View
212
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
uma publicação mensal da FEA-USP
p.02
p.08
p.09
p.12
ANÁLISE & OPINIÃO
FEA ALUNOS
FEA FUNCIONÁRIOS
FEA MIX
FEA CCIntPAINEL E AINDA...
p.03 p.06 p.10
Professor Joel Dutraassume diretoria de RH da USP
Entre o mundocorporativo e aGeração Y
Recorde deintercambistase novos acordos
ano 07_edição 62_setembro_2010
FEA PROFESSORES
Eve
ntos
, deb
ates
e fe
stas
m
ovim
enta
m a
FE
A
As cores e os desenhos irreverentes dos
chamados “manilhões”, largas faixas de papel
pardo que ocupam o lado esquerdo do saguão,
chamam a atenção de quem entra na FEA.
Eles estão ali, disputando espaço na entrada
principal da Faculdade, para divulgar os even-
tos promovidos pelos alunos. A grande mo-
vimentação de estudantes – muitos no com-
putador aproveitando o Wi-Fi, vários estran-
geiros –, visitantes, personalidades e mestres
convidados para palestras e eventos, estandes
de empresas ou promocionais, tudo comprova
a riqueza e a diversidade do ambiente acadê-
mico da FEA.
Além dos “manilhões”, os banners, os cartazetes
distribuídos pelos quadros, o informativo A Semana
na FEA e os inúmeros emails disparados para a co-
munidade FEA pela Assessoria Técnica de Comu-
nicação e Desenvolvimento dão conta não apenas
da quantidade de eventos que acontecem na Facul-
dade, mas das iniciativas dos próprios alunos, enga-
jados nas diversas entidades.
Dizem que as festas da FEA são imperdíveis.
Cada vez mais, porém, é preciso esticar a agenda
para garantir presença nas iniciativas das entidades
estudantis e fazer parte da efervescência dos eventos
promovidos pelos alunos.
John Nash
#02
ANÁLISE & OPINIÃO
“As cidades crescem em ritmo alucinante, os salários sobem, os jovens querem mais conforto e melhores perspectivas, o meio ambiente agoniza e a pressão por renda e direitos aumenta.”
A C
hina
rec
onqu
ista
seu
es
paço
na
econ
omia
glo
bal
o trEm dE lEvitação maGnética voa a
410 km Por hora, liGando o aEroPor-
to dE shanGhai ao cEntro EmPrEsarial
dE PudonG Em oito minutos, suavE E
silEnciosamEntE. Os tratores derrubam
o velho e as gruas constroem o novo
com velocidade igual; avenidas, prédios
e produtos aparecem a cada ano; e o
PIB da China já é o segundo do mundo.
Em recente viagem, executivos de lá nos
afirmaram que crescer 33% ao ano em
vendas é normal, e que construir novas
fábricas, contratar, treinar e reter mão
de obra, desenvolver talentos locais e
inovar é um desafio diário.
O desafio do governo também impres-
siona, pois lá tudo é grande. A World
Expo 2010 terá 60 milhões de visitantes
em pavilhões grandiosos e futurísticos que
retratam os desafios do crescimento urba-
no, energia, transporte e sustentabilidade
em uma sociedade 60% rural, na qual 120
milhões de migrantes se deslocaram para
as grandes cidades.
Estes migrantes não têm o direito
de moradia, nem serviços públicos nas
metrópoles. Continuam cidadãos do
interior, onde irão constituir família e
residir após juntarem suas economias
nas grandes fábricas exportadoras.
Os suicídios de operários na Fo-
xcomm, fruto da desilusão da nova
geração com os baixos salários e a falta
de perspectivas, resultaram em greves
e reajustes médios de 18% em mui-
tas empresas. A legislação trabalhista
impõe limites de jornada, proteção
individual e seguro saúde e previdenciário, mas talvez menos
de 20% dos trabalhadores desfrutem disto.
O baixo preço das mercadorias se explica também pela
estrutura de capital, pois muitas empresas paraestatais perse-
guem metas de emprego e crescimento, e não de retorno sobre o
investimento. Além disso, há forte concorrência interna; temos
quatro fabricantes de geladeiras no Brasil e 250 na China, 10
montadoras de automóveis aqui e 84 lá, e assim por diante.
Por fim, impressiona a capacidade de articulação público-
privada para oferecer infraestrutura nos parques industriais,
com energia, acessos ferroviários, portos, armazéns e sindicatos
que cooperam com os empresários.
