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ENsAios HisTóRicos
Formato das folhas de papel II
Fatores de convergênciapor LeopoN Rodés
0tratamento estatístico doe va
lores colhidos ria literatura
que trata de livros e documentos antigos e que registram as dimensões das folhas de papel formadomanualmente coincide com a impressão de observações visuais no sentis
do de existir uma grande dispersãonos tamanhos e formatos das folhas
usadas nos últimos dois mil anos No
ensaio histórico que precedeu estaslinhas foi apresentado um estudo sobre as causas diversas que provocaram esta dispersão destacando entreelas os fatores de dispersão geográfica as considerações estéticas as condicionantes ergométricas assim como as conveniências econômicas
0 perfil apresentado pela dispersãonas dimensões das folhas de papel pormuito tempo não constituiu motivo depreocupação para seus diversos usuários cada uni deles exigindo um atendimento satisfatório às suas necessi
dades particulares assim contribuindocom sua pequena parcela na dispersãogeneralizada Estas inúmeras conveniências individuais resultaram num am
plo leque de alternativas dimensionaisdesde os diminutos e leves papéis aserem confiados aos pomboscorreioaté os grandes livros sagrados contendotextos escritos em letras enormes quepermitiam sua leitura numas condiçõesde iluminação insuficientes para os olhos cansados de leitores monásticos
idosos Naqueles primeiros tempos papeleiros as preocupações dos usuáriosdo papel diziam respeito às condiçõesdo seu acabamento elou revestimento
superficial mais do que a problemas deleitura Um bom alisamento superficialpropiciava uma escrita suave e sem acidentes orográficos nos traços da escritacaligráfica sendo esta uma condição
altamente desejada Existia também uma preocupação pela durabilidade dosdocumentos escritos sobre suportes papeleiros freqüentemente comparada àdo pergaminho ainda em uso
As preocupações papeleiras mudaram muito seu perfil a partir de trêsinovações tecnológicas que delineandotrêsesucessivas deslocaram o focodas atenções dadas aos processos produtivos Os acontecimentos inovadores
foram primeiro o uso da impressora deGutenberg 1480 em segundo lugar aprodução de papel na máquina de NícholasLouis Robert 1798 subseqüentemente aperfeiçoada pelos mãos Fourdrinier na sua operação contínua À cavalo desta produção continuada em máquina papeleira surgiu a impressão emrotativas de altas velocidade e produtividade dando início em 1840 a uma
terceira etapa Esta terceiraetapa ainda em andamento é caracterizada pelas inovações continuamenteintroduzidas nos processosde reprodução gráfica
Neste contexto foi sur
gíndo lentamente um novoperfil de preocupações papeleiras que conservandoas relativas à uniformidade
na qualidade do papel propriamente dito focalizavaa necessidade de reduzir a
grande dispersão apresentada pelas dimensões e formwos das folhas preparada com este material
Estabilidade dimensionalinterna nos moinhos
papeleirosA organização da produ
ção nos velhos moinhos pa
peleiros estabelecia uma obediênciagrande fidelidade aos procedimentque desde tempo imemorial foram htdados em longas sucessões de geraçãpapeleiras Os procedimentos clãscos alass manufaturas papeleiras erarespeitados no seu perfil ritualísticpor ser considerados uma expressão 4corno fazei que ficou consagrada ploa seu longo uso
Esta monotonia interna dos m
nhos papeleiros gerou uma inércia opracional que induziu uma forte estMidade dimensional nos aparelhos mquinas utensilios ou outros instrumetos ligados às dimensões das folhas Esera o caso por exemplo dos feltrasobre os quais eram deitadas as folhrecém retiradas das fôrmas ou moldede modo a alternar as camadas de folh
de papel com as camadas de feltro pa
38 0 PapelSetembro 199
rem conjuntamente desaguadas nasnsas de manchão as dimensões des
feltros precisavam ser compatíveism o espaço disponível para sua monentação nestas prensas Por outrolo as dimensões das folhas precisam atender às conveniências da movi
estação das fôrmas papeleiras duranteJesde o início da sua formação Poríamos considerar que entre cada unias sucessivas etapas produtivas erarada uma série de elos condicionantes
jo conjunto representava uma granderça inercial que reduzia a dispersãotema em cada moinho papeleiro
evolução tecnológica traznvergências das novas inérciasiodos
A tabela abaixo mostra resumida
