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MAYKMILLER CARVALHO RODRIGUES
ESTUDO DE FLAMBAGEM EM COLUNAS
UTILIZANDO A TÉCNICA DE VELOCIMETRIA
POR IMAGEM DE PARTÍCULAS (PIV)
LAVRAS-MG
2015
MAYKMILLER CARVALHO RODRIGUES
ESTUDO DE FLAMBAGEM EM COLUNAS UTILIZANDO A TÉCNICA
DE VELOCIMETRIA POR IMAGEM DE PARTÍCULAS (PIV)
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Lavras, como parte das
exigências do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola,
área de concentração em Construções e
Ambiência, para a obtenção do título de Mestre.
Orientador
Dr. Francisco Carlos Gomes
Coorientadores
Dr. Roberto Braga Alves Júnior
Dr. Ricardo Rodrigues Magalhães
LAVRAS – MG
2015
Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema de Geração de Ficha Catalográfica da Biblioteca
Universitária da UFLA, com dados informados pelo(a) próprio(a) autor(a).
Rodrigues, Maykmiller Carvalho. Estudo de flambagem em colunas utilizando a técnica de
velocimetria por imagem de partículas (PIV) / Maykmiller
Carvalho Rodrigues. – Lavras : UFLA, 2015. 74p. : il.
Dissertação (mestrado acadêmico)–Universidade Federal de Lavras, 2015.
Orientador: Francisco Carlos Gomes.
Bibliografia.
1. Deformação. 2. Flambagem. 3. Colunas. 4. PIV. 5.
Elementos Finitos. I. Universidade Federal de Lavras. II. Título.
MAYKMILLER CARVALHO RODRIGUES
ESTUDO DE FLAMBAGEM EM COLUNAS UTILIZANDO A TÉCNICA
DE VELOCIMETRIA POR IMAGEM DE PARTÍCULAS (PIV)
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Lavras, como parte das
exigências do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola,
área de concentração em Construções e
Ambiência, para a obtenção do título de Mestre.
APROVADA em 7 de agosto de 2015.
Dr. Roberto Braga Alves Júnior UFLA
Dr. Ricardo Rodrigues Magalhães UFLA
Dr. Renilson Luiz Teixeira IFES
Dr. Francisco Carlos Gomes
Orientador
LAVRAS – MG
2015
A DEUS.
Pelas oportunidades e por colocar em meu caminho pessoas maravilhosas como
minha esposa Jéssica e meus pais, Juarez e Marilene.
OFEREÇO
AGRADECIMENTOS
A Deus, que me deu o dom da vida e colocou em meu caminho tantas
pessoas especiais, que, de uma forma ou de outra, apoiaram-me para a realização
deste trabalho.
À Universidade Federal de Lavras (UFLA) e ao Departamento de
Engenharia Agrícola (DEG), pela oportunidade concedida para a realização do
mestrado.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq) pela concessão da bolsa de estudos.
Aos professores do Departamento de Engenharia Agrícola da UFLA, em
especial o professor Dr. André Luiz Zangiacomo, pelos ensinamentos
transmitidos e harmoniosa convivência.
Ao professor, Dr. Francisco Carlos Gomes, pela orientação, paciência,
amizade, dedicação; seus ensinamentos que foram de grande relevância para a
realização deste trabalho e meu crescimento profissional.
Aos professores, Dr. Roberto Braga Alves Júnior e Dr. Ricardo
Rodrigues Magalhães, pela coorientação, paciência, amizade, dedicação; seus
ensinamentos foram de grande relevância para a realização deste trabalho e meu
crescimento profissional.
À Jéssica Assaid Martins Rodrigues, pelo amor, compreensão, confiança
e apoio em todos os momentos.
Aos amigos pós-graduandos Rodrigo Allan Pereira, Mariana de Oliveira
e Silva, Ellem Waleska Nascimento da Fonseca Contado e Lucas Henrique
Pedroso Abreu, pela preciosa ajuda na condução dos experimentos.
A toda a minha família, minha mãe, Marilene Aparecida de Carvalho
Rodrigues, meu pai, Juarez José Rodrigues, em especial aos meus avós, pelo
incentivo e exemplo de vida.
AUTOBIOGRAFIA
Maykmiller Carvalho Rodrigues, filho de Juarez José Rodrigues e
Marilene Aparecida de Carvalho Rodrigues, nasceu na cidade de Perdões, MG,
em 01 de agosto de 1987. Estudou na Escola Estadual Padre Pedro Machado, na
Escola Municipal Otaviano Alvarenga, no Colégio Estadual João Melo Gomide
e na Escola Cenecista Dulce Oliveira. Formou-se em Engenharia Mecânica pelo
Centro Universitário do Sul de Minas (UNIS-MG), em dezembro de 2009, pós-
graduou MBA em Gestão de Projetos pelo Centro Universitário do Sul de Minas
(UNIS-MG), em setembro de 2013. Em março de 2014, iniciou o Mestrado em
Engenharia Agrícola, realizando seus estudos na área de construções e
estruturas.
RESUMO
Diante da complexa análise das deformações estruturais, foram estudados efeitos de flambagem em perfis tubulares retangulares metálicos,
submetidos aos esforços de compressão axial. Buscou-se quantificar as
deformações horizontais em pilares, utilizando uma técnica óptica, por meio de
imagens para avaliação do comportamento estrutural. Esta pesquisa foi realizada com o objetivo de se empregar a técnica de velocimetria por imagem de
partículas (PIV) no estudo das estruturas como uso de um método não
destrutivo. Os ensaios, utilizando corpos-de-prova metálicos, foram realizados no Laboratório de Resistência dos Materiais e Mecânica das Estruturas da
Universidade Federal de Lavras (UFLA). Foi avaliado o comportamento de
colunas metálicas solicitadas, exclusivamente, por uma carga de compressão
axial que provocou um efeito de flambagem nos corpos de prova. Para quantificar essa deformação, foi aplicada a técnica PIV, que pela análise das
imagens, forneceu medidas de deslocamento da estrutura. Com a aplicação da
técnica PIV, foram obtidos mapas de deslocamento das colunas durante o ensaio. Verificaram-se os diferentes estágios de deformação e deslocamento
máximo horizontal de 1,62mm no sentido da menor inércia e o deslocamento
obtido por Elementos Finitos foi de 1,56mm neste mesmo sentido. Com base no módulo do vetor resultante, foi possível distinguir o estágio da coluna antes e
depois da carga crítica de flambagem. Deste modo, concluiu-se que a técnica
PIV pode ser utilizada na quantificação dos deslocamentos de colunas em um
plano, o que certamente permitirá a sua aplicação em monitoramento de estruturas.
Palavras-chave: Deformação. Flambagem. Colunas. PIV. Elementos Finitos.
ABSTRACT
Faced to the complex analysis of structural deformation, buckling effects were studied in steel rectangular hollow bar subjected to axial compressive
forces. It worked to quantify the horizontal column deformation using an optical
technique, based on images to evaluate the structural behavior. The objective of
this study was to use the particle image velocimetry (PIV) technique a non-destructive method to study the structures. The test using metallic specimens
were performed in the Resistance of Materials and Mechanics of Structure
Laboratory of the Federal University of Lavras (UFLA). It evaluated the behavior of metallic columns requested solely by an axial compressive load that
caused a buckling effect on the columns. The PIV technique was applied to
quantify the strain, based on the image analysis to provide and measure the
displacement of the structure. With the application of PIV technique, buckling map was provided during the test. It show the different stages during the
compressive teste and 1,62mm of the horizontal displacement towards lower
inertia was obtained while the displacement obtained by Finite Element was 1,56mm in this same direction. From the resulting vector module was possible to
differentiate the stage of the column before and after the critical load of buckling
and breaking point thereof. Thus, it was concluded that the PIV technique can be used to measure the column displacement in a plane, which certainly permit its
application to monitor structures in use.
