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UNIVERSIDADE CÃNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE
Ética como Instrumento de Gestão Ética na Empresa Pública
Orientador: Prof. Fernando Lima Aluna: Elisabete Berbert Finochio
Rio de Janeiro 2010
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UNIVERSIDADE CÃNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE
Ética como Instrumento de Gestão Ética na Empresa Pública
Apresentação de monograf ia
à Universidade Cândido
Mendes como requisito
parcial para obtenção do
grau de especialista em
Comunicação Empresarial
“O homem não teria alcançado o possível se não tivesse tentado o impossível repetidas vezes” Max Weber (1864-1930), sociólogo alemão.
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AGRADECIMENTOS
...A Deus, a minha família, meu
marido Henrique, minha f i lha
Paola, especialmente a meu
amigo Alexandre, por terem me
dado força e ajudado a lutar por
meus objetivos.
“Amigo é a pessoa com quem a gente gosta de
conversar de igual para igual, desarmado”.
Guimarães Rosa (1908-1967)
4
DEDICATÓRIA
Dedico este projeto à minha
família, em especial à minha
f i lha Paola, que sempre esteve
ao meu lado me ajudando e
orientando para a f inalização
desse trabalho.
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RESUMO
A Ética é um instrumento importante a favor da eficiência e não só no setor
público. Também no setor privado crescentemente a ética trabalha a favor da
eficiência; aliás, não ser eficiente é não ser ético, a esse ponto.
Um funcionário público ou um operário, ou um executivo que não é
eficiente, não está sendo ético; ele não está cumprindo a sua função, de modo
que a ética perpassa como um fio condutor, ela perpassa todo o setor público e,
inclusive, ela perpassa a própria relação entre setor público e privado.
A ética, a lógica é a mesma no público e no privado, embora elas tenham
também as suas próprias condições, mas o que muda são as circunstâncias do
público e do privado e não a ética em si, tanto que a ética nasceu junto.
A ética surgiu um pouco com o direito, com Esíodo, com Homero, talvez
antes, mas certamente com Aristóteles, a ética econômica na própria política. A
economia nasceu como um ramo da ética em Aristóteles e Adam Smith, o pai da
economia, Adam Smith era um professor de Moral na Escócia, e foi ele que
escreveu o primeiro grande livro de economia, “A Riqueza das Nações”, de modo
que a ética realmente permeia e perpassa como um fio condutor.
O Professor mineiro Wanderley de Barros Rosas fala assim: “Ética é algo que todos
precisam ter, alguns dizem que têm, poucos levam a sério e ninguém cumpre à risca.”
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METODOLOGIA
Os métodos que levam ao problema proposto, como leitura de livros, jornais,
revistas, questionários, estudo de casos e a resposta, após coleta de dados,
pesquisa bibliográfica, depoimentos, etc. Conta para mostrar através da produção
da monografia como é importante ter Ética e comportamento Ético em uma
empresa pública.
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SUMÁRIO
I – Introdução p.08
II – Ética p.09
III – Ouvidoria nas Empresas Públicas p.15
IV – Nepotismo no Serviço Público p.19
V – Conclusão p.24
VI – Bibliografia p.28
VII - Índice de Anexos p.29
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I - INTRODUÇÃO
Por ética entende-se o ideal de conduta que determina os padrões
desejáveis de comportamento humano a serem assumidos na relação com os
semelhantes e com o meio ambiente. A ética é responsabilidade de todos, não é
tarefa que possa ser bem sucedida sem a participação de todos, assim que os
programas de promoção da ética requerem transparência e participação.
Este trabalho tem por objetivo estudar os princípios do Código de Ética de
uma empresa pública, que têm como referenciais as expectativas da sociedade
em relação à administração pública brasileira, em consonância com as
recomendações da Comissão de Ética da Presidência da República. A sua
elaboração norteou-se também na certeza de que o alcance dos objetivos
estratégicos da empresa de “buscar o reconhecimento como Agência de
desenvolvimento da região do Brasil Central e de promover a sua inovação
organizacional e gerencial” não pode prescindir de um comportamento ético por
parte de todos os seus empregados independente do cargo ou função ocupado.
Ao adotar princípios éticos específicos, a empresa reconhece que, apesar
do respeito às individualidades que pauta as suas relações profissionais, é
necessário que cada um dos que compõem a empresa adéquem seus valores
pessoais aos valores expressos neste código.
“A gestão da ética por um eixo bem definido. Em uma de suas
pontas, temos os valores e princípios éticos que se deseja
norteadores da administração pública. No meio, as regras de
conduta, um caminho prático para que os valores e princípios
sejam observados. Na outra ponta, a administração, que deve
funcionar como o instrumento garantidor da eficácia dos
valores e regras”.(João Geraldo Piquet Carneiro, 2002, p.17)
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O Que é Ética?
‘É batalha entre o certo e o legal.
Ética é mais do que um conjunto de regulamentos:
“É uma forma de ver o mundo...” (Ética Organizacional – Pós em
Controladoria e Finanças)
Empresa - Cidadã
“... É a que toma uma decisão ética de transcender seus objetivos de
negócios e incluir a própria sociedade como meta para a mobilização de
seus recursos visando o bem comum...” (IDS C&A)
II - Ética
A ética é o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou
injusto, adequado ou inadequado. Um dos objetivos da ética é a busca de
justificativas para as regras pela moral e pelo direito. Ela é diferente de ambos -
moral e direito – pois não estabelece regras. Esta reflexão sobre a ação humana
caracteriza a ética.
“O foco na ética obriga imediatamente a redefinir equações bem conhecidas
e estabelecidas no âmbito do nosso realismo político, como a do “roubo,
mas faço!”ou a do “em política vale tudo!”. (Roberto DaMatta, 2002. p. 41 ).
