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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Educação Física
Fernanda Regina Grama Alarcon
EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DO PASSE DA
ESCOLINHA DE FUTSAL FEMININO DAS
CATEGORIAS SUB-11 E SUB-15 DA SELT DE
PROMISSÃO
LINS – SP
2013
2
FERNANDA REGINA GRAMA ALARCON
EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DO PASSE DA ESCOLINHA DE FUTSAL
FEMININO DAS CATEGORIAS SUB-11 E SUB-15 DA SELT DE PROMISSÃO
Projeto de Pesquisa Experimental apresentado ao Centro Universitário Católico Auxilium, sob a orientação dos Professores Ms. Leandro Paschoali Rodrigues Gomes e Ma. Jovira Maria Serraceni
LINS – SP
2013
3
Alarcon, Fernanda Regina Grama
Evolução da qualidade do passe da escolinha de futsal feminino
das categorias de base sub 11 e sub 15 da Selt / Fernanda Regina
Grama Alarcon. – – Lins, 2013.
33p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico
Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em
Educação Física Bacharelado, 2013.
Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Leandro Paschoali
Rodrigues Gomes
1. Futsal. 2. Fundamento. 3. Passe. 4. Treinamento Específico. I
Título.
CDU 796
M453a
4
FERNANDA REGINA GRAMA ALARCON
EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DO PASSE DA ESCOLINHA DE FUTSAL
FEMININO DAS CATEGORIAS SUB-11 E SUB-15 DA SELT
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Auxilium, para
obtenção do titulo de Bacharel em Educação Física.
Aprovada em: ______/_______/__________
Banca Examinadora:
Prof(a) Orientador(a): Prof. Ms. Leandro Paschoali Rodrigues Gomes.
Titulação: Mestre em Educação Física – UNIMEP Piracicaba-SP
Assinatura__________________________________
1º Prof(a): ______________________________________________________
Titulação: ______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: _________________________________
2º Prof(a): ______________________________________________________
Titulação: ______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: ________________________________
5
Dedico este trabalho os meus amigos e familiares não conquistaria nada
se não estivessem ao meu lado me dando apoio, incentivo, carinho, motivação
e atenção. Mas principalmente ao meu pai que esteve presente em todos os
momentos, passo a passo dessa jornada me dando força, coragem e me
fazendo buscar meus objetivos acreditando sempre nos meus sonhos.
6
AGRADECIMENTOS
A Deus que em meio as minhas dificuldades, medos e problemas me
proporcionou mais uma glória, me protegendo e guiando a cada momento.
Ao meu orientador Hilinho sempre presente tendo competência,
confiança, amizade e muita paciência.
Todo o corpo docente por seus ensinamentos, criando sempre a nossa
base inicial e de alguma maneira ajudaram nesta realização.
A minha família que mesmo um pouco distante sempre me incentivou e
me deu toda a estrutura para me tornar a pessoa que sou hoje.
Aos meus amigos que são poucos e loucos, mas sempre presentes
nesses quatro longos e rápidos anos.
Patrese obrigada por insistir vivenciando comigo cada passo, aturando
meu estresse, mau humor e irritação, mas sempre ao meu lado com incentivo,
atenção e principalmente carinho.
Enfim, agradeço as aulas e a SELT por acreditarem no meu potencial e
contribuírem para a realização deste trabalho.
RESUMO
No futsal existem fundamentos básicos, que fazem a base técnica dos praticantes que constituem o suporte do esporte. No processo inicial de aprendizagem é importante que um variado repertório de movimentos seja executado desde o ingresso do praticante nas escolinhas, sendo os fundamentos essenciais para um bom desempenho no futsal. O passe é a forma de interligar os integrantes de uma equipe entre si, acontecem diversas vezes no jogo, mais que qualquer outro fundamento. O teste de passe utilizado para mensurar a evolução do passe após treinamento específico foi o teste de Mor-Christian de futebol, adaptado para o futsal. Participaram do projeto 22 integrantes do sexo feminino da escolinha de futsal da SELT de Promissão, das categorias sub 11 e sub 15. Durante o período entre a primeira e a segunda avaliação, as atletas receberam no inicio dos treinos, atividades especificas de treinamento de passe. Os resultados mostraram uma melhora através da analise estatística observando que houve uma diferença estatística significante (P ≤ 0,05), quando comparados os valores de acerto pré com o pós (P ≤ 0,000247), mostrando uma melhora nos passes certos após o período de treinamento que também se diferenciou (P ≤ 0,05), na comparação dos valores de erros pré com o pós (P ≤ 0,000247), diminuindo assim o número de passes errados após o período de treinamento. Treinar passe nas categorias de base é importante para formação esportiva do praticante, pois aprimora os gestos motores que são recomendados nas modalidades coletivas. O estudo demonstrou que o treinamento específico do passe no futsal contribui para sua evolução e a continuidade deste treinamento poderá vir a aperfeiçoar ainda mais este fundamento. Palavras-chave: Futsal. Fundamento. Passe. Treinamento Específico.
