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GRITOS DO AFETO - EMBANDO - 2018
Quais são os gritos do afeto? Loucura, dor, brutalidade, ganância, embrutecimento, violência, separação.... Pessoas na rua pedintes e carentes de tudo, pessoas em suas grandes casas, solitárias, sofrendo de solidão e falta de conexão... Sintomas. Os ditos loucos evidenciam a falha do sistema... Artistas emudecidos fazem propagandas... As guerras mostram que a velha fórmula apodreceu... O corpo adoece, a alma apodrece, corações petrificados... É hora de gritar! O momento é de afetar e deixar sair gritos de muitas gerações! Afinal, de quantas memórias é feito um corpo? Tantas histórias, tantas dores, alegrias e amores... Como disse Galeano, não somos feitos de átomos, somos feitos de história. Somos feitos de afeto. O humano só se reconhece e sobrevive na relação. Estamos sobrevivendo? Estamos sobrevivendo aos gritos emudecidos escancarados nas esquinas, nos escombros, nos buracos? Gritos para quem quiser escutar. Quem quer ver o óbvio tão invisível na rotina? Quem encara a dificuldade de ser quem se é na dureza e caos da cidade, no mar de frieza do cotidiano? A urgência da de se ouvir, de nos ouvirmos. De resgatar os laços, refazer o nós. De deixar ecoar dentro os gritos do afeto nas ruas. Os gritos urgem, a magia emerge no peito, na lua, nos sábios marginalizados, nos encontros. Sinais. Sinais abrem e fecham. E a máquina continua funcionando, automática. Quebrada. Luzes se apagam, luzes acendem. Brilhos ofuscantes, brilhos oscilantes. Chega o momento, o chamado da força que acontece quando estamos juntos! Chamado que aponta para a escuta, a visão, pro canto dos gritos de sermos quem somos. A voz de dentro aponta caminhos, a força ancestral traz chão, o ritual transforma. O coletivo é círculo regulador que apoia e ancora. Afeto como sujeito, agente transformador que grita para ser ouvido, para furar a barreira do embotamento que nos anestesia no cinza das grandes metrópoles. Gritos do afeto é o desvendar da essência do artista alquimista que mergulha na escuta de si e do outro e se reinventa diante do caos da vida contemporânea.
ROTEIRO de GRITOS DO AFETO
Cena 1 – EM CORPO Capa do livro Música oráculo - trazemos a energia e emoção das nuances da vida, somos mensageiros dessas nuances, mostrando o belo, o pânico, a magia, a tormenta... Música de abertura que traz as energias que vamos transitar durante o show e que traz a força do coletivo e de estar EmBando como uma marca do grupo. Energia e intenção: Visceral. Se apropriar do texto, falar as palavras com significado. Força, certeza, confiança, magia e o lúdico. Expressar as emoções e nuances de acordo com elas.
Música EM CORPO
Lucas Notaro
Em nuvens, em ordem, em par...
Em ar, em som, em cor, em chão
Em dias, em eras, em fontes, em grão.
Em lar, em mar, em vez, em quando,
Em sol, em cá, em si, em bando.
Em nuvens, em ordem, em par, em pânico!
Em rotas, em saltos, em uivos, em prantos
Em toca, em puro, em voltas, em tantos
Em parte. Em carne.
Em sorte. Em corte.
Em último, em outra, em círculos, em fases.
Em vão.