Os desafios são muitos. As cidades crescem em ritmo alu-
cinante, os salários sobem, os jovens querem mais conforto e
melhores perspectivas, o meio ambiente agoniza e a pressão
por renda e direitos aumenta. Mas todos que conhecem a
China e vivenciam sua força empreendedora sabem que as
empresas e mercados da China terão um papel cada vez mais
importante nos negócios globais nas próximas décadas. E que
o Brasil precisa conhecer este gigante.
JamEs tErEncE coultEr WriGht
ProFEssor do dEPartamEnto dE administração
“A discussão sobre carreira na USP está inserida em um movimento amplo de valorização da carreira pública.”
FEA PROFESSORES
Um legado para a Universidadeviabilizar um novo ProJEto dE carrEira Para os Fun-
cionários técnicos E administrativos da univErsidadE
dE são Paulo é o dEsaFio quE lEvou o ProFEssor JoEl
dutra, do dEPartamEnto dE administração da FEa, a
acEitar o convitE Para assumir a dirEtoria dE rEcursos
humanos da usP.
“A administração pública vem passando por grandes transfor-
mações e, apesar dos investimentos feitos na gestão de pessoas,
principalmente em desenvolvimento e em remuneração, chegou
a hora de construir um novo modelo de carreira que atenda às
necessidades da Universidade e às expectativas dos funcioná-
rios. Um projeto que não apenas avance e melhore a vida dos
funcionários, mas que fique como um legado dessa gestão para
Universidade”, explica professor Joel Dutra.
O ponto de partida será o projeto concebido na gestão anterior
pela comissão de RH da qual professor Joel fez parte. “Na ocasião,
a proposta foi concebida com a participação de funcionários,
docentes e diretores das unidades, que enriqueceram o debate
com diferentes perspectivas. O projeto chegou a ser apresentado
ao Conselho Universitário, mas o Sindicato dos Funcionários
entendeu que a sua participação poderia ser mais efetiva. Por
essa razão, vamos retomar a construção da proposta e colocar
todo o empenho para que ela seja viabilizada”, afirma.
Na sua avaliação, a discussão sobre carreira na USP está inse-
rida em um movimento amplo de valorização da carreira pública.
“Muita coisa está sendo feita e há exemplos muito interessantes
nessa área. A Petrobras, por exemplo, é considerada a ‘empresa
dos sonhos’ e atrai milhares de interessados em seus processos
seletivos. O fato de ser uma empresa pública não é impedimento.
Pelo contrário, é um aspecto valorizado”, diz professor Joel.
Um dos requisitos do projeto será contemplar a diversi-
dade da USP. Mesmo nas áreas administrativas e técnicas,
o trabalho tem peculiaridades de uma faculdade para outra.
Um técnico que trabalha na Faculdade de Medicina tem
que ser diferente do que trabalha na Física ou na FEA. O
professor Joel lembra ainda outras frentes como as bibliote-
cas, que são especializadas de uma unidade para outra, e os
museus, que demandam servidores com
características próprias.
“Por essas razões, a discussão sobre
carreira é muito complexa na USP. É
também uma discussão urgente porque a
Universidade conta com um corpo de fun-
cionários especializados que são disputados
no mercado. Precisamos criar mecanismos
de retenção”, aponta professor Joel.
O aspecto mais positivo desse trabalho
– e que o conquistou – será a oportunidade
de aprimorar uma gestão que tem como
base uma relação de trabalho muito rica.
Valores como incentivo ao desenvolvimen-
to profissional e orgulho de pertencer são
similares aos do mundo corporativo que
ele, com sua experiência de trabalho nas
organizações privadas, pretende destacar
na nova proposta.
Para o novo diretor
de RH da USP, porém,
essa será só mais uma
das tarefas da sua agen-
da. Para isso, contará
com o apoio da estru-
tura de RH, subordi-
nada à Coordenado-
ria de Administração
Geral - CODAGE.
Aulas, orientações,
pesquisas e consultorias
continuam com o seu
ritmo. “Foi um convite
inesperado, mas irrecu-
sável. É sempre bom
trabalhar para a USP”,
diz professor Joel.
Prof. Joel Dutra: convite irrecusável
#04
FEA X FEA
Pesquisa realizada pelo CAVC apontou que 25% dos alunos participam das atividades de pelo menos uma entidade até meados do 3º ano, quando começam a estagiar e trabalhar.