ABSTRACT
In futsal there are basic fundamentals that make the technical basis of
the practitioners they support the sport. In the initial process of learning is
important that a varied repertoire of movements to run from entry of the
practitioner in small schools, and the essential foundation for good performance
in futsal. The pass is how to connect the members of a team together, held
several times in the game, more than any other foundation. The pass test used
to measure the evolution of the pass after specific training was testing Mor -
Christian football adapted for futsal. Participated in the project 22 female
members of the school of futsal SELT Promissão, categories sub 11 and sub
15. During the period between the first and second evaluation, the athletes were
at the beginning of training, specific activities of cross training. The results
showed an improvement through statistical analysis by observing that there was
a statistically significant difference ( P ≤ 0.05 ) , when comparing the values of
pre -and post adjustment ( P ≤ 0.000247 ) , showing an improvement in certain
passes after training period also differed ( P ≤ 0.05 ) , when comparing the
values of pre -and post errors ( P ≤ 0.000247 ) , thus decreasing the number of
wrong passes after the training period . Train pass in the youth sports training is
important for the practitioner, it enhances motor gestures that are
recommended in team sports. The study showed that specific training of the
pass in futsal contributes to its evolution and continuity of this training is likely to
improve further this foundation.
Keywords: Futsal. Foundation. Pass. Specific training.
LISTA DE SIGLAS
ACM: Associação Cristã de Moços
CBD: Confederação Brasileira de Desportos
CBF: Confederação Brasileira de Futebol
CBFS: Confederação Brasileira de Futsal
CND: Conselho Nacional de Desportos
CSAFS: Confederação Sul Americana de Futebol de Salão
FIFA: Federação Internacional de Futebol e Associados
FIFUSA: Federação Internacional de Futebol de Salão
SELT: Secretaria de Esportes, Lazer e Turismo
LISTA DE TABELA
Quadro 1: Erros e acertos do Teste de Mor-Christian................................. 22
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................... 9
CONCEITOS PRELIMINARES.....................................................................
10
1.1 O Futsal e o Futsal Feminino............................................................ 10
1.1.1 Histórico do Futsal............................................................................. 10
1.1.2 Futsal no Brasil.................................................................................. 12
1.1.3 Futsal Feminino................................................................................. 13
1.2 Fundamento passe no futsal............................................................. 16
1.2.1 Fundamentos Esportivos................................................................... 16
1.2.2 Passe no Futsal................................................................................. 18
2 EXPERIMENTO................................................................................ 21
2.1 Casuísticas e Métodos...................................................................... 21
2.2 Condições Ambientais....................................................................... 21
2.3 Protocolo........................................................................................... 21
2.4 Procedimentos.................................................................................. 22
2.5 Analise estatística............................................................................. 22
2.6 Resultados........................................................................................ 22
2.7 Discussão.......................................................................................... 23
CONCLUSÃO................................................................................................
REFERÊNCIAS.............................................................................................
26
27
APÊNDICES.................................................................................................. 29
9
INTRODUÇÃO
O futebol de salão é também conhecido por futsal, aqui no Brasil. Trata-
se do um futebol adaptado do campo para a quadra. Pode-se dizer que hoje é
o esporte mais praticado no país superando o futebol (RONDINELLI, 2012). O
futsal feminino ganha espaço cada vez maior no Brasil, com o crescimento de
números de participantes em campeonatos o que eleva a qualidade técnica e o
interesse do público. Seguindo o proposto de Santini e Voser (2008) dentre os
principais fundamentos do futsal está o passe, que é a ação de enviar a bola a
um companheiro ou determinado setor do espaço de jogo (FERREIRA, 1994).
O sentido lógico dos passes é envolver o adversário e deixar um atleta
em condições de concluir ao gol (ZAPPA, 1947), demonstrando assim a grande
importância desse fundamento. A qualidade de passe é um dos aspectos
fundamentais para uma equipe criar uma boa ideia de jogo (PRATES, 2010),
sendo esta característica comum a outros esportes de quadra, uma vez que o
espaço reduzido dificulta a condução e o drible (FREITAS, 2012).
Baseado na ideia que o treinamento repetitivo do fundamento é
essencial para o atleta ter uma melhor performance (LOPES, 2011), a pesquisa
se propõe a mostrar que o treinamento de passe no futsal irá contribuir para a
evolução deste fundamento nos avaliados, mostrando se o treinamento de
passe do futsal pode influenciar na evolução da qualidade deste fundamento
em atletas do sexo feminino de 11 e 15 anos.
A pesquisa será realizada com alunas da escolinha de futsal feminino
nas categorias sub-11 e sub-15 da Secretaria de Esporte, Lazer e Turismo de
Promissão, no Ginásio Poliesportivo do Grêmio. Durante o período de
treinamento serão realizados dois testes, no mesmo período e horário, onde
serão comparados e demonstraram se o treinamento contribuiu para a
evolução da qualidade do passe. A ideia é demonstrar que o treinamento
específico de passe é importante para a evolução deste fundamento dentro da
prática do futsal em atletas que estão iniciando seu treinamento nesta
modalidade, assim como atletas que já estão em um nível mais avançado
cronologicamente.
A pesquisa se justifica pelo grande número de participantes da
modalidade futsal no Brasil, e o crescente interesse do público feminino
10
inclusive em categorias de base para prática desta modalidade, tendo como
princípio norteador o passe no jogo coletivo.
Esta pesquisa se propõe a uma investigação na área de futsal,
limitando-se a investigar o efeito do treinamento no fundamento passe.
O trabalho se baseará no seguinte questionamento: Como o treinamento
de passe do futsal pode influenciar na evolução da qualidade deste fundamento
em atletas do sexo feminino de 11 e 15 anos?
O treinamento específico do passe no futsal aperfeiçoa a execução
deste fundamento, e além de poder corrigir gestos motores e erros técnicos,
melhora assim a qualidade técnica individual de cada praticante,
proporcionando o melhor desempenho durante a prática coletiva do futsal.