Cena 2- Baile de máscaras Cenário de máscaras, futilidades, superficialidade,
Música: Baile de Máscaras Lu Lodi Começou-se o baile de máscaras cada um tem a sua aqui! Bem vindos ao baile de máscaras, vamos todos dançar e sorrir! Então juntem-se ao baile de máscaras vós também podeis se divertir! Bem-vindos ao baile de máscaras, nós queremos ver todos sorrir! Vamos todos cantando com os pares bailando a diversão reina aqui De máscaras vamos, sem saber quem somos e a noite nós vamos sair Então juntem-se ao baile de máscaras vós também podeis se divertir Bem vindos ao baile de máscaras nós queremos ver todos sorrir Vamos todos cantando com os pares bailando, a diversão reina aqui De máscaras vamos sem saber quem somos e a noite nós vamos sair Começou-se o baile de máscaras, cada um tem a sua aqui Começou-se o baile de máscaras, nós queremos dançar e sorrir Vamos todos cantando com os pares bailando a diversão reina aqui De máscaras vamos, sem saber quem somos e a noite nós vamos sair daqui De máscaras vamos, sem saber quem somos e a noite nós vamos sair.
Cena 3 - CIRCO FANTASMA Crítica à idealização do que é ser artista, do glamour, da superficialidade, Intenção e atmosfera: Sarcasmo, sedução, deboche, lúdico, glamour, deslumbre.
Música CIRCO FANTASMA
Christian Bizzotto
“Respeitável público!!!
Esse é o GRITOS DO AFETO,
para o deleite dos vossos sentidos e
entorpecimento das multidões!”
Na madrugada o céu confirmou
Circo fantasma ao léu se armou
prum mambembe show
e o palhaço morreu
mas o circo é fantasma!
O circo sobrevoa a cidade
como, se ele nunca existiu?
Uma fantasia itinerante
que ninguém enxerga, nunca viu!
O palhaço já saiu de cena
e o equilibrista já caiu
numa corda bamba a vida cena
o sonho em pedaços se partiu
Na multidão o artista ficou
e quem se perdeu
nunca mais se encontrou
num mambembe show
Invisível fiquei...
mas o circo é fantasma!
Cena 4 - ALGUM NINGUÉM A loucura como sanidade e caminho. Sonho como fuga e respiro. Intenção e atmosfera: Loucura-sanidade, sonho, busca, devaneios.
Texto ALGUÉM Nena Telles
Ouço passos, ruídos e risos, vejo pés caminhando,
são muitos num movimento contínuo e sem fim.
Bocas abertas num grito calado, mãos prisioneiras de um gesto contido. Olho à minha volta são só paredes, busco palavras só encontro silêncio.
Onde estou? Que mundo é esse?
Fecho os olhos e mergulho num sonho,
não importa qual seja, mas sonho.
Me dizem louca.
Cena 5 - LÚDICO VAPOR Sonhos, projeções, loucura… Movimento de tentar se encontrar no outro, no sonho, em si mesmo. Múltiplas facetas, pluralidade individual, ciclos, nuances, estados da mente e do espírito. Intenção e energia: Confusão, agitação, prisão mental, busca, devaneios, alucinação. Priorização e apreensão do texto, palavra como energia e significado que jogamos para o público. Interpretação, expressão e apropriação de texto.
Música: LÚDICO VAPOR
Lucas Notaro
Vi alguém passando aqui igual a mim nem sei se era eu, talvez, não sei, mas pode
ser, porque ouvi dizer que nós vivemos num universo
misterioso e paralelo e sim podemos nos ver do outro lado
Vi alguém passando aqui tão igual a mim nem sei se era eu.
É não sei mas sim pode ser porque não num outro lado haver
um sujeito igual a mim a fazer aquilo que eu nunca fiz
Um esboço ou obra prima querendo aquilo que eu nunca quis.