Eve
nto
s, d
ebat
es e
fest
as
mov
imen
tam
a F
EA O rolo de papel pardo fica na Vivência
do CAVC (Centro Acadêmico Visconde
Cairu) à disposição das entidades que pre-
cisam fazer comunicados ou divulgar um
evento. Cada uma tem suas próprias tintas
e convoca seus “artistas” para fazer a imagi-
nação funcionar na criação, acompanhada
é claro de uma boa sujeira nas mãos.
Nos “manilhões” fixados pelas entida-
des de alunos tem de tudo: campeonato
de rúgbi, a chegada dos novos agasalhos,
aulas de forró, palestras sobre carreira ou
de feano famoso, promoção de lanche so-
lidário, chamada para doação de sangue,
debate sobre propaganda eleitoral, processos
seletivos, competição de resolução de casos
e muito mais.
“O número de eventos promovidos pelas
entidades estudantis aumentou muito de
2009 para cá. Isso é muito bom e só agrega
para o aluno. A participação também está aumentando”, explica Ricardo Guimarães Vieira, diretor de Co-
municação do CAVC e aluno do segundo ano de Administração.
Pesquisa realizada pelo CAVC no final do primeiro semestre
apontou que 25% dos alunos participam das atividades de pelo
menos uma entidade até meados do 3º ano, quando começam a
estagiar e a trabalhar. Eventos realizados em conjunto também
são cada vez mais frequentes e, esse ano, o processo eleitoral no
país despertou o interesse pelo debate político. “O CAVC apoiou
o FEA Debate, uma iniciativa dos bixos, e realizou a Semana Po-
lítica, que contou com a participação de representantes de vários
partidos. Foi um sucesso e mostrou que a FEA não tem nada de
apolítica. Pelo contrário, organizamos eventos para discutir o
cenário político atual. Essa tem sido a estratégia da gestão atual
que, como mostra o nome adotado pela chapa vencedora, Sinapse,
procura promover a troca de ideias”, diz Ricardo.
O Passeio ao Centro, que leva os bixos para conhecerem
a primeira sede da FEA, a cervejada e a escola de idiomas que
Doação de sangue e Feira de Recrutamento
e Carreiras
Debate sobre empreendedorismo (Leandro Neves, da Black Dog), política (Ricardo Young, PV) e banner da FEA júnior
#05
“É muito bom participar de festas, de atividades esportivas e de um ambiente rico que dissemina o conhecimento e gera comprometimento. É um diferencial para quem é da FEA.”
Encontros com feanos ilustres como João Sayad, empreendedores como Wellington Nogueira (Doutores da Alegria), consultorias como a Bain & Com-pany e festas
oferece cursos de inglês, espanhol, francês, alemão, italiano e
japonês e é fonte de renda da entidade, são as atividades mais
antigas. O CAVC apoiou também a venda de lanches em prol da
Casa do Zezinho, iniciativa do Programa de Extensão de Serviços
à Comunidade (PESC).
Em 2010, não faltaram novidades: em maio, em conjunto
com os CAs das Faculdades de Direito, de Medicina e da Escola
Politécnica, a festa G4 reuniu mais de sete mil estudantes no
Sambódromo. Na lista de eventos do CAVC que movimentaram
a FEA se destacaram também: palestras com feanos ilustres como
o economista João Sayad, o diretor da Ambev, Renato Nahas,
e o professor Wellington Rocha; debates sobre carreira pública,
com o ex-ministro Maílson da Nóbrega; e sobre sustentabilidade,
com Sonia Favaretto, diretora da BM&FBOVESPA.
As atividades da FEA júnior USP também se expandiram
em 2009. Realizada anualmente desde 2008, a Semana do Em-
preendedor ganhou uma segunda edição esse ano; a Feira de
Recrutamento e Carreira reuniu 27 empresas e cadastrou quase
1.400 currículos, estabelecendo novos recordes; e a Feira Jovens
Investidores receberá caravanas de visitantes da USP Leste e de
universidades de Campinas (SP).
“Os eventos ganham cada dia mais visibilidade e o interesse
das empresas pelas nossas frentes de atuação é crescente. A FEA
júnior realiza também processos seletivos, palestras e atividades de
interesse social como a campanha de doação de sangue. Trouxemos
também Wellington Nogueira, fundador da ONG Doutores da
Alegria no Brasil para contar sua experiência de empreendedor”,
conta Camila Vieira, da área de Eventos e aluna do primeiro ano
de Economia.
