View
0
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
J. R E I S
P I G H I
S H O S T
A K O V I
C H R E S
FORTISSIMO Nº 15 — 2016
ALLEGRO
VIVACE
1 1 /0 8
12/08
MINISTÉRIO DA CULTURA, GOVERNO DE MINAS GERAIS E CEMIG APRESENTAM
Nossos concertos são possíveis graças à Lei Rouanet e a nossos patrocinadores.
ALLEGRO
VIVACE
1 1 /0 8
12/08
3
FO
TO
: A
LE
XA
ND
RE
RE
ZE
ND
E
É com grande prazer que recebemos
em Belo Horizonte uma das mais
importantes pianistas da atualidade,
a venezuelana Gabriela Montero,
em sua primeira visita à cidade.
Ao estrear com a Filarmônica, ela
executará o cativante Concerto nº 1
de Shostakovich, obra que a Orquestra
apresenta pela primeira vez. Esta será,
sem dúvida, uma das presenças mais
marcantes de nossa temporada.
Continuando sua pioneira missão de
valorizar a criação musical sinfônica
nacional, estreamos nesta noite obra
comissionada pela Filarmônica a um
jovem vencedor do nosso Festival
Tinta Fresca, o mineiro Jônatas Reis.
Assim como as peças de Respighi
que encerram o programa, a obra
Caros amigos e amigas,
FABIO MECHETTIDiretor Artístico e Regente Titular
de Reis foi inspirada por obras de
períodos anteriores, contextualizadas
tanto estilística quanto sonoramente à
contemporaneidade. Na obra de Reis,
a inspiração vem do Barroco mineiro
e sua forte influência sacra, enquanto
que em Respighi a influência vem mais
das danças e árias seculares do Barroco
europeu e do período que o precedeu.
Assim, teremos a oportunidade
de constatar como continuamos
sempre aprendendo com a história e
adequando-a à nossa vivência atual.
A todos um ótimo concerto.
54
FABIO MECHETTIdiretor artístico e regente titular
FO
TO
: E
UG
ÊN
IO S
ÁV
IO
Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular
da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável
pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos
no cenário musical brasileiro. Com seu trabalho, Mechetti
posicionou a orquestra mineira nos cenários nacional e
internacional e conquistou vários prêmios. Com ela, realizou
turnês pelo Uruguai e Argentina e gravações para o selo Naxos.
Natural de São Paulo, Fabio Mechetti serviu recentemente como
Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, tornando-se
o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática.
Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville,
Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi
também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica
de Spokane. Desta última é, agora, Regente Emérito.
Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra
Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos
no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da
Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente.
Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a
Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras
norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester,
Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais
de verão nos Estados Unidos, entre
eles os de Grant Park em Chicago
e Chautauqua em Nova York.
Realizou diversos concertos no México,
Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu
as orquestras sinfônicas de Tóquio,
Sapporo e Hiroshima. Regeu também a
Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia,
a Orquestra da Rádio e TV Espanhola
em Madri, a Filarmônica de Auckland,
Nova Zelândia, e a Orquestra
Sinfônica de Quebec, Canadá.
Vencedor do Concurso Internacional de
Regência Nicolai Malko, na Dinamarca,
Mechetti dirige regularmente na
Escandinávia, particularmente a
Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a
de Helsingborg, Suécia. Recentemente
fez sua estreia na Finlândia, dirigindo
a Filarmônica de Tampere, e na Itália,
dirigindo a Orquestra Sinfônica de
Roma. Em 2016 fará sua estreia com a
Filarmônica de Odense, na Dinamarca.
No Brasil, foi convidado a dirigir a
Sinfônica Brasileira, a Estadual de
São Paulo, as orquestras de Porto
Alegre e Brasília e as municipais de
São Paulo e do Rio de Janeiro.
Trabalhou com artistas como Alicia
de Larrocha, Thomas Hampson,
Frederica von Stade, Arnaldo Cohen,
Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil
Shaham, Midori, Evelyn Glennie,
Kathleen Battle, entre outros.
Igualmente aclamado como regente
de ópera, estreou nos Estados Unidos
dirigindo a Ópera de Washington.
No seu repertório destacam-se
produções de Tosca, Turandot, Carmem,
Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème,
Madame Butterfly, O barbeiro de
Sevilha, La Traviata e Otello.
