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uma publicação mensal da FEA-USP p.02 p.08 p.09 p.12 ANÁLISE & OPINIÃO FEA ALUNOS FEA FUNCIONÁRIOS FEA MIX FEA CCInt PAINEL E AINDA... p.03 p.06 p.10 Professor Joel Dutra assume diretoria de RH da USP Entre o mundo corporativo e a Geração Y Recorde de intercambistas e novos acordos ano 07_edição 62_setembro_2010 FEA PROFESSORES Eventos, debates e festas movimentam a FEA As cores e os desenhos irreverentes dos chamados “manilhões”, largas faixas de papel pardo que ocupam o lado esquerdo do saguão, chamam a atenção de quem entra na FEA. Eles estão ali, disputando espaço na entrada principal da Faculdade, para divulgar os even- tos promovidos pelos alunos. A grande mo- vimentação de estudantes – muitos no com- putador aproveitando o Wi-Fi, vários estran- geiros –, visitantes, personalidades e mestres convidados para palestras e eventos, estandes de empresas ou promocionais, tudo comprova a riqueza e a diversidade do ambiente acadê- mico da FEA. Além dos “manilhões”, os banners, os cartazetes distribuídos pelos quadros, o informativo A Semana na FEA e os inúmeros emails disparados para a co- munidade FEA pela Assessoria Técnica de Comu- nicação e Desenvolvimento dão conta não apenas da quantidade de eventos que acontecem na Facul- dade, mas das iniciativas dos próprios alunos, enga- jados nas diversas entidades. Dizem que as festas da FEA são imperdíveis. Cada vez mais, porém, é preciso esticar a agenda para garantir presença nas iniciativas das entidades estudantis e fazer parte da efervescência dos eventos promovidos pelos alunos. John Nash

Eventos, debates e festas movimentam a FEA · a hora de construir um novo modelo de carreira que atenda às ... de feano famoso, promoção de lanche so-lidário, chamada para doação

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uma publicação mensal da FEA-USP

p.02

p.08

p.09

p.12

ANÁLISE & OPINIÃO

FEA ALUNOS

FEA FUNCIONÁRIOS

FEA MIX

FEA CCIntPAINEL E AINDA...

p.03 p.06 p.10

Professor Joel Dutraassume diretoria de RH da USP

Entre o mundocorporativo e aGeração Y

Recorde deintercambistase novos acordos

ano 07_edição 62_setembro_2010

FEA PROFESSORES

Eve

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ates

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stas

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ovim

enta

m a

FE

A

As cores e os desenhos irreverentes dos

chamados “manilhões”, largas faixas de papel

pardo que ocupam o lado esquerdo do saguão,

chamam a atenção de quem entra na FEA.

Eles estão ali, disputando espaço na entrada

principal da Faculdade, para divulgar os even-

tos promovidos pelos alunos. A grande mo-

vimentação de estudantes – muitos no com-

putador aproveitando o Wi-Fi, vários estran-

geiros –, visitantes, personalidades e mestres

convidados para palestras e eventos, estandes

de empresas ou promocionais, tudo comprova

a riqueza e a diversidade do ambiente acadê-

mico da FEA.

Além dos “manilhões”, os banners, os cartazetes

distribuídos pelos quadros, o informativo A Semana

na FEA e os inúmeros emails disparados para a co-

munidade FEA pela Assessoria Técnica de Comu-

nicação e Desenvolvimento dão conta não apenas

da quantidade de eventos que acontecem na Facul-

dade, mas das iniciativas dos próprios alunos, enga-

jados nas diversas entidades.

Dizem que as festas da FEA são imperdíveis.

Cada vez mais, porém, é preciso esticar a agenda

para garantir presença nas iniciativas das entidades

estudantis e fazer parte da efervescência dos eventos

promovidos pelos alunos.

John Nash

#02

ANÁLISE & OPINIÃO

“As cidades crescem em ritmo alucinante, os salários sobem, os jovens querem mais conforto e melhores perspectivas, o meio ambiente agoniza e a pressão por renda e direitos aumenta.”

A C

hina

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seu

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econ

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o trEm dE lEvitação maGnética voa a

410 km Por hora, liGando o aEroPor-

to dE shanGhai ao cEntro EmPrEsarial

dE PudonG Em oito minutos, suavE E

silEnciosamEntE. Os tratores derrubam

o velho e as gruas constroem o novo

com velocidade igual; avenidas, prédios

e produtos aparecem a cada ano; e o

PIB da China já é o segundo do mundo.

Em recente viagem, executivos de lá nos

afirmaram que crescer 33% ao ano em

vendas é normal, e que construir novas

fábricas, contratar, treinar e reter mão

de obra, desenvolver talentos locais e

inovar é um desafio diário.