Código de Ética
O Código de Ética orienta a conduta de dirigentes, empregados e parceiros
da empresa no exercício de suas atividades diárias, devendo ser observada a sua
obediência quando da avaliação anual de desempenho profissional, código,
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entende-se por parceiros todo aquele que, por força de lei, contrato ou de
qualquer outro ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária,
excepcional ou eventual à empresa.
Objetivos do Código de Ética
A empresa tem a convicção de que o seu desenvolvimento e consolidação
como empresa pública pressupõe, além do alcance dos objetivos operacionais e
administrativos, a adesão a normas de conduta específicas, previstas neste
Código, cujos principais objetivos são:
• preservar e fortalecer a imagem e a reputação da empresa, como agente
público, perante a sociedade;
• ser uma referência formal e institucional para a conduta de todos os seus
profissionais, em qualquer cargo ou função, tornando-se um padrão de
relacionamento interno e com os seus diversos públicos.
• criar mecanismos de consulta, destinados a possibilitar o prévio e pronto
esclarecimento de dúvidas quanto à correção ética de condutas
específicas, minimizando a subjetividade das interpretações pessoais.
“O objetivo do Código de Ética é essencialmente preventivo e
educativo. A aplicação de penalidade tem, no entanto, evidente
efeito dissuasório. Quando se trata de violação de norma legal, a
comissão de sindicância encaminha a matéria ao órgão
competente para apurá-la.” (João Carlos Soares de Azevedo,
2002, p. 26)
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Princípios Gerais do Código de Ética
A conduta ética daqueles a quem se aplica este código deve pautar-se
pelos princípios fundamentais da legalidade, impessoalidade, moralidade,
visibilidade e eficiência, estabelecidos pela Constituição Federal (Art. 37) para a
administração pública, além da reciprocidade, valor inerente ao adequado
desempenho profissional.
• Legalidade:
Reconhecer na lei uma das principais condições de possibilidade de vida
em comum; ou seja, orientar a conduta profissional dos empregados da empresa
pelo valor fundamental do respeito às leis.
• Impessoalidade:
Nas empresas públicas significa a inexistência de preferências ou
privilégios – por laços de amizade ou biográficos – nas relações profissionais e/ou
comerciais, no que se refere a contratação de serviços.
• Moralidade:
O padrão ético adotado pela empresa deve ir ao encontro do padrão ético
da sociedade a qual atua.
• Visibilidade:
A transparência e a prestação de contas à sociedade das ações realizadas
pela instituição é uma obrigação das empresas públicas.
• Eficiência:
É dever da empresa, assumido diante da sociedade ser o mais eficiente
possível na utilização dos meios/recursos públicos que são postos à sua
disposição para realizar as finalidades que lhe cabem.
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• Reciprocidade:
É uma obrigação dos dirigentes e dos empregados manterem uma atitude
de respeito e cooperação entre si e com os parceiros, na busca do melhor
desempenho da empresa.
Estes princípios gerais podem ser traduzidos nas seguintes práticas diárias:
Integridade profissional e pessoal:
• Manter clareza de posições e decoro, com vistas a motivar respeito e
confiança do público em geral;
• exercer com zelo e dedicação a sua atividade e manter respeito à
hierarquia;
• avaliar cuidadosamente situações que possam caracterizar conflito entre
seus interesses pessoais e os da sociedade, mesmo que não causem
prejuízos tangíveis à empresa;
• apresentar críticas construtivas e sugestões visando aprimorar a qualidade
do trabalho;
• prestar informações sobre sua situação patrimonial e de rendas que, real
ou potencialmente, possa suscitar conflito com o interesse público, na
forma por ela estabelecida.
Relações com Clientes, Parceiros e no Ambiente de Trabalho:
• dispensar atenção, presteza e urbanidade às pessoas em geral, evitando
dar tratamento preferencial a quem quer que seja por interesse ou
sentimento pessoal;
• pautar as relações com os clientes, parceiros e no ambiente de trabalho
pela cortesia e respeito recíprocos;
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• colaborar para que predomine o espírito de equipe, a lealdade, a confiança,
a conduta compatível com os valores da empresa e a busca por resultados;
• ter em mente que os seus subordinados o tomarão como exemplo, devendo
suas ações constituir-se em modelo para sua equipe;
• reconhecer o mérito de cada um dos empregados e propiciar igualdade de
acesso ás oportunidades de desenvolvimento profissional existentes;
• fazer críticas construtivas, por meio dos canais adequados, que visem ao
crescimento profissional e da empresa;
• garantir que todos os empregados tenham acesso às informações sobre
seu desempenho, deveres, direitos e benefícios;
• a contratação de fornecedores e prestadores de serviços em geral e devem
ser unicamente baseadas em critérios técnicos, éticos e profissionais, com
total observância à legislação pertinente.
Condutas não Aceitáveis:
• valer-se do cargo ou da função para auferir benefícios ou tratamento
diferenciado, para si;
• ou para outrem, em repartição pública ou entidade particular;
• receber presente, salvo de autoridades nos casos protocolares em que
houver reciprocidade. Não se consideram presentes para os fins deste
artigo os brindes que:
• não tenham valor comercial; ou distribuídos por entidades de qualquer
natureza a título de cortesia, propaganda, divulgação habitual ou por
ocasião de eventos especiais ou datas comemorativas, que não
ultrapassem o valor de R$100,00 (cem reais).