Fabio Mechetti recebeu títulos
de mestrado em Regência e em
Composição pela prestigiosa
Juilliard School de Nova York.
6
Jônatas REISEvocações sagradas – Sobre temas de
Manoel Dias de OliveiraA Ti, ó Deus, louvamos; a Ti, Senhor, confessamos
Vinde, adoremosO anjo do Senhor – A fuga do Egito
Ai! Meu Senhor morreuO Senhor ressuscitou verdadeiramente!
Dmitri SHOSTAKOVICH Concerto para piano nº 1 em dó menor, op. 35
AllegrettoLento
ModeratoAllegro con brio
Ottorino RESPIGHIÁrias e Danças Antigas
Suíte nº 1Balletto
GagliardaVillanella
Passo mezzo e mascherada
Suíte nº 2Laura soave
Danza rusticaCampanae parisienses
Bergamasca
FABIO MECHETTI, regente
GABRIELA MONTERO, pianoMARLON HUMPHREYS, trompete
PROGRAMA
INTERVALO
RSR
ENCOMENDAESTREIA MUNDIAL
9
Com suas interpretações visionárias
e dom único para a improvisação,
Gabriela Montero vem ganhando
admiradores em todo o mundo. Anthony
Tommasini, do The New York Times,
salientou: “A interpretação de Montero
tinha de tudo: um crepitante brio rítmico,
matizes sutis, forte potência, lirismo
comovedor, expressividade implacável”.
Entre os destaques das últimas temporadas
estão seus recitais no Avery Fisher Hall,
Kennedy Center, Wigmore Hall, Vienna
Konzerthaus, Berlin Philharmonie,
Frankfurt Alte Oper, Cologne Philharmonie,
Leipzig Gewandhaus, Munich Herkulessaal,
Luxembourg Philharmonie, Tokio
Orchard Hall, Museu Gulbenkian de
Lisboa e nos festivais de Edimburgo,
Salzburgo, Lucerna, Ravínia,
Tanglewood, Saint-Denis, Dresden,
Ruhr, Bergen, Istambul e Lugano.
Apresentou-se com as filarmônicas de
Los Ângeles, Nova York, Liverpool,
Rotterdam, Dresden e da Malásia;
sinfônicas de Chicago, San Francisco,
Houston, Pittsburgh, Detroit, Atlanta,
Toronto, Viena, Sydney e Bilbao;
Gewandhaus de Leipzig, Academy
of St. Martin in the Fields, WDR
Sinfonieorchester de Colônia e Zürcher
Kammerorchester; as orquestras de
Cleveland, City of Birmingham,
Philharmonia, orquestra da Ópera Cômica
de Berlim, NDR Radiophilharmonie
Hannover, Residentie e NDR
Sinfonieorchester Hamburg. Colaborou
com os maestros Leonard Slatkin, Roger
Norrington, Eivind Gullberg Jensen,
James Gaffigan, Andrés Orozco-Estrada,
Claudio Abbado, Yannick Nézet-Séguin,
Mario Venzago, Vassily Petrenko, Peter
Oundjian, Mikko Franck, Carlos Miguel
Prieto, Jaime Martín, Marin Alsop, Kristjan
Järvi, Pietari Inkinen e Patrick Lange.
Sobre sua habilidade para improvisar,
Gabriela diz: “Conecto-me com meu
público de uma maneira única, e ele
se conecta comigo. A improvisação
é uma grande parte do que sou, é a
forma mais natural e espontânea em
que posso me expressar”. Em 2011
ela estreou na composição com o
poema sinfônico ExPatria, para piano e
orquestra, inspirado em seu país natal.
As gravações de Gabriela Monteiro são
premiadas e têm ótimas vendas. Seu último
álbum, pela Orchid Classics, deu-lhe
o Grammy Latino; seu CD de estreia,
Bach and beyond, recebeu dois prêmios
Echo Klassik e esteve em primeiro lugar
na Billboard Classical por vários meses.
Nascida na Venezuela, Gabriela
apresentou-se em público pela primeira
vez aos cinco anos de idade e, aos oito,
estreou em um concerto. Estudou nos
Estados Unidos com bolsa do governo
de seu país e prosseguiu sua formação
com Hamish Milne na Academia Real
de Música de Londres. Atualmente vive
em Los Ângeles com o marido e duas
filhas. Por seu compromisso com os
direitos humanos, foi nomeada consulesa
honorária da Anistia Internacional.