1 CONCEITOS PRELIMINARES
1.1 O Futsal e o Futsal Feminino
1.1.1 Histórico do Futsal
O futebol de salão teria sido inventado na década de 30 no Uruguai
(Montevidéu), tendo as primeiras regras redigidas em 1933 pela Associação
Cristã de Moços – ACM – do Uruguai, através do Professor de Educação Física
Juan Carlos Ceriani Gravier, que batizou com o nome de Indoor Football.
(GOMES, OLIVEIRA, 2008).
As primeiras regras foram feitas com base em quatro esportes: futebol
de campo, basquete, handebol e pólo aquático, sendo o futebol de campo a
inspiração para o surgimento do esporte. A outra versão refere-se ao jogo
praticado na ACM de Montevidéu, de que este era desorganizado, pois as
equipes tinham de cinco a sete jogadores em quadra. As bolas usadas tinham
como seu material de confecção: serragem, crina vegetal ou de cortiça
granulada, apresentavam o problema de quicarem muito e constantemente
saíam da quadra de jogo, então seu peso foi aumentado e seu tamanho
diminuído, surgiu então o fato do futebol de salão ser chamado também de
esporte da bola pesada. (JORNAL DO FUTSAL, 2013).
11
Em 1969, no dia 14 de Setembro, em Assunção (Paraguai), na presença
do então presidente da CBD João Havelange, o presidente da Federação
Paraguaia de Futebol Luiz Maria Zubizarreta e Carlos Bustamante Arzua,
presidente da Associação Uruguaia de Futebol, foi fundada a Confederação Sul
Americana de Futebol de Salão – CSAFS, presente também nesta reunião Luiz
Gonzaga de Oliveira Fernandes. (DUARTE, 2004).
Em 1971, na cidade de São Paulo, com representantes do Brasil,
Argentina, Bolívia, Paraguai, Peru, Portugal e Uruguai, foi fundada a Federação
Internacional de Futebol de Salão – FIFUSA, sendo seu primeiro presidente do
conselho executivo João Havelange, comandou a entidade entre os anos 1971
e 1975. Entre diversos compromissos com o futebol tanto na CBD, como na
Federação Internacional de Futebol e Associados – FIFA, sendo neste período,
o real dirigente da FIFUSA, foi seu secretário geral Luiz Gonzaga de Oliveira
Fernandes. (DUARTE, 2004).
Durante a década de 80 houve a grande mudança no curso do até então
futebol de salão, pois foi nesta época que surgiu o nome FUTSAL. Neste
mesmo período foi realizado o I Pan Americano de Futsal no México, tendo
como países participantes: Brasil, México, Paraguai, Uruguai, Argentina, Bolívia
e Estados Unidos. Em 1982, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, ocorreu
o I Campeonato Mundial de Futsal, ambas as competições foram vencidas pelo
Brasil. (MUNIZ, SOUZA JUNIOR, SOUZA, 2005).
Em 1985, na Espanha, pela segunda vez o mundial foi organizado pela
FIFUSA com nova vitória do Brasil, na Austrália em 1988, foi realizado o
terceiro mundial, onde o Paraguai foi o campeão. Em setembro do mesmo ano,
Álvaro Melo Filho, presidente da CBFS esteve em um encontro no Rio de
Janeiro com o então presidente da FIFA João Havelange e seu secretário geral
Joseph Blatter especialmente para tratar do futsal, visando que a FIFA passa-
se a comandar internacionalmente o futsal. (DUARTE, 2004).
Em 2 de Maio de 1990 o Brasil se desligou oficialmente da FIFUSA em
carta do presidente da CBFS Aécio de Borba Vasconcelos, com apoio das 26
federações filiadas a CBFS, e, desde então, passou a adotar as novas regras
de jogo determinadas pela FIFA. (DUARTE, 2004).
Por intermédio de Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico
Brasileiro, o Futsal é incluído nos jogos Pan-Americanos de 2007 no Rio de
12
Janeiro. A Federação Paulista de Futsal lança um projeto em prol do Futsal:
"Eu Quero Futsal Olímpico". Na quinta edição do Mundial de Seleções, em
1992, o Brasil conquista seu quarto título diante dos Estados Unidos em Hong
Kong. No ano de 1996, na sexta edição do Mundial de Seleções, o Brasil
conquista o Pentacampeonato Mundial diante da Espanha, donos da casa. Em
2000 na sétima edição do Mundial de Seleções, na Guatemala, o Brasil é
surpreendido pela Espanha na Final. (GOMES, OLIVEIRA, 2008).
1.1.2 Futsal no Brasil
No Brasil, o futebol de salão começou em São Paulo na década de 40
por frequentadores da Associação Cristã de Moços. (MUNIZ, SOUZA JUNIOR,
SOUZA, 2005). Rio de Janeiro e São Paulo através das ACMs foram as
protagonizadoras do esporte no Brasil, com o entusiasmo dos praticantes e a
facilidade da prática nas quadras, o futebol de salão passou a ser cada vez
mais divulgado, chegando a clubes e escolas, tornando-se assim cada vez
mais popular. (GOMES, OLIVEIRA, 2008).
Em São Paulo, o Professor Habib Mahfuz, que é considerado o pai do
futsal no Brasil criando a primeira liga de futebol de salão dentro da ACM no
início da década de 50, pouco depois ainda na mesma década, teve a ideia de
criar a Federação Paulista de Futebol de Salão, sendo o primeiro presidente.
Mahfuz foi também colaborador de Luiz Gonzaga de Oliveira Fernandes na
elaboração do primeiro livro de regras de futebol de salão editado no mundo,
no ano de 1956. (GOMES, OLIVEIRA, 2008).