• utilizar em proveito próprio ou de terceiros os meios técnicos e/ou recursos
financeiros que lhe tenham sido postos à disposição em razão do cargo;
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• prestar informações sobre matéria que não seja da sua competência
específica ou constitua privilégio para quem solicitar;
• tomar decisões que afetem a carreira profissional dos subordinados
baseada em relacionamento pessoal;
• tolerar intimidações; ameaças e assédios de qualquer tipo;
“promoção da ética é requisito da boa governança. Com efeito,
o conceito contemporâneo de eficiência administrativa implica
a adesão a padrões de conduta que dependam menos da
vontade individual, ou seja, do foro íntimo, e mais do consenso
das pessoas que integram a organização.” (José Leovegildo de
Moraes, 2002, p. 16)
Gestão do Código de Ética
As linhas gerais deste Código de Ética permitem avaliar grande parte das
situações que envolvam problemas éticos, sem esgotar, no entanto, todos os
problemas que possam surgir no dia-a-dia da empresa, assim, em casos de
dúvida sobre a conduta adequada a ser adotada em situações específicas, o
Comitê de Ética, Cidadania e Responsabilidade Social deverá ser consultado.
Caberá também ao comitê a responsabilidade pela divulgação e atualização deste
Código.
A apuração de possíveis desvios de conduta ocorridos no âmbito da
empresa deverá ser feita por sua Auditoria Interna, conforme o previsto nas
normas básicas da Comissão de Ética da Presidência da República. A diretoria-
executiva da empresa será responsável pelas sanções aos envolvidos, caso haja
a comprovação da violação ao Código de Ética, de acordo como previsto na
legislação específica. No caso de envolvimento de algum membro da diretoria, a
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Comissão de ética da Presidência da República será a responsável pela
supervisão de seu cumprimento.
“... é a que toma uma decisão ética de transcender seus objetivos de
negócios e incluir a própria sociedade como meta para a mobilização de
seus recursos visando o bem comum...” (IDS C&A)
III - Ouvidoria nas Empresas Públicas
As experiências significativas a gestão da ética, em termos de avanços teve
como maior esforço a criação de ouvidorias, a ouvidoria é um órgão realmente
muito importante na estrutura de qualquer instituição pública, ela recebe as
denúncias externas, mas também as internas, que existem evidentemente e é
bom que continuem existindo, porque muitas vezes, na alta administração, não
temos o controle efetivo de tudo o que acontece nos departamentos, nas áreas
internas. Muitas vezes, uma denúncia, ainda que anônima, de um funcionário
impede que uma falcatrua em andamento seja concretizada.
A conscientização dos servidores é fundamental, porque muitos ainda não
sabem da importância de conduta ética. Muitos pensam que a ética é um ente
difuso. Muitos pensam que a ética começa onde termina a lei. Não é verdade. A
ética é princípio, meio e fim. Sem a ética não se pode sequer aplicar a lei
corretamente, então a ética é um ponto crucial para que se detenha um efetivo
controle de administração pública.
Divulgação Interna e Externa da Comissão de Ética
Há um trabalho de divulgação dentro das instituições no sentido de
disseminar essa ética e as normas de conduta através da Intranet, de panfletos e
de jornais internos, inclusive por intermédio da própria imprensa. As entidades
nesses últimos tempos tem se preocupado com a criação da Comissão de Ética,
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aproveitando para divulgar e repassar aos funcionários o código de ética e de
conduta para mostrar que estão trabalhando com uma postura ética, engajados
nesse processo.
A ética é muito antiga, mas as empresas ainda estão aprendendo conhecê-
la. É muito difícil mudar o comportamento de uma pessoa adulta com relação a
isso, por isso é necessário envidar esforços para alcançar, por exemplo, a
disseminação do código de ética. A maioria das empresas tem como caminho os
próprios treinamentos internos, a fim de repassar notícias, ensinamentos, tirar
dúvidas e tentar melhorar a própria conduta de seus servidores.
Algumas empresas tem trabalhado a divulgação interna e externa das
ações e dos atos normativos de conduta na sua home page, tanto para o público
interno quanto externo, publicando os trabalhos e as ações que têm sido feitas
pela Comissão, assim como atos normativos voltados à conduta do servidor.
A realização de palestras com espaço para a discussão do tema da conduta
ética, inclusive nas agendas nos encontros nacionais e reuniões das entidades.
Ou seja, tanto internamente o assunto é discutido, convidando palestrantes de
outros órgãos para abordarem o tema conduta e ética no âmbito interno quanto
encontros nacionais que a empresa promove, colocando em sua agenda um
horário ou momento destinado a palestras para se discutir e falar sobre a ética na
empresa.
Pesquisas mediante questionários a todos os servidores, visando a
avaliação do clima organizacional nas diversas áreas, envolvendo questões de
relacionamento interpessoal horizontal e vertical. Levanta-se também em
questionário de opinião dos servidores qual a sua visão em relação a instituição,
aos seus colegas e a todas as áreas, inclusive a comunicação interna. Dentre elas
estão as normas internas voltadas para a conduta, assim como outras que
circulam na instituição.
Restrições ao exercício de atividades e direitos que possam suscitar
conflitos de interesse. Exercer atividades em entidades jurisdicionadas, mesmo
com licença não remunerada, comunicar aquisições de bens à auditoria interna e
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não alienar esses bens antes de seis meses. As principais dificuldades
detectadas pelo grupo foram: a falta de clareza das competências das Comissões
de ética e de processos disciplinares. Há no grupo uma confusão dentro das
empresas sobre até onde vão, quais são as competências e como encaminhar
esses processos: se eles devem ser encaminhados para a Comissão de Ética ou
para uma área que atue na área disciplinar, com processo de sindicância e
processo administrativo disciplinar.
Falta definição dos mecanismos de proteção aos servidores envolvidos e
aos membros da Comissão de Ética. Como outros grupos também detectaram, as
pessoas envolvidas sentem-se um pouco desprotegidas. Não existe mecanismo
de proteção a esses servidores, não há nada estabelecido sobre como devem se
portar em algumas ocasiões nas quais porventura se sintam ameaçados por
alguém que esteja sendo, digamos, acusado num processo de ética ou na área
disciplinar.