FO
TO
: S
HE
LL
EY
MO
SM
AN
GABRIELAMONTERO
10 RINSTRUMENTAÇÃO
Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 3 clarinetes, clarone, 3 fagotes,
contrafagote, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos,
percussão, harpa, cravo, piano, cordas.
PARA OUVIRCD Manoel Dias de Oliveira –
Sacred Music from 18th Century Brasil – Ensemble Turicum (on historical instruments) – Luiz Alves da Silva – vol. II – Claves Records
50-9610 – 1997
PARA VISITARjonatasreiscompositor.blogspot.com.br
Brasil, Belo Horizonte, 1976
Na última década, o belo-horizontino Jônatas Reis tem se destacado
especialmente como compositor de música sinfônica. Em 2004,
compôs sua primeira obra para essa formação, Meditação Sinfônica:
Onipresença, vencedora da primeira edição do Prêmio BDMG/
Fundação Clóvis Salgado de Composição Sinfônica. Logo se
seguiram outras premiações. Em 2010, a obra Louvor Sinfônico nº 1:
Adoração ao Criador da Terra recebeu menção honrosa por
sua orquestração no Festival Tinta Fresca. No ano seguinte,
seu arranjo sinfônico para a canção de Silvestre Kuhlmann,
Nem Só de Pão, foi premiado no 1º Concurso de Composição e
Arranjo da Orquestra de Sopros da Fundação de Educação Artística.
Em 2014, Messiânicas Brasileiras nº 2: Sonho de uma Noite no Sertão
conquistou o terceiro lugar no Concurso Nacional de Composição
Sinfônica Guerra Peixe: 100 Anos; no Festival Tinta Fresca de 2015,
Reis conquistou o primeiro prêmio com a obra Messiânicas
Brasileiras nº 3: Grande Sertão Exótico. No mesmo ano sua obra
Sambaião Exótico foi finalista do Prêmio Bienal de Composição
da Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo.
Mesmo diversificada, a produção musical de Jônatas Reis orienta-se de
acordo com um certo número de interesses que atestam sua identidade
artística e coesão estilística. Neste sentido, ele explora principalmente
a combinação entre a música de concerto, o jazz e as músicas popular
e folclórica brasileiras, além de ocupar-se com a composição de música
cristã e obras de caráter sacro. É, talvez, através da linguagem sacra que
o compositor se insira mais profundamente numa tradição musical que
antecede o Barroco, renova-se com Bach e encontra no francês Olivier
Messiaen um ícone capaz de fundir de modo singular religiosidade e
inovação da linguagem musical. A essa mesma tradição filia-se também
Manoel Dias de Oliveira (1734/35-1813), compositor brasileiro do
período colonial, que se acredita ter
nascido na Vila de São José, atual
Tiradentes, e sabe-se ali ter atuado.
Dias de Oliveira tornou-se o principal
músico da Capitania de Minas Gerais
e seu estilo versátil reúne atributos que
vão da música renascentista ao Barroco
tardio. São de Manoel Dias de Oliveira
os seis temas que inspiraram a obra
Evocações Sagradas, de Jônatas Reis.
Embora motivada pela música do
compositor colonial mineiro, Evocações
Sagradas reúne variadas influências,
de Hindemith e Britten a Stravinsky e
Shostakovich, passando por Villa-Lobos
e Guerra-Peixe, e divide-se em cinco
movimentos. O primeiro movimento,
A Ti, ó Deus louvamos; a Ti, Senhor,
confessamos, reúne variações sobre o tema
Te Dominum confitemur do Te Deum de
Dias de Oliveira; o segundo movimento,
Vinde, adoremos, mantém quase intacta
a melodia do Venite Adoremus, enquanto
variações harmônicas, métricas e rítmicas
são exploradas; o terceiro movimento,
O anjo do Senhor – A fuga do Egito,
é uma fuga em crescente densidade a
partir do tema do Angelus Domini de
Dias de Oliveira; o quarto movimento,
Ai! Meu Senhor morreu, sobrepõe dois
temas sucessivos da Procissão de
Enterro nº 2: o motivo coral Heus
e o solo Canto da Verônica, que é
delegado ao violoncelo; finalmente,
o último movimento, O Senhor
ressuscitou verdadeiramente!, traz
uma série de variações inspiradas
no Surrexit Dominus Vere.