Se isso tudo é possível eu vou visitar eu mesmo
pra ver se eu sou tudo que eu mais queria ser
e dizer a mim mesmo que bom que tá satisfeito
porque desse lado tá muito complicado ser
Esse universo imenso me parece tão pequeno
quando eu paro bem e penso o que posso imaginar
Sei que ele é tão pequeno diante do pluriverso
ou até desse multiverso que aumenta sem parar
Se isso tudo é possível eu vou visitar eu mesmo
pra ver se eu sou tudo que eu mais queria ser
E dizer a mim mesmo que bom que tá satisfeito
Porque desse lado tá muito complicado ser
Movimento caos imenso
foco saga plano órbita limite
Gravidade pensamento
fractal elementar
movimento caos imenso lúdico vapor
elemento vulnerável combustão
Cena 6 - A LOUCURA É DO LADO DE LÁ Instrumental que anuncia a perda do sentido e o mergulho no cemitério de memórias. Atmosfera densa e fria, revelando o cenário do lamento da solidão. Cena 7 - TORTUOSAMENTE Tristeza e dor da morte em vida, morte de si mesmo, de algo que representa pulsão de vida, dos sonhos, do amor, da felicidade, deixando vazio e fragilidade. Intenção e atmosfera: densidade, vazio, lamento, etéreo
Música: TORTUOSAMENTE Christian Bizzotto Se fossem todos os caminhos tortos Se fossem todas essas pistas falsas Se fossem todas as palavras ditas Se fossem todas as respostas certas E se não fossem as janelas largas e se não fosse esse remédio amargo talvez tivesse a sua presença agora a meia noite à luz da lua Tanto que já chorei Tudo que era chorar Tua ausência vai sempre voltar Tudo que já chorei Tanto que era capaz Tua ausência vem e me desfaz Não, meu amor, fica, por favor Ela adormeceu Já faz muito tempo que ela partiu, não vá você desejar a sorte de quem se foi porque não, ela adormeceu.
Cena 8 - TREM DA VENDA Propaganda, anúncio e denúncia do maquinário de vendas e vendas que agonizam a humanidade de ser. Atmosfera e intenção:energia rascante - ironia, força, tramoia, raiva contida
Música TREM DA VENDA Lucas Notaro Nano Max Carolina Sanches Vendo, vendo, vindo, vendo, vendo, Vendo vendo, vindo, vendo, vendo, Vendo vendo, vindo, vendo, vendo, Vendo, vendo, vindo, vendo, vendo, Vem vindo o trem da venda… Vendados, vendidos, vem ver: verdade massiva Vendas, restos, vidas, fatos, atos, ritos, Vetados, vencidos, vem ver: cadeira cativa Vendas, restos, vidas, fatos, atos, ritos, Tolos, ralos, nulos, vários, fartos, mitos, Um fato exclusivo vetado escondido, vem ver! Vendo, vendo, vindo, vendo, vendo, Vendo vendo, vindo, vendo, vendo, Vendo vendo, vindo, vendo, vendo, Vem vindo o trem da venda… Vender, rendar, render, vendar! Enquanto o sangue derramado esfria, humano versus agonia Um plano de esmagar o engano de querer Ser livre pra ganhar só o que merecer Vem vindo o trem da venda… Vender, rendar, render, vendar!
Cena 9 - ENTORPECIMENTO Adoração ao poder, ao entorpecimento como uma forma de viver e se sentir superior. Intenção e atmosfera: Desejo, Luxúria, poder, ganância, torpor, vícios. Todos representam o Poder e seus adoradores.
