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Faculdade Boa Viagem – Devry Brasil
Mestrado Profissional em Gestão Empresarial (MPGE)
DEUSA MARIA SOBRINHO
Perfil do microempreendedor individual: uma análise do desempenho das empresas antes e
depois de formalizadas em Vitória de Santo Antão-PE
Recife, 2016
DEUSA MARIA SOBRINHO
Perfil do microempreendedor individual: uma análise do desempenho das empresas
antes e depois de formalizadas em Vitória de Santo Antão-PE
Dissertação apresentada como requisito para obtenção do Grau de
Mestre do curso de Mestrado Profissional em Gestão Empresarial da
Faculdade Boa Viagem | DeVry Brasil, sob a orientação do Prof. Dr.
James Anthony Falk
Recife, 2016
Catalogação na fonte – Biblioteca da Faculdade Boa Viagem | DeVry, Recife/PE
S677p Sobrinho, Deusa Maria. Perfil do microempreendedor individual: uma análise do
desempenho das empresas antes e depois de formalizadas em
Vitória de Santo Antão-PE / Deusa Maria Sobrinho. – Recife:
FBV | DeVry, 2016.
111 f.
Orientador (a): James Anthony Falk.
Dissertação (Mestrado) Gestão Empresarial -- Faculdade
Boa Viagem - DeVry.
Inclui apêndice.
1. Microempreendedor individual. 2. Formalização
MEI. 3. Vitória de Santo Antão. I. Título. DISS 658[16.1]
Ficha catalográfica elaborada pelo setor de processamento técnico da Biblioteca da FBV | DeVry
Ao Senhor Deus em primeiro lugar, aos meus pais e aos meus irmãos,
pessoas que amarei para sempre, por toda dedicação, compreensão e
pelo amor incondicional demonstrado.
Aos meus amigos e parentes, por todo incentivo e respeito.
AGRADECIMENTOS
Assim como outras etapas, esta também não teria sido tão inspiradora sem a participação e
contribuição, mesmo que despercebida daqueles que estavam ao meu lado. Se não destaco o
nome de alguns, o faço pelo limite de espaço que tenho, e aqueles não mencionados, tenham a
certeza de que não foram esquecidos.
Ao Senhor Deus, em primeiro lugar pelo Dom precioso da vida e pela motivação que me
proporcionou a cada passo da realização desta dissertação.
Aos meus Pais, Maria da Paz e Cícero Pedro, parte inseparável da minha vida, por tudo que
têm feito e pelo que ainda farão em minha vida.
Aos meus irmãos e amigos pelo respeito e tolerância as minhas ausências em encontros.
Ao professor Doutor James Falk, pelas suas orientações tão valiosas sem as quais seria difícil
a realização deste trabalho. Aos membros da banca, pela leitura cuidadosa e sugestões feitas.
Aos Microempreendedores Individuais da cidade de Vitória de Santo Antão-PE.
Aos colegas da Turma 10 do Mestrado Profissional oferecido pela Faculdade Boa Viagem
pelas discussões e pelas constantes demonstrações de amizade.
RESUMO
Este trabalho é resultado de uma pesquisa, com metodologia quantitativa e qualitativa que
teve como objetivo identificar o perfil dos usuários do programa Microempreendedores
Individuais (MEI) do município Vitória de Santo Antão-PE e a percepção deles acerca das
vantagens decorrentes da formalização. Ela foi realizada considerando um erro amostral de
5%, mediante entrevistas com 67 (sessenta e sete) microempreendedores individuais que
aderiram ao programa entre o período de julho 2009 a junho/2014 no município citado. Os
participantes do programa Microempreendedor Individual representam uma categoria de
personalidade empresarial contemporânea no ordenamento jurídico brasileiro. Com este
programa de política pública, o Estado tem retirado milhões de pessoas da informalidade que
trabalhavam ao redor da economia formal, oferecendo uma série de benefícios, inclusive
amparo social. A revisão da literatura abordou conceitos de economia informal,
empreendedorismo, legislação referente ao tema (Lei Complementar 128/2008) e para
completar este tópico a finalidade econômica, social e contábil da nova lei, ou seja, os
benefícios propostos ao MEI. O conteúdo e os resultados alcançados mostraram que 99% dos
entrevistados estão satisfeitos com o programa e que a Lei do MEI é uma alternativa viável
para quem deseja estabilidade previdenciária, segurança para exercer sua atividade e
mudanças na qualidade de vida.
Palavras-chave: Microempreendedor Individual. Formalização MEI. Vitória de Santo Antão.
ABSTRACT
This dissertation is the result of a research, from both a qualitative and quantitative
methodology, that has the objective to identify the profile of Micro Entrepreneur Individuals
(MEI) from the city of Vitoria de Santo Antão-PE and their views regarding the advantages of
formalization. With a 5% sampling error taken into account, 67 micro entrepreneurs were
interviewed that took part in the formalization program between July, 2009 and June 2014 in
the city of Vitoria. The participants in this program represent a contemporary business
personality in the Brazilian legal system. With this public policy program, the State has taken
millions of people out of their informal job situation and moved them into a more formal
position, providing benefits and social protection. This dissertation reviewed concepts of the
informal economy, entrepreneurship and legislation on this topic (Complimentary Law
128/2008) in order to determine the economic, social and accounting purpose and benefits
offered to the MEI. In conclusion, the material and results found that 99% of those questioned
were satisfied with the program and that the MEI Program is a viable solution to those
wanting social security stability and security to pursue their activity and changes in their
quality of life.
Key words: Microentrepreneures. Formalization MEI. Vitória de Santo Antão
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Idade conforme gênero............................................................................................49
Tabela 2 - Situação civil conforme gênero...............................................................................50
Tabela 3 - Escolaridade conforme gênero.................................................................................50
Tabela 4 - Escolaridade x Faixa etária......................................................................................51
Tabela 5 - Quantidade de filhos por gênero..............................................................................52
Tabela 6 - Bolsa família antes da adesão ao MEI.....................................................................53
Tabela 7 - Bolsa família após adesão ao MEI...........................................................................54
Tabela 8 - Ocupação anterior a formalização...........................................................................55
Tabela 9 - Tipo de atividade que atuavam antes de aderir ao MEI...........................................55
Tabela 10 - Ramo do negócio anterior a adesão ao MEI..........................................................56
Tabela 11 - Tempo que atuou na informalidade.......................................................................57
Tabela 12 - Contribuição INSS conforme gênero.....................................................................58
Tabela 13 - Contribuição INSS conforme idade.......................................................................58
Tabela 14 - Empregados ajudando antes da formalização........................................................58
Tabela 15 - Familiares que colaboravam antes da formalização..............................................59
Tabela 16 - Obtenção de empréstimos antes da formalização..................................................59
Tabela 17 - Motivos para não tentar financiamento.................................................................60
Tabela 18 - Instituições que tentaram financiamento, mas não conseguiram...........................60
Tabela 19 - Motivos para não obtenção dos empréstimos........................................................61
Tabela 20 - Instituições que liberaram crédito..........................................................................61
Tabela 21- Finalidade do empréstimo.......................................................................................62
Tabela 22 - Valor do financiamento ou empréstimo.................................................................62
Tabela 23 - Adesão ao MEI (Necessidade x Oportunidade).....................................................62
Tabela 24 - Empreendedorismo por idade................................................................................63
Tabela 25 - Motivos para formalizar atividade por gênero.......................................................64
Tabela 26 - Motivos para formalizar por faixa etária..............................................................64
Tabela 27 - Dificuldades para iniciar na atividade...................................................................65
Tabela 28 - Grau de dificuldade x Idade mulheres...................................................................65
Tabela 29 - Grau de dificuldade x Idade homens.....................................................................65
Tabela 30 - Dificuldades atualmente........................................................................................66
Tabela 31 - Dificuldade de administrar o próprio negócio por gênero e idade.........................66
Tabela 32 - Tempo de formalização.........................................................................................67
Tabela 33 - Setor de atuação.....................................................................................................68
Tabela 34 - Ramo de atividade.................................................................................................69
Tabela 35 - Ambiente de trabalho.............................................................................................67
Tabela 36 - Contratação de empregado.....................................................................................70
Tabela 37 - Familiares colaborando no negócio.......................................................................71
Tabela 38 - Meio que formalizou..............................................................................................71
Tabela 39 - Perspectiva de crescimento como Micro Empresa................................................72
Tabela 40 - Principal entrave para não mudar para ME...........................................................72
Tabela 41 - Outra renda............................................................................................................73
Tabela 42 - Outra fonte de renda auferida pelo MEI................................................................73
Tabela 43 - Dependência da renda auferida pelo MEI..............................................................74
Tabela 44 - Faturamento mensal do MEI..................................................................................75
Tabela 45 - Mudanças no faturamento mensal do MEI............................................................75
Tabela 46 - Incremento nas vendas x formalização MEI..........................................................76
Tabela 47 - Solicitação de Alvará.............................................................................................76
Tabela 48 - Motivos justificados para a não solicitação de alvará............................................76
Tabela 49 - Empréstimos após formalização x Gênero............................................................77
Tabela 50 - Motivos para não tentar empréstimos....................................................................78
Tabela 51 - Instituições de crédito procuradas pelos MEIs .....................................................78
Tabela 52 - Motivos de recusa..................................................................................................79
Tabela 53 - Instituições concessoras de crédito........................................................................80
Tabela 54 - Finalidade do empréstimo......................................................................................80
Tabela 55 - Valor do empréstimo.............................................................................................81
Tabela 56 - Recomendação à formalização..............................................................................81
Tabela 57 - Nível de satisfação.................................................................................................82
Tabela 58 - Benefícios motivadores para se tornar MEI..........................................................82
Tabela 59 - Vantagens exclusivas do regime MEI...................................................................83
Tabela 60 - Mudanças na vida pessoal......................................................................................85
LISTA DE SIGLAS
ACSP Associação Comercial São Paulo
BF Bolsa Família
CAE Comissão de Assuntos Econômicos
CEBRAE Centro Brasileiro de Assistência à Pequena e Média Empresa
CGSIM Comitê Gestor para a Simplificação do Registro e da Legalização de
Empresas e Negócios
CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas
CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
DAS Documento de Arrecadação do Simples Nacional
DASN - SIMEI Declaração Anual do Simples Nacional do MEI
DRT Delegacia Regional do Trabalho
EC Emenda Constitucional
ECINF Economia Informal Urbana
FENACON Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis
FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
GEM Global Entrepreunership Monitor
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
INSS Instituto Nacional do Seguro Social
ISS Imposto sobre Serviços
L Lei
LC Lei Complementar
MEI Micro Empreendedor Individual
MP Medida Provisória
MTE Ministério do Trabalho e Emprego
PIB Produto Interno Bruto
PGMEI Programa Gerador de DAS do Microempreendedor Individual
PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
PNPE Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego
OIT Organização Internacional do Trabalho
REDESIM Rede Nacional para Simplificação do Registro e da Legalização de
Empresas e Negócios
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas
SOFTEX Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro
SPSS Statistical Package for the Social Sciences
TEA Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial
TTE Taxa Total de Empreendedores
VSA Vitória de Santo Antão
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 13
1.1 Contextualização do problema ................................................................................ 13
1.2 Objetivos.................................................................................................................... 16
1.2.1 Geral .......................................................................................................................... 16
1.2.2 Específicos ................................................................................................................. 16
1.3 Justificativas.............................................................................................................. 17
1.3.1 Justificativa prática – fortalecimento e fomento ................................................... 17
1.3.2 Justificativa teórica – preenchimento de lacunas .................................................. 17
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................... 19
2.1 Economia informal ................................................................................................... 19
2.2 Empreendedorismo .................................................................................................. 23
2.3 Legislação brasileira a respeito do tema ................................................................ 29
2.4 Benefícios sugeridos para o MEI ............................................................................ 33
2.4.1 Cobertura previdenciária ........................................................................................ 34
2.4.2 Menos custo com funcionário .................................................................................. 34
2.4.3 Isenção de taxas de registro ..................................................................................... 35
2.4.4 Redução da burocracia ............................................................................................ 35
2.4.5 Acesso a serviços bancários, inclusive crédito ....................................................... 35
2.4.6 Comprar e vender em conjunto .............................................................................. 36
2.4.7 Menos tributos .......................................................................................................... 36
2.4.8 Controles simplificados ............................................................................................ 36
2.4.9 Serviços gratuitos ..................................................................................................... 37
2.4.10 Emissão de alvará pela internet .............................................................................. 37
2.4.11 Possibilidade de vender para o governo ................................................................. 37
2.4.12 Apoio técnico do SEBRAE....................................................................................... 37
2.4.13 Possibilidade de crescimento como empreendedor ............................................... 37
2.4.14 Segurança jurídica ................................................................................................... 38
3 METODOLOGIA.....................................................................................................39
3.1 Caracterização da pesquisa......................................................................................40
3.2 Desenho da pesquisa.................................................................................................42
3.3 Locus da pesquisa .....................................................................................................43
3.4 Amostra e população ................................................................................................ 44
3.5 Instrumento de coleta de dados...............................................................................45
3.5.1 Realização do pré-teste.............................................................................................45
3.6 Coleta de dados ......................................................................................................... 46
3.7 Análise dos dados......................................................................................................47
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................. 48
4.1 Apresentação dos resultados ........................................................................................ 48
4.1.1 Bloco I - Dados sociodemográficos .............................................................................. 48
4.1.2 Bloco II - Antes da adesão ao MEI .............................................................................. 54
4.1.3 Bloco III - Após adesão ao modelo ME........................................................................ 62
4.1.4 Bloco IV - Benefícios e vantagens................................................................................. 82
4.1.5 Bloco V - Qualidade de vida.......................................................................................... 84
5 CONCLUSÕES.............................................................................................................. 86
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ 88
REFERÊNCIAS............................................................................................................................ 89
APÊNDICE - QUESTIONÁRIO DE PESQUISA ................................................................... 97
13
1 INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização do problema
Devido ao elevado índice de desemprego, as atividades laborais do setor informal têm sido
uma forma provisória de gerar renda e sustento para muitas famílias brasileiras (SUISSO,
2006). A dificuldade, a despesa e a complicação de formalização contribuem para que os
trabalhadores desse setor permaneçam nessa atividade informal. Outro fator que, também,
favorece a opção de muitas pessoas continuarem na informalidade, é o fato que no setor
informal é possível adquirir um rendimento superior ao rendimento auferido no setor formal,
em virtude da cobrança de elevadas taxas tributárias arrecadadas pelo Governo.
A pesquisa Economia Informal1 (ECINF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE, 2003) define que, informal é equivalente a todas as unidades econômicas de
propriedade de trabalhadores por conta própria e/ou empregadores com até cinco empregados,
moradores de áreas urbanas que tenham a atividade principal de seus proprietários ou
atividades secundárias.
De acordo com levantamento realizado por Kraychete, Lara e Costa (2000), baseado nos
dados IBGE (2003) no período de 1986 a 1998, ocorreu uma ampliação de 61% (sessenta e
um por cento) no número de trabalhadores que atuam na informalidade nas regiões
metropolitanas do Brasil.
Com o avanço contínuo do trabalho informal, existente nas regiões metropolitanas, ocorreu
um aumento no número de pessoas que buscam no setor informal um meio de sobrevivência,
através de uma gama considerável de atividades, tais como: vendedores ambulantes,
cabeleireiros, pipoqueiros, motoqueiros, entre outros.
Esses trabalhadores informais ou trabalhadores por conta própria, são alvo de pesquisas e
estudos em face de dividir opiniões quanto à sua capacidade de dotação empreendedora (se
são “empreendedores” ou não). Sabe-se que, o termo empreendedor refere-se ao indivíduo
que apresenta determinadas habilidades e competências para criar, abrir e gerir um negócio
1 A pesquisa Economia Informal Urbana, elaborada pelo IBGE foi uma pesquisa por amostra de
domicílios (PNAD), situados em áreas urbanas, onde se buscava identificar os trabalhadores por
conta própria e empregadores com até cinco empregados em pelo menos uma situação de trabalho.
14
em busca de lucro, mesmo correndo risco financeiro (CARPENTER, 2011). Schumpeter2
(1934) associa empreender ao criar novas combinações a partir de fatores de produção
existentes. É possível encontrar duas modalidades que motivam a atividade empreendedora: o
empreendedorismo por oportunidade e o empreendedorismo por necessidade (DORNELAS,
2008).
O setor informal resulta da falta de cobertura do direito social, da fiscalização da legislação do
trabalho e, ainda, da dificuldade da burocracia e onerosidade de se regularizar uma atividade.
O governo criou dispositivos sociais de apoio às pessoas que trabalham por conta própria,
através da Lei Complementar (LC) nº 128/2008, ou seja, Lei do Microempreendedor
Individual (MEI), como é conhecida. Essa lei tem intenção de fortalecer essas organizações e
convencer os trabalhadores informais migrarem para o setor formal da economia, buscando
assim, a proteção social, redução da informalidade, estímulo à criatividade e à concorrência.
Além do que, motivar à inovação e favorecer o surgimento de arrecadação de tributos, bem
como, novas estatísticas referentes à formalização.
Entende-se por Microempreendedor Individual (MEI), objeto de estudo desta pesquisa, a
pessoa que trabalha por conta própria em pequenos negócios ou na prestação de serviços
informal, que legalizou seu negócio, após a implementação da respectiva Lei Complementar
nº 128/2008, já mencionada. Essa lei possibilitou a criação de uma personalidade jurídica, de
forma simplificada e sem burocracia, mas, também, permitiu acesso aos benefícios inerentes
aos demais tipos de empresa, como: emissão de Nota Fiscal; contratação de um empregado
por Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ); acesso ao crédito e contribuição ao
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Para o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2013) na
cartilha MEI, todo trabalhador conhecido como autônomo ou informal, pode tornar-se um
Microempreendedor Individual, garantir benefícios da previdência e, aproveitar outras
oportunidades oferecidas pela LC (nº 128/2008). O governo brasileiro, através do site Portal
2 Economista austríaco, ex-professor da Universidade de Czernowitz (Áustria) e Universidade Harvard
(EUA), autor do livro Theory of Economic Development (1911) e presidente-fundador da Sociedade
de Econometria (1933).
15
do Empreendedor3 (2014), conceitua o Microempreendedor Individual como a pessoa que
trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário.
Ante essas contribuições, torna-se inegável o papel de construção do MEI, ao cumprir uma
etapa importante na manutenção da dinâmica social, pois, mediante seu estabelecimento
formalizado, criam-se oportunidades de geração de renda e melhoria na qualidade de vida das
pessoas envolvidas, através de seus bens produzidos e serviços oferecidos. É notório que,
movimentação de renda melhora a condição de vida da população, pelo retorno à sociedade
por meio do recolhimento de impostos que, devem ser revertidos em segurança, saneamento,
infraestrutura, saúde, educação, transporte, lazer, etc.
Dados extraídos do Portal do Microempreendedor Individual (2014) comprovam que, até
dezembro de 2014, existia no Brasil o total de 4.578.429 (quatro milhões quinhentos e setenta
e oito mil e quatrocentos e vinte e nove) MEIs. Desses, o estado de Pernambuco possuía
155.556 (cento e cinquenta e cinco mil, quinhentos e cinquenta e seis), o que correspondia a
3,4% do total de MEIs nacionais. Na cidade de Vitória de Santo Antão eram 2015 (dois mil e
quinze) MEIs estabelecidos que, correspondem a aproximadamente 1,3% dos MEIs do
Estado.
Diante dessa situação, e com o intuito de fornecer subsídios para fomentar a formalização das
pessoas que trabalham por conta própria, no Município do estudo ou nos demais municípios
brasileiros, este estudo procurou responder a seguinte pergunta de pesquisa: Qual o perfil e a
percepção dos Microempreendedores Individuais de Vitória de Santo Antão-PE sobre as
vantagens alcançadas e mudanças ocorridas após se formalizarem?
Além da introdução, este trabalho está estruturado em mais cinco capítulos. No segundo
capítulo foi apresentada uma revisão da literatura sobre o tema abordado, destacando-se os
conceitos relacionados à economia informal, ao empreendedorismo, à legislação e, ainda, aos
benefícios oferecidos ao MEI. Em seguida, no terceiro capítulo foi descrita a metodologia
empregada, englobando a caracterização e desenho da pesquisa, locus, amostra e população,
instrumento e processo de coleta de dados. Posteriormente, o quarto capítulo tratou a análise e
3 http://www.portaldoempreendedor.gov.br/mei-microempreendedor-individual.
16
significação dos dados. O quinto capítulo apresentou algumas conclusões, e o sexto capítulo
com as considerações finais e sugestões para futuras pesquisas.
1.2 Objetivos
1.2.1 Geral
Identificar o perfil dos Microempreendedores Individuais da cidade de Vitória de Santo Antão
e a sua percepção acerca das vantagens decorrentes da formalização.
1.2.2 Específicos
Os objetivos específicos foram divididos em duas fases, conforme a formalização do
trabalhador informal em MEI.
1. Antes de ser MEI
a. Identificar as principais características do negócio em que atuavam: atividade
formal ou informal; setor de serviços, indústria ou comércio?
b. Verificar a ocupação anterior à formalização (trabalhadores assalariados,
trabalhadores sem carteira assinada, desempregados, negócio atual não
formalizado)
c. Verificar se participava do programa social: Assistência Bolsa Família (BF)
2. Após a formalização como MEI
a. Identificar o que levou o trabalhador por conta própria aderir à formalização
como MEI
b. Enumerar quais dificuldades encontradas para obter o acesso ao enquadramento
do formato como MEI
c. Descobrir se a decisão por adesão ao programa MEI foi por necessidade ou por
oportunidade
d. Verificar quais as vantagens adquiridas com a formalização do MEI
e. Estabelecer o grau de satisfação com a formalização
f. Verificar quais as transformações ocorridas na sua vida a partir da sua
formalização como MEI
17
1.3 Justificativas
1.3.1 Justificativa prática – fortalecimento e fomento
De acordo com o SEBRAE (2013), o reflexo do fortalecimento das atividades como a de
Empreendedor Individual provoca redução do nível de pobreza, gerando mais trabalho e,
consequentemente, maior utilização de mão de obra local, distribuindo assim, melhores
rendas entre os envolvidos.
Em tese, além da redução da informalidade, o sucesso organizacional da atividade, também,
gera promoção do empreendedorismo, levando ao estabelecimento novas atividades entre
membros da família ou da comunidade, ou mesmo, elevando o crescimento da atividade da
pequena ou média empresa. Essa tese é um assunto merecedor de estudos mais aprofundados,
que procure compreender quem é, de fato, o Microempreendedor Individual, bem como, a
razão que o levou à formalização da sua atividade informal, quais são seus objetivos e quais
são as suas expectativas de melhorias de vida para o futuro. O fornecimento desses dados
deve melhor preparar as organizações, direcionar à ajuda gerencial para esses empreendedores
e melhorar a forma de promover sua formalização.
1.3.2 Justificativa teórica – preenchimento de lacunas
O tema microempreendedor individual é recente e abrangente, o que, possivelmente, seja o
motivo de não existirem muitos estudos acadêmicos que abordam o assunto. Ao considerar a
especificidade e a escassez de pesquisas científicas acerca do tema proposto do estudo, este
trabalho tem por finalidade trazer, como contribuição à literatura, a oportunidade de
ampliação dos conhecimentos referentes à figura jurídica do MEI. Tal figura será vinculada
com destaque no tripé: atividade informal, empreendedorismo e a legislação vigente. Esse
tripé abordou a percepção dos MEIs quanto às vantagens de se formalizarem, conforme o
objetivo geral definido para esta pesquisa.