O desafio do governo também impres-

siona, pois lá tudo é grande. A World

Expo 2010 terá 60 milhões de visitantes

em pavilhões grandiosos e futurísticos que

retratam os desafios do crescimento urba-

no, energia, transporte e sustentabilidade

em uma sociedade 60% rural, na qual 120

milhões de migrantes se deslocaram para

as grandes cidades.

Estes migrantes não têm o direito

de moradia, nem serviços públicos nas

metrópoles. Continuam cidadãos do

interior, onde irão constituir família e

residir após juntarem suas economias

nas grandes fábricas exportadoras.

Os suicídios de operários na Fo-

xcomm, fruto da desilusão da nova

geração com os baixos salários e a falta

de perspectivas, resultaram em greves

e reajustes médios de 18% em mui-

tas empresas. A legislação trabalhista

impõe limites de jornada, proteção

individual e seguro saúde e previdenciário, mas talvez menos

de 20% dos trabalhadores desfrutem disto.

O baixo preço das mercadorias se explica também pela

estrutura de capital, pois muitas empresas paraestatais perse-

guem metas de emprego e crescimento, e não de retorno sobre o

investimento. Além disso, há forte concorrência interna; temos

quatro fabricantes de geladeiras no Brasil e 250 na China, 10

montadoras de automóveis aqui e 84 lá, e assim por diante.

Por fim, impressiona a capacidade de articulação público-

privada para oferecer infraestrutura nos parques industriais,

com energia, acessos ferroviários, portos, armazéns e sindicatos

que cooperam com os empresários.

Os desafios são muitos. As cidades crescem em ritmo alu-

cinante, os salários sobem, os jovens querem mais conforto e

melhores perspectivas, o meio ambiente agoniza e a pressão

por renda e direitos aumenta. Mas todos que conhecem a

China e vivenciam sua força empreendedora sabem que as

empresas e mercados da China terão um papel cada vez mais

importante nos negócios globais nas próximas décadas. E que

o Brasil precisa conhecer este gigante.

JamEs tErEncE coultEr WriGht

ProFEssor do dEPartamEnto dE administração

“A discussão sobre carreira na USP está inserida em um movimento amplo de valorização da carreira pública.”

FEA PROFESSORES

Um legado para a Universidadeviabilizar um novo ProJEto dE carrEira Para os Fun-

cionários técnicos E administrativos da univErsidadE

dE são Paulo é o dEsaFio quE lEvou o ProFEssor JoEl

dutra, do dEPartamEnto dE administração da FEa, a

acEitar o convitE Para assumir a dirEtoria dE rEcursos

humanos da usP.

“A administração pública vem passando por grandes transfor-

mações e, apesar dos investimentos feitos na gestão de pessoas,

principalmente em desenvolvimento e em remuneração, chegou

a hora de construir um novo modelo de carreira que atenda às

necessidades da Universidade e às expectativas dos funcioná-

rios. Um projeto que não apenas avance e melhore a vida dos

funcionários, mas que fique como um legado dessa gestão para

Universidade”, explica professor Joel Dutra.

O ponto de partida será o projeto concebido na gestão anterior

pela comissão de RH da qual professor Joel fez parte. “Na ocasião,

a proposta foi concebida com a participação de funcionários,

docentes e diretores das unidades, que enriqueceram o debate

com diferentes perspectivas. O projeto chegou a ser apresentado

ao Conselho Universitário, mas o Sindicato dos Funcionários

entendeu que a sua participação poderia ser mais efetiva. Por

essa razão, vamos retomar a construção da proposta e colocar

todo o empenho para que ela seja viabilizada”, afirma.

Na sua avaliação, a discussão sobre carreira na USP está inse-

rida em um movimento amplo de valorização da carreira pública.

“Muita coisa está sendo feita e há exemplos muito interessantes

nessa área. A Petrobras, por exemplo, é considerada a ‘empresa

dos sonhos’ e atrai milhares de interessados em seus processos

seletivos. O fato de ser uma empresa pública não é impedimento.

Pelo contrário, é um aspecto valorizado”, diz professor Joel.

Um dos requisitos do projeto será contemplar a diversi-

dade da USP. Mesmo nas áreas administrativas e técnicas,

o trabalho tem peculiaridades de uma faculdade para outra.

Um técnico que trabalha na Faculdade de Medicina tem

que ser diferente do que trabalha na Física ou na FEA. O

professor Joel lembra ainda outras frentes como as bibliote-

cas, que são especializadas de uma unidade para outra, e os

museus, que demandam servidores com

características próprias.

