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Sétima edição • outubro de 2015 • www.tnpetroleo.com.br
GUIADO ESTUDANTE
Entrevista exclusiva:
Jorge Camargo, presidente do Instituto
Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP)
Educação e capacitação são os caminhos para o futuro da indústria
APLICATIVOS FACILITAM A VIDA DOS PROFISSIONAIS E AJUDAM A POUPAR TEMPO
Especial: Mercado de Trabalho
CURSOS QUE UNEM TEORIA E PRÁTICA
EM LABORATÓRIOS DE ÚLTIMA GERAÇÃO.
70 ANOSDE EXPERIÊNCIA NA
FORMAÇÃODE PROFISSIONAIS
PARA A INDUSTRIA.
MAIS DE 90% DAS EMPRESAS
PREFEREM PROFISSIONAIS
FORMADOSPELO SENAI*.
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VENHA SE PREPARAR PARA O MERCADO DE PETRÓLEO E GÁS COM QUEM MAIS ENTENDE DA INDÚSTRIA.
VENHA PARA O SENAI.
Visite nosso estande na OTC Brasil 2015 – Pavilhão 3 | G15.
Saiba mais: www.cursosenairio.com.br | 0800 0231 231* | 4002 0231**
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CONDIÇÕES ESPECIAIS PARA EX-ALUNOS DO SENAI, FUNCIONÁRIOS DA INDÚSTRIA E SEUS DEPENDENTES.
Sumário
SUPLEMENTO ESPECIAL TN PETRÓLEO 103
SÉTIMA EDIÇÃO, 10/2015Ilustrações: Freepik.com
2 Editorial
18 IBPeJovensProfissionais21 ProfissionaldoFuturo25 Profissionalcapacitado,
por Karine Fragoso
26 Perfil–VictorCoutoAlves30 Carreira
32 Gerir pessoas é gerir o ativo maisimportantedeumaempresa, por Alexandre dos Reis
34 Noruega:esseéopaís!36 PordentrodeumaFPSO39 FatoresHumanos,onovo
desafiodoQSMS,porFabianaRoseira
42 Aplicativos facilitam a vida dosprofissionaiseajudamapoupartempo
44 Comportamento: Empresas incentivam esportesout-company
46 Profissõesemalta:Compliance
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Entrevistaexclusiva
com Jorge Camargo, presidente do IBP
Educação e capacitação
são os caminhos para o futuro da
indústria 4
por Alessandra Simões
Como preparar um
perfeito
Artigo especial
22
CURSOS QUE UNEM TEORIA E PRÁTICA
EM LABORATÓRIOS DE ÚLTIMA GERAÇÃO.
70 ANOSDE EXPERIÊNCIA NA
FORMAÇÃODE PROFISSIONAIS
PARA A INDUSTRIA.
MAIS DE 90% DAS EMPRESAS
PREFEREM PROFISSIONAIS
FORMADOSPELO SENAI*.
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O melhor momento é AGORAEditorial
RuaBuenosAires,2/406,Centro CEP20070022–RiodeJaneiro–RJ–BrasilTel/fax:55212224-1349www.tnpetroleo.com.brtnpetroleo@tnpetroleo.com.br
DIRETOREXECUTIVOBenícioBiz-beniciobiz@tnpetroleo.com.br
DIRETORA DE COMUNICAÇÃOLiaMedeiros(2198241-1133)liamedeiros@npetroleo.com.br
EDITORABeatrizCardoso(2199617-2360)beatrizcardoso@tnpetroleo.com.br
EDITOR DE ARTE, CULTURA E GASTRONOMIAOrlandoSantos(2199491-5468)
REPÓRTERFelipeSalgado(2198247-8897) felipe@tnpetroleo.com.br
MehaneAlbuquerque mehane@tnsustentavel.com.br
RELAÇÕES INTERNACIONAISDagmarBrasilio(2199361-2876)dagmar.brasilio@tnpetroleo.com.br
DESIGN GRÁFICOBenícioBiz(2199194-5172)beniciobiz@tnpetroleo.com.br
PRODUÇÃO GRÁFICA E WEBMASTERLaércioLourenço(212224-1349)laercio@tnpetroleo.com.br
REVISÃOSoniaCardoso(213502-5659)editaretextos@gmail.com.br
DEPARTAMENTO COMERCIALJoséArteiro(2199163-4344)josearteiro@tnpetroleo.com.br
RodrigoMatias(212224-1349)matias@tnpetroleo.com.br
ASSINATURAS:(21)2224-1349assinaturas@tnpetroleo.com.br
CTPeIMPRESSÃO:WalprintGráfica
DISTRIBUIÇÃO BenícioBizEditoresAssociados
Osartigosassinadossãodetotalresponsabilida-
dedosautores,nãorepresentando,necessa-
riamente,aopiniãodoseditores.OGuiado
EstudanteTNPetróleoédirigidaaestudantesde
níveltécnicoesuperior.
CHEGAMOS A MAIS UMA EDIÇÃO do Guia do Estudantecomacertezadequeosetordepetróleoegás,apesardomomentodesafiantequeatravessa,trazmuitasoportunidadesdeaprendizadoparaquematuaouqueratuarnele.Ouvimosprofissionaiseespecialistasdomercado,eoresultadofoiumconteúdointeligenteeintegrado,queproporcionaráumaexperiênciadeleituracompleta,alémdetrazermaterialdiversificadoparapesquisaeinfor-maçõesorientadasàprática.Tudocomointuitodeajudarjovensprofissio-naisaadquirirconhecimentoeconquistarumaboacolocaçãonomercado.
Educaçãoecapacitaçãosãooscaminhosparaofuturodaindústria,segundoJorgeCamargo,presidentedoInstitutoBrasileirodePetróleo,GáseBiocombustíveis(IBP),quenosconcedeuentrevistaexclusiva.Apaixonadopelaprofissãoqueescolheu,éumprofissionaldedestaque,alémdeexem-plodededicaçãoaosetor.Sobreacrise,eleafirmaqueétemporária,equeasperspectivasdefuturoparaaindústriacontinuambrilhantes.
Namesmalinhadepensamento,investiremeducaçãoecapacitaçãoéumdostemastratadosnoartigodeAlexandreReis,superintendentedoSesi,diretorregionaldoSenaiediretorexecutivodeOperações.AindústriadePetróleoeGás,segundoafirma,possuinecessidadeseespecificidadesquedemandamconstantesatualizaçõesdosprofissionais.Elechamaaatençãodegestoreseorganizaçõessobreosgastoscomtreinamentosedesenvolvimentodosseuscolaboradores,quedevemservistoscomoinves-timentoemcapitalhumano,enãocomocustodefolhasalarial.
O Guia do Estudantetrazaindadicassobreplanejamentodecarreira,mostracomoprepararumcurrículoperfeitoecomoseposicionaremrelaçãoàcrise,emummercadocompetitivocomoodehoje.
Nestaedição,vocêtambémvaiconhecerumaFPSOpordentro,emdeta-lhes,evercomoétrabalharabordodeumadelas.VaiviajarparaaNoruegaesabermaissobreaindústriadopetróleonaterradosVikings.EvaiaproveitarapraticidadedosAppsgratuitos,quefacilitamodiaadiadeprofissionaiseestudantes.OGuiatestoualgunsdeleselistouosmaisfuncionais.
NacolunaProfissionaldeSucesso,entrevistamosotecnólogoempe-tróleoegásVictorCoutoAlves,de26anos,presidentedoComitêJovemdoIBP,blogueiroecoordenadordecontratoseserviçosdaFMCTechnologiesháquatroanos.Comvárioscursosdeextensão,eleatualmentefazgraduaçãoemEngenhariadeProduçãoecontacomofezparaingressarnacarreira.Valeapenaconferir!
Umaboaleitura.Lia Medeiros
Siga-nos no twitter: @GEstudante e até o próximo!
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FUTUROEducação e capacitação são os caminhos para o
da indústriaSE PUDESSE VOLTAR NO
TEMPO, O GEÓLOGO JORGE
CAMARGO, PRESIDENTE
DO INSTITUTO BRASILEIRO
DE PETRÓLEO, GÁS E
BIOCOMBUSTÍVEIS (IBP),
FARIA TUDO DE NOVO.
IGUALZINHO. APAIXONADO
PELA PROFISSÃO, ELE
SEGUIRIA A MESMA
TRAJETÓRIA E ASSUMIRIA
AS MESMAS ESCOLHAS
PROFISSIONAIS, SEM
MUDAR NADA. MESMO
SABENDO QUE PARA
CHEGAR AO TOPO É
PRECISO SUAR MUITO A
CAMISA
Por Mehane Albuquerque
“QUANDO ESCOLHI MINHA carreira, não tinha a menor ideia do que era. Fiz geologia e tenho dificuldade de orientação em campo. Então, apareceu uma oportunidade na Petrobras para geofísico, que trabalha menos em campo, e fiz essa escolha. Entrei no setor de petróleo sem conhe-cer os detalhes, e o futuro se revelou muito mais interessante do que eu poderia supor”, diz ele.
O começo de Jorge Camargo coincidiu com o início do cresci-mento da indústria de petróleo no Brasil. Na época, ninguém fazia ideia dos rumos que essa história iria tomar. Os dois — Jorge e o petróleo brasileiro — cresceram juntos. O profissional construiu e vem consolidando sua trajetória ao longo dos últimos 38 anos. E o petróleo, durante esse tempo [quem diria?], surpreendeu a todos, revelando novas reservas que colocaram o Brasil em posi-ção de protagonista no cenário energético mundial.
“Minha geração teve o privilégio de assistir a toda essa transformação. Naquela época,
havia grandes dúvidas se tinha mesmo petróleo ou não. A tecno-logia estava engatinhando. Nós vivemos uma verdadeira saga. Quando entrei na Petrobras, o Brasil produzia 150 mil barris/dia. Vimos esse número crescer para 2 milhões. É um salto enorme. Poucas indústrias oferecem isso. E poucas gerações puderam tes-temunhar um crescimento desse tamanho”, conta.
Ele destaca que o Brasil cresceu na produção e, ao mesmo tempo, ganhou prestígio internacional.
“Éramos esquecidos. De repente, na década de 70, com a Bacia de Campos, começamos a aparecer como um país na frontei-ra do desenvolvimento tecnológi-co. Passamos a ser notados pela tecnologia offshore, que era uma coisa impensável naquela época para um país de terceiro mundo, como era considerado o Brasil”.
Formado em geologia pela Universidade de Brasília, Jor-ge Camargo tem mestrado em geofísica pela Universidade do Texas. É presidente do Institu-
Entrevistaexclusiva
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O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocom-bustíveis (IBP) é uma das
associação sem fins lucrativos, fundada em 21 de novembro de 1957, que representa em-presas dos setores de petróleo, gás e biocombustíveis no Brasil, visando fomentar a competitivi-dade e desenvolvimento destes setores a nível nacional. O IBP participa de audiências públi-cas junto ao Governo Federal a fim de consolidar normas para regulamentação, tributação e fiscalização, além de realizar cursos e eventos para profis-sionais e empresas no país e no exterior como a Rio Oil & Gas Expo and Conference.
to Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) desde abril deste ano, e membro dos con-selhos de administração da Mills Engenharia e da Prumo Logística Global. Também é membro dos conselhos consultivos da Energy Ventures e da Nexans do Brasil. E atua como consultor sênior da Karoon Petróleo e Gás, e da McKinsey&Company do Brasil.
Antes disso, trabalhou por 27 anos na Petrobras, no Brasil e no exterior, onde exerceu as funções de diretor de exploração e produ-ção; e depois, de presidente da Braspetro. De 2000 a 2003, foi
membro da diretoria executiva da Petrobras, responsável pela área internacional. Em 2003, ingres-sou na Statoil, inicialmente como vice-presidente sênior, na sede em Stavanger, na Noruega. E de 2005 a 2009, foi presidente da Statoil no Brasil.
Autor do livro Cartas a um jovem petroleiro, publicado em 2012 (Elsevier Editora), Jorge tem outra paixão além da profissão: contar suas experiências para os iniciantes na carreira. O livro reú-ne casos, personagens, opiniões, impressões, recordações e apren-dizados do autor. Fala um pouco
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da história da indústria no Brasil, do pré-sal e dos modelos regu-latórios. E trata de temas como liderança, comunicação, mérito, valores pessoais e corporativos.
O Guia do Estudante conver-sou com Jorge Camargo sobre o livro, e também sobre carreira, petróleo, crise e Brasil. Para os jovens profissionais que querem chegar lá, ele manda um recado:
“Trabalhem duro e nunca deixem de estudar. Capacitação é tudo”.
Confira os principais trechos da conversa:O LIVRO – “O que mais me motivou foi o contato com jovens em palestras que fazia a convite, principalmente, do IBP. Gosto de ver os profissionais em come-ço de carreira, com os olhos brilhando, cheios de curiosidade. E eu também, ao mesmo tempo, muito curioso para saber o que vai acontecer na vida deles... Estava de férias e tive a ideia de organizar os textos das palestras para um volume da série ‘Car-tas para um jovem’. Isso foi em 2012. De lá para cá, muita coisa
mudou. Mas, apesar da crise, os fundamentos da indústria não mudaram. A quantidade de petró-leo que foi descoberta no Brasil é real. O pré-sal está produzindo 800 mil barris/dia. Em 2012, tudo estava apenas começando e havia muitas dúvidas. Hoje, a produção é de 20, 30 mil barris/dia por poço. Uma marca dez vezes superior do que a média. O pré-sal, agora, parece ainda melhor do que parecia naquela época, em termos de produtivida-de e de economicidade”.
CRISE – “Muita coisa mudou com a crise, mas a indústria é cíclica. O preço do petróleo sempre tem altos e baixos. Mas mesmo nos ciclos de baixa, e mesmo que esses ciclos se man-tenham por mais tempo, ainda assim, o petróleo é econômico. Ele tem um preço que torna essa província uma das mais com-petitivas do mundo. Eu acredito que a crise é temporária e será superada. Em grande parte, ela está relacionada à Petrobras, que atualmente está se rees-truturando. Embora isso tenha provocado um efeito dominó por toda a cadeia, é uma crise temporária. As perspectivas de futuro continuam brilhantes.
Na indústria com um todo, não existe outra capaz de ofe-recer tantas oportunidades de investimento, emprego e receita para o governo, como a do petró-leo. O Brasil tem muitas oportu-nidades, mas nenhuma delas na mesma escala que a indústria do petróleo pode oferecer”.