Diante da carência de estudos sobre a percepção dos MEIs quanto às vantagens de se
formalizarem, este estudo tem o objetivo de colaborar, também, como base para futuras
pesquisas. Justifica-se, ainda, em virtude da relevância para os novos empresários que estão
18
agora formalizados e, que tenham a capacidade de realizar seu trabalho com segurança e com
a possibilidade de crescimento diante do mercado.
Parcos são os trabalhos que tratam do assunto MEI. Esta pesquisa trará contribuições à
literatura devido à constatação de que, os materiais encontrados em sites de buscas4 exploram
outros eixos temáticos. Em razão disso, o resultado deste trabalho acrescentará à academia um
comparativo do perfil do Microempreendedor Individual, no município de Vitória de Santo
Antão-PE, que descreve o seu desempenho antes e depois da formalização ao modelo de
negócio MEI. No quadro 1, constata-se a amostra das publicações encontradas.
Quadro 1 – Pesquisa realizada em bancos de dados brasileiros
Tema: Microempreendedor
Individual
Tema: Microempreendedor
Individual-Recife
Site busca Nº publicações Site busca Nº publicações
Anpad 0 Anpad 0
Ebsco 1 Ebsco 0
FGV 0 FGV 0
Google 19 Google 1
Ibcit 0 Ibcit 0
Scielo 0 Scielo 0
Spell 5 Spell 0
Fonte: Banco de dados publicações, 2015.
4 A autora consultou os sites de busca google scholar, spell, scielo, repositório, biblioteca online entre
outros.
19
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Com o intuito de maior compreensão da política de formalização do Microempreendedor
Individual e condução deste estudo, neste capítulo são destacados os aspectos teóricos que
fundamentaram esta pesquisa. Em seguida, uma revisão conceitual das definições e
características de leituras sobre atividade informal, empreendedorismo, legislação que criou a
categoria de empresário MEI e, também, os benefícios exclusivos pertinentes ao MEI.
Como se trata de tema recente, não foram localizados livros textos a respeito do assunto,
sendo assim, foi utilizado e embasado na LC nº. 123/2006 de 14/12/2006 e na LC nº.
128/2008 de 19/12/2008, que instituem a figura do Microempreendedor Individual. Além do
normativo jurídico vigente, foram utilizados artigos científicos, trabalhos acadêmicos e textos
publicados na Internet, sites de entidades de classe5 e governamentais, bem como, materiais
desenvolvidos para a divulgação do MEI, como complemento às informações oferecidas na
Lei.
Posto isso, foi iniciado o estudo dos tópicos com uma breve discussão referente à economia
informal, com sua definição, razões da sua existência ou fatores determinantes, assim como,
características dominantes, implicações para o governo e forma de redução e/ou formalização.
Além disso, para melhor entender o sentido da palavra Microempreendedor, foi examinado o
sentido da palavra “empreendedorismo”. Posteriormente, utiliza a Lei que oferece uma
oportunidade única de inserção no mercado formal e por fim os benefícios oferecidos para
aqueles que decidem se formalizar.
2.1 Economia informal
Informalidade não é um assunto contemporâneo, no início da década de 70, a Organização
Internacional do Trabalho (OIT) publicou estudos pioneiros acerca desse assunto chamado
setor informal da economia urbana, compreendido como um fenômeno característico e
peculiar de países subdesenvolvidos, “[...] o avanço das relações mercantis modernas não
havia sido capaz de incorporar expressiva parcela da população trabalhadora no padrão de
5 FENACON – Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de
Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas.
20
emprego capitalista, possibilitando o aparecimento de outras estratégias de sobrevivência”
(OIT, 1972 apud KREIN E PRONI, 2010).
Ampla é a discussão em torno dessa temática, sabe-se, em aspecto geral, que a economia
informal é frequentemente tolerada por razões socialmente bem-intencionadas e legítimas,
insurgindo como uma alternativa à geração de renda, e de sustentabilidade para grupos
excluídos, tanto pela incapacidade técnica, quanto pela oferta excedente de mão de obra no
mercado de trabalho. A informalidade diz respeito a uma maneira irregular de executar as
atividades por conta própria lícitas. A ausência do cumprimento de regulações às leis
comerciais, fiscais e trabalhistas, nessas atividades por conta própria, implica gastos
significativos aos cofres públicos.
O governo e, até mesmo, o Banco Mundial debatem a informalidade como um problema
social, ao invés de econômico, geralmente enfocando o alívio da pobreza dos trabalhadores
informais. O diagnóstico da informalidade emitido pela McKinsey & Company (2004, p.4)
constata que “Os governos, por sua vez, costumam preocupar-se com a expansão de
benefícios e direitos sociais, sem, contudo, abordar diretamente a resolução da informalidade
e a ampliação do espaço das empresas formais para atingir o mesmo objetivo”.
A figura 1 apresenta, de forma esquemática, todos os fatores determinantes da informalidade,
onde a carga tributária, a burocracia elevada, a mão de obra excedente versus ausência ou a
falta de fiscalização são elementos que, combinados, resultam em principais características
conforme parecer emitido pela McKinsey & Company (2004).
21
Figura 1 – Determinantes da informalidade
Fonte: Mckinsey &
Company, 2004
Fonte: Mckinsey & Company, 2004
Dentre as pesquisas acadêmicas sobre o assunto da economia informal, destaca-se a pesquisa
do peruano Hernando de Soto6 (2000). Ele apresenta um forte referencial teórico que trata de
comunidades informais, iniciada nos anos 80, o qual aborda a extensão da informalidade em
países em desenvolvimento e o impacto da formalização na economia como propósito de
investimento nesses países.
Cacciamali (1982) considera a economia informal como um grupo de produtores que, de
posse dos meios de trabalho, desenvolvem suas atividades baseadas na própria força de
trabalho. Reforça, ainda que, no Brasil, a economia informal surge como resultado do modelo
de produção capitalista que, na busca por reduzir custos dos fatores de produção, opera sem
6 Economista e político peruano baseia-se na interação com comunidades extralegais em vários países
e enfoca direitos de propriedades informais.
22
excedentes de mão de obra. Essa situação desencadeia desequilíbrios na relação de
crescimento demográfico e oportunidade de vagas de emprego, de maneira que essa relação,
também, é influenciada por fatores tais como: a distribuição populacional entre as zonas
urbana e rural, e a distribuição de renda per capita.
Nos tempos atuais, esse tema continua a ser discorrido, e desperta a atenção do governo e de
pesquisadores pela enorme dificuldade de se estabelecerem consensos, pois, se por um lado a
informalidade cria novas oportunidades de emprego, gera renda e movimenta a economia
local (VASCONCELOS, 2012), por outro lado, ela apresenta uma influência negativa sobre o
bem-estar social e, é vista como um dos principais obstáculos ao crescimento econômico,
conforme Perry et al. (2007). Entretanto, apesar dessa dicotomia de opiniões, há uma
convergência comum: o trabalho na informalidade não se torna uma opção, mas sim, uma
necessidade pela sobrevivência.
As principais características da informalidade são: 1) unidades de trabalho familiares pouco
estruturadas que produzem bens ou serviços por conta própria, com a finalidade primária de
gerar emprego e renda para os indivíduos envolvidos, ou seja, uma estratégia de sobrevivência
distante do amparo previdenciário e trabalhista básico; 2) não há separação entre o
proprietário e o empreendimento, assim como, não há separação das despesas da casa e do
negócio e, os ativos fixos pertencem ao proprietário; 3) não recolhem os tributos relacionados
à produção de bens e serviços; 4) não celebram contratos; 5) não pagam qualquer tipo de
obrigação social e, 6) não possuem nível de escolaridade elevado.
As empresas surgem a partir do interesse do indivíduo, que tem espectro empreendedor de
investir em operações necessárias para comercializar produtos e serviços escolhidos. Muitos
começam pequenos e individuais, por conseguinte, há uma visão de ampliar o
empreendimento, desenvolvendo o crescimento e sucesso esperado na carreira profissional
(PADOVEZE, 2005). Entretanto, em face da elevada carga tributária estabelecida no país,
muitas dessas empresas surgem e permanecem por anos na informalidade (SEBRAE, 2005).
Por conseguinte, evitar prejuízos decorrentes da ausência de recolhimento de impostos e
contribuições, além de estimular a economia. Há interesse por parte do poder público em
orientar e mobilizar a formalização por todo país, através de políticas públicas de
23
formalização da economia. Essas práticas públicas têm fundamental importância no processo
da legalização da economia, sejam elas na esfera nacional, regional ou setorial.
De acordo com Neri (2007), há duas medidas de redução da informalidade são elas: as
medidas estruturais e as medidas operacionais. As primeiras referem-se às alterações na área
do legislativo e, as outras medidas dizem respeito às políticas de fiscalização e ações no
âmbito da comunicação, de modo a incentivar a formalização.
Apesar dos indicadores sinalizarem crescimento da formalização (SEBRAE, 2005), existe
ainda um enorme contingente de pessoas trabalhando por conta própria em estabelecimentos
informais, cujo trabalho na informalidade não é apenas uma opção, mas uma necessidade pela
sobrevivência.
O recente ritmo de formalização indica o expressivo quantitativo da parcela da população na
economia informal, sendo assim, é necessário divulgar com mais ênfase as atuais políticas
para esse heterogêneo segmento na perspectiva de promover condições favoráveis ao trabalho
regular e maior alcance de conhecimento das vantagens destas práticas governamentais.
No próximo tópico foi abordado o sentido do empreendedorismo. Foram apresentadas as
características do empreendedor, tipologia de incentivos para a criação do negócio, seu papel
no desenvolvimento do país e algumas estatísticas da sua evolução.
2.2 Empreendedorismo
A procedência dos termos empreender, empreendedorismo e empreendedor vem da palavra
francesa entrepreneur, com origem no latim, sua tradução literal, significa ‘aquele que está
entre’. Origina-se entre os anos de 1253 a 1289, pelo termo entreprendeurs, significando
“aquele que se encarrega e que faz alguma construção ou outra coisa”, derivando do particípio
presente de entreprendre.
De acordo com Houaiss (2001), empreender é decidir realizar tarefa difícil e trabalhosa.
Apesar de amplamente pesquisado e discutido não existe convergência para o termo
empreendedorismo, razão pelas quais, também, vários predicados são atribuídos ao termo
empreendedor. Não há uma definição clara e única que balize a construção destes termos.
24
Cantillon7 (1755) classifica-o como agente com capacidade de ver, no ato de comprar e
vender, a implicação da incerteza do seu retorno; aquele que identifica e aproveita
oportunidades, objetivando lucro, porém, admite os riscos inerentes das operações.
Schumpeter (1934) qualifica empreendedor, aquele que cria novos negócios e, através de
inovações, gera mudanças contínuas. É o que o autor conceitua como destruição criativa.
Filion (1991) observou algumas características atitudinais comuns aos empreendedores, como
por exemplo: criatividade, inovação, liderança, autoconhecimento, iniciativa e correr risco.
Compõem um conjunto de comportamentos e de hábitos que podem ser adquiridos, praticados
e reforçados em indivíduos capazes de gerir e aproveitar as oportunidades, melhorar processos
e inventar negócios, conceitua Dolabela (2008).
Num resumo elaborado por Dornelas (2008), das fundamentais características mencionadas
por diferentes autores, ele elucida quais particularidades um empreendedor deve possuir, as
mais citadas são: capacidade de correr riscos; independência; autonomia; capacidade de
inovar e necessidade de realização. Alguns microempreendedores individuais possuem,
também, tais características.
Existe uma variedade de conceitos do que seja empreendedorismo. É constituído de um
termo dinâmico que é influenciado pelas revoluções sociais e avanços tecnológicos. Por isso,
há um grande número de definições e, pouca concordância entre os estudos já efetuados. O
quadro 2 ilustra essa situação, em que há diversos autores quanto as definições possíveis
sobre essa temática.
Quadro 2 – Definições de empreendedorismo e empreendedor
Autor Definição
Cantillon (1755) Empreendedores como auto empregados que se ajustam ao risco, quando o
retorno é incerto. Especulador.
Say (1821) Indivíduo que combina recursos diversos.
Knight (1921) Indivíduo que toma decisões em condições de incertezas.
Schumpeter (1934) Indivíduo que inova, motor da economia capitalista.
McClelland (1961) Controla meios de produção e produz mais que consome.
Drucker (1969) Alguém que procura maximizar as oportunidades.
Hayeck (1974) Captador e utilizador de informações, que lhe permite encontrar
oportunidades. Chave para o desenvolvimento. (continua)
7 Economista franco-Irlandês escreveu “Ensaio sobre a Natureza do Comércio em Geral”, foi um dos
precursores da economia, seu livro foi considerado o primeiro tratado completo sobre economia, com
muitas contribuições para a ciência.
25
Liles (1974) Nem toda pessoa que cria uma empresa é empreendedora. O empreendedor
inova, identifica e cria oportunidades
Casson (1982) Lida com recursos escassos e sabe discernir
Kirzner (1982) Faz arbitragem de informação imperfeita
Stevenson e Gumpert
(1985)
Persegue a oportunidade sem se deixar limitar pelos recursos que controla
Bracker, Keats e
Pearson (1988)
Similar à abordagem de Carlandet et al. (1984), com a introdução da ideia
de gestão estratégica por parte do empreendedor
Bareto (1989) Coordena, arbitra, inova e suporta a incerteza.
Gartner (1989) A criação de organizações distingue o empreendedorismo de outras
disciplinas, sendo esse a criação de organizações. O empreendedorismo
termina quando o estágio de criação de empresas acaba.
Timmons (1990) O empreendedorismo é uma revolução silenciosa que será para o século 21
mais do que a revolução industrial foi para o século 20.
Stewart (1991) Baseado em perspectivas antropológicas, econômicas e estratégicas, o
empreendedorismo é produto da criação, através da inovação.
Davidsson (1991) Empreendedorismo é gradual e pode manifestar-se de diversas formas:
start-up, crescimento, inovação etc.
Filion (1991) Criatividade, inovação, liderança, autoconhecimento, iniciativa e correr
risco.
Bygrave e Hofer
(1991)
Um empreendedor é alguém que se apercebe de uma oportunidade e cria
uma organização para persegui-la.
Krueger e Brazeal
(1994)
Empreendedorismo é a busca de oportunidades independente dos recursos
disponíveis. Empreendedor é aquele que se vê como perseguindo essas
oportunidades.
Palich e Bagby (1995) Economistas tendem a adotar a definição de Schumpeter. Corporate
executives veem o empreendedor como gestores de PME, incapazes de
dirigirem empresas maiores.
Westhead e Wright
(1999)
Distinguem entre empreendedor ocasional, empreendedor em série e
empreendedor que constrói um portfólio de negócios.
Anderson (2000) As qualidades do empreendedor são a capacidade de ver novas
combinações, vontade de agir e desenvolver estas combinações, a visão de
que interessa agir de acordo com a visão pessoal do que com cálculos
racionais e a capacidade de convencer os outros.
Dominguez (2002) Para Marx, o empreendedor não existe; apenas o capitalista. Os economistas
neoclássicos ignoram-no.
Henderson (2002) O empreendedorismo é descobrir e desenvolver oportunidades de criar valor
através da inovação.
Mello (2005) Um empreendedor segue caminho com iniciativa e paixão pelo negócio.
Dolabela (2008) O empreendedorismo se constitui em um conjunto de comportamentos e de
hábitos que podem ser adquiridos, praticados e reforçados em indivíduos.
Dornelas (2008) Capacidade de correr riscos, independência, autonomia, capacidade de
inovar e necessidade de realização.
Hisrich, Peters e
Shepherd (2009)
Iniciativa, organização e reorganização dos mecanismos sociais e
econômicos, e o aceite do risco ou fracasso.
Fiorin, Mello e
Machado (2010)
Criar valor e fazer uma contribuição quando reconhecem uma oportunidade,
um mercado a ser explorado.
Carpenter (2011) Adicionar valor pela identificação de uma oportunidade e ao assumir risco
transforma sua visão do que é possível em realidade.
Fonte: Gaspar, 2003
26
Estudos identificam que, a atividade empreendedora pode ser iniciada por necessidade ou por
oportunidade. Andreassi et al. (2011) classificam a atividade empreendedora em
‘empreendedores por necessidade’ - é aquela representada por indivíduos que optam pela
atividade informal como fonte de renda familiar, por não encontrem melhores opções de
emprego e, ‘empreendedores por oportunidade’ - aquela representada por indivíduos que
vislumbram independência no trabalho, mesmo quando há melhores alternativas de trabalho.
Pereira (2011) descreve, que o ‘empreendedorismo de oportunidade’ conglomera aqueles
indivíduos com competências empreendedoras que, miram uma oportunidade de negócio
altamente lucrativa, revelado por deter um maior conhecimento das tecnologias ou mercados,
e maior habilidade de gestão, coerentemente menor aversão ao risco. O ‘empreendedorismo
de necessidade’ compreende aqueles indivíduos que, na ausência de oportunidade de
emprego, seja por conta de outrem ou por poucos postos de trabalho com características
adequadas às suas competências específicas, optam por trabalhar por conta própria e não por
espectro de uma oportunidade de negócio, mas antes pela falta de outras opções mais
favoráveis à sua sobrevivência.
O empreendedorismo por oportunidade resulta em maior benefício para a economia do que o
empreendedorismo por necessidade, pois, aqueles indivíduos que conseguem visualizar
oportunidades no mercado, têm mais chances de alcançar sobrevivência e sucesso, do que
aqueles indivíduos que empreendem por necessidade, afirma Greco (2010).
Em virtude da dificuldade em ingressar no mercado de trabalho ou pela cobiça de ter o
próprio negócio e não ter patrão, o quantitativo de jovens empreendedores brasileiros vem
aumentando. Por necessidade, ou por desejo de ser dono do próprio negócio, os jovens ousam
cada vez mais na criação de novos negócios. Empreender é o modo que muitos jovens e
trabalhadores buscam para fazer parte do mercado competitivo, uma forma de encontrar um
espaço de trabalho independente e obter renda.
Para instigar o jovem empreendedor, o Governo Federal apoiou a Delegacia Regional do
Trabalho – DRT, juntamente com a coordenação de políticas públicas e programas especiais
do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE que, no ano de 2012, desenvolveram o
Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego – PNPE, cujo público alvo são jovens
27
de 16 a 24 anos, estudantes do ensino fundamental ou médio ou concluinte do ensino médio,
que tenham interesse em montar seu próprio negócio.
Segundo o Global Entrepreunership Monitor (GEM)8, o Brasil atingiu a 21ª (vigésima
primeira) posição como o país mais empreendedor do mundo, ao apresentar a Taxa de
Empreendedores em Estágio Inicial (TEA) de 17,2%, indicando que, a cada 100 brasileiros,
17 realizam atividade empreendedora (GEM, 2014). Essa taxa permaneceu estável em 2013 e
2014, com 17,3% e 17,2%, respectivamente.
A pesquisa mostra que o empreendedorismo no Brasil apresenta ascensão na trajetória desde o
ano de 2011. A Taxa Total de Empreendedores (TTE) no ano de 2014 foi de 34,5%,
aproximadamente dois pontos percentuais maiores do que a de 2013, passado 32,3% e quase
dez pontos percentuais do ano 2011, que foi 26,9%. O percentual de empreendedores por
oportunidade, em relação à taxa de empreendedores em estágio inicial no Brasil, foi de
70,6%. Ou seja, do total de empreendedores brasileiros em 2014, 70,6% foram por
oportunidades (GEM, 2014).
Na Região Nordeste, no ano de 2014, a TTE foi de 36,4%, sendo a maior dentre as regiões
brasileiras. Superior à do Brasil que foi de 34,5%. Nesse ano, a TTE do Nordeste recuperou
a queda no ano de 2013, que foi de 28,7% e, superou o nível alcançado em 2012 - 30%. O
percentual de empreendedores por oportunidade em relação à TEA foi de 66,7%, inferior à
média brasileira de 70,6% e à Região Sul de 82,2%, mas superior ao Centro-Oeste que foi
56,1% (GEM, 2014).
O GEM teve início em 1999, fruto de uma parceria entre o Babson College e London
Business School. Ele avalia as etapas do processo empreendedor, as quais vão desde o
momento em que os indivíduos demonstram a intenção de iniciar um empreendimento, até a
criação e manutenção desse empreendimento, quando esse é considerado estabelecido
(SEBRAE, 2015).
8 É a maior iniciativa internacional para analisar a propensão a empreender. O foco principal é o
indivíduo empreendedor, mais do que o empreendimento em si. Constitui o maior estudo em
andamento sobre o empreendedorismo no mundo. Em 2014, foram incluídos 70 países, cobrindo
75% da população global e 90% do PIB mundial.
28
A cada ano cresce a inclusão de jovens no mercado de trabalho, através da atividade
empreendedora, cujo motivo basal é o desejo de ter o próprio negócio. As últimas pesquisas
realizadas no Brasil pelo GEM (2014) revelam que, é crescente a presença dos jovens
empreendedores à frente de empresas em fase de implantação. Dos 23 milhões de
empreendedores em estágio inicial, 49% são homens e 51% são mulheres; 53% têm de 18 a
34 anos e 57% estão à frente de empresas com menos de 42 meses de vida, ou seja, novas
empresas.
Hall e Sobel (2006) baseados em estudos empíricos revelam que, existe uma relação positiva
no cruzamento dos índices percentuais entre a TEA e o crescimento do Produto Interno Bruto
(PIB) dos países. Quanto maior o índice da TEA, que mede o percentual de pessoas
envolvidas em negócios com até três anos e meio de existência, maior é o indicador de
crescimento do PIB.
No âmbito nacional, o empreendedorismo representa um papel fundamental no
desenvolvimento econômico do país. O trabalhador por conta própria ou o tradicional
autônomo constitui uma empresa para satisfazer minimamente suas necessidades de
subsistência, o que, consequentemente, gera empregos indiretos. Por exemplo, atividades
como cabeleireiros, confecções, padarias, oficinas mecânicas, etc.
Do ponto de vista de políticas públicas, do crescimento econômico e do desenvolvimento
regional, passa a existir um dos principais desafios que todos os governantes enfrentam em
suas esferas municipais, estaduais e federais, que é fomentar a atividade empreendedora, e
investir recursos e esforços para ampliar o comportamento empreendedor.
Pequenos empreendimentos representam uma estabilidade social para qualquer município,
estado ou país, por sua capacidade de fomentar a economia através da geração de empregos e
distribuição de renda. No caso da inexistência desses pequenos empreendimentos, é percebido
na sociedade um número considerável de pessoas que, ou atuam na informalidade ou se
mantêm desempregadas (SPÍNOLA, 2008).
Só a partir da década de 90, após a abertura da economia, teve início no país um movimento
que estimulava a criação de novos negócios, que passaram a contar com apoios
governamentais e de entidades como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
29
Empresas (SEBRAE) criado no ano de 1990, o qual foi uma extensão do Centro Brasileiro de
Assistência à Pequena e Média Empresa (CEBRAE) surgido em 1972 e a Associação para
Promoção da Excelência do Software Brasileiro (SOFTEX) criada em 1996. Nesse período, o
empreendedorismo no Brasil era pouco abordado e o surgimento de novos empreendimentos
acontecia, por decisão de seus proprietários, sem uma devida orientação ou assistência
governamental.