Conflito de Interesses em Empresas Públicas
Conflito de interesses no serviço público é uma expressão de sentido
bastante amplo que abrange situações das mais diversas, sempre relacionadas
com a influência que interesses privados podem exercer sobre a conduta funcional
do servidor público.
Não existe, no Brasil, uma norma legal definindo o que seja conflito de
interesses, que seja aplicável a todos os servidores. Também não existe uma
norma estabelecendo o dever do agente público de não se colocar em situação
que possa configurar conflito de interesses.
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE
define ‘Conflito de Interesses’ como sendo uma situação que ‘envolve um conflito
entre o dever público e o interesse privado de um agente público, em que este tem
interesses no setor privado que podem influenciar, indevidamente, o desempenho
de suas obrigações e responsabilidades oficiais’.
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O Código de Conduta Ética dos agentes Públicos da Presidência
e Vice-Presidência da República
O Código de Conduta Ética dos agentes Públicos da Presidência e Vice-
Presidência da República foi instituído pelo Decreto nº 4081, de 11 de janeiro de
2002, com o objetivo de evitar a ocorrência de situações que possam suscitar
conflito de interesses privado e as atribuições públicas do agente público. Dentre
as condutas reguladas por esse Código destaca-se: a vedação do exercício de
atividade no setor privado, simultaneamente ao exercício do cargo público; a
prestação de informações sobre os atos de gestão de bens cujo valor possa ser
substancialmente privilegiado; a obrigatoriedade de informar as propostas de
trabalho ou de negócio futuro; a proibição de participação em congressos,
seminários e outros eventos, com despesas pagas pelo realizador do evento,
quando este tiver interesse em decisão do agente público.
O Código de Ética Profissional do servidor Público Civil do Poder
Executivo Federal
O Código de Ética Profissional do servidor Público Civil do Poder Executivo
Federal foi instituído em 1994, mediante Decreto nº 1171, com a finalidade de
estabelecer princípios e valores relativos à moralidade no serviço público e exortar
os servidores públicos a manterem o respeito pelo cidadão que paga os seus
impostos e que demanda serviços da administração pública.
São destinatários desse Código todos os servidores públicos federais da
administração direta e indireta, inclusive os das empresas públicas e das
sociedades de economia mista. Dentre os assuntos regulados por esse Código
destaca-se a corrupção, o tráfico de influência e o uso de informação privilegiada.
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“Abraçamos o princípio de que todos são iguais perante a lei,
mas não destruímos as moedas fortes das hierarquias e dos
compadrios que justifica “furar” sinais quando se é doutor,
quando se vai a uma reunião importante e quando se dirige
um carro de luxo, bem como nomear um parente para um
cargo importante.” (Oliveira Vianna, 2002, p. 48)
IV - Nepotismo no Serviço Público
O agente público não pode nomear, indicar ou influenciar, direta ou
indiretamente, a contratação, por autoridade competente, de parente
consangüíneo ou por afinidade para o exercício de cargo, emprego ou função
pública, pois esta conduta ofende o princípio da moralidade administrativa e
compromete a gestão ética. A vedação abrange os casos denominados “de
reciprocidade”, ou seja, o parente A se vincule a B e o parente B se vincule A.
Adotam-se moedas novas, sem se desfazer das antigas, e pior ainda, sem
dizer a sociedade que tais moedas não valem coisa alguma, assim, adota-se o
princípio de que todos são iguais perante a lei, mas não são destruídas moedas
fortes das hierarquias e dos compadrios que justificam “burlar” o código de ética.
Tratando a sociedade como fraca e o Estado como forte e, pior que isso,
querendo mostrar que entre essas dimensões sociais na há nenhuma relação de
parentesco, de casamento, de compadrio, de amizade, de política, comércio,
valores ou religião. Nossa ingenuidade relativamente ao papel do Estado junto à
modificação da sociedade me obriga a citar um autor conhecido quando ele diz:
“O que se fez com a Marinha desde os primeiros dias da
civilização da república de 89, foi o que se fez com o Exército,
com o Rio de Janeiro, com os portos, com as indústrias:
cuidou-se da modernização das coisas e das técnicas sem se
cuidar ao mesmo tempo da adaptação dos homens e das
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pessoas a novas situações criadas pela ampliação ou pela
modernização tecnológica da vida brasileira”. (Gilberto Freyre
em Ordem e Progresso).
Brasil sem nepotismo
A emenda de pretensa extinção do nepotismo é apenas um
suave veneno. Elimina-o aqui e revigora-o acolá, como antídoto.
Constitucionaliza a meia verdade, o falso moralismo, a hipocrisia e o nepotismo
virtual. Faz conseqüentemente que acaba, mas não extingue nada.
Muda, sim, contraditoriamente, a caracterização do nepotismo _ que é o
parentesco _ quando ressalva "o parente nomeado, nos mesmos órgãos, de
cargo efetivo que exija formação profissional compatível com a função ou cargo
comissionado".
Ao mesmo tempo em que veda nomeação até o 3º grau, termina permitindo a
nomeação de parentes. Isto significa se o Executivo, os parlamentares e os
juízes tiverem parentes efetivos podem nomeá-los sem limites. É o "nepotismo
efetivo", engordando salários dos parentes.
O inciso V do art. 37 estabelece para "as funções de confiança, exercidas
exclusivamente por servidores de cargo efetivo, e os cargos em comissão...
condições e percentuais mínimos previstos em lei" e cita os cargos de "direção,
chefia e assessoramento".