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ESTÍMULO À INDÚSTRIA – “A indústria nesse momento precisa de apoio fiscal e regula-mentação. Estamos começando um novo ciclo e é o momento de repensar a regulação exis-tente. Com pequenos ajustes regulatórios teremos condição de duplicar ou triplicar o volume de investimentos e, com isso, dar uma alavancada na econo-mia brasileira, criar empregos, exportar. É uma indústria que tem capacidade de aquecer a economia do país como nenhu-ma outra”..
CARREIRA DE PETRÓLEO – “Quem entrar na carreira de petróleo vai tomar uma boa decisão. A profissão já é inte-ressante e agora, com as novas descobertas do pré-sal, vai ficar mais ainda. Neste momento, nós estamos vivendo o melhor e o pior da indústria. O pior, por
conta da crise. E o melhor: nun-ca no Brasil teve tanto petróleo descoberto. São 60 bilhões de barris a serem produzidos e mais ainda por achar. Nunca tivemos esse volume. Não é um petróleo fácil de extrair, vai exigir tecno-logia. Mas isso não é obstáculo. Quanto mais avanço tecnológico, mais eficiente, seguro e barato o petróleo fica. E coloca o Brasil na ponta.
O país será a maior deman-da de tecnologia, e acredito que a maior oferta também. Porque é aqui que vão se formar os
“Trabalhar duro no começo da vida, com dedicação. Não ter pena de si mesmo. Deixar que a sua mãe tenha pena de você. Tem que ralar”.“Ter valores. As empresas mais longevas são as que têm valo-res fortes. A gente vive no Brasil uma crise moral, então é pre-ciso entender que sem valores morais uma carreira acaba, uma empresa acaba, um país acaba”.“Estudar, investir em capacitação, procurar se colocar no mercado. Há menos vagas neste momento, mas elas continuam existindo. Enquanto isso, se qualificar, fazer mestrado, aprender inglês. É fundamental saber a língua inglesa hoje, e até investir em um segundo idioma. Quem hoje não sabe inglês neste setor é praticamente um analfabeto profissional”.
Dicas do autorpara a carreira
QUEMENTRARNACARREIRADEPETRÓLEOVAITOMAR UMA BOA DECISÃO. A PROFISSÃO JÁ É INTE-RESSANTEEAGORA,COMASNOVASDESCOBERTASDOPRÉ-SAL,VAIFICARMAISAINDA.NESTEMOMEN-TO,NÓSESTAMOSVIVENDOOMELHOREOPIORDA INDÚSTRIA. O PIOR, POR CONTA DA CRISE. E O MELHOR:NUNCANOBRASILTEVE TANTO PETRÓLEO DESCOBERTO.
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centros de pesquisa. É onde irão se instalar os pesquisadores, os técnicos, as ideias, porque aqui é onde está a maior demanda. Então, nós temos um fantástico potencial de recursos de petróleo e gás a ser desenvolvido, além de uma província extraordinária, que vai exigir evolução tecnológi-ca. Nós temos hoje pouco mais de 2 milhões de barris/dia. Tenho certeza que vamos chegar a mais de 5 milhões. Porque temos re-servas para isso. O Brasil já é um produtor importante. Nós vamos duplicar ou triplicar essa produ-ção nos próximos 20, 30 anos. A mensagem principal é: vão em frente. Vocês estão numa carreira muito interessante.
É uma indústria de tecnologia. Por isso, requer conhecimento, estudo. Muitos jovens que saem da escola querem logo ser chefe. É muito comum nos eventos encon-trar jovens assim, que querem ser o CEO. Nem bem se formaram e já querem ser presidente. Acho baca-na ter uma missão, mas é preciso construir a carreira. Inicialmente, tem que ser um bom técnico, um bom gerente, para começar a entender a fundo o seu negócio, e o dos outros também. Não basta ter uma visão particular, tem que ter também uma visão mais abrangente”.
PESQUISA – “Hoje, o grande alavancador de pesquisas no Brasil é o pré-sal, que apresenta os maiores desafios tecnológi-cos. O reservatório sísmico é quase um milagre geológico, um carbonato totalmente diferente.
Então, entender a geologia de reservatórios carbonários é uma área muito interessante na pes-quisa. Com o petróleo a grandes profundidades, precisamos de uma sísmica especial. A sísmica, então, é outra área em expansão. O pré-sal tem desafios logísticos fabulosos, a 300 quilômetros da costa. A Bacia de Campos já era muito longe, a 150 quilômetros. Tem que levar gente, equipa-mento, estudar como isso tudo funciona. Então, a logística é uma área que também precisa de so-luções. Temos o gás misturado ao óleo e é necessário tratar. O que fazer com o gás, como levar, e a própria cadeia do gás, como um todo, também representa outro enorme desafio, não só tecnológi-co, mas comercial”.
NÍVEL TÉCNICO – “A indústria precisa muito de profissionais de nível técnico. Carece de solda-dores , operadores de refinarias, operadores de produção em pla-taformas, mergulhadores, pessoal para barcos de apoio, pessoal de logística. Precisa de técnicos para tocar essas áreas. Mas todos têm que ter um bom nível de formação. O trabalhador pouco qualificado não encontra lugar na indústria do petróleo . São profis-sões bem remuneradas, que têm sistema de folgas, recompensas por confinamento, e é uma in-dústria atraente para o profissio-nal de nível médio, mas onde a qualificação faz muita diferença. Quanto mais qualificado, mais chance de encontrar emprego, seguir carreira e se colocar.
A INDÚSTRIA PRECISA MUITO DEPROFISSIONAISDENÍVELTÉCNICO. CARECE DE SOL-DADORES , OPERADORES DE REFINARIAS, OPERADORES DE PRODUÇÃO EM PLATAFORMAS, MERGULHADORES, PESSOAL PARA BARCOS DE APOIO, PESSOAL DE LOGÍSTICA. PRECISA DE TÉCNICOS PARA TOCAR ESSAS ÁREAS. MAS TODOSTÊMQUETERUM BOMNÍVELDEFORMAÇÃO.
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O profissional de nível médio já empregado deve continuar in-vestindo em educação. O mundo de hoje é extremamente compe-titivo. O acomodado será sempre preterido em relação ao outro que tem interesse em se quali-ficar, em entender melhor o seu negócio, entender o negócio dos outros. Para ser um bom técnico é importante saber bem o que faz, mas olhar para o lado também. Ver o que o seu colega está fazen-do, para entender como funciona o todo. Um dia, se precisarem de um supervisor para cuidar de uma determinada área, vão chamar quem ? Quem conhece a sua área e a dos outros também. Então, é preciso se especializar, mas man-ter uma visão geral.
Alguns querem pular etapas: ‘ah, eu não quero botar a mão na massa’... Tem que botar a mão na massa, sim. Tem que arregaçar a manga e trabalhar, conhecer a fundo a indústria. O chamado ‘chão de fábrica’ é muito importante. Portanto, tem que começar de baixo, conhecer os processos, entender o traba-lho de outros profissionais de áreas diferentes da sua. Tem que conhecer bem a indústria, que é complexa e tem uma cadeia produtiva muito grande. Quanto mais conhecer a indústria, me-lhor o profissional será ”.
FUTURO – “A indústria ainda vai gerar muita oportunidade. Com o volume de reservas descobertas e as que ainda temos por descobrir, o Brasil se torna um dos polos mundiais de
crescimento em petróleo e gás, indiscutivelmente. Passamos por uma crise, preços baixos, falta de investimento, a questão do marco regulatório que temos que resolver. Mas não tenho dúvida de que o Brasil irá crescer. O mundo é muito dinâmico, e a todo momento somos surpre-endidos. A última surpresa foi o xisto americano, que provocou queda no preço do petróleo.
O clima também é outro fator de vulnerabilidade. A evolução da indústria mundial será um reflexo da política ambiental global. A área ambiental está in-timamente ligada à indústria do petróleo e cada vez mais acom-panhada de perto, para evitar impactos nas comunidades onde as empresas operam, acidentes, vazamentos... Ao mesmo tempo, é uma indústria muito técnica, onde os níveis de segurança são incrivelmente altos.
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Em termos ambientais, o grande desafio é o CO2. As emissões na extração, produção e consumo do nosso produto. A indústria irá demandar profissio-nais qualificados para atuar nas áreas de sequestro de carbono, e as empresas também vão ter que se moldar a essas novas exigências ambientais que estão surgindo.
Com tantas mudanças, as empresas de petróleo de hoje provavelmente estarão irreco-nhecíveis daqui a algum tempo. Como uma empresa de agora seria irreconhecível, se compara-da ao passado. Se você pegasse alguns dos pioneiros do petróleo no Brasil, um Walter Link ou um Décio Odonne, e os trouxesse ao mercado hoje, eles não iriam entender nada...
A nova geração está mais bem preparada para as mu-danças que virão. Vivemos em um mundo conectado. Grandes transformações estão sendo gestadas nesse momento. Coisas inimagináveis, que não podemos prever, irão acontecer nas próxi-mas décadas”.
IBP E FORMAÇÃO PROFIS-SIONAL – Assumi oficialmente a presidência em abril, mas minha relação com o IBP é antiga. Tem mais de 15 anos. Já fui do conselho, da diretoria, sem falar na atuação como palestrante em eventos e cursos.
O grande objetivo do IBP hoje é chegar ao jovem, apre-sentar a indústria a este pú-blico. Nossa indústria é pouco
conhecida. As pessoas têm uma visão errada, nossa imagem não é boa. Somos vistos como um setor que só busca lucro. E não é bem assim... Queremos levar o conhecimento dessa in-dústria ao jovem, atrair o maior número de novos profissionais para o setor. Por isso, em todos os eventos que realizamos te-mos sempre uma janela aberta para o público mais novo. O Profissional do Futuro é uma dessas janelas.
Em segundo lugar, quere-mos apresentar o IBP como um centro de excelência em formação profissional. Além de atuar no desenvolvimento da indústria de modo geral, o IBP também quer desenvolver as pessoas que trabalham nessa indústria. Esses são os nossos pilares. Queremos ser vistos não como o único, mas como um dos melhores e mais concei-tuados centros de formação.
Para isso, oferecemos cursos de capacitação, de extensão, orientação de carreira, pales-tras. Colocamos profissionais experientes em contato direto com os jovens, e oferecemos bolsas de mestrado em áreas que consideramos estratégicas para a indústria. Nossa agenda prioritária destaca temas como desenvolvimento de conteúdo local, licenciamento ambiental, multiplicidade de operadores, leilões e estabilidade regu-latória. Estamos otimistas e trabalhando muito. Em 2016, a palavra-chave do IBP será com-petitividade”.
WALTER LINK – Con-tratado pela Petrobras na década de 1960, o
geólogo americano ficou co-nhecido no cenário petrolí-fero nacional pelo seu “Re-latório Link”, no qual deu conselhos para a exploração de petróleo no Brasil para a empresa, indicando quais os melhores caminhos a seguir para a extração com sucesso do óleo. Nos documentos, citou, por exemplo, que os investimentos da Petrobras deveriam estar na prospec-ção no mar e não da terra. Hoje, mais de 80% da pro-dução de petróleo do Brasil vêm do mar.
DÉCIO ODDONE – Em
março de 1961, antes da
saída de Link, foi criado
por decisão da diretoria da Pe-
trobras, um grupo de trabalho
composto pelos geólogos Pedro
de Moura e Décio Oddone, para
a reavaliação do Relatório Link.
Após a demissão do geólogo nor-
teamericano, Pedro de Moura
foi empossado como chefe do
Departamento de Exploração.
Juntamente com Decio Oddone,
produziu o Relatório Moura-O-
ddone que, em linhas gerais,
trazia poucas diferenças em re-
lação ao de Link e poucas con-
testações aos resultados deste.
Bem-vindo às nossas páginas.Obrigado por escolher a TN Petróleo!
Mais do que apenas informar sobre os novos cenários de petróleo e gás, a TN Petróleo ajuda a mostrar a história de pioneirismo desse mercado e os novos desafios enfrentados pela indústria brasileira do setor. As páginas da revista sempre apresentam aos
investidores – nacionais e estrangeiros – as oportunidades e o imenso potencial de nosso país.
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contato
Tels.: +55 21 2224 1349 | 21 3786 8245
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Enquanto as universidades, a cada semestre, despejam
no mercado milhares de recém-formados nas mais
diferentes áreas, as empresas, por sua vez, recebem
toneladas de currículos de novos candidatos a uma
vaga de emprego. Mas como fazem as companhias, os
profissionais de RH e headhunters, neste caso, para
escolher a pessoa certa para uma determinada colocação,
em meio a um verdadeiro oceano de nomes e pessoas?
Aquele algo mais que faz a diferença
Mercadodetrabalho
Por Mehane Albuquerque
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De acordo com Alessandra Simões, executive search na área de petróleo e gás, sócia da Uphill — e que assina o artigo ‘Como preparar um bom currículo’, na página 22 — não adianta apenas ter uma boa formação ou falar outro idio-ma. É preciso ter aquele “algo mais” que faz toda a diferença.
“O candidato tem que ter uma boa história para contar, precisa sair da zona de confor-to e mostrar que é capaz de fazer mais do que se espera dele”, explica.
Sair da zona de conforto, segundo ela, significa atuar em outras frentes. Trabalho
voluntário, envolvimento em causas sociais, ou participação em atividades culturais, são algumas delas.
O tecnólogo em petróleo e gás Victor Alves, de 26 anos, que atualmente cursa engenha-ria de produção na Universida-de Estácio de Sá, tem cursos de extensão em gestão de proje-tos, perfuração e coaching, e trabalha há 4 anos como coor-denador de contratos e serviços da FMC Technologies (veja o perfil na página 26). Para con-seguir emprego, porém, o que mais pesou não foi o fato de ter cursos de capacitação na área — o que já é uma premissa para entrar no mercado — mas, sim, ter criado um blog em 2008, o TecnoPeG, com o obje-tivo de orientar jovens para a carreira no setor.
“Eu precisava de uma es-tratégia para entrar no mer-cado. Sabia que precisava ter foco, inglês e networking. Foco eu já tinha, sabia que queria trabalhar no segmento de E&P embarcado, de preferência começando pela perfuração. O inglês, eu já estava estudan-do, porém faltava o network-ing. A solução encontrada foi construir eu mesmo minha rede de networking. Ao criar o TecnoPeG, não sabia direito o que iria acontecer, mas tinha uma vaga ideia de que iria me gerar alguma coisa boa. E gerou. Todas as ofertas de emprego que obtive no setor foram por meio de pessoas que conheci através do blog.