Desde 1996, a SOFTEX atua em iniciativas de apoio, desenvolvimento, promoção e fomento
para impulsionar a Indústria Brasileira de Software e Serviços de Tecnologia da Informação.
A SOFTEX é uma das maiores em todo o mundo, conhecida por sua criatividade,
competência e fonte de talentos. Também estabeleceu vantajosas parcerias, associando-se a
universidades e incubadoras de empresas.
O SEBRAE é especialista em pequenos negócios, promove a competividade e o
desenvolvimento sustentável dos microempreendedores individuais e das micro e pequenas
empresas. Atua gratuitamente com foco no fortalecimento do empreendedorismo e na
aceleração do processo de formalização da economia, através de parcerias inovadoras,
desenvolvimento de pesquisas, assistência consultiva, capacitação e treinamento.
O próximo tópico apresenta a legislação específica sobre o tema, criada pelo Governo para o
fomento e a formalização do trabalho informal.
2.3 Legislação brasileira a respeito do tema
A pesquisa Economia Informal Urbana (ECINF, 2003) elaborada pelo IBGE em parceria com
o SEBRAE, foi um marco crucial para a criação do programa de apoio à formalização do
MEI. Os dados obtidos depois da publicação dessa pesquisa no ano de 2004 motivaram o
governo a adotar medidas de contenção da informalidade. A Associação Comercial São
Paulo (ACSP) sugeriu a criação da figura do MEI, que foi posto ao Presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, a ideia do Empreendedor Urbano Pessoa Física. Paralelamente, a esse período,
estava tramitando no Senado Nacional o projeto da Lei Geral das Micro e Pequenas
Empresas, a LC nº123/2006 que, através do art. 68, foi incluído o conceito de Empresário
Individual (EI). E, exclusivamente, por meio da publicação da LC nº. 128, de 19 de dezembro
30
de 2008, que se instituiu e regulamentou, definitivamente, a figura do Microempreendedor
Individual no Brasil.
Sabe-se que, o trabalho autônomo ou por conta própria durante muito tempo não tinha
alternativa para a formalização. Somente no transcorrer de dezembro de 2008, a Comissão de
Assuntos Econômicos do Senado Brasileiro (CAE), mediante Parecer nº 1.157, sancionou o
projeto de lei que deu origem a LC n° 128/2008, a qual criou uma nova categoria de
trabalhadores: o Microempreendedor Individual, incentivando a formalização com custos
reduzidos e direitos previdenciários (LC nº 128, 2008).
Acentuado foi o alcance social que essa lei proporcionou para os trabalhadores informais,
possibilitando a regularização das atividades laborais que, de outra forma, permaneceriam na
informalidade. A formalização dos microempreendedores individuais tem causado
transformações na composição do mercado de trabalho nacional, converte os trabalhadores do
negócio informal, em trabalhadores de atividades legalizadas.
O “MEI é uma oportunidade para quem trabalha por conta própria, conquistar a cidadania e
formalizar um pequeno negócio com menos burocracia e de graça” (CARTILHA MEI, 2013,
p.3). Ele foi criado para motivar a formalização de milhões de brasileiros que empreendiam,
mas, que não tinham possibilidade de abrir uma empresa legal e regular.
O processo de formalização é realizado, gratuitamente, via internet no site do Governo
Federal Portal do Empreendedor (www.portaldoempreendedor.gov.br). De imediato, após o
cadastramento é emitido o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e, simultaneamente,
o número de inscrição na Junta Comercial do Estado. A partir dessa simples etapa, o MEI
torna-se um segurado da Previdência Social, adquire o direito de abertura de uma conta
bancária com taxas diferenciadas e acesso a linhas de crédito para empréstimo na modalidade
capital de giro ou investimento; emitir nota fiscal; efetuar vendas a partir de maquinetas de
cartão de crédito; participar de licitações; contratar um empregado com menor custo, entre
outras vantagens que estão descritas no tópico a seguir.
Acerca da legislação do Microempreendedor Individual, há duas Leis Complementares
detentoras de considerável notoriedade: a LC 123/2006 e a LC 128/2008. A primeira ativou a
Lei Geral da Micro e Pequena Empresa e, a segunda estabeleceu a figura jurídica do MEI. No
31
entanto, antes de avaliar essas duas LC, é indispensável citar as antecessoras e fundamentais
normas da constituição brasileira, relacionadas ao assunto, entre elas:
• Lei 8.864/1994 – Deliberou a respeito das condições principais que devem ser
adotadas para que uma empresa seja considerada microempresa ou empresa de pequeno porte;
• Emenda Constitucional (EC nº 06/1995) versou acerca dos benefícios alcançados.
Nesse quesito, apenas as empresas que tivessem sede e administração no Brasil seriam
contempladas. Como pode ser visto no inciso IX do artigo 170 da mencionada Emenda:
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e
na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme
os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: [...] IX –
tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as
leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País (EC nº 06,
1995).
• Lei 9.317/1996 – Fundou o SIMPLES9 - Sistema Integrado de Pagamento de
Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte.
• Lei 9.841/1999 – Consolidou o tratamento diferenciado às micro e pequenas
empresas, que já estavam sendo ajustadas em outras normas da Constituição (1988).
• Lei 10.406/2002 – Formalizou e instituiu o Empresário Individual. De acordo com o
parágrafo único do artigo 966 do Código Civil:
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso
de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir
elemento de empresa (LEI 10.406, 2002).
• Lei 11.598/2007 – Formou a Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da
Legalização de Empresas e Negócios (REDESIM). Como já é descrito no próprio nome, a
REDESIM simplifica o registro e a legalização dos micro e pequenos empreendedores.
9 Simples Nacional ou Super Simples é um sistema simplificado de recolhimento de tributos e
contribuições no âmbito do governo federal, devidos pelas micro e pequenas empresas brasileiras e
que, mediante convênio, poderia integrar os tributos devidos aos Estados e aos Municípios.
32
• Decreto 6.884/2009 – Cunhou um comitê gestor para a Rede Nacional para a
Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (CGSIM). Diante dessa
síntese histórica que envolveu a legislação do Microempreendedor Individual, retoma-se o
foco das Leis Complementares já citadas anteriormente.
A primeira, a Lei Complementar 123/2006, nomeada de Estatuto Nacional da Microempresa –
ME e da Empresa de Pequeno Porte – EPP apresentou dois objetivos: individualizar
juridicamente a ME da EPP, uma vez que, ambas eram debatidas como pequenas empresas,
não havendo uma segregação transparente entre as duas; e o outro objetivo da Lei foi
implantar um moderno regime de tributação para as microempresas e as empresas de pequeno
porte, recebendo o nome de SUPER SIMPLES ou SIMPLES NACIONAL. Para distinguir
uma ME de uma EPP foi fixado um patamar de R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil
reais). Assim, a empresa que alcançar no final de um ano o faturamento bruto que é igual ou
inferior a R$ 360.000,00 será considerada uma ME, caso esse faturamento seja superior é
considerada uma EPP.
A segunda, a Lei Complementar nº 128, de 10 de dezembro de 2008, alterou a Lei
Complementar do Supersimples nº123/2006 e criou figura jurídica do Microempreendedor
Individual. Essa LC só entrou em vigor em 1º de julho de 2009, derivou da Lei 10.406/2002
que visou ampliar a formalização dos profissionais e dos empreendimentos que se
encontravam na atividade informal. No artigo 18-A, e no seu par. 1º:
Art. 18-A. O Microempreendedor Individual - MEI poderá optar pelo
recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples
Nacional em valores fixos mensais, independentemente da receita bruta por
ele auferida no mês, na forma prevista neste artigo. Parágrafo primeiro. Para
os efeitos desta Lei considera-se MEI o empresário individual a que se refere
o art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil, que
tenha auferido receita bruta, no ano calendário anterior, de até R$ 36.000,00
(trinta e seis mil reais)10
, optante pelo Simples Nacional e que não esteja
impedido de optar pela sistemática prevista neste artigo.
A criação do MEI permitiu novos incentivos para as pessoas que trabalhavam
individualmente, citados anteriormente, possibilitando, assim, a permanência desses na
10 Em 2011 houve uma ampliação do limite de faturamento anual para R$ 60.000,00 (Sessenta mil
reais)
33
formalidade. Entretanto, é relevante salientar que, esse novo formato empresarial não seja
utilizado apenas para criar estatísticas econômicas, formalizando um estrato da economia que
estava à margem dos registros oficiais e, nem mesmo, sirva como meio de empresas se
desprenderem das obrigações trabalhistas e fiscais.
2.4 Benefícios sugeridos para o MEI
Perry et al. (2007) apontam que, sair da informalidade traz múltiplas vantagens ao trabalhador
por conta própria, tais como: facilita o acesso ao crédito; possibilita operação em grande
escala; reconhecimento de poder legal para fazer cumprir um contrato; captação de novos
clientes; redução no pagamento de multas ou subornos; alcança proteção da previdência
social, etc. Todavia, a maioria dos estabelecimentos informais são bem singelos para se
beneficiarem de modo suficiente da formalidade, a fim de cobrirem os seus diversos custos,
como o recolhimento das obrigações trabalhistas, por exemplo. A formalização ao modelo de
negócio MEI, nesses casos, torna-se um ponto de segurança para os que antes não estavam
protegidos pela previdência social, nem tampouco tinham a garantia de rendimentos certos
mensalmente.
A formalização dos trabalhadores autônomos ou por conta própria gera benefícios ao
trabalhador como: a proteção social previdenciária; o acesso a programas de apoio para o seu
negócio; reconhecimento do seu negócio perante a sociedade, portanto no efeito em cadeia,
benefícios para o Governo que recolherá mais impostos e terá acesso às informações para a
preparação de políticas específicas de apoio a esse setor produtivo.
E por último, a sociedade, também, é beneficiada ao usufruir de produtos ou serviços
procedentes, ou seja, regulares e, poder exigir seus direitos quando esses produtos ou serviços
não estiverem de acordo com a norma jurídica vigente (SEBRAE, 2005).
Em relação às outras modalidades jurídicas, nesse novo formato de negócio, o MEI possui
diversos benefícios ou peculiaridades. Tornou-se um marco na evolução histórica da nação
brasileira pela quebra dos paradigmas tradicionais, no que concerne à burocracia e à
arrecadação fiscal, destaca-se ainda a facilidade de adesão que é extrema. Ao longo dos anos,
a média mensal de novos registros de MEI tem crescido, os principais benefícios
34
institucionais desse processo de formalização serão sintetizados nos itens que seguem abaixo,
de acordo com o Portal do Empreendedor (2015):
2.4.1 Cobertura previdenciária
A previdência resguarda os trabalhadores formalizados no modelo de negócio MEI e a sua
família também. Com essa cobertura, o empreendedor é amparado em caso de: afastamento
por doença; aposentadoria por idade; aposentadoria por invalidez e salário maternidade, no
caso de gestantes e adotantes. Após um número mínimo de contribuições, a família do
empreendedor terá direito à pensão por morte e auxílio reclusão. Essa série de benefícios
previdenciários podem ajudá-lo a prosperar com o negócio. A previdência social ampara com
uma contribuição mensal reduzida de 5% do salário mínimo11
, hoje R$ 39,40 (trinta e nove
reais e quarenta centavos). O quadro 3 traduz os benefícios e tempo mínimo de contribuição.
Quadro 3 – Benefícios e tempo mínimo de contribuição
Para o Empreendedor
Benefício Tempo mínimo de contribuição
Aposentadoria por idade: mulher aos 60 anos e homem
aos 65
180 meses
Aposentadoria por invalidez 12 meses
Auxílio doença 12 meses
Salário-maternidade 10 meses
Para a Família
Benefício Tempo mínimo de contribuição
Pensão por morte 24 meses*
Auxílio reclusão 24 meses**
Fonte: SEBRAE, 2015.
Observações:
*se a contribuição do MEI se der com base em um salário mínimo, qualquer benefício que ele vier a
ter direito também se dará com base em um salário mínimo.
**Novo prazo conforme MP nº 664/2014, a partir 01/03/2015.
2.4.2 Menos custo com funcionário
Para o MEI, a contratação de funcionário é mais econômica. É possível registrar até 1 (um)
empregado, com baixo custo, sendo 3% de Previdência Social e 8% de FGTS do salário
11 Em 2011 a alíquota de contribuição previdenciária foi reduzida de 11% para 5% sobre o salário
mínimo.
35
mínimo por mês, perfazendo um valor total de R$ 86,68 (oitenta e seis reais e sessenta e oito
centavos). O empregado contribui com 8% do seu salário para a Previdência. Esse benefício
permite o melhor desenvolvimento do seu negócio e vislumbra crescimento. Esse empregado
contratado recebe o salário mínimo vigente ou o piso da categoria a que ele pertença.
2.4.3 Isenção de taxas de registro
Para se formalizar não é necessário efetuar outro pagamento além do boleto mensal, e todo o
procedimento da formalização é gratuito. Após o registro, mensalmente é pago, por meio do
carnê emitido exclusivamente no Portal do Empreendedor, o valor de R$ 39,40 (trinta e nove
reais e quarenta centavos) referente à contribuição INSS e R$ 5,00 (cinco reais) referente à
contribuição ISS (para os empreendedores da Prestação de Serviço) e/ou R$ 1,00 (um real) da
contribuição do ICMS (para os empreendedores do Comércio e Indústria). Qualquer outra
cobrança recebida, não está prevista na norma jurídica e, por isso, não deve ser paga.
2.4.4 Redução da burocracia
Para permanecer formal é necessário fazer uma única declaração, por ano, no Portal do
Empreendedor, denominada Declaração Anual do Simples Nacional do MEI (DASN-SIMEI),
referente ao seu faturamento. Ela deve ser controlada mensalmente pela planilha de
acompanhamento de gastos fornecida no mesmo portal e, ao final do ano, está devidamente
organizada. A Lei do Microempreendedor Individual incentiva a legalização de pequenos
negócios informais através da desburocratização dos registros, isenção total de impostos
federais e redução de impostos estaduais.
2.4.5 Acesso a serviços bancários, inclusive crédito
O MEI poderá abrir conta empresarial e, até, contrair financiamento na modalidade capital de
giro ou investimento, nos Bancos Públicos como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e
Banco do Nordeste. Esses bancos dispõem de linhas de crédito com redução de tarifas e taxas
de juros adequadas.
36
2.4.6 Comprar e vender em conjunto
Vantagens em poder comprar e vender juntamente com outras empresas. A Lei permite a
união de MEIs do mesmo segmento para compras coletivas, através da formação de consórcio
de fins específicos. Essa medida permitirá aos empreendedores condições mais vantajosas de
preços e formas de pagamento das mercadorias compradas, uma vez que, o volume comprado
será maior.
2.4.7 Menos tributos
De fato, formalizar-se tem ônus muito baixo. Seu custo significa, no máximo, o valor fixo de
R$ 45,40 (quarenta e cinco reais e quarenta centavos) por mês. Ademais, permite ao
empreendedor saber quanto gastará por mês sem surpresas, o que lhe dará condições de
crescer. A cobrança é unificada, sendo valor fixo mensal de R$ 39,40 (trinta e nove reais e
quarenta centavos) para o INSS mais R$ 1,00 (um real) para as atividades de comércio –
ICMS e/ou R$ 5,00 (cinco reais) para as atividades de serviços – ISS. O valor pago ao INSS
tem o objetivo de oferecer cobertura Previdenciária ao Empreendedor e à sua família. Além
disso, o MEI é enquadrado no regime fiscal do Simples Nacional, o que o torna isento dos
tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL).
Desse modo, paga-se, exclusivamente, a quantia fixa mensal de R$ 40,40 (quarenta reais e
quarenta centavos) nas atividades excepcionais de comércio ou indústria; R$ 44,40 (quarenta
e quatro reais e quarenta centavos) para atividade, unicamente, de prestação de serviços ou R$
45,40 (quarenta e cinco reais e quarenta centavos) para ambas as atividades de comércio e
serviços, quantia essa destinada à Previdência Social e ICMS ou ISS. Esses valores são
atualizados anualmente, de acordo com o salário mínimo.
2.4.8 Controles simplificados
É dispensada a contabilidade formal, por exemplo, livro diário e razão, também não é preciso
ter Livro Caixa. É possível, através da internet, emitir o carnê de pagamento que deverá ser
pago até o dia 20 do mês, bem como, o Relatório Mensal das Receitas Brutas referente ao mês
anterior e, até 31 de maio do ano seguinte gerar Declaração Anual do Simples Nacional do
MEI (DASN-SIMEI).
37
2.4.9 Serviços gratuitos
O MEI conta com uma rede de empresas que pode prestar serviços de graça. Caso, o MEI
tenha dificuldade de se formalizar, é disponibilizada assessoria contábil gratuita para a
realização da inscrição e da opção ao SIMEI, bem como, a primeira declaração anual
simplificada da microempresa individual (DASN - SIMEI), por meio de uma rede de
empresas contábeis que opta pelo Simples Nacional. Para identificar a rede Escritórios de
Contabilidade disponível no seu município, deve-se acessar o site da Federação Nacional de
Contabilidade – FENACON (www.fenacon.org.br).
2.4.10 Emissão de alvará pela internet
Toda atividade comercial, industrial ou de serviços precisa de autorização da Prefeitura para
ser exercida. Para o MEI, essa autorização (licença ou alvará) é concedida de graça (validade
de 180 dias), isento de pagar qualquer taxa, ocorrendo o mesmo para o registro na Junta
Comercial do Estado.
2.4.11 Possibilidade de vender para o governo
O MEI formalizado pode vender para todas as esferas do governo, o que significa um grande
comprador de mercadorias e serviços, além de poder participar de licitações.
2.4.12 Apoio técnico do SEBRAE
O SEBRAE norteia e assessora os Empreendedores que assim o desejarem. Ele tem
desenvolvido um grande esforço para prover aos MEIs: pesquisas, assistência consultiva,
orientação do plano de negócio, cursos, capacitação e treinamentos com vistas a torná-los
aptos a manterem e desenvolverem as suas competências, enfim, contribui com os MEIs a
organizarem o seu negócio.
2.4.13 Possibilidade de crescimento como empreendedor
Com apoio e incentivo fica mais fácil para o MEI crescer. Pelo fato dos MEIs estarem no
mercado de modo regular, as oportunidades de crescerem e prosperarem se alargam, e a
38
atividade que hoje é apenas um pequeno negócio, porém, amanhã poderá ser uma média e/ou
grande empresa.
As grandes organizações não nasceram em grande porte, elas começaram pequenas e foram
crescendo aos poucos, de modo sustentável. O objetivo é contribuir para que o negócio desses
trabalhadores prospere e, assim, eles possam migrar para o formato institucional das micro ou
pequenas empresas, no âmbito do Simples Nacional.
2.4.14 Segurança jurídica
A formalização está amparada em Lei Complementar que impede alterações por Medida
Provisória e exige quórum qualificado no Congresso Nacional. O Empreendedor Individual é
o resultado da aprovação pelo Congresso Nacional através da Lei Complementar 128/2008, a
qual foi, imediatamente, sancionada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por ser uma
Lei Complementar que dá segurança ao MEI, ela possui regras estáveis e, para alterá-las é
necessária outra Lei Complementar a ser votada, também, pelo Congresso Nacional e
sancionada pelo Presidente da República. Ou seja, há ampla segurança e respaldo jurídico de
que as regras atuais não serão alteradas facilmente.
Levando em consideração essas vantagens, percebe-se que não há proporcionalidade entre os
inúmeros benefícios outorgados ao MEI e as exigências estabelecidas para se tornar um MEI,
uma vez que, para aderir ao formato MEI é preciso auferir uma receita bruta anual de R$
60.000,00 (sessenta mil reais) ou mensal R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e não ter participação
em outra empresa como sócio ou titular. No entanto, os benefícios são diversos como foram
evidenciados anteriormente.
O próximo capítulo refere-se à metodologia empregada nesta dissertação e o seu
delineamento.
39
3 METODOLOGIA
A pesquisa científica, em termos gerais, é a realização de um estudo planejado, coordenado e
desenvolvido de acordo com as normas da metodologia científica a respeito de um tema. Este
capítulo procura caracterizar o estudo conforme a metodologia científica a ser utilizada para a
abordagem do problema, quanto à natureza dos objetivos, ao contexto da pesquisa, ao
delineamento ou método de investigação, locus, a definição do cálculo da amostra e da
população estudada e, também, o que diz respeito aos procedimentos de coleta e análise de
dados.
A metodologia científica permite a obtenção de novos conhecimentos no campo da realidade
social. Para tanto, rememorando o objetivo geral deste trabalho, que é: identificar o perfil dos
Microempreendedores Individuais e a sua percepção acerca das vantagens decorrentes da
formalização. Foi necessário responder algumas indagações, a fim de nortear como investigar
o assunto e atingir a esse objetivo.
• Como explorar o tema?
• Como o modelo de negócio MEI é abordado na literatura quanto às suas origens,
conceitos, características, aplicabilidade, benefícios, entre outros tópicos?
• Como foi realizado o processo de adesão e implantação do modelo de negócio MEI,
no município de Vitória de Santo Antão-PE?
• Qual o tipo e natureza do estudo a ser praticado?
• Quais hipóteses e/ou variáveis a descobrir?
• Qual a caracterização do universo a ser estudado?
• Como determinar a amostra?
• Qual o instrumento de coleta de dados a utilizar?
• Como apurar, organizar, tratar e analisar os dados?
Após as questões de pesquisa, foram apresentadas a caracterização, o desenho, locus, amostra
e população, instrumento de coleta de dados e, por fim, análise dos dados da pesquisa, que
guiaram esta investigação.
40
3.1 Caracterização da pesquisa
O objetivo fundamental da atividade de pesquisa científica é descobrir respostas para as
problemáticas mediante a utilização de múltiplos procedimentos metodológicos. Para alguns
autores, a exemplo de Gil (2007), a realização da pesquisa é justificada quando não há
informações disponíveis apropriadas e suficientes que, propiciem uma resposta satisfatória ao
questionamento existente ou quando existem, não possuem forma de arcabouço, ao ponto de
alcançar os objetivos determinados.
A atividade da pesquisa científica além de identificar respostas, ela, também, constrói novos
conhecimentos para alcançar os diferentes resultados pleiteados pelo pesquisador. Para isso, é
essencial traçar ou projetar o itinerário a ser conduzido, a fim de evitar equívocos no alcance
dos resultados.
Para Merriam (1998), o projeto de pesquisa não é uma fórmula linear de investigação literária,
de estruturação teórica e identificação do problema, mas sim, um procedimento interativo de
infinitas tentativas intrínsecas à trajetória de uma busca científica.
Lakatos e Marconi (2007) corroboram que pesquisar é um procedimento formal, exige
método de pensamento reflexivo, requer tratamento científico e se constitui com o propósito
de conhecer a realidade ou descobrir verdades parciais. As autoras salientam que, a finalidade
da pesquisa é descobrir respostas para as questões levantadas, por meio de método científico.
O estudo apresentado tem características que discorrem com os seguintes tipos de pesquisa:
quantitativa e qualitativa. A quantitativa teve como instrumento de coleta de dados um
questionário (Apêndice), o qual foi empregado para coletar os dados primários. Sua estrutura
é composta de perguntas fechadas passíveis de serem mensuradas, norteadas pelos objetivos
específicos deste trabalho. Através da estatística foi possível quantificar, analisar e interpretar
a frequência de eventos ou fenômenos obtidos por meio do questionário. A pesquisa
quantitativa tem por objetivo mensurar e testar hipóteses, uma vez que, os resultados são
concretos e com menor possibilidade de erros de interpretação. Ela é apropriada ao estudo
pelo fato de existir a possibilidade de medir variáveis e inferências, a partir, de amostras
numéricas.