O esporte teve seu início oficial em 5 de Fevereiro de 1957, quando
através do então presidente da Confederação Brasileira de Desportos, CBD,
Sylvio Pacheco, criou o Conselho Técnico de Assessores de Futebol de Salão
para dirigir e controlar o destino do Futebol de Salão Brasileiro, para este
conselho foram eleitos por três anos os seguintes conselheiros: Ammy de
Moraes (Guanabara), Luiz Gonzaga de Oliveira Fernandes (São Paulo),
Roberto José Horta Mourão (Minas Gerais), Roberval Pereira da Silva (estado
do Rio), Utulante Vitola (Paraná). No mesmo ano em Minas Gerais houve uma
tentativa de fundação da Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS),
13
não acatada pelo Conselho Nacional de Desportos – CND. (JORNAL DO
FUTSAL, 2013).
Em 1958, a CBD, teve como filiada as Federações Estaduais,
objetivando realizar competições em nível nacional, envolver clubes e seleções
estaduais, oficializou a prática do futebol de salão no país. Na mesma época foi
criada a Federação Metropolitana de Futebol de Salão no Rio de Janeiro,
sendo Ammy de Moraes seu primeiro presidente. Na mesma década foram
fundadas as Federações Mineira, Cearense, Paranaense, Gaúcha, Baiana
Catarinense, Norte Rio Grandense e Sergipana. Na década seguinte, foram
fundadas as Federações Pernambucana, Brasiliense e Paraibana, nos anos
70, a Acreana, Sul Mato Grossense, Goiana, Piauiense, Mato Grossense e
Maranhense. Nos anos 80 foi a vez das Federações de Amazonas, Rondônia,
Pará, Alagoas, Espírito Santo e Amapá, e já nos anos 90 as Federações de
Roraima e Tocantins. (FREITAS, VIEIRA, 2007).
A Liga Futsal é o campeonato brasileiro da modalidade. Foi criada em
1996 pela Confederação Brasileira de Futebol de Salão com o propósito de
profissionalizar o calendário das equipes do país. A edição de 2013 conta com
a participação de dezenove equipes de sete estados. Para participar do
campeonato, é preciso comprar uma franquia ou se associar a uma franquia já
existente. O campeão de cada edição recebe setenta mil reais e um troféu,
além do direito de representar o Brasil em campeonatos internacionais. A
Confederação Brasileira de Futsal (CBFS) é responsável pela parte técnica,
organização, logística e marketing do evento. Mas todas as decisões da Liga
Futsal são aprovadas em assembléia-geral com todos os franqueados. Hoje as
equipe com mais títulos da Liga Futsal são: Carlos Barbosa e Jaraguá do Sul,
cada uma com quatro vitórias e o estado mais vencedor é o Rio Grande do Sul
com oito títulos. (JORNAL DO FUTSAL, 2013).
O Futsal ocupa o 1º lugar entre os esportes mais praticados no Brasil em
todas as classes sociais, segundo dados do IBGE de 2010.
1.1.3 Futsal Feminino
Em 8 de Janeiro de 1983 o Conselho Nacional de Desportos (CND),
oficializou a prática do Futebol de Salão pra mulheres. A partir dessa data os
14
campeonatos começaram a surgir em vários estados. Antes desse decreto
alguns estados já faziam seus campeonatos locais e metropolitanos. A
necessidade de expandir a prática do Futsal Feminino no Brasil e no mundo
teve como principal motivo aumentar o número de países praticantes também
no feminino para incluir a modalidade nas Olimpíadas. (BORIM, SANCHES,
2005).
Na Europa, os campeonatos acontecem de forma organizada na Itália,
Espanha e Rússia, entre outros. Na América do Sul o Futsal no feminino é
praticado no Paraguai, Argentina, Uruguai, Peru, Chile, Equador e Brasil. Em
Novembro de 2005, a Seleção Brasileira foi convocada para uma série de três
amistosos com a Espanha e para o I Sul Americano com a participação de
Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Equador e Peru. Para que o Futsal
também evoluísse no feminino, era necessário competições oficiais. (BORIM,
SANCHES, 2005).
O primeiro campeonato oficial organizado pela CBFS foi a I TAÇA
BRASIL DE CLUBES, realizada em Mairinque (São Paulo) em Janeiro de 1992
com a participação de 10 equipes indicadas por suas Federações, já que, por
não haver campeonatos nacionais a maioria das Federações não organizavam
campeonatos estaduais. (GOMES, OLIVEIRA, 2008).
Os estaduais começaram a ser organizados em quase todos os Estados a
partir de 1992 e os campeões de cada estado garantiriam vaga para a Taça
Brasil do ano seguinte. (BORIM, SANCHES, 2005).
A Taça Brasil adulto movimenta todo o Brasil possuindo hoje
eliminatórias com 25 equipes em todas as regiões do País. Desde 1992, as
equipes de São Paulo são as que mais títulos conquistaram na Taça Brasil com
a equipe da Marvel de Santos e depois com a Associação Sabesp de São
Paulo. A partir de 2003 o Rio Grande do Sul com a equipe do Chimarrão de
Estância Velha e Santa Catarina com o Kindermann passaram a conquistar
títulos nacionais. (BORIM, SANCHES, 2005).
O processo de renovação teve seu início em São Paulo, foi o estado
onde oficializou os primeiros campeonatos de base. A partir de 2003 com a
criação de competições de categorias de base em nível nacional abrindo
oficialmente para mulheres as competições ocorrem no sub-15, sub-17, sub-20
e adulto, São Paulo, Paraná e Santa Catarina se tornaram os estados com
15
maiores participações em categorias de base. A primeira competição
organizada pela CBFS para categorias menores foi o sub-20 em 2003.