“Por essas razões, a discussão sobre

carreira é muito complexa na USP. É

também uma discussão urgente porque a

Universidade conta com um corpo de fun-

cionários especializados que são disputados

no mercado. Precisamos criar mecanismos

de retenção”, aponta professor Joel.

O aspecto mais positivo desse trabalho

– e que o conquistou – será a oportunidade

de aprimorar uma gestão que tem como

base uma relação de trabalho muito rica.

Valores como incentivo ao desenvolvimen-

to profissional e orgulho de pertencer são

similares aos do mundo corporativo que

ele, com sua experiência de trabalho nas

organizações privadas, pretende destacar

na nova proposta.

Para o novo diretor

de RH da USP, porém,

essa será só mais uma

das tarefas da sua agen-

da. Para isso, contará

com o apoio da estru-

tura de RH, subordi-

nada à Coordenado-

ria de Administração

Geral - CODAGE.

Aulas, orientações,

pesquisas e consultorias

continuam com o seu

ritmo. “Foi um convite

inesperado, mas irrecu-

sável. É sempre bom

trabalhar para a USP”,

diz professor Joel.

Prof. Joel Dutra: convite irrecusável

#04

FEA X FEA

Pesquisa realizada pelo CAVC apontou que 25% dos alunos participam das atividades de pelo menos uma entidade até meados do 3º ano, quando começam a estagiar e trabalhar.

Eve

nto

s, d

ebat

es e

fest

as

mov

imen

tam

a F

EA O rolo de papel pardo fica na Vivência

do CAVC (Centro Acadêmico Visconde

Cairu) à disposição das entidades que pre-

cisam fazer comunicados ou divulgar um

evento. Cada uma tem suas próprias tintas

e convoca seus “artistas” para fazer a imagi-

nação funcionar na criação, acompanhada

é claro de uma boa sujeira nas mãos.

Nos “manilhões” fixados pelas entida-

des de alunos tem de tudo: campeonato

de rúgbi, a chegada dos novos agasalhos,

aulas de forró, palestras sobre carreira ou

de feano famoso, promoção de lanche so-

lidário, chamada para doação de sangue,

debate sobre propaganda eleitoral, processos

seletivos, competição de resolução de casos

e muito mais.

“O número de eventos promovidos pelas

entidades estudantis aumentou muito de

2009 para cá. Isso é muito bom e só agrega

para o aluno. A participação também está aumentando”, explica Ricardo Guimarães Vieira, diretor de Co-

municação do CAVC e aluno do segundo ano de Administração.

Pesquisa realizada pelo CAVC no final do primeiro semestre

apontou que 25% dos alunos participam das atividades de pelo

menos uma entidade até meados do 3º ano, quando começam a

estagiar e a trabalhar. Eventos realizados em conjunto também

são cada vez mais frequentes e, esse ano, o processo eleitoral no

país despertou o interesse pelo debate político. “O CAVC apoiou

o FEA Debate, uma iniciativa dos bixos, e realizou a Semana Po-

lítica, que contou com a participação de representantes de vários

partidos. Foi um sucesso e mostrou que a FEA não tem nada de

apolítica. Pelo contrário, organizamos eventos para discutir o

cenário político atual. Essa tem sido a estratégia da gestão atual

que, como mostra o nome adotado pela chapa vencedora, Sinapse,

procura promover a troca de ideias”, diz Ricardo.

O Passeio ao Centro, que leva os bixos para conhecerem

a primeira sede da FEA, a cervejada e a escola de idiomas que

Doação de sangue e Feira de Recrutamento

e Carreiras

Debate sobre empreendedorismo (Leandro Neves, da Black Dog), política (Ricardo Young, PV) e banner da FEA júnior

#05

“É muito bom participar de festas, de atividades esportivas e de um ambiente rico que dissemina o conhecimento e gera comprometimento. É um diferencial para quem é da FEA.”

Encontros com feanos ilustres como João Sayad, empreendedores como Wellington Nogueira (Doutores da Alegria), consultorias como a Bain & Com-pany e festas

oferece cursos de inglês, espanhol, francês, alemão, italiano e

japonês e é fonte de renda da entidade, são as atividades mais

antigas. O CAVC apoiou também a venda de lanches em prol da

Casa do Zezinho, iniciativa do Programa de Extensão de Serviços

à Comunidade (PESC).