41
A pesquisa foi qualitativa, porque o referido instrumento de coleta de dados, também, foi
composto de perguntas abertas, em que as respostas subjetivas foram analisadas e
interpretadas. A abordagem qualitativa, segundo Chizzotti (2006), tem por finalidade extrair
do objeto de pesquisa os significados invisíveis ou implícitos, que só podem ser percebidos
por meio de uma análise detalhada. A pesquisa qualitativa tem por essência descrever,
decodificar e traduzir o sentido, e não a frequência dos fatos, ela é mais adequada para apurar
opiniões e atitudes.
É pertinente informar que, a aplicação casada da pesquisa qualitativa e quantitativa permite
coletar mais informações do que se poderia conseguir individualmente, além de fornecer
detalhes minuciosos da amostra pesquisada. É nesse contexto que Flick (2009) narra que essas
duas abordagens de pesquisa podem ser concordadas e apoiadas, concomitantemente,
propiciando um panorama mais vasto da problemática estudada. Ademais, adiciona que,
existem publicações sobre a integração dos métodos qualitativos e quantitativos, sendo
considerada uma forma de triangulação. Para o mencionado autor, a triangulação “significa a
combinação entre diversos métodos qualitativos, mas, também, a combinação entre métodos
qualitativos e quantitativos” (FLICK, 2009, p. 43).
Vergara (2005), também, confirma esse entendimento, bem como faz referência à utilização
mutuamente das abordagens quantitativa e qualitativa, e alude que a utilização desses métodos
conjugada pode ser vista como complementar e não como antagônica.
No desenvolvimento deste estudo, a abordagem adotada da pesquisa se classifica em:
exploratória e descritiva. Trata-se de estudo de caráter exploratório quanto aos fins, porque
objetiva desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação
de problemas mais precisos para estudos posteriores (SELLTIZ et al., 1975). A pesquisa
exploratória se destaca porque harmoniza maior conhecimento acerca do tema selecionado,
vislumbra a maior compreensão do assunto, mediante o esclarecimento de conceitos que
ajudam no desdobramento das questões a serem trabalhadas. Também, é um estudo de caráter
descritivo, porque visa observar, avaliar, registrar, analisar, interpretar e descrever a realidade
de acontecimentos ou fenômenos, sem manipulá-los. A pesquisa descritiva traz à tona
característica de uma determinada população e estabelece relações entre as variáveis, tendo
como principal técnica a coleta de dados (GIL, 2011).
42
Com relação aos meios, pode ser classificada como uma pesquisa de campo. Ela ocupa-se em
verificar a frequência e intensidade que ocorrem os fenômenos, de forma a estabelecer uma
conexão entre eles, considerando suas características e natureza. Nesse sentido buscará
complementar o estudo com uma coleta de dados primários (VERGARA, 2004).
Os dados primários foram captados a partir da aplicação de questionários à amostra
selecionada, conforme descrito no item 3.4 deste trabalho. Esses dados foram tabulados,
posteriormente, observando-se as repetições e a relevância do fenômeno observado e, para os
dados qualitativos foi aplicada a análise de conteúdo por categorização temática (BARDIN,
2011).
A pesquisa em comento foi, também, um clássico estudo de caso. Conforme Yin (2010), o
estudo de caso é uma investigação empírica que surge do desejo de se compreender
fenômenos sociais complexos, dentro do contexto de vida real. Ou seja, o estudo de caso
admite uma investigação para se preservar as características holísticas e significativas dos
eventos da vida real.
Este estudo foi norteado, previamente, mediante consultas a fontes secundárias, como o
normativo legal vigente; artigos científicos; textos publicados na Internet; sites de entidades
de classe e governamentais; materiais desenvolvidos para a divulgação do MEI, além de
exame bibliográfico em livros.
3.2 Desenho da pesquisa
Pode-se definir desenho de pesquisa como o procedimento racional e sistemático, o qual tem
por objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. Desenvolver uma
pesquisa com rigor científico implica a seleção de um tema, definição de um problema a ser
investigado, esquematizar um plano de trabalho e, após a realização operacional desse plano,
registrar um documento final e, esse deve ser exibido de maneira organizada, ordenada, coesa
e conclusiva.
Como já relatado anteriormente, este estudo teve o objetivo em identificar os MEIs da cidade
da Vitória de Santo Antão-PE e, qual a sua percepção acerca das alterações decorrentes da
43
formalização, bem como suas vantagens. A figura 2 apresenta as fases da pesquisa e fornece
um prisma resumido das etapas:
Figura 2 - Desenho da pesquisa
Fonte: Gil, 2011
3.3 Locus da pesquisa
O locus da pesquisa foi o município do interior do Estado de Pernambuco, que integra a
mesorregião da mata pernambucana, localizando-se a 55 (cinquenta e cinco) quilômetros da
capital estadual12
, com população de 129.974 (cento e vinte e nove mil, setecentos e setenta e
quatro) habitantes13
. Há um expressivo número de beneficiados MEI. A prefeitura do
município criou uma extensa área para a implantação desses empreendimentos de pequeno
12 Fonte: http://www.prefeituradavitoria.pe.gov.br/
13 Fonte: IBGE
44
porte, que tem tornado a cidade um destino constante de grandes investimentos. Optou-se por
realizar a pesquisa de campo no município citado, por pertencer à região detentora de uma
fatia considerável do mercado. Os empreendimentos de pequeno porte é maioria no
município, que apresentam grande expansão nos segmentos comercial, industrial e prestação
de serviços. E ainda, como critério da escolha foi a facilidade de acesso a esse município, uma
vez que a autora atua profissionalmente nesta cidade, em uma agência bancária. Critério
considerado relevante, haja vista, oportunidade de redução de custos na coleta dos dados e,
melhor extração e exploração do caso em foco na região.
3.4 Amostra e população
A população da pesquisa está baseada nos clientes que possuem conta corrente e integram a
carteira de crédito de determinada agência bancária, na cidade da Vitória de Santo Antão-PE.
A definição da amostra foi segmentada por anos de formalização como MEI desde julho/2009
a junho/2014, período equivalente a um quinquênio. Essa população investigada é composta
por 80 (oitenta) correntistas MEI. A amostragem utilizada foi aleatória simples. Nela, cada
elemento da população tem chance igual de ser incluído na amostra (ZIKMUND, 2006).
Para realização do levantamento dos dados primários desta pesquisa foram coletados 67
(sessenta e sete) questionários, preenchidos por microempreendedores. No cálculo para
definição da amostra probabilística, selecionada por acessibilidade, o universo consta de 80
(oitenta) MEIs. Aplicando um coeficiente de confiança de 95% (noventa e cinco por cento) e
uma margem de erro de 5% (cinco por cento) na fórmula para cálculo do tamanho da amostra
(OLIVEIRA; GRACIO, 2005) o resultado foi de 66,67 (sessenta e seis vírgula sessenta e
sete), ou seja, de 67 (sessenta e sete) MEIs.
Fórmula do cálculo erro amostral para estratificar a amostra:
Onde: N = População; n = Amostra e E = Erro amostral.
45
3.5 Instrumento de coleta de dados
Neste estudo foi utilizado o questionário como instrumento de coleta de dados. Para Roesch
(2010), questionário não é apenas um formulário de coleta de dados, trata-se de um
instrumento de medição que exige esforço intelectual e planejamento para sua elaboração.
Gil (2007) define o conceito da seguinte forma:
Define-se questionário como uma técnica de investigação com um número
mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas,
tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças e sentimentos,
interesses, expectativas, situações vivenciadas [...] (GIL, 2007, p. 128).
A ferramenta de coleta de dados denominada questionário (Apêndice) foi construída pela
autora, baseando-se nos modelos aplicados pelo SEBRAE e Portal do Empreendedor. É
composto por 5 (cinco) blocos, utiliza uma escala frequência simples, que requer a escolha de
uma ou mais alternativas, perfazendo 37 (trinta e sete) perguntas e 1 (um) quadro com 20
(vinte) itens a saber: a) Bloco 1 – Identificação do MEI, está destinado à coleta de
informações sociodemográficas com 7 (sete) perguntas e respostas de múltipla escolha; b)
Bloco 2 – Antes da adesão ao MEI, destinado a detalhar o perfil do empreendedor antes da
formalização ao programa MEI, com 8 (oito) perguntas e respostas de múltipla escolha; c)
Bloco 3 – Após a adesão ao MEI, destinado a identificar o que levou o trabalhador aderir a
formalização, com 20 (vinte) perguntas e respostas do tipo múltipla escolha; d) Bloco 4 –
Benefícios e vantagens da adesão ao MEI, destinado a verificar quais as vantagens
conquistadas com a formalização ao MEI, com 2 (duas) perguntas e respostas de múltipla
escolha, e por último, e) Bloco 5 – Qualidade de vida, destinado a verificar quais as
transformações ocorridas na vida, a partir, da adesão ao MEI com 20 (vinte) itens e respostas
do tipo múltipla escolha.
3.5.1 Realização do pré-teste
De forma a prevenir eventuais problemas na aplicação dos questionários, foram realizados
procedimentos de verificação ou pré-testes, os quais consistiram de uma rodada experimental
onde os questionários foram administrados a um grupo de respondentes da população-alvo
(ZIKMUND, 2006).
46
Os dados obtidos neste estudo forneceram elementos que elucidaram os objetivos específicos
desta pesquisa e, justamente por isso, é extremamente relevante que a ferramenta de pesquisa,
no caso presente, o questionário, tenha validade, confiabilidade e precisão. A respeito de
validade e precisão, Gil (2011) salienta que o cumprimento do pré-teste de um instrumento de
coleta de dados propõe garantir essas duas condições.
Para coletar os dados primários de forma quantitativo e qualitativamente, junto aos MEIs
formalizados de julho/2009 a junho/2014, na cidade da Vitória de Santo Antão, realizou-se,
inicialmente, um pré-teste para dirimir quaisquer dúvidas e/ou dificuldades de preenchimento
por parte dos respondentes, o qual foi aplicado a 15 MEIs (pessoas diferentes) escolhidos por
acessibilidade e disponibilidade de responder ao pré-teste.
Durante a aplicação dos questionários, a autora procurou observar a ocorrência das possíveis
falhas, como, por exemplo: falta de entendimento e clareza nos itens; fadiga por parte dos
respondentes e tempo para resposta. Como resultado da realização do pré-teste, foi
identificada a necessidade de ajustes no mencionado instrumento de pesquisa. Foi
identificada dificuldade de interpretação de algumas perguntas e, por esse motivo, foram
ajustadas com uma linguagem mais coloquial, objetivando a compreensão e leitura mais
acessíveis.
Além disso, foi desenvolvida uma pesquisa de campo, com a aplicação de entrevistas diretas
quando necessária, cuja finalidade foi auxiliar os respondentes no preenchimento do
questionário. A pesquisa de campo apresenta a vantagem de oferecer ao pesquisador a
obtenção de dados fiéis sobre a realidade investigada, pois favorece o contato real e próximo
com o contexto que deseja conhecer (GIL, 2007).
3.6 Coleta de dados
O processo de coleta de dados, segunda etapa do trabalho de campo, ocorreu no período
bimestral, de outubro a novembro de 2015. Os dados foram coletados por meio da aplicação
do referido questionário estruturado, e se deu por entrevistas pessoais, o que permitiu
diminuir o número de erros e respostas incompletas, contribuindo para a qualidade dos
resultados da pesquisa.
47
3.7 Análise dos dados
Posteriormente à realização da coleta dos dados, a análise dos dados foi a etapa do processo
da investigação que se ocupou com a explicação de como se pretendeu tratar os dados
coletados, inclusive justificando por quê mencionado tratamento foi o mais adequado aos
propósitos do estudo. Os objetivos da investigação, exclusivamente, foram alcançados com a
coleta, o tratamento e, em seguida, com a interpretação dos dados, buscando certificar com
isso a correlação entre objetivos e formas de atingi-los (VERGARA, 2004).
Os dados quantitativos foram trabalhados pelo Software Statistical Package for the Social
Sciences (SPSS) que, além das estatísticas descritivas (Média, Desvio Padrão, Frequência e
Correlação), foi feito um cruzamento com os dados sociodemográficos para identificação das
variáveis moderadoras da realidade encontrada no Município de Vitória de Santo Antão.
A análise de conteúdo (modelo temático Bardin) foi aplicada para avaliação dos dados
qualitativos. Bardin (2011) a considera como um conjunto de técnicas de análise das
comunicações. O autor alega, também, que este tipo de análise enriquece o exame
exploratório, alarga a propensão à descoberta.
Para Triviños (1987), o processo de análise de conteúdo pode ser feito da seguinte forma: pré-
análise (organização do material); descrição analítica dos dados (codificação, classificação,
categorização) e interpretação referencial (tratamento e reflexão). A análise de conteúdo
busca, de forma sistematizada, proporcionar maior objetividade, de forma a validar possíveis
descobertas.
48
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Posteriormente, são apresentados os resultados da pesquisa, que tiveram por objetivo geral
identificar o perfil dos Microempreendedores Individuais da cidade de Vitória de Santo Antão
e a sua percepção acerca das vantagens decorrentes da formalização.
4.1 Apresentação dos resultados
A partir dos questionários, analisou-se o perfil do microempreendedor individual do
município de Vitória de Santo Antão-PE, quanto à data de sua formalização, localidade,
gênero, idade e setor econômico. Para complementar as análises, sempre que possível, foi
feito analogia do perfil do MEI com os estudos existentes que abordaram este assunto. Os
dados foram organizados conforme os cinco blocos do questionário.
4.1.1 Bloco I – Dados sociodemográficos
Os dados sociodemográficos a seguir, segregados por gênero, representam o perfil e as
características dos Microempreendedores envolvidos no estudo, obedecendo à ordem do
questionário aplicado.
Quanto a classificação dos grupos por idade, a maior participação dos microempreendedores
da amostra encontra-se na faixa etária de 31 a 40 anos, em que a maior percentagem foi do
gênero masculino. Esse grupo foi seguido pela faixa etária de 41 a 60 anos, independente do
gênero do microempreendedor, como demonstra a tabela 1. Destaca-se que, a menor
representatividade foi a faixa etária até 20 anos. Esses dados são semelhantes aos resultados
levantados por Souza (2010) aplicado em Florianópolis-SC e, pelos demais pesquisadores:
Vianna, Teixeira e Franca (2013) em Aracaju-SE; Justo, Lima, Almeida, Carvalho e Monte
(2013) em Iúna-ES e, Silva, Cunha, Iara e Machado (2014), estudo realizado em Goiânia-GO.
49
Tabela 1 – Idade conforme gênero
Idade Mulheres % Homens % Total %
Até 20 anos 2 6% 1 3% 3 4%
21 a 30 anos 5 16% 4 11% 9 13%
31 a 40 anos 11 35% 17 47% 28 42%
41 a 50 anos 10 32% 11 31% 21 31%
Acima de 51 3 10% 3 8% 6 9%
Total 31 100% 36 100% 67 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Os dados observados na tabela 1 são corroborados pela tabela 10 (referente à pergunta 11),
em que se verifica que, aparentemente, os homens começaram a trabalhar na informalidade
anteriormente às mulheres. Entre a amostra pesquisada, a média de funcionamento
informalmente para as mulheres foi de 4,3 anos, enquanto que, para os homens foi de 6,5
anos. Além disso, apenas 3% das mulheres atuavam na informalidade por mais de 10 anos, ao
passo que os homens eram 33%. Ao que se refere aos iniciantes na informalidade, 19% foram
mulheres e apenas 8% dos homens.
Observando os dados por gênero, a pesquisa revelou que dos 67 entrevistados, a população
dos homens é, ligeiramente, maior do que das mulheres, sendo no total de
microempreendedores envolvidos no estudo: 54% homens, enquanto, 46% são mulheres.
Resultados semelhantes foram encontrados nos estudos de Justo, Lima, Almeida, Carvalho e
Monte (2013); Siqueira, Rocha e Telles (2013) na cidade de Diadema-SP e, Silva, Cunha, Iara
e Machado (2014).
Acerca do estado civil foi possível quantificar que, os casados representam a maioria - 54%,
enquanto, os solteiros somam 22%, os homens são maioria, provavelmente por serem um
pouco mais velho. Todavia, há uma percentagem maior de casados, ou seja, 58% homens
contra 48% de mulheres. A situação civil das outras classes é percentualmente baixa,
independente de gênero, conforme com a tabela 2. Não foi possível comparar com outros
estudos, pois esta variável não foi explorada anteriormente.
50
Tabela 2 – Situação civil conforme gênero
Estado civil Mulheres % Homens % Frequência %
Solteiro 9 29% 6 17% 15 22%
Casado 15 48% 21 58% 36 54%
Separado 4 13% 5 14% 9 13%
Divorciado 2 6% 2 6% 4 6%
Outros 1 3% 2 6% 3 5%
Total 31 100% 36 100% 67 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Sobre a escolaridade, a análise da tabela 3 permite evidenciar que as mulheres têm maior
escolaridade do que os homens. A amostra é predominante formada de microempreendedores
com apenas o nível do ensino médio (58%). Desse grupo, as mulheres correspondem a 74% e
os homens a 44%. Em segundo lugar do nível de escolaridade está o nível ensino fundamental
2 (24% da amostra total), onde a situação de gênero é o inverso, ou seja, 10% de mulheres e
36% dos homens. Vale destacar, também, que um MEI do sexo feminino possui até um curso
de especialização.
Em termos gerais, pode-se concluir que a formação escolar dos microempreendedores do
Município de Vitória de Santo Antão é baixa, como, também, é corroborado nas pesquisas
publicadas no Nordeste por Silva, Cunha, Iara e Machado (2014), pelos autores Silva, Lopes,
Ribeiro Filho e Pederneiras (2010) e, outra vez, com o estudo dos microempreendedores
individuais do nordeste realizado pelo SEBRAE (2013). Quando comparada com o restante
do país os estudos de Souza (2010), Siqueira; Rocha e Telles (2013), Vianna; Teixeira e
Franca (2013), também, possuem resultado semelhante, sendo, aparentemente, uma
característica comum entre os MEIs.
Tabela 3 – Escolaridade conforme gênero
Nível Mulheres % Homens % Total %
Fundamental 1 0 0% 2 6% 2 3%
Fundamental 2 3 10% 13 36% 16 24%
Médio 23 74% 16 44% 39 58%
Superior 4 13% 5 14% 9 13%
Especialização 1 3% 0 0% 1 1%
Total 31 100% 36 100% 67 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
51
A Tabela 4 indica escolaridade, gênero e faixa etária dos microempreendedores pesquisados,
em que se constata que as mulheres possuem maior escolaridade do que os homens em todos
os grupos etários apresentados, com exceção da faixa de até 20 anos. Nesse caso, há apenas 1
homem nessa faixa etária que tem formação superior, ao contrário de 2 mulheres dentro da
faixa, porém, apenas 1 tem formação superior.
Cabe destacar que, apenas 3 microempreendedores femininos se enquadram na categoria
fundamental 2, onde os homens totalizam 13 respondentes. O nível médio é predominante
para o total de entrevistados e o nível superior evidencia quase um equilíbrio entre os gêneros.
Tabela 4 – Escolaridade x Faixa etária mulheres
Nível
Educacional
Até 20 anos 21 a 30 anos 31 a 40 anos 41 a 50 anos Acima de 51
Total Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc.
Fundamental 1 0 0 0 0 0 2 2 0 0 0 2
Fundamental 2 0 0 1 2 1 6 6 4 0 1 16
Médio 1 0 3 1 9 7 7 6 2 2 39
Superior 1 1 1 1 1 2 2 1 0 0 9
Especialização 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
Total 2 1 5 4 11 17 10 11 3 3 67
Percentagens Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Total
Fundamental 1 0 0 0 0 0 11,8 0 0 0 0 3
Fundamental 2 0 0 20 50 9,1 35,3 10 36,4 0 33,3 23,9
Médio 50 0 60 25 81,8 41,2 80 54,5 66,7 66,7 58,2
Superior 50 100 20 25 9,1 11,8 10 9,1 0 0 13,4
Especialização 0 0 0 0 0 0 0 0 33,3 0 1,5
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Questionou-se a respeito de filhos aos MEIs da amostra representativa, os resultados podem
ser vistos na Tabela 5. Os dados denotam que, a distribuição entre o número de filhos é
variada, conforme o gênero. Os homens têm percentual um pouco maior de 2 a 3 filhos e, as
mulheres demonstram uma predominância entre 1 ou nenhum filho.
52
Tabela 5 – Quantidade de filhos por gênero
Filhos Mulheres % Homens % Total %
Sem filhos 9 29% 8 22% 17 25%
1 Filho 8 26% 5 14% 13 19%
2 Filhos 6 19% 10 28% 16 24%
3 Filhos 5 16% 9 25% 14 21%
4 Filhos 3 10% 3 8% 6 9%
5 Filhos 0 0% 1 3% 1 1%
Total 31 100% 36 100% 67 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
O gráfico 1 indica inclusive que, há uma tendência clara descendente entre o número de filhos
dos MEIs mulheres, enquanto, que os homens apresentam uma tendência mais para a curva
normal. Em termos gerais, a média é muito parecida com as mulheres que têm 2,1 filhos e os
homens 2,3. Esse resultado é corroborado pelo trabalho de Siqueira, Rocha e Telles (2013),
que analisaram esta mesma variável em sua pesquisa e afirmaram que, no geral, possuem em
média 2 filhos.
Gráfico 1 – Distribuição de filhos conforme gênero dos microempreendedores
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0 1 2 3 4 5
Fem
Masc
Número de Filhos
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Ainda sobre filhos, o gráfico 2 mostra a quantidade dos filhos que frequentavam a escola
antes, e depois, da adesão ao modelo empresarial MEI. É possível averiguar no gráfico dos
MEIs entrevistados, o que corresponde a: 20 mulheres responderam que os filhos
frequentavam a escola antes, e somente 16 continuaram após a adesão. Em contrapartida, 14
homens responderam que os filhos frequentam a escola antes da adesão e, 20 passaram a
frequentar a escola depois de adesão à legislação MEI.
53
No caso das mulheres, foi informado que os filhos ajudavam na atividade comercial e, por
esse motivo, alguns deixaram de frequentar a escola depois de legalizar. Por outro lado, os
homens esclareceram que, o aumento no índice de filhos na escola ocorreu por não possuírem
idade suficiente para frequentar a escola anteriormente. Não foi analisado como é o perfil de
outras regiões, pois, esta variável não foi pesquisada nos estudos.
Gráfico 2 – Filhos na escola conforme gênero
0
5
10
15
20
25
30
Fem Masc
Antes
Depois
Número de filhos na escola, antes e depois de se tornar MEI
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Em termos da participação ao programa de assistência bolsa família, tanto antes, como após, a
adesão ao MEI, a Tabela 6 revela essa participação no programa governamental. Foi
identificado que, antes da adesão apenas 10% MEIs recebiam o benefício. Só uma
respondente com estado civil casada e assalariada possuía o benefício. Todavia, dos
respondentes do gênero masculino apenas 1, também, recebia o benefício. O estado civil de
um respondente era separado, enquanto, os demais eram casados. Todos os autonômos
pesquisados possuíam o benefício.