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Sem contar a oportunidade de participar do Comitê Jovem do IBP, que se interessou por mim justamente pela capacidade empreendedora que mostrei ao criar o TecnoPeG”, conta.
Além de capacidade empre-endedora, as pessoas passa-ram a notar em Victor resili-ência e superação, por não se acomodar, criando as próprias oportunidades; e perceberam também o seu forte relacio-namento interpessoal, aliado à capacidade de expressão. Ponto para ele, que encontrou um jeito diferente de mostrar seu valor, ao mesmo tempo em que ajudou outros jovens a trilhar seus próprios caminhos.
Giselle de Vasconcellos Otoya, de 28 anos, se autode-fine como “world citizen”. A cidadã do mundo nasceu no Rio de Janeiro, mas já morou em diferentes lugares: Curiti-ba, Campina Grande (Paraíba) e Buenos Aires (Argentina). Estudou na Inglaterra, em Saffron Walden, tem formação profissional em administração hoteleira e turismo e trabalhou offshore na Royal Caribbean Cruises, na rota Europa-Es-tados Unidos-Caribe. Fala fluentemente vários idiomas e atualmente estuda engenharia do petróleo na Estácio de Sá (UNESA), onde preside o Capí-tulo SPE naquela universidade.
A SPE (Society Petroleum Engineer) foi fundada em 1957, tem mais de 143 mil membros e está presente em 147 países.
“Como estudante de enge-nharia de petróleo e membro da SPE, tenho a possibilidade de estar em contato com to-das as novidades acadêmicas e da indústria do petróleo. Além de fazer um networking incrível”, conta ela.
Mas isso não é tudo. Giselle trabalhou como voluntária na Rio+20, através do programa UN VOLUNTEERS (voluntários da Organização das Nações Unidas — ONU); e na própria SPE participa de várias campa-nhas sociais, como arrecada-ção de alimentos e agasalhos, entre outras ações. Ela ainda joga Petrobowl, uma compe-tição internacional que tem formato de quiz, com pergun-tas em inglês de conhecimento técnico e geopolítico sobre petróleo, e conhecimentos gerais sobre a SPE. Cada
A Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Susten-tável (CNUDS), conheci-da também como Rio+20, foi uma conferência rea-lizada entre os dias 13 e 22 de junho de 2012 na cidade brasileira do Rio de Janeiro, cujo objetivo era discutir sobre a re-novação do compromis-so político com o desen-volvimento sustentável. Considerado o maior evento já realizado pela Nações Unidas, o Rio+20 contou com a participa-ção de chefes de estados de cento e noventa nações que propuseram mudan-ças, sobretudo, no modo como estão sendo usados os recursos naturais do planeta.
COMO ESTUDANTE
DE ENGENHARIA
DE PETRÓLEO E
MEMBRO DA SPE,
TENHO A POSSIBILIDADE DE ESTAR EM CONTATO
COMTODASASNOVIDADESACADÊMICASEDA
INDÚSTRIA DO PETRÓLEO. ALÉM DE FAZER UM
NETWORKINGINCRÍVEL.
Giselle de Vasconcellos Otoya
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Capítulo da SPE tem um time com 5 jogadores.
“O UNESA Petrobolw Team qualificou-se em 15º lugar entre 200 universidades do
mundo, mas não fomos disputar a final (ATCE) em Amsterdã, por falta de patrocínio”, la-menta.
Este ano, pela primeira vez, a qualificatória das seções Latino-ame-ricana e do Caribe foi sediada no Rio de Janeiro e segun-do Giselle, foi um Petrobowl de alto nível nas perguntas e também das equi-pes participantes.
Quando inda-gada se a SPE e o Petrobolw podem ajudá-la a conse-guir um emprego no setor, ela conta que não pensa nisso. Seu maior objetivo é o cresci-mento profissional.
O que poderá surgir partir disso, será uma espécie de “bônus” para a estudante, que pretende fazer mestrado no Canadá, sempre buscando a excelência em inovação, e nas soft skills (habilidades relacionadas a aspectos da personalidade), que hoje são muito levadas em conta por empresas na hora de escolher um profissional.
“Acredito que a graduação será apenas o começo de mui-to estudo, já que na indústria de petróleo e gás, a tecnologia se torna ultrapassada em seis meses”, observa.
Outra estudante de enge-nharia de petróleo igualmente
envolvida com a SPE é Alba Granja, de 26 anos, presiden-te do Capítulo UFRJ. Equa-toriana, ela começou a se
interessar pelo Brasil quando fez um curso de língua portuguesa. Mas até conseguir vir estudar aqui e ser aprovada para uma faculdade pelo MEC, dois anos se passaram. Enquanto isso, não teve dúvida: começou a cursar engenharia do petróleo em seu próprio país, caso não conseguisse aprovação para fa-zer o curso no Brasil. Isso foi em 2007, quando só se falava em pré-sal, o que aumentou ainda mais o desejo dela de fazer a graduação em terra brasileira.
Como presidente do Capí-tulo SPE/UFRJ, Alba tem várias missões, entre elas, aproximar a indústria da comunidade acadêmica através de palestras, cursos e também a realização da SPEtro (semana do petróleo).
“Tentamos viabilizar proces-sos seletivos de empresas da indústria dentro da faculdade e também ajudamos economica-mente aqueles alunos que vão apresentar seus trabalhos em congressos”, explica.
Cerca de 77%
dos empregadores
hoje acredita que
as habilidades relacionadas à personalidade são
tão importantes quanto as competências técni-
cas de um profissional. A conclusão é de uma
pesquisa realizada pelo site de recrutamento
norte-americano CarrerBuilder, que analisou
respostas de 2.1 mil gestores e profissionais
de RH nos EUA. A pesquisa mostrou que, para
16% dos entrevistados, as soft skills são até mais
importantes do que a formação profissional. E
para a maioria, o ideal é a conjugação dos dois
fatores: a capacidade técnica e a personalidade
certa para o cargo.
Em uma entrevista de trabalho é importan-
te salientar soft skills que transmitam a ideia do
quanto um profissional é capaz de se adaptar,
de resolver problemas, o quanto é confiável e
se pode liderar e motivar os colegas. Mas não
basta apenas falar. É preciso mostrar exemplos
práticos das situações que conseguiu resolver.
Soft skills
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Alba faz estágio no SAGE (laboratório da faculdade), dá aulas na escola dominical da igreja que frequenta, e atualmente organiza o próxi-mo encontro de capítulos no LACPEC 2015 (Latin Ameri-can and Caribbean Petroleum Engineering Conference), que será realizado em Quito. Ela também é voluntária da SPE no programa Energy4me, onde or-ganiza palestras relacionadas à indústria energética.
Se antes pretendia come-çar a trabalhar logo depois de terminar a faculdade, agora pensa diferente. Quer fazer mestrado em geologia. Mesmo assim, considera que sua par-ticipação na SPE será decisiva na hora de tentar uma vaga em empresas.
“Com certeza é um diferen-cial forte, pois o envolvimento com o Capítulo nos possibilita fazer vários cursos online gratui-tos, e isso nos ajuda a melhorar a competência técnica. Também oferece em sua nuvem, a One-Petro, uma ampla gama de ar-tigos apresentados ao redor do mundo, que servem de fonte de pesquisa para vários trabalhos. E tem ainda os eventos que participamos, que ajudam no nosso networking. Meu objetivo, quando planejei minha carreira, era trabalhar embarcada, mas agora, com todas essas mudan-ças no setor, tudo vai depen-der do mercado. De qualquer modo, estou preparada para me adaptar a essas transforma-ções”, avalia.
DICA DO GUIA DO ESTUDANTE – Seu currículo está preparado para ser lido no celular? Uma pesquisa recente encomendada ao Ibope pela Secretaria de Comu-nicação Social da Presidência da República mostrou que o acesso à internet via smartphone cresceu 65% em 2014, o que significa que o seu currículo poderá vir a ser visualiza-do por um empregador ou headhunter a partir de um dispo-sitivo móvel. Sendo assim, ao elaborar o currículo tenha as seguintes coisas em mente:• Simplicidade: evite colunas, gráficos, imagens, cores
e formatos diferentes. Menos é mais nesse caso, e o melhor é usar uma fonte tradicional – como a Arial – que facilitará a visualização do texto e tornará o conteúdo leve, facilitando o download. Sendo assim, evite artifícios que possam deixar o documento pesado.
• Objetividade: textos longos não funcionam no celular. Seja curto e objetivo, e coloque o principal (conquistas e habilidades) no topo. O ideal é facilitar a leitura. Quanto menos for necessário rolar a página mais e mais abaixo para ler, melhor.
• Interatividade: use hyperlinks. Faça isso, por exemplo, com seu e-mail e telefone de contato.
• Antes de enviar, mande para você mesmo e verifique como o documento aparece na tela do celular. Se pos-sível, faça o teste em dispositivos diferentes – iPhone e Android. Isso vai garantir que nada sairá errado.
Conheça as 10 “soft skills” mais valorizadas pelas empresas, de acordo com a pesquisa
1- Candidato tem fortes princípios éticos no trabalho ..................73%2- Ser de confiança .......................................................................73%3- Ter atitude positiva ...................................................................72%4- Motivado ...................................................................................66%5- Com foco no trabalho em equipe ..............................................60%6- Organização e gerenciamento de múltiplas prioridades ...............57%7- Trabalhar bem sob pressão .......................................................57%8- Comunicador efetivo .................................................................56%9- Flexibilidade ..............................................................................51%10- Confiante e seguro de si .........................................................46%
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Novos formatos
Novos tempos, novos temas,
INTERNET, REDES SOCIAIS, dispositivos móveis, comunica-ção instantânea e direta. Um mundo em constantes mu-danças tecnológicas é o palco onde os jovens interagem o tempo todo. Para acompanhar tantas transformações na comunicação em tão pouco tempo, e também para abrir mais canais de diálogo com estudantes e profissionais em início de carreira, o IBP vem adotando novas formas de se relacionar com estes públicos.
A formação e a capacitação profissional de jovens para a indústria sempre foi um dos focos do IBP, e uma de suas atribuições, além do desen-volvimento do setor como um todo. Porém, para continuar a realizar sua tarefa na área de educação em sintonia com os novos tempos, algumas mudanças internas precisaram ser feitas.
“O IBP sempre entendeu que o jovem é muito impor-tante e sempre atuou nesse
sentido, pois a indústria preci-sa constantemente se renovar. Só que antes, trabalhava com uma equipe mais reduzida. A criação da Gerência Executi-va de Relações Institucionais — que abrange as áreas de assessoria de imprensa, comu-nicação digital, comunicação e marketing, gestão do relacio-namento e relações governa-mentais — tornou nosso traba-lho mais ágil e mais adequado ao momento atual, com a entrada de novos profissionais na equipe, e com a criação de
um novo pro-jeto de comu-nicação para os jovens, que leva em conta todas essas trans-
formações”, conta Rosângela Nucara, gerente executiva de Relações Institucionais.
“Queremos nos aproximar ainda mais deste público e fazer da nossa relação uma via de duas mãos. Queremos mostrar
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que a indústria do petróleo é in-teressante, que é uma indústria altamente tecnológica, que não é meramente poluidora, e que, ao contrário do que se pensa, muitos esforços vêm sendo fei-tos para mudar isso. E também queremos ouvir o que eles têm a nos dizer”, complementa.
Rosângela conta que a in-ciativa de tornar mais interativa essa relação com os jovens foi tomada a partir de conversas com os próprios estudantes, que falaram de seus desejos e expectativas. Nesse aspecto, dentro do projeto de comu-nicação criado pela Gerência Executiva de Relações Institu-cionais, o primeiro passo foi a reformulação do site do IBP.
“Quando o primeiro website do instituto entrou no ar não existiam redes sociais e o Goo-gle estava apenas começando. Isso, em 2003”, ressalta ela.
Além de reformular o site, tornando-o mais dinâmico, uma página no Facebook foi criada, para o profissional do futuro, com o objetivo de facilitar mais ainda o acesso dos jovens às informações, e também para divulgar fotos, vídeos e novi-dades sobre eventos e ações, utilizando uma linguagem mais adequada a este público e às novas mídias.
O Profissional do Futuro também ganhou um formato diferente nos eventos, abrindo espaço para a interação mais direta entre os jovens e os convidados, que falam de suas carreiras e da indústria.
Estar mais presente nas universidades, levando pales-tras aos campi e participando dos eventos que realizam — como as semanas de enge-nharia, congressos e feiras — é outro objetivo do IBP, que também oferece palestras e cursos em sua sede, e mantém um Comitê Jovem. Formado por profissionais em início de carreira, o comitê foi criado em 2007, seguindo a iniciativa do Conselho Mundial de Petróleo (WPC na sigla em inglês), com o objetivo de preparar jovens para a indústria brasileira.
WPC Future Leaders Fo-rum 2016 – Outra iniciativa importante do IBP foi a defesa da candidatura do Brasil para sede da próxima edição do WPC Future Leaders Forum. O país foi escolhido pelo Conselho Mundial de Petróleo e o evento, voltado para jovens profissio-nais em início de carreira, será no Rio de Janeiro, junto à Rio Oil & Gas, nos dias 26 e 27 de outubro de 2016. O tema será “Futuros líderes: garantindo sustentabilidade para a indús-tria de energia”.
“Nosso objetivo, ao reali-zar o fórum juntamente com a maior conferência de petróleo e gás na América Latina [a Rio Oil & Gas], é aproveitar a sinergia que os dois eventos podem ge-rar”, afirmam os organizadores.
O WPC Future Leaders Forum acontece em diferentes países, sempre em paralelo a grandes eventos da área de
INVESTIREMEDUCAÇÃO
CONTINUADA É MAIS UMA
LINHA DE TRABALHO DO
IBP,QUEOFERECEBOLSAS
DE MESTRADO, DENTRO DAS
ÁREAS DE INTERESSE DO
SETOR, A ESTUDANTES COM
ATÉ 30 ANOS. O PROGRAMA
EXISTE DESDE 2007 E ESTÁ
EMSEU9ºCICLO,SOMAN-
DO ATÉ AGORA 55 BOLSAS
CONCEDIDAS.
OTC BRASIL 201527-29deoutubro
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petróleo. Contribuir para a sustentabilidade da indústria, melhorar a imagem atual do setor, gerar debates e re-flexão, atrair e reter jovens profissionais, mostrar novas tecnologias, além de oportu-nidades de aprendizagem e negócios, são os principais objetivos.