(BORIM, SANCHES, 2005).
O sucesso da Taça Brasil Sub-20 foi imediato e inspirou a criação da I
Taça Brasil de Clubes Sub-15 em 2004. Outro campeonato importante para a
categoria feminino a partir de 2002, foi o Campeonato Brasileiro de Seleções
Adulto realizado nos anos pares e o Sub-20 de Seleções nos anos ímpares.
Outra competição onde o futsal feminino passou a participar foram os Jogos
Abertos Brasileiros, disputados pelos campeões das modalidades dos estados
como: Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato
Grosso, Santa Catarina. Somente em 2005 o Futsal foi disputado também no
feminino. (DUARTE, 2004).
A equipe que mais títulos possui em Campeonato Brasileiro adulto é a
Associação. Sabesp de São Paulo com 5 títulos. A equipe que mais vezes
participou de campeonatos nacionais é a Unopar/Londrina/Grêmio do Paraná.
(BORIM, SANCHES, 2005).
Outro passo importante para o Futsal feminino foi a convocação da 1ª
Seleção Brasileira de Futsal pela técnica Maria Cristina Oliveira da Associação
Sabesp de São Paulo, para o Desafio Internacional contra o Paraguai em
dezembro de 2001. A CBFS criou em 2005 a I LIGA FUTSAL FEMININA que
teve a participação de 10 equipes divididas em 03 grupos em sua 1ª edição. O
Lançamento oficial da I LIGA aconteceu em Londrina, na Universidade Norte
do Paraná, dia 01/09/05, e os jogos aconteceram de setembro a dezembro de
2005. A II LIGA FUTSAL FEMININA teve sequencia em 2006 com a
participação das 10 equipes de 2005 e a inclusão do
Jaguaré/Corinthians/Osasco (SP) e do SUMOV/JAL/CE (CE). A LIGA FUTSAL
FEMININA em 2006 passou a ser disputada por 12 equipes. É sensível a
expansão do futsal feminino em todo o território nacional. (BORIM, SANCHES,
2005).
Prova disso, é o fato de a 16ª Taça Brasil de Clubes da categoria
principal ser disputada por 25 equipes de 20 estados diferentes. A cada
temporada o que se vê é o crescimento do número de participantes nos
campeonatos, o que eleva a qualidade técnica e o interesse do torcedor. Aos
poucos está havendo crescimento do investimento no futsal feminino. O
16
desenvolvimento da categoria entre as mulheres é uma aposta em todo mundo,
tanto que a Seleção Brasileira de Futsal feminina já é destaque internacional. A
equipe brasileira é tricampeã sul-americana, nas edições realizadas aqui no
Brasil, em 2005, no Equador, em 2007, no Brasil, em 2009. Em 2010 sagrou-se
como primeiro Campeão Mundial Feminino, vencendo Portugal na final por 5 a
1, em Alcobendas na Espanha. (BORIM, SANCHES, 2005).
Há um departamento de futsal feminino na CBFS; uma Liga de futsal
feminino; uma seleção brasileira de futsal feminino; campeonato brasileiro de
clubes na categoria principal e nas de base. Em decorrência disso,
encontramos independentemente da localidade, profissionais ligados e alunos
interessados no futsal feminino e, evidentemente, mais meninas se iniciando no
futsal. (BORIM, SANCHES, 2005)
É importante percebermos que a iniciação ocorre nas escolas, cabendo
então ao professor oportunizar a prática para ambos os sexos. Para que isso
ocorra, é necessário que possíveis comparações com o futsal masculino
devam ser sumariamente evitadas, pois são, minimamente, inoportunas.
Mulheres têm de ser comparadas entre si. Assim terão respeitada sua
individualidade; as meninas poderão se iniciar no futsal sem a responsabilidade
ou o objetivo de terem de se comportar como os meninos naquilo que fazem
para serem aceitas pelos professores. (BORIM, SANCHES, 2005).
1.2 FUNDAMENTO PASSE NO FUTSAL
1.2.1 Fundamentos Esportivos
Fundamentos esportivos são gestos técnicos de um determinado
esporte que em conjunto, permitem sua prática. Podemos definir fundamentos
técnicos do futsal como gestos esportivos que são realizados com o menor
gasto de energia e com a máxima precisão possível. Cabe-nos ressaltar que
estes gestos podem ser treinados e aprimorados e são básicos para o bom
desenvolvimento da partida de futsal. (ANDRADE JUNIOR, 1999).
O treino está centrado na preparação para a competição. Neste sentido,
ele procura, em primeira instância, otimizar as aptidões que mais influência
terão nos resultados desportivos. Isto implica uma integração dos vários fatores
17
do treino, sendo o treino das qualidades técnicas o suporte para um melhor
aprofundamento das habilidades e uma melhor capacidade de concretização
dos procedimentos tácticos. (BOMPA, 1999).
São as práticas básicas que devem ser aprendidas para se executar o
futebol de salão. Os fundamentos básicos são: chute, passe, condução,
domínio, drible e finta. Existem mais fundamentos que esses, mas que pedem,
como pré-requisito, o conhecimento dos fundamentos já citados. Alguns como
antecipação, marcação, proteção de bola e posicionamento são aprendidos
com mais tempo de prática do esporte. Isso sem falar que existem
fundamentos específicos para a posição de goleiro, como reflexo, posição de
defesa com as mãos e com os pés e a forma correta de cair, entre outros.