Em 2010, não faltaram novidades: em maio, em conjunto

com os CAs das Faculdades de Direito, de Medicina e da Escola

Politécnica, a festa G4 reuniu mais de sete mil estudantes no

Sambódromo. Na lista de eventos do CAVC que movimentaram

a FEA se destacaram também: palestras com feanos ilustres como

o economista João Sayad, o diretor da Ambev, Renato Nahas,

e o professor Wellington Rocha; debates sobre carreira pública,

com o ex-ministro Maílson da Nóbrega; e sobre sustentabilidade,

com Sonia Favaretto, diretora da BM&FBOVESPA.

As atividades da FEA júnior USP também se expandiram

em 2009. Realizada anualmente desde 2008, a Semana do Em-

preendedor ganhou uma segunda edição esse ano; a Feira de

Recrutamento e Carreira reuniu 27 empresas e cadastrou quase

1.400 currículos, estabelecendo novos recordes; e a Feira Jovens

Investidores receberá caravanas de visitantes da USP Leste e de

universidades de Campinas (SP).

“Os eventos ganham cada dia mais visibilidade e o interesse

das empresas pelas nossas frentes de atuação é crescente. A FEA

júnior realiza também processos seletivos, palestras e atividades de

interesse social como a campanha de doação de sangue. Trouxemos

também Wellington Nogueira, fundador da ONG Doutores da

Alegria no Brasil para contar sua experiência de empreendedor”,

conta Camila Vieira, da área de Eventos e aluna do primeiro ano

de Economia.

Criado no final de 2007 com

o objetivo de divulgar a área de

Consultoria Estratégica, o FEA

Consulting Club abriu caminho

para outros grupos como o FEA

Marketing Club e a Liga do

Mercado Financeiro. Juntos,

compõem o ARM FEA (Asso-

ciações de Relacionamento com o Mercado)

que tem o objetivo de aproximar os alunos

do mundo corporativo e

incrementar a formação

do aluno com mais con-

teúdo dirigido.

Até agosto, só a

agenda do FEA Con-

sulting Club contabili-

zou seis encontros com

consultorias com pales-

tras e apresentação de

processos seletivos. A

participação dos alunos

foi expressiva e a pro-

gramação da entidade

para o segundo semestre

contempla uma série de

eventos abertos e trei-

namentos.

“A explosão atual de

eventos e atividades só

tem a agregar para o

aluno. Conviver com

personalidades, fazer

contato com empresas

que contam no mercado,

tudo isso ajuda na formação. Às vezes, o

espaço para divulgação de algum evento

chega a ser disputado. É muito bom parti-

cipar das festas, das atividades esportivas

e de um ambiente rico que dissemina o

conhecimento e gera comprometimento.

É um diferencial para quem é da FEA”,

afirma Leonardo Finkler, um dos coorde-

nadores do FEA Consulting Club e aluno

do terceiro ano de Administração.

PAINEL

“Precisamos entender o que as empresas querem, precisamos entender os jovens e precisamos aumentar o compromisso entre alunos e professores. Procurar o caminho do entendimento.”

En

tre

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un

do

corp

orat

ivo

e a

Ger

ação

Y Coordenadores de Estágios e Trainees (GCET) e com consultorias

como a Cia. de Talentos, especializada em processos seletivos, as

dificuldades procuram o caminho do entendimento.

ForMAção

O objetivo do departamento de Administração é formar pro-

fissionais para a sociedade e para o mercado, capazes de conduzir

a administração de empresas, tornando-as eficientes, produtivas

e rentáveis. “As organizações, no entanto, são hoje muito com-

plexas, representam grandes negócios, fazem parte de redes. Até

mesmo as padarias, nas grandes cidades, adquiriram novos for-

matos. Funcionam 24 horas, possuem dezenas de funcionários e

precisam de sistemas de gestão de pessoas, logística, suprimentos

e informática. O administrador é o profissional capacitado para

criar e gerenciar esse conjunto de sistemas que ganha mais peso

na proporção que o negócio cresce”, explica professor Hamilton.

O curso forma profissionais multiespecialistas para atuar em

planejamento, gestão de pessoas e equipes, controles, finanças,

marketing (o que inclui mercado, consumidor, distribuição, emba-

lagem, preço e logística), vendas e sustentabilidade. “É um equívoco

imaginar que um diretor de produção possa desempenhar suas

funções sem saber como o consumidor do produto se porta no

ponto de venda”, aponta professor Hamilton. Essa abrangência

torna o curso de Administração muito procurado, tanto que, como

explica o seu coordenador, a FEA tem dificuldade em atender

a demanda dos outros cursos da Faculdade, da USP, de outras

Universidades e de alunos estrangeiros.