A expectativa de público é de 1 mil jovens: 800 profis-
sionais em início de carreira e 200 estudantes, abaixo dos 30 anos. Os temas que norteiam a conferência são: liderança, ne-tworking, sustentabilidade, tec-nologia e inovação. Segundo o WPC, os jovens com este perfil buscam participação em gran-des projetos, querem encarar desafios, conhecer lideranças, promover mudanças e ganhar reconhecimento.
ATUALMENTE, TRÊS ESTUDANTES de mestra-do desenvolvem trabalhos com auxílio do progra-ma de bolsas do IBP. Na área de subsea, são dois estudos: desenvolvimento de sensor óptico para digitalização de formas 3D em ambiente subma-
rino, de um aluno da UFSC; e pistas perceptivas para mapea-mento e localização de robôs móveis em ambientes subaquáti-cos, de um aluno da FURG. Na área da agenda prioritária e de logística, um mestrando da UFRJ trabalha em um mecanismo que aumenta a eficiência propulsiva nas embarcações de transporte de óleo e gás.
Programa Bolsas de
Mestrado IBP
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PARA EDUCAR OS JOVENS para omercadodetrabalho,nãobastaapenas“falaramesmalíngua”queeles.Éprecisolhesdarvozparaentendercomopensam,oquequerem,quaissãosuasgrandesdúvidaseanseios.Porisso,oProfis-sionaldoFuturoestádecaranova.Oobjetivodapropostacontinuaomesmo, porém, o evento perde o conceito de palestra formal e ganha aresdesaladeaula,comoslugaresdispostos em forma de arena, e onde os participantes podem, a qualquermomento,interferirparaesclareceralgumadúvida.
Cadasessãotemagoratrêsconvidados.Profissionaisexperien-tesemsuasáreas,queirãofalardevivênciasetrajetórias.Quemexplica melhor é Bruna Baitello, coordenadora de Gestão do Rela-cionamentodoIBP:
“Osconvidadosfarãooquechamamosdenarrativascurtas,queduram18minutos.Queremoscriarumambientedeconversa,ondeosnarradores falam em tom pessoal sobresuasexperiências.OsjovensdoProfissionaldoFuturosentiam
faltadessaproximidade.Recebiamsempremuitomaterialinformativosobreaindústria,mastinhamdúvi-das. Agora, com o novo formato, eles poderão bater papo com os profissionais, eliminando a distância e tornando o contato mais informal”.
Oprimeironarradorserásempreumexecutivodecarreiraemalgumagrandeempresa.Alguémqueviuosetorevoluiraolongodotempoequetemmuitashistóriasparacontar.Neste momento, em especial, ele tambémfalarádecriseedasdificul-dadesqueosetorenfrenta.
“Acrisenãovaidurarparasempre. Com o excesso de
informaçãonamídia,osjovensacabamforman-doumaideialimitadadoqueestáacontecen-do, e perdendo avisãodeque
setrataapenasdeummomentodesafiador,porém,passageiro.Éessamensagemqueesseprofis-sionalirálevar”,afirmaBruna.
Osegundonarrador,seráumempreendedoroujovemprofisio-nal.Algumasnarrativasapontarãoumcaminhoalémdosconcursospúblicos,enquantooutrosde-monstramosdesafioseoportu-nidadesnoiníciodecarreiranaindústria.Equeoempreendedo-rismo,alémdesermaisumaportade acesso ao mercado, oferece muitaspossibilidades,especial-menteparaaquelesdeespíritoindependente.
Eoterceironarrador,segundoBruna,seráumprofissionaldaáreadeRecursosHumanas(RH),quetra-tarádeassuntosrelativosàcarreira,darádicasdemercadoemostraráocaminhodaspedrasparaquemquerconseguirumemprego.
“Elesorientarãoosjovenssobrecomoseprepararparaessaindústria,quetemexigên-ciasbastanteespecíficas;abus-caroportunidadesnainternetenasredessociais,otimizandoasferramentasvirtuaisexistentes;easeposicionaremrelaçãoàsmudançascíclicasdosetoreàcriseatual”.
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Como preparar um
perfeito
QUANDO O TEMA É elabo-ração de um bom currículo, seja ele de um profissional muito experiente ou de um recém formado, surgem mui-tas perguntas a respeito. To-dos querem saber o que deve constar, quais as informações mais relevantes, quantas
páginas deve ter, como se deve descrever as experiên-cias pessoais, o que deve ser mencionado etc. O número de incertezas é proporcional a quantidade de sugestões de modelos de currículo vitae que podem ser encontradas no mercado.
O Curriculum Vitae, CV, em Latim quer dizer: “História de
uma vida”. O CV, fazendo de uma longa história curta, tem
como objetivo apresentar a experiência do profissional para
um empregador e/ou recrutador de forma a despertar o
interesse do recrutador em conhecer mais sobre o perfil
do profissional apresentado no CV.
Foto
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Alessandra Simões é sócia-fundadora da consultoria UpHill Executive Search,
formada em Engenharia Civil com ênfase em Produção e mestre em Engenharia de
Produção pela PUC-Rio.
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No íntimo, a grande maio-ria das pessoas acredita que seu CV poderia ser melhor do que é, melhor formatado, no padrão mais atual, com infor-mações mais recentes ou até mesmo com informações mais relevante. Resumo da ópera: se isso serve de algum confor-to, você não é o único a estar insatisfeito com o seu CV.
Dito isto, a mais importante pergunta talvez seja: existe al-
gum padrão ou modelo a ser se-guido para se ter um CV melhor? Não, não existe! Existem algu-mas sugestões de modelo, mas não existe o certo ou o errado. Há alguns modelos que são mais utilizados e os outros modelos que não são tão comuns.
Lembro que o mais impor-tante no CV é apresentar sua experiência de forma clara e objetiva, destacando os proje-tos de maior relevância para a
posição que você gostaria de ocupar e, da mesma forma, dando menos importância àqueles projetos que con-tribuiriam pouco para o seu próximo desafio de carreira.
Dado que não existe uma regra sobre como deve ser um bom CV, em seguida forneço algumas dicas que podem tornar seu CV mais interessante para o mercado de trabalho, são elas:
Antes de começar a descrever suas experiências, invista um pouco de tempo para pensar como você quer que as pessoas percebam você. Re-lembre com calma as principais passagens de sua vida profissional, quais foram as mais relevantes e quais te proporcionaram maior aprendizado.
Não deixe de pensar também na posição que você gostaria de ocupar. A pergunta é: para esta posição, que informações seriam mais importantes e deveriam estar em destaque no seu CV?Depois de investir um tempo refletindo sobre suas experiências e como elas podem ser correlacio-nadas aos futuros desafios, tente elaborar uma lista com as informações que não podem ficar de fora do seu CV. Caso você ainda não tenha tido nenhuma experiência profissional, descreva as atividades extra-curriculares que você participou, trabalhos voluntários que liderou, eventos que organizou etc. Tente apresentar por meio de exemplos quais as competências que você tem, especialmente aquelas que são as mais marcantes no seu perfil.
O CV basicamente deve ser composto por 5 tópicos, são eles:Cabeçalho – No cabeçalho devem constar informações pessoais e de contato, ou seja, nome, telefone, email, endereço, data de nasci-mento, estado civil e nacionalidade.
Pode parecer óbvio mas não custa nada lembrar que é muito importante ter essas informações claras e mantê-las sempre atualizadas.Experiência profissional – Descreva os principais projetos que participou e qual foi o seu papel nestes projetos. Lembre-se de dar maior destaque as experiências que podem contribuir mais para posição que você deseja ocupar.Formação Acadêmica – Cite a instituição de ensino, o curso e a data de finalização da gradua-ção ou outro curso de especialização. Não é relevante colocar informações sobre outas formações que não sejam graduação ou segundo grau técnico.
Dica 1: Pensar no conteúdo
Dica 2: Organize o conteúdo
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Cursos – Cite apenas os cursos que você julgue relevante para a posição a qual deseja ocupar.Idiomas – Mencione o idioma e seu nível de fluência naquela língua. Alguns modelos sugerem ainda itens como: resumo da qualificação, cargo pretendido, softwares conhecidos etc. Outra dica ainda sobre organização do conteúdo é que usualmente as informações em um CV são sempre organizadas de forma que a informação mais importante venha primeiro que a infor-mação menos importante.
Evite fazer CV em excel ou power point, assim como evite formatar seu CV tipo tabela;Atenção ao colocar foto no seu CV. Coloque sempre uma foto com pose profissional, evite fotos em festas ou com roupas muito informais;
Não há necessidade de colocar no CV a remuneração atual nem a pretensão salarial;Da mesma forma, não é necessário colocar referencias profissionais no CV;O CV não precisa ter necessariamente 2 páginas, se você entender que não tem informação relevante para encher 2 páginas coloque em 1 página. O mais importante é a informação ser apresentada de forma clara e objetiva!
Essa dica parece óbvia mas não é menos importante que as outras, às vezes, o tempo de envio do CV pode ser um diferencial em um processo seletivo.
Como CV é um documento importante e conta um pouco sobre como você é, é importante que ele não tenha exemplos de falta de atenção ou falta de capricho com o material apresentado.
É importante enfatizar tam-bém que o CV deve retratar a realidade. Não adianta tentar contar uma história mais boni-ta que a realidade apenas para ser chamado para a entrevis-ta. Na entrevista a realidade aparecerá. Um bom CV retrata a realidade, ou seja, o profis-sional é tão bom quanto o CV o descreve!
Se, por acaso, você ainda não teve oportunidade de ter alguma experiência profissio-
nal, trabalho voluntário ou em uma empresa júnir, iniciação científica ou qualquer outra vi-vência profissional que mereça destaque, coloque no seu CV apenas sua formação acadêmi-ca e faça uma breve apresen-tação sobre você.
Para terminar, é importante dizer que tempo é um recurso cada vez mais escasso nas em-presas. Use bem o tempo de quem vai ler o seu CV! Menos é mais, na maioria das vezes.
Procure ser claro, verda-deiro, preciso e direto. Afinal, como já foi dito, as caracte-rísticas de um bom CV muitas vezes se confundem com as características de um bom profissional e são, na essência, aquilo que você deve transmi-tir para alguém de quem você espera conseguir um emprego.
Agora que você já sabe fazer um bom CV. Mãos a obra e boa sorte no seu próximo processo seletivo!
Dica 3: Dicas gerais
Dica 4: Manter o CV sempre atualizado e disponível
Dica 5: Revisão ortográfica
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APESAR DO ACHATAMENTO dos preçosdobarrildopetróleoedeou-trasvariáveisinternas,aposiçãodedestaquedoBrasilnoquedizrespeitoasuasreservaseaseupotencialex-ploratórionãoé,emnada,afetada.
Paraquesealcanceaproduçãototaldafronteiradopré-sal,quehojeestáestimadaemmaisde80bilhõesdebarrisdeóleoequivalenteemreservas,serãonecessários,alémdosprojetosjáexistentes,maisdeUSS 1 trilhão em investimentos e muitodesenvolvimentotecnológicoancoradosemmegaprojetos.
Por esses motivos, o Brasil se mantémentreumdosprincipaisdes-tinosdessejogo,apesarde,nessemomento,carecerdeumarranjoregulatóriomaisfavorávelaoinves-timentoexterno.Somoso15ºpaísemvolumedereservasprovadas,oqueatraiqualquereconomiaquetenhacarênciadesserecurso.
Dessaforma,acapacitaçãodosnossosprofissionaiséfundamentalparaquepossamosdarcontadasatividadesqueserãodemandadasnoplanejamento,gestãoeacom-panhamentodosprojetosquevãosurgircomaexploraçãoeproduçãodesses campos.
Profissionaisbempreparadosequalificadosnãoserãonecessáriossomenteparaasatividadesfinsde
produção,masemtodooentorno,como,porexemplo,parafazerotra-balhoquetornapossívelarealizaçãodeumaRodadadeLicitaçõescomsucessoeassertividade.
Asoportunidadessãoparaprofis-sionaisdediferentescarreiras,sejamelasdeformaçãotécnica-bemvalo-rizadasnessaindústria,como:segu-rançadotrabalho,elétrica,ambiental,mecânica,metalurgia,entreoutros;sejamelasdegraduação,como:ge-ofísicos,geólogos,engenheiros-dediversas especialidades, advogados, economistas, administradores, entre muitasoutrasformações.
Nesseambiente,oconhecimen-toeapreparaçãosãovitaisparaagregar valor ao profissional. A manutençãoeofortalecimentodacapacitaçãodamão-de-obrasãopre-ocupaçõesconstantesdasgrandes
companhias e não devem sair da pautadasdemaisempresas.
Acapacidadeprodutivadasuaforçadetrabalho,oseuconhecimen-toespecífico,éoqueirádiferenciá-lanumaconcorrênciaounodesenvol-vimentodeumprocessoouprodutoinovador.Omesmoacontecequandoumprofissionaléavaliado.Serámaisbemavaliadoaquelecomumperfilmaisatraente,queagregounovascompetênciasemsuaformação.
Outracaracterísticaaltamenterestritiva dessa indústria é a necessi-dadedecumprirdeterminadosrequi-sitosdesegurançaalémdasespeci-ficidadesrequeridaspelaindústria.Tambéméimportanteodomíniodalínguainglesaparadisciplinasenegociações.Osprofissionaissãoachave para o desenvolvimento des-semercadoedevemalcançaraltacapacitaçãoemgestãodeprojetosecontratos,sedesejarematingirposiçõesdechefiaoudireção.Porisso,nãopare!Sigaadiante!
Karine Fragoso é gerente de Estratégias de Mercado de Petróleo e Gás do Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).
Profissional capacitado
a chave do desenvolvimento da indústria
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COMO INGRESSOU NA ÁREA DE PETRÓLEO
Estava concluindo o ensino médio, em 2006, e já se falava bastante do COMPERJ, que seria instalado em Itabo-raí e beneficiaria bastante a população de São Gonçalo, onde eu morava. Incentivado pela minha mãe, quando fiz o ENEM, optei por essa área, com perspectiva de retorno
financeiro. Assim, consegui 100% de bolsa pelo PROUNI, na Estácio.
PLANEJAMENTO DE CARREIRA
Nunca planejei de manei-ra formal minha trajetória na área de petróleo e gás. Pensava, inicialmente, em passar por todas as áreas dentro de E&P, perfuração,
Jovem profissional de
SUCESSO
PerfilVICTORCOUTOALVES
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produção, subsea, etc. De preferência offshore, para ter a tão falada experiência de campo. Pensava, também, em ter a perspectiva do fornecedor e do cliente, para entender as necessidades e desafios de cada um. Com esta experiência, poderia enfim passar o conhecimento para os outros, e ser um pro-fissional de destaque na in-dústria. Desse meu planeja-mento, vejo que já passei por algumas áreas dentro de E&P (construção e montagem, perfuração, completação), e atualmente tenho atuado ativamente em importantes associações do setor, como IBP e SPE, contribuindo assim
para o meu ativismo dentro do setor de Petróleo e Gás no Brasil.