Tabela 6 - Bolsa família antes da adesão ao MEI
Bolsa
Família Mulheres % Homens % Total %
Não 30 97% 30 83% 60 90%
Sim 1 3% 6 17% 7 10%
Total 31 100% 36 100% 67 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
54
A propósito da participação ao programa de assistência bolsa família após a adesão ao MEI
(Tabela 7), o resultado aumentou um pouco para 21%, embora ainda um número considerado
inexpressivo. As mulheres participantes que estão formalizadas de 1 ano a 5 anos,
apresentaram faturamento mensal que varia, no mínimo, R$ 4.000,00 (quatro mil reais) e
máximo de R$ 15.000,00 (quinze mil reais). Os filhos não estão matriculados em escolas
particulares, e o registro no BF é em nome dos avós (isso, possivelmente, justifica a
participação no programa assistencial).
Os homens, por outro lado, estão formalizados de 2 a 4 anos, apresentam faturamento mensal
que varia, no mínimo, de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) até R$ 7.000,00 (sete mil reais). A
maioria dos filhos não estão matriculados em escolas particulares, e o registro no BF é em
nome da conjuge e/ou companheira (isso, possivelmente, justifica o registro no programa
assistencial). Observe na Tabela 7.
Tabela 7 – Bolsa família após adesão ao MEI
Bolsa
Família Mulheres % Homens % Total %
Não 27 87% 26 72% 53 79%
Sim 4 13% 10 28% 14 21%
Total 31 100% 36 100% 67 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
4.1.2 Bloco II – Antes da adesão ao MEI
Em resposta aos objetivos específicos referentes às atividades exercídas antes da adesão ao
modelo empresarial MEI, a Tabela 8 detalha que, as atividades exercidas pelos respondentes
eram de trabalhadores autônomos (homens-44%) e assalariados com carteira assinada
(mulheres-32%). Uma boa parte das mulheres eram, também, simples donas de casa ou já
trabalhavam no seu negócio atual (16% cada). Quanto aos homens, (25%) já trabalhavam no
seu negócio atual, de modo informal, dando uma soma de 21% do total dos entrevistados. As
demais categorias de ocupação têm poucos adeptos antes de adesão à legislação MEI.
O resultado da pesquisa dos autores Vianna, Teixeira e Franca (2012) foi similar, apontando
que uma grande parte dos entrevistados eram assalariados com carteria assinada, seguido pelo
negócio atual informalizado. Posteriormente, Silva; Cunha; Iara e Machado (2014), também,
55
encontraram um semelhante equilíbrio destas ocupações antes da formalização. Souza
(2010), por outro lado, destacou no seu estudo, que a maior parte dos trabalhadores já
trabalhava, exercendo suas atividades de maneira informal.
Em termos gerais, pode se concluir que, os microempreendedores individuais, anterior à
adesão à legislação MEI, ou eram assalariados e/ou autônomos ou já exerciam informalmente
suas atividades. O que parece novo, porém, é o fato de algumas donas de casa resolveram
assumir uma atividade remunerada nos tempos mais atuais.
Talela 8 - Ocupação anterior a formalização
Idade Mulheres % Homens % Total %
Assalariado c/ carteira 10 32% 7 19% 17 25%
Sempre autônomo 5 16% 16 44% 21 31%
Dona de casa 5 16% 0 0% 5 8%
Funcionário público 2 6% 2 6% 4 6%
Desempregado 1 3% 2 6% 3 4%
Estudante médio 2 6% 0 0% 2 3%
Estudante superior 1 3% 0 0% 1 2%
Negócio atual 5 16% 9 25% 14 21%
Total 31 100% 36 100% 67 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Sobre o tipo de atividade que atuavam antes de aderir ao formato MEI, a maioria dos
entrevistados eram informais (mulheres 49% e homens 70%) ou se registraram em outra
categoria. Em termos gerais, 60% dos entrevistados consideravam-se informais e, apenas,
27% exerciam suas atividades num nível formal. Não houve possibilidade de comparar o
resultado com outros estudos, uma vez que, essa variável não foi estudada por outros
pesquisadores (conforme a Tabela 9).
Tabela 9 - Tipo de atividade que atuavam antes de aderir ao formato MEI
Nível Mulheres % Homens % Total %
Formal 10 32% 8 22% 18 27%
Informal 15 49% 25 70% 40 60%
Outros 6 19% 3 8% 9 13%
Total 31 100% 36 100% 67 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Acerca do ramo de atuação antes da formalização ao MEI, a Tabela 10 a seguir relata que, o
setor que houve mais empreendedorismo informal foi o setor de comércio, em que 57% das
56
mulheres e 50% dos homens exerciam suas funções antes da formalização. Em segundo lugar,
vem o setor de serviços, onde 41% dos entrevistados atuavam, sendo mais mulheres (43%) do
que homens (39%). O setor da indústria, que incluia as atividades profissionais de marcenaria,
serralharia, operários em geral e construção civil, foi exercido, unicamente, pelo sexo
masculino, com apenas 6% do total de entrevistados e 11% do total de microempreendedores
masculinos. Não houve condições de fazer analogia com outros estudos, porque não
abordaram este questionamento antes da adesão ao MEI.
Tabela 10 - Ramo do negócio anterior à adesão MEI
Setor Feminino Masculino Total
Comércio 57% 50% 53%
Indústria 0% 11% 6%
Serviço 43% 39% 41%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Em relação ao tempo em que atuaram na informalidade, observa-se respostas bastante
pulverizadas, mas pôde-se notar que 58,1% das mulheres atuaram menos de 5 anos; 22,6%
entre 6 a 10 anos, enquanto que, nenhuma mulher da amostra trabalhou na informalidade por
mais de 10 anos. Vale destacar, porém, que 19,4% da amostra feminina não executou
atividade na informalidade antes de se tornar MEI. Os dados individuais podem ser
visualizados na Tabela 11.
Quando analisado o tempo em que os homens atuaram na informalidade, observa-se, também,
respostas mescladas, sendo que 52,8% do total atuaram menos de 5 anos na informalidade e
25% atuaram no período de seis a dez anos. Ambas as cifras são semelhantes com os dados
das mulheres. No entanto, 13% dos homens exerciam atividades informais por mais de dez
anos. Todavia, não houve registro das mulheres nesta categoria. Também, apenas 8,4% dos
homens não exerciam atividades informais antes de virar MEI, cerca da metade da faixa
feminina.
No que se refere ao tempo em que todos da amostra trabalharam por conta própria, a pesquisa
aponta que, 55,2% atuaram menos de 5 anos, enquanto que, 23,0% atuaram de seis a dez anos
e, 7,5% atuaram na informalidade por mais de dez anos antes de se formalizar. Os que não
atuaram na informalidade antes de se tornar MEIs somam 13,4%. A tabela abaixo demonstra
o painel geral por ano de atuação, antes de se tornar MEI.
57
No estudo de Siqueira, Rocha e Telles (2013), o resultado, também, destacou o grupo de até 5
anos de atividade informal antes de virar MEI. No estudo de Goulart (2013), porém, o período
de 6 a 10 anos na informalidade antes de vinculação à legislação MEI foi o mais identificado
quanto ao tempo, seguido por até 5 anos. Resultado divergente ao de Goulart, também, foi
encontrado na publicação do SEBRAE perfil do MEI 2013 (2014), onde o tempo informal de
10 anos, ou mais, foi o mais frequente. Aparentemente, não há consenso nesta variável e,
provavelmente, depende muito das condições socioeconômicas de cada estudo.
Tabela 11 - Tempo que atuou na informalidade
Tempo Mulheres % Homens % Total %
1 ano 2 6% 4 11% 6 9%
2 anos 6 19% 3 8% 9 13%
3 anos 3 10% 2 6% 5 7%
4 anos 4 13% 4 11% 8 12%
5 anos 3 10% 6 17% 9 13%
6 anos 2 6% 2 6% 4 6%
8 anos 4 13% 0 0% 4 6%
10 anos 1 3% 7 19% 8 12%
12 anos 0 0% 1 3% 1 1%
15 anos 0 0% 4 11% 4 6%
0 ano 6 19% 3 8% 9 13%
Total 31 100% 36 100% 67 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Foi questionado aos trabalhadores se eles contribuíam para previdência social antes de aderir
ao MEI e, os seguintes resultados foram constatados: 52% das mulheres, enquanto 64% dos
homens não contribuíam; 48% das mulheres, enquanto 36% dos homens contribuíam.
Analisando o total, 58% dos respondentes não recolhiam o INSS, enquanto que, 42% dos
trabalhadores pagavam tal contribuição.
Compararando o resultado encontrado na cidade de Campos das Vertentes-MG por Resende,
Silveira, Nascimento, Soares e Bernardo (2013), dos envolvidos, 68,42% já contribuíam para
a previdência e 31,58% nunca contribuíam. Não houve possibilidade de comparar o resultado
com outras regiões pelo fato desta variável não ter sido indagada em outros estudos. Vide os
dados na Tabela 12.
58
Tabela 12 – Contribuição INSS conforme gênero
INSS Mulheres % Homens % Total %
Não 16 52% 23 64% 39 58%
Sim 15 48% 13 36% 28 42%
Total 31 100% 36 100% 67 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
A Tabela 13 descreve a contribuição para o INSS por idade. Aparentemente, quanto mais
velho o MEI, menos interesse tem em contribuir para o INSS. A faixa etária que menos
contribuía era de 31 a 40 anos, o equivalente a 30% do total da amostra e, 71,4% do grupo de
respondentes. Do total dos pesquisados, a faixa que mais contribuiu antes da adesão foi de 41
a 50 anos, o equivalente a 15% do total entrevistado, embora, corresponde a apenas a 47,6%
do próprio grupo observado individualmente, como pode ser visto na Tabela 13:
Tabela 13 – Contribuição INSS conforme idade
INSS
Até 20 anos 21 a 30 anos 31 a 40 anos 41 a 50 anos > 51
Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %
Não 1 2% 4 6% 20 30% 11 16% 3 4%
Sim 2 3% 5 8% 8 12% 10 15% 3 4%
Percentagem conforme grupo etário individual
Não 33,3 44% 71,44 52,4 50,0
Sim 66,7 55,6 28,6 47,6 50,0
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Na sequência foram quantificados os empregados que ajudavam nas atividades
desempenhadas. O resultado se assemelha ao trabalho de Silva, Cunha, Iara e Machado
(2014). Dos MEIs entrevistados, 82% dos trabalhadores executavam sua atividade sem
nenhuma ajuda, ou seja, nenhum empregado. Todavia, 13% tinha 1 empregado e só 5% tinha
2 empregados, quando analisado por gênero as mulheres representavam o maior percentual de
trabalho individual.
Tabela 14 - Empregados ajudando antes da formalização
Empregado Mulheres % Homens % Total %
Nenhum 28 90% 27 75% 55 82%
Um 2 7% 7 19% 9 13%
Dois 1 3% 2 6% 3 5%
Três 0 0% 0 0% 0 0%
Quatro ou mais 0 0% 0 0% 0 0%
Total 31 100% 36 100% 67 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
59
Sobre o número de familiares (cônjuge, filhos ou parentes) que colaboravam no trabalho antes
da formalização. A Tabela 15 sinaliza que 60% da amostra responderam que não recebiam
ajuda de nenhum familiar, enquanto, 31% recebiam ajuda de um familiar; 6% de dois
familiares e, 3% de três familiares. Na categoria gênero, 47% dos homens recebiam ajuda dos
familiares, enquanto apenas, 32% das mulheres recebiam ajuda. Isso se deve, provavelmente,
ao tipo de trabalho desenvolvido pelos dois grupos ou do fato que o homem da casa já possuía
um trabalho remunerado.
Na pesquisa de Silva, Lopes, Ribeiro Filho e Pederneiras (2010), o resultado encontrado para
essa variável foi um pouco diferente do exposto, de forma que somente 44% dos respondentes
afirmaram que não recebiam ajuda de familiares, enquanto que, 56% recebiam a colaboração
de parentes no desenvolvimento dos trabalhos, antes da formalização ao MEI.
Tabelas 15 – Familiares que colaboravam antes da formalização
Familiares Mulheres % Homens % Total %
Nenhum 21 68% 19 53% 40 60%
Um 8 26% 13 36% 21 31%
Dois 1 3% 3 8% 4 6%
Três 1 3% 1 3% 2 3%
Quatro ou mais 0 0% 0 0% 0 0%
Total 31 100% 36 100% 67 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Em relação à obtenção de financiamento e empréstimo para o empreendimento antes da
formalização, a Tabela 16 indica que a maioria (57%) não tentou obter recursos mediante
empréstimo. Em contrapartida, 24% mencionaram que solicitaram empréstimo, mas não
obtiveram. Apenas 19% buscou esse meio para capitalizar a empresa e houve êxito. A maior
parte das mulheres, 68% não tentaram contrair dívidas, 19% tentaram o empréstimo e não
conseguiram e, só 13% tentaram e conseguiram. Já os homens, 47% não tentaram contrair
empréstimo, 28% tentaram, mas não conseguiram e 25% tentaram e conseguiram. Não foram
identificados estudos sobre essa variável antes da formalização.
Tabela 16 – Obtenção de empréstimos antes da formalização
Empréstimos Mulheres % Homens % Total %
Não tentou 21 68% 17 47% 38 57%
Tentou não conseguiu 6 19% 10 28% 16 24%
Tentou e conseguiu 4 13% 9 25% 13 19%
Total 31 100% 36 100% 67 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
60
Os motivos gerais pelos quais não se tentou financiamento estão descritos na Tabela 17. Para
as mulheres, as respostas que se destacaram: 1. achava dificil consegui-lo; 2. falta de acesso
ao banco e 3. pelo simples fato de se achar trabalhando na informalidade. Já para os homens,
a dificuldade de acesso ao banco está em primeiro lugar, seguido por não ter necessidade,
achava difícil e pelo fato de ser informal. Todos com a mesma percentagem 10,4%. Nesse
sentido, pode-se notar que, no geral, os três motivos mais relevantes foram: dificuldade de
acesso ao banco; achava difícil e por ser informal respectivamente. Vale destacar que, cerca
de 15% da amostra não achava necessária lançar mão em recursos terceirizados. Como 25%
da amostra era assalariada antes de se transformar MEI, possivelmente os recursos envolvidos
eram oriundos de idenizações empregatícias.
Tabela 17 – Motivos para não tentar financiamento
Motivos Mulheres % Homens % Total %
Dificuldade de acesso ao
banco 8 24,2 10 32,3 18 28,1
Achava difícil 10 30,3 6 19,4 16 25,0
Por ser informal 4 12,1 6 19,4 10 15,6
Não tinha necessidade 3 9,1 6 19,4 9 14,1
Juros Elevados 4 12,1 1 3,2 5 7,8
Faltam informações 4 12,1 0 0,0 4 6,3
Restrições 0 0,0 1 3,2 1 1,6
Outros 0 0,0 1 3,2 1 1,6
Total 33 100 31 100 64 100,0
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Entre as instituições em que os trabalhadores autônomos tentaram empréstimos e não
conseguiram, a maior frequência foi no banco privado e Banco do Brasil respectivamente.
Como visto, anteriormente na Tabela 16, os homens foram os que mais se arriscaram ao tentar
contrair empréstimo.
Tabela 18 - Instituições que tentaram financiamento, mas não conseguiram
Fonte Mulheres % Homens % Total %
BNB 1 9,1 3 13,0 4 11,8
BB 2 18,2 8 34,8 10 29,4
CEF 2 18,2 3 13,0 5 14,7
Banco Privado 6 54,5 8 34,8 14 41,2
Familiares/amigos 0 0,0 1 4,3 1 2,9
Total 11 100 23 100 34 100
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
61
Os motivos para as negativas dos empréstimos podem ser vistos na Tabela 19. Exigência de
garantia e documentação foram os principais motivos para que o crédito fosse negado.
Tabela 19 - Motivos para não obtenção dos empréstimos
Motivo de recusa Mulheres % Homens % Total %
Exigência de garantia 6 50,0 7 46,7 13 48,1
Falta de informações 1 8,3 0 0 1 3,7
Documentação 2 16,7 4 26,7 6 22,2
Juros elevados 2 16,7 2 13,3 4 14,8
Restrição 1 8,3 2 13,3 3 11,1
Total 12 100 15 100 27 100
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Analisando a amostra que conseguiu empréstimo e financiamento, a Tabela 20 indica as
instituições que mais concederam crédito, foram o Banco do Nordeste14
; banco privado e
Banco do Brasil na sequência decrescente.
Tabela 20 - Instituições que liberaram crédito
Fonte Mulheres % Homens % Total %
BNB 2 50 3 25 5 31,3
BB 1 25 2 16,7 3 18,8
CEF 0 0 1 8,3 1 6,3
Banco Privado 1 25 3 25 4 25
Familiares/amigos 0 0 1 8,3 1 6,3
Cheque especial 0 0 1 8,3 1 6,3
Outros 0 0 1 8,3 1 6,3
Total 4 100 12 100 16 100
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Na Tabela 21, foi possível verificar qual a finalidade do empréstimo e financiamento
conseguido (sendo permitido marcar mais de uma resposta). Para a maior parte dos
respondentes, o empréstimo foi utilizado para capital de giro representando 72% dos
entrevistados (as mulheres utilizaram 100% desta modalidade).
14 Através do Crediamigo facilitador de crédito, Programa de Microcrédito Produtivo Orientado (PMPO).
62
Tabela 21- Finalidade do empréstimo
Finalidade Mulheres % Homens % Total %
Compra equipamento/estoque 0 0% 3 30% 3 21%
Reforma/construção 0 0% 1 10% 1 7%
Capital de giro 4 100% 6 60% 10 72%
Total 4 100% 10 100% 14 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Dentre os respondentes que conseguiram empréstimos e financiamentos, 46% ficaram na
faixa entre R$ 1.001,00 (hum mil e um reais) e R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais),
esses recursos foram destinados, de modo geral, para o capital de giro; compra de máquinas e
equipamentos; matéria prima, entre outros. Observe o resultado total na Tabela 22.
Tabela 22 - Valor do financiamento ou empréstimo
Valor R$ Mulheres % Homens % Total %
Entre R$100,00 e R$1.000,00 1 25% 0 0% 1 8%
Entre R$1.001,00 e R$2.500,00 2 50% 4 44% 6 46%
Entre R$2.501,00 e R$5.000,00 0 0% 4 44% 4 31%
Acima de R$5.001,00 1 25% 1 12% 2 15%
Total 4 100% 9 100% 13 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
4.1.3 Bloco III – Após adesão ao modelo MEI
Referente à adesão ao modelo MEI, 55% da amostra foram adesões por necessidade e 45%
foram por oportunidade. Considerando o gênero, o resultado feminino contemplou que 52%
aderiram por necessidade e 48% por oportunidade. Quanto ao gênero masculino, 58% das
adesões se confirmaram por necessidade, enquanto que, 42% foram por oportunidade. Isso
reforça a imagem da resposta à pergunta 8ª do questionário, que trata da ocupação anterior à
formalização. A maioria dos respondentes era autônoma, ou seja, tinha necessidade de se
sustentar. Esses resultados são contrários aos estudos do GEM (2014) e, também, do
SEBRAE (2015), pois eles afirmam que, no Nordeste cresceu o empreendedorismo por
oportunidade em vez daquele motivado por necessidade.
Tabela 23 - Adesão ao MEI (Necessidade x Oportunidade)
Adesão Mulheres % Homens % Total %
Necessidade 16 52% 21 58% 37 55%
Oportunidade 15 48% 15 42% 30 45%
Total 31 100% 36 100% 67 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
63
Dentre os MEIs que afirmaram terem sido empreendedores, nas duas categorias de adesão, a
faixa etária em maior evidência é entre 31 a 40 anos, conforme mostra a Tabela 24. Não foi
possível a analogia com outros estudos, em face desta variável não ter sido analisada.
Tabela 24 - Empreendedorismo por idade
Idade
Até 20
anos
21 a 30
anos
31 a 40
anos
41 a 50
anos
Acima de
51 anos
Necessidade 1 4 15 13 4
Oportunidade 2 5 13 8 2
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
O principal motivo para aderir ao modelo MEI, considerado pelos respondentes, foi o
benefício INSS (44%) e, na sequência, a tranquilidade de exercer a atividade legalizada
(34%). A faixa etária com maior frequência de respostas é entre 31 a 40 anos, para os dois
motivos mais respondidos. Os motivos que não estão na tabela, se devem ao fato de não terem
sido selecionados pelos respondentes. É pertinente observar que, benefícios como: Facilidade
de conseguir empréstimos (7%); Respeito e credibilidade (1%); Vender para o governo (0%);
Redução de impostos (0%) mostraram-se pouco relevantes ou totalmente sem relevância para
os MEIs entrevistados nesta pesquisa, assim como nos demais estudos já analisados. Essa
informação contradiz o incentivo à formalização disseminada como justificativa
governamental para a criação do MEI.
Utilizando as motivações para a formalização como MEI, conforme o estudo realizado em
Goiás por Silva, Cunha, Iara e Machado (2014), a Tabela 25 indicou que, o motivo principal
para afiliação foi a obtenção de benefícios do INSS; seguido por tranquilidade de exercer sua
atividade com segurança, ou seja, legalizado independente de gênero. Esse segundo indicador
é corroborado pela pesquisa realizada por Julião, Leone e Veiga Neto (2013) na cidade de
Sobral-CE (exercer a atividade de forma legal e não temer a fiscalização), e da pesquisa de
Siqueira, Rocha e Telles (2013), em que o benefício determinante da decisão de formalização
foi a segurança jurídica de exercer a atividade. Entretanto, conflita-se com o apresentado pelo
pesquisador Goulart (2013) na cidade Criciúma-SC, onde o benefício mais motivador é acesso
ao sistema financeiro, e o da pesquisadora Souza (2010), que registrou como resposta
principal a possibilidade de emitir nota fiscal. Na publicação MEI 5 anos do SEBRAE (2015),
o resultado benefício do INSS ficou em 2º lugar.
64
Tabela 25 - Motivos para formalizar atividade por gênero
Motivo Feminino % Masculino % Total %
Benefício INSS 14 45% 15 42% 29 44%
Respeito e Credibilidade 1 3% 0 0% 1 1%
Tranquilidade/legalizado 12 39% 11 31% 23 34%
Emitir Nota Fiscal 2 6% 5 13% 7 10%
Facilidade de Empréstimo 1 3% 4 11% 5 7%
Outro motivo 1 3% 1 3% 2 3%
Total 31 100% 36 100% 67 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Avaliando os motivos para afiliação à legislação MEI, por faixa etária (Tabela 26), pôde-se
observar que os dois motivos apresentados acima, com maior frequência, permaneceram em
todas as faixas etárias. Exceto o grupo mais jovem, onde todos optaram para o item
tranquilidade/legalização. Este grupo, porém, é composto por apenas três membros. O grupo
com maior número de membros, ou seja, de 31 a 40 anos, optou para o item de benefícios do
INSS em primeiro lugar; seguido pela tranquilidade de ser legalizado. O grupo dos mais
velhos optou para os demais motivos de filiação, em segundo lugar, com exceção do motivo
Respeito e Credibilidade que foi escolhido por apenas um membro da amostra.
