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Exames Físicos

da Urina

Professora Melissa Kayser

Cor Incolor

Amarelo pálido (grande quantidade de urina)

Amarelo claro (+ comum)

Amarelo ouro

Amarelo âmbar (+ comum)

Amarelo esverdeado

Marrom (amarelado ou esverdeado): bilirrubina ou biliverdina

Laranja (avermelhado a marrom): urobilina (Pigmento amarelo alaranjado provenienteda oxidação do urobilinogênio).

Laranja brilhante (fenazopiridina) PYRIDIUM® é um analgésico do trato urinário.

Vermelho (límpida): hemoglobina

Vermelho (turva): hemácias

Vermelho pardacento: mioglobina

Vermelho escuro/púrpura: porfirinas (componente do grupo heme da hemoglobina)

Preto pardacento: melanina, ácido homogentísico (intermediário no metabolismo datirosina), envenenamento por fenol

Verde/azul: drogas, medicamentos e alimentos

Coloração normal da urina

Deve-se tomar o cuidado de examinar a amostra com boa fontede luz, olhando através do recipiente contra um fundo branco.

A cor amarela da urina é devido à presença de um pigmentomarrom-vermelho denominado urocromo (derivado daurobilina), por Thudichum, em 1864. O urocromo é umproduto do metabolismo endógeno que, em condiçõesnormais, é produzido em velocidade constante.

A quantidade real de urocromo produzido depende do estadometabólico do corpo.

UROCROMO Pigmento marrom-vermelho derivado da urobilina, presente na urina.

Coloração normal da urina

A quantidade de urocromo aumenta quando a urinapermanece à temperatura ambiente.

Como o urocromo é excretado de forma constante, aintensidade da cor amarela em uma amostra recém-eliminada pode fornecer uma estimativa aproximada daconcentração urinária.

A urina diluída será pálida; uma amostra concentrada seráescura. Deve-se lembrar que, devido a variações no estado dehidratação do organismo, essas diferenças na cor amarelada urina são normais.

Coloração anormal da urina

Um achado laboratorial também muito freqüente é a

coloração amarelo-alaranjada causada pela

administração de derivados de piridina para tratar

infecções urinárias.

Esse pigmento espesso e alaranjado não só modifica a

cor natural da amostra como também interfere nas

análises químicas baseadas em reações cromáticas.

Coloração anormal da urina

As colorações anormais da urina são tão numerosasquanto suas causas.

Todavia, certas cores são observadas com maisfreqüência e têm maior significado clínico que outras.

Uma das causas mais comuns de coloraçãoanormal da urina é a presença de sangue que, namaioria das vezes, tinge a urina de vermelho, masseus matizes podem variar, indo desde o rosadoaté o negro, conforme a quantidade de sangue, opH da urina e a duração do contato.

Amostras de urina - diferentes

colorações e aspectos

Aspecto

Límpido

Ligeiramente turvo

Turvo

Muito turvo

O aspecto é de acordo com o depósito.

Aspecto

No exame de urina tipo I, a aparência é determinada pelosmesmos processos utilizados pelos médicos da antigüidade, ouseja, pelo exame visual da amostra homogeneizada emambiente bem iluminado. Evidentemente, a amostra deveráestar em recipiente transparente.

Se a amostra estiver em algum recipiente descartável feito deplástico não-transparente, será preciso transferi-la para outrorecipiente. Para economizar tempo, pode-se colocar a amostranum tubo de centrifugado e examiná-la antes da centrifugação.

Os termos comumente usados para descrever a aparênciasão: transparente, opaca, ligeiramente turva, turva, muitoturva, leitosa.

Aspecto normal

A urina normal, recém-eliminada, geralmente étransparente, porém aparece certa opacidade causada pelaprecipitação de fosfatos amorfos e carbonatos na forma denévoa branca.

A urina ácida normal também pode mostrar-se opaca devidoà precipitação de uratos amorfos, cristais de oxalato decálcio ou de ácido úrico.

A presença de células epiteliais escamosas e de muco,principalmente na urina de mulheres, também pode sernormal, apesar da opacidade.

Depósito

Nulo ou insignificante

Pequeno

Moderado

Abundante

Depósito Além dos cristais amorfos, as quatro substâncias que mais comumente

causam turvação da urina são: leucócitos, hemácias, células epiteliais ebactérias.

