Coceira “normal” da pele 4 7,1

Doença sexualmente transmissível 4 7,1

Bruxaria, psicológico 3 5,4

TABELA 2: Natureza dos produtos utilizados topicamente por 36 pacientes de escabiose como automedicação

Produtos Frequência(N = 36)

%

Sabão amarelo e de enxofre, iodo, água boricada, clorexidina, permanganato de potássio.

28 77,8

Ervas (chás para compressas, sabonetes) 18 50

Cremes antifúngicos ou antibióticos 9 25

Cremes com corticoides ou anti-histamínicos 6 16,7

Loção escabicida 5 13,9

Produto de especificação não informada 4 11,1

Sabonete escabicida 3 8,3

TABELA 3: Sentimentos referidos pelos pacientes frente ao diagnóstico de escabiose

Sentimentos Frequência(N = 65)

%

Nada de importante, por ser doença comum 25 38,5

Aflição, medo, incômodo, ansiedade, nervosismo, preocupação ou desconfiança 23 35,4

Tristeza, vergonha, timidez, preconceito, acha feio, sensação de promiscuidade ou de rejeição 20 30,8

Nojo, sensação de sujeira 6 9,2

Surpresa 3 4,6