Cada geração tem suas características e conflitos. Com a cha-

mada Geração Y, formada por nascidos a partir

dos anos 1980, com o mouse do computador

e um mundo de informações na mão, não é

diferente. “Nas salas de aula, os professores

estão lidando com uma geração ativa, inquieta

e, no geral, superficial, que tem uma visão

distorcida do mercado de trabalho. A abran-

gência da área de Administração é, muitas

vezes, encarada como resposta para tanta

inquietação e frenesi, mas o que se verifica

o cEnário é dE imPassE. De um lado, estão

as organizações em contínua transformação,

complexas em seus negócios e mercados,

demandando profissionais cada vez mais

comprometidos com a competitividade e

o desenvolvimento profissional. De outro,

nas salas de aula, professores procuram atrair

a atenção dos alunos, cada vez mais dispu-

tada pelos estímulos externos, adequando

a metodologia de ensino para provocar a

reflexão na chamada Geração Y.

Vivenciado no dia a dia, o impasse gerou

o debate que vem sendo conduzido pelo

professor Hamilton Luiz Corrêa, coordenador

da Graduação do Departamento de Adminis-

tração. Além dos docentes do departamento,

alunos, especialistas em Recursos Humanos

e consultorias foram envolvidas nas quatro

dimensões da análise proposta: infraestrutura

física, currículo, comportamento e postura

dos alunos e dos professores.

“Precisamos entender o que as empresas

querem, precisamos entender os jovens e

precisamos aumentar o compromisso entre

alunos e professores”, resume professor Ha-

milton. Em reuniões com alunos patrocinadas

pelo CAVC, com integrantes do Grupo de

FEA Debate: professor Hamilton e alunos conversam

sobre o curso de Administração

na prática é carência de foco e dificuldade para a reflexão e a

elaboração”, explica professor Hamilton.

Para atrair a atenção desse aluno, os professores do departamento

estão empenhados em construir uma melhor forma de estudar e

aprender, incentivando a reflexão e participação por meio de cases

e exercícios. O professor Hamilton lembra que essa dificuldade se

mostra ainda mais patente no momento de escrever e estruturar

uma tese. “A Administração não é objetiva. É pragmática”, diz ele.

Para Sofia Esteves, diretora da consultoria Cia. de Talentos,

o que basicamente caracteriza a chamada Geração Y é o excesso

de espaço para a escolha e a pouca ajuda para reflexão e auto-

conhecimento. A dificuldade em escolher uma carreira é decor-

rência dessa deficiência, acentuada pelos estereótipos de sucesso

que cercam os jovens.“São jovens que leem menos, mas inovam

mais e são movidos a desafios. Sofrem com a pressão, mas são

capazes de assumir carga de trabalho quando o projeto tem a ver

com eles,” analisa Sofia Esteves, destacando aspectos da pesquisa

“Empresa dos Sonhos”, realizada no Brasil com cerca de 35 mil

universitários e recém-formados, incluindo alunos da FEA. Por

essa razão, a consultora opina que, nas salas de aula, o professor

precisa sair do papel passivo e buscar captar o interesse, motivando

o uso da capacidade de reflexão, construindo junto com o aluno

o significado das coisas.

A pesquisa apontou que 86% dos jovens entrevistados se

consideram preparados para ingressar no mercado de trabalho.

Desse porcentual, 76% afirmam ter o perfil comportamental

exigido pelo mercado. “Nos processos de seleção, porém, as

características pessoais são o aspecto que mais pesa nas repro-

vações”, diz Sofia.

Ao escolherem uma empresa

para trabalhar, os jovens da

Geração Y privilegiam um

bom ambiente de trabalho

acima de tudo. Antes de sa-

lário e benefícios, vem de-

senvolvimento profissional,

qualidade de vida e imagem

da empresa. Mas o dado interessante é que

30% dos jovens que responderam à pesquisa

pretendem trabalhar por mais de 20 anos na

mesma empresa. Em 2010, a Google ficou

em primeiro lugar, desbancando a Petrobras,

que ocupava a preferência dos jovens nos

últimos anos. “Interessante notar que ambas

são empresas de ponta, com metas duras

e desafiadoras. E que o grande atrativo da

Petrobras é a estabilidade, um aspecto que

não condiz com a inquietação dos jovens”,

analisa professor Hamilton.

Uma das saídas para o impasse é, portan-

to, a linguagem do entendimento. Combinar

regras de convivência capazes de reconstruir

limites e aproveitar as oportunidades para

despertar a paixão pelo conhe-

cimento. A convivência com

jovens em processos seletivos

ou em salas de aula pode

mostrar que “nós estamos

ensinando a trabalhar, mas

estamos também aprendendo

com eles o que é o mundo

moderno”, diz Sofia.