ente a evolução ocorrida durante onulo XIX com a introdução das mátinas de papel de produção contínuaouve luta acirrada entre elas e a produio manual de papéis a qual foi auentando sua produtividade até ficarmonstrada a superioridade das mátinas contínuas corri relação ãS veas manufaturas As novas máquinasfazer papel introduziram um grande
xencial de dispersão no tamanho dasolhas produzidas mediante cortes oucortes partindo de uni longo Ien1 de papel ou de bobinas formariasim fragmentos do lençol contínuos perdas iniciais em retalhos ou aparas
2 papel devem ter sido elevadasNo entanto após serem minimizadas
x uma racionalização adequada nosartes das folhas maiores e dentro do
nbiente favorável à padronização tantoos produtos como dos processos ques geravam as larguras das novas máuínas encontraram os caminhos de con
enientes convergências que consegui
ram manter sob controle e até diminuir
a dispersão das medidas e dos formatospapeleiros
As máquinas papeleiras cuja produção contínua substituiu os antigosprocessos manuais foram vistas comouma contribuição setorial importantena modernização industrial como umtodo Numa mudança radical dos processas de produção os tradicionais considerados obsoletos foram substituídos
por outros mais sofisticados cuja complexidade funcional demandava umperfil de operários com conhecimentosespecializados e treinados para manterfuncionando os novos equipamentosPor outro lado porém provocava desemprego no contingente de mãodeobra inenos qualificada visto tersetomado desnecessária sua contribuiçãobraçal Os problenias deste desemprego nos países mais avançados na épocatêm sido objeto de muitos estudos Umaspecto do problema que mereceria serconsiderado é a válvula de escape quea emigração para algum dos novos países americanos ofereceu aos desempregados Seria interessante um estudo sobre a oportunidade que representou paraos novos países americanos a ímigraçãode umamãodeobracujo perfil artesanal permitiu implantar uma base sólidapara um subseqüente desenvolvimentoindustrial nos países ultramarinos
As inércias dos processos modemosreforçam os velhos fatores deconvergência
0 novo perril de preocupações papeleiras ficou crescentemente polarizadona área dimensional ao redor de duaslinhas de raciocínio uma focalizava o
tamanho das folhas e a segunda o seuformato Se complementando e reforçando mutuamente estas duas linhas de
preocupação induziram e fundamentararn a adoção de padrões voluntáriosnão coercitivos resultados de pequenostratados de paz espontâneos livrementenegociados entre comprador e vendedorOs resultados muito positivos e benéficos para arribas as partes se tomavamargumentos convincentes para uma adoção setorial dos padrões que se mostrararnbemsucedidos
Assim no seio das assoxiações locaisde fabricarites foi crescendo e sendo incentivada a atividade coorderiadora dos
fatores de convergência nos grupos detrabalho íncumbidos nos respectivos ânibitos nacionais da elaboração de padrõessetoriais Em 1925 tini acordo entre a
Federalion ofMaster Ptinters e a National Asswiation fPoder Merharas sobre tamanhos de folhas de papel mostrava os bons resultados conseguidos pelasduas entidades ao juntar seus esforçosvisando manter sob controle as tendências
dispersastesUma subseqüenteeirtituração in
ternacional das atividades normativas
regionais induziu a constituição da Federação Internacional de AssociaçõesNormativas Nacionais Isa entidadeque em 1930 organizou diveios Comitês Técnicos um dos quais para trabalhar especificamente sobre a padronização dos tamanhos papeleiros Estecomitê passou rapidamente a contarcom a colaboração de delegados representando os principais organismosnormativos dos países mais industrializados da época Após a H GuerraMundial este Comitê Técnico da ISAcontinuou seus trabalhos sob o manto
da lnieniatiofial Stundards Organization ISO a qual adotou uma série deformatos padronizados para as folhasde papel a partir de um formato básicode 841 x 1188 em cuja área é 1 m2 L
Competição entre manufatura e máquina contínua GrãBretanha
Ano Tinas
núm
Produção protina
t
Máquinascontínuas
número
Produçãot
Prod1
máquinat
Produçãototal
t
Proci tinas Prod
máquina
1805 760 16502 217 6 557 928 17059 967 33
1835 430 11215 261 82 24475 2985 35693 314 686
1865 109 1 3310 303 390 103700 2659 107010 31 969
1900 104 3886 374 428 647764 15135 615650 06 994
PapelSetembro 1997 39
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