Como resolver a contradição, se para parentes a emenda não fala em
"mínimo, percentual"? Quando se fala na mesma limitação de cargos de confiança
para parentes é a Constituição que a instituiu, desde 1988 para todos os efetivos,
parentes ou não. Ela preserva no II do mesmo 37 "as nomeações para cargo em
comissão, declarado em lei, de livre nomeação e exoneração".
A emenda não proíbe o parente da autoridade de ser nomeado à distância.
É o agente, em Brasília, nomeando o parente no governo em São Paulo, por
influência de amizades ou do partido do governador ou prefeitos. É o "nepotismo
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virtual e hipócrita", protegido pelo tráfico de influência. Esconde-se da opinião
pública a transparência, obrigação inquestionável de quem exerce a vida pública.
A emenda não prevê a punição aos que a transgredirem.
A Folha de S. Paulo, um dos maiores jornais do país, foi o primeiro, a abrir,
com transparência, o debate sobre o nepotismo. Critica-o com lucidez, seriedade e
bom senso, quando, em editoriais, "Confiança e nepotismo" de 19/10/99 e
"Profissão: parente" de 04/02/2000 verbera para "dar cabo de certos abusos
evidentes na contratação de quadros parlamentares". Acha "razoável as cotas de
um ou dois cargos que poderiam ser ocupados por parentes".
É de pleno acordo com os oportunos editoriais do jornal paulista. E dentro
do espírito da Constituição afirmar "ser alternativa razoável limitar a cota de
auxiliares de confiança reservando mais vagas para técnicos concursados..."
É inadmissível debater-se o nepotismo sem resguardar os direitos e garantias
individuais. Art. 5º: "Todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer
natureza". O Art. 7º dos Direitos Sociais e o 37º da Administração Pública
reforçam o princípio fundamental.
Sem, portanto uma lei ajustada às peculiaridades de cada poder, vedando o
abuso de parentes nos cargos com favores e, nela, inserindo os princípios
essenciais da moralidade e da eficiência, não se vencerá o nepotismo. Convém
debatê-lo com seriedade e responsabilidade. Contestá-lo sem argumentos éticos e
jurídicos e até com invencionices históricas é ridículo. Dizer que nos EUA não
existe nepotismo é verdade. Lá, porém, os cargos de confiança existem. O
Presidente Kennedy por isso nomeou seu irmão Bob Kennedy Secretário de
Justiça. Macular a História do Brasil, ridicularizando Pero Vaz de Caminha é
inventar a inverdade. Ele não pediu emprego a seu sobrinho. Pediu, sim, a D.
Manuel o perdão a seu genro, preso na ilha de São Tomé, por ter roubado uma
igreja e espancado o padre.
Pela discriminação absoluta e parcial da emenda _ ela não abrange todas
as situações _ o nepotismo será ampliado sob o manto da hipocrisia, do troca-
troca e do tráfico de influência. Ulisses Guimarães confidenciou: "Os políticos não
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deviam ter famílias nem parentes". E quem, não os tem? Para eles, só a vedação
criteriosa aos cargos de confiança, na lei deixará o Brasil sem nepotismo.
“Não pode haver funcionalismo público eficiente com
segmentos que transformaram privilégio e proximidade do
poder em direito. Mas também não se reforma o Estado e se
institui um funcionalismo moderno e eficiente, sem contemplar
os mais capazes e os melhores com prêmios e elogios.”
(Mauro Sergio Bogéa Soares, 2002)
A Corrupção é como o câncer, não acaba, mas pode-se controlar - Autor:
MAURICIO CERQUEIRA LIMA - 16/09/2006 - “E pois que, Senhor, é certo que
tanto neste cargo que levo como em outra qualquer coisa que de Vosso
serviço for, Vossa Alteza há de ser de mim muito bem servida, a Ela peço
que, por me fazer singular mercê, mande vir da ilha de São Tomé a Jorge
de Osório, meu genro - o que dela receberei em muita mercê.
Beijo as mãos de Vossa Alteza. Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz,
hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500. Pero Vaz de Caminha.”
O trecho acima transcrito dispensa comentários extensos; na carta que
encaminhou ao Rei de Portugal, o escrivão da frota, Pero Vaz de Caminha, pede
descaradamente uma “colocação” para o seu genro. São Tomé e Príncipe é um
estado insular localizado no Golfo da Guiné (na África), composto por duas ilhas
principais e várias ilhotas; a colonização também foi portuguesa, mas a sua
história foi permeada de revoltas porque, em razão da pobreza do lugar e do
declínio da cultura açucareira, o país terminou se transformando num entreposto
de escravos, de forma que é fácil imaginar porque Pero Vaz de Caminha queria
trazer seu genro de lá para o Brasil.
Foi esse o espírito que prevaleceu nas pessoas que vieram formar o povo
do nosso país: o da vantagem, do jeitinho, do tráfico de influência etc. O negro
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veio contra sua vontade, o índio teve seus interesses contrariados além de ser
obrigado a trabalhar e o resto dos europeus veio preso (porque o Brasil não era
um paraíso, era o inferno, era castigo) e degredado. Já os que vieram explorar as
riquezas tropicais tinham um só pensamento: acumular tudo o que fosse possível
para voltar à Europa. Então esse o caldo que vai formar o povo brasileiro.
A essa formação inicialmente distorcida se juntaram séculos de
desigualdades sociais, de injustiças as mais diversas e de abandono das
autoridades em relação aos mais fracos; o Estado brasileiro, que se formou às
pressas com a fuga de um rei que mais temia a espada de Napoleão do que
propriamente pretendia fixar residência no Brasil, nunca interveio com o objetivo
de prestar o serviço que o público merece, pelo contrário, quando interfere é para
atrapalhar a iniciativa privada.