Música ENTORPECIMENTO
Christian Bizzotto,Guilherme Ashton, Nina Rodrigues e Pedro Fernando
PODER:
TODA NOITE EU DEIXO OS HOMENS NUMA ESPÉCIE DE DELÍRIO
INTOXICO SUAS MENTES COM O PERFUME DO MEU OLHAR
LANCINANTE EU DANÇO LOUCA E LANÇO O MEU FEITIÇO NOIR
HIPNOTIZO ESSES HOMENS A FAZEREM O QUE EU MANDAR
OUÇO UM CORTEJO, NÃO SE ATREVA. NÃO SOU UMA QUALQUER
EU CONTROLO O DESEJO, SOBREVIVA SE PUDER
BEM EU MANDO HÁ MUITO TEMPO, MEU NEGÓCIO É MUITO ANTIGO
UM SUCESSO DESDE UM TEMPO QUE NINGUÉM LEMBRA MAIS
E OS TOLOS QUE EM VÃO TENTARAM ME ALCANÇAR CAÍRAM
E VOCÊ SOZINHO NÃO CONSEGUE ME ENFRENTAR
NUNCA SE ESQUEÇA, EU TE VEJO ESTEJA ONDE ESTIVER
EU CONTROLO O DESEJO SOBREVIVA SE PUDER
CORO:
Eu quero entrar na roda do intenso prazer, eu quero me prender no trilho insano do poder
Eu quero me perder num mundo fora do tom, e lambuzar meu tédio no calor do teu batom
HOMEM:
QUERO DOMINAR O MUNDO / TER DE TUDO E UM POUCO MAIS
QUERO ME SENTIR MAIS VIVO / DE LOUCURAS SOU CAPAZ
PODE CRER CONSIGO TUDO / PODER INCONDICIONAL
PODE SER QUE EU SEJA LOUCO / POR AMAR O QUE ME FAZ MAL
CORO:
Eu quero te pegar à força e sussurrar no teu ouvido,
e então dizer coisas tão sujas só pra te ver gozar
E desse jeito esqueço essa minha vida de labuta e só assim serei feliz tentando me enganar.
PODER:
BEM, EU MANDO HÁ MUITO TEMPO TODOS QUEREM TER PODER
MAS EU COBRO MUITO ALTO
VOCÊ PODE ENLOUQUECER
Cena 10 - TEM GENTE, TEM FOME Um contraste e consequência do Entorpecimento. A fome que grita da gente invisível que sofre as consequências de um sistema de dominação mostrado em Trem da Venda e Entorpecimento. Momento de gritar a dor e a miséria. Evidenciar a falta e a necessidade de afeto. Intenção e atmosfera: Grito do afeto no cenário de miséria, solidão, dor, desespero e força para gritar e revelar o que muitos fingem não ver e não sentir. Prioridade em falar o texto de acordo com seu significado. Texto como substância do intérprete.
Música TEM GENTE, TEM FOME
Christian Bizzotto, Ilona Wirth, Pedro Fernando
Dançam, com pouca roupa ou quase nada
e já sabem que não podem mais
esconder ( sua imensa ) paixão
de viver ( e de ) sonhar { gritar },
pra existir e lutar
Só de medo não se vive, ( vive não! )
Temos fome de sonhar!
Tem gente, tem fome, tem ódio, tem
Vem gente, vem fome, vem morte, vem
Cabeça na lança na ponta da língua
cabeça não pensa na ponta da lança!
Sem trono, sem dono, sem fé também
( Tem gente, tem fome, tem ódio tem! )
Um povo, sem rumo, sem vida, sem
( Vem gente, vem fome, vem morte )
Procura no sonho encontrar seu caminho
achar um sentido perdido no mundo!
Cena 11 - CAOS-FUSÃO A sábia ambulante da cidade, errante, acerta em devaneios. Miséria, solidão, memórias que se confundem com o agora, perguntas sem resposta... Em lampejos, ela enxerga além de suas dores no clarão da noite de lua cheia… Pluralidade e não dualidade. Nada é uma coisa só. Os loucos e marginalizados enquanto sábios sensíveis desajustados e excluídos da engrenagem. Intenção e atmosfera: Loucura e lucidez como facetas que dialogam entre si. Drama, solidão, dor, consciência, magia.
Texto CAOS FUSÃO
Bia Pagliaro e Nina Terra
Os elefantes podem todos morrer.
Quick! quick !
Quando me levaram lá pra cima deu pra ver,
tem algumas luzes acendendo, tem outras não, outras escuras,
às vezes tem aquelas sozinhas ali no meio…
mas você consegue ver aquela que acende e apaga,
acende e apaga, acende e apaga.
É fácil saber quem tá aceso e quem tá apagado.
Por que os dias escuros marcam tanto?
Ele veio com a faca, eu tava no meu canto, eu lutei, lutei, mas ele me matou.