Criado no final de 2007 com
o objetivo de divulgar a área de
Consultoria Estratégica, o FEA
Consulting Club abriu caminho
para outros grupos como o FEA
Marketing Club e a Liga do
Mercado Financeiro. Juntos,
compõem o ARM FEA (Asso-
ciações de Relacionamento com o Mercado)
que tem o objetivo de aproximar os alunos
do mundo corporativo e
incrementar a formação
do aluno com mais con-
teúdo dirigido.
Até agosto, só a
agenda do FEA Con-
sulting Club contabili-
zou seis encontros com
consultorias com pales-
tras e apresentação de
processos seletivos. A
participação dos alunos
foi expressiva e a pro-
gramação da entidade
para o segundo semestre
contempla uma série de
eventos abertos e trei-
namentos.
“A explosão atual de
eventos e atividades só
tem a agregar para o
aluno. Conviver com
personalidades, fazer
contato com empresas
que contam no mercado,
tudo isso ajuda na formação. Às vezes, o
espaço para divulgação de algum evento
chega a ser disputado. É muito bom parti-
cipar das festas, das atividades esportivas
e de um ambiente rico que dissemina o
conhecimento e gera comprometimento.
É um diferencial para quem é da FEA”,
afirma Leonardo Finkler, um dos coorde-
nadores do FEA Consulting Club e aluno
do terceiro ano de Administração.
PAINEL
“Precisamos entender o que as empresas querem, precisamos entender os jovens e precisamos aumentar o compromisso entre alunos e professores. Procurar o caminho do entendimento.”
En
tre
o m
un
do
corp
orat
ivo
e a
Ger
ação
Y Coordenadores de Estágios e Trainees (GCET) e com consultorias
como a Cia. de Talentos, especializada em processos seletivos, as
dificuldades procuram o caminho do entendimento.
ForMAção
O objetivo do departamento de Administração é formar pro-
fissionais para a sociedade e para o mercado, capazes de conduzir
a administração de empresas, tornando-as eficientes, produtivas
e rentáveis. “As organizações, no entanto, são hoje muito com-
plexas, representam grandes negócios, fazem parte de redes. Até
mesmo as padarias, nas grandes cidades, adquiriram novos for-
matos. Funcionam 24 horas, possuem dezenas de funcionários e
precisam de sistemas de gestão de pessoas, logística, suprimentos
e informática. O administrador é o profissional capacitado para
criar e gerenciar esse conjunto de sistemas que ganha mais peso
na proporção que o negócio cresce”, explica professor Hamilton.
O curso forma profissionais multiespecialistas para atuar em
planejamento, gestão de pessoas e equipes, controles, finanças,
marketing (o que inclui mercado, consumidor, distribuição, emba-
lagem, preço e logística), vendas e sustentabilidade. “É um equívoco
imaginar que um diretor de produção possa desempenhar suas
funções sem saber como o consumidor do produto se porta no
ponto de venda”, aponta professor Hamilton. Essa abrangência
torna o curso de Administração muito procurado, tanto que, como
explica o seu coordenador, a FEA tem dificuldade em atender
a demanda dos outros cursos da Faculdade, da USP, de outras
Universidades e de alunos estrangeiros.
Cada geração tem suas características e conflitos. Com a cha-
mada Geração Y, formada por nascidos a partir
dos anos 1980, com o mouse do computador
e um mundo de informações na mão, não é
diferente. “Nas salas de aula, os professores
estão lidando com uma geração ativa, inquieta
e, no geral, superficial, que tem uma visão
distorcida do mercado de trabalho. A abran-
gência da área de Administração é, muitas
vezes, encarada como resposta para tanta
inquietação e frenesi, mas o que se verifica
o cEnário é dE imPassE. De um lado, estão
as organizações em contínua transformação,
complexas em seus negócios e mercados,
demandando profissionais cada vez mais
comprometidos com a competitividade e
o desenvolvimento profissional. De outro,
nas salas de aula, professores procuram atrair
a atenção dos alunos, cada vez mais dispu-
tada pelos estímulos externos, adequando
a metodologia de ensino para provocar a
reflexão na chamada Geração Y.