Keywords: Deformation. Buckling. Columns. PIV. Finite Element.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Detalhes geométricos das colunas de um silo elevado sem o
efeito de flambagem .................................................................... 25
Figura 2 Detalhes geométricos das colunas de um silo elevado com o
efeito de flambagem .................................................................... 26
Figura 3 Valores de coeficiente teóricos e recomendados de flambagem
por flexão de elementos isolados ................................................. 28
Figura 4 Esquema das Janelas de interrogação utilizadas para identificar
o deslocamento de partículas de um instante t0 para um
instante t1 .................................................................................... 33
Figura 5 Esquema do Sistema de velocimetria por luz pulsada onde, em
destaque, as janelas de interrogação são utilizadas na
identificação do deslocamento de partículas traçadoras em
fluido .......................................................................................... 33
Figura 6 Vetores de velocidade que representam o fluxo de partículas
externas semeadas como alvos de correlação das imagens do
fluxo de água em um tubo após a aplicação do PIV ...................... 34
Figura 7 Partículas e campo de velocidade para experimento de rotação
de corpo rígido com velocidade angular de 222 RPM................... 35
Figura 8 Representação do fluxo utilizando o biospeckle PIV, com base
em janelas de interrogação de 64 x 64 pixels e uma correlação
cruzada dentro da veia principal................................................... 36
Figura 9 Aplicação da técnica Optical and Laser Scanning Technique
em viga de madeira com nó ......................................................... 37
Figura 10 Aplicação da técnica PIV em vigas de madeira. (A) Face
iluminada com laser para aquisição das imagens e (B) Mapa
de vetores deslocamento obtido pela aplicação do PIV ................. 37
Figura 11 Aplicação da técnica PIV em vigas de madeira com nó. (A)
Face da viga iluminada com Laser e (B) Face da viga
pigmentada com tinda .................................................................. 38
Figura 12 Malha tetraédrica de primeira ordem para sólidos utilizados
naModelagem por Elementos Finitos ........................................... 41
Figura 13 Etapas doMétodo de Análise por Elementos Finitos ..................... 42
Figura 14 Máquina universal de ensaios do Laboratório de Resistência
dos Materiais e Mecânica das Estruturas do departamento de
engenharia da UFLA ................................................................... 44
Figura 15 Detalhe dos corpos-de-prova adotados para a aplicação da
técnica PIV e modelados pelo SolidWorks ................................... 45
Figura 16 Detalhe das demarcações nos corpos-de-prova que foram
testadas na busca do melhor tamanho dos pontos a serem
reconhecidos pelas janelas de interrogação da técnica PIV. (A)
Pontos de 1,0mm alinhados na face de maior inércia, (B)
Pontos de 2,0mm alinhados na face de maior inércia, (C)
Pontos de 3,0mm alinhados na face de maior inércia, (D)
Pontos de 1,0mm na face de menor inércia, (E) Pontos de
3,0mm na face de menor inércia, (F) Pontos de 2,0mm na face
de menor inércia, (G) Pontos de 0,5mm em ambas as faces,
(H) Limalha de aço espalhadas por todo o corpo-de-prova ........... 46
Figura 17 Posicionamento do corpo de prova e aplicação da carga pela
máquina universal de ensaio: (A) Barra sem aplicação de
carga, (B) Barra com aplicação de Carga sob efeito de
flambagem .................................................................................. 47
Figura 18 Esquema do posicionamento da câmera em relação ao corpo-
de-prova, durante a aquisição das imagens utilizadas na
técnica PIV .................................................................................. 49
Figura 19 Imagem coletada do corpo de prova posicionado na máquina
de ensaios com a demarcação da região de interesse no
instante t0 e carga 0kN ................................................................. 52
Figura 20 Tratamento das imagens no ImageJ: (A) Imagem extraída da
câmera, (B) Imagem recortada, (C) Imagem no formato RGB
(8bits) com aplicação de Threshold Preto e Branco ...................... 53
Figura 21 Corpos de prova modelados no SolidWorkscom as mesmas
dimensões dos corpos-de-prova reais ........................................... 54
Figura 22 Esquema de fixação dasextremidades do corpo-de-prova: (A)
Fixação da face inferior do corpo-de-prova por meio de
geometria fixa (Engaste), (B) Fixação da face superior por
meio de ligação rotulada .............................................................. 55
Figura 23 Aplicação da carga de compressão e intensidade 40kN normal
ao eixo longitudinal da coluna ..................................................... 56
Figura 24 Disposições e dimensões das marcações dos pontos na face de
menor inércia do corpo – de– prova ............................................. 57
Figura 25 Evolução do deslocamento durante o ensaio de compressão.
(01-21) deslocamento dos pontos da imagem 01 para a
imagem 21. (01-22) deslocamento da imagem 01 para a
imagem 22. (01-23) deslocamento da imagem 01 para a
imagem 23. (01-24) deslocamento da imagem 01 para a
imagem 24 .................................................................................. 58
Figura 26 Representação das diferentes inclinações dos vetores. (01-09)
deslocamento dos pontos da imagem 01 para a imagem 09.
(01-24) deslocamento da imagem 01 para a imagem 24 ............... 59
Figura 27 Estagio de acomodação e deformação linear do corpo– de -
prova antes da carga crítica .......................................................... 60
Figura 28 Acompanhamento do efeito de flambagem com base na
comparação de imagens sucessivas após o estágio de
acomodação e deformação linear ................................................. 61
Figura 29 Vetores deslocamento: (A) Estágio da acomodação do corpo-
de-prova, (B) Deformação linear vertical do corpo-de-prova,
(C) Início do efeito de flambagem e (D) Deformação máxima
do corpo de prova sob o efeito de flambagem .............................. 62
Figura 30 Amplitude máxima do deslocamento da coluna obtido por
Elementos Finitos baseados na aplicação de uma carga de
compressão de 40kN.................................................................... 63
Figura 31 Deslocamento indicado por vetores em vários nós da coluna
obtido por Elementos Finitos com base na aplicação de uma
carga de compressão de 40kN ...................................................... 64
Figura 32 Amplitude de deslocamento indicada por vetores em MEF na
região de interesse ....................................................................... 65
Figura 33 Mapa de vetores deslocamento representados em um único
ponto: (A) Deslocamento vertical e horizontal representado
por todos os vetores da região de interesse, (B) Deslocamento
lateral por flambagem representado pela média da componente
horizontal de todos os vetores deslocamento ................................ 66
Figura 34 Comparação do deslocamento obtido por MEF e o PIV ................ 67
Figura 35 Comparação entre os vetores obtidos por MEF e PIV. (A)
representa os vetores obtidos por MEF e (B) representa os
vetores obtidos pelo PIV .............................................................. 68
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Propriedades mecânicas do aço ......................................................... 23
Tabela 2 Valores de ruptura por Flambagem para os 30 corpos-de-prova ........ 50
LISTA DE ABREVIATURAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
MEF Método de Ensaio por Elementos Finitos
LISTA DE SÍMBOLOS
Ncr Carga crítica de flambagem
E Módulo de elasticidade do material
I Momento de inércia da seção transversal
l Comprimento
Nc,Sd Força axial de compressão solicitante de cálculo
Nc,Rd Força axial de compressão resistente de cálculo
χ Fator de redução associado à resistência à compressão
Q Fator de redução total associado à flambagem local
Ag Área bruta da seção transversal da barra
fy Limite de escoamento do aço
γa1 Fator de segurança
k Coeficiente de flambagem
r Raio de giração
λ Índice de esbeltezglobal
λ0 Índice de esbeltez reduzido
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................. 17 2 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................... 20 2.1 Estruturas ....................................................................................... 20 2.2 Elementos estruturais ..................................................................... 20 2.3 O aço ............................................................................................... 21 2.4 Propriedades mecânicas do aço ...................................................... 22 2.5 Colunas............................................................................................ 24 2.6 Flambagem...................................................................................... 24 2.7 Cálculo de flambagem por métodos convencionais........................ 27 2.7.1 Cálculo Convencional (NBR 8800/2007) ........................................ 28 2.8 Método de ensaios convencionais ................................................... 31 2.9 Velocimetria por Imagem de Partículas (PIV)............................... 31 2.10 Método de elementos finitos ........................................................... 38 2.10.1 Modelagem por MEF ...................................................................... 39 2.10.2 Criação das malhas ......................................................................... 40 2.10.3 Interpretação dos resultados por MEF .......................................... 41 2.10.4 Etapas de modelagem por elementos finitos .................................. 42 3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................ 43 3.1 Descrição do local de trabalho ........................................................ 43 3.2 PIV aplicado ao ensaio de flambagem ............................................ 43 3.2.1 Apoios ou vínculos da Máquina Universal de Ensaios ................... 43 3.2.2 Corpos-de-prova ............................................................................. 45 3.2.3 Ensaios de flambagem e aplicação da técnica PIV......................... 47 3.3 Elementos Finitos ............................................................................ 53 3.3.1 Modelagem do corpo de prova ....................................................... 53 3.3.2 Aplicação da Modelagem por Elementos Finitos ........................... 54 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................... 57 4.1 Marcações dos pontos ..................................................................... 57 4.2 Mapas de deslocamentos fornecidos pelo PIV ............................... 58 4.3 Deslocamento obtido por Elementos Finitos .................................. 63 4.4 Comparação dos resultados do PIV com MEF .............................. 65 5 CONCLUSÃO ................................................................................ 69 REFERÊNCIAS.............................................................................. 70
17
1 INTRODUÇÃO
Existem vários tipos de estruturas compostas por diferentes elementos
estruturais denominados como colunas, vigas, lajes, blocos de fundação, estacas
dentre outros. Estas partes, que compõem uma estrutura, estão sujeitas a
diferentes tipos de esforços solicitantes, em que a estabilidade de cada um destes
elementos é indispensável para manter a estabilidade estrutural. As colunas são
partes de uma estrutura que estão sujeitas, principalmente, aos esforços normais
axiais e sem elas não seria possível a elevação de um telhado metálico, de um
edifício de múltiplos andares, de uma ponte ou até mesmo de um silo metálico,
dentre outras várias estruturas.