(MELO, MELO, 2006).
No futsal, como em qualquer modalidade esportiva, existem
fundamentos básicos, que fazem a base de ação técnica dos praticantes, estes
fundamentos constituem o suporte do futsal como também de outras
modalidades esportivas, chama-se técnica e para uma boa execução durante
uma prática desportiva, deve ser aprendida e treinada. (GOMES, MACHADO,
2001).
Durante a fase de aprendizagem, apresentam um melhor grau de
coordenação motora, aprendem a técnica desportiva com mais facilidade do
que os que apresentam um repertório de movimentos limitados, com uma
coordenação deficiente. O maior grau de coordenação favorece uma
adaptação mais rápida ao deslocamento, ao controle, e às exigências físicas,
cognitivas e psíquicas. Por esta razão, durante o trabalho de aprendizagem é
importante que um variado repertório de movimentos sejam executados desde
o ingresso do praticante nas escolinhas. (APOLO, 2007).
Os fundamentos são essenciais para um bom desempenho no futsal,
tanto para iniciação quanto para o alto rendimento, pois sem eles não há como
realizar jogadas ensaiadas e padrões de jogo de maneira eficiente.
(DARONCO, FLORES, 2011). Em seu teor, fundamento significa base,
alicerce, sustentáculo. Fica fácil entender, então, que se estamos ensinando
um fundamento, estamos construindo uma “base” para um aproveitamento
futuro ou imediato. Esta base, se bem formada, através de uma boa
apresentação e trabalho de um determinado fundamento, influenciará em
18
futuros resultados onde se busque um desempenho de alto rendimento.
(GOMES, MACHADO, 2001).
Apolo (2007), sobre a seleção dos procedimentos de ensino dos
fundamentos do futsal, explica que para os alunos aprenderem é necessário
introduzir os fundamentos de forma apropriada, sob condições favoráveis à
aprendizagem. Devem ser consideradas as experiências de aprendizagem
como degraus que conduzem até o resultado final, sendo a prática do futsal. O
professor precisa planejar situações de aprendizagem onde levem os alunos a
participar ativamente de todo o processo, levando-os, assim, as mudanças
desejadas.
O treino desportivo de fundamentos, conduzido adequadamente
enquanto processo pedagógico é, também, um fator de enriquecimento cultural
e um estímulo para o desenvolvimento intelectual e cognitivo. A quantidade
enorme de fatores com que se lida no dia a dia do treino desportivo faz dele,
também, um fenômeno complexo, exige, para que seja bem sucedido, saber e
experiência por parte do elemento orientador e condutor deste processo: o
treinador. (BOMPA, 1999).
Não há sistemas milagrosos, qualquer sistema só resulta quando os
jogadores que o interpretam possuem, no seu equipamento técnico, os
fundamentos necessários para a sua execução – fundamentos esses
individuais ou coletivos, segundo exijam ou não a interação dos vários
jogadores, quer na defesa, quer no ataque. (MELO, MELO, 2006).
1.2.2 Passe no Futsal
O passe nada mais é do que a forma mais básica de comunicação entre
dois jogadores. O passe é a forma de transportar a bola entre dois ou mais
elementos de uma mesma equipe. (MELO E MELO 2006).
É a "ação de enviar a bola a um companheiro ou determinado setor do
espaço de jogo". O princípio básico é reter a bola o maior tempo possível,
impossibilitando o adversário de tentar concluir uma ação tática ofensiva.
(FERREIRA, 1994).
O sentido lógico dos passes é envolver o adversário e deixar um atleta
em condições de concluir ao gol. Devemos saber passar a bola a um
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companheiro de equipe em melhor situação a fim de concluir a jogada que se
iniciou. (ZAPPA, 1947).
É a segunda mais importante habilidade do futsal desde que este seja
realizado com sucesso. O passe pode ser realizado de várias formas distintas,
podendo ser dado com a sola, com a parte externa, com a parte interna, com o
peito, com o calcanhar ou ainda com o “bico” do pé (BORSARI, 1989).
Complementando o exposto acima, o passe pode ser feito também com a
cabeça, em distâncias pequenas ou longas, pelo solo ou pelo ar. (ASIN, 1969).
Segundo Costa (2007) passar é a forma que o jogador tem para
movimentar a bola até um companheiro de equipe, para assim dar continuidade
à jogada. Em teoria passar é fazer com que a posse de bola fique retida com
uma das duas equipes, a perfeição desta ação permitirá a evolução das
jogadas até o momento do chute ao gol.
O passe é a ação de interligar-se com os integrantes de uma equipe. É o
fundamento técnico mais importante. É o elo de ligação em num jogo. Acontece
por muitas vezes no jogo e mais que qualquer outro fundamento. Para se ter
uma ideia da importância desse fundamento, basta ver que quando uma equipe
de alto nível sai de um jogo derrotado, no scalt é verificado um número
acentuado de passes errados. (TENROLLER 2004).
As movimentações, as jogadas ensaiadas, ações técnicas, enfim, tudo
fica prejudicado quando há ineficiência nesse fundamento. Passe é a maneira
como se bate na bola e implica que os atletas se comuniquem entre si dentro
da quadra. É de fundamental importância para o rendimento da equipe, pois
todos os sistemas táticos dependem desse fundamento. (ANDRADE JUNIOR,
1999).
Deve-se observar não só a posição do companheiro para o qual se
pretende passar a bola, como também à do adversário que o marca e, a partir
daí, utilizar o tipo mais adequado para a situação e objetivo desejado.