Aí eu falei pra ele assim: - Péraí! Eu moro aqui nessa barraca,
você entrou mas não é daqui. Pode ir saindo!
Vamos... Vamos a mi casa?
Mio marito aveva un Castello e Io era la principessa del castello.
O quê? Ah, não sei, 18?
E mi mama? Donde está mi mama?
Não é memória, é loucura!
Ei, me dá um trocado pra eu comprar uma quentinha?
Ei, me dá um trocado pra… Ei, me dá um trocado que..
me dá um trocado que eu tô com fome, bando de muquirana ?!?
E mi mama? Donde está mi mama?
Tem cicatriz que dói só de olhar.
Será que vou conseguir dançar um dia?
Cena 12 - SELVA DE SOM Na selva de som, os corações vazios não ouvem os gritos das dores da alma. Entre o concreto e o cinza, corpos na urgência sem rumo. Mas há algo além... Há magia no caos... A vida dá sinais de pulso. Intenção e atmosfera: Drama, sensibilidade, emoção, magia, mistério.
Conexão com letra, corpo como veículo sonoro.
Música SELVA DE SOM
Nina Rodrigues,
Christian Bizzotto, Lucas Notaro
Na selva de som
coração que não sente
o ar no concreto de gente
A curva do céu
me chamou pra dançar
e sentir o que toca o peito
Num sopro da noite
um brilho medonho
pedaços de sonhos
tão seus e meus
As gotas de céu
que escorrem na pele
talvez nos revelem
segredos de d’eus
Cena 13 - ASSOVIA O VENTO… e OUVE A dor gritando, pedindo para ser ouvida. Na escuta da dor, a morte se torna um único caminho... Para ir além. Intenção e atmosfera: Angústia, busca, fuga e encontro, escuta, dor. Gestos, movimentos, repetições. Prisão em si mesmo. Corpos que cantam a melodia, a tormenta e as duras e latentes memórias de solidão e falta de afeto.
Texto - ASSOVIA O VENTO
Mosaico de Herika Reis, com Nietzche, Klaus Vianna e Eduardo Galeano
Será que tem valor as palavras que
são ouvidas e que depois são esquecidas?
Será que as palavras só ficam para quem ouviu?
Só amar, basta?
Meu coração é uma máquina de escrever ilusões.
Me disseram que é preciso de caos
para nascer uma estrela dançante.
Mas primeiro é preciso saber que existe um corpo.
Assovia o vento dentro de mim. Estou despida.
Dona de nada, dona de ninguém,
nem mesmo dona das minhas próprias certezas.
Sou minha cara contra o vento, a contravento.
E sou o vento que bate em minha cara.
Música - OUVE
Gael Wirth
Ouve, querida ouve...
O lamento de um coração
Na frieza dos anos que vão
Ouve, querida ouve...
A beleza que o canto revela
Na certeza de uma primavera
Cena 14 - CONSUMINDO REVOLUÇÕES Transformando a dor em revolta e a revolta em mudança. Renascimento. Rompendo correntes, soltando as amarras, tomando as rédeas. Romper barreiras, quebrar padrões. Se rebelar, agir diante da angústia. Deixar de ser massa e ser coletivo Intenção: Apoderamento, energia, esperança.
Música CONSUMINDO REVOLUÇÕES
Christian Bizzotto
NÃO VOU CONSUMIR OS TEUS DISCURSOS
NÃO VOU MAIS SEGUIR OS TEUS COSTUMES
VOU REVOLUCIONAR O MEU PERCURSO
NÃO VÃO ME PRENDER CALAR OU ADESTRAR
EU VOU LUTAR!
NÃO VOU VOTAR NO PARTIDO QUE VENCE
NEM NA MOEDA DO SEU CONCORRENTE
VAMOS PRA FRENTE, MARCHEM DEMENTES!
NÃO VOU DEIXAR QUE ME ENGANEM, TOLOS...