Com base nesse conceito, para garantir a estabilidade estrutural
adequada das colunas, devem ser feitas provisões para um excesso de carga e de
uma menor resistência da sua seção transversal, pois existe a possibilidade de
que os materiais como aço utilizado nas barras, parafusos e soldas tenham uma
menor resistência do que a utilizada nos cálculos. Esta resistência pode,
ocasionalmente, ter uma tensão de escoamento abaixo do valor mínimo
especificado nos cálculos, mas ainda dentro dos limites estatísticos aceitáveis
para sua produção.
Tem-se, então, a necessidade de estudar o comportamento das colunas
de estruturas metálicas, visto que elas são solicitadas de várias maneiras durante
a vida útil da estrutura.
As colunas confeccionadas em perfis de seções tubulares podem ser
compostas por seções quadradas ou retangulares. Também são utilizados em
colunas, perfis no formato de cartola, cantoneira, U, Z e I, porém, estes últimos
não serão abordados neste estudo.
Para conhecer melhor o comportamento estrutural dos perfis tubulares
utilizados nas colunas, é necessário conhecer a fundo as condições de contorno e
18
a matéria-prima que os compõem a fim de maximizar sua utilização e minimizar
os problemas de aplicação. Para isso, necessita-se desenvolver uma metodologia
eficiente, rápida e “não destrutiva” para contribuir durante a análise estrutural e
para conhecer melhor o comportamento desses elementos estruturais.
Um dos principais agravantes, durante o estudo de colunas, é o efeito da
flambagem. Esse efeito limita a resistência das colunas e é conhecido como o
deslocamento lateral produzido por esforços de compressão.
No intuito de estudar a flambagem em peças comprimidas (Colunas),
podem ser utilizados ensaios destrutivos, não destrutivos, métodos de cálculo
convencionais e a técnica de análise estrutural por elementos finitos.
Os ensaios destrutivos mais comuns são aqueles que deixam algum sinal
na peça ou corpo de prova submetido ao ensaio, mesmo que estes não fiquem
inutilizados. Estes ensaios podem ser de tração, compressão, cisalhamento,
dobramento, flexão, embutimento, torção, dureza, fluência, fadiga e impacto em
que, muitas vezes, é utilizada uma máquina universal de ensaios, equipamentos
de medição, sistema de aquisição e processamento dos dados.
Dentre os vários ensaios não destrutivos, pode-se citar o ultrassom e o
raio-x. A técnica de modelagem por elementos finitos pode ser utilizada para
simular o comportamento das estruturas em serviço.
Além destes métodos já consagrados, a técnica de Velocimetria, por
Imagem de Partículas (PIV), inicialmente adotada como um método de estudo
de deslocamento de partículas de fluido, atualmente vem sendo usada no estudo
aplicado a materiais sólidos. Dessa forma, propõe-se o emprego do PIV como
um método de ensaio não destrutivo e baixo custo com base na mecânica das
estruturas.
Portanto, considerando a hipótese de que a técnica de Velocimetria por
Imagem de Partículas (PIV), também, pode ser utilizada para estudar
deslocamentos de colunas formadas por barras de aço, o objetivo deste trabalho
19
foi avaliar o emprego desta técnica em ensaios de compressão em colunas de
perfis metálicos tubulares retangulares sujeitas à flambagem.
20
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Estruturas
Dá-se o nome de estrutura às partes resistentes de uma construção, de
uma máquina, de um automóvel, de um navio, de um avião, de um objeto, dentre
outros (NBR 8800/2007) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2007).
Segundo Bellei e Bellei (2011), para que uma estrutura trabalhe bem, as
peças estruturais que as compõem devem resistir às ações que atuam sobre elas
ao longo de sua vida útil. Dentre as várias ações, que solicitam a estrutura e
podem levá-la à ruína, podem-se citar as ações, como o peso próprio da
estrutura, o peso dos automóveis que passam por uma ponte, o peso de
equipamentos, o peso de pessoas, a pressão do vento sobre um edifício, a carga
movimentada por um guindaste, as variações de temperatura que mudam a
forma da estrutura e podem provocar esforços internos e os deslocamentos de
apoio que podem ser provocados por terremotos ou até mesmo quando os
deslocamentos de apoio que ocorrem lentamente e podem introduzir esforços
importantes na estrutura.
2.2 Elementos estruturais
As estruturas ou sistemas estruturais são constituídos por meio da
disposição racional e adequada de diversos elementos estruturais. Os elementos
estruturais são os responsáveis por receber e transmitir as solicitações na
estrutura, sofrendo como consequência deformações (JANSSEUNE; CORTE;
VANLMPE, 2013).
Os elementos estruturais podem ser:
21
Barras: possuem dimensões da seção transversal da mesma ordem de
grandeza, e menores em relação ao seu comprimento e cujo eixo é umalinha reta
ou curva aberta. As barras podem constituir diversos sistemas estruturais, onde
os principais são:
Viga e Coluna: estrutura formada por barras alinhadas.
Arco: estrutura formada por barra cujo eixo é uma curva única.
Pórtico: estrutura formada de barras não-alinhadas.
Cabo: formado por uma barra flexível, sem resistência à flexão (resiste
bem a esforços de tração).
Treliça: estrutura constituída por barras dispostas de modo a formar uma
rede de triângulos.
Folhas ou estruturas de superfície - São elementos estruturais que
apresentam grandes superfícies em relação a sua espessura.
Blocos: Os blocos possuem as três dimensões com a mesma ordem de
grandeza. Para os blocos, não se pode desprezar nenhuma das três dimensões,
por este motivo não deve ser considerado uma estrutura linear (barra) nem
estrutura superficial (folha). Como exemplo de estrutura formada por bloco
podem-se citar os blocos de fundações.
Estes elementos estruturais podem ser compostos de vários materiais
como madeira, plástico, concreto armado e aço dentre outros.
2.3 O aço
É impossível imaginar o mundo atual sem o uso do aço. O nível de
desenvolvimento econômico de um país pode ser medido quanto à utilização
deste material de construção, pois seu consumo cresce proporcionalmente à
construção de obras públicas, edifícios, produção de equipamentos e o
crescimento dos meios de comunicação.
22
Segundo Bellei e Bellei (2011), são definidos como aços estruturais toda
liga de ferro carbono que, em razão de sua resistência mecânica, resistência à
corrosão, ductilidade, soldabilidade e outras propriedades, são adequados para
uso em elementos que suportam cargas e transmitem esforços.