PREPARAÇÃO PARA O MERCADO
Observei estrategicamente o que era necessário para entrar na área de petróleo e poder crescer nela. Em primeiro lugar, procurei aper-feiçoar meu inglês, pois sabia que era importante. Já na faculdade, identifiquei que o networking era fundamen-tal. Logo, busquei construir redes de relacionamento que poderiam ser benéficas. Em paralelo a isso, estava sempre pesquisando e lendo sobre o setor, bem como
FORMAÇÃO – Tecnólogo em Petróleo e Gás. Atualmente
cursando Engenharia de Produção na Universidade Estácio
de Sá. Tem cursos de extensão em Gestão de Projetos,
Perfuração e Coaching
PROFISSÃO – Coordenador de Contratos e Serviços
O QUE FAZ – Responsável pelo suporte às operações do cliente
no segmento de Surface, coordenando de forma eficiente os
recursos (pessoal e material) necessários para as operações
em campo e em terra — desde o planejamento até a cobrança
dos serviços realizados — garantindo o cumprimento das
normas aplicáveis (compliance) e do contrato
EMPRESA – FMC Technologies
TEMPO DE SERVIÇO – quatro anos
OUTRAS ATRIBUIÇÕES – Coordenador do Comitê Jovem
do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis
(IBP) e blogueiro
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procurando cursos de es-pecialização, para ser mais fácil me recolocar, visto que minha graduação era genérica. O resultado dessa busca por conhecimento foi a criação do Tecnopeg (http://tecnopeg.net/), um blog especializado na indústria do petróleo, no qual usava para compartilhar todo conteúdo útil que encontrasse sobre o setor e minha profissão, e que foi um grande divisor de águas na minha carreira.
OPORTUNIDADE DE TRABALHO
Definitivamente não foi fácil encontrar um emprego. Primeiramente porque não se achava vagas específicas para Tecnólogo em Petróleo e Gás, pois até hoje não é uma profissão regulamen-tada. Ainda mais porque a Petrobras não a aceitava em seus concursos, como até hoje. Logo, se naquela época você fosse procurar uma vaga para Tecnólogo, dificil-mente encontraria. E quando encontrava, pedia uma certa experiência, que na época não tinha. A solução encon-trada por mim foi entender o mercado e onde eu, como Tecnólogo em Petróleo e Gás, poderia trabalhar, não se limitando ao que a Univer-sidade e o mercado dizia. Em resumo, eu diria que eu busquei a minha oportuni-dade. Criei o blog, busquei e compartilhei as informações,
conheci pessoas, que por sua vez me ajudaram a dar os primeiros passos na indús-tria. A partir dai, fui galgando meu espaço.
TRAJETÓRIA PROFIS-SIONAL
Minha primeira experiência foi offshore, cerca de um ano e meio atuando na UTC e na Transocean. O fato de ter trabalhado embarcado me ajudou a conhecer as operações em uma platafor-ma. Com seis meses traba-lhando embarcado na FMC Technologies, meu gerente identificou uma oportunidade no suporte a operações, pois tenho formação em gestão e é difícil encontrar profis-sionais que tenham conheci-mento técnico e habilidades em gestão. Desde então, com humildade, vontade de aprender e espírito colabo-rativo, tenho assumido cada vez mais responsabilidades. Hoje, sou responsável pela área de suporte ao cliente, coordenando a equipe de campo e respondendo pelos resultados.
SATISFAÇÃO NO TRABALHO
Sou definitivamente apaixo-nado pelo que faço. Trabalhar numa área onde diversas habilidades e conhecimen-tos multidisciplinares são exigidos, me obriga a estar sempre melhorando e isso é fascinante. Além disso, poder
trabalhar numa área como a de suporte ao cliente, onde é necessário executar cada operação de forma perfeita, sabendo que o nosso pessoal retorna em segurança pra casa, é muito gratificante.
OBJETIVO PRINCIPAL OU META FINAL
É difícil afirmar qual seria a meta final, ainda mais no mundo atual, onde as mudanças são constantes. Na sociedade contemporâ-nea, onde a única certeza que temos é a mudança, eu diria que meu objetivo principal é me tornar um ser humano melhor e um profissional mais desenvol-vido a cada dia. E repassar o que sei a outras pessoas. Um dos objetivos tangíveis que tenho é o de me tornar um CLO/CKO (Chief Lear-ning Officer/ Chief Knowle-dge Officer) de uma grande multinacional, além de consultor especializado em energia. Também pretendo ser conferencista interna-cional, professor e atuar junto ao governo nas ques-tões relativas à energia.
COMITÊ JOVEM DO IBPSou coordenador desde 2013. Estamos passando por uma reformulação com o intui-to de expandir a atuação, envolvendo mais pessoas e empresas. O comitê tem hoje 15 membros atuantes. Jovens que se destacam em suas
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áreas profissionais, são apai-xonados pelo que fazem, e estão na indústria do petróleo e energia não somente pelos salários, mas porque se preo-cupam com sua continuidade, e entendem a importância dela para o desenvolvimento do país e do mundo.
O QUE É E O QUE FAZO Comitê Jovem do IBP é uma comissão de jovens profissionais do setor, criado no Brasil em 2007 pelo WPC, com o objetivo de desen-volver e preparar novos profissionais para assumir a indústria. Dentre nossas atividades, destaco o plane-jamento de eventos e ações, com objetivo de estimular o desenvolvimento da carreira e o interesse pela indústria de petróleo dos participan-tes, buscando sempre a sus-tentabilidade do setor. Como resultado de nossas ações, já levamos mais de 2,5 mil jovens estudantes para as edições do programa Pro-fissional do Futuro, desde 2008; e aproximadamente 1 mil profissionais em even-tos de networking e pales-tras, desde 2007. No ano que vem, organizaremos o Future Leaders Fórum, evento internacional para jovens profissionais do setor de petróleo e energia, que tem por objetivo discutir questões do setor e o papel dos jovens na construção do futuro da indústria.
MENSAGEM PARA ES-TUDANTES DE NÍVEL MÉDIO
O estudante precisa ter FIN: FOCO, INGLÊS e NE-TWORKING. FOCO, pois ele precisa saber onde quer atuar e ser determinado pra conquistar seus objetivos. Numa área tão vasta e mul-tidisciplinar como a nossa, é necessário se especializar em algo e se dedicar para se destacar nesse assun-to. Afinal, sem experiência profissional, você só tem seu conhecimento. Ao entrar, com o passar do tempo, você vai vendo onde melhor se adapta e pode vir até a mu-dar de área ou se aprofundar na que está. INGLÊS, pois é a primeira língua da indústria. Hoje é impensável desejar trabalhar numa ou para uma multinacional, e não ter a mínima compreensão da língua inglesa. NETWORKING, pois como em qualquer outra área da nossa vida, ter bons contatos é fundamen-tal. Eu diria que eles podem encurtar distâncias e remo-ver barreiras. Podem ser a ponte para sua tão sonhada vaga no setor. Porém, não se engane, um bom networking não é puxar saco das pes-soas, nem conhecer mil pessoas. É uma via de mão-dupla: da mesma forma que espera que as pessoas lhe ajudem, ajude-as também. Seja relevante para sua rede de relacionamento.
DICA PARA QUEM ESTÁ NA GRADUAÇÃO
Quem está na graduação e não tem experiência profissio-nal, é necessário se destacar de alguma forma. Seja tendo um ótimo CR, seja se dedi-cando e se especializando em uma área ou disciplina específica da sua faculdade, escrevendo artigos sobre isso por exemplo. Ou participando de grupos e associações estu-dantis que sejam relevantes, e tenham a ver com a área profissional que você deseja atuar. Exemplos: SPE, AIE-SEC, Empresas Juniors, ONGs. Experiências como essas fazem o estudante da gradu-ação desenvolver habilidades importantes para o futuro profissional, tais como lide-rança, trabalho em equipe, trabalho sob pressão, escrita, colaboração e ética.
“O ESTUDANTE PRECISA
TER FIN: FOCO, INGLÊS E NETWORKING. FOCO POIS ELE
PRECISA SABER ONDE QUER
ATUAR E SER DETERMINADO
PRA CONQUISTAR SEUS
OBJETIVOS. [...]”
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ASDÚVIDAS,PARAquemnãotemex-periênciaesepreparaparaenfrentaromercado,sãomuitas.Aboanotíciaéqueépossívelconstruirumacar-reirasólida,apesardasincertezas,seojovemestiverbempreparado,setiverdeterminaçãoesesouberexatamenteoquequer.
Elaine Saad,vice-presidentedaAssociaçãoBrasileiradeRecursosHuma-nos(ABRH-Nacional),dizqueéprecisoco-meçaraplanejaran-tesdagraduação,edestaca a importância da chamada “visãodehelicóptero”.
“Ojovemtemqueolhardecima,de onde possa enxergar mais am-plamente, e não se fixar apenas naquelemomentoespecíficoqueestávivendo”,ensina.
Seoprofissionalforbempre-parado,achancedeatingirseus
objetivosaumenta,segundoCaroline Cadorin, gerente daHays,empresaderecrutamentoeseleção.Masasor-
ganizaçõesqueremoutrascoisas,alémdeboaformação.“Aatitu-detambémé levadaemcontaquandoseavaliaopotencialdeumcandidatoqueaindanãotemexperiência,alémdoperfilcom-portamental, pois para cada em-presaexisteumperfilquemelhorseencaixa”,dizCaroline.
Elaaconselhaqueojovemconhe-çaaempresaondequeringressar,coleteinformaçõessobreprojetosesobreaculturadaorganização.“Duranteaentrevista,busquefazerconexõesentreseusconhecimentos(aindaqueteóricos)comoquevocêidentificouemsuasbuscas.Mostre-seinteressado,questione,participeda
entrevista,deixeclarosuaexpectati-vadefazerpartedoprojeto.Etentemanteracalmaduranteaconversa,pois o nervosismo pode atrapalhar a avaliaçãodorecrutador”,orienta.
Elen Souza, assessora de car-reiras da Catho, em-presadeconsultoriaemRH,afirmaqueoprofissionalpreci-saser“donodesuaprópriacarreira”.Isso
significatomarasrédeasdasituaçãoparaconstruiroprópriofuturo,tendoemmentequeempregoecarreirapodemtersignificadoseimpactosdiferentesnavidadecadaum.
“Acarreiraéumasériedeem-pregosqueculminacomarealiza-çãomaior.Profissionaiscomgrandecapacidadeacabamseacomodandoemempresasondenãosãofelizes,cumprindohoráriosparaconseguirpagarcontasnofimdomês”,observa
SÃO ESSENCIAISPlanejamento, preparo e determinação
Você planeja sua carreira? Sabe exatamente o que fazer para alcançar suas metas? O que é mais importante nos dias de hoje: planejar a carreira ou garantir um emprego? Como se posicionar em relação à crise?
Carreira
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Madalena Feliciano, coach e diretora da OutliersCareers.
Em momentos de crise, trocar o sonho deumacarreiraporumempregoqualquer,quegarantasegurançaimediata,podeaconte-cer. “Nesse caso, é preciso parar e seperguntar:oqueaconteceucommeussonhos?Enãodesistirdeten-tar”,afirmaMadalena.
Segundoela,muitosseacomo-damedeixamosplanosparatrás.Entretanto,sópercebemquepos-suemumemprego,equenãoestãoinvestindo em carreira, depois de muitotempo.“Quandovocêparadesesentirdesafiado,eérecom-pensadoporfazernadaalémdoquelhepediram,tenhacerteza:vocêtemumemprego,nãoumacarreira”,garante.
Segundoela,nãosedeveaban-donarodesejodeumacarreirasa-tisfatória,pormaisqueasituaçãoestejaruim.Epropõeumareflexão:“vocêéfeliznoseutrabalho?Afi-nal,vocêtemumacarreiraouumemprego?”
Plano de carreira –Quemcon-segueentenderexatamenteoquequerdacarreiraémaisfeliz.ÉoquedizumlevantamentodaConsultoriaEtalent, em parceira com a Catho. Segundooestudo,oRHouocapitalhumanodasempresastêmopapeldeajudareorientarosfuncionáriosnesseprocesso.Oestudomostraque70,7%dasempresasbrasileirasnãopossuemplanodecarreira.Se,deumlado,faltavisãoporpartedasorganizações,deoutrotambémfaltaprotagonismonosprofissionais.
“Trace caminhos para chegar ondequerdentrodaorganização.Es-tabeleçametas:fazercursosdegra-duaçãoeespecialização;aprenderumidioma;participardepalestrase de atividades de aprimoramento profissional.Fiqueatentosobreoqueaempresatemaoferecer.Asempresashojebuscamprofissionaisquedemonstremresponsabilidadeemrelaçãoàcarreira,oferecendoboasoportunidadesdetrabalho,mesmofrenteaocenáriocompeti-tivodeagora.Vistaacamisaedêomelhordesi,apresentandobonsresultados,demonstrandofocoefor-çadevontadeparasedesenvolver”,dizElenSouza,daCatho.
Nocasodasempresas,oqueprecisamfazerparainvestirmelhoremcapitalhumano,contemplandoasatisfaçãoprofissionaldeseusfuncionários?NaopiniãodeElen,éfundamentalqueasorganizações
reconheçamnoscolaboradoresocapitalintelectual,queéseubemmaior.Sóassim,irãocompreen-dera importânciadeumplanodecarreira. “OpapeldaáreadeRecursosHumanosedoslídereséfundamentalparaosucessodoplano de carreira. Eles devem mo-tivareorientaroscolaboradores.Oprofissionalquepossuiumplanodecarreirabemestruturadoémaisfocadoemseusobjetivos:agemaisrápido,émaisdedicado,buscano-vosconhecimentos,trabalhabememequipe,desenvolveatividadescommaisqualidadeeagregavaloraonegócio.Eorganizaçõesquecon-tribuemparaocrescimentoprofis-sionaldeseuscolaboradores,fazemcomqueelesfiquemmaisfelizesemotivados,reduzemriscosecustoscomrotatividade,retêmtalentos,aumentamprodutividade,qualidadedosserviçoseganhosfinanceiros”.