Tabela 26 - Motivos para formalizar por faixa etária
Motivos para filiação à
Legislação MEI Grupos Etários
Até 20 21 a 30 31 a 40 41 a 50 > 51 Total
Freq
. % Freq. %
Freq
. %
Freq
. %
Freq
. %
Freq
. %
Benefício INSS 0 0 3
33,
3 14
46,
7 11
52,
4 2
33,
3 30 43,5
Respeito e Credibilidade 0 0 0 0,0 1 3,3 0 0,0 0 0,0 1 1,4
Tranquilidade/legalizado 3
10
0 4
44,
4 8
26,
7 7
33,
3 1
16,
7 23 33,3
Emitir Nota Fiscal 0 0 1
11,
1 4
13,
4 1 4,8 1
16,
7 7 10,1
Facilidade de empréstimo 0 0 1
11,
1 2 6,7 2 9,5 1
16,
7 6 8,7
Outro Motivo 0 0 0 0,0 1 3,3 0 0,0 1
16,
7 2 2,9
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Ao questionar se houve dificuldade para iniciar no seu negócio, 78% responderam que não
encontraram dificuldades, enquanto 22% encontraram alguma dificuldade. Esse resultado
confirma os dados analisados na Tabela 8, que constataram o fato de 60% dos
microempreendedores individuais terem exercido atividades informais, demonstrando
65
possuírem alguma experiência anterior no negócio. Sendo assim, a formalização como MEI
apresenta-se como uma continuidade das atividades que já exerciam. As mulheres alegaram
maiores dificuldades que os homens (26%) e (19%) respectivamente.
Tabela 27 - Dificuldades para iniciar na atividade
Dificuldade
para iniciar Mulheres % Homens % Total %
Não 23 74% 29 81% 52 78%
Sim 8 26% 7 19% 15 22%
Total 31 100% 36 100% 67 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Para as mulheres, a dificuldade para iniciar o seu negócio está distribuída em todas as faixas
etárias. Com exceção do grupo mais jovem, em que a metade da amostra teve nível superior.
Em todas as outras faixas etárias houve registro de dificuldade, o que significa que, mais da
metade das MEIs, apenas, tem nível médio, como foi visto anteriormente na Tabela 4.
Tabela 28 – Grau de dificuldade x Idade
Mulheres
Até 20
anos
21 a 30
anos
31 a 40
anos
41 a 50
anos
Acima de
51 anos
Não 2 3 9 7 2
Sim 0 2 2 3 1
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Para os homens, a situação é bastante diferente. Embora, todos da faixa mais jovem possuírem
nível superior e, nas outras faixas o nível de escolaridade está distribuído entre fundamental 2
e nível médio, o que pode ser visto na Tabela 4, apenas houve registro de dificuldade na faixa
jovem e na faixa entre 31 a 40 anos. Vale destacar, portanto, que mesmo com nível escolar
mais baixo, a maioria dos homens julgou que não teve dificuldade em administrar o seu
negócio. Em contrapartida, o jovem formado confessa que teve dificuldades. Aparentemente,
o conceito de dificuldade em administrar o seu negócio não parece ser bem definido ou está
ligado à formação acadêmica.
Tabela 29 - Grau de dificuldade x Idade
Homens
Até 20
anos
21 a 30
anos
31 a 40
anos
41 a 50
anos
Acima de
51 anos
Não 0 4 11 11 3
Sim 1 0 6 0 0
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
66
As dificuldades são apresentadas em todo processo de gestão, em qualquer atividade. No
intuito de identificá-las, questionou-se qual a principal dificuldade enfrentada, atualmente,
para manter o negócio. Dentre as respostas apontadas encontram-se15
: concorrência (54%);
problemas financeiros (48%); falta de cliente (45%) e, falta capacidade de gerir o próprio
negócio (27%). Sobre esse último, apesar da expertise de já atuarem no negócio, é justificável
a falta de capacidade de gestão em razão do baixo nível de instrução escolar dos MEIs, como
descrito na Tabela 3, em que mais de 85% da amostra não possuem ensino superior ou pós-
graduação. Entretanto, num estudo realizado pelo SEBRAE (2014), a principal dificuldade
encontrada atualmente está no item conseguir crédito/dinheiro emprestado, que equivale ao
item Problemas Financeiros deste trabalho. A Tabela 30 apresenta o resumo das dificuldades.
Tabela 30 - Dificuldades atualmente
Dificuldades Total %
Nenhuma 6 9%
Problemas Financeiros 32 48%
Falta de Clientes 30 45%
Inadimplência 12 18%
Concorrência 36 54%
Falta capacid de admin 18 27%
Outras 2 3%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Na Tabela 31, pode-se verificar, isoladamente, o item falta capacidade de administrar o
próprio negócio e uma correlação com as variáveis gênero e idade. O resultado encontrado foi
um equilíbrio entre o quantitativo de respondentes e a mesma faixa etária para ambos os
gêneros.
Tabela 31 – Dificuldade de administrar o próprio negócio por gênero e idade
Idade x Gênero
Até 20
anos
21 a 30
anos
31 a 40
anos
41 a 50
anos
Acima de
51 anos
Feminino 0 1 4 2 1
Masculino 0 0 6 4 0
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
15 Em termos percentuais o somatório ultrapassa 100%, porque havia possibilidade de marcar mais de
uma resposta para esta pergunta.
67
A formalização do MEI teve início em julho de 2009. Desde então, ocorre um movimento
intenso de novos registros de Microempreendedores16
. Ao questionar o tempo que os
entrevistados estavam registrados formalmente, como microempreendedores individuais
(Tabela 32), constatou-se que os homens são formalizados há mais tempo do que as mulheres,
ou seja, 3 anos e 2 anos e meio, respectivamente. Em termos gerais, 28,4% do total
pesquisado estão regularizados há 2 anos, seguidos por 25,4% há 3 anos e, 22,3% há 4 anos.
O tempo de atividade formal médio é de 2,78 anos, com desvio padrão 1,339, o mínimo de 1
ano e máximo de 6 anos. Similar a esse resultado, foi o resultado dos pesquisadores Justo,
Lima, Almeida, Carvalho e Monte (2011); Siqueira, Rocha e Telles (2013) e, também,
Vianna, Teixeira e Franca (2012) variou entre 02 e 03 anos de formalização.
Tabela 32 - Tempo de formalização
Tempo Feminino % Masculino % Total %
1 ano 7 22,6 4 11,1 11 16,4
2 anos 10 32,3 9 25 19 28,4
3 anos 7 22,6 10 27,8 17 25,4
4 anos 6 19,4 9 25 15 22,4
5 anos 1 3,2 3 8,3 4 6,0
6 anos 0 0 1 2,8 1 1,5
Total 31 100 36 100 67 100%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
No questionário, foi inquirido qual o setor de atuação após a formalização ao MEI. O maior
número de microempreendedores concentra-se na atividade comercial (66%), a representação
mais forte foi do gênero feminino; seguido pelo setor de serviços (28%) e indústria que é
exercida por apenas 6% da amostra, com maior representação masculina. A mesma tendência
de concentração foi encontrada nas pesquisas realizadas pelo SEBRAE no perfil MEI (2015);
Justo, Lima, Almeida, Carvalho e Monte (2013), e também, Silva, Cunha, Iara e Machado
(2014). Em contrapartida, nos estudos realizados por Goulart (2013); Diniz (2013)
prevalecem a prestação de serviço entre os MEIs. Souza (2010), também, encontrou prestação
de serviços. Interessante que, nenhum pertencia ao setor da indústria (certamente por ter sido
uma das primeiras pesquisas sobre MEI, a atividade industrial não estava bem difundida).
16 Conforme estatísticas do site Portal do Microempreendedor (2016) a quantidade de novos registros
MEI no município foram: zero em (2009); 243 em (2010); 620 em (2011); 1080 em (2012); 1567
em (2013) e 2015 em (2014).
68
Tabela 33 - Setor de atuação
Setor Feminino % Masculino % Total %
Comércio 23 74% 21 58% 44 66%
Indústria 0 0% 4 11% 4 6%
Serviço 8 26% 11 31% 9 28%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Analisando, detalhadamente, as atividades mais frequentes entre os microempreendedores
individuais, com concentração no setor de comércio, as três atividades com o maior número
de MEIs são: comércio varejista de vestuário (27%); cabelereiros (14%) e, comércio varejista
de artigos de armarinho (14%). Essas atividades são encontradas, especialmente, no gênero
feminino. Para os homens, as atividades mais frequentes são as do setor de comércio e
serviços, como: comércio varejista de vestuário (28%), comércio de alimentos, mercearias e
minimercados; reparo e manutenção de computadores e periféricos e, serralharia e
marcenaria, todas com 7%. Corrobora com esse resultado a pesquisa Perfil MEI SEBRAE
(2014). Já a pesquisa de Souza (2010) obteve cabelereiro, como principal atividade e,
Sulzback (2014) lanchonete e casa de sucos.
As atividades praticadas pelos optantes do MEI não exigem muito esforço intelectual ou
especializado e, em geral, têm baixos valores agregados. A maior parte das atividades
desenvolvidas apropria-se de know how adquirido no dia-a-dia. É importante ressaltar que,
para se tornar MEI, o trabalhador informal pode atuar em mais de 471 atividades17
,
classificadas de acordo com o CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas). Na
amostra considerada, existem apenas 30 ramos de atividades diferentes. Dentre as informadas,
na Tabela 34, é possível observar aquelas que apareceram na pesquisa e seu percentual de
representação:
17 A lista completa de atividades permitidas ao microempreendedor individual está disponível em:
<http://www.portaldoempreendedor.gov.br/mei-microempreendedor-individual/atividades-
permitidas/lista-completa-de-atividades-permitidas-ao-mei>.
69
Tabela 34 - Ramo de atividade
Ramo Fem. %
Masc
. % Total %
Com. Vestuário e Acessórios 8 27% 10 28% 18 28%
Cabelereiros 4 14% 2 6% 6 10%
Com. Prod. Aliment. Mercearias e mercados 0 0% 3 7% 3 5%
Lanchonetes, Casas de chá, de sucos e similar 2 6% 1 3% 3 5%
Com. Artigos de armarinho 4 14% 1 3% 5 8%
Reparo e manuten. Comput. e de periféricos 0 0% 3 7% 3 5%
Com. Prod. de perfumaria e higiene pessoal 2 6% 0 0% 2 4%
Restaurantes e similares 1 3% 1 3% 2 4%
Serralharia, marcenaria 0 0% 3 7% 3 5%
Aluguel de material médico 1 3% 0 0% 1 1%
Com. de ração e animais, peixes ornamentais 0 0% 1 3% 1 1%
Manutenção e reparo de sapatos 0 0% 1 3% 1 1%
Doces e salgados 1 3% 0 0% 1 1%
Moto taxista 0 0% 1 3% 1 1%
Com. de equip. informática e suprimentos 1 3% 0 0% 1 1%
Reparo de artigos mobiliário. 0 0% 1 3% 1 1%
Equip. eletronic. e celular, Telefonia 0 0% 1 3% 1 1%
TV por assinatura 1 3% 0 0% 1 1%
Com. de livros e revistas 2 6% 0 0% 2 4%
Com. de artigos joalheria 0 0% 1 3% 1 1%
Fabricação de canetas, lápis brindes, 1 3% 0 0% 1 1%
Com. de suvenires, bijuterias e artesanato 1 3% 0 0% 1 1%
Com. hortifrutigranjeiros 0 0% 1 3% 1 1%
Exploração de jogos eletrônicos recreativos 0 0% 1 3% 1 1%
Com. peças e acessórios para veículos 1 3% 0 0% 1 1%
Serv. de manuten. e reparo mecânico 0 0% 1 3% 1 1%
Aluguel de palcos, cobert. e outras estrut. 0 0% 1 3% 1 1%
Com. de animais vivos e alimentos 1 3% 0 0% 1 1%
Com. de gás GLP 0 0% 1 3% 1 1%
Fotocópias 0 0% 1 3% 1 1%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Quanto ao local de atuação do negócio, os números mostram que 27% atuam apenas no
domicílio; 34% fora do domicílio; 39% no domicílio ou fora dele. Entre as mulheres há certo
equilíbrio entre os possíveis locais de atuação, ou seja, (32%); (36%) e (32%)
respectivamente. Todavia, os homens apresentam menor frequência apenas no domicílio
(22%); fora (33%) e (45%) no domicílio e fora. Esses resultados são similares aos de Silva,
Cunha, Iara e Machado (2014). Mas, conflitantes com os dados do SEBRAE (2014), pois
constataram que a maioria atua em casa e, Goulart (2013) constatou que a maioria atua fora
do domicílio. A Tabela 35 indica o detalhamento dos dados.
70
Tabela 35 - Ambiente de trabalho
Local Feminino % Masculino % Total %
Fora do domicílio 11 36% 12 33% 23 34%
No domicílio e fora 10 32% 16 45% 26 39%
Apenas no domicílio 10 32% 8 22% 18 27%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
É concedido ao MEI a vantagem de contratar um empregado com carteira assinada por CNPJ,
com custo reduzido. Dito isso, foi questionado quantos se beneficiaram desse incentivo à
formalização e, foi constatado que a maioria não contratou empregado (75%); apenas 25%
usufruiram desse diferencial. As mulheres foram as que mais empregaram (32%), em relação
aos homens (19%). A mesma proporção foi identificada na pesquisa de Silva, Cunha, Iara e
Machado (2014).
Resende, Silveira, Nascimento, Soares e Bernardo (2013) concluiram que, 55% dos
entrevistados nunca tiveram funcionário ou não necessitavam admitir algum ajudante; apenas
30% contrataram funcionário pós formalização. Isso se deve ao fato dos MEIs possuírem
trabalhadores informais, sem vínculo empregatício e, parte desses são familiares. Corrobora
com a análise da Tabela 34, na qual a maior parte das atividades desenvolvidas pelos MEIs é
simples e, apropria-se da expertise adquirida na rotina diária. Na Tabela 36 é possível
verificar os dados.
Tabela 36 - Contratação de empregado
Empregado Feminino % Masculino % Total %
Não 21 68% 29 81% 50 75%
Sim 10 32% 7 19% 17 25%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Na sequência, foi questionada a influência de familiares nas atividades dos MEIs, e constatou-
se que, 42% possuem um familiar ajudando no negócio (o cônjuge ou o filho); 30% têm a
ajuda de dois familiares (cônjuge e filho); 6% têm a ajuda de três familiares. Embora, esses
últimos devessem estar em regime de tributação diferente, permanecem dessa forma nessa
opção, a fim de se beneficiarem com os incentivos desse segmento.
Esses números retratam que, o modelo de negócio MEI gera desenvolvimento social nas
localidades onde ele está estabelecido. Nenhum dos entrevistados tem a colaboração de 4 ou
71
mais familiares e, a média por gênero é muito parecida, isto é: 1,1 funcionário por MEI
feminino e 1,3 masculino. Essa variável foi pesquisada em outros dois estudos, mas
categoricamente diferente, logo, não se pode fazer analogia. Os dados dos familiares que
colaboram no negócio são apresentados na Tabela 37.
Tabela 37 - Familiares colaborando no negócio
Familiares Mulheres % Homens % Total %
Nenhum 8 26% 7 19% 15 22%
Um 13 42% 15 42% 28 42%
Dois 8 26% 12 33% 20 30%
Três 2 6% 2 6% 4 6%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Em relação ao meio utilizado para a formalização ao MEI, em 47,8% dos casos entrevistados
predominam, através do apoio de um contador; seguido por 28,4% com ajuda de amigos ou
familiares. Houve equilíbrio entre o Portal do empreendedor e do apoio do SEBRAE (11,9%).
As mulheres mantiveram sensível sintonia entre contador (35,5%) e familiares (32,3%),
enquanto que, a maioria dos homens se formalizaram com o auxílio de um contador 58,3%.
Não obstante, dentre aqueles que tiveram ajuda, o menor percentual foi daqueles que
receberam apoio do SEBRAE (11,9%). Na análise de Goulart (2013), os dados referentes ao
apoio do SEBRAE, também, foi percentualmente baixo (11%), porém, os demais dados não
convergem com a inferência anterior. Foi balanceado os casos em que o
microempreendedores formalizaram-se sozinhos, ou seja, utilizaram diretamente o Portal do
empreendedor (33%) ou com apoio de um contador (32%). Na pesquisa Perfil do MEI 2013,
os que tiveram auxílio do SEBRAE, perfazem 19%, enquanto 40,8% afirmaram não ter
recebido qualquer tipo de ajuda na formalização, e fizeram seu registro de adesão diretamente
no Portal do empreendedor SEBRAE (2014).
Tabela 38 - Meio que formalizou
Meio que formalizou Mulher % Homens % Total %
Portal do empreendedor 3 9,7 5 13,9 8 11,9
Apoio contador 11 35,5 21 58,3 32 47,8
Apoio SEBRAE 7 22,6 1 2,8 8 11,9
Amigos ou familiares 10 32,3 9 25,0 19 28,4
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
72
As perspectivas dos MEIs sobre a pretensão de alterar o regime contábil da empresa, em face
de crescimento próspero, não foram positivas. Cerca de 58% não têm desejo de tranformar-se
em Micro Empresa, logo, eles preferem permanecer no regime MEI. Por outro lado, 42% têm
perspectivas positivas de crescer no negócio e mudar a categoria da atividade. Esses dados
vão de encontro àqueles localizados na Tabela 25, onde é registrado que 33% dos
entrevistados têm como principal motivo para se formalizarem, os benefícios de terem uma
empresa legalizada e, 45% o benefício do INSS.
Entretanto, esses mesmos números divergem do encontrado na pesquisa de Silva, Cunha, Iara
e Machado (2014), os quais foram 67% e, do Perfil MEI 2013 (2014), onde 84% dos
entrevistados mensuraram boas perspectivas para o futuro, em que os MEIs esperavam
faturar mais do que R$ 60.000,00 e, se enquadrarem em outra categoria de regime contábil. A
Tabela 39 apresenta de forma similar o resultado entre os gêneros.
Tabela 39 - Perspectiva de crescimento como Microempresa
Perspectiva Mulheres % Homens % Total %
Não 18 58% 21 58% 39 58%
Sim 13 42% 15 42% 28 42%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Foi questionado o porquê de não haver interesse em alterar para Microempresa, e dois
entraves principais foram dados como respostas: 36% responderam não ter tempo para se
dedicar a uma ME e, 35% não demonstraram interesse pelo fato de ter aumento expressivo
nos encargos tributários. Os MEIs entrevistados ainda demonstraram ter medo (26%),
considerando uma mudança de categoria ser muito arriscada.
Tabela 40 - Principal entrave para não mudar para ME
Entrave Mulheres % Homens % Total %
Não tem tempo para dedicar 8 45% 6 30% 14 36%
Muito arriscado 4 22% 6 30% 10 26%
Vai aumentar os impostos 6 33% 7 34% 13 35%
Outros não especificaram 0 0% 1 6% 1 3%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Questionado sobre a principal fonte de renda do microempreendedor individual, o resultado
revelou que, a maior parte deles, 67% afirmaram não possuir outra fonte de renda além do
negócio como MEI. E apenas 33% possuiam outra fonte de renda. Comparado esse resultado
73
ao da pesquisa Perfil MEI 2013 (SEBRAE, 2014), 76% dos MEIs entrevistados alegaram não
possuir nenhuma outra fonte de renda. Tal fato evidencia a importância do formato jurídico
MEI como o principal meio de sobrevivência.
Tabela 41 - Outra renda x gênero
Outra renda Mulheres % Homens % Total %
Não 17 55% 28 78% 45 67%
Sim 14 45% 8 22% 22 33%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Para conhecer quais eram as outras fontes de renda auferidas pelo MEI, foi feita pergunta
específica, obtendo-se as seguintes respostas: Outras rendas (50%); recebem ajuda financeira
de parentes (16%); recebem aposentadoria ou pensão (13%); recebem bolsa família (13%) e
trabalham em empresa privada (5%). Nota-se que, dentre microempreendedores que tinham
outras fontes de renda, 50% consideraram o rendimento do cônjuge ou aluguel como outras
rendas, o que de certo modo converge com o fato de que 31% serem autônomos, ou seja,
informais (Tabela 8). A mensuração anterior contrasta com o encontrado no SEBRAE (2014)
que, 14,5% tinham outra renda procedente de emprego com carteira assinada ou emprego
informal. A Tabela 42 traz o detalhamento das outras rendas auferidas pelos MEIs.
Tabela 42 - Outra fonte de renda auferida pelo MEI
Outra fonte de renda Mulheres % Homens % Total %
Outro negócio 1 7% 0 % 1 4%
Trabalha em empresa
privada
1 7% 0 0% 1 4%
Bolsa família 0 0% 3 33% 3 13%
Aposentadoria ou pensão 3 21% 0 0% 3 13%
Ajuda de parentes 3 21% 1 11% 4 16%
Outras rendas 6 43% 5 56% 11 50%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
A Tabela 43 explora o redimento auferido como MEI na unidade familiar. 58% admitiram
que a atividade exercida pelo microempreendedor é a única fonte de renda familiar; 25% a
consideram como fonte principal e, 16% afirmaram ser fonte secundária, ou seja, na unidade
familiar na qual ele reside outro(s) membro(s) trabalham. Não foi possível aplicar
comparativos porque essa variável não foi abordada em outros estudos.
74
Tabela 43 – Dependência da renda auferida pelo MEI
Dependência familiar Mulheres % Homens % Total %
Única renda 13 42% 26 72% 39 58%
Principal fonte 6 19% 5 14% 11 16%
Fonte Secundária 12 39% 5 14% 17 24%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Acerca do faturamento mensal recebido pelo microempreendedor, a variação encontrada foi
de R$ 1.200,00 (hum mil e duzentos reais) no mínimo, e R$15.000,00 (quinze mil reais) no
máximo. Entretanto, o valor máximo permitido anual é R$ 60.000,00 (sessenta mil reais).
Muitos deles, exatamente 51,6% da amostra (43,3% mulheres e 58,3% homens) auferem
receita bruta anual superior ao autorizado na legislação do MEI, sendo 45,5% até
R$10,000.00 mensais e 6,1% até R$15.000,00 mensais. Mesmo assim, essas empresas não
têm propósito e nem intenção de alterar o regime fiscal como indicado anteriormente na
Tabela 39.
A perspectiva do MEI em alterar a categoria da empresa para outro regime de tributação é
baixa e, o principal motivo é o aumento dos encargos, como foi verificado na tabela 40.
Diante dessa representação, denota-se a ausência completa de fiscalização e controle por parte
da entidades governamentais competentes. A Tabela 44 detalha o faturamento mensal
recebido pelas empresas MEI pesquisadas.
75
Tabela 44 - Faturamento mensal do MEI
Valor Fem. % Masc. % Total %
R$ 1.200,00 0 0 1 2,8 1 1,5
R$ 1.800,00 1 3,3 0 0 1 1,5
R$ 2.000,00 2 6,7 3 8,3 5 7,6
R$ 2.500,00 1 3,3 1 2,8 2 3,0
R$ 2.800,00 0 0 1 2,8 1 1,5
R$ 3.000,00 4 13,3 2 5,6 6 9,1
R$ 3.500,00 1 3,3 0 0 1 1,5
R$ 3.600,00 1 3,3 0 0 1 1,5
R$ 3.800,00 1 3,3 0 0 1 1,5
R$ 4.000,00 3 10 4 11,1 7 10,6
R$ 4.500,00 1 3,3 1 2,8 2 3,0
R$ 5.000,00 2 6,7 2 5,6 4 6,1
R$ 5.500,00 0 0 1 2,8 1 1,5
R$ 6.000,00 5 16,7 6 16,7 11 16,7
R$ 7.000,00 2 6,7 3 8,3 5 7,6
R$ 7.500,00 1 3,3 0 0 1 1,5
R$ 8.000,00 2 6,7 3 8,3 5 7,6
R$ 8.500,00 1 3,3 0 0 1 1,5
R$ 9.000,00 0 0 3 8,3 3 4,5
R$ 10.000,00 1 3,3 2 5,6 3 4,5
R$ 12.000,00 0 0 1 2,8 1 1,5
R$ 13.000,00 0 0 1 2,8 1 1,5
R$ 15.000,00 1 3,3 1 2,8 2 3,0
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Questionou-se aos MEIs o que ocorreu com o faturamento no último ano e, 44,5%
responderam que tiveram uma mudança negativa, ou seja, houve diminuição; 30,3% não
sofreram alterações e, apenas, 25,2% tiveram incremento nas vendas. Certamente, deve-se
considerar a influência da conjuntura econômica nacional que, dia após dia, está em recessão.