(SANTOS FILHO, 2000). Eles podem ser classificados de várias formas:
quanto à dificuldade (passes básicos ou complexos); quanto à trajetória
(rasteiros, meia altura ou altos); e quanto à distância (curtos, longos, médios,
paralelos, diagonais, para frente ou para trás). (SANTINI e VOSER, 2008).
20
Num esporte, principalmente o coletivo, a execução de fundamentos é
essencial para o bom andamento do jogo. No futsal, o mais elementar, depois
do domínio de bola, é o passe. (TENROLLER, 2004).
Também se pode tocar a bola de calcanhar, cabeça, coxa ou ombros.
(SANTINI e VOSER, 2008).
Passes por alto só devem ser efetuados quando não há linhas de passe
rente ao solo. (ANDRADE JUNIOR, 1999).
Para os passes curtos usam-se geralmente as partes interna externa e
sola dos pés e para os passes mais longos toca-se com o dorso ( peito do pé ),
porque o impacto é mais forte, fazendo com que a bola role com maior firmeza.
(COSTA, 2007).
Há também o Passe em Elevação, que é executado com a ponta do pé,
no bico do tênis, tocando a parte de baixo da bola num movimento rápido de
baixo para cima, fazendo com que a bola passe por cima do adversário e
chegue ao colega. (COSTA, 2007).
2 O EXPERIMENTO
2.1 Casuística e métodos
2.2 Condições ambientais
O teste de passe utilizado para mensurar a evolução do passe através
do treinamento especifico foi o teste de Mor-Christian de futebol, adaptado para
o futsal.
Foram avaliadas 22 meninas praticantes da escolinha de futsal feminino
da SELT pertencentes às categorias sub 11 e sub 15. Os testes foram
realizados nos dias 22 de junho de 2013 e 24 de agosto de 2013, ambos
realizados às dez horas no Ginásio de Esportes do Grêmio, mesmo local do
treinamento da escolinha de futsal feminino da SELT.
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2.3 Protocolo
Teste Mor-Christian, para realização do teste foram utilizados três alvos,
cada alvo era formado por dois cones médios de treinamento, tendo o alvo
medindo entre os cones, cinquenta centímetros. Os passes para o alvo foram
executados a uma distância de dez metros dos três alvos em um ponto fixo.
Cada atleta realizou quatro sequências de passes em cada alvo, totalizando
doze tentativas em cada dia de teste.
2.4 Procedimentos
Durante o período entre a primeira e a segunda avaliação, todas as
atletas avaliadas foram submetidas em todos os treinos neste período a vinte
minutos de treinamento especifico de passe, sempre realizados antes do início
das outras atividades do treinamento. O passe especificado durante o período
de treinamento foi o passe de chapa, passe este executado com a parte lateral
interna do pé.
2.5 Análise estatística
Para análise dos resultados para melhor visualização foi demonstrado
em média e desvio padrão e para a comparação dos resultados pré e pós
procedimentos foi utilizado o método estatístico test t-student.
2.6 Resultados
Os resultados dos testes estão demonstrados através de tabela, que um
apresenta a quantidade de acertos e erros de cada atleta no primeiro teste e,
os resultados contando erros e acertos do segundo teste após o período do
treinamento especifico do fundamento passe. Como parâmetro para analise
estatística foi utilizado à média geral de acertos e erros do primeiro e segundo
teste.
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Tabela 1: erros e acertos do Teste de Mor-Christian
Acertos Pré Acertos Pós Erros Pré Erro Pós
MÉDIA 6,27 8,23* 5,73 3,77*
DP ± 2,53 ± 2,39 ± 2,53 ± 2,39
P 0,000247 0,000247
* P ≤ 0,05
Fonte: elaborada pela autora, 2013.
Na tabela acima podemos ver os resultados dos testes, demonstrando
os erros e acertos. Através da análise estatística podemos observar que houve
uma diferença estatística significante (P ≤ 0,05), quando comparados os
valores de acerto pré com o pós (P ≤ 0,000247), mostrando uma melhora nos
passes certos após o período de treinamento. Analisando a tabela pode se
notar diferença (P ≤ 0,05), na comparação dos valores de erros pré com o pós
(P ≤ 0,000247), diminuindo assim o número de passes errados após o treino
específico.
2.7 Discussão
Notou-se que após o período de treinamento, houve uma melhora na
média geral do grupo em relação ao passe. Os resultados demonstrados
apontam a média de acertos e erros (P ≤ 0,000247), em comparação do
primeiro para o segundo teste após o período de treinamento específico.
Muitos creem que a principal tarefa de um treinador é melhorar as
habilidades físicas e técnicas de seus atletas. Estes treinamentos são a base
que permitirão aos atletas alcançar a evolução da prática desportiva.
(BRANDÃO, 1996).
Segundo Vargas Neto (1999), compreende-se a iniciação esportiva
como sendo o processo que leva uma pessoa, normalmente uma criança,
desde sua chegada a uma escolinha até a prática esportiva competitiva.
A função primordial é assegurar a prática no processo ensino-
aprendizagem, com valores e princípios voltados para uma atividade
gratificante, motivadora e permanente, reforçada pelos conteúdos
desenvolvidos pedagogicamente, respeitando-se as fases sensíveis do
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desenvolvimento, com carga horária suficiente para não prejudicar as demais
atividades como o descanso, a escola, a diversão, dentre outras. Caso
contrário será muito difícil atingir os objetivos em cada fase do período de
desenvolvimento infantil e muito menos a evolução nos treinamentos. (GRECO,
BENDA, 2001).