Vivenciado no dia a dia, o impasse gerou
o debate que vem sendo conduzido pelo
professor Hamilton Luiz Corrêa, coordenador
da Graduação do Departamento de Adminis-
tração. Além dos docentes do departamento,
alunos, especialistas em Recursos Humanos
e consultorias foram envolvidas nas quatro
dimensões da análise proposta: infraestrutura
física, currículo, comportamento e postura
dos alunos e dos professores.
“Precisamos entender o que as empresas
querem, precisamos entender os jovens e
precisamos aumentar o compromisso entre
alunos e professores”, resume professor Ha-
milton. Em reuniões com alunos patrocinadas
pelo CAVC, com integrantes do Grupo de
FEA Debate: professor Hamilton e alunos conversam
sobre o curso de Administração
na prática é carência de foco e dificuldade para a reflexão e a
elaboração”, explica professor Hamilton.
Para atrair a atenção desse aluno, os professores do departamento
estão empenhados em construir uma melhor forma de estudar e
aprender, incentivando a reflexão e participação por meio de cases
e exercícios. O professor Hamilton lembra que essa dificuldade se
mostra ainda mais patente no momento de escrever e estruturar
uma tese. “A Administração não é objetiva. É pragmática”, diz ele.
Para Sofia Esteves, diretora da consultoria Cia. de Talentos,
o que basicamente caracteriza a chamada Geração Y é o excesso
de espaço para a escolha e a pouca ajuda para reflexão e auto-
conhecimento. A dificuldade em escolher uma carreira é decor-
rência dessa deficiência, acentuada pelos estereótipos de sucesso
que cercam os jovens.“São jovens que leem menos, mas inovam
mais e são movidos a desafios. Sofrem com a pressão, mas são
capazes de assumir carga de trabalho quando o projeto tem a ver
com eles,” analisa Sofia Esteves, destacando aspectos da pesquisa
“Empresa dos Sonhos”, realizada no Brasil com cerca de 35 mil
universitários e recém-formados, incluindo alunos da FEA. Por
essa razão, a consultora opina que, nas salas de aula, o professor
precisa sair do papel passivo e buscar captar o interesse, motivando
o uso da capacidade de reflexão, construindo junto com o aluno
o significado das coisas.
A pesquisa apontou que 86% dos jovens entrevistados se
consideram preparados para ingressar no mercado de trabalho.
Desse porcentual, 76% afirmam ter o perfil comportamental
exigido pelo mercado. “Nos processos de seleção, porém, as
características pessoais são o aspecto que mais pesa nas repro-
vações”, diz Sofia.
Ao escolherem uma empresa
para trabalhar, os jovens da
Geração Y privilegiam um
bom ambiente de trabalho
acima de tudo. Antes de sa-
lário e benefícios, vem de-
senvolvimento profissional,
qualidade de vida e imagem
da empresa. Mas o dado interessante é que
30% dos jovens que responderam à pesquisa
pretendem trabalhar por mais de 20 anos na
mesma empresa. Em 2010, a Google ficou
em primeiro lugar, desbancando a Petrobras,
que ocupava a preferência dos jovens nos
últimos anos. “Interessante notar que ambas
são empresas de ponta, com metas duras
e desafiadoras. E que o grande atrativo da
Petrobras é a estabilidade, um aspecto que
não condiz com a inquietação dos jovens”,
analisa professor Hamilton.
Uma das saídas para o impasse é, portan-
to, a linguagem do entendimento. Combinar
regras de convivência capazes de reconstruir
limites e aproveitar as oportunidades para
despertar a paixão pelo conhe-
cimento. A convivência com
jovens em processos seletivos
ou em salas de aula pode
mostrar que “nós estamos
ensinando a trabalhar, mas
estamos também aprendendo
com eles o que é o mundo
moderno”, diz Sofia.
“Nas salas de aula, os professores estão lidando com uma geração ativa, inquieta e, no geral, superficial, que tem uma visão distorcida do mercado de trabalho.”
Professores do departamento de Administração acompanham apresentação de Sofia Esteves, da Cia. de Talentos
#08
FEA ALuNOS
“Trazer para perto da FEA gente que só vai somar para a história e para o futuro da Faculdade. A história não tem que ser nostálgica, tem que ser uma história viva.”