“Nas salas de aula, os professores estão lidando com uma geração ativa, inquieta e, no geral, superficial, que tem uma visão distorcida do mercado de trabalho.”

Professores do departamento de Administração acompanham apresentação de Sofia Esteves, da Cia. de Talentos

#08

FEA ALuNOS

“Trazer para perto da FEA gente que só vai somar para a história e para o futuro da Faculdade. A história não tem que ser nostálgica, tem que ser uma história viva.”

O p

oten

cial

do

FE

A+ tornar o FEa+ o mElhor ProGrama

dE rElacionamEnto com Ex-alunos, com

nívEl intErnacional E benchmarking

nacional, é o obJEtivo do novo GEs-

tor mário lúcio corrêa nEto. “Esse

programa tem potencial e pode ser um

dos maiores do país. Conta com o apoio

do diretor da FEA, professor Reinaldo

Guerreiro, o que dá credibilidade ao tra-

balho e ânimo para a equipe. Estamos

trabalhando a todo vapor, arrumando

a casa e alinhados com as mídias sociais

e mídia impressa, sempre atualizados”,

explica Mário.

Entre os objetivos traçados pelo novo

gestor estão atrair as faculdades de fora

para apresentar o trabalho de relaciona-

mento realizado com ex-alunos, fechar

parcerias fortes, organizar eventos me-

nores com foco em públicos específicos,

promover a interação desses grupos e

promover encontros com ex-alunos de

várias gerações.

Mário acredita que o programa é a

porta de entrada para que todos que já

passaram pela FEA, possam entrar no-

vamente. “O próprio nome do FEA+

traz esse conceito de agregar, somar,

trazer para perto da FEA gente que só

vai somar para a história e para o futuro

da Faculdade. A história não tem que

ser nostálgica, tem que ser uma história

viva”, diz Mário.

Para que isso aconteça de maneira

efetiva, é necessário abordar o aluno a

partir do momento que este ingressa na

faculdade. “É nessa hora que devemos

nos apresentar. Um dia esse aluno será FEA+. E, como es-

peramos que isso vá acontecer, se ele não nos conhecer desde

o início?”, pergunta.

Além das parcerias, o novo gestor pretende incrementar

também ações conjuntas com as entidades estudantis da FEA

como os clubes, a FEA júnior USP, o CAVC, o PET e o PESC.

“Ex-alunos podem vir dar palestras em eventos organizados

pelas entidades, por exemplo. Encontros entre alunos e ex-

alunos são sempre uma experiência enriquecedora para todos.

Por essa razão, promover o networking entre os profissionais

de hoje e os de amanhã está na nossa agenda. É dessa forma

que pretendemos fortalecer a marca FEA+ dentro e fora da

Faculdade. O conhecimento compartilhado sempre traz bons

resultados. Não só o networking entre alunos, mas entre as

instituições e empresas também”, diz Mário.

Mário Lúcio Corrêa Neto, a todo vapor no FEA+

da Congregação e do Conselho Técnico-

Administrativo; conferir a documenta-

ção para credenciamento dos cursos de

graduação; emitir relatórios e pareceres

sobre assuntos da competência da área; e

organizar e supervisionar os concursos da

carreira docente.

Nesse breve período, uma das mudan-

ças implementadas foi a transferência da

equipe da Comissão de Cultura e Extensão

para um espaço exclusivo, independente

da estrutura que atende ao Colegiado.

Para Valéria, conhecer a estrutura da

USP, a história da unidade e ter a memó-

ria das mudanças ocorridas nos últimos

anos ajuda a entender o modo como as

coisas funcionam. “O ambiente da FEA

é de constante aprendizado. Trabalhar

com pessoas é sempre um desafio e exige

flexibilidade”, afirma.

a ExPEriência adquirida nos 18 anos dE atuação na árEa

dE Pós-Graduação, convivEndo com ProFEssorEs, alunos E

Funcionários dos dEmais sErviços da FaculdadE, tEm sido

FundamEntal Para valéria lourEnção, a nova rEsPonsávEl

PEla assistência técnica acadêmica da FEa (atac-FEa).

Além de absorver as inúmeras tarefas e responsabilidades da

área, Valéria tem se dedicado a analisar os processos, o espaço

físico e a estrutura de atendimento. “Sempre cabem melhorias.

Há etapas que podem ser eliminadas e todos ganham com a

desburocratização”, diz Valéria.

Como chefe da Seção de Pós-Graduação, desde 1995, o seu

relacionamento com a ATAc era muito próximo. Substituiu

a então Assistente, Miriam Keiko Matsuda, que se aposentou

no início de julho, e chegou a cobrir, informalmente, férias da

Assistente anterior à Miriam. Ser designada para a ATAc foi,

portanto, um processo natural e um reconhecimento às suas

competências e capacidade de liderança.