Jônatas
REIS
11
IGOR REYNER Pianista, Mestre em Música pela UFMG, doutorando de Francês no King’s College London e colaborador do ARIAS/Sorbonne Nouvelle Paris 3.
EVOCAÇÕES SAGRADAS – SOBRE TEMAS DE MANOEL DIAS DE OLIVEIRA (2016) 24 min
12 S13
INSTRUMENTAÇÃO
Trompete e cordas.
PARA OUVIRCD Composers in Person –
Shostakovich – Orchestre National de la Radiodiffusion Française – Andre Cluytens,
regente – Dmitri Shostakovich, piano – Ludovic Vaillant, trompete – EMI Classics –
1993 (Gravado em 1958/1959)
PARA ASSISTIRVerbier Festival Chamber Orchestra –
Gábor Takács-Nagy, regente – Marta Argerich, piano – David Guerrier,
trompete | Acesse: fil.mg/spiano1
PARA LERAttila C. Sampaio e Dietmar Holland –
Guia básico dos concertos: música orquestral de 1700 até os nossos dias – Civilização
Brasileira – 1995
Rússia, 1906 – 1975
Shostakovich começou a compor precocemente, aos quatorze anos,
atraindo a atenção dos principais músicos soviéticos. No Conservatório
de Petrogrado, Rússia, foi orientado por renomados mestres do
piano e da composição, sendo o curso de seu desenvolvimento
criativo determinado pelos acontecimentos em sua pátria.
Ao contrário de muitos compositores soviéticos de sua geração,
Shostakovich não se exilou, optando corajosamente por conciliar as
revoluções musicais de sua época com as restrições impostas pelo
regime stalinista. Utilizou elementos da música contemporânea
ocidental para impingir certo caráter grotesco e exaltado às suas
sátiras operísticas (O Nariz, de 1928, baseado em Gogol) e, da
mesma forma, expressar ironia mordaz em obras para o balé (A
Idade de Ouro, de 1930) e para o cinema (A Nova Babilônia,
de 1929). Seu temperamento audacioso logo o pôs em conflito
com as autoridades soviéticas, que o acusaram de vulgaridade,
controlando suas obras até a morte de Stálin, ocorrida em 1953.
Após o sucesso da Primeira Sinfonia, estreada na sua formatura, em
1926, o jovem compositor demonstrou ser hábil em quase todos os
gêneros musicais. A primeira incursão no gênero concertante foi o
Concerto para piano nº 1, op. 35, de 1933 – na verdade, um concerto
para piano, trompete obbligato e orquestra de cordas. Shostakovich
concebeu a obra, inicialmente, para trompete solista e orquestra.
Posteriormente, adicionou o piano e relegou o trompete a um papel
secundário, ora respondendo, ora comentando os temas do piano e
da orquestra. O Concerto para piano nº 1 possui colagens, citações e
paródias musicais de canções populares alemãs e inglesas, de obras de
Beethoven, de Haydn e do próprio Shostakovich, e mesmo potenciais
elementos circenses e jazzísticos, os quais viriam a se consolidar na Suíte
para Orquestra de Jazz nº 1, escrita no ano seguinte. A orquestração
do Concerto, à maneira de um
concertino neobarroco (em voga nos
anos 1930 em toda a Europa), assim
como o maneirismo neoclássico,
herdado da escola vienense, unem-
se às polcas e valsas, reambientadas
pelo espírito de Shostakovich.
O Concerto para piano nº 1 foi
estreado a 15 de outubro 1933, na
abertura da temporada de concertos da
Orquestra Filarmônica de Leningrado,
sob a regência de Fritz Stiedri, com
Shostakovich ao piano e Alexander
Schmidt ao trompete. Os movimentos,
interligados, possuem a indicação
attacca, significando que não deve
haver interrupção entre eles. O
espirituoso Allegretto reúne diversos
temas numa coesão surpreendente. O
segundo movimento, uma valsa lenta,
íntima e sincera, remete ao Adagio
do Concerto de Ravel e contrasta
emocionalmente com os demais
movimentos. O Moderato seguinte,
iniciado por solo de piano, introduz o
burlesco e fanfarrão Allegro con brio. A
obra de Shostakovich, com uma veia de
jovialidade iconoclasta, alia construção
contrapontística à exibição veemente do
pianismo moderno russo. O compositor,
sagaz e irônico, coloca o humor e a
música a serviço da crítica social.