Em tudo o que se faz no Brasil se paga algum por cento a alguém: criam-se
dificuldades para vender as facilidades, mas é preciso que não apenas fiquemos
indignados com a corrupção, mas que façamos algo: que saiamos às ruas em
protesto, que façamos greve geral, que exijamos prisão severa aos que desviarem
dinheiro público. É preciso que o povo brasileiro conquiste o seu país, fazendo
dele a pátria amada.
Tráfico de Influência
Consiste na "aceitação de favores ou presentes" de um "determinado
gestor", visando adquirir "vantagens pecuniárias ou profissional (cargos e
vantagens financeiras).
É um dos crimes praticados por particulares("empresários" e "políticos -
partidários", no Brasil), principalmente contra a administração pública em geral.
Consiste em solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou
promessa de vantagem("como se fosse um investimento"), a pretexto de influir em
ato praticado por funcionário público no exercício da função. A pena prevista para
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esse crime é de reclusão, de 2 a 5 anos, e multa. A pena é aumentada da metade,
se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário.
De acordo com Raimundo Uchoa:
O País da Cara de Pau
O que mais assusta nessa confusão em que o Brasil se vê envolvido,
alimentada pelo Deputado Roberto Jefferson e suas declarações, não é a
existência do "mensalão", nem o vídeo do pagamento de propina, nem
mesmo que seja muito remota a possibilidade de que essa CPI chegue a
algum termo minimamente condizente com os anseios de justiça do povo
brasileiro. O que assusta, mesmo, é a cara-de-pau de quem está sentado
em frente a outro cara-de-pau, fingindo que não sabe, que nunca viu, que
não teve notícia ou como se a corrupção fosse algo estranho, inesperado
ou assustadoramente inédito no país. Não é possível qualquer brasileiro
minimamente inteligente acreditar que as denúncias do deputado cantor,
ex-primeiro escalão da tropa de choque de presidente afastado por ter
institucionalizado "oficialmente" a corrupção no país, sejam fruto apenas e
tão somente de uma mente privilegiada e criativa, que inventou tudo e
resolveu "derrubar a casa" do governo Lula. Se não é politicamente correto
nem historicamente prudente afirmar que os nativos brasileiros eram
corruptos antes da chegada de Cabral, não é arriscado dizer que a
corrupção no Brasil pode ser documentalmente colocada como irmã gêmea
do Descobrimento já que, na carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de
Portugal, há um explícito pedido de favorecimento, amarrado ao teor
emocional de uma correspondência que, certamente, deixou feliz o
monarca: Caminha pede que seu genro, condenado por roubo e cumprindo
pena de degredo em São Tomé, seja beneficiado com um "afrouxamento"
da pena e mandado para o recém-descoberto.
25
V - CONCLUSÃO
Temos o desejo de tudo mudar, mas não mudamos os receptores e alvos
da mudança: os segmentos sociais aos quais a mudança se destina. Falamos de
igualdade, competição, mercado, sem nos darmos conta que cada um desses
princípios faz parte de um sistema cultural e constitui um fato social total.
Não pode haver choque e muito menos conflito de interesse numa
sociedade hierarquizada, onde as “elites” sempre se definiram pelo “sabe com
quem está falando?” e pela certeza da impunidade. Ademais, como um detentor
de um alto cargo público deve proceder diante das expectativas de sua família,
casa e correligionários? Será que ele pode governar ou assumir sem dar nada de
volta aos que lhe deram apoio nos duros e insultuosos momentos de campanha?
Quer dizer, a corrupção nacional, mesmo quando abre contas em Berna,
Aruba ou Jersey, faz isso fundada nas razões da família e dos amigos. Roubo?
Não! Tiro do Estado para dar aos meus amigos e correligionários. Dou de volta, na
forma de empregos o que devo aos meus aliados.
A reciprocidade – dou para receber ou, mais brasileiramente: quem dá
recebe – negada pela impessoalidade da vida política moderna, é seguramente
um guia poderoso na vida nacional. Seria imoral apoiar os amigos e partidários? A
regra de ouro do nepotismo esbarra na letra dura e fria da lei. A solução diante
desses dilemas é primeiro, trabalhar a ética pensando não apenas em legislação,
mas sobretudo na disseminação de certas atitudes, chamando a atenção para os
conflitos entre as demandas impessoais dos cargos públicos – que são serviços
que as pessoas prestam a comunidade – e os legítimos reclamos das relações
pessoais, da casa e da família.
A ética traz a tona um tanto brutalmente as mais diversas
reações negativas à sua implementação e, sobretudo,
operação prática – o dilema colocado com cinismo “aos
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inimigos a lei; aos amigos, tudo”. (João Geraldo Piquett
Carneiro, 2002)
Seria precisamente essa consciência das demandas
múltiplas e complexas da “casa” e da “rua”, dos
parentes, amigos e compadres de um lado, e dos
pressupostos racionais e instrumentais que manda
escolher os melhores e mais eficientes, do outro, que
tem mudado o Brasil no seu nível mais profundo e
menos demagógico. ((João Geraldo Piquett Carneiro,
2002)
Neste sentido, a “ética” introduz uma forte e irrevogável dimensão moral no
âmbito da administração pública. Agora não se trata mais de multiplicar eficiência
e recursos, mas de realizar isso dentro de certos limites e com um certa atitude.
Se, antigamente, os fins justificavam os meios – e os fins da administração pública
brasileira sempre se confundiram com os objetivos políticos imediatos e práticos
de quem governava -, agora a equação entre meios e fins muda de figura, pois os
agentes devem estar conscientes e preparados para levantar objeções
relativamente a essa equação.
Realmente, a ética sugere que nem todas as combinações entre meios e
fins são moralmente coerentes ou aceitáveis. Ser eficiente pode levar a uma
subversão dos meios relativamente aos fins. Ser ético, porém, conduz a um
exame permanente entre meios e fins.