Cada tipo de aço produzido pode ser específico para determinada
utilização. Por isso existe uma grande variedade de tipos e formas que decorrem
da necessidade de atender às exigências das aplicações específicas do mercado,
ou seja, novas formas e composições são necessárias para atender o mercado
sendo elas chapas, perfis, tubos, barras, outros. Para atender estas exigências,
existem mais de 3500 tipos diferentes de aços e cerca de 75% deles foram
desenvolvidos nos últimos 20 anos. Isso mostra a grande evolução que o setor
tem experimentado (BELLEI; BELLEI, 2011).
2.4 Propriedades mecânicas do aço
Na construção civil, rural e de armazenamento, há um grande interesse
em se trabalhar com os chamados aços estruturais de média e alta resistência
mecânica. Em função de sua resistência, ductilidade e outras propriedades, os
aços são adequados para a utilização em elementos da construção sujeitos a
vários tipos de carregamento.
Este material é muito utilizado nas estruturas por possuir elevada tensão
de escoamento, elevada tenacidade, boa soldabilidade, homogeneidade
macroestrutural, susceptibilidade de corte por chama sem endurecimento e boa
trabalhabilidade em operações tais como corte, furação e dobramento, sem que
se originem fissuras ou outros defeitos.
Os aços estruturais podem ser classificados em três grupos principais,
conforme a tensão de escoamento mínima especificada:
23
Tabela 1 Propriedades mecânicas do aço
TIPO DE AÇO LIMITE DE ESCOAMENTO
MÍNIMO, MPa
Aço carbono de média resistência 195 a 259
Aço de alta resistência e baixa liga 195 a 259
Aços ligados tratados termicamente 630 a 700
Fonte: Bellei e Bellei (2011).
Dentre os aços estruturais existentes atualmente, o mais utilizado e
conhecido é o ASTM A36, que é classificado como um aço carbono de média
resistência mecânica. Entretanto, a tendência moderna, no sentido de se utilizar
estruturas cada vez maiores, tem levado os engenheiros, projetistas e
construtores a utilizar aços de maior resistência, os chamados aços de alta
resistência e baixa liga, de modo a evitar estruturas cada vez mais pesadas.
Os aços de alta resistência e baixa liga são utilizados toda vez que se
deseja aumentar a resistência mecânica permitindo um acréscimo da carga
unitária da estrutura ou tornando possível uma diminuição proporcional da
seção, ou seja, o emprego de seções mais leves, melhorar a resistência à corrosão
atmosférica, melhorar a resistência ao choque e o limite de fadiga e elevar a
relação do limite de escoamento para o limite de resistência à tração, sem perda
apreciável da ductilidade.
Segundo Bellei e Bellei (2011), para efeito de cálculo devem ser
adotados para os aços A36, os seguintes valores, na faixa normal de
temperaturas atmosféricas.
a) Módulo de elasticidade E = 200.000 Mpa.
b) Módulo de elasticidade transversal G = 77.200 Mpa.
c) Coeficiente de Poisson νa = 0,3.
d) Coeficiente de dilatação térmica β = 12 x 10- 6
por 0º C.
24
e) Peso específico γa = 77 kN/m³ ou 7850 kg/m3.
2.5 Colunas
Segundo a NBR 8800/2007, colunas são peças verticais sujeitas à
compressão centrada. Estas peças são encontradas em componentes de treliça,
sistemas de travejamento e, principalmente, em pilares de sistemas
contraventados de silos e edifícios. Este tipo de estrutura, quando comprimido,
sofre o efeito de flambagem que pode ser simplesmente definida como um tipo
de instabilidade da peça em estudo.
2.6 Flambagem
De acordo com Ballio e Mazzolani (1983), os estudos teóricos de barras
submetidas à compressão remontam ao ano de 75 (a.C.) com Erone
d’Alexandria, havendo similares descrições encontradas em desenhos de
Leonardo da Vinci (1452-1519) e estudos de P. Van Musschenbroek (1693-
1761) e de Bernoulli (1700-1782).
Os primeiros resultados teóricos sobre instabilidade em colunas foram
obtidos pelo matemático suíço Leonhardt Euler (1707-1783), que investigou o
equilíbrio de uma coluna comprimida na posição deformada com deslocamentos
horizontais, em que foi adotada uma coluna isenta de imperfeições geométricas e
tensões residuais, material de comportamento elástico linear e carga
perfeitamente centrada.
De acordo com a NBR 8800/2007, os sistemas mecânicos e estruturas,
quando estão solicitados ou submetidos a carregamentos,podem falhar de várias
formas. Portanto, quando se projeta um elemento, é necessário que ele satisfaça
requisitos específicos de tensão, deflexão e estabilidade.
25
Quando se trata da estabilidade estrutural, o fenômeno de flambagem
ocorre em elementos compridos e esbeltos sujeitos a uma força axial de
compressão. Estas peças são chamadas de colunas e a deflexão lateral que
sofrem é chamada de flambagem. Portanto, a flambagem leva a uma falha
repentina e dramática da estrutura (JANSSEUNE; CORTE; VANLMPE2013).
Na Figura 1, pode-se observar um silo metálico sujeito a cargas que não
excedem à carga axial máxima que a coluna pode suportar (carga crítica de
flambagem).
Figura 1 Detalhes geométricos das colunas de um silo elevado sem o efeito de flambagem
Fonte: Jansseune, Corte e Vanlmpe (2013).
26
De acordo com a NBR 8800/2007, o efeito de flambagem só ocorre
quando a carga axial aplicada sobre uma coluna excede a carga crítica de
flambagem. Portanto qualquer carga adicional acima dessa, provocará
flambagem na coluna como mostra a Figura 2.
Figura 2 Detalhes geométricos das colunas de um silo elevado com o efeito de flambagem
Fonte: Jansseune, Corte e Vanlmpe (2013).
É descrito na NBR 8800/2007que o efeito de flambagem somente ocorre
quando o esforço de compressão aplicado na coluna atinge a carga crítica de
flambagem descrita pela Equação 1 (TIMOSHENKO; GERE, 1994).
27
𝑁𝑐𝑟 = 𝜋2 .𝐸 .𝐼
𝑙2 (1)
em que:
Ncr é a carga crítica de flambagem;
E é módulo de elasticidade do material;
I é o momento de inércia da seção transversal;
l é comprimento da barra;
Com base nesta carga não é mais possível o equilíbrio na configuração
retilínea do pilar.
2.7 Cálculo de flambagem por métodos convencionais
Os cálculos de flambagem por métodos convencionais seguem uma
metodologia baseada, principalmente, na NBR 8800/2007, que trata
principalmente dos projetos de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e
concreto de edifícios. Além da norma brasileira que será adotada, como base de
comparação neste trabalho, existem outras técnicas que podem ser utilizadas
para auxiliar no dimensionamento das estruturas como os métodos numéricos e a
análise por simulação computacional por meio de elementos finitos, dentre
outros.
Segundo a NBR 8800/2007, colunas solicitadas por esforços de
compressão podem se comportar de várias maneiras dependendo de sua
condição de contorno. Assim, a Figura 3 mostra que a carga crítica de
flambagem deve ser calculada em função do coeficiente de flambagem (K) da
peça em estudo.
28
Figura 3 Valores de coeficiente teóricos e recomendados de flambagem por flexão de elementos isolados
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2007)
2.7.1 Cálculo Convencional (NBR 8800/2007)
A NBR 8800/2007 trata o estudo de barras comprimidas submetidas à
força axial de compressão e, também, relaciona todos os parâmetros e equações
necessários para dimensionar uma coluna ou barra sujeitos ao esforço de
compressão.
Em geral, o fenômeno de flambagem relaciona a seção transversal à
limitação da esbeltes, cujo comprimento total da peça e a ligação com o exterior
faz toda a diferença. Portanto o primeiro passo é garantir que a condição
representada pela Equação 2 seja satisfeita.
𝑁𝑐 ,𝑆𝑑 ≤ 𝑁𝑐 ,𝑅𝑑 (2)
29
em que:
Nc,Sd é a força axial de compressão solicitante de cálculo e
Nc,Rd é a força axial de compressão resistente de cálculo.
Para o cálculo da força axial de compressão resistente de cálculo, Nc,Rd,
de uma barra, deve-se associá-la aos estados limites últimos de instabilidade por
flexão, por torção ou flexo-torção e de flambagem local.