O p
oten
cial
do
FE
A+ tornar o FEa+ o mElhor ProGrama
dE rElacionamEnto com Ex-alunos, com
nívEl intErnacional E benchmarking
nacional, é o obJEtivo do novo GEs-
tor mário lúcio corrêa nEto. “Esse
programa tem potencial e pode ser um
dos maiores do país. Conta com o apoio
do diretor da FEA, professor Reinaldo
Guerreiro, o que dá credibilidade ao tra-
balho e ânimo para a equipe. Estamos
trabalhando a todo vapor, arrumando
a casa e alinhados com as mídias sociais
e mídia impressa, sempre atualizados”,
explica Mário.
Entre os objetivos traçados pelo novo
gestor estão atrair as faculdades de fora
para apresentar o trabalho de relaciona-
mento realizado com ex-alunos, fechar
parcerias fortes, organizar eventos me-
nores com foco em públicos específicos,
promover a interação desses grupos e
promover encontros com ex-alunos de
várias gerações.
Mário acredita que o programa é a
porta de entrada para que todos que já
passaram pela FEA, possam entrar no-
vamente. “O próprio nome do FEA+
traz esse conceito de agregar, somar,
trazer para perto da FEA gente que só
vai somar para a história e para o futuro
da Faculdade. A história não tem que
ser nostálgica, tem que ser uma história
viva”, diz Mário.
Para que isso aconteça de maneira
efetiva, é necessário abordar o aluno a
partir do momento que este ingressa na
faculdade. “É nessa hora que devemos
nos apresentar. Um dia esse aluno será FEA+. E, como es-
peramos que isso vá acontecer, se ele não nos conhecer desde
o início?”, pergunta.
Além das parcerias, o novo gestor pretende incrementar
também ações conjuntas com as entidades estudantis da FEA
como os clubes, a FEA júnior USP, o CAVC, o PET e o PESC.
“Ex-alunos podem vir dar palestras em eventos organizados
pelas entidades, por exemplo. Encontros entre alunos e ex-
alunos são sempre uma experiência enriquecedora para todos.
Por essa razão, promover o networking entre os profissionais
de hoje e os de amanhã está na nossa agenda. É dessa forma
que pretendemos fortalecer a marca FEA+ dentro e fora da
Faculdade. O conhecimento compartilhado sempre traz bons
resultados. Não só o networking entre alunos, mas entre as
instituições e empresas também”, diz Mário.
Mário Lúcio Corrêa Neto, a todo vapor no FEA+
da Congregação e do Conselho Técnico-
Administrativo; conferir a documenta-
ção para credenciamento dos cursos de
graduação; emitir relatórios e pareceres
sobre assuntos da competência da área; e
organizar e supervisionar os concursos da
carreira docente.
Nesse breve período, uma das mudan-
ças implementadas foi a transferência da
equipe da Comissão de Cultura e Extensão
para um espaço exclusivo, independente
da estrutura que atende ao Colegiado.
Para Valéria, conhecer a estrutura da
USP, a história da unidade e ter a memó-
ria das mudanças ocorridas nos últimos
anos ajuda a entender o modo como as
coisas funcionam. “O ambiente da FEA
é de constante aprendizado. Trabalhar
com pessoas é sempre um desafio e exige
flexibilidade”, afirma.
a ExPEriência adquirida nos 18 anos dE atuação na árEa
dE Pós-Graduação, convivEndo com ProFEssorEs, alunos E
Funcionários dos dEmais sErviços da FaculdadE, tEm sido
FundamEntal Para valéria lourEnção, a nova rEsPonsávEl
PEla assistência técnica acadêmica da FEa (atac-FEa).
Além de absorver as inúmeras tarefas e responsabilidades da
área, Valéria tem se dedicado a analisar os processos, o espaço
físico e a estrutura de atendimento. “Sempre cabem melhorias.
Há etapas que podem ser eliminadas e todos ganham com a
desburocratização”, diz Valéria.
Como chefe da Seção de Pós-Graduação, desde 1995, o seu
relacionamento com a ATAc era muito próximo. Substituiu
a então Assistente, Miriam Keiko Matsuda, que se aposentou
no início de julho, e chegou a cobrir, informalmente, férias da
Assistente anterior à Miriam. Ser designada para a ATAc foi,
portanto, um processo natural e um reconhecimento às suas
competências e capacidade de liderança.
Sob sua responsabilidade estão 19 funcionários que desenvol-
vem os serviços relacionados às atividades de ensino, pesquisa
e extensão da FEA. A administração acadêmica compreende o
serviço de apoio aos colegiados; a seção de alunos; a secretaria
de pós-graduação; a seção de estágios e empregos; a secretaria de
apoio às comissões de pesquisa, de cultura e extensão; e a secre-
taria de apoio à comissão de cooperação internacional. Quando
os alunos precisam de uma informação ou de um documento
referente à sua vida acadêmica, são essas secretarias que fornecem.