Uma das maiores fontes de resistência ao trabalho do Código
de Ética não diz respeito apenas à sua implantação, mas
especialmente ao fato de que a Comissão dissemina e faz com que
os agentes situados no mais alto escalão do Estado tenham
consciência do seu papel e assim atuem de acordo com premissas
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universais, válidas para todos, inclusive e principalmente – eis a
grande novidade – para eles próprios. (Robert DaMatta, 2002, p.35)
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VI – Bibliografia
Carneiro, João Geraldo Piquett. Encontro entre meios e fins: a experiência da
comissão de ética pública. 1º Edição. Brasília: 2002.
Carneiro, João Geraldo Piquett. Desvios éticos: risco institucional.1º Edição.
Brasília: 2002.
Código de Conduta da Alta Administração Federal. 1º Edição. Brasília: 2005.
ENAP. Curso Gestão da Ética no Setor Público. Brasília: 2002.
Encontro de Representantes Setoriais da Comissão Ética Pública. Brasília: 2003.
Seminário Internacional: Ética como Instrumento de Gestão. I Encontro de
Representantes Setoriais da Comissão de Ética Pública. Brasília: 2002.
Seminário Internacional: Ética como Instrumento de Gestão. II Encontro de
Representantes Setoriais da Comissão de Ética Pública. Brasília: 2002.
http://www.suapesquisa.com/o_que_é ética_conceito.htm, ícone de ética, Rio de
Janeiro – 2006, acesso em 06/04/2010.
http://tpd2000.vilabol.uol.com.br/etica2.htm, ética profissional, Rio de Janeiro –
2001, acesso em 10/03/2010.
http://tpd2000.vilabol.uol.com.br/eticae.htm. ética no trabalho, Rio de Janeiro –
2010, acesso em 06/04/2010.
http://www.ufrgs.br/bioetica/eticprof.htm, ética profissional é compromisso social,
Rio de Janeiro – 2003, acesso em 06/04/2010.
http://www.intero.com.br/blogdaagilis/blog/?cat=69, postura profissional, Rio de
Janeiro, acesso em 10/03/2010.
buenoecostanze.adv.br/index2.php?option=com_content., código de ética do
servidor público - 2010, Rio de Janeiro, acesso em 10/03/2010.
http:www.grh.ufs.br/files/etica_slides.ppt, ética no serviço público, Rio de Janeiro,
acesso em 06/04/2010
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VII - Índice de Anexos
Anexo I - Avaliação da Gestão da Ética - Questionário Publicado no jornal
on-line de uma empresa pública.
Anexo II - Ética Profissional e Compromisso Social – Mensagem distribuída
para os funcionários de uma empresa pública.
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Anexo I
Avaliação da Gestão da Ética - Questionário Publicado no jornal on-line de
uma empresa pública
1- Sua entidade ou órgão utiliza normas de conduta para seus servidores ou
empregados?Informe as normas utilizadas.
Resposta: Sim. Previstas no plano de cargos e salários e regime jurídico dos
servidores públicos.
2- A responsabilidade por zelar pela efetividade das normas de conduta está
formalmente atribuída a área que integra a estrutura da entidade ou órgão?
Informe as áreas responsáveis.
Resposta: Sim. Assessoria jurídica, Superintendência Administrativa –
Diretoria.
3- A entidade ou órgão tem comissão de ética (decreto 1171/94)? Informe com
que freqüência a comissão se reúne.
Resposta: Sim. Mensal.
4- A entidade ou órgão conta com mecanismo de proteção para aqueles que
denunciam transgressões ás normas de conduta, assim como para os
servidores ou empregados com responsabilidades pela apuração das
transgressões? Informe quais os mecanismos de proteção utilizados.
Resposta: Não. A entidade não tem mecanismo de proteção para os
servidores.
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5- Há identificação das áreas e processos mais suscetíveis a desvios éticos?
Informe as áreas e processos mais suscetíveis a desvios éticos.
Resposta: Sim e Não. Comissão de Licitação, Superintendência de
Construção.
6- O plano de trabalho da área de gestão da ética resulta do planejamento da
entidade ou órgão? Informe como o plano é acompanhado.
Resposta: Não/Sim. Reuniões Mensais.
7- A alta administração do órgão ou entidade demonstra por atos específicos
estar comprometida com a disseminação e a observância das normas de
conduta pela declaração pública desse compromisso? Exemplifique como.
Resposta: Sim. Aprovando planos do comitê. Criando meios para realização.
8- As normas de conduta integram os programas de capacitação e
treinamento da entidade ou órgão? Exemplifique e informe qual o
percentual de servidores ou empregados que receberam capacitação ou
treinamento nas normas de conduta.
Resposta: Não/Sim. Realização de Seminário sobre Política Ambiental.
9- As normas de conduta são divulgadas entre os servidores ou empregados
da entidade ou órgão?
Resposta: Sim. Jornal da empresa – murais e circulação de material.
10- Há canais estabelecidos para apresentação de dúvidas e prestação de
orientações sobre a aplicação das normas de conduta a situações práticas
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do dia a dia dos servidores ou empregados? Informe os canais de
comunicação utilizados.
Resposta; Sim. Programa “Põe na caixa”.
11- As sanções por transgressão das normas de conduta são aplicadas?
Informe os tipos de sanções e a freqüência com que cada uma foi aplicada.
Resposta: Sim. Carta de Advertência. Duas vezes.
12- Sua entidade ou órgão utiliza alguma forma de reconhecimento ou
premiação da ética? Exemplifique como isso é feito.
Resposta: Inclusão dos valores éticos nas avaliações anuais por desempenho.