Essa força axial resistente pode ser calculada baseada na Equação 3:
𝑁𝑐 ,𝑅𝑑 = 𝑋 .𝑄.𝐴𝑔 .𝑓𝑦
𝛾𝑎1 (3)
em que:
χ é o fator de redução associado à resistência à compressão;
Q é o fator de redução total associado à flambagem local;
Ag é a área bruta da seção transversal da barra;
fy é o limite de escoamento do aço, valor nominal especificado
pelo fabricante;
γa1 é o fator de segurança.
Segundo Pinheiro (2005), para dimensionar uma barra sujeita à
compressão, deve-se levar em conta as condições em que a barra se encontra
vinculada em suas extremidades, pois estes vínculos determinam o parâmetro de
flambagem “k” que consta da NBR 8800 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2007). Portanto, para calcular o índice de esbeltes das
barras comprimidas, deve-se tomar a maior relação entre o comprimento
destravado e o menor raio de giração correspondente descrito pela Equação 4.
Por fatores estatísticos, o índice de esbeltes ainda não deve ser superior a 200.
30
l/r (4)
em que:
l é comprimento da barra;
r é o menor raio de giração.
Quando se trata de elementos estruturais isolados, conforme definição da
NBR 8800, recomenda-se que o índice de esbeltes seja calculado pela Equação
5.
KL/r (5)
em que:
K é o coeficiente de flambagem;
l é o comprimento da barra;
r é o menor raio de giração.
Portanto, para o cálculo de flambagem devem-se ser considerados dois
índices de esbeltez, o global (λ) e o reduzido (λ0), cujos coeficientes de
flambagem, também, devem ser calculados considerando a seção transversal
como um todo e os elementos que a compõem separadamente.
31
2.8 Método de ensaios convencionais
O fenômeno da flambagem ocorre somente quando o elemento estrutural
em estudo está sobre um efeito de carga de compressão. Assim, o método de
ensaio mais comum utiliza a máquina universal de ensaios, que pode aplicar
cargas de compressão variadas ao corpo de prova. Deste modo o pesquisador
pode avaliar em um ambiente controlado todos os fenômenos pertinentes do
ensaio. Se o modelo em estudo foi bem projetado e trabalhado dentro das escalas
de verossimilhança, os resultados poderão ser extrapolados para protótipos e
posteriormente para estruturas reais.
2.9 Velocimetria por Imagem de Partículas (PIV)
Comumente conhecida como PIV (particle image velocimetry), a técnica
de Velocimetria por Imagem de Partículas é amplamente empregada na medição
de fluxo de partícula em fluidos.
Segundo Almeida (1997), esta técnica foi muito utilizada nos
laboratórios de pesquisa, sendo a base dos sistemas comerciais disponíveis.
Portanto existe na literatura uma grande variedade de implementações que
incluem diferentes modos de iluminação, equipamentos para captura de imagens
e, principalmente, algoritmos para análise das imagens e extração do campo de
velocidade.
Esta técnica é capaz de identificar o campo de velocidade em um único
plano de projeção, numa dada região de interesse, por meio de partículas
injetadas no fluxo.
Uma das primeiras aplicações do PIV foi realizada por Yeh e Cummins
em 1964, em que foi utilizada a técnica laser doppler velocimetry (LDV) ou
laser doppler anemometry (LDA), que consiste em um feixe simples de luz
32
dividido em dois de igual intensidade que foram focados em um mesmo ponto
no campo do fluxo. Uma interferência padrão foi formada no ponto de encontro
entre os feixes, definindo uma região onde o volume é conhecido. As partículas
em movimento espalham a luz que é coletada por um fotodetector. A velocidade
da partícula está diretamente relacionada à frequência resultante de saída do
fotodetector (MIRANDA, 2004).
Van Dyke, em 1982, utilizando a técnica conhecida como particle
tracking velocimetry (PTV), coletou o rastro de partículas semeadas em um
fluxo. O tamanho do rastro, o tempo de abertura da câmera e a resolução da
imagem fornecem os dados para o cálculo da velocidade. Em 1985, foi utilizada
a técnica PIV e o laser speckle velocimetry (LSV) para determinar as bases do
espalhamento de vários tipos de partículas pela luz pulsada. Desde então a
técnica sofreu avanços enormes e, nos últimos anos, vem sendo aprimorada, à
medida que os métodos analógicos de armazenamento e processamento das
imagens são substituídos por métodos digitais. Com o intuito de melhorar cada
vez mais a ferramenta, metodologias e aplicações diferentes são propostas a cada
dia (MIRANDA, 2004).
A técnica PIV utiliza pequenas partículas que são adicionadas a um
determinado fluxo, e seus movimentos são medidos pela comparação entre duas
imagens em tempos distintos. A primeira imagem é dita num tempo t0 (inicial)
enquanto a segunda é parecida com a primeira, mas com as partículas em
posições diferentes em um tempo t1 = t0+Δt. Com este deslocamento e intervalo
de tempo entre as duas imagens, pode-se calcular a velocidade das partículas
injetadas (MIRANDA, 2004).
As imagens, em tempos distintos, são divididas em janelas de
interrogação de tamanhos distintos que dependem do tamanho das partículas em
análise, como mostra a Figura 4.
33
Figura 4 Esquema das Janelas de interrogação utilizadas para identificar o deslocamento de partículas de um instante t0 para um instante t1
Fonte: Souza (2013).
Almeida (1997) descreve a utilização de janelas de interrogação e a
metrologia de luz pulsada para quantificar o deslocamento de partículas
traçadoras injetadas em um fluxo demonstrado na Figura 5.
Figura 5 Esquema do Sistema de velocimetria por luz pulsada onde, em destaque, as janelas de interrogação são utilizadas na identificação do
deslocamento de partículas traçadoras em fluido
Fonte: Raffael, Willert e Kompenhans (1998).
34
O biospeckle PIV foi utilizado para medir o fluxo de partículas externas
semeadas como alvos de correlação das imagens de fluxo. Na Figura 6 pode-se
observar o fluxo d’água em um tubo após a aplicação do PIV (SOARES et al.,
2013).
Figura 6 Vetores de velocidade que representam o fluxo de partículas externas semeadas como alvos de correlação das imagens do fluxo de água em
um tubo após a aplicação do PIV
Fonte: Soares et al. (2013).
Almeida (1997), também, descreve o movimento circular em um fluido,
provocado pela rotação de um corpo rígido onde foi aplicado o PIV com o
intuito de comparar os resultados medidos e valores teóricos, obtendo-se
resultados semelhantes, ilustrados pela Figura 7.
35
Figura 7 Partículas e campo de velocidade para experimento de rotação de corpo rígido com velocidade angular de 222 RPM
Fonte: Almeida (1997).
Soares et al. (2013) descrevem o fluxo,utilizando o biospeckle PIV, com
base em janelas de interrogação de 64 x 64 pixels e uma correlação cruzada. O
experimento foi capaz de obter o movimento descrito pela Figura 8.
36
Figura 8 Representação do fluxo utilizando o biospeckle PIV, com base em
janelas de interrogação de 64 x 64 pixels e uma correlação cruzada
dentro da veia principal
Fonte: Soares et al. (2013).
Petersson (2010) utilizou uma técnica similar ao PIV, conhecida como
Optical and Laser Scanning Technique, no estudo de madeiras com nós,
iluminadas por luz fluorescente e laser. Neste estudo, foi possível detectar
imperfeições e caracterizar peças de madeira, ilustrados na Figura 9.
37
Figura 9 Aplicação da técnica Optical and Laser Scanning Technique em viga
de madeira com nó
Fonte: Petersson (2010).
Souza (2014) utilizou a técnica PIV, associada ao speckle laser,
ilustrados na Figura 10, para avaliar de forma qualitativa, a elasticidade da
madeira, por meio da técnica óptica do sunset laser, onde foi possível analisar o
comportamento de vigas de madeira das espécies Hymenolobium sericim,
Eucaliptus e Pinus. Com esta aplicação, foi possível descrever a linha neutra de
vigas de madeira demonstrando quais partes sofreram maior e menor
deformação.
Figura 10 Aplicação da técnica PIV em vigas de madeira. (A) Face iluminada com laser para aquisição das imagens e (B) Mapa de vetores
deslocamento obtido pela aplicação do PIV
Fonte: Sousa (2014).