A Tabela 44 apresenta o resultado, inclusive separado por gênero. Em termos gerais, somando
as respostas positivas com aquelas em que não houve alteração, percebe-se que as mulheres
foram mais beneficiadas com a mudança MEI, embora os homens aumentaram mais seu
faturamento.
Tabela 45 – Mudanças no faturamento mensal do MEI
Faturamento Mulheres % Homens % Total %
Aumentou 7 22,6% 10 27,8% 17 25,2%
Diminuiu 13 41,9% 17 47,2% 30 44,5%
Não se alterou 11 35,5% 9 25,0% 20 30,3%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
76
Com a finalidade de investigar o aumento geral das vendas, perguntou-se a esses
microempreendedores se o incremento no faturamento (Tabela 45) podia ser atribuído ao fato
de estar formalizado como MEI. A maioria dos microempreendedores (70%) não atribuiu isso
à formalização, por outro lado, 30% afirmaram que a mudança no faturamento ocorreu após a
formalização.
Goulart (2013); Diniz (2013) e, Silva, Cunha, Iara e Machado (2014) estudaram essa
variável e obtiveram respostas de 65% a 69% para o aumento de vendas após a formalização.
Na pesquisa Perfil MEI 2013 (SEBRAE, 2014), 68% dos respondentes, também,
relacionaram o aumento do faturamento ao registro como MEI. A Tabela 46 mostra os
números encontrados.
Tabela 46 – Incremento nas vendas x formalização MEI
Incremento Mulheres % Homens % Total %
Não 3 43% 9 90% 12 70%
Sim 4 57% 1 20% 5 30%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Sabe-se que, toda atividade comercial, industrial ou de serviços precisa de autorização da
Prefeitura para ser exercida. O MEI tem essa licença ou alvará concedido gratuitamente
(validade de 180 dias). Quando indagado se o MEI solicitou o alvará de funcionamento ao
órgão legal competente (Tabela 47), apenas, 37% responderam que possuem alvará, enquanto
63% não o possuem, as mulheres são as mais negligentes neste quesito (71%). Mesmo sem o
pagamento de qualquer taxa, o quantitativo negativo é muito expressivo, de acordo com a
Tabela 47.
Tabela 47 – Solicitação de alvará
Alvará Mulheres % Homens % Total %
Não 22 71% 20 56% 42 63%
Sim 9 29% 16 44% 25 37%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
A Tabela 48 apresenta o motivo para não ter requerido o alvará (sendo possível marcar mais
de uma alternativa). De modo geral 10,6% alegaram não ter tempo para solicitar o alvará ou
por ser burocrático. Enquanto que, 34% desconhecem a obrigação, 36,2% informaram não ter
necessidade. A minoria (4,3%) alegou problema financeiro ou com a prefeitura.
77
Isso ratifica que, a fiscalização no município deste estudo não é intensa como nas grandes
cidades, e faz com que os MEIs não deem tanta importância para sua segurança em relação ao
fisco e perante o município. Não houve comparação com outros estudos porque esta variável
não foi avaliada.
Tabela 48 – Motivos justificados para a não solicitação de alvará
Motivos Mulheres % Homens % Total %
Sem tempo para solicitar 3 12,5 2 8,7 5 10,6
Desconhece a obrigação 6 25,0 10 41,7 16 34,0
Não necessita 9 37,5 8 34,8 17 36,2
Problemas Prefeitura 1 4,2 1 4,3 2 4,3
Burocracia 3 12,5 2 8,7 5 10,6
Problemas financeiros 2 8,3 0 0,0 2 4,3
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Neste bloco, a Tabela 49 indica a obtenção de empréstimo após formalizados como MEIs. O
resultado demonstrou que uma menor parte (8%) não tentou, 40% tentaram e não
conseguiram e, por fim, 52% tentaram e conseguiram capitalizar a empresa através de
concessão de crédito. Os dados aqui encontrados divergem dos obtidos antes da formalização,
são números que destoam bastante, quando comparados à Tabela 16, anteriormente
visualizada.
De fato, a formalização traz maior facilidade de acesso ao crédito e reflete mais confiança ao
MEI, pois, antes de estar formalizado, 68% dos microempreendedores do gênero feminino
nem tentaram, sequer, contrair empréstimo. Neste caso, é pertinente julgar que existe um forte
conservadorismo e receio. Mas, à medida que se torna um MEI, há uma facilidade de acesso
ao sistema bancário e, as mesmas mulheres nesta ocasião representam minoria, ou seja, 10%
foram as que não tentaram contrair empréstimo.
É interessante ressaltar que, não somente o percentual dos que buscaram empréstimos e não
conseguiram, aumentaram após a formalização, mas, também, daqueles que buscaram e
efetivamente conseguiram, passando de 19% para 52%. Esse resultado representa um
aumento de aproximadamente 274% (Tabela 49).
Na pesquisa de Goulart (2013), a maioria (70%) tentou e conseguiu empréstimo para o
empreendimento por meio do sistema bancário. Entretanto, comparando com os resultados da
pesquisa perfil MEI 2013 (SEBRAE, 2014), a maioria dos microempreendedores individuais
78
(77%) afirmou não ter buscado por empréstimos como pessoa jurídica, após a sua
formalização; 13% afirmaram ter buscado por empréstimo e ter conseguido e 10% afirmaram
não ter conseguido empréstimo.
Tabela 49 – Empréstimos após formalização x Gênero
Empréstimos Mulheres % Homens % Total %
Não tentou 3 10% 2 6% 5 8%
Tentou não conseguiu 15 48% 12 33% 27 40%
Tentou e conseguiu 13 42% 22 61% 35 52%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
A respeito dos motivos para não tentar contrair empréstimos, o quantitativo que respondeu foi
muito pequeno diante da amostra total. Na Tabela 50, contudo, apresentam-se os motivos
mencionados. O que vale destacar é que, apenas 20% mencionaram juros altos e outros 20%
apresentaram outro motivo qualquer; 40% julgaram não necessitar e, 20% afirmaram ser
difícil conseguir o financiamento. As respostas da pesquisa anterior à formalização estão
expostas na Tabela 17. Para essa variável não foram identificados estudos anteriores.
Tabela 50 – Motivos para não tentar empréstimo
Motivos Mulheres % Homens % Total %
Achava difícil 1 33,3 0 0,0 1 20%
Não tinha necessidade 1 33,3 1 50,0 2 40%
Juros Elevados 1 33,3 0 0,0 1 20%
Outra razão 0 0,0 1 50,0 1 20%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Aos MEIs que afirmaram ter buscado por empréstimo e não conseguiram, questionou-se quais
foram as instiuições de crédito que os microempreendedores solicitaram. A Caixa Econômica
Federal foi a mais procurada (34%); seguida do banco privado (24%); banco do Brasil (19%)
e Banco do Nordeste (10%). Na pesquisa perfil MEI 2013 (SEBRAE, 2014) a Caixa
Econômica, também, foi citada como a instituição mais procurada, seguida pelo banco do
Brasil e banco privado. A Tabela 51 apresenta tais dados.
79
Tabela 51 – Instituições de crédito procuradas pelos MEIs
Fonte Mulheres % Homens % Total %
BNB 5 15,2 2 6,9 7 11,3
BB 6 18,2 7 24,1 13 21,0
CEF 12 36,4 11 37,9 34 37,1
Banco Privado 8 24,2 8 27,6 24 25,8
Programa crédito local 2 6,1 1 3,4 3 4,8
Total 33 100 29 100 62 100
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Tendo em vista, uma análise mais ampla das dificuldades encontradas para a não concessão
de crédito, a Tabela 52 detalha esses dados. No contexto geral, a exigência de garantia para a
liberação do crédito foi o maior motivo registrado com representação de 34% das respostas,
seguido pelo valor oferecido inferior ao desejado (28%) e, restritivos que totalizaram (16%).
Em particular as mulheres, além dos motivos já citados, também elencaram os juros elevados
(19,2%) como um dos itens que inviabilizaram a concessão do crédito, possivelmente, pelo
fato de serem mais seguras e/ou terem sido mais observadoras. A elevação nas taxas de juros
sobreveio em face da inadimplência do segmento, e conduziu o governo a suspender os
recursos destinados ao fomento do MEI, como as linhas de crédito exclusivas a exemplo do
microcrédito, que beneficiou milhares de usuários. Não foram identificados estudos que
tivessem analisado essa variável.
Tabela 52 – Motivos de recusa
Motivos de recusa Mulheres % Homens % Total %
Exigência de garantia 8 30,8 9 37,5 17 34,0
Falta de informações 1 3,8 0 0 1 2,0
Documentação 2 7,7 1 4,2 3 6,0
Juros elevados 5 19,2 2 8,3 7 14,0
Restrição 4 15,4 4 16,7 8 16,0
Crédito oferecido inferior 6 23,1 8 33,3 14 28,0
Total 26 100 24 100 50 100
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Entre os 35 respondentes que buscaram empréstimo ou financiamento, e conseguiram (Tabela
49), notou-se que as instituições públicas foram procuradas por 78,9% dos MEIs, sendo
49,1% na Caixa Econômica (principal concessor de crédito desse estudo); 15,8% no banco do
Nordeste; 14% no banco do Brasil. Nessa busca por empréstimos, o conjunto de instituições
particulares representou, apenas, 15,8% da procura, sendo 10,5% nos bancos Privados; 3,5%
com familiares e amigos; 1,8% pelo cartão de crédito, e ainda 5,3% recorreram ao crédito
80
menos recomendado do mercado: o cheque especial, devido à acentuada taxa de juros. Vale
destacar que nenhum conseguiu empréstimo/financiamento por meio de programa de crédito
local ou agência financeira, conforme detalhes da Tabela 53.
A elucidação para a maior percentagem de procura e liberação de crédito nas entidades
públicas é que elas incorporam as menores taxas de juros do mercado de crédito. É provável
que, os MEIs tenham considerado essa realidade do mercado e, sentindo-se tranquilos ou
seguros para exercer sua atividade (afirmação de 33% - Tabela 25), buscaram por empréstimo
e/ou financiamento. No entanto, a pesquisa perfil MEI 2013 (SEBRAE, 2014) exibe outro
parecer, nela as organizações públicas são as que têm menor índice de concessão de crédito
para esse público, sendo as organizações privadas, o conjunto de instituições com maior
índice de liberação de crédito para os microempreendedores individuais.
Tabela 53 – Instituições concessoras de crédito
Fonte Mulheres % Homens % Total %
BNB 6 26,1 3 8,8 9 15,8
BB 1 4,3 7 20,6 8 14,0
CEF 8 34,8 20 58,8 28 49,1
Bco Privado 4 17,4 2 5,9 6 10,5
Familiares/amigos 2 8,7 0 0 2 3,5
Cartão de crédito 0 0 1 2,9 1 1,8
Cheque especial 2 8,7 1 2,9 3 5,3
Total 23 100 34 100 57 100
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
As finalidades dos empréstimos e/ou financiamentos mais registradas dentre os 35
respondentes que conseguiram crédito (Tabela 54) foram: compra de equipamento/estoque
(42,6%); capital de giro (40,4%); reforma e/ou construção (17%). As mulheres utilizaram
44,4% da modalidade capital de giro, enquanto, os homens 44,8% da modalidade aquisição de
equipamento/estoque. Isto parece corresponder bem às atividades desenvolvidas pelos
respondentes, conforme Tabela 34. Justo, Lima, Almeida, Carvalho e Monte (2011)
identificaram que: 68,18% fizeram empréstimo empresarial e 31,82% empréstimo pessoal, e
esses recursos foram destinados para o capital de giro; compra de máquinas e equipamentos;
matéria prima, entre outros.
81
Tabela 54 – Finalidade do empréstimo
Finalidade Mulheres % Homens % Total %
Compra equipamento/estoque 7 38,9 13 44,8 20 42,6
Reforma/construção 3 16,7 5 17,3 8 17,0
Capital de giro 8 44,4 11 37,9 19 40,4
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Visando uma análise mais concisa, verificou-se o percentual de obtenção de empréstimo por
categoria de valor, visto na Tabela 44. Do total de empréstimos feitos: 22,8% foram para
recursos abaixo de R$2.500.00, enquanto, 77,2% obtiverem recursos maiores de que essa
soma. Vale destacar que, grande percentagem (45,7%) conseguiu valores acima de R$
5.000,00, sendo a maioria homens. Mais uma vez, julga-se esse dado de acordo com as
atividades desenvolvidas pelos MEIs, em que os homens trabalhavam mais em atividades de
prestação de serviço, onde equipamentos necessitavam ser adquiridos. Não foram
identificados outros estudos que tivessem analisado essa variável.
Tabela 55 – Valor do empréstimo
Valor R$ Mulheres % Homens % Total %
Entre R$100,00 e R$1.000,00 1 7,7 1 4,5 2 5,7
Entre R$1.001,00 e R$2.500,00 3 23,1 3 13,6 6 17,1
Entre R$2.501,00 e R$5.000,00 5 38,5 6 27,3 11 31,4
Acima de R$5.001,00 4 30,8 12 54,5 16 45,7
Total 13 100 22 100 35 100
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
No final da pesquisa, foi questionado aos microempreendedores a respeito se dariam
recomendação a outros autônomos ou informais para vincular-se à legislação MEI. Conforme
a Tabela 56 - 99% dos respondentes recomendariam a formalização ao modelo de negócio. O
dado descoberto foi bastante significativo, indicando satisfação com a modalidade de
formalização. Além disso, o resultado ratifica a resposta da questão quanto à maneira de
formalização, em que 47,8% foram através de um contador e 28,4% foram através de amigos
ou familiares. A satisfação é um fator de influência para a indicação a outras pessoas que
atuam na informalidade. Nas pesquisas publicadas por Diniz (2014) e Perfil MEI SEBRAE
(2014), os entrevistados, também, aprovam o modelo empresarial MEI com percentual acima
de 95%.
82
Tabela 56 - Recomendação à formalização MEI
Recomenda Mulheres % Homens % Total %
Não 1 3 0 0 1 1
Sim 30 97 36 100 66 99
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Para finalizar o bloco III do questionário, investigou-se diretamente a satisfação do
microempreendedor individual com sua formalização (Tabela 57), e, mais uma vez, 99%
informaram que estavam satisfeitos e muito satisfeitos, indicando que esses veem boas
vantagens na formalização e, demonstraram um perfil de plena aprovação quanto ao processo
ocorrido. Todavia, já foi visto que, para não ter acréscimo dos encargos tributários, 58%
pretendiam permanecer na modalidade sem perspectiva de mudar o regime para
microempresa como foi visto, anteriormente, na Tabela 38. A respondente que não
recomendaria a formalização, deve ter indicado sua insatisfação com o processo. A Tabela 57
apresenta o detalhamento do nível de satisfação do MEI.
Tabela 57 - Nível de satisfação
Nível Mulheres % Homens % Total %
Insatisfeito 1 3% 0 0% 1 1%
Satisfeito 27 87% 27 75% 54 81%
Muito satisfeito 3 10% 9 25% 12 18%
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
4.1.4 Bloco IV – Benefícios e vantagens
Com o objetivo de identificar os benefícios que os microempreendedores individuais
consideram mais motivadores para se formalizar. Foi solicitado que, em meio a uma lista
com 12 itens, fossem escolhidos apenas três itens mais relevantes. Desagregando os
resultados na Tabela 58, vê-se que o motivador mais citado, independente do gênero do
entrevistado MEI, foi a cobertura previdenciária (24,5%), na sequência: segurança de exercer
atividade em conformidade com a lei (18,0%); acesso a crédito e serviços bancários (14,0%);
contratar um empregado com baixo custo (11,0%); Isenção de taxas (9,0%).
Esses números evidenciam que, a figura jurídica do MEI possibilitou a concretização do
desejo de possuir um negócio formal de vários entrevistados nesta pesquisa, o que,
provavelmente, não formalizariam suas atividades sem esta modalidade jurídica.
83
Tabela 58 – Benefícios motivadores para se tornar MEI
Benefícios Mulheres % Homens % Total %
Cobertura previdenciária 22 23,9 27 25,0 49 24,5
Segurança exercer atividade 18 19,6 18 16,7 36 18,0
Acesso serviços bancários 11 12,0 17 15,7 28 14,0
Contratar empregado 11 12,0 11 10,2 22 11,0
Isenção de taxas 7 7,6 11 10,2 18 9,0
Emissão de nota fiscal 4 4,3 7 6,5 11 5,5
Apoio do SEBRAE 6 6,5 4 3,7 10 5,0
Redução da burocracia 4 4,3 5 4,6 9 4,5
Redução carga tributária 3 3,3 4 3,7 7 3,5
Funcionamento com alvará 2 2,2 3 2,8 5 2,5
Vendas para governo 3 3,3 1 0,9 4 2,0
Compras coletivas 1 1,1 0 0 1 0,5
Total 92 100 108 100 200 100
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Analisando-se, detalhadamente, a percepção das vantagens exclusivas aos optantes do regime
MEI, realizou-se então um comparativo com as empresas que estão fora dele. Os MEIs
reconhecem, portanto, que contratar um empregado a baixo custo, ser isento de taxas de
abertura, ser isento de contabilidade formal e ter acesso a serviços bancários são vantagens
muito atrativas, que só a modalidade MEI possui.
As percentagens variam conforme gênero, mas a sequência é quase a mesma, com exceção da
facilidade de acesso aos serviços bancários, essa é a mais importante para os homens do que
para as mulheres (essa informação já era esperada, pelo tipo de gasto e valor dos recursos
solicitados apresentados em tabelas anteriores). A Tabela 59 mostra as vantagens
consideradas exclusivas pelos microempreendedores individuais neste estudo. Os dados
permitiram identificar a percepção dos MEIs sobre as empresas que funcionam em outro
regime contábil.
Tabela 59 – Vantagens exclusivas do regime MEI
Vantagens Mulheres % Homens % Total %
Contratar empregado 22 23,9 34 29,1 56 26,8
Isenção de taxas 20 21,7 33 28,2 53 25,4
Dispensa contabilidade 17 18,5 15 12,8 32 15,3
Acesso serviços bancários 10 10,9 16 13,7 26 12,4
Redução carga tributária 11 12 8 6,8 19 9,1
Funcionamento com alvará 6 6,5 6 5,1 12 5,7
Dispensa obrigações acessórias 6 6,5 5 4,3 11 5,3
Total 92 100 117 100 209 100
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
84
4.1.5 Bloco V – Qualidade de vida
Ter qualidade de vida é objetivo do ser humano, e cada um tem sua forma e escolha para
viver, o que abrange várias áreas como: física; psicológica e emocional; relacionamentos
sociais (família e amigos); saúde; educação e outros parâmetros que se relacionam a vida,
Logo, ponderando esses atributos, é coerente afirmar que o homem não nasceu só para
trabalhar. A partir dessa premissa básica, foram catalogados 20 itens de possíveis melhorias
na qualidade de vida dos MEIs.
Com a finalidade de verificar as principais mudanças ocorridas na vida daqueles que
possuíam um negócio MEI, foi questionado a esses microempreendedores se após a
formalização houve alguma mudança interligada à sua qualidade de vida. Foram relacionados
diversos aspectos socioeconômicos, os quais geraram um comparativo de como ficou a
condição de vida após a formalização.
É significativa a melhora na qualidade de vida dos microempreendedores e de seus familiares.
Na Tabela 60 são apresentados os novos costumes que o MEI passou a praticar ou os bens
materiais adquiridos após formalização. Como principais variações destacam-se dez itens de
mudança mais importantes na vida dos MEIs: a inclusão digital com acesso à internet em sua
residência; aquisição de um computador ou notebook, como itens prioritários para,
aproximadamente, 25% de ambos os gêneros; bem como a aquisição de TV por assinatura.
Em termos gerais, todos se mostravam preocupados com a reforma de casa e mobilidade; com
aquisição de motos e veículos, os homens dão maior prioridade para esses itens. As mulheres
se preocupam mais com elas mesmas, com cursos, prática de esportes e aquisição de uma
carteira de habilitação, requisito anterior para compra de motos e veículos.
Os homens pareciam, também, estar mais preocupados com a saúde e educação da família do
que as mulheres; eles priorizam consulta médica particular e escola privada, embora todos,
também, estivessem preocupados com um Plano de Saúde. Esses itens correspondem a 80%
das melhorias sentidas após formalização de MEI. Vale destacar que, apenas, os homens estão
preocupados com a aquisição de uma casa própria, indicativo que as mulheres MEI já devam
possuir este bem anteriormente à formalização, isoladamente ou em conjunto com o cônjuge.
Observe o detalhamento na Tabela 60:
85
Tabela 60 – Mudanças na vida pessoal
Ord Item Mulher % Ord Item Homem %
1 Computador ou notebook 12,0 1 Internet na residência 12,8
2 Internet na residência 10,8 2 Computador ou notebook 11,8
3 Curso especializado 9,5 3 Reformas na casa 9,7
4 Reformas na casa 7,0 4 Motocicleta 9,2
5 Plano de saúde 7,0 5 Automóvel 7,2
6 TV por assinatura 7,0 6 Consulta médico particular 6,7
7 Carteira de habilitação 6,3 7 Plano de saúde 6,2
8 Prática de esportes 5,7 8 TV por assinatura 5,6
9 Motocicleta 5,1 9 Escola particular 5,1
10 Automóvel 4,4 10 Aparelho de ar condicionado 4,6
11 Consulta médico particular 4,4 11 Curso especializado 3,6
12 Passeios e viagens lazer 4,4 12 Casa própria 3,1
13 Frequentar restaurantes 4,4 13 Passeios e viagens lazer 2,6
14 Escola particular 3,8 14 Frequentar restaurantes 2,6
15 Aparelho de ar condicionado 3,8 15 Carteira de habilitação 2,1
16 Associação em clubes 1,3 16 Associação em clubes 2,1
17 Antena parabólica 1,3 17 Antena parabólica 2,1
18 Curso superior 1,3 18 Curso superior 1,5
19 Curso de idioma 0,6 19 Prática de esportes 0,5
20 Casa própria 0,6 20 Curso de idioma 1,0
Fonte: Dados coletados na pesquisa, 2016
Nos capítulos seguintes foram tratadas as considerações finais, as quais têm a finalidade de
consolidar os resultados pertinentes, bem como, promover sugestões de trabalhos.
86
5 CONCLUSÕES
Diante do exposto, ficou evidenciado que esta pesquisa complementa o conhecimento acerca
do tema: perfil do microempreendedor individual e, a sua percepção sobre as vantagens
alcançadas e as mudanças ocorridas após a formalização, a qual se propôs identificar.
O objetivo desta pesquisa consistiu em delinear o perfil do microempreendedor individual no
município de Vitória de Santo Antão-PE e a sua percepção sobre as vantagens alcançadas e as
mudanças ocorridas após a formalização.