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Anexo II
ÉTICA PROFISSIONAL É COMPROMISSO SOCIAL – Mensagem
distribuída para os funcionários de uma empresa pública
A reflexão sobre as ações realizadas no exercício de uma profissão deve
iniciar bem antes da prática profissional.
A fase da escolha profissional, ainda durante a adolescência muitas vezes, já
deve ser permeada por esta reflexão a escolha por uma profissão é optativa,
mas ao escolhê-la, o conjunto de deveres profissionais passa a ser obrigatório.
Geralmente, quando você é jovem, escolhe sua carreira sem conhecer o
conjunto de deveres que está prestes ao assumir tornando-se parte daquela
categoria que escolheu.
Toda a fase de formação profissional, o aprendizado das competências e
habilidades referentes à prática específica numa determinada área, deve incluir
a reflexão, desde antes do início dos estágios práticos. Ao completar a
formação em nível superior, a pessoa faz um juramento, que significa sua
adesão e comprometimento com a categoria profissional onde formalmente
ingressa. Isto caracteriza o aspecto moral da chamada ética profissional, esta
adesão voluntária a um conjunto de regras estabelecidas como sendo as mais
adequadas para o seu exercício.
Mas pode ser que você precise começar a trabalhar antes de estudar ou
paralelamente aos estudos, e inicia uma atividade profissional sem completar
os estudos ou em área que nunca estudou, aprendendo na prática. Isto não
exime você da responsabilidade assumida ao iniciar esta atividade! O fato de
uma pessoa trabalhar numa área que não escolheu livremente, o fato de
34
“pegar o que apareceu” como emprego por precisar trabalhar, o fato de exercer
atividade remunerada onde não pretende seguir carreira, não isenta da
responsabilidade de pertencer, mesmo que temporariamente, a uma classe, e
há deveres a cumprir.
Um jovem que, por exemplo, exerce a atividade de auxiliar de almoxarifado
durante o dia e, à noite, faz curso de programador de computadores,
certamente estará pensando sobre seu futuro em outra profissão, mas deve
sempre refletir sobre sua prática atual.
Como é esta reflexão?
Algumas perguntas podem guiar a reflexão, até ela tornar-se um hábito
incorporado ao dia-a-dia.
Tomando-se o exemplo anterior, esta pessoa pode se perguntar sobre os
deveres assumidos ao aceitar o trabalho como auxiliar de almoxarifado, como
está cumprindo suas responsabilidades, o que esperam dela na atividade, o
que ela deve fazer, e como deve fazer, mesmo quando não há outra pessoa
olhando ou conferindo.
Pode perguntar a si mesmo: estou sendo bom profissional? Estou agindo
adequadamente? Realizo corretamente minha atividade?
É fundamental ter sempre em mente que há uma série de atitudes que não
estão descritas nos códigos de todas as profissões, mas que são comuns a
todas as atividades que uma pessoa pode exercer.
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Atitudes de generosidade e cooperação no trabalho em equipe, mesmo
quando a atividade é exercida solitariamente em uma sala, ela faz parte de um
conjunto maior de atividades que dependem do bom desempenho desta.
Uma postura pró-ativa, ou seja, não ficar restrito apenas às tarefas que foram
dadas a você, mas contribuir para o engrandecimento do trabalho, mesmo que
ele seja temporário.
Se sua tarefa é varrer ruas, você pode se contentar em varrer ruas e juntar o
lixo, mas você pode também tirar o lixo que você vê que está prestes a cair na
rua, podendo futuramente entupir uma saída de escoamento e causando uma
acumulação de água quando chover. Você pode atender um balcão de
informações respondendo estritamente o que lhe foi perguntado, de forma fria,
e estará cumprindo seu dever, mas se você mostrar-se mais disponível, talvez
sorrir, ser agradável, a maioria das pessoas que você atende também serão
assim com você, e seu dia será muito melhor.
Muitas oportunidades de trabalho surgem onde menos se espera desde que
você esteja aberto e receptivo, e que você se preocupe em ser um pouco
melhor a cada dia, seja qual for sua atividade profissional e, se não surgir,
outro trabalho, certamente sua vida será mais feliz, gostando do que você faz
sem perder, nunca, a dimensão de que é preciso sempre continuar
melhorando, aprendendo, experimentando novas soluções, criando novas
formas de exercer as atividades, aberto a mudanças, nem que seja mudar, às
vezes, pequenos detalhes, mas que podem fazer uma grande diferença na sua
realização profissional e pessoal. Isto tudo pode acontecer com a reflexão
incorporada a seu viver.
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É imprescindível estar sempre bem informado, acompanhando não apenas as
mudanças nos conhecimentos técnicos da sua área profissional, mas também
nos aspectos legais e normativos. Vá e busque o conhecimento. Muitos
processos ético-disciplinares nos conselhos profissionais acontecem por
desconhecimento, negligência.
Competência técnica, aprimoramento constante, respeito às pessoas,
confidencialidade, privacidade, tolerância, flexibilidade, fidelidade,
envolvimento, afetividade, correção de conduta, boas maneiras, relações
genuínas com as pessoas, responsabilidade, corresponder à confiança que é
depositada em você.
Comportamento eticamente adequado e sucesso continuado são
indissociáveis!
E isto é parte do que se chama empregabilidade: a capacidade que você pode
ter de ser um profissional que qualquer patrão desejaria ter entre seus
empregados, um colaborador. Isto é ser um profissional eticamente bom.
Logo, é eticamente adequado que você realize suas atividades profissionais da
mesma forma como faz tudo que é importante em sua vida, pois, o
comprometimento do profissional em ser eticamente correto, é aquele que,
independente de receber elogios, faz a coisa correta.
Glock, RS, Goldim Jr. Ética Profissional é Compromisso Social. Mundo Jovem
(PUCRS, Porto Alegre).
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