Sob sua responsabilidade estão 19 funcionários que desenvol-

vem os serviços relacionados às atividades de ensino, pesquisa

e extensão da FEA. A administração acadêmica compreende o

serviço de apoio aos colegiados; a seção de alunos; a secretaria

de pós-graduação; a seção de estágios e empregos; a secretaria de

apoio às comissões de pesquisa, de cultura e extensão; e a secre-

taria de apoio à comissão de cooperação internacional. Quando

os alunos precisam de uma informação ou de um documento

referente à sua vida acadêmica, são essas secretarias que fornecem.

“As seções caminham sozinhas. A Assistência dá suporte

aos funcionários da área e zela pelo cumprimento da legislação

da USP, que é muito complexa”, explica Valéria que, logo nas

primeiras semanas de trabalho enfrentou o desafio de colaborar

com a organização da cerimônia de posse do diretor e do vice-

diretor da FEA.

Entre as atribuições da ATAc está atender às demandas

dos chamados Colegiados. Isso inclui assessorar o diretor, as

chefias de departamento e os docentes sobre a legislação aca-

dêmica; coordenar as seções acadêmicas; secretariar as reuniões

#09

Conhecer a estrutura da USP, a história da unidade eter a memória das mudanças ocorridas nos últimos anos ajuda a entender o modo como as coisas funcionam.

FEA FuNCIONÁRIOS

Nova gestão

Para Valéria Lourenção, trabalhar com pessoas é sempre um desafio

FEA CCInt

“O processo de internacionalização da FEA está cada dia mais consolidado. A cada três meses fazemos um novo acordo com instituições de ensino estrangeiras.”

CC

Int-

FE

A

con

qu

ista

nd

o o

mu

nd

o

a comissão dE cooPEração in-

tErnacional da FEausP (ccint)

comEmora a chEGada dE 92 alunos

EstranGEiros na FEa, nEstE sEGundo

sEmEstrE, númEro quE EstabElEcE novo

rEcordE dEsdE o início do ProGrama.

São alunos de 19 países como França,

Alemanha, Colômbia, Portugal, Itália

e México, entre outros.

“Os números demonstram que o

processo de internacionalização da FEA está cada dia mais

consolidado. A cada três meses fazemos um novo acordo com

instituições de ensino estrangeiras. Somos uma escola pública

e temos o compromisso de colocar a FEA e a USP no cenário

global”, explica professor Edson Luiz Riccio, presidente da

CCInt.

Desde o início do ano, nove convênios novos foram

fechados e a FEA recebeu cerca de 20 representantes de

universidades estrangeiras. Nem todas as visitas, porém, têm

a finalidade de estabelecer acordo. “O Brasil tem hoje muita

Novo recorde de intercambistas, estudantes de 19 países diferentes

Assinatura de convênio com a University of St Gallen (Suíça)

Professores Massimo Bergami e Roberto Vecchi, da Universitá di

Bologna (Itália) e os professores Carlos Roberto Azzoni e Edson Luiz Riccio

Os professores da FEA também ajudam a expandir os

domínios da CCInt. Visitas a universidades estrangeiras ou

encontros com representantes em eventos internacionais são

excelentes oportunidades de estabelecer contatos, não ape-

nas para trabalhos conjuntos como para intercâmbios.

O professor Adriano Biava, do Departamento de Econo-

mia, aproveitou sua recente visita à Itália para conhecer uni-

versidades de Roma que tinham perfil de ensino semelhante

ao da FEA. Além de fazer contatos na área pública, tributária

e tarifária, objetivo principal da viagem, as visitas serviram

para abrir novas oportunidades para os alunos da FEAUSP.

Professor Adriano visitou três universidades públicas: A

Sapienza, Tor Vergata e Roma Tre, em Roma, e as univer-

sidades de Gênova e Pavia. “Com a orientação do professor

Riccio, os primeiros contatos foram feitos. Agora, as negocia-

ções de acordos internacionais seguem o processo normal.

Fui muito bem recebido por todas essas instituições e, princi-

palmente, senti um interesse muito grande no Brasil”, conta

professor Adriano.

“Interesse pelo Brasil é

muito grande”, diz professor

Adriano Biava

visibilidade lá fora. Isso desperta a curiosidade e o interesse

pelo nosso trabalho tanto por parte das universidades como

dos estudantes”, explica professor Riccio.

Segundo ele, o interesse se deve também às ações do go-

verno brasileiro, que vem estimulando os contatos econômi-

cos. Naturalmente, essas negociações acabam refletindo no

segmento acadêmico. “O Brasil é hoje um país que representa

oportunidades de negócios importantes no exterior” destaca.