“As seções caminham sozinhas. A Assistência dá suporte
aos funcionários da área e zela pelo cumprimento da legislação
da USP, que é muito complexa”, explica Valéria que, logo nas
primeiras semanas de trabalho enfrentou o desafio de colaborar
com a organização da cerimônia de posse do diretor e do vice-
diretor da FEA.
Entre as atribuições da ATAc está atender às demandas
dos chamados Colegiados. Isso inclui assessorar o diretor, as
chefias de departamento e os docentes sobre a legislação aca-
dêmica; coordenar as seções acadêmicas; secretariar as reuniões
#09
Conhecer a estrutura da USP, a história da unidade eter a memória das mudanças ocorridas nos últimos anos ajuda a entender o modo como as coisas funcionam.
FEA FuNCIONÁRIOS
Nova gestão
Para Valéria Lourenção, trabalhar com pessoas é sempre um desafio
FEA CCInt
“O processo de internacionalização da FEA está cada dia mais consolidado. A cada três meses fazemos um novo acordo com instituições de ensino estrangeiras.”
CC
Int-
FE
A
con
qu
ista
nd
o o
mu
nd
o
a comissão dE cooPEração in-
tErnacional da FEausP (ccint)
comEmora a chEGada dE 92 alunos
EstranGEiros na FEa, nEstE sEGundo
sEmEstrE, númEro quE EstabElEcE novo
rEcordE dEsdE o início do ProGrama.
São alunos de 19 países como França,
Alemanha, Colômbia, Portugal, Itália
e México, entre outros.
“Os números demonstram que o
processo de internacionalização da FEA está cada dia mais
consolidado. A cada três meses fazemos um novo acordo com
instituições de ensino estrangeiras. Somos uma escola pública
e temos o compromisso de colocar a FEA e a USP no cenário
global”, explica professor Edson Luiz Riccio, presidente da
CCInt.
Desde o início do ano, nove convênios novos foram
fechados e a FEA recebeu cerca de 20 representantes de
universidades estrangeiras. Nem todas as visitas, porém, têm
a finalidade de estabelecer acordo. “O Brasil tem hoje muita
Novo recorde de intercambistas, estudantes de 19 países diferentes
Assinatura de convênio com a University of St Gallen (Suíça)
Professores Massimo Bergami e Roberto Vecchi, da Universitá di
Bologna (Itália) e os professores Carlos Roberto Azzoni e Edson Luiz Riccio
Os professores da FEA também ajudam a expandir os
domínios da CCInt. Visitas a universidades estrangeiras ou
encontros com representantes em eventos internacionais são
excelentes oportunidades de estabelecer contatos, não ape-
nas para trabalhos conjuntos como para intercâmbios.
O professor Adriano Biava, do Departamento de Econo-
mia, aproveitou sua recente visita à Itália para conhecer uni-
versidades de Roma que tinham perfil de ensino semelhante
ao da FEA. Além de fazer contatos na área pública, tributária
e tarifária, objetivo principal da viagem, as visitas serviram
para abrir novas oportunidades para os alunos da FEAUSP.
Professor Adriano visitou três universidades públicas: A
Sapienza, Tor Vergata e Roma Tre, em Roma, e as univer-
sidades de Gênova e Pavia. “Com a orientação do professor
Riccio, os primeiros contatos foram feitos. Agora, as negocia-
ções de acordos internacionais seguem o processo normal.
Fui muito bem recebido por todas essas instituições e, princi-
palmente, senti um interesse muito grande no Brasil”, conta
professor Adriano.
“Interesse pelo Brasil é
muito grande”, diz professor
Adriano Biava
visibilidade lá fora. Isso desperta a curiosidade e o interesse
pelo nosso trabalho tanto por parte das universidades como
dos estudantes”, explica professor Riccio.
Segundo ele, o interesse se deve também às ações do go-
verno brasileiro, que vem estimulando os contatos econômi-
cos. Naturalmente, essas negociações acabam refletindo no
segmento acadêmico. “O Brasil é hoje um país que representa
oportunidades de negócios importantes no exterior” destaca.