Referindo-se ao trabalho do treinamento específico do passe, aspecto
técnico da iniciação esportiva, comenta que através da aquisição de bons
hábitos motores, e do domínio da técnica do passe, é que se fundamenta
progressivamente o desenvolvimento técnico da criança. (LUCENA, 2001).
Treinamento de passe nas categorias de base é incentivar as crianças a
fazerem a bola circular e com isso a interação tática proposta para a formação
esportiva das crianças, principalmente para realizar a transição das mesmas
que estão na fase do egocentrismo (eu e a bola) e rumar para a cooperação
(eu a bola e os colegas). (LUCENA, 2001).
Treinar fundamentos de quinze a vinte minutos por treino nas categorias
de base fará que em um futuro próximo se perceba a evolução significante no
padrão de jogo e a facilidade para introduzir sistemas táticos que possibilitarão
melhor rendimento tanto individual, quanto coletivo. Domínio e passe são os
fundamentos mais importantes, pois sem eles não é possível jogar.
(FRISSELLI, 2004).
Repetir gestos motores a fim de melhorar determinado fundamento
esportivo é o mais recomendado, principalmente nas modalidades coletivas, a
repetição com a correção leva a excelência. (GRECO, BENDA, 2001).
O domínio da execução eficaz dos fundamentos básicos indispensáveis
á prática da modalidade como o passe, é a condição mínima para o êxito, já
que ter habilidade não significa ter técnica, a técnica é a forma mais eficaz de
executarmos um fundamento básico, portanto o treino técnico deve fazer
sempre parte da unidade de treino, a sua aquisição e manutenção depende da
sua prática constante. (GRECO, BENDA, 2001).
O passe no futsal nas categorias de base faz parte do processo de
construção da criança no esporte, jogos e brincadeiras que visam a melhoria e
a execução correta deste fundamento em diversas situações tem sido
aplicados com sucesso em vários clubes e escolinhas de futsal. (LUCENA,
2001).
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Intensificar o treinamento de passe o fará melhorar a qualidade do passe
e perceber sua necessidade e importância, observando que também melhorará
a movimentação sem bola, para que o jogo flua, melhorará a velocidade de
pernas para o passe e o chute, consequentemente chutará a gol com mais
frequência e aumentará a velocidade de raciocínio e planejamento antecipado
de ações. (FREIRE, 2003).
O treinamento analítico do futsal permite que os fundamentos sejam
aprendidos e treinados detalhadamente, sempre dentro do padrão técnico,
onde as avaliações e correções são facilmente aplicadas e permite
individualizar o ensino das habilidades, respeitando o ritmo de aprendizado de
cada aluno. (COSTA, 2007).
O método analítico, específico e dividido de treinamento de fundamento
no futsal, é predominante nas categorias de base, que tem como vantagem a
possibilidade do domínio da técnica e a facilidade de organização da sessão de
treino. (GOMES, 2001).
De acordo com alguns cientistas do esporte e treinadores, aquelas
crianças que foram trabalhadas em cima de programas de treinamento com
uma boa base, em geral, conseguem melhores desempenhos durante sua vida
de atleta (BOMPA, 1999).
Para que haja uma melhora na qualidade do passe de uma criança e
que ela execute este fundamento de modo correto e eficaz, é necessário que
os treinamentos sejam repetitivos e corretivos, não se melhora um fundamento
apenas desenvolvendo jogos coletivos, é de extrema importância o treinamento
divido em etapas para cada fundamento e função técnica no futsal,
principalmente nas categorias de base (LUCENA, 2001).
O desenvolvimento da sensomotricidade e da motricidade geral, pode
servir de base para um posterior treinamento das habilidades esportivas
específicas que juntamente com a elaboração de um bom plano de treinamento
aliado com uma base sólida de iniciação pode levar o atleta a alcançar
resultados excepcionais (BOMPA, 1999).
Uma pesquisa soviética de Nagorni apud (BOMPA, 2002) confrontou os
resultados do treinamento de especialização com o treinamento multilateral, ou
seja, de habilidades múltiplas, em jovens atletas. A especialização apresentou
uma rápida melhora no desempenho.
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O treino de passe para crianças até quinze anos que praticam futebol ou
futsal servirão de base não só para melhoria deste fundamento, mas também
elevarão toda a coordenação motora e capacidade técnica, quem passa bem,
joga bem. (BOMPA, 2002).
Os resultados apresentados condizem com os conceitos acima citados,
mostrando a evolução da capacidade técnica do fundamento passe no futsal
quando submetido a treinamento especifico.
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CONCLUSÃO
O trabalho foi voltado para demonstrar que o efeito do treinamento
específico do fundamento passe no futsal, contribuiu para evolução do mesmo,
dentro de um grupo praticante da modalidade.
Conclui-se de acordo com a pesquisa realizada, e com a análise dos
dados coletados que o treinamento pode contribuir e aperfeiçoar cada vez mais
o gesto técnico do passe, melhorando assim este fundamento e contribuindo
para o aprimoramento técnico das praticantes.
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REFERÊNCIAS
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GOMES, A. M. R.; OLIVEIRA, A. C. F. O conhecimento sobre motivação do técnico do time de futsal masculino e feminino sub-18 DECAR Promissão/SP para um melhor rendimento dos atletas. 2008. Monografia
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APÊNDICES
30
APÊNDICE A – RESULTADOS DOS TESTES EM GRÁFICO
Gráfico 1 – teste 22/06/2013
31
APÊNDICE – ESCOLINHA DE FUTSAL FEMININO – SELT
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