No planejamento estratégico da CCInt, a meta é se apro-

ximar da África. E a CCInt segue em frente, conquistando o

mundo. “Estive na África do Sul e os primeiros contatos já

foram feitos. Na Croácia, no sul da Europa, assinamos um

primeiro acordo e um aluno nosso já deve ir em 2011. Além

disso, estamos concluindo um segundo acordo com a Coreia.

São frentes que propiciam mais opções de desenvolvimento

aos nossos alunos”, afirma professor Riccio.

#11

“O Brasil tem hoje muita visibilidade lá fora. Isso desperta a curiosidade e o interesse pelo nosso trabalho tanto por parte das universidades como dos estudantes.”

ParcErias quE dão cErto

Reinaldo Guerreiro, diretor da FEA; Matthew Hall, diretor

de Relações Internacionais da Aston Business Shool

(Inglaterra); e professor Edson Luiz Riccio (da esq. para a dir.)

Reunião com representante da

Dongguk University, da Coreia do Sul

Dr. Hans Jürgen Pröemel, reitor da Technische

Universität Darmstadt (Alemanha) e professor

Edson Luiz Riccio

Prêmio Economista do ano 2010

A edição 2010 do Prêmio Economista do Ano, oferecido

pela Ordem dos Economistas do Brasil, Conselho Regional

de Economia de SP, Sindicato dos Economistas e Conselho

Federal de Economia, destacou três professores da FEA: na

categoria Ensino e Pesquisa, Denisard Alves, chefe do Depar-

tamento de Economia, e Carlos Antonio Luque; e na catego-

ria Agricultura, Guilherme Leite da Silva Dias.

comitê iirc

O professor Nelson Carvalho, do Departamento de Conta-

bilidade e Atuária, foi convidado para integrar o novo Comitê

Internacional pela Sustentabilidade, o IIRC - International

Integrated Reporting Committee (Comitê Internacional para

Relatórios Integrados), fruto da iniciativa da Global Reporting

Initiative (GRI) e do Príncipe de Gales, mais conhecido como

Príncipe Charles, da Inglaterra.

O GRI é referência mundial em mecanismos de medição

de iniciativas sustentáveis e de responsabilidade social, que

hoje são usados por empresas no mundo inteiro. O objetivo

do IIRC é oferecer às organizações ferramentas capazes de

fazer com que seus relatórios financeiros reflitam dados que

integrem informações financeiras e não-financeiras, como am-

bientais, sociais e de governança.

rEPrEsEntantE dos não-docEntEs

Em eleição realizada no dia 3 de setembro, foram esco-

lhidos os três representantes dos servidores não-docentes na

Congregação da FEA. São eles: João Aparecido Corrêa (che-

fe da Gráfica), Guilherme Ricardo de Araújo Filho (Serviço

de Expediente – ATAd) e Ivan Francisco de Sousa (assisten-

te técnico da ATAF).

FEA MIX

GEntE da FEaUma publicação mensal da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo Assistência de Comunicação e DesenvolvimentoAgosto 2010_tirAgem 2.000 exemplAres

Av. Prof. Luciano Gualberto, 908Cidade Universitária - CEP 05508-900

Diretor da FEA Reinaldo Guerreiro

Coordenação GeralLu Medeiros

AssistênciA de coMunicAção e desenvoLviMento dA FeA-usP

Edição: Printec coMunicAção LtdA.

vAnessA GiAcoMetti de Godoy – MtB 20.841Antonio cArLos de Godoy – MtB 7.773

Reportagem:dinAurA LAndini e cAMiLA BroGLiAto riBeiro

Projeto Gráfico: eLos coMunicAção e edeMiLson MorAis

Layout e Editoração Eletrônica: ninA FrAnco

Fotos:cAMiLA rosA, MiLenA neves

e roBertA de PAuLA

Projeto de ensino à distância da FEAUSP envolvendo professores da USP e do ensino médio foi apresentado em Congresso de Educação realizado na Grécia, em agosto.

intErnacional

ElEição

rEconhEcimEnto

Erudito FEa

conGrEsso dE Educação

Projeto de ensino à distância da FEAUSP, coordenado por Andrea Ximenes, chefe administrativa

do Laboratório de Aprendizagem e Ensino da FEA (LAE), foi apresentado em Congresso de Educação,

realizado na Grécia, em agosto. A iniciativa foi da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP e o projeto envolveu

professores da USP e do ensino médio que desenvolveram projetos e cursos de especialização utilizando o sistema Erudito.

Nelson Carvalho