Dmitri
SHOSTAKOVICH
MARCELO CORRÊA Pianista, Mestre em Piano pela Universidade Federal de Minas Gerais, professor na Universidade do Estado de Minas Gerais.
CONCERTO PARA PIANO Nº 1 EM DÓ MENOR, OP. 35 (1933) 21 min
14 R15
INSTRUMENTAÇÃO — SUÍTE Nº 1
2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 fagotes, 2 trompas, trompete, harpa, cravo, cordas.
INSTRUMENTAÇÃO — SUÍTE Nº 2
Piccolo, 3 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, 2 fagotes, 3 trompas,
2 trompetes, 3 trombones, tímpanos, harpa, celesta, cravo, cordas.
PARA OUVIRRespighi – Ancient airs and dances – Suítes nos 1-3 – National Symphony
Orchestra of Ireland – Rico Saccani, regente – Naxos, Alemanha – 1996
PARA LERFrançois-René Tranchefort – Guia da Música
Sinfônica – Nova Fronteira – 1990
Itália, 1879 – 1936
Respighi pertence à chamada Geração de Oitenta (1880) que, na Itália
dominada por longa tradição operística, lutou pelo renascimento de uma
música instrumental vigorosa. Violista renomado, Respighi teve formação
cosmopolita. Tocou na Orquestra da Ópera de São Petersburgo
e estudou com Rimski-Korsakov, de quem herdou a ciência da
instrumentação. Em Berlim, foi discípulo do conservador Max Bruch;
entretanto, soube enriquecer sua paleta orquestral em contato com
os aspectos inovadores das obras de Richard Strauss e Debussy.
Por outro lado, o compositor identificou-se com o passado musical
de seu país. Usou os modos gregorianos em composições próprias
e transcreveu obras antigas. As três suítes de Árias e Danças Antigas
refletem seu interesse pelos velhos mestres – cada uma possui quatro
movimentos, retirados de peças para alaúde de autores italianos
e franceses dos séculos XVI e XVII. Por essa época, as peças de
dança, agrupadas ou não em suítes, constituíram uma das fontes
fundamentais para a música instrumental. Em festas populares ou
em cerimônias cortesãs, a dança desempenhava importante papel
na vida social renascentista ou barroca. Entretanto, cada vez mais
as peças da suíte foram tratadas como música para ser tocada e não
necessariamente dançada. Os compositores reuniam, na suíte, danças
representativas de diferentes países, consideradas como patrimônio
comum do Ocidente. A essas agregavam, eventualmente, algum número
inabitual, de países distantes, turqueries com claro apelo exótico.
Com liberdade e criatividade, Respighi soube interpretar aspectos
sugestivos desses originais, utilizando uma orquestração extremamente
inventiva e atraente.
A Suíte nº 1 inicia-se com um Balletto do compositor
Simone Molinaro, mestre de capela de Gênova.
A segunda dança, uma Gagliarda de
grande vivacidade e com orquestração
mais densa, foi composta por Vincenzo
Galilei – pai do célebre astrônomo.
A Villanella seguinte cria grande
contraste, apresentando delicado
lirismo. Trata-se de uma canção
popular napolitana anônima.
Também desconhecido é o autor do
Passomezzo e Mascherada, número final
da Suíte, repleto de humor e energia.
A Suíte nº 2 inicia-se com três
números do balé Laura soave de
Fabricio Caroso – Balletto con gagliarda,
Saltarello e Canario – reagrupados
por Respighi em um Andantino.
As duas peças seguintes homenageiam
a música francesa: a Dança Rústica
é obra de Jean Baptiste Bésard,
importante compositor borgonhês
para alaúde. A próxima ária,
Campanae parisienses, inspira-se na
canção Les cloches de Paris, atribuída
a Marin Mersenne, matemático e
filósofo jesuíta, amigo de Descartes.