É possível transformar crise em oportunidade?OcoachfinanceiroRobsonProfetaafirmaquesimedáalgumasdicas:MEDO:“Omedoimobilizaadeci-sãoaoenfrentaracrise.Nãocabeaogovernoouaoseuchefetomarumadecisãoporvocê.Umadascoisasqueajudaaminimizaromedoéabuscapelainformação,poisauxilianatomadadedecisão.Useacrisecomoválvulapropulso-ranabuscadeinformaçãoe,con-sequentemente,deoportunidade”.
DESEJO:“ComobemdisseScottFlanagan:‘cuidadocomoquede-seja,poisvocêpodeacabarporconseguir’.Seesperarcrise,é
crisequevirá.Masquemesperaoportunidade,encontra”.
COPOS: “Dois copos estão com águapelametade.Vocêpodeenxergá-losmeiocheiosoumeiovazios.Ouseja,aperspectivadecriseouoportunidadeestánasuaperspectivadeverascoisas”.
O LOBO E O CORDEIRO: “A criseeaoportunidadesãocomooloboeocordeiro.Ovencedorseráaquelequevocêalimentar”.
LÍDERES:“Osgrandeslíderesaparecem em momento de crise, poissãoexatamenteelesquetrazemasboasnovas,encon-trandosoluçõesnoslugaresmaisimprováveis”.
Crise e oportunidade
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INDEPENDENTEMENTE deondeestejasituadaouemqualramodeatividadeaempresaatue,aGestãodePessoaséumtemapri-mordialparaobomanda-mentodosprojetos,proces-sos e relacionamentos, não estando, desse modo, res-trita somente ao mercado dePetróleoeGás.Assim,primeiramente, devemos deixarclaroqueafunçãode gerir pessoas dentro da empresa não se limita so-menteàáreadeRecursosHumanos-RH,masseestendeato-dososcolaboradoresqueatuamnacoordenaçãodeequipes,osgestores.
AdiferençaentreogestoreoRHéqueosegundodevefocarnagestãodaspolíticasderecursoshu-manos.Essalinhadeatuaçãoéoquehojechamamosde“RHEstraté-gico”,quesecaracterizapeloenten-dimento,porpartedaárea,sobrearazãodeserdaempresae,apartirdisso,traçarummodelomentaldedesenvolvimentodestaspolíticas,
comumentebaseadoempesquisasdiversas como, por exemplo, as de clima e as de mercado.
Atreladoaosobjetivosestra-tégicosdaorganização,aGestãode Pessoas precisa estar focada na maximizaçãodasforçasedapro-dutividadeenaminimizaçãodosproblemasedasfraquezas.Alémdisso,émuitoimportantequeosgestorespropiciemumambientefavorávelàmotivaçãodoscolabora-doresparaqueestespossamexercer
Quando nos pergun-
tam qual é o principal
ativo de uma empre-
sa, não podemos ter
dúvida sobre a res-
posta, pois ela sempre
será uma: as pessoas.
É a gestão desse ativo
que hoje se destaca,
tanto no meio acadê-
mico quanto no cor-
porativo.
Gerir pessoas
Alexandre dos Reis é superintendente Sesi, diretor regional do Senai
e diretor executivo de Operações
Gestão
é gerir o ativo mais importante de uma empresa
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suasatividadescommaioreficiênciaeeficácia.
QuandofalamosemPetróleoeGás,ressaltamosamultidisciplinari-dadenaformaçãodasequipesqueatuamnosprojetos.Nestecaso,éfundamentalgarantiraaproxima-çãoeaatuaçãoharmônicadessesprofissionais.Tendocomomoteoplanejamentoestratégicodocapitalhumano,ogestordeveestaratentoparapossibilitarainteraçãoeatro-cadeexperiênciasentrecolabora-dores,guiandoparaanecessidadedemudançadecomportamento,deintegraçãoedacapacitaçãodessesprofissionais.
O papel da Gestão de Pessoas englobaplanejamentoestratégicodepessoal,tendocomopanodefundoaretençãodostalentos.Osesforçospara isso devem ser iniciados desde acontratação,proporcionandoumambientefavorávelaodesenvolvi-mentoparaqueosprofissionaissemantenhammotivadoseproduzindo.Essasaçõesvisamagarantiroacú-mulodeconhecimentoeexperiênciaparaofuncionárioe,consequente-mente,umacurvadeaprendizadopara a empresa.
Essa ideia vale ainda mais para aáreadePetróleoeGás,emqueosprofissionaissãoaltamenteespecia-lizadoserecebemumaremuneraçãoacima da média. O ganho salarial, no entanto, não deve ser o único pontoconsideradoparaamudançaoupermanêncianaempresa.
Dessemodo,éimportantequesejamoferecidosbenefíciosdiferen-ciadosealinhadosàsexpectativasdoprofissionalnaempresaetam-bémdaempresaparaoprofissio-nal.Destacam-seaqualidadedo
ambientedetrabalho,novosdesa-fios,equilíbriocomavidapessoaleoportunidadedecapacitação.
Nesse sentido, o olhar do gestor edaorganizaçãosobreosgastoscom treinamentos e desenvolvimen-to deve ser visto como investimento emseucapitalhumano,enãocomoumcustodefolhasalarial.Derivandoapartirdadefiniçãoeconômicadotermo,deve-seinvestirempessoas,jáqueoqueseesperaéumretornomaior para a empresa.
Assim como todo investimento, éfundamentalquesejamcriadasmétricasparaapuraroseuretor-no. Normalmente, os indicadores utilizadosserãorelacionadoscomoaumentodeprodutividadedocolaboradorecomoconsequenteaumentodacompetitividadedaem-presa no mercado.
NaindústriadePetróleoeGásexistemnecessidadeseespecifici-dadesquefazemcomqueosprofis-sionaisdestaáreaprecisemdecons-tanteatualização.Estasquestõesnão são diferentes para as micro e pequenasempresas.Porém,comoosrecursoscostumamsermaisli-mitados,osesforçosdevemserre-alizadoscommaiorcautela.Assim,aaplicaçãoderecursosdeveservoltada para o desenvolvimento de programasmotivacionaisquevisemamelhoraroambientedetrabalhoeaqualidadedevidaeosdementoriae coaching, além de investimentos emtreinamentoseemcertificaçãodosfuncionários.
Nogeral,todasestasaçõessãomaisfáceisdeseremimplantadasemmomentosdepujança.Contudo,comonocenárioatual,principalmen-tenomercadodePetróleoeGás,
ametaéareduçãodegastos.Asprioridadesdevemserbemdefinidaseosinvestimentos,comoumtodo,realizadoscommaiorprecisão,semesqueceraimportânciadeGestãode Pessoas.
Sãoemmomentosderestriçãoquealgumasaçõesnogerenciamen-todepessoaspodemserpriorizadascomomododemanteramotivaçãodoscolaboradores.Inicialmente,éimportante dar o devido valor e re-conhecimento ao desempenho do profissional,oquenãosetraduzemumfeedbacknofinaldoano,esimnaatençãodogestoraolongodetodooperíodo.Alémdisso,podeserumaboaestratégiadeixarclaroparaocolaboradorqueelefazpar-tedoplanejamentoestratégicodaempresa,alémdemanterodiálogoabertoetransparente.
Principalmentequandopassa-mosporalgumacrise,éimportanteressaltaracompetênciadegeren-ciamentodeconflitos.Tercapaci-dadeparaatuarnaresoluçãodeumproblemainternoéprimordialparamanteroambientemotivacio-nalfavorávelparaaequipe,procu-randodiminuirasinsegurançasemantendoacompetiçãoemníveissaudáveis.
Porfim,paraqueaGestãodePessoasnaorganizaçãosejabemsucedida,éimportantequehajaconsonância entre os gestores e a áreadeRHdaempresa,paraqueocapitalhumanosejatratadocomoprincipalativoequeaquelesres-ponsáveispelagestãodiretasejamcapacitados para tal, garantindo o reconhecimentodetalentosque,porhora,podemestarsobasombradeumamágestão.
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A NORUEGA NÃO É apenas o país dos Vikings, do bacalhau e do sol da meia-noite. É um dos grandes líderes em produção de petróleo offshore do mundo, um exemplo para o Brasil nessa atividade, além de um grande parceiro da nossa indústria. Mas não é só isso. Por várias razões, e os números comprovam, a No-ruega é um país impressionante.
Possui hoje o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do planeta — de 0,944 — e os-tenta o título há alguns anos. A expectativa de vida é de 81,5 anos, e a média de escolaridade, de 12,6 anos. A renda nacional bruta per capita é alta: de US$ 63.9 mil por ano. E o PIB (Produ-to Interno Bruto) está na casa dos US$ 515 bilhões. O índice de desemprego é de 3,7% (2014), um dos mais baixos do mundo. A inflação ficou em 2,8% (2013). Hoje, a Noruega figura em 24ª posição no ranking da economia mundial.
Sua população é de pouco mais de 5 milhões de habitan-tes e seu território tem 385.178 quilômetros quadrados — me-nor que o estado da Bahia, com 567.295 quilômetros quadrados de extensão. Parte disso distri-
bui-se por mais de 150 mil ilhas, enquanto outra parte da área continental tem topografia de-senhada por montanhas, platôs e fiordes.
Como foi, então, que a No-ruega conseguiu chegar a esse patamar tão alto na escala socio-econômica, com uma população tão pequena, um território redu-zido e acidentado, tendo ainda como agravante o clima gelado do norte europeu? A resposta está no fundo do mar.
Petróleo – A Noruega era um país de pouca influência no ce-nário econômico mundial. Sua economia se baseava em expor-tações de peixes enlatados e de minérios de baixo valor. O país figurava entre os mais pobres da Europa. Porém, tudo isso mudou no final dos anos 1960, quando grandes reservas de petróleo foram descobertas no Mar do Norte, a começar por Ekofisk, a primeira jazida a ser explorada na plataforma continental no-rueguesa, em 1969. Hoje, o país produz cerca de 2 milhões de barris de petróleo por dia, na pla-taforma continental norueguesa.
Possuir tais reservas, no entanto, não teria se transfor-
mado em êxito, caso o país não houvesse adotado as políticas certas: dirigismo discricionário (planejamento das atividades pelo estado, com liberdade de escolha); eficiência; baixíssimo índice de corrupção; evolução do protecionismo local para a competitividade internacional; produção com respeito ao meio ambiente; e poupança do dinhei-ro arrecadado, em vez de gastos.
O modelo de exploração no-rueguês é levado a cabo pela Statoil — estatal presente em 34 países, empregado mais de 23 mil pessoas — que faz parcerias com empresas privadas na operação e partilha lucros, mas fica com 78% sobre a margem líquida: 28% em imposto de renda, e 50% na forma de imposto especial sobre a produção de petróleo.
ESSE É O PAÍS!Capital: OsloÁrea: 385 155 km²População: 5 milhões Densidade: 12 hab./km² IDH (2011): 0,944PIB: US$ 515 bilhõesRenda per capita: US$ 63.9 milAlfabetização: 99,0%Moeda: Coroa norueguesa Site oficial: www.regjeringen.noPrincipais indústrias: petróleo e gás natural, processamento de alimentos, construção naval, produtos de madeira e polpa, metais, produtos químicos, madeira, mineração, têxteis, pesca.
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As receitas são geridas pela Petoro, também estatal, que ad-ministra os campos, realiza as licitações e distrubiu os dividen-dos, de acordo com as demandas do país, viabilizando altos inves-timentos estratégicos em desen-volvimento tecnológico, saúde e educação. O marco regulatório permite que a Petoro aumente ou diminua o ritmo de exploração dos campos, conforme os preços internacionais. Com isso, evita
a venda de óleo em época de pouca rentabilidade.
A Noruega tem gerenciado, ao longo desses anos, uma re-serva de cerca de 20 bilhões de barris, que hoje está em cerca de 8 bilhões. O país criou um Fundo Soberano, que recebe os recursos do petróleo e os inves-te para garantir o futuro da na-ção quando o petróleo acabar. Esse fundo tem hoje cerca de US$ 800 bilhões.
Oportunidades para estudantes na NoruegaPÓS GRADUAÇÃO – Um acor-do firmado entre o Programa Ciência sem Fronteiras (CsF) e a Statoil prevê a concessão de bolsas de pós-graduação no exterior. O acordo que tem investimento total de R$ 15 milhões, foi assinado em agosto de 2013 e consiste em duas fases de implementação. A primeira vai financiar até 62 bolsas em Doutorado Pleno no Exterior (GDE), Doutorado San-duíche no Exterior (SWE), Pós-doutorado no Exterior (PDE) e Desenvolvimento Tecnológico no Exterior (DTE) nas áreas de petróleo e gás.
A segunda fase ocorrerá durante quatro anos, para cofinanciamento de bolsas de estudos oferecidas a estudan-tes brasileiros que participam de projetos de pesquisa e de-
senvolvimento em instituições de ensino estrangeiras, bem como de professores visitan-tes, de instituições estrangei-ras, que tenham interesse em desenvolver projetos de P&D em universidades nacionais na modalidade Pesquisador Visitante Especial (PVE).
Além desta parceria, a Statoil apoia projetos de P&D em parceria com universidades brasileiras e centros de pes-quisa tecnológica de parceiros. Somente em 2012, a empresa investiu em torno de R$ 20 milhões em P&D e inovação, para cumprimento da cláusula de pesquisa e desenvolvimen-to dos contratos de exploração e produção de petróleo e gás no Brasil.
ESTÁGIO – O Summer Intern-ship Project, estágio de verão da Statoil na Noruega, reali-zado pela primeira vez para es-tudantes brasileiros, terminou em julho. O programa teve um retorno positivo com relação
ao aproveitamento dos 40 par-ticipantes, que foram divididos em cinco grupos multidiscipli-nares, orientados por pesqui-sadores da companhia, para desenvolver soluções ligadas aos cinco desafios propostos: “Integrated Operations”, “Lean Solutions for Deep Water”, “WikiWhat portal to Geology”, “WikiHow portal Petec” and “Wiki and beyond”.
Alocados em três centros de pesquisa na Noruega – Tron-dheim, Bergen e Stavanger –, os estudantes participaram de reuniões periódicas por vídeo e fizeram algumas visitas programadas em Bergen, um modelo de cooperação remota muito utilizado na Statoil. Du-rante seis semanas de estágio, eles tiveram oportunidade de assistir a palestras ministradas por especialistas da Statoil, conhecendo um pouco mais sobre a experiência da compa-nhia no setor de óleo e gás; e de visitar a plataforma onshore em Ågotnes.
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FPSO é a sigla para “Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência” (em inglês: Floating Production Storage and Offloading). É um tipo de plataforma em formato de navio, utilizado pela indústria petrolífera para produção, armazenamento de petróleo e gás natural, e escoamento da produção através navios aliviadores.