Outras substâncias que provocam turvação na urina são: lipídios, sêmen,muco, linfa, cristais, levedura, matéria fecal e contaminação externa,como talco, cremes vaginais e material de contraste radiográfico.

Muitas dessas substâncias não são patogênicas, mas como a presença deleucócitos, hemácias e bactérias é indício de patogenicidade, o fato de aamostra recém-eliminada apresentar-se turva pode ser motivo depreocupação.

A transparência da amostra com certeza já é uma pista para o resultadodo exame microscópico, já que o grau de turvação deve tercorrespondência com a quantidade de material observado namicroscopia. As causas da turvação urinária podem ser esclarecidas portestes bioquímicos simples.

Depósito

Deve-se também ter em mente que a urina transparente nemsempre significa normalidade.

Contudo, com a grande sensibilidade das provas de rotina,que incluem um teste químico para detecção de leucócitos,muitas anormalidades existentes na urina transparenteserão detectadas antes da análise microscópica.

Entre os critérios atuais para determinar a necessidade derealizar o exame microscópico em todas as amostras deurina muitas vezes se incluem a turvação e as análisesquímicas.

Perguntas

Pergunta 01: Que elementos sãoresponsáveis pelo aspecto e pelo depósitoda urina?

Cristais amorfos, grânulos, bactérias,hemácias, leucócitos, células epiteliais.

Elementos menos comuns: lipídios, sêmen, muco, linfa,cristais, leveduras, matéria fecal e contaminação externa,como talco, cremes vaginais e material de contrasteradiográfico.

Odor

Sui generis (cheiro normal da urina)

Amoniacal (bactérias urease positivas)

Fétido ou pútrico (ITU)

Adocicado ou frutado (corpos cetônicos)

Espuma

Branca, em grande quantidade(presença de proteínas)

Amarela (bilirrubina ou medicamentos(piridina)).

Densidade

1.015 a 1.025 (literatura)

1.011 a 1.029 (trabalho de pesquisa doACL – Laboratório de Análises Clínicas da UFSC).

Densidade é um parâmetro dacapacidade de concentração dos rins.

Perguntas

Pergunta 02: Quais os métodosdisponíveis para a medida da densidadeurinária?

Urodensímetro, refratômetro ou tiras reativas.

Pergunta 03: Para que serve a medidada densidade urinária?

Avaliar a capacidade de reabsorção renal, concentração dosrins.

Refratômetro

O refratômetro determina a concentração daspartículas dissolvidas na amostra, medindo o índice derefratividade. Este índice é uma comparação davelocidade da luz no ar com a velocidade da luz nasolução.

Tem a vantagem de se usar pequeno volume deamostra (1 ou 2 gotas).

A calibração do refratômetro é feita com o uso de águadestilada ou NaCl a 5% cuja leitura deve ser de 1.000(H2O) ou 1.022 a ± 0.001 (NaCl) ou ainda sacarose a9% - 1.034 ± 0.001.

Refratômetro

Refratômetro

Refratômetro

Escalas do refratômetro para proteínas plasmáticas ou

séricas (esquerda) e densidade urinária

(direita).

Calibração do refratômetro com água destilada (densidade = 1.0).

Urodensímetro

O urodensímetro é constituído por uma bóia com peso, ligada auma régua calibrada em termos de densidade urinária(1.000 a 1.040). A bóia pesada desloca um volume de líquidoigual a seu peso e é projetada para afundar até nível 1.000em água destilada.

Água destiladaUrina

Urodensímetro

O restante da massa, representado pelas substâncias

dissolvidas na urina, faz que a bóia desloque um

volume de urina menor que o de água destilada.

O nível até o qual o urodensímetro afunda, como

mostra a Figura 3-1, representa a massa da amostra

ou sua densidade.

A principal desvantagem do uso do urodensímetro para

medir a densidade urinária é que ele exige grande

volume (10 a 15 ml) de amostra.

Densidade

A densidade pode ser ainda verificada através detiras reativas.

A densidade do filtrado plasmático noglomérulo é de 1.010

Urina com densidade de 1.010 recebe o termode isoestenúria; abaixo deste valor éhipoestenúria, e acima é hiperestenúria.

As amostras colhidas ao acaso podem apresentarvalores de 1.001 a 1.035, dependendo do graude hidratação do paciente.

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