A B
38
Pereira (2014) aplicou a técnica PIV, associada ao sunset laser e à
pigmentação artificial da superfície, ilustrados na Figura 11, no ensaio de flexão
estática em vigas de madeira com nó, onde foi possível monitorar o
deslocamento da viga de madeira, utilizando tanto o laser quanto a pigmentação,
conforme Figura 10. Além disso, foi possível identificar pelo método PIV, sinais
de ruptura do material ensaiado, antes que os mesmos fossem identificados pela
Máquina Universal de Ensaios por meio da dispersão dos vetores.
Figura 11 Aplicação da técnica PIV em vigas de madeira com nó. (A) Face da viga iluminada com Laser e (B) Face da viga pigmentada com tinda
Fonte: Pereira (2014).
2.10 Método de elementos finitos
O método de análise estrutural por elementos finitos (MEF) se destaca
atualmente pela sua precisão e realidade dos resultados obtidos. Com isso, o
aumento da velocidade e da capacidade de processamento dos computadores tem
alavancado os estudos, utilizando o MEF, propiciando o seu uso em várias áreas
da engenharia (KNIGHT, 1993; NORTON, 1992).
Esta ferramenta, que trabalha com simulação, surgiu em 1955 com a
evolução da análise matricial de modelos reticulados, com a disponibilidade de
A B
39
computadores digitais e em razão da necessidade de projetar estruturas de
modelos contínuos.
Os primeiros elementos foram modelados por engenheiros aeronáuticos,
para a análise de distribuição de tensões em chapas de asa de avião e tratada
como pioneira por Argiris e Kelsey, em 1955 e por Turner, Clough, Martin e
Topp, em 1956. Assim, a técnica vem sendo estudada e melhorada
constantemente com a evolução dos sistemas operacionais.
Este método é uma eficiente ferramenta numérica de resolução para
vários problemas num meio contínuo, que utiliza a modelagem matemática, com
base em malhas criadas nas superfícies das peças modeladas para analisar
aplicações práticas na engenharia, muito mais econômicas que os modelos
físicos de teste em laboratório (SORIANO; LIMA, 2003).
Segundo Chodraui e Malite (2006), a técnica de análise por elementos
finitos pode ser utilizada para simular o comportamento de barras sujeitas a
diversos tipos de carregamentos.
Deste modo, pode-se dividir um corpo-de-prova criando uma malha
constituída por várias partes ou elementos formados por nós. Essa técnica
resolve equações para descrever o comportamento das variáveis envolvidas em
um processo de análise por simulação, com o objetivo de gerar resultados de
tensão, deslocamento e deformação em uma estrutura, utilizando um software
específico para simulação.
2.10.1 Modelagem por MEF
Sempre que se utiliza um software para a criação e simulação de uma
estrutura, é necessário seguir os seguintes conceitos (IST SISTEMAS, 2011):
a) Construção do modelo matemático.
40
b) Construção do modelo de elementos finitos;
c) Resolução dos modelos de elementos finitos;
d) Análise dos resultados.
Primeiramente deve-se criar a geometria de uma peça ou montagem que
represente exatamente o modelo em estudo. Posteriormente devem-se criar as
malhas que gerem o melhor resultado possível. Em seguida, faz-se a vinculação
e a aplicação das cargas para posteriores análises dos resultados.
Segundo IST Sistemas (2011), a etapa de análise e interpretação dos
resultados deve ser bem criteriosa, pois devem ser levadas em conta as
suposições e simplificações na criação do modelo matemático, construção do
modelo de elementos finitos e resolução do modelo.
2.10.2 Criação das malhas
As malhas são criadas a partir de elementos sólidos e podem ser de
vários formatos que dependem da peça ou superfície em análise (IST
SISTEMAS, 2011).
Estes elementos chamados “finitos”, pelo fato de serem infinitamente
pequenos, podem ser tetraédricos de primeira ou de segunda ordem, elementos
de casca de primeira ou de segunda ordem, elementos de graus de liberdade e
elementos de viga.
A Figura 12 ilustra a malha tetraédrica de primeira ordem que melhor se
adapta a peças com superfícies paralelas bem definidas.
41
Figura 12 Malha tetraédrica de primeira ordem para sólidos utilizados na Modelagem por Elementos Finitos
Fonte: IST Sistemas (2011).
De acordo com IST Sistemas (2011), deve-se escolher dentre esses
modelos de malhas, o que melhor proporcionará a simulação real da estrutura
em estudo.
2.10.3 Interpretação dos resultados por MEF
Os resultados fornecidos pelo MEF são na forma de tensões,
deformações ou deslocamentos. Na maioria dos softwares que trabalham com
MEF, os resultados são expressos de acordo com o Sistema internacional de
medidas sendo essas o kg, m, s e outros (IST SISTEMAS, 2011).
42
2.10.4 Etapas de modelagem por elementos finitos
Para uma análise significativa das peças em estudo, deve-se seguir as
etapas básicas de análise de modelos, independente da complexidade do que
esteja estudando (IST SISTEMAS, 2011).
Na Figura 13, podem-se observar as etapas principais do MEF:
Figura 13 Etapas do Método de Análise por Elementos Finitos
CRIAR UM ESTUDO
APLICAR O MATERIAL
APLICAR ACESSÓRIOS DE FIXAÇÃO
APLICAR CARGAS
GERAR A MALHA DO
MODELO
EXECUTAR O ESTUDO
ANALISAR OS RESULTADOS
43
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Descrição do local de trabalho
Os ensaios foram realizados no Laboratório de Resistência dos Materiais
e Mecânica das Estruturas do departamento de engenharia da UFLA (DEG).
Neste laboratório foram realizados os ensaios utilizando a máquina universal de
ensaios com a aplicação do PIV e as simulações por elementos finitos.
3.2 PIV aplicado ao ensaio de flambagem
Os equipamentos utilizados para realizar os ensaios de flambagem e
medição do deslocamento, utilizando a técnica PIV,foram uma máquina
universal de ensaios mecânicos, 30 corpos-de-prova para os ensaios finais, 20
corpos-de-prova para os ensaios preliminares, caneta de retroprojetor, uma
Câmera digital de alta resolução, um computador para aquisição de dados e um
notebook para processamento das imagens e obtenção dos resultados pela
técnica PIV.
3.2.1 Apoios ou vínculos da Máquina Universal de Ensaios
A máquina universal de ensaios utilizada está instalada no Laboratório
de Resistência dos Materiais e Mecânica das Estruturas do departamento de
engenharia da UFLA (DEG) com capacidade para realizar ensaios de tração,
flexão e compressão que exijam um carregamento máximo de 30t (trinta
toneladas).
As condições de contorno do corpo-de-prova foram adotadas, segundo o
Coeficiente de flambagem, por flexão de elementos isolados definidos pela
44
NBR8800/2007 e pelos elementos de fixação da Máquina Universal de Ensaios
ilustrados pela Figura 14.
Figura 14 Máquina universal de ensaios do Laboratório de Resistência dos
Materiais e Mecânica das Estruturas do departamento de engenharia da UFLA
A face inferior do corpo de prova foi engastada e a face superior foi
rotulada. A partir destes vínculos determinou-se o Coeficiente de flambagem
k = 0,7 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2007).
45
3.2.2 Corpos-de-prova
Os corpos-de-prova adotados nos ensaios mecânicos foram
confeccionados com base no perfil tubular retangular de aço estrutural ASTM
A36 nas dimensões de seção transversal de 20mm x 30mm, espessura de chapa
1,2mm e comprimento de 500mm, conforme observado na Figura 15.
Figura 15 Detalhe dos corpos-de-prova adotados para a aplicação da técnica PIV e modelados pelo Solid Works
Por ser a primeira aplicação da técnica PIV no estudo de flambagem, o
corpo de prova retangular foi adotado por possuir quatro faces paralelas que não
sofrem flambagem local, além de ser um material de produção padronizada de
46
fácil aquisição no mercado. A flambagem local, que ocorre em perfis I, C, L e Z,
poderiam interferir nos resultados da aplicação da técnica PIV.