Por Mehane Albuquerque
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1) Módulo E-House (Utilidades): é compostoporequipamentosdemédiaebaixavoltagemqueauxiliamnaque-bradecircuitosparaeventuaisreparosemanutenção;transformadores,inver-soresdefrequênciaeequipamentospara gerenciamento de energia. São instalados em containers ventilados projetadosespecialmente.Pesamde420a740toneladas,comcomprimentoelarguravariandode13a20metros.
2) Módulo de geração de energia: produzenergianecessáriaparafun-cionamentodetodososmódulosqueconstituemostopsidesdoFPSO.Logo,é de vital importância para os processos ocorridos na planta do navio.
3) Módulo de processos: é consti-tuídoporsegmentosdeseparação,tratamentodoóleo,tratamentodogás,tratamentodaágua,injeçãodegáseinjeçãodeágua.OfluidoproduzidopeloFPSOéumamisturadeóleo,gáseóleoeneces-sitam ser separados, antes do trata-mento.Nocasodoóleo,étratadoearmazenadoparafuturooffloading.Jáogásouaáguaproduzidasãoin-jetadosnovamentenopoçoouelimi-nados.Nestesegundocaso,aáguaétratadaedescarregadanomar.Jáogáséqueimadonoflare.
4) Módulo de Compressão:fazacompressãodogásretiradodopoço,
necessáriatantoparaareinjeçãodogásnopoço,paraaumentodesuaproduti-vidade,ouparaqueimadogásnoflare.
5) Flare: éconstituídoporumatorrealta, geralmente posicionada na proa donavio,destinadaaqueimadoex-cessodegásproduzidopeloFPSO.
6) Ancoragem: oFPSOtemaindaumsistemadeancoragem,parafixá-loemseulocaldeprodução.Existemdiferentes tipos de sistemas de anco-ragem—turrentinterno,turrentex-ternoouancoragemdistribuída,entreoutros—esuautilizaçãodependerádeavaliaçãopréviadascondiçõesde cada local.
UMA FPSO PODE SER feita a partir da conversão de um antigo petroleiro, ou ter um casco construído
especificamente para esta função. São utilizados em locais de produção distantes da costa e em águas ultra-
profundas, com inviabilidade de ligação por oleodutos. Neste caso, o óleo precisa ser armazenado. A capaci-
dade de armazenamento elimina a necessidade de presença do navio-tanque ao longo da produção. Nesse
caso, o navio-tanque só é requisitado quando o óleo produzido é suficiente para abastecê-lo por completo.
A estrutura em forma de navio-tanque ou de barcaça-tanque tem módulos de processamento no
convés. Esses módulos são limitados a, no máximo, 20m de comprimento, com base na boca do na-
vio de pelo menos 45m. São divididos em: e-house (planta de utilidades), módulo de geração, módulo
de processos, módulo de compressão e flare.
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Características técnicas da FPSO P-54Dimensões .................... 337 m comp. x 110 m larg.Lâminad’água .............................................1400mPeso total ................................................73 mil ton.Acomodações ............capacidadepara160pessoasCapacidadedeóleo ..............................180milbpdCapacidadedegás ........................ 6milhõesdem³Capacidadedeinjeçãodeágua ..........39milm³/diaVidaútil ....................................................... 25 anosLocalização ........................Campo de Roncador, BC
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Quem responde é Mario Jorge dos Santos, presiden-te da Navium, empresa de
engenharia de instalação marítima e navegação, que fez re-centemente a instalação da
FPSO Cidade de Mangaratiba, no campo de Lula, na área Ira-cema Sul, no pré-sal da Bacia de Santos, e está agora na expectativa de participar da instalação das FPSOs Cidade de Itaguaí e Cidade de Cara-guatatuba.
“É uma experiência que re-úne a oportunidade de conhe-cer a operação de uma refina-ria e, ao mesmo tempo, de um navio petroleiro, pois a FPSO é resultado da transformação de um antigo petroleiro, com a adição de uma planta de refino primário em seu convés”. Segundo ele, trabalham a bordo de 40 a 60 pessoas, em função da capacidade de produção. Quando indagado se os riscos em uma FPSO são mais altos que em plataformas tradicionais, em função, princi-palmente do armazenamento, ele explica que toda a unida-de de refino de petróleo tem riscos de explosão, incêndio
e vazamento de gases, seja onshore ou offshore. Mario lembra que há ainda o risco de vazamento de óleo no mar e de danos ambientais. Porém, ressalta que a preocupação com segurança em uma FPSO é maior do que em uma plata-forma convencional.
“Para trabalhar embarcado em plataforma, seja do tipo que for, o profissional tem de fazer cursos específicos para situações de emergência, como o abandono da unidade em embarcações salva-vidas ou em helicópteros”.
Como é trabalhar em uma FPSO?
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O PROCESSO DE globali-zação da economia fez com quem as organizações se deparassem com novos de-safios, como novos requisitos legais, mercados mais exi-gentes e competitivos. Nesta nova realidade, a excelência em qualidade, saúde, segu-rança e meio ambiente passa a ser uma meta estratégica para as organizações.
Muitas empresas, a partir da década de 90, intensifi-caram os investimentos em QSMS, contrataram profissio-nais e consultorias especiali-zadas, investiram em treina-mento da equipe, estruturaram departamentos específicos e iniciaram seus processos de certificação de qualidade, saúde, e meio ambiente, como forma de otimizar seus proces-sos, garantindo a qualidade requerida pelo cliente, saúde e segurança aos seus trabalha-dores e compromisso com o meio ambiente.
Nesta época os certifica-dos ISO 9001 (Qualidade), ISO 14001 (Meio Ambiente) e OH-SAS 18001 (Segurança e Saú-de Ocupacional) se populariza-ram no país. Segundo dados da ISO (Organização Internacional para Normalização), no ano de 2013 o Brasil foi o décimo país a emitir mais certificados ISO 9001 no mundo, conforme mostra o quadro ao lado.
A certificação dos sistemas de gestão, é apenas um pri-meiro passo nesta busca pela excelência, os procedimentos e práticas definidos, os pro-cessos da organização devem ser avaliados, repensados e melhorados continuamente.
Na indústria de óleo e gás, por exemplo, um fator que contribui para a busca perma-nente da excelência em QSMS é o risco da ocorrência de acidentes graves, os chamados “acidentes maiores”, como os ocorridos nas últimas décadas, dentre os quais podemos citar:
Top 10 - Número de certificados/país ISO 9001 emitidos em 2013
1 China 337.0332 Itália 160.9663 Alemanha 56.3034 Japão 45.9905 Reino Unido 44.5856 Espanha 42.6327 India 40.8488 EUA 34.8699 França 29.598
10 Brasil 22.128Fonte: ISO SURVEY 2013 – Site http://www.iso.org/
QSMS Fatores Humanos, o novo desafio do
A área de qualidade, saúde, segurança e meio ambiente (QSMS) vem crescendo em termos de visibilidade para o mercado e importância para as organizações no Brasil nas últimas décadas.
Fabiana Roseira é gerente de QSMS na Doris Engenharia, engenheira de Petróleo e Gás, gestora Ambiental e Pós Graduanda em Engenharia de Segurança do Trabalho, atuando há 19 anos na área de Qualidade, saúde, segurança e meio ambiente.
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a explosão da plataforma Piper Alpha no Mar do Norte em 1988 com 167 mortos; vazamento de óleo do navio petroleiro Exxon Valdez no Alasca em 1989 quan-do centenas de milhares de animais morreram nos meses seguintes ao vazamento; vaza-mento de 1,3 milhões de litros de óleo da Refinaria de Duque de Caxias (Reduc) na Bahia de Guanabara em 2000, explosão e naufrágio da plataforma P-36 na Bacia de Campos com 11 mortos.
Estes acidentes, devido à perda de vidas humanas e aos danos ambientais causados, tiveram repercussão mundial, gerando para as empresas, além do impacto financeiro com multas, indenizações e outros gastos, o prejuízo de imagem, reputação da empre-sa, perante seus colaborado-res, o mercado e a sociedade como um todo.
Para evitar a ocorrência destes acidentes, a indústria do petróleo e gás vem inves-tindo na busca da melhoria do desempenho em QSMS atra-vés de melhorias técnicas nos processos produtivos, definição de exigências de QSMS cada vez mais restritivas e proces-sos de avaliação e qualificação de fornecedores e terceiros com base no desempenho em qualidade, saúde, segurança e meio ambiente.
Estes esforços tem se tra-duzido em uma redução nas taxas de acidentes nas últimas décadas. Porém estes índices
tendem a atingir um patamar onde, para que continuem de-crescendo, há necessidade de esforços extras, ou seja, novas ações devem ser pensadas e implementadas. Mas, em que direção? Onde devem ser con-centrados estes esforços?
Estudos desenvolvidos por entidades tais como IOGP (International Association of Oil & Gas Producers) e API (American Petroleum Institute) apontam para as falhas huma-nas como principal causa dos acidentes na indústria de pe-tróleo e gás. Um levantamento realizado pelo HSE ( Health & Safety Executive) entre 2001 e 2002, concluiu que o erro humano representa 28% das causas raízes dos acidentes na indústria offshore.
E não poderia ser diferente, o homem está no centro do processo de trabalho, seja ele simples ou complexo, manual ou automatizado, sua ope-ração, manutenção, ou pelo menos o gerenciamento do processo será feito por um ser humano. E, como já diz o velho ditado, “errar é humano”, não se pode negligenciar que o erro é uma possibilidade em qualquer atividade com inter-ferência humana.
Então o caminho dos siste-mas de gestão de QSMS hoje, na busca da melhoria contínua, está na incorporação dos “fa-tores humanos” aos processos de trabalho. O termo fatores humanos refere-se aos fatores ambientais, organizacionais e
Estudos desenvolvidos por entidades tais como IOGP (International Association of Oil & Gas Producers) e API (American Petroleum Insti-tute) apontam para as falhas humanas como principal cau-sa dos acidentes na indústria de petróleo e gás.
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do trabalho e às características do indivíduo que influenciam o comportamento no trabalho.
O investimento em pessoas é geralmente associado aos pro-gramas de treinamento e cons-cientização e aos investimentos em saúde ocupacional, mas é preciso mais que isso, a integra-ção dos fatores humanos aos sistemas de gestão de QSMS deve ser um objetivo estraté-gico e um compromisso para o sucesso da organização. Quan-do falamos em fatores humanos é preciso considerar estes três aspectos: o trabalho, os indiví-duos e a organização, ou seja, as características do trabalho, as tarefas a serem executadas, as características individuais, competências, habilidades, ex-periências, as características do ambiente de trabalho, estrutura organizacional e como estes fatores influenciam na execução do trabalho no dia a dia. (Gráfico no alto)
O desafio das organiza-ções e dos gestores de QSMS atualmente está em planejar os sistemas, considerando, em todas as etapas, os fato-res humanos e todos os seus domínios, conciliar a gestão dos processos e das pessoas. Este deve ser um objetivo estratégico para a organização que deseja realmente forne-cer produtos que atendam as expectativas de seus clientes, reduzir índices de acidentes e impactos ambiental de suas atividades, atingindo a me-lhoria contínua, um ambiente seguro e saudável e compro-metido com o meio ambiente. Adaptando um pouco o ditado, errar é humano, mas insistir no erro é prejuízo!
Fatores humanos na segurança
e saúde ocupacional
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TÓRIO: Organismos internacionais, nacionais, estaduais e m
unicipais
Trabalho• Tarefas• Instruções de trabalho• Pressões no trabalho• Exposições e controles• Ambiente de trabalho
Organização• Estrutura organizacional• Padrões de trabalho• Papéis e responsabilidades• Recursos• Força de trabalho• Conflitos e lideranças• Cultura• Lições aprendidas• Comunicação• Sistemas de gestão
Indivíduo• Capacidade (física e mental)• Personalidade• Competência• Atitudes• Percepção do risco• Saúde (física e psicológica)• Habilidades e conhecimento
Fonte: Catalogue of OSD and HID Offshore Research by Key Human Factor Elements – Revisão 2002 Health & Safety Executive (HSE) Site http://www.hse.gov.uk/
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Aplicativosfacilitam a vida dos profissionais e ajudam a poupar tempo
EM UM MUNDO CADA vez mais conectado, os aplicativos (Apps) ajudam profissionais de diferen-tes áreas e atividades a poupar tempo e aumentar eficiência. As facilidades estão na palma da mão e na indústria do petróleo, o uso destas ferramentas vem se popu-larizando bastante, especialmente entre profissionais da área de en-genharia. Pelo celular, é possível organizar agendas, lembrar datas e reuniões com antecedência, fa-zer cálculos e avaliar gráficos em qualquer lugar, verificar níveis de segurança em operações, ou con-trolar tarefas à distância, em tem-po real, entre outras coisas. Basta baixar o programa mais adequado a suas necessidades — que nem
sempre é gratuito, mas também nem sempre custa caro — e usar.
Um destes Apps é o Dicio-nário de Exploração e Produção Petróleo e Gás para países de língua portuguesa. O programa foi desenvolvido pela Paraferna-lia Interactive para a Petrobras, e está disponível para compra no App Store e Google Play.
O conteúdo foi criado por uma equipe de profissionais do Brasil, Portugal e Angola — da indústria e da academia — com o objetivo de uniformizar os termos técnicos do setor, facilitando a comunicação entre países lusó-fonos produtores de petróleo. A obra foi organizada por Eloi Fernández y Fernández,
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Oswaldo A. Pedrosa Junior e António Correia de Pinho, e re-conhece as eventuais diferenças existentes nas três culturas para um determinado verbete. O apli-cativo traz ainda um “siglário”, que exibe o teor completo de todas as siglas usadas no texto.
Além do dicionário, o Guia do Estudante testou e listou outros aplicativos que podem ser uma mão na roda para os jovens pro-fissionais. Entre os gratuitos, des-tacamos alguns dos mais usados por engenheiros e estudantes de engenharia. Confira:
Muito útil para contas complexa que precisam ser rápidas. Basta escrever com o dedo a expressão na tela, que o App automa-ticamente reconhece, transforma em texto e resolve de forma intuitiva. Suporta diversos tipos de operações, dentre elas: +, -, x, ÷, + / -, 1 / x, Diversos.!%, v, x, | X |, e x, xy, x2, cos, sin, tan, acos, asin, atan, LN, LOG, p, e, Phi.