A Suíte termina retornando à Itália,
com os temas originais do norte do
país encontrados na Bergamasca
de Bernardo Gianoncelli. A beleza
do material temático somada ao
fascínio tímbrico da orquestração
magistral de Respighi tornam essas
suítes páginas inesquecíveis.
Ottorino
RESPIGHI
PAULO SÉRGIO MALHEIROS DOS SANTOS
Pianista, Doutor em Letras, professor na UEMG, autor dos livros Músico, doce músico e O grão perfumado – Mário de Andrade e a arte do inacabado. Apresenta o programa semanal Recitais Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.
ÁRIAS E DANÇAS ANTIGASSuíte nº 1 (1917) 15 min
Suíte nº 2 (1923) 19 min
1716
FO
TO
: B
RU
NA
BR
AN
DÃ
O
torne-se um amigo da filarmônica.
Ao se tornar um Amigo da Filarmônica,
você ajuda a Orquestra a realizar sua
programação educacional. E ainda recebe
benefícios. Saiba mais e veja como é fácil doar.
www.filarmonica.art.br/amigos-da-filarmonica
amigos fazem a diferença
e a filarmônica de minas gerais conta com o seu apoio
Anuncio Cemig.indd 1 14/04/2016 17:46:21
19Ilustrações: Mariana Simões
FORTISSIMO agosto nº 15 / 2016 ISSN 2357-7258
EDITORA Merrina Godinho Delgado
EDIÇÃO DE TEXTO Berenice Menegale
* principal ** principal associado *** principal assistente **** músico convidado
Conselho Administrativo
PRESIDENTE EMÉRITO Jacques Schwartzman
PRESIDENTE Roberto Mário Soares
CONSELHEIROS Angela Gutierrez Berenice MenegaleBruno VolpiniCelina SzrvinskFernando de AlmeidaÍtalo GaetaniMarco Antônio PepinoMauricio FreireMauro BorgesOctávio ElísioPaulo BrantSérgio Pena
Diretoria Executiva
DIRETOR PRESIDENTE Diomar Silveira
DIRETOR ADMINISTRATIVO-FINANCEIROEstêvão Fiuza
DIRETORA DE COMUNICAÇÃO Jacqueline Guimarães Ferreira
DIRETORA DE MARKETING E PROJETOS Zilka Caribé
DIRETOR DE OPERAÇÕES Ivar Siewers
DIRETOR DE PRODUÇÃO MUSICAL Kiko Ferreira
Equipe Técnica
GERENTE DE COMUNICAÇÃO Merrina Godinho Delgado
GERENTE DE PRODUÇÃO MUSICAL Claudia da Silva Guimarães
ASSESSORA DE PROGRAMAÇÃO MUSICALGabriela Souza
PRODUTORES Luis Otávio RezendeNarren Felipe
ANALISTAS DE COMUNICAÇÃO Marciana Toledo (Publicidade) Mariana Garcia (Multimídia)Renata GibsonRenata Romeiro (Design gráfico)
ANALISTA DE MARKETING DE RELACIONAMENTO Mônica Moreira
ANALISTAS DE MARKETING E PROJETOSItamara KellyMariana Theodorica
ASSISTENTE DE MARKETING DE RELACIONAMENTO Eularino Pereira
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO Rildo Lopez
Equipe Administrativa
GERENTE ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA Ana Lúcia Carvalho
GERENTE DE RECURSOS HUMANOSQuézia Macedo Silva
ANALISTAS ADMINISTRATIVOS João Paulo de OliveiraPaulo Baraldi
ANALISTA CONTÁBIL Graziela Coelho
SECRETÁRIA EXECUTIVAFlaviana Mendes
ASSISTENTE ADMINISTRATIVACristiane Reis
ASSISTENTE DE RECURSOS HUMANOSVivian Figueiredo
RECEPCIONISTA Lizonete Prates Siqueira
AUXILIAR ADMINISTRATIVO Pedro Almeida
AUXILIARES DE SERVIÇOS GERAIS Ailda ConceiçãoMárcia Barbosa
MENSAGEIROSBruno RodriguesDouglas Conrado
MENOR APRENDIZMirian Cibelle
Sala Minas Gerais
GERENTE DE INFRAESTRUTURA Renato Bretas
GERENTE DE OPERAÇÕES Jorge Correia
TÉCNICO DE ÁUDIO E ILUMINAÇÃOMauro Rodrigues
TÉCNICO DE ILUMINAÇÃO E ÁUDIO Rafael Franca
ASSISTENTE OPERACIONALRodrigo Brandão
DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR
Fabio Mechetti
REGENTE ASSOCIADO
Marcos Arakaki
Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
PRIMEIROS VIOLINOS Anthony Flint – SpallaRommel Fernandes – Spalla AssociadoAra Harutyunyan – Spalla AssistenteAna Paula SchmidtAna ZivkovicArthur Vieira TertoBojana PantovicDante BertolinoHyu-Kyung JungJoanna BelloRoberta ArrudaRodrigo BustamanteRodrigo M. BragaRodrigo de Oliveira
SEGUNDOS VIOLINOSFrank Haemmer *Leonidas Cáceres ***Gideôni LoamirJovana TrifunovicLuka MilanovicMartha de Moura PacíficoMatheus BragaRadmila BocevRodolfo ToffoloTiago EllwangerValentina Gostilovitch
VIOLASJoão Carlos Ferreira *Roberto Papi ***Flávia MottaGerry VaronaGilberto Paganini Juan DíazKatarzyna DruzdLuciano GatelliMarcelo NébiasNathan Medina
VIOLONCELOSPhilip Hansen *Felix Drake ***Camila PacíficoCamilla RibeiroEduardo SwertsEmilia NevesLina RadovanovicRobson FonsecaWilliam Neres
CONTRABAIXOSNilson Bellotto *Marcelo CunhaMarcos LemesPablo GuiñezRossini ParucciWalace Mariano
FLAUTASCássia Lima *Renata Xavier ***Alexandre BragaElena Suchkova
OBOÉSAlexandre Barros *Ravi Shankar ***Israel MunizMoisés Pena
CLARINETESMarcus Julius Lander *Jonatas Bueno ***Ney FrancoAlexandre Silva
FAGOTESCatherine Carignan *Victor Morais ***Andrew HuntrissFrancisco Silva
TROMPASAlma Maria Liebrecht *Evgueni Gerassimov ***Gustavo Garcia Trindade José Francisco dos SantosLucas Filho Fabio Ogata
TROMPETESMarlon Humphreys *Érico Fonseca **Daniel Leal ***Tássio Furtado TROMBONESMark John Mulley *Diego Ribeiro **Wagner Mayer ***Renato Lisboa
TUBAEleilton Cruz *
TÍMPANOSPatricio Hernández Pradenas *
PERCUSSÃO Rafael Alberto *Daniel Lemos ***Sérgio AluottoWerner Silveira
HARPAJennifer Campbell ****
TECLADOSAyumi Shigeta *Wagner Sander ****
GERENTE Jussan Fernandes
INSPETORAKarolina Lima
ASSISTENTE ADMINISTRATIVA Débora Vieira
ARQUIVISTAAna Lúcia Kobayashi
ASSISTENTESClaudio StarlinoJônatas Reis
SUPERVISOR DE MONTAGEMRodrigo Castro
MONTADORESAndré BarbosaHélio SardinhaJeferson SilvaKlênio CarvalhoRisbleiz Aguiar
Instituto Cultural Filarmônica
GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAISFernando Damata Pimentel
VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAISAntônio Andrade
(Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Lei 14.870 / Dez 2003)
SECRETÁRIO DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAISAngelo Oswaldo de Araújo Santos
SECRETÁRIO ADJUNTO DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAISJoão Batista Miguel
SHOSTAKOVICHEditor original: Herdeiros ShostakovichRepresentante exclusivo: Barry Editorial
21
PARA APRECIAR UM CONCERTO
CONCERTOS COMENTADOSAgora você pode assistir a palestras sobre temas dos concertos das séries Allegro, Vivace, Presto e Veloce. Elas acontecem na Sala de Recepções, à esquerda do foyer principal, das 19h30 às 20h, para as primeiras 65 pessoas a chegar.
CUMPRIMENTOSApós o concerto, caso queira cumprimentar os músicos e convidados, dirija-se à Sala de Recepções.
ESTACIONAMENTOPara seu conforto e segurança, a Sala Minas Gerais possui estacionamento, e seu ingresso dá direito ao preço especial de R$ 15 para o período do concerto.