Foi aplicada uma pintura branca nos corpos-de-prova e, posteriormente,
definidas as marcações equidistantes de referência para origem dos vetores de
deslocamento.Essas marcações foram feitas na região de interesse, ou seja, na
região onde se previu calcular o deslocamento máximo da coluna. Os vários
tipos de marcações, testados neste trabalho, podem ser visualizados na Figura
16.
Figura 16 Detalhe das demarcações nos corpos-de-prova que foram testadas na
busca do melhor tamanho dos pontos a serem reconhecidos pelas
janelas de interrogação da técnica PIV. (A) Pontos de 1,0mm alinhados na face de maior inércia, (B) Pontos de 2,0mm alinhados na
face de maior inércia, (C) Pontos de 3,0mm alinhados na face de
maior inércia, (D) Pontos de 1,0mm na face de menor inércia, (E)
Pontos de 3,0mm na face de menor inércia, (F) Pontos de 2,0mm na face de menor inércia, (G) Pontos de 0,5mm em ambas as faces, (H)
Limalha de aço espalhadas por todo o corpo-de-prova
Foram realizados pré-testes com 20 corpos-de-prova, em que foi
possível analisar qual o melhor tamanho dos pontos demarcados a ser adotado.
Estes pontos testados foram de 0,5mm, 1,0mm, 2,0mm, 3,0mm e limalha de aço
espalhada sobre a tinta branca. Também foram testados os posicionamentos dos
marcadores, podendo ser alinhados ou não.
A B C D E F G H
47
3.2.3 Ensaios de flambagem e aplicação da técnica PIV
Para aplicação da técnica de Velocimetria por Imagem de Partículas
(PIV) foram seguidos os seguintes passos:
Os corpos-de-prova foram posicionados na Máquina Universal de
Ensaios e submetidos a esforços de compressão, os quais proporcionaram um
efeito de flambagem nas peças metálicas, conforme Figura 17.
Figura 17 Posicionamento do corpo de prova e aplicação da carga pela máquina
universal de ensaio: (A) Barra sem aplicação de carga, (B) Barra com
aplicação de Carga sob efeito de flambagem
A B
48
Durante o ensaio de compressão e flambagem, os corpos-de-prova foram
solicitados por uma carga de compressão, aplicada longitudinalmente e
centralizada no seu eixo. Assim, quando se atingiu o limite de rigidez à
flambagem, ou seja, a carga crítica de flambagem, ocorreu a flexão na direção
dos eixos transversais. Deste modo, foi possível medir a amplitude do
deslocamento no plano de menor momento de inércia.
Para registrar o movimento da coluna, uma câmera digital de alta
resolução foi fixada sobre um tripé paralelamente à face da coluna em estudo,
garantindo que as imagens registradas pudessem descrever exatamente o
deslocamento da coluna durante o ensaio. A Figura 18 representa o esquema da
disposição da câmera em relação ao corpo-de-prova.
49
Figura 18 Esquema do posicionamento da câmera em relação ao corpo-de-
prova, durante a aquisição das imagens utilizadas na técnica PIV
Durante o ensaio, foram obtidos valores de ruptura para cada corpo de
prova descrito na Tabela 2, baseado nos dados extraídos da Máquina Universal
de Ensaios que serviram como parâmetro de carregamento para a modelagem.
50
Tabela 2 Valores de ruptura por Flambagem para os 30 corpos-de-prova
Corpo de Prova Nc,Rd(kN)
CP01 40.1760
CP02 35.3640
CP03 35.7120
CP04 38.7120
CP05 38.7120
CP06 36.9120
CP07 35.5680
CP08 37.8720
CP09 36.5760
CP10 33.5400
CP11 38.1840
CP12 36.3360
CP13 38.8080
CP14 36.3600
CP15 35.2440
CP16 36.2400
CP17 36.3960
CP18 38.3880
CP19 34.9560
CP20 36.4560
CP21 37.2960
CP22 37.5360
CP23 37.3680
CP24 37.6200
51
“Tabela 2, conclusão”
Corpo de Prova Nc,Rd (kN)
CP25 35.6280
CP26 35.7600
CP27 35.8800
CP28 37.5480
CP29 36.9960
CP30 37.9080
Foi coletada uma imagem no tempo inicial (t0), quando o corpo-de-
prova se encontrava sujeito a uma carga de intensidade de 0kN. Depois de
iniciado o ensaio, a carga de compressão foi aplicada gradativamente a fim de
observar o deslocamento máximo da coluna antes de sua ruptura. Durante a
aplicação da carga, foram tomadas imagens em intervalos de tempo de 10
segundos, totalizando 23 imagens que ilustram a deformação do corpo-de-prova
até o seu colapso.
Um exemplo das imagens coletadas está ilustrado pela Figura 19.
52
Figura 19 Imagem coletada do corpo de prova posicionado na máquina de ensaios com a demarcação da região de interesse no instante t0 e
carga 0kN
Após a captura das imagens, elas foram tratadas no software livre
ImageJ, em que foram redimensionadas e transformadas em imagem com
qualidade 8bits. Em seguida foi aplicado um threshold para transformá-las em
imagem preto e branco e salvas no formato RGB e analisadas posteriormente no
software comercial Matlab, seguindo os padrões de script e programação do PIV
que propiciaram os resultados dos deslocamentos. A Figura 20 ilustra os
processos de tratamento das imagens no software livre ImageJ.
53
Figura 20 Tratamento das imagens no ImageJ: (A) Imagem extraída da câmera,
(B) Imagem recortada, (C) Imagem no formato RGB (8bits) com aplicação de Threshold Preto e Branco
3.3 Elementos Finitos
O método de análise por elementos finitos seguiram as estas básicas para
o seu desenvolvimento iniciando-se pela modelagem do corpo de prova.
3.3.1 Modelagem do corpo de prova
Além do corpo-de-prova utilizado nos ensaios mecânicos, também foi
modelado um corpo-de-prova no software comercial SolidWorks® EDU Edition
2012/2013 STAND-ALONE, com as mesmas dimensões dos corpos-de-prova
reais, conforme Figura 21.
A B C
54
Figura 21 Corpos de prova modelados no SolidWorks com as mesmas
dimensões dos corpos-de-prova reais
3.3.2 Aplicação da Modelagem por Elementos Finitos
A criação do estudo de flambagem foi realizada por meio da janela
estudo, onde foi escolhido o ícone de flambagem. No SolidWorks foi necessário
escolher este estudo, pois a análise estática não considera os efeitos de
flambagem. Além disso, material utilizado na modelagem por elementos finitos
foi o mesmo material utilizado nos ensaios físicos, portanto, o aço adotado foi o
ASTM A36.
Para garantir a mesma condição de contorno da Máquina Universal de
Ensaios à extremidade inferior da coluna à qual foi vinculada com acessório de
fixação denominado geometria fixa, que corresponde a uma ligação engastada
com o exterior, com o intuito de simular uma coluna engastada a uma base de
55
fundação. A extremidade superior foi restrita de movimento nos dois eixos
horizontais de translação e liberados os movimentos no sentido de aplicação da
carga vertical e a rotação, simulando, assim, uma ligação rotulada, ilustrados
pela Figura 22.
Figura 22 Esquema de fixação das extremidades do corpo-de-prova: (A)
Fixação da face inferior do corpo-de-prova por meio de geometria fixa (Engaste), (B) Fixação da face superior por meio de ligação
rotulada
A intensidade de carga de compressão axial aplicada foi de 40kN,
ilustrada pela Figura 23, que corresponde à carga máxima suportada pela coluna,
num instante antes de sua ruptura, extraídas da Tabela 2. Esta carga foi definida
pela carga máxima aproximada suportada pelos 30 corpos-de-prova ensaiados
pela Máquina Universal de Ensaios.
A B
56
Figura 23 Aplicação da carga de compressão e intensidade 40kN normal ao eixo longitudinal da coluna
Foram geradas malhas tetraédricas de primeira ordem e de alta qualidade
e densidade média, obedecendo à malha automática criada para superfícies
planas que foram definidas por 6,0mm e nas superfícies curvas (Filetes) por
0,3mm. A malha triangular foi escolhida pela sua adaptabilidade às geometrias
das fronteiras, à sua simplicidade e à facilidade na sua geração. Já, a densidade
média de malha foi adotada por ter uma boa precisão e não exigir grande
quantidade de memória durante o processamento.