Um tipo de “tool mobile”, simples, rápido e intuitivo. Além do uso profissional, serve para ajudar nos estudos de isostática, me-cânica dos fluídos, teoria das estruturas e em outras disciplinas. Permite o desenho de estruturas a mão livre, o posicionamento de apoios móveis, fixos e engastes, cargas pontuais e distribuí-das, gera os diagramas de esforços solicitantes das estruturas, além de muitas outras funções.
Trata-se de uma obra abrangente, produzida com a participação de mais de uma centena de profissionais atuantes na Indústria e/ou na Academia e de amplo prestígio no segmento de E&P, e composta por 8.742 verbetes distribuídos pelas áreas de:Tecnologia de reservatório | coord. Dr. Antonio Cláudio Corrêa e França; Geologia e geofísica | coord. Dr. Ciro Jorge Appi; Tecno-logia de produção | coord. Dr. Elisio Caetano Filho; Regulação e contratos | coord. Jean Paul Prates; Tecnologia de poço | coord. Dr. João Carlos Ribeiro Plácido.A obra reconhece as eventuais diferenças existentes no Brasil, Por-tugal e Angola para um dado verbete e apresenta ainda um Siglário que exibe o teor completo de todas as siglas usadas no texto.
Com ele é possível visualizar todos os poços ativos (perfuran-do e completando), ver os funcionários ativos, obter informa-ções atualizadas diretamente pelos operadores de campo, controlar custos diários dos campos e obter um resumo das atividades diárias.
MyScript Calculator – Calculadora com texto escrito à mão
Autodesk ForceEffect
Dicionário de Exploração e Produção Petróleo e Gás
WellEz Mobile
Tamanho:35.3MBCompatívelcomiOSeAndroidDesenvolvedor(a):AutodeskInc.Disponívelna AppStoreeGoogleplay
Tamanho:7,2MBCompatívelcomiOSeAndroidDesenvolvedor:ParafernáliaInterativaDisponívelna AppStoreeGooglePlay
Tamanho:12.4MBCompatívelcomiOSeAndroidDesenvolvedor(a):MyScriptDisponívelna AppStoreeGooglePlay
Tamanho:5.8MBCompatívelcomiOSeAndroidDesenvolvedor(a):WellEzInforma-tion Management DisponívelnaAppStoregoogleplay
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SE VOCÊ GOSTA DE praticar esportes, mas acha que a vida profissional vai consumir toda a sua energia e lhe tornar um sedentário estressado, pode estar totalmente enganado. De olho na saúde e na qualida-de de vida dos funcionários, as empresas estão incentivando, cada vez mais, a prática de atividades esportivas fora do local de trabalho — as chama-das atividades out-door ou out-company — e em modalidades onde a superação dos próprios limites é o mais importante.
Os benefícios são muitos, de acordo com Pedro Rodri-gues, um dos sócios da BL3, escola de vela com sede em Ilhabela, no litoral de São Paulo, especializada em regatas cor-porativas. Aspectos como lide-
rança, superação e cooperação são trabalhados nesta atividade esportiva, que também rende altos dividendos em saúde.
Desde 2005 a BL3 trabalha com empresas. De lá para cá, executivos e funcionários de mais de 100 organizações, de diferentes segmentos da indús-tria, vestiram o colete salva-vi-das e embarcaram em veleiros de oceano para participar das regatas. CPFL, Duke Energy, DuPont, Braskem, Natura, Volvo, Bosch, Alcoa, Microsoft e Votorantim são algumas delas.
As provas são disputadas em barcos de 34 pés, com equipes de seis pessoas orien-tadas por um skipper (Mestre da embarcação). Antes de ir para a raia (local demarcado por boias onde acontece a
out-companyout-companyEmpresas incentivam esportes
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disputa), os tripulantes passam por aulas teóricas, que incluem noções de navegação e de segurança a bordo, e por aulas práticas. Só a partir daí é que estão prontas para correr três pequenas regatas entre si, que duram em média 15 minutos.
“Depois das provas, reuni-mos as equipes em terra e fa-zemos a analogia da atividade esportiva com o dia-a-dia nas organizações. A conclusão que chegam é que todos os dias no trabalho eles estão disputando regatas”, diz Pedro.
Entre empresas da área de petróleo, a Honeywell pela pri-meira vez formou um time com 13 executivos de áreas distin-tas para praticar iatismo.
“Acabamos de implantar uma nova organização regio-nal para a América Latina e fizemos um evento de team-building com as lideranças. Como parte deste evento de integração, incluímos as rega-tas para estimular os execu-tivos a competir entre si, e para que percebam como é importante o trabalho em gru-po. Se não houver integração, companheirismo e alinha-mento, as coisas se perdem. Realmente, a dinâmica das regatas nos remete muito ao nosso dia a dia de trabalho, mas decidimos fazer isso tam-bém para que se divertissem um pouco”, explica Patricia Oliveira, gerente de recursos humanos da Honeywell Indus-trial Safety para a América Latina. Segundo ela, depois
da experiência todos ficaram mais motivados.
Corridas de rua – As corridas de rua estão no topo da prefe-rência das empresas quando se trata de esportes out-com-pany. Hoje são várias as que enviam equipes ou que apoiam funcionários-corredores, se-gundo Rodrigo Isaac, dono da Speed, empresa de treinamen-to que também trabalha com grupos corporativos e funcio-nários que praticam o esporte com apoio das organizações onde trabalham, várias delas do setor de petróleo de gás.
“Os atletas não estão pre-ocupados com a colocação na prova. Para alguns, só o fato de praticar uma atividade física, de sair do sedentarismo, ou de conseguir completar uma pro-va já representa uma grande vitória”, diz ele.
Entre empresas de petró-leo, a Ipiranga há mais de 10 anos apoia a participação dos funcionários em cinco provas de rua ao longo do ano, e ainda mantém uma academia de ginástica na sede, em São Cristóvão, no Rio, para que eles possam “malhar”, perder
peso e ganhar saúde.“Com a facilidade de ter
uma academia disponível no local de trabalho e o incentivo para praticar esportes, muitos funcionários alteraram seu perfil sedentário, iniciaram ou
aumentaram a frequência de atividades físi-cas, passando inclusive a participar das corridas”, diz
Flávio Andreatta, gerente de Relações de Trabalho e Remu-neração da Ipiranga.
Segundo ele, apenas aque-les que são alunos regulares da academia podem partici-par. Mas precisam apresentar condições de saúde atestadas por um cardiologista e por um médico do desporto. Atualmen-te, uma média de 40 atletas-funcionários da Ipiranga se inscreve nas corridas.
“Acreditamos no esporte não apenas como uma ferramenta de promoção de saúde e de sa-tisfação pessoal, mas também como forma de lazer, integra-ção e assimilação de valores positivos, como coletividade e bem-estar”, afirma Flávio.
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LEIS, NORMAS, REGULAÇÕES, ACORDOS E CONTRATOS. O NÃO CUMPRIMENTO DE
COMPROMISSOS ASSUMIDOS SEMPRE TRAZ PREJUÍZO ÀS EMPRESAS. PREJUÍZO
FINANCEIRO, COM O PAGAMENTO DE MULTAS E OUTROS TIPOS DE PENALIDADES
LEGAIS. E PREJUÍZO À REPUTAÇÃO, QUE SEMPRE SE TRADUZ EM PERDA
FINANCEIRA. COM OS RECENTES EPISÓDIOS DE CORRUPÇÃO NO BRASIL, E TAMBÉM
DEPOIS DE OUTROS CASOS QUE ENVOLVERAM EMPRESAS DE GRANDE PORTE EM
OUTROS PAÍSES, O PROFISSIONAL DE COMPLIANCE ESTÁ EM ALTA NO MERCADO.
NÃO APENAS NO SETOR DE PETRÓLEO, TORNOU-SE INDISPENSÁVEL A TODAS AS
ORGANIZAÇÕES QUE QUEREM A SUSTENTABILIDADE DE SEUS NEGÓCIOS.
O GUIA DO ESTUDANTE ENTREVISTOU O DIRETOR DE COMPLIANCE DA CHEMTECH,
REYNALDO GOTO, PARA SABER MAIS SOBRE A ATUAÇÃO DESTE PROFISSIONAL
DENTRO DE UMA EMPRESA.
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O QUE É COMPLIANCE?Compliance é parte integral de nossos negócios. É estar em conformidade com as leis e regulamentos vigentes. Para a nossa empresa, além das regras a que estamos sub-metidos, temos um Código de Conduta Profissional, onde estão contidos os princípios fundamentais e as políticas de governança sobre como devemos agir dentro da com-panhia, nas relações com os nossos parceiros de negócio e com o público em geral.
QUAIS SÃO OS PRINCI-PAIS BENEFÍCIOS QUAN-DO A EMPRESA TEM UMA ÁREA ESTRUTURADA DE COMPLIANCE?
A empresa quando tem a consciência dos riscos aos quais está exposta e con-segue se prevenir, detectar irregularidades e respon-der corretamente, garante sua sustentabilidade, além de influenciar positiva-mente outras empresas a seguir o mesmo caminho. Internacionalmente, as exigências de Compliance sobre as empresas já estão muito bem estabelecidas. Recentemente no Brasil a publicação de novas regu-lamentações deixou clara a obrigatoriedade de se estruturar um sistema de Compliance, inclusive com atenuantes das penalidades se os programas forem com-provados como eficientes.
O QUE FAZ UM PROFIS-SIONAL DE COMPLIANCE E COMO ATUA DENTRO DE UMA EMPRESA?
O profissional de Compliance é aquela pessoa que detém o conhecimento das regras e das leis e, acima de tudo, possui um perfil analítico e crítico para identificar riscos e propor medidas para sua mitigação. Ele tam-bém auxilia os funcionários em eventuais questões de conflitos de interesses entre a empresa e os parceiros de negócios. Nossa equipe está preparada para ajudar os colaboradores seguindo os três pilares – “Prevenir” (prevenção de incidentes com treinamentos e infor-mações, utilizando os canais de comunicação existentes), “Detectar” (reconhecimento antecipado de incidentes) e “Responder” (assegurar resposta adequada a qual-quer violação ao código de conduta da empresa). Conseguir transparência nos negócios parece algo simples de ser realizado. E realmente é, se todos participarem e estiverem engajados, a partir de atitudes pequenas. Cada colaborador é importante neste sistema.
A QUAIS ÁREAS ESTÁ SU-BORDINADO?
Essa questão varia de em-presa para empresa, mas normalmente, o Compliance responde diretamente ao
conselho da administração, o que dá total autonomia para tomar as medidas necessá-rias, independente de qual-quer ligação hierárquica.
QUAL A IMPORTÂNCIA DESTE PROFISSIO-NAL PARA O SETOR DE PETRÓLEO E GÁS, QUE É DE ALTO RISCO?
Para qualquer setor é impor-tante ter um profissional de Compliance. Fazer a esco-lha certa deve ser a regra essencial na condução dos negócios.
QUAL O PERFIL DE UM BOM PROFISSIONAL NES-SA ÁREA?
Integridade sempre é um requisito fundamental. O profissional de Complian-ce tem três características principais:1. Especialista: deve conhecer profundamente as normativas e legislações vigentes e oferecer reco-mendações para as áreas de negócios. Deve entender as necessidades das áreas de negócios e colaborar para o estabelecimento de negócios sustentáveis da empresa;2. Facilitador: deve se en-volver nas fases mais iniciais dos negócios, identificando e minimizando os riscos rela-cionados à compliance. Deve achar soluções viáveis de ne-gócios dentro das normativas definidas pela empresa;3. Guardião: deve cons-
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tantemente monitorar o cumprimento das normativas internas e leis locais. Deve atuar de forma independen-te seguindo os mais altos padrões de integridade.
A CHEMTECH TEM AL-GUM DIFERENCIAL EM COMPLIANCE?
Podemos dizer que nossa estrutura de Compliance da forma como é composta hoje, já é um diferencial. Temos à disposição de nos-sos colaboradores, profis-sionais de várias áreas tais como engenheiros, admi-nistradores, profissionais de marketing e de comuni-cação e, advogados, pois acreditamos que ninguém melhor do que o comprador para identificar os riscos relacionados à atividade de compras, assim como não há ninguém melhor que o profissional de marketing e comunicação para elabo-rar campanhas internas de engajamento envolvendo todas as camadas da orga-nização.
COM AS LEIS E ACORDOS INTERNACIONAIS QUE EXISTEM HOJE CONTRA A CORRUPÇÃO, E TAM-BÉM DEPOIS DOS CASOS RECENTES NO BRASIL, O PROFISSIONAL DE COM-PLIANCE GANHOU MAIS EVIDÊNCIA? A PROFIS-SÃO ESTÁ MAIS VALO-RIZADA E REQUISITADA
DENTRO DAS EMPRESAS DE PETRÓLEO?
No Brasil e em outros países, o Compliance tem se torna-do uma área essencial para as organizações. Existe uma tendência natural de grande procura por esses profis-sionais nesse momento em função das grandes mobili-zações nacionais, bem como os seguidos escândalos vei-culados pela grande mídia. Muitas empresas brasileiras não estavam e ainda não estão adequadas para essa nova realidade, porém os novos padrões demandam uma maior atenção da em-presa para esses temas. Os grandes questionamentos são relacionados à susten-tabilidade dos negócios, principalmente quando os mesmos estão vinculados a problemas de corrupção, cartel ou lavagem de dinhei-ro. As empresas sérias tem grande interesse em evitar tais problemas e segura-mente irão implantar progra-mas de Compliance em suas empresas.
UMA EMPRESA COM UM BOM COMPLIANCE E COM PROFISSIONAIS CAPA-CITADOS TEM ALGUMA VANTAGEM EM RELAÇÃO ÀS DEMAIS?
Em um breve espaço de tem-po a implantação de um siste-ma de Compliance será uma condição de sobrevivência das empresas, não um diferencial
entre elas. Obviamente as empresas que se anteciparem sempre terão algum tipo de vantagem, porém espera-se um novo patamar de inte-gridade no mercado após a adequação das empresas à nova realidade.
QUAL A FORMAÇÃO IDE-AL PARA QUEM QUER SER UM BOM PROFISSIONAL DE COMPLIANCE?
Não há formação específica, o mais importante é o profissio-nal saber identificar riscos em suas atividades e propor me-didas para mitigá-los, seja ele um advogado, administrador, contador, engenheiro, etc.
No Brasil e em outros países, o Compliance tem se torna-do uma área essencial para as organizações. Existe uma tendência natural de grande procura por esses profis-sionais nesse momento em função das grandes mobiliza-ções nacionais, bem como os seguidos escândalos veicula-dos pela grande mídia.
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