A análise dos dados sociodemográficos se assemelha aos estudos já publicados em outras
regiões, a predominância é o gênero masculino (54%); faixa etária de 31 a 40 anos; estado
civil: casado; o nível de escolaridade é baixo, a maioria tem apenas o ensino médio,
destacando que as mulheres apresentam maior formação escolar do que os homens. No geral,
não têm filhos ou têm um filho; já trabalhavam na atividade como autônomo (31%) ou eram
assalariados (25%) e o principal ramo do negócio era comércio.
Os principais motivos destacados que levaram os trabalhadores informais a se tornarem um
Microempreendedor Individual, foram: a cobertura previdenciária e a tranquilidade de estar
legalizado, respectivamente. Ainda sobre essa abordagem, coube outra observação, pois
foram identificadas percepções distintas entre os microempreendedores envolvidos. Para o
Estado é oferecido aos trabalhadores informais uma série de benefícios com custo reduzido,
como é publicado nos diversos canais e meios de divulgação do MEI. Todavia, é pertinente
ressalvar que, os resultados da amostra apontaram que muitos dos benefícios oferecidos não
são representativos para os usuários do programa MEI do município estudado, a exemplo de
possibilidade de realizar compras coletivas ou vender, para o governo, participar de licitações
e ainda apoio do SEBRAE.
Acerca das vantagens exclusivas da modalidade MEI, são elas: contratar um empregado por
baixo custo (26,8%); isenção de taxas (25,4%), e dispensa de contabilidade formal (15,3%)
são reconhecidas pelos beneficiários MEI como benefícios mais relevantes, quando
comparado a outros regimes empresariais. Os MEIs desta pesquisa dispõem da ajuda de até
duas pessoas (familiares principalmente) no negócio, se sentem satisfeitos com o programa, o
que favorece a recomendação a terceiros.
87
A partir das informações levantadas, foi verificado a importância da formalização na vida dos
microempreendedores individuais. Constatou-se que, a maioria acredita que houve mudanças
significativas após a formalização, fato expresso por até 63% da amostra. As principais
inovações na qualidade de vida dos MEIs são diferenciadas por gênero.
Em termos gerais, porém, classificam-se por melhoria e qualidade de vida dos MEIs a:
inclusão digital como acesso à internet na residência; aquisição de computador ou notebook
para uso residencial e contratação do serviço de TV por assinatura. Outros itens como:
reforma para melhoria da casa; compra ou troca de motocicleta e, adesão a seguro saúde são
prioridades destacadas em ambos os gêneros. As mulheres, porém, estão mais interessadas em
participar de curso especializado e da prática de esportes, quanto aos homens, esses procuram
consultório médico e escola particular para a família.
Notou-se que entre os MEIs, referenciados neste trabalho, há uma acomodação e/ou um
conformismo, seja por falta de informação ou por falta de fiscalização. É possível que, um
trabalhador autônomo se filie na modalidade MEI, constituindo um CNPJ que esteja incluído
nas estatísticas de ‘formalizados’, e mesmo que ele não efetue o recolhimento da contribuição
do Programa Gerador de DAS do Microempreendedor Individual (PGMEI), esse MEI
permanece ativo junto à Receita Federal. O valor do faturamento mensal é mal
dimensionado, o que significa que R$ 5.000,00 (cinco mil reais), que subtraindo custos de
produção, despesas financeiras e ainda encargos trabalhistas, por exemplo, a margem de lucro
se torna bem reduzida.
Em síntese, a modalidade MEI apresenta vantagens aos trabalhadores autônomos. Foi uma
iniciativa que gerou valor aos trabalhadores informais, trazendo-os para a regularidade social
e fiscal, mas, ela precisa de uma revisão na sua formulação. Essa revisão provocaria um maior
acompanhamento, controle e fiscalização dos incluídos no regime, a fim de observar a
efetividade dos pagamentos das DAS e, além disso, do valor do faturamento mensal.
Consequentemente, enquadramento no regime correto daqueles que possuem um faturamento
acima do permitido, por exemplo. E, enquanto, não houver uma maneira dinâmica de
acompanhar os MEIs, alguns permanecerão no regime superficialmente legal, ou seja, ‘legais’
– que são ilegais.
88
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa não encerra o tema perfil do microempreendedor individual em Vitória de Santo
Antão-PE, ao contrário, instiga a realização de estudos futuros. A autora sugere um estudo
mais aprofundado relacionando, em particular, às desvantagens da formalização como
microempreendedor individual ou como as entidades criadoras do modelo MEI acompanham
e fiscalizam essa nova modalidade de negócio. Outra sugestão de pesquisa seria elaborar um
estudo de caso, buscando avaliar os custos e viabilidade econômica da formalização, tendo em
vista a continuidade da empresa. Por fim, a autora sugere que outros pesquisadores testem e
apliquem validade externa no questionário elaborado nesta pesquisa, a fim de ampliar e
comparar os resultados aqui encontrados.
89
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Sergipe. Revista Pensamento Contemporâneo em Administração, Rio de Janeiro: v. 7, n.
2, p.19-40, abr./jun. 2013. Trimestral.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Tradução de Ana Thorell. 4. ed. Porto
Alegre: Bookman, 2010. Tradução de: Case study research: desing and methods.
ZIKMUND, W. G. Princípios da pesquisa de marketing. São Paulo: Pioneira Thomson
Learning, 2006.
97
APÊNDICE – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA
QUESTIONÁRIO DE PESQUISA
Tema: Perfil do Microempreendedor Individual Vitoriense.
Os dados coletados serão utilizados com única finalidade acadêmica, serão estudados em
conjunto e não individualizados.
BLOCO 1 – CONHECENDO O MEI
1. Gênero
( ) 1. Feminino ( ) 2. Masculino
2. Estado civil
( ) 1. Solteiro ( ) 2. Casado ( ) 3. Separado ( ) 4. Divorciado ( ) 5. Outro
3. Escolaridade
1. Ensino Fundamental 1 ( ) Incompleto ( ) Completo
2. Ensino Fundamental 2 ( ) Incompleto ( ) Completo
3. Ensino Médio ( ) Incompleto ( ) Completo
4. Ensino Superior ( ) Incompleto ( ) Completo
5. Especialização ( ) Incompleto ( ) Completo
6. Mestrado ( ) Incompleto ( ) Completo
4. Quantidade de filhos.
4.1. Antes da adesão ______ 4.2. Depois da adesão ______
5. Quantidade de filhos que frequentam a escola.
5.1. Antes da adesão ______ 5.2. Depois da adesão ______
6. Recebe assistência Bolsa Família?
6.1 Antes 6.2 Depois
( )1. Não ( ) 1. Não
( )2. Sim ( ) 2. Sim
7. Faixa etária (idade atual)
( ) 1. Até 20 anos
( ) 2. 21 a 30 anos
( ) 3. 31 a 40 anos
( ) 4. 41 a 50 anos
( ) 5. Acima de 51 anos
98
BLOCO 2 – ANTES DA ADESÃO MEI
8. Qual atividade exercia antes de abrir seu negócio?
( ) 1. Empregado assalariado com carteira assinada. (continuar respondendo a pergunta 8.1)
( ) 2. Sempre foi autônomo (pular para a pergunta 9)
( ) 3. Dona de casa (pular para a pergunta 9)
( ) 4. Funcionário público ou do governo (pular para a pergunta 9)
( ) 5. Desempregado (pular para a pergunta 9)
( ) 6. Estudante de ensino médio (pular para a pergunta 9)
( ) 7. Estudante universitário (pular para a pergunta 9)
( ) 8. Negócio atual sem estar formalizado (pular para a pergunta 9)
8.1 Se a sua resposta para a questão 8 acima foi “Empregado assalariado”, qual
foi a razão de virar um MEI:
( ) 1. Saiu por conta própria (continuar respondendo o item 8.2)
( ) 2. Foi desligado da empresa (pular para a pergunta 9)
( ) 3. Aposentou-se (pular para a pergunta 9)
8.2 Se você saiu por conta própria da empresa onde trabalhava, quais
foram os fatores que motivaram essa saída? (Pode marcar mais de uma
resposta).
( ) 1. Vontade de tocar um negócio próprio
( ) 2. A possibilidade de ter mais liberdade e flexibilidade
( ) 3. Insatisfação com o salário
( ) 4. Mudança de cidade
( ) 5. Não gostava da atividade que fazia
( ) 6. Não se ajustava à empresa, ao chefe
( ) 7. Problemas de saúde
( ) 8. Falência da empresa em que trabalhava
9. Qual a característica do negócio em que atuavam?
( ) 1. Formal ( ) 2. Informal ( ) 3. Outros
10. Setor de atuação
( ) 1. Comércio ( ) 2. Indústria ( ) 3. Serviço
11. Atuou quanto tempo informal? _____ Anos
99
12. Contribuía para a previdência Social?
( )1. Não ( )2. Sim
13. Quantos empregados tinha antes de se formalizar como MEI?
( ) 1. Nenhum
( ) 2. Um
( ) 3. Dois
( ) 4. Três
( ) 4. Quatro ou mais
14. Quantos familiares trabalhavam ou colaboravam no seu negócio (esposa, filhos,
parentes) antes de se formalizar como MEI?
( ) 1. Nenhum
( ) 2. Um
( ) 3. Dois
( ) 4. Três
( ) 4. Quatro ou mais
15. Tentou pegar um empréstimo financeiro em algum banco?
( ) 1. Não (continuar respondendo a pergunta 15.1).
( ) 2. Sim, busquei, mas não consegui (continuar respondendo a pergunta 15.2 e 15.3)
( ) 3. Sim, busquei e consegui (continuar respondendo a pergunta 15.4, 15.5 e 15.6).
15.1 Se NÃO procurou um empréstimo, qual foi a razão para isso? (Pode marcar
mais de uma resposta e depois pular para responder a pergunta 16)
( ) 1. Achava que era difícil consegui-lo.
( ) 2. Não tinha necessidade
( ) 3. Falta de informações.
( ) 4. Juros elevados.
( ) 5. Possuía restrições cadastrais.
( ) 6. Dificuldade de acesso ao banco
( ) 7. Por ser informal
( ) 8. Outros (Especificar: ________________________________________).
100
15.2 Se procurou o empréstimo, mas não conseguiu, qual foi a instituição
de onde procurou este empréstimo financeiro? (Pode marcar mais de uma
resposta)
( ) 1. BNB
( ) 2. Banco do Brasil
( ) 3. Caixa Econômica Federal
( ) 4. Banco Privado
( ) 5. Acesso ao crédito através de programa local
( ) 6. Empréstimos de familiares e amigos
( ) 7. Outros (Especificar: ___________________________________ ).
15.3 Quais foram as dificuldades encontradas para tomar empréstimos?
(Pode marcar mais de uma resposta e depois pular para responder a pergunta
16).
( ) 1. Exigências de garantias e avalista.
( ) 2. Falta de informação.
( ) 3. Documentação (burocracia)
( ) 4. Juros elevados
( ) 5. Nome sujo ou com pendência
( ) 6. Crédito oferecido inferior ao solicitado
( ) 7. Outros (Especificar ____________________________________).
15.4 Se procurou empréstimo(s) e conseguiu, qual foi a fonte ou fontes deste
empréstimo financeiro? (Pode marcar mais de uma resposta)
( ) 1. BNB
( ) 2. Banco do Brasil.
( ) 3. Caixa Econômica Federal.
( ) 4. Bancos privados.
( ) 5. Acesso ao crédito através de programa local
( ) 6. Empréstimos de familiares e amigos
( ) 7. Agências financeiras
( ) 8. Cartão de crédito.
( ) 9. Cheque especial.
( ) 10. Outros (Especificar:_________________________________________).
15.5 Utilizou o(s) empréstimo(s) para que finalidades? (Pode marcar mais de uma
resposta)
101
( ) 1. Compra de equipamentos
( ) 2. Reforma e/ou construção
( ) 3. Capital de giro (compras de mercadorias e demais despesas)
( ) 4. Outros (Especificar:__________________________________________).
15.6 Qual foi o valor total deste(s) empréstimo(s) financeiro(s)?
( ) 1. Entre R$ 100,00 e R$1.000,00
( ) 2. Entre R$ 1.001,00 e R$ 2.500,00
( ) 3. Entre R$ 2.501,00 a R$ 5.000,00
( ) 4. Acima de R$ 5.000,00
BLOCO 3 – APÓS ADESÃO MEI
16. A adesão ao modelo empresarial MEI se deu por:
( ) 1. Necessidade ( ) 2. Oportunidade
17. Qual foi o principal motivo para ter se registrado como MEI?
( ) 1. Benefícios do INSS (aposentadoria, auxílio-doença, salário-maternidade, pensão)
( ) 2. Obtenção de respeito e credibilidade
( ) 3. Tranquilidade de ter uma atividade legalizada. Não temer fiscalização
( ) 4. Possibilidade de ter nota fiscal e atender clientes maiores
( ) 5. Possibilidade de vender para o governo
( ) 6. Facilidade de conseguir um empréstimo
( ) 7. Possibilidade de negociar prazos com fornecedores
( ) 8. Outro (Especificar_________________________________________________).
18. Teve dificuldades para iniciar suas atividades e montar seu negócio?
( ) 1. Não ( ) 2. Sim
19. Atualmente, quais são as dificuldades encontradas para manter seu negócio? (Pode
marcar mais de uma resposta)
( ) 1. Nenhuma
( ) 2. Problemas financeiros
( ) 3. Falta de clientes
102
( ) 4. Não possuir autorização/licença para funcionamento
( ) 5. Inadimplência dos clientes
( ) 6. Concorrência
( ) 7. Falta de capacitação para administrar o próprio negócio
( ) 8. Outros (Especificar ______________________________________________).
20. Quanto tempo o senhor(a) está formalizado? _____ Anos
21. Qual é o ramo de atividade do seu negócio?
( ) 1. Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios
( ) 2. Cabeleireiros
( ) 3. Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância em produtos
alimentícios, mercearias, armazéns e mini mercados
( ) 4. Lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares.
( ) 5. Comércio varejista de artigos de armarinho
( ) 6. Reparação e manutenção de computadores e de equipamentos periféricos
( ) 7. Comércio varejista de comércio, produtos de perfumaria e de higiene pessoal.
( ) 8. Confecção, sob medida, de peças do vestuário, exceto roupas íntimas.
( ) 9. Restaurantes e similares
( ) 10. Serralharia, marcenaria.
( ) 11. Outros (Especificar______________________________________________ ).
22. Setor de atuação
( ) 1. Comércio ( ) 2. Indústria ( ) 3. Serviço
23. Em qual ambiente desenvolve as suas atividades?
( ) 1. Fora do domicílio
( ) 2. No domicílio e fora também
( ) 3. Apenas no domicílio
24. Após se tornar MEI contratou empregado?
( ) 1. Não ( ) 2. Sim
25. Quantos familiares trabalham ou colaboram no seu negócio (esposa, filhos,
parentes)?
( ) 1. Nenhum
( ) 2. Um
( ) 3. Dois
103
( ) 4. Três
( ) 4. Quatro ou mais
26. Como o (a) Senhor (a) se formalizou como Microempreendedor Individual?
( ) 1. Por conta própria, no Portal do Empreendedor.
( ) 2. Apoio de um contador
( ) 3. Apoio do SEBRAE
( ) 4. Apoio de amigos/familiares
( ) 5. Outro (Especificar ___________________________________________).
27. O Senhor (a) pretende transformar seu negócio em uma Microempresa - ME?
( ) 1. Não gostaria (continuar com a pergunta 27.1) ( ) 2. Gostaria
27.1 Se NÃO gostaria de se tornar Microempresa (ME) qual motivo?
( ) Não tem tempo para se dedicar a Microempresa.
( ) É muito arriscado (tem medo)
( ) Vai aumentar os impostos/tributos a pagar
( ) Outros (Especificar: ______________________________________)
28. Possui outra fonte de renda, além do seu negócio/empreendimento?
( ) 1. Não (pular para pergunta 29) ( ) 2. Sim (continuar com a pergunta 28.1)
28.1 Se sim, que outra(s) fonte(s) de renda possui? (Pode marcar mais de uma
resposta)
( ) 1. Possui outro negócio ou empresa
( ) 2. Trabalha em empresa privada
( ) 3. Bolsa Família
( ) 4. Recebe aposentadoria/pensão
( ) 5. Recebe ajuda financeira de parentes ou amigos
( ) 6. Outros (Especificar:_______________________________________)
29. A atividade que o senhor (a) desenvolve hoje é:
( ) 1. Única fonte de renda da família
( ) 2. Principal fonte de renda da família
( ) 3. Fonte secundária de renda familiar
104
30. Qual é o faturamento mensal do seu negócio? R$ _______________
31. Neste(s) último(s) ano(s), o que aconteceu com o faturamento do seu negócio?
( ) 1. Aumentou (continuar para responder pergunta 31.1)
( ) 2. Diminuiu (pular para pergunta 32)
( ) 3. Não se alterou (pular para pergunta 32)
31.1 Se o faturamento aumentou, ocorreu porque registrou como MEI?
( ) 1. Não ( ) 2. Sim
32. O senhor (a) solicitou o alvará de localização local?
( ) 1. Não (continuar com pergunta 32.1) ( ) 2. Sim (pular para pergunta 33)
32.1 Por que não? (Pode marcar mais de uma resposta)
( ) 1. Desconhecimento da obrigação
( ) 2. Burocracia
( ) 3. Problemas financeiros
( ) 4. Problemas junto a prefeitura (ex: local)
( ) 5. Não teve tempo para fazer a solicitação
( ) 6. Atividade que exerce não necessita
( ) 7. Outros Especificar (_________________________________________).
33. Tentou pegar um empréstimo financeiro em algum banco?
( ) 1. Não. (continuar com a pergunta 33.1)
( ) 2. Sim, busquei, mas não consegui (continuar com pergunta 33.2 e 33.3)
( ) 3. Sim, busquei e consegui (continuar com a pergunta 33.4, 33.5 e 33.6)
33.1 Se Não procurou um empréstimo, qual foi a razão para isso? (Pode marcar
mais de uma resposta)
( ) 1. Achava que era difícil consegui-lo.
( ) 2. Não tinha necessidade
( ) 3. Falta de informações.
( ) 4. Juros elevados.
( ) 5. Possuía restrições cadastrais.
( ) 6. Dificuldade de acesso ao banco
105
( ) 7. Outros (Especificar:__________________________________________).
33.2 Se procurou o empréstimo, mas não conseguiu, qual foi a instituição
de onde procurou? (Pode marcar mais de uma resposta)
( ) 1. BNB
( ) 2. Banco do Brasil.
( ) 3. Caixa Econômica Federal.
( ) 4. Banco Privado.
( ) 5. Acesso ao crédito através de programa local
( ) 6. Empréstimos de familiares e amigos
( ) 7. Outros (Especificar: __________________________________ ).
33.3 Quais foram as dificuldades encontradas para tomar empréstimos?
(Pode marcar mais de uma resposta)
( ) 1. Exigências de garantias e avalista.
( ) 2. Falta de informação.
( ) 3. Documentação (burocracia)
( ) 4. Juros elevados
( ) 5.Nome sujo ou com pendência
( ) 6. Crédito oferecido inferior ao solicitado
( ) 7. Outros (Especificar:___________________________________).
33.4 Se procurou empréstimo(s) e conseguiu, qual foi a fonte ou fontes deste
empréstimo financeiro? (Pode marcar mais de uma resposta)
( ) 1. BNB
( ) 2. Banco do Brasil ou CEF.
( ) 3. Caixa Econômica Federal.
( ) 4. Bancos privados.
( ) 5. Acesso ao crédito através de programa local
( ) 6. Empréstimos de familiares e amigos
( ) 7. Agências financeiras
( ) 8. Cartão de crédito.
( ) 9. Cheque especial.
( ) 10. Outros (Especificar:____________________________).
33.5 Utilizou o empréstimo para qual finalidade? (Pode marcar mais de uma
resposta)
106
( ) 1. Compra de equipamentos ou mercadorias.
( ) 2. Reforma e/ou construção
( ) 3. Capital de giro (compras de mercadorias e demais despesas)
( ) 4. Outros (Especificar: ________________________________)
33.6 Qual foi o valor total deste(s) empréstimo(s) financeiro(s)?
( ) 1. Entre R$ 100,00 e R$1.000,00
( ) 2. Entre R$ 1.001,00 e R$ 2.500,00
( ) 3. Entre R$ 2.501,00 a R$ 5.000,00
( ) 4. Acima de R$ 5.000,00
34. O (a) senhor (a) recomenda a formalização como MEI para alguém que tem um
negócio informal?
( ) 1. Não ( ) 2. Sim
35. O (a) senhor(a) se considera após aderir ao programa MEI:
( ) 1. Insatisfeito ( ) 2. Satisfeito ( ) 3. Muito satisfeito
BLOCO 4 – BENEFÍCIOS E VANTAGENS
36. Dentre os benefícios abaixo selecione OS TRÊS ITENS que você considera mais
motivador para se formalizar/tornar ao MEI:
( ) 1. Contratar um empregado com baixo custo
( ) 2. Cobertura Previdenciária
( ) 3. Isenção de taxas para formalização
( ) 4. Redução da carga tributária com imposto fixo mensal
( ) 5. Imediato funcionamento pela concessão de alvará provisório
( ) 6. Redução da burocracia
( ) 7. Acesso ao crédito e serviços bancários com taxas diferenciadas
( ) 8. Possibilidade de vender/fornecer para o governo e outras empresas
( ) 9. Possibilidade de realizar compras coletivas
( ) 10. Segurança para exercer sua atividade de forma legal
( ) 11. Possibilidade de emitir nota fiscal
( ) 12. Apoio técnico do SEBRAE e demais entidades
37. Qual a percepção das vantagens do regime MEI em relação às empresas fora dele.
(Escolher ATÉ TRÊS VANTAGENS que acha que apenas os MEIs possuem)
107
( ) 1. Contratar um empregado com custo reduzido
( ) 2. Isenção de taxas para formalização
( ) 3. Redução da carga tributária com imposto fixo mensal
( ) 4. Imediato funcionamento pela concessão de alvará provisório
( ) 5. Acesso ao crédito e serviços bancários com taxas diferenciadas
( ) 6. Dispensa de obrigações acessórias (PIS, Cofins, CSLL)
( ) 7. Dispensa de contabilidade formal
BLOCO 5 – QUALIDADE DE VIDA
38. Dos itens abaixo marque “X” naquele que o senhor (a) passou a fazer ou adquiriu
depois da formalização como MEI (depois de virar MEI):
Descrição Passou
fazer ou
adquiriu
1. Prática de esportes ou atividades físicas em academias
2. Passeios e viagens de lazer, férias ou fim de ano
3. Frequentar restaurantes, pizzarias ou lanchonetes
4. Possui Carteira de habilitação de trânsito
5. Associação em clubes
6. Plano de saúde
7. Consulta com Médico particular
8. Matriculou os filhos em escola particular
9. Casa própria
10. Fez Reformas para melhoria da casa
11. Ter Aparelho ar condicionado
12. Automóvel (aquisições ou trocas)
13. Motocicleta (aquisições ou trocas)
14. Ter Antena parabólica
15. TV por assinatura
16. Computador ou notebook na residência
17. Ter Acesso à internet na residência
18. Curso de língua estrangeira (inglês, espanhol, outros)
19. Cursos ou treinamentos especializados
20. Curso ou está estudando nível superior
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