No planejamento estratégico da CCInt, a meta é se apro-
ximar da África. E a CCInt segue em frente, conquistando o
mundo. “Estive na África do Sul e os primeiros contatos já
foram feitos. Na Croácia, no sul da Europa, assinamos um
primeiro acordo e um aluno nosso já deve ir em 2011. Além
disso, estamos concluindo um segundo acordo com a Coreia.
São frentes que propiciam mais opções de desenvolvimento
aos nossos alunos”, afirma professor Riccio.
#11
“O Brasil tem hoje muita visibilidade lá fora. Isso desperta a curiosidade e o interesse pelo nosso trabalho tanto por parte das universidades como dos estudantes.”
ParcErias quE dão cErto
Reinaldo Guerreiro, diretor da FEA; Matthew Hall, diretor
de Relações Internacionais da Aston Business Shool
(Inglaterra); e professor Edson Luiz Riccio (da esq. para a dir.)
Reunião com representante da
Dongguk University, da Coreia do Sul
Dr. Hans Jürgen Pröemel, reitor da Technische
Universität Darmstadt (Alemanha) e professor
Edson Luiz Riccio
Prêmio Economista do ano 2010
A edição 2010 do Prêmio Economista do Ano, oferecido
pela Ordem dos Economistas do Brasil, Conselho Regional
de Economia de SP, Sindicato dos Economistas e Conselho
Federal de Economia, destacou três professores da FEA: na
categoria Ensino e Pesquisa, Denisard Alves, chefe do Depar-
tamento de Economia, e Carlos Antonio Luque; e na catego-
ria Agricultura, Guilherme Leite da Silva Dias.
comitê iirc
O professor Nelson Carvalho, do Departamento de Conta-
bilidade e Atuária, foi convidado para integrar o novo Comitê
Internacional pela Sustentabilidade, o IIRC - International
Integrated Reporting Committee (Comitê Internacional para
Relatórios Integrados), fruto da iniciativa da Global Reporting
Initiative (GRI) e do Príncipe de Gales, mais conhecido como
Príncipe Charles, da Inglaterra.
O GRI é referência mundial em mecanismos de medição
de iniciativas sustentáveis e de responsabilidade social, que
hoje são usados por empresas no mundo inteiro. O objetivo
do IIRC é oferecer às organizações ferramentas capazes de
fazer com que seus relatórios financeiros reflitam dados que
integrem informações financeiras e não-financeiras, como am-
bientais, sociais e de governança.
rEPrEsEntantE dos não-docEntEs
Em eleição realizada no dia 3 de setembro, foram esco-
lhidos os três representantes dos servidores não-docentes na
Congregação da FEA. São eles: João Aparecido Corrêa (che-
fe da Gráfica), Guilherme Ricardo de Araújo Filho (Serviço
de Expediente – ATAd) e Ivan Francisco de Sousa (assisten-
te técnico da ATAF).
FEA MIX
GEntE da FEaUma publicação mensal da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo Assistência de Comunicação e DesenvolvimentoAgosto 2010_tirAgem 2.000 exemplAres
Av. Prof. Luciano Gualberto, 908Cidade Universitária - CEP 05508-900
Diretor da FEA Reinaldo Guerreiro
Coordenação GeralLu Medeiros
AssistênciA de coMunicAção e desenvoLviMento dA FeA-usP
Edição: Printec coMunicAção LtdA.
vAnessA GiAcoMetti de Godoy – MtB 20.841Antonio cArLos de Godoy – MtB 7.773
Reportagem:dinAurA LAndini e cAMiLA BroGLiAto riBeiro
Projeto Gráfico: eLos coMunicAção e edeMiLson MorAis
Layout e Editoração Eletrônica: ninA FrAnco
Fotos:cAMiLA rosA, MiLenA neves
e roBertA de PAuLA
Projeto de ensino à distância da FEAUSP envolvendo professores da USP e do ensino médio foi apresentado em Congresso de Educação realizado na Grécia, em agosto.
intErnacional
ElEição
rEconhEcimEnto
Erudito FEa
conGrEsso dE Educação
Projeto de ensino à distância da FEAUSP, coordenado por Andrea Ximenes, chefe administrativa
do Laboratório de Aprendizagem e Ensino da FEA (LAE), foi apresentado em Congresso de Educação,
realizado na Grécia, em agosto. A iniciativa foi da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP e o projeto envolveu
professores da USP e do ensino médio que desenvolveram projetos e cursos de especialização utilizando o sistema Erudito.
Nelson Carvalho
Recommended