PONTUALIDADE Uma vez iniciado um concerto, qualquer movimentação perturba a execução da obra. Seja pontual e respeite o fechamento das portas após o terceiro sinal. Se tiver que trocar de lugar ou sair antes do final da apresentação, aguarde o término de uma peça.
APARELHOS CELULARESConfira e não se esqueça, por favor, de desligar o seu celular ou qualquer outro aparelho sonoro.
FOTOS E GRAVAÇÕES EM ÁUDIO E VÍDEONão são permitidas durante os concertos.
APLAUSOSAplauda apenas no final das obras. Veja no programa o número de movimentos de cada uma e fique de olho na atitude e gestos do regente.
CONVERSAA experiência do concerto inclui o encontro com outras pessoas. Aproveite essa troca antes da apresentação e no seu intervalo, mas nunca converse ou faça comentários durante a execução das obras. Lembre-se de que o silêncio é o espaço da música.
CRIANÇASCaso esteja acompanhado por criança, escolha assentos próximos aos corredores. Assim, você consegue sair rapidamente se ela se sentir desconfortável.
COMIDAS E BEBIDASSeu consumo não é permitido no interior da sala de concertos.
TOSSEPerturba a concentração dos músicos e da plateia. Tente controlá-la com a ajuda de um lenço ou pastilha.
0 PROGRAMA DE CONCERTOS
O Fortissimo é uma publicação indexada aos sistemas nacionais e internacionais de catalogação. Elaborado com a participação de especialistas, ele oferece uma oportunidade a mais para se conhecer música. Desfrute da leitura e estudo. Mas, caso não precise dele após o concerto, por favor, devolva-o nas caixas receptoras para que possamos reaproveitá-lo.
O Fortissimo também está disponível no formato digital em nosso sitewww.filarmonica.art.br.
VISITE A CASA VIRTUAL DA NOSSA ORQUESTRA
www.filarmonica.art.brFILARMÔNICA ONLINE
FORA DE SÉRIE
CONCERTOS ago
Veja detalhes em filarmonica.art.br/concertos/agenda-de-concertos.
7 / ago, 11hForma ABA
11 e 12 / ago, 20h30J. Reis, Shostakovich, Respighi
20 e 21 / ago, 18hMozart — Ópera
26 / ago, 20hCaeté — Quinteto de Sopros
JUVENTUDE
Para que sua noite seja ainda mais especial, nos dias de concerto, apresente seu ingresso no restaurante Haus München e, na compra de um prato principal, ganhe outro de igual ou menor valor.
Rua Juiz de Fora, 1.257, pertinho da Sala Minas Gerais.
• Séries de assinatura: Allegro, Vivace, Presto, Veloce, Fora de Série• Concertos para a Juventude• Clássicos na Praça• Concertos Didáticos• Festival Tinta Fresca• Laboratório de Regência• Turnês estaduais• Turnês nacionais e internacionais• Concertos de Câmara
Visite filarmonica.art.br/filarmonica/sobre-a-filarmonica e conheça cada uma delas.
CONHEÇA AS APRESENTAÇÕES DA FILARMÔNICA
TEMPORADA 2017
VEM AÍ A NOVA TEMPORADA DA FILARMÔNICA.
TURNÊ ESTADUAL
/filarmonicamg
Se você já é assinante, mantenha seus dados atualizados: conte pra nossa Assessoria de Relacionamento quaisquer mudanças de telefone, endereço ou e-mail. E fique de olho emfilarmonica.art.br/area-do-assinante
Se você ainda não é assinante, aguarde a divulgação do calendário de assinaturas. E fique de olho em filarmonica.art.br/seja-um-assinante
Pra ficar informado(a), acompanhe nosso site e nossas redes sociais.
ALLEGRO VIVACE
DIVULGAÇÃO
PATROCÍNIO MÁSTER
PATROCÍNIO
APOIO INSTITUCIONAL
MANTENEDOR
REALIZAÇÃO
/filarmonicamg @filarmonicamg /filarmonicamg
SALA MINAS GERAIS
Rua Tenente Brito Melo, 1.090 | Barro Preto | CEP 30.180-070 | Belo Horizonte - MG
(31) 3219.9000 | Fax (31) 3219.9030
WWW.FILARMONICA.ART.BR
/filarmonicamg
CO
MU
NIC
AÇ
ÃO
IC
F
Recommended