VAMOS À REVOLUÇÃO
DA CADEIRA DO SEU ESCRITÓRIO
ABRA SUA MÃO DA CARREIRA NOTÓRIA
VAMOS QUEIME O DINHEIRO
RASGUE AS TUAS VESTES
PARE E SEJA O TEU MESTRE, VIVA!
Não vou consumir os teus recursos!
DANÇAM, COM POUCA ROUPA OU QUASE NADA...
Não vou mais seguir o teu percurso!
Não correspondo ao que você quer de mim!
Cena 15 - PÓ DE GENTE Anúncio de um novo mundo. De afetar e ser afetado, de encontros, potência, possibilidades. Da força do que somos quando juntos. Acordar os sentidos em um salto quântico de encontro com a essência. Resgate da força humana, da força ancestral, a energia feminina que aponta caminhos. A dança, a terra, os rituais, são fonte de cura e transformação. Intenção e atmosfera: Entrega, abertura, energia selvagem, empoderada. Toques, sensibilidade, fogo. Energia rascante de quem assume o risco de ser quem se é. Energia feminina.
Música:
PÓ DE GENTE
Christian Bizzotto
O que a gente pode ser
Pode ser o que a gente
Pé de serra pode ser
Pó de gente
Mais um encontro qualquer
Consoantes que se tocam
no ritmo do atmo de um verso
Mas do outro lado do céu
A beleza amazônica se revela uma
crônica sincrônica do meu universo
EU SOU A LIBERDADE PRESA NO OLHAR
PÓ DE INFINITO QUE AVANÇA DEVAGAR
EU SOU A GOTA D’ÁGUA
ESPERANDO TRANSBORDAR
SOU A MÃO QUE BEBE O COPO
E MERGULHA NESSE MAR
Eu vou dançar no barro
da terra da Festa de Reis
Vou dividir o meu maracatu
Pra girar e fazer rir e assim durar
Porque sei que todo ritual de dança
É uma maneira de renascer
Cena 16 - RODA Festa em roda, ritual, alquimia sendo feita, honram-se os ancestrais, as festas, a terra, as crianças, os encontros, a magia, a vida… Celebração! Intenção e atmosfera: Corpo enérgico, potente, vivo. Enraizado e energizado. Magia, festa, contagiar a plateia com as descobertas e a escuta dos gritos do afeto. Elementos: terra e água.
Música RODA
Christian Bizzotto
Sem você um dia a criança dança,
sem saber que dançar é lançar o ser,
à mercê da flecha que alcança o ser
Sem você!
DEIXA EU TE VER MENINA, DEIXA EU TE VER RODAR
SARACOTEIA NA MINHA RETINA, OFERTA PR’ ODOIÁ
DEIXA EU TE VER MENINA, DEIXA EU TE VER RODAR
QUEBRA TEU CORPO NA TUA CAMBINDA,
SANGRA PRA YEMANJÁ.
SENTE ESSA DANÇA
QUE VIBRA NO CORPO
SANHA DE EMARANHAR
RODA ESSA DANÇA MARA
QUE VIRA O BAQUE TORNADO IJEXÁ
ROÇA ESSA DANÇA NO CORPO
ROÇA ATÉ SE ASSANHAR
Roda no eixo menin’Odoiá, Yemanjá!
Roda no eixo menin’Odoiá!!!
Cena 17 - EM CORPO (reprise) - Final Na certeza do cumprimento da missão, da superação, na certeza do amor, dos afetos e da união. Na esperança de que nada será em vão e de que lutar para ser quem se é e viver os sonhos é possível, cantamos e celebramos. Intenção e atmosfera: Alegria, exuberância, festejo, certeza.
Excerto e final da Música EM CORPO Lucas Notaro
Em último, em outra, em círculos, em fases… em Vão ?
Lalalá Lalá Lá Lá... Lalalá Lalá Lá Lá Lalalá Lalá Lá Lá !!!
CANTAMOS, CELEBRAMOS E AGRADECEMOS !!!
° ° ° ° ° ° ° °
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