57
2,5mm
2,5mm
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Marcações dos pontos
Com base nos vários tamanhos e disposições de pontos avaliados no
pré-teste dos corpos-de-prova, pode-se observar que os pontos devem ter um
espaçamento mínimo entre si e tamanhos definidos que proporcionem uma boa
correlação durante a comparação das imagens par a par. Deste modo, verificou-
se que a melhor disposição das marcações para os corpos-de-prova ocorreu para
pontos com diâmetro de, aproximadamente, 1,0mm e espaçamentos de 2,0mm a
3,0mm entre si, ilustrados pela Figura 24.
Figura 24 Disposições e dimensões das marcações dos pontos na face de menor inércia do corpo – de– prova
Ø = 1,0mm
58
4.2 Mapas de deslocamentos fornecidos pelo PIV
Na Figura 25 é ilustrado o mapa de deslocamento, referente ao ensaio de
compressão, obtido pela comparação entre 4 imagens, em que os pontos se
deslocam vertical e horizontalmente, formando os vetores resultantes. Cada
vetor representa o deslocamento de um ponto de um instante inicial para um
instante distado de 10 segundos.
Figura 25 Evolução do deslocamento durante o ensaio de compressão. (01-21)
deslocamento dos pontos da imagem 01 para a imagem 21. (01-22) deslocamento da imagem 01 para a imagem 22. (01-23) deslocamento
da imagem 01 para a imagem 23. (01-24) deslocamento da imagem
01 para a imagem 24
01-21
01-23
01-22
01-24
59
Pode-se observar, também, na figura anterior a evolução do
deslocamento em função das imagens coletadas em tempos diferentes. Desta
forma, o deslocamento ocorre quando se comparam imagens sucessivas, onde se
visualizam as inclinações dos vetores. A mudança de orientação e o aumento do
módulo descrevem o efeito de flambagem. Este fenômeno pode ser observado na
Figura 26.
Figura 26 Representação das diferentes inclinações dos vetores. (01-09) deslocamento dos pontos da imagem 01 para a imagem 09. (01-24)
deslocamento da imagem 01 para a imagem 24
Analisando-se todas as comparações entre as imagens geradas por esta
técnica, pode-se observar que as imagens de 01 a 08 não representam o
fenômeno de flambagem, ou seja, estas imagens representam uma acomodação
do corpo de prova e a deformação que ocorre nos instantes que antecedem a
carga crítica. A acomodação do corpo de prova e a deformação linear vertical
podem ser observadas na Figura 27, que representa os deslocamentos
comparando-se as imagens 01 e 02, 01e 03, 01e 04, 01e 05, 01e06, 01e 07, 01e
08.
01-24 01-09
60
Figura 27 Estagio de acomodação e deformação linear do corpo– de - prova
antes da carga crítica
Além das imagens anteriores demonstrarem o estágio inicial do teste,
onde o efeito de flambagem não ocorre, pode-se verificar que com base na
comparação entre as imagens 01 e08 o efeito da flambagem se inicia. Com isso,
obtiveram-se os deslocamentos do corpo - de - prova até seu limite de ruptura
ilustrado na Figura 28.
01-02 01-03 01-0402-03
01-05 01-06 01-07
01-08
61
Figura 28 Acompanhamento do efeito de flambagem com base na comparação de imagens sucessivas após o estágio de acomodação e deformação
linear
01-09 01-10 01-11
01-12 01-13 01-14
01-15 01-16 01-17
01-18 01-19 01-20
01-21 01-22 01-23
62
A representação dos vetores da região de interesse em um único ponto é
ilustrada pela Figura 29, que descreve exatamente a direção e o sentido do
deslocamento, onde é possível analisar o estágio de deformação por meio do
cálculo da média do módulo e da inclinação dos vetores.
Figura 29 Vetores deslocamento: (A) Estágio da acomodação do corpo-de-prova, (B) Deformação linear vertical do corpo-de-prova, (C) Início
do efeito de flambagem e (D) Deformação máxima do corpo de prova
sob o efeito de flambagem
A
D C
B
63
4.3 Deslocamento obtido por Elementos Finitos
A Figura 30 ilustra o ponto de maior deslocamento horizontal da coluna
obtido por meio de simulações por Elementos Finitos.
Figura 30 Amplitude máxima do deslocamento da coluna obtido por Elementos
Finitos baseados na aplicação de uma carga de compressão de 40kN
Pode-se observar que a maior amplitude de deslocamento (AMPX),
obtida por elementos finitos, é de 1.556x10-3
m, ou seja, 1,56mm.
Pode-se observar, também, que, com a técnica de simulação por
elementos finitos, é possível quantificar o deslocamento de qualquer ponto (nó)
pertencente à malha ao longo da estrutura, conforme ilustrado na Figura 31.
64
Figura 31 Deslocamento indicado por vetores em vários nós da coluna obtido por Elementos Finitos com base na aplicação de uma carga de
compressão de 40kN
Na Figura 32, pode-se observar, em destaque, a região de interesse cujos
vetores representam o maior deslocamento em função do efeito de flambagem.
65
Figura 32 Amplitude de deslocamento indicada por vetores em MEF na região de interesse
4.4 Comparação dos resultados do PIV com MEF
Para validar a técnica PIV pela comparação com a modelagem, foi
possível extrair a média dos vetores de deslocamento representados na região de
interesse, onde a média da componente horizontal dos vetores representa o
deslocamento lateral da coluna sob o efeito de flambagem, ilustrados pela Figura
33.
66
Figura 33 Mapa de vetores deslocamento representados em um único ponto: (A) Deslocamento vertical e horizontal representado por todos os vetores
da região de interesse, (B) Deslocamento lateral por flambagem
representado pela média da componente horizontal de todos os vetores deslocamento
Os resultados, obtidos em unidade de mm, são iguais considerando- se
uma casa decimal, resultando em um deslocamento de 1,6mm tanto pelo MEF
quanto pelo PIV. Este deslocamento está ilustrado na Figura 33.
A B
67
Figura 34 Comparação do deslocamento obtido por MEF e o PIV
Pode-se verificar, também, uma semelhança entre as imagens dos
vetores obtidas pelo MEF e pelo PIV. Os vetores inclinados da técnica PIV
descrevem o deslocamento da coluna, enquanto o MEF descreve somente o
deslocamento horizontal. A Figura 33 ilustra lado a lado os vetores de
deslocamento obtidos pelo MEF e os vetores deslocamento obtidos pelo PIV
quanto se comparou a imagem 01 com a imagem 24.
68
Figura 35 Comparação entre os vetores obtidos por MEF e PIV. (A) representa
os vetores obtidos por MEF e (B) representa os vetores obtidos pelo PIV
Os mapas de deslocamento, obtidos neste trabalho, podem ser
correlacionados aos mapas de deformação para caracterização e determinação
das características mecânicas, de resistência e de elasticidade da madeira
realizados por Pereira (2014), Petersson (2010) e Souza (2014). Também
traçaram mapas de deslocamento utilizando a técnica PIV, com corpos – de -
prova de madeira iluminados com laser.
A B
69
5 CONCLUSÃO
A técnica de velocimetria por imagem de partículas, associada aos
pontos demarcados na coluna, gerou mapas de deformação bidimensionais na
região de interesse, com uma melhor definição do comportamento da estrutura
durante o ensaio.
Os marcadores com diâmetro aproximado de 1,0mm e espaçamento
entre 2,0mm e 3,0mm apresentaram a melhor correlação nas janelas de
interrogação e descreveram o comportamento da coluna durante o ensaio.
De maneira análoga, com o emprego da técnica PIV, foram obtidos
vetores de deslocamento que equivalem aos vetores criados pelo MEF.
Os resultados demonstram que a técnica PIV pode ser utilizada, para o
estudo de deslocamentos de colunas, quando comparada com os deslocamentos
obtidos pelo MEF. Na técnica PIV foi obtido um deslocamento horizontal de
1,572mm enquanto pelo MEF obtiveram -se 1,556mm.
A técnica PIV permitiu identificar os estágios de acomodação,
deformação linear e flambagem, durante o ensaio, o que, certamente, permite
uma avaliação além de quantitativa, mais qualitativa das deformações, o que
torna o método vantajoso, quando comparado aos métodos convencionais.
70
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